Você está na página 1de 26

TOPOGRAFIA

Conceito de Topografia:

O significado etimológico da palavra TOPOGRAFIA, quer dizer:


TOPOS = Lugar
GRAFIA = Descrição
Ou seja , Topografia é a descrição de um lugar.

Temos outro conceito:


É a ciência que estuda instrumentos e métodos para coleta de dados, cálculo e
representação gráfica de parte da superfície terrestre, sem levar em consideração a
curvatura da terra causada pela sua esfericidade. Representação esta feita sobre um
plano, ortogonalmente a este, denominado Plano Topográfico.

Importância da Topografia:

Como todas as obras de engenharia, agronomia e arquitetura, são executadas sobre


parte da superfície terrestre, a partir de estudos e projetos previamente elaborados, cabe
a topografia dar a base para que estes projetos sejam executados com maior precisão e
locados corretamente na área onde serão executados. A topografia auxilia projetos e
obras:
a - Construção Civil, como prédios, pontes, rodovias, barragens, ferrovias, etc.
b - Urbanismo, como plano diretor, sistema viário, eletrificação, saneamento, loteamentos,
rede telefônica, etc.
c - Agricultura, como projetos de culturas, drenagens, irrigações, cadastro de culturas, etc.
d - Silvicultura, como reflorestamento, reservas florestais, etc.

Divisão da Topografia:

a - Topometria: É o conjunto de métodos empregados para a coleta de dados, dados


estes para o cálculo e representação gráfica de parte da superfície terrestre. Divide-se
em:
a.1 - Planimetria - É a representação em projeção horizontal dos detalhes naturais e
artificiais, ( planta baixa ).

a.2 - Altimetria - É a determinação das distâncias verticais de um certo número de pontos


sobre a superfície a ser levantada, tendo como referência o nível médio dos mares ou o
próprio plano topográfico.

b - Topologia: Tem por objetivo o estudo das formas exteriores da superfície terrestre e
das leis a que rege o seu modelado. Sua aplicação principal é na representação da
altimetria pelas curvas de nível, que são as intersecções obtidas por planos eqüidistantes
paralelos ao plano de representação.

c - Taqueometria: Tem por finalidade a determinação das distâncias horizontais e


verticais, de maneira indireta, através da resolução de triângulos retângulos situados no
plano vertical. Sua principal utilização é em terrenos acidentados onde a determinação
direta torna-se inviável.

2
3

d - Fotogrametria: São levantamentos fototopográficos, efetuados em áreas extensas,


utilizando-se de equipamentos chamados de fototeodolitos ou fotogrâmetros. Divide-se
em:

d.1 - Aerofotogrametria.
d.2 - Fotogrametria terrestre.

e - Topografia Expedita: Tem por finalidade dar uma noção de situação da área a ser
levantada.

f - Topografia Regular: Divide-se em:

f.1 - Topografia regular de alta precisão, onde podem ocorrer erros de: angular de 1/10’n,
onde n é o número de estações da poligonal levantada; linear de 1: 10000.

f.2 - Topografia regular de média precisão, onde podem ocorrer erros de:

Tipo de terreno Erro Angular Erro Linear


Plano 1’n 1 : 2000 *
Ondulado 2’n 1 : 1000
Acidentado 3’n 1 : 500
(* mais usual para qualquer tipo de terreno)

g - GPS (Global Positioning System) ou Sistema de Posicionamento Global. Consiste em


uma rede de 24 satélites em 6 planos de órbita sobre a terra com uma altitude
aproximada de 20.200 km. Por meio de receptor GPS na superfície terrestre pode-se
determinar uma posição geográfica (latitude, longitude e altitude) exata sobre a mesma.

Goniologia:

É a parte da matemática que estuda os ângulos, divide-se em:

a - Goniometria: estuda os métodos e aparelhos utilizados na determinação numérica dos


ângulos.

b - Goniografia: estudas os métodos e aparelhos utilizados na representação gráfica dos


ângulos. Todo aparelho destinado medir ângulos chama-se goniômetro, e a parte para
avaliação do ângulo propriamente dita, chama-se limbo. No goniômetro encontramos dois
limbos, um horizontal e outro vertical.

