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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ- UFC

CENTRO DE TECNOLOGIA – CT

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES

LABORATÓRIO DE GEOMÁTICA APLICADA

DISCIPLINA DE TOPOGRAFIA

LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIMÉTRICO

Fortaleza, CE
19 de novembro de 2015
1. Introdução

O levantamento topográfico planimétrico trata-se de uma projeção plana, que


traz informações acerca das medições angulares horizontais. É de fundamental
importância na representação de pontos em um plano, estabelecendo assim um
sistema de coordenadas cartesianas que retratem esses pontos, determinando as
limitações de um dado terreno, seus ângulos, alinhamento da via, orientação dos
pontos, perímetro, distância, entro outros. Temos que o cálculo da poligonal
fechada possui um último e o primeiro vértice coincidindo formando assim um
polígono. O método de cálculo da poligonal possui valores de fechamentos
angulares e lineares, de acordo com a precisão que é regido pela norma
NBR13.133/1994 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

1.1 Objetivo Geral:

O Levantamento Topográfico Planimétrico tem como objetivo a representação


cartesiana da sua posição, não considerando o relevo dos elementos naturais ou
artificiais existentes num terreno urbano ou rural, mas sim suas distâncias entre
os pontos limites e medidas dos ângulos horizontais, descrevendo
geometricamente determinado espaço e mostrando fielmente como se localiza
os diferentes elementos do seu terreno.

1.2 Localização Geral do Levantamento:

Ponto Coordenadas
X(E) Y(N)
B2 547094,353 9586132,479
C2 547039,881 9586114,189

1.3. Materiais:
- Estação Total.
- Tripé.
- Trena
- Balizas.

1.4. Aspectos Gerais:


Durante o levantamento topográfico planimétrico pode ocorrer erros nas medidas
ocasionados por situações desfavoráveis que ocorram durante as análises feitas em
campo. Os erros podem ser de três maneiras:
Erros Grosseiros: São aqueles que podem ocorrer por desatenção do operador ou mau
funcionamento do instrumento de medição, geralmente é de fácil identificação devido
seu bastante alto ou baixo valor.
Erros Sistemáticos: Ocorrem nos equipamentos e aparecem numa medida com
constância ou determinada lei de ocorrência.
Erros Acidentais: Ocorre devido a ações simultâneas e independentes de causas
indeterminadas. Possui-se métodos normatizados que corrigem esses erros.
2. Fundamentação Teórica:

Durando a medida da poligonal (ABCD) utilizou-se o método da poligonal


fechada, a sequência de medidas foi realizada no sentido horário, sendo assim o
aparelho foi orientado na ré e faz-se a pontaria no alinhamento à vante, sendo
desta forma tem-se a medida dos ângulos externos pois a estação total só mede
ângulos no sentido horários
Ex.: zera-se o instrumento localizado no ponto A na direção do alinhamento da
ré, que se localiza no ponto D, e mira no ponto à vante localizado no ponto B,
tem-se assim o ângulo externo no ponto A.
O primeiro passo dar-se com a montagem no equipamento, inicia-se montando o
tripé, e posicionando a estação total sobre ele, posteriormente irá ter a nivelação
(nível bolha e nível tubular) do equipamento para evitar o maior número de erros
possíveis. Após a realização de todos os cuidados necessários na instalação da
estação total liga-se o aparelho e inicia-se as medições.
Durante o levantamento planimétrico utilizou-se 3 medidas dos ângulos
externos, medidas angulares em duas partes opostas do círculo graduado, sendo
estas a posição direta (PD), e a posição indireta (PI), seguida de uma terceira
medida na posição direta, buscando assim minimizar os erros. Na posição direta
o ponto a ré é zerado e têm-se a medida do ângulo externo quando se mira no
ponto à vante, o ângulo é então a diferença entre as duas medições.
As medidas de distância foram realizadas de forma direta, onde utilizou-se trena
de lona, na qual diante do alinhamento do ponto foram-se medindo distância de
20m, ponto no qual se fixava uma baliza e media-se a partir daí 20m até alcançar
o próximo ponto, minimizando assim os erros no trajeto. Cada distância foi
calculada duas vezes para minimizar os erros de leitura e manuseio do
equipamento.
3. ROTEIRO PARA O CÁLCULO DA POLIGONAL FECHADA

