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Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Prática Desportiva Sustentável


Orientação

Trabalho realizado por:


Nicolay Marques nº13, Rodrigo Vitorino nº14, Teresa Spínola nº15
Introdução:

A Orientação Pedestre é a disciplina da orientação com maior tradição e número


de praticantes, tanto em Portugal como a nível internacional.

História da modalidade:

A Orientação começou na Suécia por volta de 1900.


Conta-se que um corredor de fundo, matemático, considerou que o tempo gasto a
praticar a atividade era um tempo perdido para a mente, resolveu começar a
solucionar problemas de matemática enquanto corria. Talvez, este corredor tenha
sido a génese das corridas de Orientação.
A necessidade de ocupar a mente enquanto se realizam atividades físicas talvez
tenha sido responsável pela grande aceitação deste desporto, que avalia a atividade
física como uma atividade mental intensa.
O sueco, Major Killander foi considerado o “pai da Orientação”. Em 1918 observou a
queda dos concorrentes nas corridas através do campo e decidiu usar a Natureza
para motivar a participação nessas competições.
Em 1922, realizou-se o primeiro campeonato distrital na Suécia e em 1937, o
primeiro campeonato nacional desse mesmo País.
Os governantes suecos apercebendo-se da utilidade deste desporto, oficializaram
para que esta atividade fosse introduzida nos currículos escolares em 1942. Ainda
hoje, a Orientação é um dos desportos mais praticados na Suécia e nos restantes
países nórdicos.
Em 1961, foi fundada a Federação Internacional de Orientação durante um encontro
em Copenhaga.
No ano seguinte, foi realizado o primeiro Campeonato Europeu de Orientação que
foi vencido pelo atleta norueguês Magne Lysfad e na parte feminina, pela atleta
sueca, Ulla Lindkvist.
Em 1965, o Conselho Internacional do Desporto Militar organizou o primeiro
Campeonato de Orientação Militar.

Orientação em Portugal

Pelos responsáveis militares foi compreendido a importância que a Orientação e as


suas técnicas tinham no treino das Forças Armadas.
Em 1973 realizou-se o primeiro campeonato das Forças Armadas em Mafra,
destacando-se na sua participação as forças especiais do Exército e da Força Aérea
(Pára-quedistas).
Nos primeiros tempos esta modalidade desportiva apenas foi praticada por
elementos militares.
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Em 1987, com a criação da Associação Portuguesa de Orientação (APORT),
começou-se a procurar promover a Orientação no meio civil e a produzir os
primeiros mapas destinados à prática desta modalidade. Até aí, os mapas utilizados
eram os militares na escala de 1/25 000.

Caracterização da modalidade:

O Que É?

A Orientação é um desporto que se pratica ao ar livre tendo como “palco” principal


a floresta. É um desporto que se pode praticar individual ou coletivamente, de modo
competitivo ou apenas como forma de recreação.

Na partida, cada praticante recebe um mapa específico de Orientação onde estão


marcados pequenos círculos que correspondem a pontos de controle. Estes são
materializados no terreno pelas "balizas" (prismas de cores laranja e branca) que
têm de ser visitados na ordem indicada. Para permitir que a prova seja efetivamente
aberta a todos, existem sempre diversos percursos adaptados à condição física e
técnica de cada participante.

A Orientação pode ser praticada em qualquer lugar desde que exista um mapa de
Orientação dessa área. Floresta, montanha, montado, zona urbana, qualquer local é
adequado para a sua prática. O terreno deve ser agradável e com pormenores de
relevo e de vegetação, e possuir características que o tornem acessível a todos os
grupos, desde o que se inicia na modalidade àquele que a prática ao mais alto nível.
As provas em parques ou jardins citadinos e em áreas urbanas, embora reduzam o
factor do contacto com a natureza, são cada vez em maior número conferindo mais
visibilidade às competições. As provas de Orientação são, regra geral, realizadas
durante o dia. No entanto, existem também provas nocturnas.