Ângulos Horizontais:

a - Ângulo Externo (Ae): É o ângulo contado a partir do alinhamento anterior para o


posterior, externamente a poligonal.  Ae = (n+2).180

b - Ângulo Interno (Ai): É o ângulo contado a partir do alinhamento anterior para o


posterior, internamente a poligonal.  Ai = (n-2).180

c - Deflexão: É o ângulo contado a partir do prolongamento do alinhamento anterior, para


o posterior, podendo ser deflexão a direita (Dd) ou esquerda (De).  Dd -  De = 360

3
4

d - Azimute (Az): É o ângulo orientado, contado da direção norte para o alinhamento


posterior, variando de 0 a 360 no sentido horário.

e - Rumo (R): é o ângulo orientado contado a partir da direção norte ou sul em direção ao
alinhamento, variando de 0 a 90, recebendo as letras correspondentes ao quadrante
que pertence.
Primeiro Quadrante NE
Segundo Quadrante SE
Terceiro Quadrante SO
Quarto Quadrante NO

Calculo do Rumo em função do Azimute, e do Azimute em função do Rumo:

Quadrante Az p/ Rumo Rumo p/ Az


01 R = Az Az = R
02 R = 180° - Az Az = 180° - R
03 R = Az - 180° Az = R + 180°
04 R = 360° - Az Az = 360° - R

4
5

Calcular os Rumos em função dos Azimutes dados:

1 - 45° 16’ 35”


2 - 122° 59’ 18”
3 - 259° 44’ 55”
4 - 348° 02’ 07”
5 - 90° 01’ 09”

Calcular os Azimutes em função dos Rumos dados:

1 - 88° 43’ 25” NE


2 - 1° 27’ 12” SE
3 - 16° 00’ 52” SO
4 - 89° 59’ 47” NO
5 - 26° 32’ 16” SO

Declinação Magnética:

Meridiano Geográfico: O Meridiano Geográfico de um lugar corresponde ao plano que


contém este ponto e o eixo de rotação da terra.
Meridiano Magnético: O Meridiano Magnético de um lugar, corresponde ao plano que
contém o eixo longitudinal de uma agulha imantada em equilíbrio, sobre o ponto, e a
vertical do lugar.
Em geral, o MM e o MG não coincidem, formando entre eles uma diferença angular
chamada de Declinação magnética. A diferença pode aumentar até um certo limite para
Oeste, e retroceder em seguida para Leste, também até certo limite. Com isto podemos
dizer que determinado Azimute de um alinhamento em determinada localidade e data,
varia com o tempo. Por isso quando temos um Azimute lido em uma época remota, e há a
necessidade de restabelecer o alinhamento definido por este Azimute, precisamos
reconstituí-lo para os dias de hoje. Esse trabalho chama-se Aviventação de Azimutes
ou Rumos.
A Declinação Magnética não é igual para todos os pontos da superfície terrestre, nem
mesmo é constante em um mesmo lugar, sofrendo variações diárias, mensais, anuais e
seculares.
As cartas que ligam os pontos de mesma Declinação Magnética são chamadas de
Cartas Isogônicas, e as que ligam os pontos de mesma variação anual de declinação
são chamadas de Cartas Isopóricas. Estas cartas são fornecidas pelos anuários dos
observatórios astronômicos. Para obter o valor da declinação e da variação anual,
necessita-se conhecer as coordenados do ponto em questão.
Existem outros meios de determinarmos a declinação de certa região da superfície
terrestre, tais como o do processo do estilete vertical e o processo das alturas
correspondente com observação ao sol através do teodolito.

Exemplo de aviventação de Rumos e Azimutes:


- O Rumo Magnético do alinhamento 1-2 era de 45° 15’ 00” SE em 01/07/87. Calcular o
Rumo e Azimute Verdadeiros. Por um anuário constataram-se os seguintes dados:  = 1
40’ 00” E em 01/01/85 e  = 8’ 00” E.

Entre 01/01/85 e 01/07/87 temos 2 anos e 6 meses, corresponde a 2,5 anos.


Neste período o Norte Magnético variou 20’ = 2,5 x 8’ para Leste.
Portanto a Declinação Magnética em 01/07/87 era de 2 = 1 40’ 00” + 20’ 00”
Assim, o Azimute Geográfico será de 136 45’ 00” = 134 45’ 00” + 2 00’ 00”.
O Rumo Geográfico será de 43 15’ 00” SE = 45 15’ 00” SE - 2 00’ 00”.

5
6

Exercícios:

1 - O Rumo Geográfico do alinhamento 2-3 é de 80 15’ 00” NO. Calcular o Rumo e
Azimute magnéticos deste alinhamento em 1995. Das cartas isogônicas e isopóricas de
1983, constatou-se que a Declinação Magnética era 1300’ 00” O e a variação anual de
11’ 00” O.

