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Curso de

Navegação

Rafael Campos

www.rafaelcampos.esp.br
Curso de orientação com mapa e bússola

ORIENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
2. INSTRUMENTOS DE NAVEGAÇÃO
a. A bússola
1) Cuidados com a bússola
2) Partes da bússola
3) Definindo um azimute com o uso da bússola
a) Como medir azimute entre dois pontos no terreno?
b) Como medir azimute entre dois pontos no mapa?
c) Correção da declinação magnética na bússola

b. O mapa
1) Paralelos e meridianos
2) Projeção
3) Grid UTM
4) Declinação magnética – definição e cálculo
5) Convergência de meridianos
6) Escalas
7) Curva de nível
8) Simbologia
9) Cuidados na interpretação da simbologia
10) Medindo distância no mapa

c. Orientando o mapa

1) Corrigindo a declinação na bússola


2) Declinando o mapa
3) Bússolas com correção de declinação magnética

3. Preparo do mapa

4. Etapas para uma navegação eficiente em Corridas de Aventura

5. Erros mais freqüentes

6. Confie em você e use a cabeça

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Curso de orientação com mapa e bússola

1. INTRODUÇÃO

“Navegar é preciso”

Quem de nós nunca ouviu esta frase? A nós, navegadores, é preciso encará-la
em dois sentidos. O primeiro deles é o “preciso” sinônimo de “necessário”, que é a
forma que a maioria das pessoas interpreta. E realmente é necessário navegar, senão
não chegamos a lugar nenhum. Em corridas de aventura eu diria que é fundamental.
De nada adianta uma equipe formada por atletas extremamente fortes, se não houver
uma sábia navegação. Encarada como uma das modalidades, a navegação talvez se
não for a mais importante, é um dos fatores que pode definir o sucesso e uma boa
performance de uma equipe.
Talvez a navegação, juntamente com outros fatores como planejamento e
estratégia, seja um dos motivos que tornam esta competição fascinante e tão atraente
para os mais diversos tipos de pessoas.
Mais para frente, veremos o outro sinônimo para esta conhecida frase: “preciso”
sinônimo de “exato”. Ou seja, navegar com precisão, com exatidão.

2. INSTRUMENTOS DE NAVEGAÇÃO

A navegação embora muitos insistam em dizer que é uma técnica complicada,


vocês poderão observar que os instrumentos que utilizamos não são tão complexos.
Além do mapa e da bússola, que falaremos detalhadamente ao longo desta apostila, os
outros instrumentos que também são utilizado para navegação são:

 Régua: Utilizada para plotar pontos e tomarmos medida de uma rota.


Precisamos atentar à régua utilizada. Procure régua de boa qualidade, de
acrílico ou material que não se quebra com facilidade e não se deforma.
Régua frágeis se deformam facilmente com o calor, apagam as marcações,
nem sempre são “retas”, podem possuir as marcações borradas...
 Lapiseira, caneta, marca-texto: Utilizados para marcar pontos, traçar rotas,
fazer anotações e observações importantes no mapa. Procure utilizar caneta
ou lápis de ponta fina e de cor apropriada. Uma ponta grossa não lhe
permitirá ser preciso, e sua marcação ficará em uma “área” e não em um
“ponto”, Uma anotação em local ou cor inapropriada poderá cobrir ou
atrapalhá-lo em uma informação importante constante no mapa. As canetas
marca-texto são muito úteis para traçar rotas. Canetas para anotação em
retroprojetor também são úteis para mapas já plastificados.
 Curvímetro: Instrumento que serve para a medição de distâncias sobre o
mapa. O curvímetro possui uma pequena “roda” que conforme deslizamos
sobre um determinado trajeto, a distância real fica marcada em um mostrador
digital ou mecânico.
 Altímetro: normalmente junto a alguns modelos de relógio, o altímetro nos dá
a altitude em relação ao nível do mar. Bastante útil nas navegações em que
existe uma grande variação de altitude. Entretanto, é necessário muito

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cuidado para fazer uso dele. É necessário aferir o altímetro sempre antes de
se largar para uma situação em que for ser utilizado.
 GPS – (Global Position Sistem): aparelho eletrônico que nos dá a localização
utilizando-s de sinais de satélite. Pode fornecer informações como altitude,
bússola, velocidade de deslocamento, localização exata... O uso de GPS em
corridas de aventura é na grande maioria proibido. Em algumas
competições, as equipes devem levar um GPS lacrado, e que só pode ser
aberto em caso de emergência. Neste casos, a equipe que fez uso dele é
automaticamente desclassificada.

a. A BÚSSOLA

Assim como o mapa, a bússola é um instrumento


fundamental para a navegação. A bússola é um instrumento
destinado a medir ângulos horizontais (azimutes) necessários à
orientação no terreno e na carta (mapa). Apesar de ser um
instrumento aparentemente simples, não é difícil de cometer-se
confusão no seu uso.
Escolher uma boa bússola correta já é importante. Uma bússola de boa
qualidade é indispensável. Bússolas-chaveiro, bússola-caneta e outras similares não
são apropriadas para navegação. Procure uma bússola com placa base de acrílico
(baseplate), que tenha limbo graduado móvel, e com uma agulha com boa
“estabilidade”, ou seja, ela não deve ficar tremendo a todo o momento. Certifique-se de
que não existe nenhuma bolha nela, pois isto pode prejudicar a leitura. Uma bússola
com correção da declinação é a mais indicada.
A bússola é, em essência, um transferidor embutido
em volta de uma agulha magnética que se orienta conforme o
campo magnético da Terra; a agulha sempre aponta para o
norte magnético terrestre. Tomar a leitura de um rumo
envolve apontar a bússola e medir o ângulo entre sua frente
e a agulha. A bússola possui uma seta guia para centrar a
agulha, e uma leitura conveniente para medir o ângulo.