As provas de competição de Orientação caracterizam-se por:

- Exigirem a todo o momento tomadas de decisões, que assentam em


qualidades de percepção visual, análise, concentração e auto-controlo;
- O terreno onde se desenvolvem, é bastante variado e acidentado – escarpas,
areia, linhas de água, rochas, vegetação mais ou menos densa, relevo
variado, etc. – o que faz dos praticantes de Orientação a este nível,
“corredores-todo-o-terreno”;
- A dificuldade técnica da corrida, requer frequentes paragens (micro pausas),
para consulta do mapa, utilização da bússola, tomadas de decisão, ...;
- Situações de stress (contrariedade), tais como a correcção de erros, a
distração causada por outros competidores, etc.

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Definição

Tomando por base a sua disciplina mais praticada, a Orientação Pedestre,


poderemos definir a modalidade como uma corrida individual, contra-relógio, em
terreno desconhecido e variado, geralmente de floresta ou montanha, num percurso
materializado no terreno por pontos de controlo que o orientista deve descobrir
numa ordem imposta. Para o fazer, ele escolhe os seus próprios itinerários,
utilizando um mapa e, eventualmente, uma bússola.

Vertente Recreativa da Orientação:

- Actividade com uma grande componente lúdica


- Proporciona o contacto com a Natureza

Vertente Pedagógica da Orientação:

- Actividade prioritária do Desporto Escolar


- Encoraja a tomada de decisões
- Modalidade inter-disciplina

Medidas gerais a adoptar nos eventos de orientação

Recomendações ( que não deverão ser vistas como imposições mas sim
recomendações a colocar em prática) que se podem colocar em prática,
minimizando os impactos negativos que podem surgir durante a prova:

Antes da prova:

É importante a análise sobre o local e data a escolher tendo em atenção as épocas


de nidificação e migração da fauna para além do cuidado a ter quanto à
classificação do solo em termos do seu uso. Esta análise deverá ser feita com a
participação de quem autoriza a realização do evento:

- Estabelecer contactos com os proprietários dos terrenos utilizados;


- Estabelecer um traçado de percurso que faça marcas como pisoteio em
zonas de vegetação mais rasteira (de preferência sem arbustos);
- Estabelecer vários percursos de modo a evitar um pisoteio contínuo.

Durante a prova:

- Colocar informação sobre a não utilização de sapatos com bicos em áreas


sensíveis;
- Colocar informação sobre algumas curiosidades do meio ambiente onde
decorre a prova;

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- Disponibilizar contentores de recolha selectiva no final dos percursos e na
arena; - Concentrar a Arena (secretariado; estacionamento; bar; partidas;
chegadas; espaço infantil);
- Molhar as zonas não asfaltadas e de elevado movimento;
- Separar os resíduos por tipo;
- Evitar a distribuição de garrafas de água nos abastecimentos, pois produz
mais resíduos que a opção copos;
- Solicitar aos atletas que deixem as garrafas (ou copos) junto dos pontos de
abastecimento;
- O estacionamento deverá ser gerido de modo a concentrar todos os veículos
motorizados num espaço livre e não sensível;
- Proporcionar instalações sanitárias

Importante: O clube organizador é responsável por todo o resíduo produzido durante


o evento no local das provas;

Após a prova:

- A recolha de pontos/controlos deverá integrar também a recolha de


garrafas e/ou outro lixo que não pertença ao local e tivesse sido produzido
durante o evento;
- Reavaliar as zonas de pisoteio, avaliadas antes da prova e também sobre
os percursos feitos pelos atletas, dias após o evento;
- Deixar as áreas limpas de resíduos;
- Efectuar um relatório das ações ambientais instauradas durante a prova e
promover a divulgação.

Importante: Após o evento deve analisar-se se todas as situações ambientais


foram repostas.

Planeamento e calendarização:

O Tempo

A preparação de um evento de Orientação inicia-se pela escolha do espaço e do


tempo. Escolhe-se a data para a realização do evento considerando aspectos como
a mobilização expectável dos participantes-alvo, sejam estes de escolas (evitando
férias escolares, por exemplo), de praticantes federados (planeando datas de
acordo com o calendário da Federação Portuguesa de Orientação), de novos
praticantes (escolhendo datas da Primavera, por exemplo) ou outros.