2 - O Azimute magnético do alinhamento 0=PP - 1 era de 123 12’ 00” em 18/11/92.


Calcular o Rumo e Azimute Geográficos deste alinhamento, sabendo-se que a
Declinação Magnética em 18/05/90 era 7 12’ 00” E e a variação anual de 6’ 00” E.

3 - O azimute verdadeiro do alinhamento 6-7 de uma poligonal, é de 238 16’ 40”, Calcular
o Azimute magnético deste alinhamento em 22/06/95, sabendo-se que em 22/06/93  = 2
20’ 20” O e  = 4’ E.

6
7

Materiais Topográficos:

Trenas: São instrumentos utilizados para medição direta de distâncias. São graduadas em
múltiplos e submúltiplos do metro, com comprimento variando de 20m a 50m. São
fabricadas em fiberglass (fibra de vidro) ou aço, com carretéis fechados ou abertos.

Piquetes: São estacas de madeira com secção transversal quadrada de 4cm X 4cm, com
comprimento de 20cm a 25cm , apontados em uma das extremidades. Tem por finalidade
a materialização de um ponto topográfico, sendo cravado no solo, ficando apenas 1cm ou
2cm para fora, sem possíveis movimentos laterais.

Estaca Testemunha: São estacas de madeira com secção transversal de 4cm X 4cm e
com 50cm de comprimento, com um chanfro na parte superior, onde é colocado o nome
ou número do piquete a que esta estaca se refere. Tem por finalidade, possibilitar a
identificação e localização do piquete, ficando a mesma cravada a uma distância de 50cm
do referido piquete, com o chanfro voltado para o mesmo.

7
8

Balizas: São hastes metálicas ou de madeira de secção transversal circular ou oitavada,


respectivamente, com 2m de comprimento, pintadas de branco e vermelho
alternadamente em faixas de 50cm. Servem para materializar a vertical nos pontos
topográficos (piquetes).

Bússolas: Dentro de uma grande variedade de tipos, são constituídas basicamente de


uma agulha magnética e um círculo graduado em limbo fixo ou móvel. Divide-se em tipo
americano (Rumos), e tipo francês (Azimutes). Tem por finalidade a orientação do
alinhamento em relação ao Norte Magnético.

Estádias: São construídas em forma de paralelepípedos em alumínio ou madeira, com 4m


de comprimento, graduadas em metros e centímetros, nos tipos de encaixar e
telescópica. Servem para as leituras estadimétricas na determinação dos desníveis e
distâncias indiretas.

8
9

Níveis: São aparelhos óticos destinados a determinação de desníveis entre pontos os


topográficos, de amarrações, etc.
Dividem-se em:
1 - Níveis baseados na diferença de densidade entre dois líquidos, ou entre um líquido e
um gás.
2 - Níveis automáticos, baseados no equilíbrio dos corpos suspensos.
3 - Níveis baseados na horizontalidade de uma superfície líquida em repouso.

Nível Digital Nível Ótico

Níveis de cantoneira: São níveis de bolha esféricos destinados a proporcionar a


verticalização das estádias e/ou balizas.

Teodolito: São goniômetros apropriados para a determinação numérica dos ângulos


verticais e horizontais, bem como a determinação direta de distâncias (distanciometro
eletrônico) e indireta (taqueometria); estas horizontais e verticais (distâncias reduzidas e
desníveis). Divide-se em:

1 - Teodolito de leitura direta de ângulos.


2 - Teodolito prismático.
3 - Teodolito auto-redutor.
4 - Teodolito eletrônico.
5 - Estação Total (teodolito com distaciômetro eletrônico integrado)

Estação Total Prismas Teodolito Prismático Teodolito de Leitura Direta

9
10

Constituição dos teodolitos:

1 - Partes Principais:

1.1 - Círculos graduados.


1.2 - Alidade.
1.3 - Luneta.
1.4 - Eixos.

2 - Acessórios:

2.1 - Parafusos calantes ou niveladores.


2.2 - Parafusos de fixação e aproximação do movimento geral.
2.3 - Parafusos de fixação e aproximação do movimento particular.
2.4 - Nônio ou Verniers.
2.5 - Parafusos de fixação e aproximação da luneta.
2.6 - Parafusos ou anéis de focalização da objetiva e ocular.
2.7 - Parafusos retificadores dos níveis de bolha, retículos, eixo transversal e círculo
vertical.
2.8 - Níveis de bolha.
2.9 - Tripé, fio de prumo e prumo ótico.
2.10 - Bússola ou declinatória.
2.11 - Display de cristal líquido.
2.12 – Memória interna de gravação.