1) Cuidados com a bússola

A agulha da bússola sofre interferências: Por ser um corpo imantado, que se


orienta de acordo com o campo magnético terrestre, sofre interferência de outros
campos magnéticos ou corpos metálicos. Portanto, procure fazer a leitura da bússola
distante de grandes massas metálicas, tais como tratores, caminhão, cercas metálicas,
portões, linhas de transmissão de energia elétrica... e de outra bússolas. Experimente
colocar uma bússola próxima de outra, e note o quanto que varia a leitura da agulha!

As distâncias aconselháveis de segurança são:


 Linha de Alta tensão e tranformadores..... 60 metros
 Veículos, tratores, caminhão...... 20 metros

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2) Partes da bússola

Bússolas de orientação variam um pouco


entre si, mas tem os mesmos componentes
básicos. Uma bússola é composta das
seguintes partes:

o Uma base transparente de


plástico, em geral marcada com uma
régua de escala e com uma ou mais réguas laterais, onde possui impressa a
seta de direção ou linha de fé.
o Uma cápsula contendo a agulha magnética, preenchida por um fluido. O
líquido existe para dar estabilidade à agulha. A agulha tem seu pólo norte
sempre pintado de vermelho.
o Um limbo graduado ou disco de leitura com escala em graus que fica
em volta da cápsula, que é para ser girada manualmente para obtermos o rumo
em graus (também chamada de azimute).
o Um seta-guia ou portão, que é uma faixa preta e vermelha pintada em
uma lâmina ou na cápsula; a seta guia serve para alinhar a agulha. O portão se
move junto com a cápsula e as linhas de Norte, e tem o lado norte em vermelho.
Em modelos com declinação ajustável este portão pode ser movido
independentemente.
o Meridianos, ou linhas de Norte, que servem para alinhar a bússola com
os meridianos no mapa. É uma série de linhas finas e paralelas, que ficam no
fundo da cápsula ou em uma lâmina transparente. As linhas de norte se movem
junto com o disco e normalmente estão pintadas de preto ou vermelho.

3) Definindo um azimute com o uso da bússola

Quando observamos dois pontos, sejam eles no mapa ou no terreno, e


queremos saber a direção em graus que os unem, expressamos este valor através do
azimute. Mas afinal o que é azimute;

Azimute é o ângulo medido no sentido horário, formado entre o


Norte e a direção a se seguir que irá unir dois pontos quaisquer.

Como a agulha da bússola nos fornece a direção do Norte Magnético,


acharemos então com o uso da bússola o Azimute Magnético, que é:

Azimute Magnético é o ângulo medido no sentido horário, formado


entre o Norte Magnético
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direção a se seguir que irá unir dois pontos quaisquer.
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a) Como medir azimute entre dois pontos no terreno?

a) Inicialmente aponta-se a linha de fé ou seta de direção para o ponto que desejo


seguir.

b) A seguir, gira-se o limbo até a agulha estar perfeitamente alinhada dentro do portão.

c) Fazer a leitura do azimute, indicado pelo valor marcado no limbo graduado que
coincide com a linha de fé.

b) Como medir azimute entre dois pontos no mapa?

Para seguir no terreno uma direção por


vezes é necessário obter na carta, o azimute
dessa direção, que será obtida realizando os
seguintes passos:

a) Coloca-se a bússola sobre a carta, unindo-se


a seta de direção do ponto de origem ao ponto
de destino. Desta forma o seu lado maior irá
ficar ao longo da direção que se deseja seguir.

b) Gira-se o limbo móvel até que as linhas de


meridiano fiquem paralelas aos meridianos da carta de tal forma que o Norte do limbo
coincida com o Norte do mapa

c) Retira-se então a bússola da carta


colocando-a horizontalmente à frente do
corpo. O valor do limbo graduado que
coincide com a linha de fé, representa o
valor do azimute.

Com o azimute definido e mantendo o


limbo graduado nesta posição, gira-se o
corpo juntamente com a bússola, até que a
agulha coincida com a seta guia ou
portão.A direção a seguir estará
determinada nesse momento pela linha de
fé.
Entretanto, como medimos o azimute (verdadeiro) no mapa, mas vamos utilizar a
agulha magnética da bússola para definirmos a direção real a se seguir, não podemos
deixar de considerar a declinação magnética. Desta forma, devemos corrigir a direção.