O cálculo das coordenadas da poligonal fechada é feito seguindo-se uma série de


passos, estes estão mostrados a seguir:

3.1 Coleta dos dados em campo:

Os dados referentes aos ângulos horizontais foram coletados com uso da estação
total. As leituras dos pontos foram feitas no sentido horário, assim as medidas
obtidas são de ângulos externos. Já para as distâncias foi usada a trena. Seguem
as leituras dos ângulos horizontais e das distâncias:

Estação Ponto Ângulo Distâncias (m) Distâncias


Visado horizontal médias (m)
externo
A1 D1 266º 20’ 48” 43,43 A1- 43,41
B1 43,39 B1
B1 A1 274º 17’ 46,6” 56,93 B1- 56,92
C1 56,91 C1
C1 B1 269º 10’ 12” 42,81 C1- 42,70
D1 42,59 D1
D1 C1 270º 10’ 17” 54,30 D1- 54,32
A1 54,34 A1

2.2 Erro de Fechamento Angular

Concluído o levantamento planimétrico, realiza-se a medida da variação angular a qual


deve-se fazer o somatório dos ângulos externos e posterior calcular do erro de
fechamento angular. Os mesmos são dados pelas fórmulas a seguir:
Σ Ae=(n+2).180º
Eang = Σ AMedidos– Σ Ae

Onde:
Σ Ae = Somatório dos ângulos externos;
n= Número de estações da poligonal;
Σ AMedidos= Somatório dos ângulos externos medidos;
E ang = Erro de fechamento angular.
Como foram usadas 4 estações, Σ Ae = 1080º.
Σ AMedidos = 266º 20’ 48”+ 274º 17’ 46,6”+ 269º 10’ 12”+ 270º 10’ 17”
Σ AMedidos= 1079º 59’ 3,6”
Eang = 1079º 59’ 3,6”– 1080º

Eang = 0º0’56,4”

O erro tolerado é de 3’, como o erro encontrado foi menor que o tolerado podemos
prosseguir com os cálculos.

2.2 Correção dos ângulos:

Como ocorreu valores de erros angulares deve agora realizar a correção desses ângulos,
é feita a compensação do erro, que é exatamente distribuir o erro em cada estação da
poligonal, subdividindo-o igualmente para a diferentes ângulos. Faz-se utilizando a
seguinte equação:

Eang
Cang 
n
Onde:
Cang = Compensação do erro de fechamento angular;
Eang = Erro de fechamento angular;
n = Número de estações da poligonal.

−(−0º 0’ 56,4”)
C ang=
4

Cang = + 0º 0’ 14,1”

Após o cálculo da compensação angular, deve-se calcular o valor do ângulo corrigido:


Ângulo Compensado = Ângulo Lido + Cang
Ângulos compensados
A2 (Visando D2 e B2) 266º20’48” + Cang 266º21’2,1”
B2 ( Visando A2 e C2) 274º17’46,6”+ Cang 274º18’0,7”
C2 ( Visando B2 e D2) 269º10’12”+ Cang 269º10’26,1”
D2 ( Visando C2 e A2) 270º10’17” + Cang 270º10’31,1”

2.3 Cálculo do Azimute Inicial:


Para calcular o azimute inicial, precisamos das coordenadas geográficas de
dois pontos topográficos consecutivos. Estas estão mostradas a seguir:

Ponto Coordenadas
X(E) Y(N)
B2 547094,353 9586132,479
C2 547039,881 9586114,189

Em seguida, tendo o conhecimento das coordenadas entre dois pontos


podemos calcular a variação da distância no eixo x e no eixo y, permitindo-
nos assim o cálculo do primeiro azimute, para isto aplicamos a seguinte
relação:

. O mesmo é dado pela seguinte fórmula:

(𝑿 −𝑿 )
𝑨𝒁(𝑪𝟐,𝑫𝟐) = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 [ (𝒀𝑪𝟐 −𝒀𝑩𝟐 ] + 180º
𝑪𝟐 𝑩𝟐)