Tripé de Madeira Tripé de Alumínio

Nomenclatura em Topografia:

1 - Ponto topográfico: Ponto escolhido no terreno e materializado pelo piquete e


individualizado pela tachinha, colocada na parte superior do piquete.
2 - Alinhamento topográfico: É a linha que une dois pontos topográficos materializados,
medido no plano horizontal de projeção, são os lados da poligonal.
3 - Ponto de partida: É o ponto onde tem início o levantamento, também chamado de
estação zero (0=PP).
4 - Estação: São os demais vértices da poligonal.
5 - Amarração de detalhes: É o relacionamento dos detalhes artificiais e naturais da
região levantada, com os lados e vértices da poligonal.
6 - Plano topográfico: É o plano horizontal de projeção, no qual todos os detalhes naturais
e artificiais, bem como os elementos da poligonal, são projetados, ortogonalmente a este.
7 - Planta topográfica: É a representação gráfica de parte da superfície terrestre a que se
refere o levantamento.

10
11

Métodos de Levantamento Topográfico Planimétrico:

1 - Decomposição em triângulos ou triangulação: É utilizado em levantamento de


pequenas áreas e amarrações de detalhes naturais e artificiais, é um método pouco
preciso. Utiliza-se trena e balizas. Consiste em decompor com o auxílio de um ou mais
pontos instalados no interior da poligonal (piquetes), em triângulos a área a ser levantada,
medindo-se os lados de cada triângulo.

A área de cada triângulo será calculada pela seguinte fórmula: A =  p(p - a)(p -b)(p -
c) , onde p = a + b + c
2

A área da poligonal será a soma das áreas dos triângulos. A representação gráfica se faz
com o auxílio do compasso e escalímetro, ficando a poligonal sem orientação.

2 - Irradiação ou Coordenada Polar: Aplica-se a qualquer levantamento de áreas


pequenas ou amarrações de detalhes artificiais e naturais. Utiliza-se teodolito, trena e
balizas. Consiste em instalar um ponto no interior da área a ser levantada, e com o
teodolito calado neste ponto (zerado no Norte), determina-se Azimutes e distâncias para
cad um dos vértices da área

11
12

x1 = x0 + d1 . sen Az1
y1 = y0 + d1 . cos Az1
x2 = x0 + d2 . sen Az2
y2 = y0 + d2 . cos Az2
.
.
.
xN = x0 + dN . sen AzN

Quando da amarração de pontos a partir de pontos de uma poligonal, temos:

Az8-1 = Az7-8 + H1 - 180


x1 = x8 + d1 . sen Az8-1
y1 = y8 + d1 . cos Az8-1

Az8-2 = Az7-8 + H2 -180


x2 = x8 + d2 . sen Az8-2
y2 = y8 + d2 . cos Az8-2

Onde: Az7-8 = Azimute do vértice 07 para 08


Az8-1 = Azimute do vértice 08 para o ponto de amarração 01
x1 , y1 = coordenadas x e y do ponto 01 das amarrações...

O cálculo da área será dado pela seguinte fórmula: A= ((xn + xn-1) . (yn - yn-1))
2
A representação gráfica, tanto da área, quanto das amarrações, será feita em um par de
eixos cartesianos em escala apropriada. O eixo y será a direção Norte.

3 - Interseções ou Coordenadas Bipolares: Este método é utilizado para medições de


pontos inacessíveis ou de difícil acesso. São utilizados teodolito, trena e balizas. Este
método consiste em definir dois pontos no terreno com visibilidade entre si e para o ponto
a medir. Instala-se o teodolito em um dos pontos, zerando-se no outro ponto, mede-se o
ângulo horizontal ao ponto inacessível. Repete-se a operação instalando-se o teodolito no
outro ponto. Conhecendo-se os dois ângulos e a distância entre os pontos onde se
instalou o teodolito, determina-se os demais elementos deste triângulo.

 = 180 -  - 

D = d1 = d2 .
sen  sen  sen 

A representação gráfica se faz com o auxílio de compasso e escalímetro.