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c) Correção da declinação magnética na bússola

Mais a frente no capítulo de mapas será esclarecido melhor a respeito da declinação


magnética. Apenas para iniciar o assunto aproveitando sua correção na bússola é que
cito aqui

Declinação Magnética: diferença entre o Norte Geográfico e o Norte Magnético


indicado pela bússola.

O valor da declinação é marcado na margem do mapa, com valor positivo para Leste
(E) ou negativo para Oeste (W)

A maneira mais fácil de se trabalhar com a declinação magnética é utilizar uma bússola
com correção da declinação,

Esta bússola tem uma seta guia ajustável; que pode ser girada dento da cápsula. Se
tivermos uma declinação magnética negativa (por exemplo – 18º ou 18º W) devemos
girar a seta guia para a esquerda. Assim estaremos ajustando apenas a seta guia sem
mexer no disco de leitura.

Caso não se possua uma bússola com correção de declinação, após definido o azimute
no mapa, quando formos localizar a direção no terreno, devemos somar ou subtrair a
declinação, da seguinte forma:

 Declinação magnética negativa: soma-se a declinação ao valor do azimute


encontrado na carta

Exemplo:
Suponhamos que a declinação magnética em Osasco é de -18º (ou 18º W), e
definimos o azimute entre dois pontos quaisquer no mapa da região, cujo valor é de
60º. O valor a se colocar na bússola e então a se seguir é de 60º + 18º = 78º

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 Declinação magnética positiva: subtrai-se o valor do azimute encontrado na carta


Suponhamos que a declinação magnética em San Diego é de + 14º (ou 16º E), e
definimos o azimute entre dois pontos quaisquer no mapa da região, cujo valor é de
170º. O valor a se colocar na bússola e então a se seguir é de 170º - 16º = 154º

b. O Mapa

O mapa, também chamado de carta topográfica, trata-se de uma representação


em uma superfície plana, em uma escala menor de um determinado território. Existem
diferentes tipos de mapas para diferentes usos. Uma carta topográfica inclui
informações de relevo e seus formatos, e hidrográficas que são essenciais ao
navegador, além de símbolos e convenções próprias. É diferente de um mapa político
administrativo que não possuem os detalhes necessários para uma prova corrida de
aventura. Diferente também de um “croqui”, que trata-se também de uma
representação gráfica, entretanto sem obedecer os padrões de símbolos, escalas,
coordenadas... Já a carta náutica é um mapa utilizado para navegação marítima com
informações de profundidades, objetos submersos, correntes... e poucas informações
terrestres.

Nas corridas de aventura, os mapas utilizados com maior freqüência são os em escala
1:50000. Mas já ocorreram casos de outras escalas terem sido utilizadas, como
1:25000 ou 1:100.000. Em sua maioria, os mapas brasileiros utilizados para corridas de
aventura foram confeccionados pelo IBGE. A sua edição aconteceu na maioria entre os
anos de 1970 e 1984, o que faz com que muitos estejam desatualizados hoje em dia.

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Na maioria das competições, os organizadores preocupam-se em atualizar o mapa.


Alguns organizadores chegam a digitalizar o mapa antigo e produzir um novo mapa
especialmente para uma competição, o que certamente da um trabalho grande, mas
que garante um elevado nível técnico da navegação.

1) Paralelos e meridianos

A Terra é recortada por linhas imaginária no sentido Norte-Sul que chamamos de


meridianos, e no sentido Leste-Oeste, por paralelos. Os paralelos dão uma volta
completa no globo, e estão divididos em 360 partes, cada uma correspondendo a 1º
(grau): 180 graus Oeste e 180 graus Leste. Os meridianos são linhas imaginárias que
ligam o Pólo Norte ao Sul, e estão divididos em 180º: 90 graus Norte e 90 graus Sul.

Como usamos o paralelo do Equador e o meridiano de Greenwich como origem


neste sistema de coordenadas, convencionamos nossas posições em relação a eles:
posições a Oeste de Greenwich são marcadas como W ou negativas, e as posições a
Leste, marcadas como E ou positivas. As posições ao Sul do Equador são marcadas
como S, e as ao norte, como N.

Usando este sistema de coordenadas, podemos descrever um ponto exato no globo.

Por exemplo: suponhamos um ponto que esteja na coordenada: 04º 16’ 50'' S – 28º 13’
24” E, quer dizer que sua localização está a:

04 graus, 16 minutos e 50 segundos ao sul do equador e 28º graus, 13 minutos e 24


segundos a leste do meridiano de Greenwich.

2) Projeção

O mapa é uma representação plana de um mundo que é esférico: a conversão


do globo em três dimensões para o mapa é que chamamos de projeção. Existem

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diferentes projeções utilizadas pelo mundo; se observarmos a Groenlândia por


exemplo, podemos verificar a diferença entre os mapas de diferentes projeções e como
ocorre uma deformação do mundo real.

Exemplos de projeção:
- UTM: Universal Transversa de Mercator;
- Projeção Interrompida Homolosina de Goode (que produz um mapa pouco deformado
mas com recortes),
- Projeção Robinson (que produz um mapa bastante deformado nas altas latitudes mas
sem recortes).

