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ESTRADAS

CÁLCULO E DESENHO TOPOGRÁFICO

PROFa. DEBORAH VALANDRO

JUNHO – 2011
Planimetria
Parte da topografia que estuda os processos de
medidas lineares e angulares em um plano horizontal,
independentemente das estações e dos pontos visados
apresentarem cotas diferentes.

Procedimentos para execução do levantamento planimétrico

 Reconhecimento da área/planejamento do levantamento;


 Percorrer a área a ser levantada;
 Definir o método conforme possibilidades e interesses;
 Definir pontos topográficos e alinhamentos;
 Desenhar o croquis do terreno;
 Execução do levantamento;
 Instrumentos e acessórios: estação total e prisma, tripé,
teodolito, trena, baliza, piquetes, estacas, marreta, caderneta de
campo e bússola;
 Medições necessárias: ângulos e distâncias horizontais;
Poligonal pode ser definida como a sequência de retas
definidas por um PIQUETE no início e outro no final de
cada reta.

Tipos de Poligonais
Aberta: poligonal que inicia em um determinado ponto não conhecido e chega a
outro ponto também não conhecido.
B D E

A C F

Fechada: poligonal que começa em um ponto e retorna para este mesmo ponto.

B C

D
A

F E
Tipos de Poligonais

Amarrada: poligonal que parte de um ponto e chega a outro ponto com


coordenadas conhecidas.

N E
V
A A C
(xA,YA) z F
D
(xF, YF)
B

Levantamento planimétrico
Estacionar o teodolito nos vértices da poligonal mantendo um sentido de
caminhamento;
Medir os ângulos que orientam os lados
Medir o comprimento horizontal dos lados

Levantamento válido
E angular cometido  E angular admissível
E linear cometido  E linear admissível
ORIENTAÇÃO

•Norte verdadeiro (NV)


Linha norte-sul verdadeira, aponta para o Pólo Norte Físico da Terra, e é
determinada diretamente por processos astronômicos, através da observação
dos astros.

•Norte Magnético (NM)


Direção ao Pólo Norte Magnético, pólo este que concentra um enorme campo
magnético e atrai as agulhas das bússolas indicando sua direção.
Uma linha imaginária traçada entre os pólos sul e norte magnéticos
apresenta uma inclinação de aproximadamente 11,3º relativa ao eixo de
rotação da Terra.

• Declinação magnética ( δ )
O ângulo formado entre o NM e NV dá-se o nome de declinação magnética.
A declinação magnética varia de acordo com o tempo e o local.
•BÚSSOLA
•Constituída de uma agulha magnética, e um circulo graduado (limbo).
•Podem ser:
Bússola Azimutal Bússola de Rumo
•Fornece azimute do alinhamento; •Fornece o rumo do alinhamento;
•Tem o limbo graduado de 0º a 360º; •Tem o limbo graduado de 0º a 90º ;
•Graduação sempre no sentido horário. •Graduação nos sentidos NE, SE, SO,
NO.
ORIENTAÇÃO
AZIMUTE E RUMO DE UM ALINHAMENTO
Todo alinhamento em topografia deve ser orientado, e uma
das formas é em relação a direção Norte. Esta orientação se
dá através de um ângulo entre esta direção e a do
alinhamento.

Para melhor entendimento do assunto


devemos estudar o círculo topográfico:

 Ele é similar ao ciclo trigonométrico;


 Circunferência dividida em quatro partes
iguais;
 Consiste em um sistema de eixos cartesiano
(X,Y) que se cruzam ao centro dela;
 Cada parte dividida é chamada de Quadrante.
AZIMUTE DE UM ALINHAMNETO (AZ)
É o ângulo formado entre a direção Norte (magnética,
verdadeira, assumida) e o alinhamento, contado no sentido
horário. Este azimute, também é conhecido por Azimute à
direita. A variação angular do azimute é de 0° a 360°.
RUMO DE UM ALINHAMENTO
É o ângulo formado entre a direção Norte-Sul (magnética,
verdadeira ou assumida) e o alinhamento, partindo da
ponta Norte ou da ponta Sul, contado da que estiver mais
próxima do alinhamento. A variação angular é de 0° a 90°.