12
13

4 - Ordenadas ou Coordenadas Retangulares: Este método é pouco preciso por exigir


um grande número de medidas diretas no terreno, por este motivo costuma-se empregá-
lo em operações que não demandem grande exatidão. É um método muito utilizado para
efetuar amarrações de detalhes naturais e artificiais, como rios e caminhos sinuosos. São
utilizados teodolito , trena e balizas. Consiste em determinar um alinhamento (abscissa)
mais ou menos paralelo ao detalhe a ser levantado, e com distâncias tomadas
perpendiculares a este alinhamento (ordenadas), amarramos os detalhes.

Como se pode verificar, entre as ordenadas, formam-se trapézios. Desta maneira


podemos aplicar a fórmula para o cálculo da área:

A = ( B + b ).h
2
Para os trapézios teremos:
A1 = ( y0 + y1 ). (x1 – x0)
2
E assim sucessivamente para os demais trapézios, e ao final somamos todas as áreas :
At = A1 + A2 + ...

5 - Caminhamento: É o método de levantamento mais utilizado para qualquer tipo de


área e relevo. Utiliza-se teodolito, trena e balizas. Consiste nas seguintes operações de
campo e escritório:

5.1 - Campo:

5.1.1 - Reconhecimento da área a ser levantada: Partindo-se de um ponto tomado como


origem (0=PP), percorre-se a área, caminhando sobre as divisas ou o mais próximo
possível delas, materializando os vértices da poligonal com piquetes, os quais deverão se
intervisíveis na ordem que seguem, ou na necessidade procede-se abertura de picadas
na mata, para a visibilidade entre eles. Quando da não possibilidade de coincidir o
alinhamento da poligonal com a divisa do terreno, procedemos a partir dos vértices da
poligonal a amarração desta divisas.

13
14

5.1.3 - Medição das distâncias horizontais: Podem ser diretas, indiretas ou eletrônicas. Na
determinação direta das distâncias devemos ter o cuidado de manter sempre a trena na
horizontal, evitando-se tomar medidas inclinadas e evitando-se também a catenária.

A determinação indireta das distâncias é feita através de taqueometria e a eletrônica


através de distanciômetros eletrônicos e prismas.
5.1.4 - Amarração de detalhes naturais e artificiais: Poderá ser feita por qualquer processo
de levantamento planimétrico já descrito, sendo o mais utilizado a irradiação.

14
15

5.1.5 - Anotações de caderneta de campo: Na caderneta de campo deverão constar os


seguintes itens:

5.1.5.1 - Número da estação.


5.1.5.2 - Ângulo horizontal na estação.
5.1.5.3 - Azimute ou Rumo inicial.
5.1.5.4 - Distancias horizontais.
5.1.5.5 - Croqui.
5.1.5.6 - Ângulo e distância das amarrações.

Nas estações totais todos os dados são armazenados na memória interna (ângulos,
distâncias horizontais, desníveis, descrição dos pontos, altura do instrumento, altura do
prisma e outros).

5.2 - Trabalho de escritório:

5.2.1 - Cálculo: Compreende o cálculo da planilha através do uso de computadores ou


com o auxílio de calculadoras científicas, bem como o cálculo das amarrações para a
obtenção das coordenadas de todos os pontos e posterior representação gráfica.

15
16

5.2.2 - Representação gráfica: Poderá ser realizada em computadores com programas de


CAD, ou manualmente em par de eixos cartesianos na escala adequada.

Planilha Topográfica:

Est Ang. Ext. corr Ang. Ext. Azimute Dist. (m) Sen. Cos Proj. X Proj. Y
0=PP 4501’20” 84,85 0,7074 0,7068 60,02 59,97
01 24326’10” -1’ 24325’10” 10826’30” 63,25 0,9486 -0,3163 60,00 -20,01
02 25133’50” -1’ 25132’50” 17959’20” 40,10 0,0002 -0,9999 0,01 -40,10
03 27001’00” 27001’00” 27000’20” 119,92 -0,9999 0,0001 -119,92 0,01
0=PP 31501’00” 31501’00” 4501’20”  = 0,11  = - 0,13
[] = 239,95 [] = 120,09
Kx = 0,11 / 239,95 = 0,00045842883934
Ky = 0,13 / 120,09 = 0,00108252144225

Corr. X Corr. Y Proj. X Proj. Y Coord. X Coord. Y X Y X.Proj.Y Y.Proj.X


-0,03 0,07 59,99 60,04 0,00 0,00 59,99 60,04 3601,7996 3601,7996
-0,03 0,02 59,97 -19,99 59,99 60,04 179,95 100,09 -3597,2005 6002,3973
0,04 0,01 -40,06 119,96 40,05 239,93 40,04 -9611,5958 0,4004
-0,05 -119,97 0,01 119,97 -0,01 119.97 -0,01 1,1997 1,1997
0,00 0,00
 = -0,11  = 0,13 = -9605,797 = 9605,797
ÁREA = 4802,8985 m2

16
17

A representação gráfica se faz em um par de eixos cartesianos, através das coordenadas


(X,Y) da planilha.