A projeção que se aplica à maioria dos mapas topográficos que usamos foi a UTM, que
para a região brasileira implica em imperceptíveis distorções e que possui um grid
associado conveniente.

3) Grid UTM

O grid trata-se de um sistema de linhas imaginárias traçadas na vertical e


horizontal no mapa. Além do sistema de meridianos e paralelos, existem grids, que são
um sistema espacial que descreve posições usando unidades de distância - metros ou
milhas - e não graus. Nos mapas topográficos brasileitos do IBGE é usado o grid UTM.

Na maioria das corridas de aventura, as posições dos PCs e Ats são plotados
nos mapas. Mas também pode acontecer de serem fornecidas as coordenadas UTM,
sendo necessário ao atleta achar tais pontos no maoa. O navegador que possui mais
experiência em trabalhar com as coordenadas, poderá começar a ganhar tempo já
neste momento.

O grid UTM define faixas de longitude - chamadas zonas - e de latitude - as bandas. As


coordenadas no sentido Leste-Oeste são dadas em relação a uma dada zona UTM.

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Existem 60 zonas UTM, cada zona correspondendo a 6 graus de longitude; o estado de


São Paulo, por exemplo, é coberto integralmente pelas zonas 22 e 23. A coordenada
Leste-Oeste é dada a partir da origem da zona ao qual pertence o mapa, e cresce de
Oeste para Leste.

Um exemplo de coordenada UTM é 23 K 224532 7422300. O primeiro número e letra


representam a zona de longitude e a banda de latitude, e são geralmente omitidos se
trabalharmos dentro daquela zona e banda. Uma nota muito importante é que uma
coordenada UTM é única dentro daquela zona, e que sempre cresce para o Norte e
para Leste. A coordenada UTM usa valores em metros, de forma que o ponto 224532
7422300 estará exatamente 1 km a Leste do ponto 214532 7422300.

No mapa, são indicados apenas os valores abreviados, em quilômetros: 224 e 7422


para as linhas 0224000 e 7422000, respectivamente.

4) Declinação magnética

A bússola é um instrumento magnético, cuja agulha imantada está


constantemente apontando para o norte magnético. Acontece que o norte magnético
não coincide com o norte geográfico (ou norte verdadeiro). Esta diferença é o que
definimos então como “declinação magnética”

Declinação magnética: diferença entre o norte magnético e o norte geográfico

Esta diferença varia de um lugar para outro no planeta, e também varia com o
passar dos anos. Assim, a declinação magnética hoje em São Paulo, é diferente da
declinação magnética de 3 anos atrás, que também é diferente da declinação de
Brasília, de Paris ou de qualquer parte do mundo.

A Declinação pode ser chamada de positiva (quando a variação é para leste) ou


declinação negativa (quando a declinação é para Oeste). No Brasil, a declinação é
negativa

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A declinação magnética normalmente vem indicada nos mapas através do


diagrama de orientação. Nele o Norte Geográfico é indicado pela sigla NG, e o Norte
Magnético, pela sigla NM. Também são informados o ano da declinação naquela
região, e a sua variação anual. Como raramente você vai encontrara um mapa com a
declinação magnética do ano, é necessário fazer o cálculo da declinação.

A declinação nunca deve ser desconsiderada, pois pode nos levar a uma navegação
imprecisa.

Cálculo da declinação Magnética

Para efetuarmos o cálculo da declinação magnética, temos de observar no


diagrama de orientação as seguintes informações:
 Data da declinação especificada no mapa;
 Declinação magnética do ano especificado;
 Variação anual da declinação magnética.

De posse disso, seguimos os seguintes passos:

- 1º Calculamos quantos anos se passaram da data da declinação especificada no


mapa a te a data de hoje;
- 2º Multiplicamos o valor encontrado pela “variação anual da declinação magnética”,
atentando sempre para o sinal da declinação (negativo para declinação Oeste e positivo
para declinação Leste); O valor encontrado estará em minutos. Devemos transforma-lo
em graus (se for o caso).
Lembre-se que cada 1º (um grau) corresponde a 60’ (sessenta minutos), e cada 1’ (um
minuto) corresponde a 60” (sessenta segundos).
- 3º Ao valor encontrado somamos(atentando ao sinal) ao valor da declinação
específica do mapa.
Pronto, encontramos o valor da declinação atual daquele mapa

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5) Convergência de meridianos

O grid UTM não é alinhado de forma exata aos meridianos e paralelos; para
perceber isto, é só ver como não corre paralelo às laterais do mapa. A conseqüência
maior desta propriedade do sistema UTM para nós é que as linhas UTM não apontam
exatamente para o norte. A convergência meridiana indica o quando estão deslocados
para leste ou oeste do norte verdadeiro. No mapa, a convergência está marcada no
mesmo diagrama que a declinação, e é indicada pelo ângulo entro o Norte Geográfico e
o Norte de quadricula (Indicado por NQ). No diagrama, a declinação magnética é
aproximadamente 14 graus a Oeste, e a convergência meridiana, quase 1 grau a Leste.
Em geral, a convergência é muito pequena e pode ser ignorada; Ela
normalmente é menor do que um grau. No entanto, nas bordas de cada zona e banda
UTM, a convergência tende a crescer, e pode colocar suas leituras um pouco fora da
realidade.