Numa perspectiva anual devem ser evitadas datas de calor extremo (Julho e
Agosto) e datas onde a sobreposição de outros eventos possa complicar
aspectos logísticos ou participativos (Natal, Páscoa, etc.). Dias de semana são
adequados para actividades escolares mas inadequados para outros
participantes-alvo.

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Na perspectiva diária, se se perspectivar calor, deve ser planeado para o final da
tarde ou preferencialmente para a manhã.

Para a marcação da hora do evento devem ser tidos em conta aspectos que dizem
respeito aos participantes (evitar por exemplo uma prova ao final de tarde se no dia
seguinte houver outra logo de manhã), mas também aspectos que digam respeito à
própria organização. Para eventos competitivos poderá haver necessidade de se
começar cedo se houver muitos participantes, mas tem que se acautelar que os
pontos possam ser colocados no próprio dia e para isso são necessárias algumas
horas de luz solar, dependendo da dimensão da área e do número de marcadores
de pontos.

O Local

A escolha do local é um dos aspectos críticos para o sucesso de uma organização.


É um facto que se pode fazer Orientação em qualquer local desde que haja um
mapa. No entanto, a Orientação deve ser feita com prazer, em locais agradáveis, de
beleza paisagística e/ou interesse técnico. Por vezes é necessário fazer concessões
e organizar em zonas menos agradáveis tecnicamente mas que estejam próximas
do grupo alvo pretendido (escolas por exemplo).

O espaço (tipo de terreno) deve também ser adequado ao público-alvo. Para


escolas, o primeiro espaço utilizável deve ser a própria escola pois permite uma
iniciação num espaço conhecido e facilmente controlável, facilitando a transição
para eventos posteriores se possível em parques urbanos próximos da escola. A
escolha do local para efeitos competitivos deve adequar-se à dimensão e objectivos
do evento.
Em zonas com muitas áreas de interesse técnico devem criar-se sistemas de
rotatividade entre as áreas existentes para não tornar repetitiva a utilização de uma
área específica.

Em zonas urbanas e nas grandes cidades, há que adequar a escolha da área ao


público-alvo. Para eventos mais competitivos optar por áreas de boa qualidade
técnica mesmo que isso obrigue a organização a deslocar-se para o meio rural.
Para eventos de divulgação e de carácter local, utilizar florestas urbanas ou parques
de alguma dimensão em zonas urbanas. Atividades de iniciação à modalidade ou de
Orientação de Precisão (Trail-O) podem ser realizadas em parques mais pequenos.

Terreno:

O terreno deve ser adaptado ao desenvolvimento de percursos competitivos de


Orientação de Precisão e de nível adequado.

A escolha do terreno deve levar em conta os atletas com menor mobilidade, as


pessoas que se deslocam em cadeiras de rodas e aqueles que se deslocam
lentamente e com dificuldade, de tal forma que todos possam completar a prova
dentro do tempo previsto. Nalguns locais, com declive mais acentuado, a
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organização poderá colocar ajudantes adicionais que colaboraram no ultrapassar
desses declives, tornando a sua passagem mais fácil e segura.

A Orientação, a Saúde e o Ambiente

Impacto das Provas de Orientação na natureza:

A prática da orientação por si só não se compreende como uma ação crucial e


significativa de resultados negativos para o ambiente.
A corrida pela floresta desempenhada isoladamente não fabrica efeitos negativos
significativos quer sobre o constituinte vegetal quer para o constituinte animal tendo
em conta que nós próprios (humanos) fazemos parte desse meio.

A identificação de impactos de qualquer ação humana prende-se sobretudo com as


atividades que possam produzir efeitos sobre os recursos naturais provocando o
desequilíbrio natural do ambiente. Assim sendo, temos que assegurar:

- A correcta gestão de recursos naturais;


- A promoção da conservação do ambiente

A orientação por se praticar ao ar livre e em contacto sobretudo com a natureza é,


por norma, uma modalidade consciente do meio onde se insere.