Altimetria:

Topologia: Para possibilitar o traçado da planta planialtimétrica, o levantamento de obter


dados que permitam marcar no desenho um número de pontos cotados capaz de
caracterizar o relevo da superfície topográfica através das curvas de nível que melhor o
represente. Esses pontos notáveis são os pontos onde o terreno apresenta uma mudança
acentuada de declividade em relação as suas proximidades.
A união de pontos notáveis de mesma categoria, da origem as linhas notáveis que se
classificam em:
1 - Linhas de cumeada, de espigão ou divisórias de águas, que são linhas formadas pela
sucessão de pontos notáveis mais altos. As águas das chuvas que caem sobre uma linha
de cumeada se dividem, caindo uma parte em cada uma das superfícies laterais,
chamadas de vertentes das águas.
2 - Linhas de talvegue, são formadas pela sucessão de pontos notáveis mais baixos, em
relação as suas proximidades. Ao longo das linhas de talvegue reúnem-se as águas das
vertentes, formando os cursos d’água.
3 - Linhas notáveis intermediárias, sem nome próprio, caracteriza a forma de sua
superfície topográfica.

A construção das curvas de nível é feita através de pontos cotados, criteriosamente


levantados no local, marcados e cotados no desenho. A Caderneta de campo, além das
anotações correspondentes ao levantamento dos pontos, deve descrever o aspecto geral
do terreno, e indicação de linhas notáveis. Na confecção da planta planialtimétrica, com
curvas de nível, deve-se marcar inicialmente os pontos cotados conhecidos, procurando
visualizar, a seguir o relevo do terreno, delineando as linhas notáveis, os vales e os
espigões. Em seguida são determinadas as cotas cheias entre cada par de pontos, em
um processo gráfico. Finalmente, unem-se criteriosamente os pontos de mesma cota
cheia (inteira), dando a cada curva um aspecto compatível com as formas naturais do
terreno.

17
18

A experiência conseguida por constantes observações, permite que se chegue a algumas


conclusões a respeito das curvas de nível:
1 - As curvas de nível, nos terrenos naturais, tendem a um certo paralelismo e são isentas
de ângulos vivos e curvas bruscas .
2 - As curvas de nível não se cruzam.
3 - Uma curva de nível não tangência a si mesma.
4 - As curvas de nível cortam perpendicularmente as linhas de água.
5 - As curvas de nível formam linhas fechadas em torno das elevações e depressões.
6 - As curvas de nível tendem a ser paralelas as linhas de fundo de vale.
7 - As curvas de nível são contínuas e não se interrompem bruscamente.

18
19

Métodos para a determinação do desnível entre dois pontos.

1 - Nivelamento Geométrico.
2 - Nivelamento Trigonométrico.
3 - Nivelamento Barométrico.
4 – GPS (Sistema de Posição Global)

GPS
O nivelamento geométrico é baseado na diferença de leituras feitas em miras graduadas.
É de grande precisão, sendo muito utilizado em levantamentos de 1 a ordem com erros em
milímetros.

O nivelamento trigonométrico é baseado na resolução de triângulos retângulos , com


precisão inferior ao nivelamento geométrico.

O nivelamento barométrico é baseado no decréscimo da precisão com a altitude, sendo


de apenas alguns metros, tendo como vantagem a independência das observações, não
necessitando de visibilidade entre os pontos.

Nivelamento Geométrico:

Como considerado anteriormente, o processo consiste na diferença de leituras feitas


sobre as miras graduadas, utilizando níveis de luneta. Conhecendo-se a altitude ou cota
do primeiro ponto, determina-se a altitude ou cota do segundo. Os pontos de altitudes
conhecidas são encontrados no I.B.G.E. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e
na D.S.G. (Diretoria de Serviço Geográfico). Esses pontos são denominados de RN
(Referência de Nível), baseados no datum altimétrico de Imbituba - SC.
O nivelamento geométrico é classificado segundo o seu erro de fechamento, no
nivelamento e contra nivelamento:
1a Ordem - erro  4mm.
2a Ordem - erro  6mm.
Topográfico - erro  3cm

Dependendo do tipo de levantamento e do tipo de terreno, as operações de campo


podem ser feitas utilizando um dos métodos a seguir:
1 - Visadas iguais.
2 - Visadas extremas.
3 - Visadas recíprocas.
4 - Visadas eqüidistantes.