6) Escala
A escala é a relação existente entre o mundo real e a representação que está no
mapa. Ela pode ser expressa de forma numérica (Ex 1:10000) ou gráfica.
As escalas independem da unidade, o que significa dizer que uma mesma escala
pode ser utilizada com metros, quilômetros, polegadas, jardas, milhas... A mais utilizada
para corridas de aventura é a escala 1:50000, o que quer dizer que cada 1 unidade
qualquer no mapa correspondem a 50000 unidades no terreno.
Por exemplo: 1 cm no mapa correspondem 50000 centímetros no terreno que equivale
a 500 metros. Nos mapas 1:50000, normalmente as quadriculas distam 4cm uma da
outra, o que corresponde então a 2 km no terreno.

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7) Curvas de nível

O mapa topográfico contém informações de relevo que são fundamentais para a


navegação. Estas informações são representadas pelas curvas de nível, que são as
linhas marrons que estão dispostas mais ou menos concêntricamente no mapa. As
curvas de nível indicam o formato e a razão de declividade de um terreno, ou seja, o
quanto o terreno é plano ou inclinado. Estas curvas são eqüidistantes na vertical. No
mapa 1:50.000 normalmente a eqüidistância é de 20 metros, o que quer dizer que a
cada 20 metros de diferença de nível, existe uma curva de nível representando-a. Cada
linha indica uma altitude fixa, de forma que uma rota que cruze duas curvas de nível
estará mudando de altitude -- subindo ou descendo.
As linhas marrons mais espessas são as curvas de nível mestra ou curvas-
índice, que marcam altitudes múltiplas de 100m, e que têm este valor marcado em
algum ponto da linha. Quanto mais próximas estiverem as curvas de nível uma das
outras, mais inclinado será aquele terreno, do contrário, quanto mais espaçadas
estiverem, menor será a razão de declividade.

Descobrir se as linhas têm um perfil de subida ou descida não é uma atividade


simples. Uma das formas é verificar os valores das altitudes mais próximos nas próprias
curvas de nível ou nos pontos de altitude máxima ou mínima para aquele conjunto de
linhas. Uma outra forma de descobrir a declividade de um terreno é usar os rios. Os rios
sempre cruzarão as curvas de nível descendo (porque correm sempre das altitudes
maiores para as menores), de forma que basta encontrar a nascente e seguir o rio a
partir dela para ter certeza do perfil decrescente das curvas.

A leitura das curvas de nível é algo que realmente deve ser aprendido de forma
prática, observando o mapa e entendendo o relevo. A habilidade de transpor o que está
descrito nas curvas de nível para acidentes geográficos é muito importante. Por isso,
treine sua habilidade observando montanhas conhecidas e comparando-as com as
curvas no mapa. Com a prática, vai ficando mais fácil

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8) Simbologia

Os mapas possuem uma simbologia própria que normalmente vem impressa na


parte inferior. Entretanto mapas confeccionados por instituições diferentes também
podem conter diferentes símbolos para uma mesma realidade.
Os que são mais importantes para se saber são as vias (estradas e trilhas), a
vegetação, os rios, o relevo, as construções, e as pontes.

Existem diferentes cores para representar-se cada um destes elementos:

 Preto: Nomenclaturas, vias de acesso (trilhas, estradas sem


pavimentação, caminhos), construções e planimetrias em geral;

 Vermelho: Rodovias principais e/ou pavimentadas

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 Verde: Toda a vegetação, podendo variar em diferentes tonalidades de


acordo com o tipo de vegetação. Culturas e plantações podem ser
expressas por traços, achuras, pequenos círculos... com o tipo de
plantação impresso junto

 Azul: Toda hidrografia, representando rios, córregos, pântanos, áreas


alagadas, lagos, mares....

 Marrom: As curvas de nível, inclusive as respectivas altitudes

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9) Cuidados na interpretação da simbologia

A vegetação, a não ser em áreas preservadas, mudam muito. Áreas agrícolas


podem continuar sendo agrícolas, mas freqüentemente o plantio é outro, e mesmo
reflorestamento tende a ser marcado por outro tipo de árvores. Exceção clara são
pântanos e áreas alagadas, que tendem a corresponder ao que está marcado no mapa,
e que são em geral lugares de difícil passagem.
Construções podem muitas vezes não aparecem no mapa; Sumir uma
construção marcada, no entanto, é pouco provável; se há uma construção importante
marcada onde você acredita estar, e não há nem ruínas à sua volta, duvide da sua
posição.
A maior parte das estradas, e algumas trilhas estão marcadas no mapa, mas isto
depende do cuidado com que o mapa foi feito e do trabalho que a organização do
evento teve na hora de atualizá-lo. Portanto, tome muito cuidado com vias de qualquer
tipo, porque, juntamente com a vegetação, são os detalhes que mais mudam nos
mapas.
O detalhe mais importante para ser percebido na leitura das vias é que são uma
simplificação do caminho que a estrada ou trilha realmente segue. A sua trilha pode
parecer, no mapa, ser uma linha reta, ou uma curva bem gradual; nada impede que a
estrada de verdade faça zigue-zagues apertados. Curvas muito apertadas e segmentos
curtos são em geral omitidos no mapa. A via dá uma idéia do sentido geral que deve
seguir, e não do sentido instantâneo. Em geral qualquer trilha ou estrada é muito mais
sinuosa do que o mapa sugere.