Com relação aos quadrantes,


podem-se identificá-los, segundo os
pontos colaterais:
•- No 1º Quad, R = NE;
•- No 2º Quad. R = SE;
•- No 3º Quad. R = SW;
•- No 4º Quad. R = NW.

!!! Lembrar que o valor angular do rumo


nunca ultrapassa os 90° e a sua origem
está no Norte ou no Sul. Nunca no Leste
ou Oeste !!!
CONVERSÃO DE AZIMUTE EM RUMO
E VICE-VERSA
 Círculo topográfico é o mesmo, tanto para Azimute como para Rumo;
 Sempre existirá um azimute e um rumo para cada alinhamento, através
de correlações entre eles.

- 1º quadrante: AZ = RUMONE
- 2º quadrante: AZ = 180° - RSE
- 3º quadrante: AZ = 180° + RSW
- 4º quadrante: AZ = 360° - RNW
EXERCÍCO DE FIXAÇÃO

Transformar em azimute ou rumo as seguintes orientações:

• AZ = 271° 20’ 39”;


• R = 23° 15’ SE;
• AZ = 67° 21’;
• AZ = 180° ;
• R = 90° SW;
RESPOSTA

•AZ = 180°;
AZ = 271° 20’ 39”;
•Interseção dos 2º e 3º Quadrantes,
Sendo de 4º Q
•logo:
R = 360 – 271° 20’ 39” = 88° 39’21” NW;
•R = 0° S (Sul);

R = 23° 15’ SE;


•R = 90° W;
Este rumo é de 2º Q
•coincidência dos 3º e 4º Quadrantes,
AZ = 180° - 23° 15’ = 156° 45’;
•logo:
• AZ = 270°.
AZ = 67° 21’;
Este azimute é de 1º Q
R = 67° 21’ NE;
Seqüência de Cálculo e de Ajuste
da Poligonal Fechada
(1) Cálculo da soma dos ângulos externos (ou internos)
da poligonal;
(2) Cálculo do erro angular cometido;
(3) Cálculo da tolerância para o erro de fechamento
angular;
(4) Distribuição do erro angular cometido e correção dos
ângulos internos ou externos lidos em campo;
(5) Cálculo dos azimutes;
(6) Cálculo das distâncias reduzidas;
(7) Cálculo das projeções e coordenadas provisórias;
Seqüência de Cálculo e de Ajuste
da Poligonal Fechada
(8) Cálculo do erro linear cometido (ELC), precisão do
levantamento e tolerância admissível;
(9) Distribuição do ELC e cálculo das Coordenadas;
(11) Cálculo da área do polígono;
(13) Cálculo da Escala;
(14) Desenho da Poligonal Levantada;
(1) Cálculo da soma dos ângulos (ex. ou int.) da poligonal

  i  180 º
 (n  2)
  e  180 º
 (n  2)

i = Somatório dos ângulos internos de uma poligonal


e = Somatório dos ângulos externos de uma poligonal
N = número de lados de uma poligonal

(2) Cálculo do erro angular cometido (e)

EAF   i/e   C

c = Somatório dos ângulos internos ou externos de uma poligonal (determinados


no campo)
(3) Cálculo da tolerância para o erro de fechamento angular (T)
T   K  E a  N
K=1 a 3 (constante do aparelho)
Ea= 10” (Precisão angular do teodolito)
N = número de vértices da poligonal
Para o caso da poligonal do trabalho de campo, tem-se que:

Para:
K=1 e Ea=10” T   10"  N
(4) Distribuição do erro angular cometido (D) correção dos ângulos internos
ou externos lidos em campo

D  
EAF
N
 '   D
’= ângulo corrigido
Calcule o erro de fechamento angular, a tolerância e distrubua o
erro se estiver dentro da tolerância.
Onde K=1
Ea= 10”
(5) Cálculo dos azimutes (6) Cálculo das distâncias
Azn = Azn-1 +  -180 , quando : reduzidas
180< Azn-1 +  < 540
DH=100. C . H . sen2 (z)

Azn = Azn-1 +  + 180, quando :