(547039,881−547094,353)
𝑨𝒁(𝑪𝟐,𝑫𝟐) = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 [ ] + 180º
(9586114,189−9586132,479)

𝑨𝒁(𝑪𝟐,𝑫𝟐) = (71º 26’ 22,39”) + 269º10’26,1’’

𝑨𝒁(𝑪𝟐,𝑫𝟐) = 340º36’48,49”

2.4 Cálculos dos Azimutes de Vante:

A partir do azimute inicial, podemos calcular os azimutes dos demais


alinhamentos com a seguinte relação:

Azn = (Azn-1 + an ) – 180º

Temos que: 𝑨𝒁(𝑪𝟐,𝑫𝟐) = 340º36’48,49”

𝑨𝒁(𝑫𝟐,𝑨𝟐) = 340º36’48,49”+ 270º10’31,1” – 180º - 360º

𝑨𝒁(𝑫𝟐,𝑨𝟐) = 70º47’19,59”
𝑨𝒁(𝑨𝟐,𝑩𝟐) = 70º47’19,59” +266º21”2,1” – 180º

𝑨𝒁(𝑨𝟐,𝑩𝟐) = 157º 8’ 21,69”

𝑨𝒁(𝑩𝟐,𝑪𝟐) = 157º 8’ 21,69”+ 274º18’0,7” – 180º

𝑨𝒁(𝑩𝟐,𝑪𝟐) = 251º 26’ 22,3”

2.5 Cálculo das coordenadas parciais:

Para o cálculo das coordenadas parciais de cada estação da poligonal usou-se as


equações:

ΔXi,i+1 = Di.i+1 .sen Azi,i+1


ΔYi,i+1 = Di,i+1 . cos Azi,i+1
Onde:
ΔXi,i+1 : Projeção do alinhamento (i,i+1) na direção X.
ΔYi,i+1 : Projeção do alinhamento (i,i+1) na direção Y.
Di,i+1 : Distância do alinhamento (i,i+1).
Azi,i+1 : Azimute à vante do alinhamento (i,i+1)

ΔXA2-B2 = 43,41 .sen (157º 8’ 21,69”) = 16,864397


ΔYA2-B2 = 43,41. cos (157º 8’ 21,69”) = - 40,000253

ΔXB2-C2 = 56,92 .sen (251º 26’ 22,3”) = - 53,959498


ΔYB2-C2 = 56,92 .cos (251º 26’ 22,3”) = - 18,117919

ΔXC2-D2 = 42,70 .sen (340º36’48,49”) = - 14,173812


ΔYC2-D2 = 42,70 .cos (340º36’48,49”) = 40,278941

ΔXD2-A2 = 54,32 .sen (70º47’19,59”) = 51,295024


ΔYD2-A2 = 54,32 .cos (70º47’19,59”) = 17,874086
2.7 Verificação do Erro de Fechamento Linear - Soma das coordenadas parciais

Σ ΔXi,i+1 = 16,864397+ (- 53,959498) + (- 14,173812) + 51,295024= 0,026111 m

Σ ΔYi,i+1 = (- 40,000253) +(- 18,117919) + 40,278941 + 17,874086 = 0,034855 m

 O erro planimétrico (ep) é dado por:

ep= [(Σ ΔXi,i+1 )2 + (Σ ΔYi,i+1 )2]1/2

ep= [(0,026111)2 + (0,034855)2]1/2

ep = 0,043551 m

2.8 Tolerância do Erro Planimétrico Absoluto:

Utilizamos a seguinte relação:

𝑷
M=𝒆
𝒑

Onde:

M: Módulo de Escala

P: Perímetro da Poligonal, P = 43,41 + 56,92 + 42,70 + 54,32 = 197,35 m

ep: Erro planimétrico

197,35
M = 0,043551

M = 4531

A precisão alcançada foi de 1:4531, ou seja, erro de 1 m a cada 4531m, logo está
dentro da tolerância, pois a norma estabelece uma precisão de 1:1000.
2.9 Cálculo das Correções (erro linear):

Como o erro linear foi menor que o permitido, tem-se agora a eliminação do erro
cometido. É dado pelas seguintes equações:
- Correção para as projeções no eixo X:
C(Xi,i+1) = Di,i+1 . [- (Σ ΔXi,i+1/P)]
kx = - Σ ΔXi,i+1/P
kx= 0,026111/197,35
kx= 1,3231.10-4