10) Medindo distância no mapa


Medir distâncias no mapa é uma das tarefas mais comuns e mais imprecisas que temos
de fazer. Apesar de ser um trabalho “ingrato”, pois os caminhos em sua maioria são
curvos, também é muito importante. Existe um aparelho que pode auxiliar bastante
nesta tarefa, que é o curvímetro.

Na ausência deste aparelho, a distância pode ser medida com o uso de um barbante,
ou fio de cobre ou ainda fio-dental. Com um destes instrumentos, faça uma marcação
em uma das extremidades e coloque então o fio sobre o trajeto pretendido, até uma
referência qualquer (pode ser entre duas bifurcações). Depois, estenda o fio sobre uma
régua, meça o valor em centímetros e de acordo com a escala, converta para metros ou
quilômetros.

c. Orientando o mapa
Orientar o mapa significa posicioná-lo exatamente da mesma forma em que os
elementos da carta estão no terreno. Desta forma você poderá comparar cada um dos
detalhes existente nele com o “mundo real” que estará vendo a sua volta. A melhor
forma de interpretar um mapa é sempre posicionando-o na mesma direção do seu
deslocamento.

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Curso de orientação com mapa e bússola

Quando temos boa referências ao nosso redor é fácil de fazer isto: eu seleciono uns
três pontos notáveis (pico de morro, antena, construção, rio, bifurcação...) e coloco o
mapa posicionado conforme estas referências.

Orientar o mapa desta forma é possível quando estamos em áreas que temos
uma grande visibilidade ao nosso redor e que também possuem pontos notáveis.
Entretanto, existirão algumas situações que não conseguiremos fazer isto somente
observando o terreno, ou por falta de referências confiáveis ou por incerteza do ponto
exato que estamos. Então, teremos de fazer uso da bússola para orientar o mapa.
Neste momento, não podemos nos esquecer de considerar a declinação magnética.
Existem duas opções para orientarmos o mapa: corrigindo a declinação na bússola ou
declinando o mapa.

Corrigindo a declinação na bússola


 Coloque o limbo graduado no valor referente à declinação. Por exemplo, se a
declinação é de 20º W, coloque a seta guia a 20º para a esquerda, o que
corresponderá a 20º no limbo graduado. Se a declinação for 15º E, coloque a
seta guia 15º para a direita, o que corresponderá a 345º no limbo graduado.
 Alinhe a régua da bússola às quadrículas Norte-Sul do mapa, de tal forma que a
seta de direção (o espaço maior da base da bússola) esteja apontando para o
norte do mapa.
 Gire o mapa e a bússola juntos até que o norte da agulha magnética esteja sobre
a seta guia (portão).
Pronto, seu mapa está orientado. Basta agora compara-lo com o terreno.

Declinando o mapa
 Com o uso de um transferidor ou da própria bússola, você deverá traçar linhas
no mapa que corresponderão ao norte magnético. O ângulo entre estas linhas a
serem traçadas e os das quadrículas N-S corresponderão ao valor da declinação
magnética
20º W

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Curso de orientação com mapa e bússola

 Com o limbo graduado marcando zero (ou 360º), alinhe a base da bússola com o
traço feito por você no mapa (correspondente ao norte magnético), de tal forma
que a parte mais longa da base da bússola esteja apontando para o Norte do
mapa
 Gire o mapa e a bússola juntos até que o norte da agulha magnética esteja sobre
a seta guia (portão).
Pronto, seu mapa está orientado.

Bússolas com correção de declinação magnética


Além das duas opções apresentadas anteriormente, existe uma outra opção para
se orientar o mapa, que é fazendo uso de uma bússola com correção de declinação.
Alguns modelos de bússola vem com esta possibilidade. Nesta bússolas, é possível
que giremos a seta guia (ou portão) dentro da cápsula, deixando ele angulado com
relação aos meridianos da cápsula. Desta forma, a seta guia não coincide mais com o
N do limbo graduado. Ao fazermos esta correção na bússola, os passos a se seguirem
são:
 Alinhe a régua da bússola às quadrículas Norte-Sul do mapa, de tal forma que a
seta de direção (o espaço maior da base da bússola) esteja apontando para o
norte do mapa.
 Gire o mapa e a bússola juntos até que o norte da agulha magnética esteja sobre
a seta guia (portão).
Note que a agulha não estará na mesma direção das quadrículas N – S , mas sim
defasadas desta a uma angulação correspondente ao da declinação magnética.