Azn-1 +  < 180 C = Constante do aparelho
H = Leitura FS – Leitura FI
Azn = Azn-1 +  - 540 , quando: Z = Ângulo zenital
Azn-1 + > 540 ou
DH  pode ser obtido com a medida
Az n-1= azimute do alinhamento anterior direta da distância (horizontal)
7) Cálculo das projeções relativas

•ΔXA-B = DHA-B* sen AzA-B = 693,189 * sen 26°03’15” = 304,463


•ΔYA-B = DHA-B * cos AzA-B = 693,189 * cos 26°03’15” = 622,747
7 - Cálculo da coordenada provisória x’ e y’

X’= X Anterior + Δx
Y’ = YAnterior + Δy

X’B=XA + ΔXAB=2000+(304,463)= 2304,463


Y’B = YA + ΔYAB=5000+(622,747)=5622,747
7 - Cálculo da coordenada provisória x’ e y’

X’= X Anterior + Δx
Y’ = YAnterior + Δy

X’B=XA + ΔXAB=2000+(304,463)= 2304,463


Y’B = YA + ΔYAB=5000+(622,747)=5622,747
(8) Cálculo do erro linear cometido (ELC) e tolerância admissível;
•EX = X
•EX = 0,439
•EY = Y
•EY = -0,217
O gráfico representa os erros em ´x´
e ´y´, e o erro linear que é a
hipotenusa do triângulo retângulo:

2 2
EL  [(X)  (Y ) ]

ELC  [(0,439)  (-0,217) ]  0,4897


2 2
(8) Precisão do levantamento e tolerância admissível;

 
 
 1 
Precisão 
  Perímetro  
 
  ELC  
 
 
 1  1
ELF 
  3690,104   7535,438
  0,4897  
  
(Isto significa que a cada 7535,438 m percorridos errou-se 1 m)
Tolerância Admissível
EL 1
 - DISTÂNCIA HORIZONTALOBTIDA POR ESTADIMETR IA
P 2000
EL 1
 - DISTÂNCIA HORIZONTAL OBTIDA POR TRENA DE FIBRA
P 3500

EL 1
 - DISTÂNCIA HORIZONTAL OBTIDA POR TRENA DE AÇO
P 5000

EL 1
 - DISTÂNCIA OBTIDA ELETRÔNICAMENTE
P 10000
(9) Distribuição do erro de fechamento linear e cálculo das
Coordenadas Totais;

ex
XB  X ' B   A DH
B

P
0,439
X B  2304,463 - 693,189 
3690,104
X B  2304,381m
ey
YB  Y 'B   A
B
DH 
P
0,217
YB  5622,747  693,189 
3690,104
YB  5622,788m
 (11) Cálculo da área do polígono;

 AVALIAÇÃO DE ÁREAS - PROCESSO DE GAUSS

Pela fórmula de Gauss calcula -se a área de qualquer polígono a


partir das coordenadas cartesianas dos seus “n” vértices

[( y1  y2 )( x2  x1 )  ( y2  y3 )( x3  x2 ) 
2S 
...  ( yn1  yn )( xn  xn1 )  ( yn  y1 )( x1  xn )]
Dispositivo Prático
Dispõe-se as coordenadas dos pontos em duas colunas X e Y como apresentado na
figura. As coordenadas do primeiro ponto devem ser repetidas no final. Os produtos
indicados pelas setas ascendentes (linha contínua) recebem o sinal ( + ) e os
indicados pelas setas descendentes (linha tracejada) recebem o sinal ( - ). A soma
algébrica dos produtos ascendentes e descendentes dividido por 2 fornecerá a área do
polígono.
Calcular a área de um polígono cujas coordenadas estão
na tabela abaixo.
Resolução
Produtos positivos
= + (4x4 + 7x7 + 9x4 + 9x1 + 8x0 + 6x1 + 3x3 + 1x8 + 0x10 +
1x11 + 2x12 + 3x10)= + 198

Produtos negativos

= -(10x7 + 4x9 +7x9 + 4x8 + 1x6 + 0x3 + 1x1 + 3x0 + 8x1 + 10x2
+ 11x3 +12x4) = - 317

A = |(-317 + 198) /2 | = | -59,5 m2 |


Escala

• Relação dimensional entre a representação de um objeto no desenho e suas


dimensões reais.