- Correção para as projeções no eixo Y:


C(Yi,i+1) = Di,i+1 . [– (Σ ΔYi,i+1 /P)]
ky = – Σ ΔYi,i+1 /P
ky= 0,034855/197,35
ky= 1,7662.10-4

-4
C(XA2-B2) = kx. DA1B1 = -1,3231.10 . 43,41 = -0,0057436
-4
C(XB2-C2) = kx. DB1C1 = -1,3231.10 .56,92 = -0,0075311
-4
C(XC2-D2) = kx. DC1D1 = -1,3231.10 .42,70 = -0,0056496
-4
C(XD2-A2) = kx. DD1A1 = -1,3231.10 . 54,32 = -0,0071871

C(YA2-B2) = kx. DA1B1 =1,7662.10-4 . 43,41 = -0,0076671


C(YB2-C2) = kx. DB1C1 =1,7662.10-4 . 56,92= -0,010053
C(YC2-D2) = kx. DC1D1 =1,7662.10-4.42,70 = -0,0075420
C(YD2-A2) = kx. DD1A1 = 1,7662.10-4. 54,32= -0,0095940

2.10 Compensações das coordenadas parciais:


Para fazer as correções usamos as seguintes relações:
ΔX’i+1 = ΔXi+1 +Cx
ΔY’i+1 = ΔYi+1 +Cy

Eixo x Eixo y
Projeção Correção Projeção Projeção Correção Projeção
Calculada Compensado Calculada Compensado
ΔXi+1 Cx ΔX’i+1 ΔYi+1 Cy ΔY’i+1
16,864397 -0,0057436 16,858653 - 40,000253 -0,0076671 -40,007920
- 53,959498 -0,0075311 -53,967029 - 18,117919 -0,010053 -18,127972
- 14,173812 -0,0056496 -14,179462 40,278941 -0,0075420 40,271399
51,295024 -0,0071871 51,287837 17,874086 -0,0095940 17,864492
Somatório 0,000001 0,000001

Após a correção, o somatório das correções coordenadas tanto em X quanto em Y deve


ser igual a 0.

2.11 Cálculo das Coordenadas Totais:


Para enfim calcularmos as coordenadas totais dos demais pontos, utilizamos as
seguintes formulações:
Xi+1= Xi + ΔX’ i,i+1
Yi+1= Yi + ΔY’ i,i+1
Sabe-se as coordenadas do ponto B2 e C2, onde:
B2(547094,353 ; 9586132,479)
C2(547039,881 ; 9586114,189)
Assim, temos:
XC2 = 547094,353 + (-53,967029)
XC2 = 547040,386

XD2 = 547040,386 + (-14,179462)


XD2 = 547026,2065

XA2 = 547026,2065+ (51,287837)


XA2 = 547077,4944

XB2 = 547077,4944+(16,858653)
XB2 = 547094,353 (confirmação)

YC2 = 9586132,479 + (-18,127972)


YC2 = 9586114,351

YD2 = 9586114,351 + (40,271399)


YD2 = 9586154,622
YA2 = 9586154,622+ (17,864492)
YA2 = 9586172,487

YB2 = 9586172,487+ (-40,007920)


YB2 = 9586132,479 (confirmação)

A partir do cálculo das coordenadas totais temos os seguintes valores :


Pontos Eixo x (E) Eixo y (N)
A2 547077,4944 9586172,487
B2 547094,353 9586132,479
C2 547040,386 9586114,351
D2 547026,2065 9586154,622

4. CÁLCULO DA ESCALA A SER USADA NO DESENHO

Para melhor visualização da poligonal, resolvemos adotar o Norte na direção horizontal

da folha. Assim, reduzindo o valor da legenda e das margens temos disponível o lado de

maior comprimento, 56,92m, coincidirá com a largura da folha, 17,5 cm.

E = Distância no desenho/ Distância Real

E = 17,5cm/5692cm

E =1:326

Essa é a escala mínima a ser adotada. Porém para facilitar as conversões e ter uma

melhor representação do terreno, adotamos a escala de 1:500.

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