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5.5.3.

1 – Medição de ângulos a Trena


Para determinação aproximada dos ângulos de um triângulo, dispondo apenas das
medidas dos lados podemos empregar o seguinte método. Neste método a precisão
obtida no cálculo dos ângulos está diretamente vinculada a precisão com que as
medidas foram levantadas no campo. Seja determinar os quatro ângulos internos do
terreno a seguir, dispondo apenas de uma trena:
a) Determina-se um ponto do qual poderemos tomar as medidas deste até os vértices
(divisas), e materializa-se este ponto com um piquete;
b) Mede-se as distâncias de todos os triângulos com a maior precisão possível;
c) Calcula-se os ângulos dos triângulos, com a equação:

cos  = a2 + b² - c²
2 .a . b
 = arc cos a2 + b² - c²
 2 .a . b

c a


 = arc cos (90,33)² + (69,88)² - (52,41)² = 3521’30”


2 x 69,88 x 90,33

 = arc cos (52,41)² + (90,33)² - (69,88)² = 5029’47”


2 x 52,41 x 90,33

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 = arc cos (52,41)² + (69,88)² - (90,33)² = 9408’43”
2 x 52,41 x 69,88
d) Somando os ângulo dos quatro vértices do retângulo teremos:
9444’41” + 7300’44” + 10658’33” + 8515’34” = 35959’32”
e) Sabendo-se que soma dos ângulos internos de um retângulo corresponde a 360,
teremos 28” para compensar entre os ângulos calculados ou seja: 28/4 = 7”.
f) Assim teremos os seguintes ângulos internos:
9444’48” + 7300’51” + 10658’40” + 8515’41” = 36000’00”

5.5.3.2 – Lei dos Senos


Conhecidos um ângulo, o lado oposto a este angulo e outro lado determina-se os
demais elementos do triângulo.

a = b = c
sen sen sen

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5.6 – Medição de Ângulos
Em topografia, considera-se somente a medida dos ângulos contidos em dois planos:
um horizontal, nos levantamentos planimétricos; e outro vertical nos levantamentos
altimétricos.
Os ângulos horizontais são também chamados azimutais, os ângulos verticais são
também chamados zenitais.
5.6.1 – Medição de Ângulos Verticais:
Os ângulos verticais são medidos no teodolito quando se deseja determinar a diferença
de nível entre a estação onde está instalado o aparelho até o ponto visado. Também
são necessários para determinação da distância entre os dois pontos quando
empregamos a estadimetria (leitura dos fios do retículo sobre a mira). O ângulo
vertical inicia sua graduação na maioria dos teodolitos na direção zenital, ou seja na
vertical, para cima considerando o alinhamento formado pelo prumo do parelho sobre
o piquete.

0
zeniti

270 90

180

5.6.2 – Medição de Ângulos Horizontais


Existe uma diferença de definição de ângulo entre topografia e trigonometria que é
fundamental. Na trigonometria o sentido dos ângulos são contados na sentido anti-
horário e em topografia são contados no sentido horário.
Topografia Trigonometria
Y Y

IQ IQ
IV Q II Q
X X

III Q II Q III Q IV Q
Sentido Horário Sentido Anti-horário

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5.6.2.1 – Método de Medição de Ângulos Horizontais
a) Ângulo Simples: Mede-se uma vez cada ângulo. Processo de menor precisão, não
permite a conferência do ângulo lido.

b) Ângulo Duplo: Mede-se duas vezes cada ângulo. Processo de maior precisão que
permite a comparação do ângulo lido. O valor empregado será a média dos dois
ângulos lidos.

c) Por Repetição: Mede-se “n” vezes cada ângulo acumulativamente. A precisão


cresce com o número de vezes que é feita a leitura do ângulo “n”.

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d) Por Reiteração: Mede-se quatro vezes cada ângulo partindo de cada quadrante do
limbo horizontal.

e) Anotação na Caderneta

MEDIÇÃO DE ÂNGULOS INTERNOS


PE ANGULO HORIZONTAL DIFERENÇA MÉDIA
C A
0 12712’30” 12712’30”
B 12712’30” 254 25’05” 12712’35” 12712’30”
25425’05” 2137’30” 12712’25”
D B
0 8037’10” 8037’10”
C 8037’10” 16114’30” 8037’20” 8037’12.5”
16114’30” 24151’45” 8037’15”
24151’45” 32228’50” 8037’05”

5.6.3 – AZIMUTE
Em Planimetria as distâncias são sempre horizontais e os ângulos medidos são
horizontais ou azimutais.
5.6.3.1 – Azimute Magnético: Chama-se Azimute Magnético, o ângulo formado a partir do
meridiano magnético (dado pela agulha da bússola), até o alinhamento considerado.
Os azimutes variam de 0 a 360, iniciando na direção norte.

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5.6.3.2 – Rumo Magnético (R): Chama-se Azimute Magnético de um alinhamento, o ângulo
que ele forma com a ponta da agulha que lhe fica mais próxima. Os rumos são
contados para direita ou para a esquerda, conforme estiverem mais próximos da ponta
N ou S. Os Rumos variam de 0 a 90, e são contados a partir da ponta Norte ou Sul,
até o alinhamento considerado e vem sempre acompanhados da letra do quadrante em
que se encontram.
N N
D A

IV Q IQ 45
30
NW NE
W E W O E
III Q II Q
50 B
SW SE 25

C
S S
Exemplo:
ROA = 45NE ROB = 50 SE
ROC = 25SW R0D = 30 NW
5.6.3.3 – Transformação de Azimutes em Rumos e vice-versa
I Quadrante: Azimute = Rumo Rumo = Azimute
II Quadrante: Azimute = 180 - Rumo Rumo = 180 – Azimute
III Quadrante: Azimute = 180+ Rumo Rumo = Azimute - 180
IV Quadrante: Azimute = 360 - Rumo Rumo = 360 - Azimute

Exercícios:
Transformar os Azimutes em Rumos.
PE PV AZIMUTE RUMO
A B 17515’20” 4 44’40” SE
B C 29314’35” 6645’25” NW
C D 3728’45” 3728’45” NE
D E 19438’54” 1538’54” SW
E F 34243’17” 1716’43” NW
F G 11336’28” 6623’32” SE
G H 19652’40” 1652’40” SW
H I 32157’28” 3802’32” NW
I J 265 09’05” 8509’05” SW

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Transformar os Rumos em Azimutes.

PE PV RUMOS AZIMUTES
A B 3014’ NW 32946’
B C 3014’ SE 14946’
C D 3014’ NE 3014’
D E 3014’ SW 21014’
E F 7056’ NW 28904’
F G 8637’ SE 9323’

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