19
20

O método das visadas iguais é o mais utilizado, empregando-se o nível de luneta afastado
igualmente de ambas as miras sobre os pontos dos quais se deseja definir o desnível.

Assim: H = R - V

A maior vantagem do processo, sem considerar a sua extrema simplicidade, é de que os


erros provocados pela curvatura da terra, refração atmosférica e colimação vertical, ficam
eliminados na diferença de leituras.

Se dois pontos dos quais se deseja conhecer o desnível, estão muito afastados, haverá a
necessidade de mudar o nível várias vezes até obtermos o desnível.

Assim: H =  (R -V)

Se tivermos a altitude ou cota de um dos pontos, ao somarmos o desnível entre os


mesmos com esta, teremos a cota ou altitude do outro ponto.
A igualdade das distâncias do nível de luneta para as miras, é obtida contando-se os
passos da mira a ré ao nível, e do nível a mira a vante, com uma tolerância de erro
aproximadamente de 2 metros.
Os demais métodos de nivelamento geométrico citados anteriormente, não são usuais,
portanto não os descreveremos aqui.

20
21

Nivelamento Trigonométrico:

O nivelamento trigonométrico pode ser dividido em:


1 - Nivelamento trigonométrico de curto alcance.
2 - Nivelamento trigonométrico de longo alcance.
O nivelamento trigonométrico de curto alcance, é normalmente usado em levantamentos
topográficos por caminhamento, ficando o de longo alcance, para triangulações
fundamentais ou secundárias, e poligonais com distanciômetros eletrônicos. O segundo
caso não será descrito aqui.

O nivelamento trigonométrico baseia-se na resolução de triângulos retângulos,


determinando assim, não só o desnível entre os pontos, bem como a distância entre eles.

Assim: D = (S -I).K.cos2 (90 - z) ou D = (S - I).K.cos2 

H = D.tg (90 - z) + hi - M ou H = D.tg  + hi - M

onde:  = ângulo vertical ao horizonte.


z = ângulo zenital.
hi = altura do teodolito.
D = distância entre os pontos.
H = desnível entre os pontos.
S = leitura estadimétrica no retículo superior.
M = leitura estadimétrica no retículo médio.
S = leitura estadimétrica no retículo inferior.
K = constante do aparelho igual a 100.

21
22

Exemplo: Determinar a distância e desnível entre os postos 1 e 2, para os seguintes


dados obtidos em um levantamento trigonométrico:
z = 92 16’20” S = 1,000 M = 0,801 I = 0,600 hi = 1,685 K = 100

D = (1,000 - 0,600).100.cos2 (90 - 92,272222)


D = 40,00 . 0,998428
D = 39,937 m

H = 39,937 . tg (90 - 92,27222) + 1,685 - 0,801


H = 39,937 . tg (-2,27222) + 1,685 - 0,801
H = - 0,7006 m

Devemos tomar cuidado quando da utilização do ângulo vertical ao horizonte (), quanto
ao sinal positivo ou negativo, se o mesmo for medido acima ou abaixo do horizonte
respectivamente.
Se tivermos a cota ou altitude do ponto onde está instalado o aparelho, e somarmos ao
desnível, obteremos a cota ou desnível onde está mira.

Terraplenagem Para Plataformas

Nesta parte abordaremos os trabalhos de terraplenagem para construção de plataformas


horizontais.
Para melhor planejarmos devemos ter conhecimento da altimetria, por pontos cotados em
uma malha, ou pelas curvas de nível, isto é obtido pelo levantamento planialtimétrico do
local onde realizar-se-á a terraplenagem.
Esta malha anteriormente citada será quadrada de 20 X 20 metros, podendo ser reduzida
em função da área, para 10 X 10 metros ou ainda 5 X 5 metros para lotes urbanos e
pequenos.
A terraplenagem é feita para uma determinada finalidade ou objetivo como segue:

1a hipótese: o plano horizontal sem imposição de uma cota final determinada.