• A designação completa de uma escala deve consistir na palavra:


“ESCALA” ou na abreviação “ESC.”
seguida da indicação da relação:
a) ESCALA 1:1, para escala natural;
b) ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1);
c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1).
O “X” refere-se aos valores de ampliação ou redução.

Exemplo:
20:1 é o desenho 20 vezes maior.
1:20 é o desenho 20 vezes menor.
(13) Cálculo da escala

• A escala selecionada deve ser suficiente para permitir uma interpretação


fácil e clara da informação representada.
• A escala e o tamanho do objeto ou elemento em questão são parâmetros
para a escolha do formato da folha de desenho.
A escolha da escala da planta se dá em função do tamanho da folha de papel
a ser utilizado, do afastamento dos eixos coordenados, margens e da
precisão requerida para o trabalho.

Formatos utilizados, segundo as normas da ABNT


 Cálculo da escala
» Os formatos da ABNT correspondem à seguinte divisão de folhas (a
partir do formato principal que é o A0)

» As margens
(14) Desenho da Poligonal Levantada;

ESCOLHA DA ESCALA
1º - Deve-se considerar dx como medida útil do papel no sentido das
abcissas (X) e dy a medida útil no sentido das ordenadas (Y);
2º - A escala mais provável para X e Y é encontrada do seguinte modo:

dx dy
Epx  e Epy 
XM  Xm YM  Ym
Onde:
Epx – escala mais provável para abcissa;
Epy– escala mais provável para ordenas;
XM e YM – abscissa e ordenada máximas, respectivamente;
Xm e Ym - abscissa e ordenada minimas, respectivamente;
EXEMPLO:
Tem-se um papel de medida útil no sentido das abscissas igual
a 287mm e no sentido das ordenadas a 200mm. Sabe-se que a
coordenada máxima em X é 1036,000 m e a mínima é
916,000m, a coordenada máxima em Y é 1055,000m e a
mínima é 985m. Determine qual a melhor escala do desenho.
dx 0,287 1 dy 0,200 1
Epx    e Epy   
XM  Xm 1036  916 418,1 YM  Ym 1055  985 350

Como Epx é menor que Epy, deve-se adotar uma escala de uso
normal, porém menor que Epx, ou com denominador maior.
Na consideração do desse exemplo, a escala 1:500 seria a mais
recomendada tecnicamente.
EXEMPLO PONTO MÉDIO
EXEMPLO PONTO MÉDIO
EXEMPLO PONTO MÉDIO
EXEMPLO PONTO MÉDIO
EXEMPLO DE CARIMBO
 No desenho devem constar:

– Orientação verdadeira ou magnética;


– Data do levantamento;
– Escala numérica;
– Legenda e convenções utilizadas;
– Título (do trabalho);
– Número dos vértices, distância e azimute dos
alinhamentos;
– Eixos de coordenadas;
– Área e perímetro;
– Responsáveis pela execução ;
Convenções Topográficas

 Para a representação gráfica de determinados


pormenores planimétricos são utilizados os sinais
convencionais, cujas dimensões não têm nenhuma
relação com a dimensão real do elemento que
representa.

 Tipos de Convenções

 Convenções destinadas à representação dos


elementos planimétricos (acidentes artificiais).

 Exemplo: caminhos; estradas (rodoviárias e


ferroviárias); referências de nível (RN);
linha de transmissão de energia; limites de
propriedades; limites políticos (municipal,
estadual, internacional); pontos
topográficos.
Convenções Topográficas

• Tipos de Convenções (Cont)


– Convenções destinadas à
representação dos elementos
hidrográficos
• Exemplo: cursos d´água.
– Convenções destinadas à
representação dos elementos
relativos à vegetação
• Exemplo: divisas de
culturas; florestas, árvores
isoladas; reflorestamento;
pastagens.
Convenções Topográficas

• Tipos de Convenções (Cont)

– Convenções destinadas à
representação dos elementos
hipsométricos (altimetria).
EXEMPLO PLANTA TOPOGRÁFICA
Cálculo de Azimute e Distância por Coordenadas

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