3. PREPARO DO MAPA

No período que transcorre entre a entrega dos mapas e a largada, muita coisa
precisa ser feita com os mesmos para estarem preparados para serem usados
convenientemente durante a corrida. As duas mais importantes são marcar os mapas, e
plastificá-los. O Navegador deve possuir um kit de canetas e marca-texto para trabalhar
o mapa neste momento que antecede a largada. Também deverá possui papel
“contact” para plastifica-lo mapa. Um porta-mapa também ajuda a preservar o mapa, o
que é bastante recomendado.
Juntamente com as coordenadas UTM, é fornecido uma referência para o PC ou
AT, e às vezes algum detalhe pelo caminho. Para deixar estes pontos claros ilumine-os
com a caneta marca-texto ou coloque algum tipo de lembrete próximo a ele. Se há PC
virtual, escreva a pergunta e cole-a no mapa também, para que você não se esqueça.
Tente evitar tampar partes importantes do mapa, como outros nomes ou altitudes.
Ter o mapa bem preparado antes da corrida é fundamental para que se consiga
chegar ao seu objetivo.

Após recebermos o mapa, é necessário otimizar a sua preparação, pois muitas vezes o
tempo para prepara-lo é escasso.

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Curso de orientação com mapa e bússola

o Una as diversas folhas que formam o mapa. Nas provas mais curtas,
normalmente não são mais de 3 folhas. Entretanto, é normal nas provas maiores
existirem diversas folhas. Escolha um tamanho de mapa final razoável, e cole os
mapas relevantes para que fiquem contínuos.
o Plote os PCs (Postos de controle) e ATs (áreas de transição) definidos
pela organização. Para isso faça uso de uma boa régua, e use uma caneta ou
lapiseira de ponta fina para escrever com precisão.
o Procure os caminho existentes entre os pontos.
o Marque os nomes das referências dos pontos no mapa;
o Meça as distâncias aproximadas entre os pontos, estime os tempos, e
indique em algum lugar do mapa a quilometragem e o tempo normal para fazer
o percurso. Avise ao seu apoio as horas que você espera demorar entre os ATs.
o Encape bem o mapa com “Contact”

Escolha de caminhos

A escolha pelo caminho começa antes de você estar no terreno. Em cima do


planejamento sobre o mapa é que devemos estar definindo por qual caminho devemos
seguir. Inicialmente tente obter o caminho que parece ser o mais óbvio entre dois
pontos. O mais óbvio seria aquele formado por estradas ou caminhos mais salientes, os
principais, os que aparentemente possuem um tráfego maior. Muitas vezes não terão
caminhos tão simples, e teremos como opção pegar as trilhas menores, chegando ao
caso de até não haver qualquer trilha entre dois pontos. Vá percorrendo a rota pensada
passo a passo, verificando se realmente sua escolha é a mais sábia. Quando houver
mais de uma opção de caminhos, opte pelo mais fácil. Mais fácil, significa:
- o mais curto;
- o que aparenta ter um tráfego mais constante;
- o com menor declividade (subida);
- o com menos bifurcações;
- o que possui alguma referência ao longo do percurso (crista topográfica, margem de
rio,...
Compare com outra opções de rota, mesmo que estejam mais distantes. Em algumas
situações, teremos opções de rotas mais longas, entretanto muito mais simples. Cabe a
você decidir se vale a pena arriscar por um caminho curto mas com grande
probabilidade de se perder ou por um caminho mais longo, mas muito mais seguro.
Fatores como período do dia, se haverá luminosidade ou não, nível de cansaço da
equipe e do navegador, modalidade esportiva envolvida entre outros servirão como
par^metro no momento de tomar esta decisão.

4. ETAPAS PARA UMA NAVEGAÇÃO EFICIENTE EM CORRIDAS DE AVENTURA

Pronto, tudo de burocrático foi cumprido. Falta agora aproveitar todo este preparo e
usar na hora apropriada.

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Curso de orientação com mapa e bússola

 Identifique seu rumo inicial


Em cada AT ou PC normalmente ficamos desatentos. Ao deixar um AT, confira o rumo
a seguir e observe por onde sairá. Se o posto for em um lugar fechado. Confira o ponto
que você está na carta e mentalize o caminho a se percorrer no terreno.

 Fique atento aos pontos notáveis


Observe bem a paisagem à sua volta. Há montanhas e rios próximos, ou que se
destacam a distância? Há formas de relevo peculiares que serão fáceis de identificar e
lembrar? Marque mentalmente estes pontos no mapa e se oriente usando-os. É sempre
bom ter uma referência absoluta de posição, e delas você pode depois traçar sua
posição e rumo atual, caso precise.

 Observe os rios
Os rios são informações importantes para a orientação. Um rio está quase sempre
cercado de vegetação densa e marcante. É fácil de achá-lo. Olhe no seu mapa: onde
estão os rios da região por onde passará? Em que rumo seguem? Em qual sentido a
água corre? Onde cruzaremos o primeiro rio?
O rio por si só pode ser o suficiente para localizar-se. Use o sentido da corrente: o rio
sempre desce o relevo. Você está do lado certo do rio?

 Cuidados Noturnos
Navegar à noite já é mais complicado, somado-se ao sono, acaba sendo uma das
tarefas mais difíceis. Cuidado. É o momento que se erra mais quando comparado o
dia.: é normal. Neste momento, é necessário confiar-se mais na bússola. O relevo fica
mais difícil (se não impossível de visualizar) e você precisará mais senti-lo do que vê-lo.