2a hipótese: o plano horizontal com imposição de uma cota final determinada.

Sabemos que o custo da terraplenagem compõe-se basicamente pelo custo do corte e


transporte. O aterro é uma conseqüência do corte e transporte, como tal não é pago.
baseado nisso a topografia poderá escolher uma altura do plano final que determine
volumes iguais de corte e aterro ou o mínimo de transporte possível, solução portanto
mais econômica. Caso o projeto obrigue a uma determinada altura do plano, restará a
topografia a sua aplicação e cálculo dos volumes de corte e aterro, os quais serão
diferentes.

22
23

Para exemplificarmos as duas hipóteses usaremos o mesmo modelo de terreno, um


quadrado de 30 X 30 metros como segue:

1 - Calcular a cota final para um plano horizontal, de forma que os volumes de corte e
aterro sejam iguais.

2 - Calcular o volume de bota-fora para que a cota final do plano horizontal fique em
4,60 m.
Resolução:

1 - determinação da cota em função dos pesos:

peso 1 peso 2 peso 4 Número de pesos:


4,2 3,0 4,0 peso 1 = 4
4,4 2,8 3,5 peso 2 = 8
7,4 5,1 4,7 peso 4 = 4
7,0 6,3 5,0
6,0 total = 16
6,2
6,1
5,0
23,0 40,5 17,2
x 1 x 2 x 4 cota final = (23,0 + 81,0 + 68,8) / 16
23,0 81,0 68,8 cota final = 4,8 metros

23
24

2 - determinação do volume de bota fora para cota final de 4,6 m.

Diferença entre a cota 4,8 m (cota para corte = aterro) e cota final de 4,6 m, é de 0,20 m,
em uma área de 900 m2 (30m X 30m), teremos um volume de bota-fora iguala 180 m3.

1o perfil
Área de aterro = 43,00 m2
Área de corte = 00,00 m2

2o perfil
Área de aterro = 18,98 m2
Área de corte = 0,48 m2

3o perfil
Área de aterro = 0,20 m2
Área de corte = 15,20 m2

24
25

4o perfil
área de aterro = 0,00 m2
área de corte = 50,00 m2

Vc12 = 2,40 m3 Va12 = 309,90 m3


Vc23 = 78,40 m3 Va23 = 95,90 m3
Vc34 = 326,00 m3 Va34 = 1,00 m3

Volume de corte = Volume de aterro = 406,80 m3

Locação de Obras.

Locação de uma obra é a operação inversa de um levantamento, também chamado de


medição, onde o profissional vai ao campo obter dados para cálculo e desenho. Na
locação também chamada de marcação , os dados foram processados no escritório para
posteriormente serem implantados no campo através de um projeto. O sucesso de uma
obra depende das duas atividades bem executadas.
A locação poderá se efetuada de duas .maneiras diferentes:
1 - Através de um sistema coordenadas cartesianas.
2 - Através de um sistema coordenadas polares.
Dos dois sistemas o mais utilizado para determinação de alinhamentos é o cartesiano e
na determinação de pontos, o melhor é o de coordenadas polares.
Poderemos locar uma obra, através das estacas ou dos alinhamentos das paredes.

Locação de estacas:
Com o projeto do estaqueamento em mãos, escolhemos a origem do sistema cartesiano
que pode ser um ponto do alinhamento predial ou uma das estacas previstas no projeto.
Definido o sistema, instala-se o teodolito na origem deste, e define-se os alinhamentos e
distâncias para as outras estacas. Para se evitar a perda deste piqueteamento, procede-
se a marcação dos alinhamentos em tábuas ou sarrafos nivelados e colocados em torno
de toda a obra a ser executada.
Os alinhamentos a qualquer momento poderão ser materializados através de linhas de
nylon esticadas a partir destes sarrafos, podendo assim recuperar os posicionamentos
das estacas, os quais estarão localizados no cruzamento das linhas e definidos no solo
(ou sobre os piquetes) através de um prumo de centro.

25
26

Locação de Paredes:
Esta locação é similar a feita para estacas, diferindo apenas que ao invés de marcarmos o
centro das estacas, marcamos os eixos da paredes ou uma das faces das mesmas,
principalmente para as paredes externas. Neste caso também faremos uma amarração
em tábuas ou sarrafos colocados ao redor de toda a obra a ser executada.

Referências Bibliográficas:
Topografia, volumes 1 e 2, de Alberto de Campos Borges.

26

Você também pode gostar