5. ERROS MAIS FREQÜENTES

Após aprendido e absorvido a técnica de navegação, sentimos uma segurança e


um conforto maior para lidarmos com o mapa e bússola. Mas esta segurança se
enfraquece ao nos depararmos com o primeiro caso de dúvida. É necessário
administrar erros.
A seguir estão listados alguns dos erros mais freqüentes que um navegador
pode cometer. Certamente além destes existem muitos outros. Tenha certeza de que
todos erramos. Quanto maior a prática, menor serão os erros. Mas um dos segredos de
um bom navegador é justamente identificar o erro rapidamente e corrigi-lo sem perda
de tempo.

 Apontar a Bússola para o lado errado

Tome muito cuidado para apontar a frente da bússola no sentido no qual você vai.
Tente segurar a bússola de forma a desviar o mínimo possível do seu caminho.
Lembre-se: a frente da bússola tem que apontar para onde você vai.

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 Trocar o Norte com o Sul da bússola ou ler o Rumo com a bússola


posicionada invertida no Mapa

Apontar a bússola para o outro sentido ao ler o rumo do mapa.

 Declinar para o lado errado

Quando não se possui uma bússola com que corrige a declinação, quando fazemos
então a conta mentalmente, pode acontecer de nos confundirmos na hora de somar ou
subtrair.

 Acreditar demais nas vias do mapa

Cuidado com as vias marcadas no mapa! A trilha tem de seguir o sentido geral do que o
mapa indica, e tem que contornar o relevo e rios da forma indicada, mas nada impede
que seu sentido em um dado instante não seja exatamente como o indicado no mapa.

 Confiar nas plantações

Se o seu caminho passar por algum trecho cultivado, muito cuidado. Confie na sua
bússola e fique atento ao rumo que você deve seguir. Os caminhos dentro de
plantações mudam com muita freqüência.

 Não conferir a sua posição no mapa

Use tudo à sua volta com certa freqüência para certificar-se de onde está: relevo, rios,
vegetação... para manter-se localizado.Procure confirmações de que a via vai para o
lugar certo!

 Confundir trilhas e limites


Este erro é cometido ao se fazer a leitura do mapa, e ocorre em geral ao se escolher
um caminho para seguir antes da largada. O Tracejado que simboliza trilhas é muito
parecido com o que simboliza divisas de municípios.

 Não confiar na sua habilidade

Normalmente, seguir junto com outra equipe é muito bom: dá um conforto extra e ajuda
a reduzir o nervosismo que corre na equipe. No entanto, é muito perigoso para o
navegador, porque ele tende a se descuidar e acreditar menos na sua própria
habilidade, e mais na dos outros.

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 Insistir quando estiver exausto

Seguir por muito tempo com muito sono tem um efeito alucinógeno, que varia de
pessoa para pessoa, mas que é inevitável a longo prazo. Haverá um momento em que
o navegador não consegue raciocinar com nada. Neste momento vale a pena parar
comer e dormir um pouco.

6. CONFIE EM VOCÊ E USE A CABEÇA


A função de navegador, tenha certeza, é uma função nobre em uma equipe de
corrida de aventura. Poucas são as pessoas que conseguem assimilar todas as
técnicas de navegação e coloca-la em prática de forma eficiente. A navegação é uma
função que exige muita atenção e concentração da pessoa que está com o mapa e a
bússola. É um desafio a mais que o atleta de corrida de aventura terá. E como todo
desafio, proporciona uma sensação de satisfação quando é vencido. Momentos de
dúvida e de incerteza serão inúmeros. Independente do tamanho da corrida de
aventura que esteja participando, em algumas situações você estará rumando por um
caminho em que não estará seguro de que este realmente é o caminho correto ou o
melhor a se seguir. Com as técnicas e conceitos passados neste curso, você terá
condições de minimizar estes momentos de dúvidas, mas eles existirão. E quando
surgirem, você deverá ter condições de analisar a situação e descobrir o por que pode
ou não estar no caminho correto.
Em uma corrida de aventura, o preparo físico é apenas um componente: o
preparo psicológico, a cabeça, como você irá trabalhar nos momentos de dúvidas e
desespero é que podem fazer a diferença. Portanto, seja lúcido, mantenha a calma e o
raciocínio. O limite do equilíbrio psicológico de sua equipe pode estar em suas mãos. É
você quem deverá tranqüilizar sua equipe e mantê-los motivados, mesmo quando
perdido. Esta função irá gerar um desgaste maior em você do que nos demais que não
navegam, isto é natural, mas como disse é uma função nobre, e que deverá ser
desempenhada pelo mais apto no momento. É importante que mais de uma pessoa na
equipe saiba navegar. Um poderá ter mais experiência do que o outro, mas nos
momentos de difíceis decisões, ou quando o navegador principal esta demasiadamente
cansado, o papel do segundo navegador é importantíssima. Você como navegador irá
cometer erros, mas a equipe deve depositar confiança em você independente dos erros
e acertos. O apoio de todos é muito importante para que se consiga terminar uma prova
com sucesso e que para que uma equipe se mantenha.

Rafael R Campos

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