Para além da Orientação Pedestre, existem também outras disciplinas, tais como
Orientação em BTT, Corrida de Aventura e Orientação de Precisão.

É bastante importante que ao praticar qualquer desporto ao ar livre reconheçamos a


importância de manter a preservação da natureza, sendo que na Orientação
Pedestre foram adotadas os seguintes princípios:

- Estar atento à necessidade de preservar o meio ambiente saudável e integrar


este princípio na conduta fundamental da orientação.
- Assegurar-se de que as regras da competição e da organização de eventos
estejam bem conscientes do princípio de respeito para com o meio ambiente
e para com a proteção da flora e fauna.
- Cooperar com os proprietários, autoridades governamentais e organizações
ambientais de forma a definir a melhor prática.
- Fazer observar os regulamentos locais para proteção ambiental, manter a
natureza livre do lixo produzido na competição de orientação e tomar
medidas formais para evitar a poluição.
- Incluir a Educação Ambiental na iniciação desportiva e treinamento de
atletas e funcionários.
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- Exaltar a consciência ecológica e os problemas ambientais mundiais, de
forma que as entidades de prática possam adotar princípios para
salvaguardar a prática da orientação.
- As entidades de prática devem preparar diretrizes de Educação Ambiental
específica para os próprios locais onde atuam.
- Quando possível não utilizar qualquer tipo de sacos de plástico;
- A organização deve instalar coletores seletivos de lixo em todas as
competições de Orientação;
- Adotar a seleção e destinação adequada do lixo como conduta dos atletas
em todas as atividades de Orientação.
- Nas competições de Orientação é proibido pintar árvores e pedras;
- Nas competições de Orientação é proibido cortar, furar ou pregar árvores
para fins de fixar, hastear ou instalar implementos relacionados às atividades
do desporto.

Os princípios acima devem ser seguidos por todos os orientistas, pois assim
garantimos o uso futuro de nossas melhores áreas para a prática da orientação.

Impacto das Provas de Orientação na saúde:

- Aumenta os níveis de energia;


- Contribui para a criação de laços de convivência em grupo melhorando a
qualidade de vida de todos os participantes;
- Integra os participantes em circuitos de corridas e caminhadas;
- Mantém o bom funcionamento de diferentes sistemas do organismo;
- Aumenta a coordenação motora;
- Fortalece o sistema imunológico;
- Aumenta a força e a resistência muscular;
- Existe uma maior motiva por ser um desporto praticado ao ar livre e onde
temos maior contacto com a natureza;

O grau de dificuldade

Para qualquer tipo de terreno e mapa, um traçador de percursos pode planear


percursos com vários níveis de dificuldade. O grau de dificuldade das pernadas
pode ser aumentado ou diminuído, fazendo, por exemplo, os atletas seguir mais
perto ou mais longe de referências lineares (caminhos, vedações, linhas eléctricas,
etc), ou escolhendo pontos mais próximos ou mais afastados de grandes
referências. A direção de abordagem dos pontos também influencia a sua
dificuldade.
Os orientistas devem ter a possibilidade de avaliar a dificuldade de aproximação ao
ponto, a partir da informação disponível no mapa, e assim utilizar a técnica de
aproximação mais apropriada.
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Deve ser tida em atenção a capacidade técnica dos atletas, a sua experiência e a
sua capacidade de compreender os pormenores do mapa. É particularmente
importante conseguir o nível correto de dificuldade, quando o percurso se destina a
principiantes e crianças.
Como já foi referido antes, é um erro comum fazer os percursos de formação e de
promoção demasiado difíceis. O traçador de percursos deve ter cuidado para não
avaliar a dificuldade do percurso de acordo com a sua própria capacidade técnica e
velocidade de execução.
Um bom método para traçar percursos de forma a tornar o nível dos percursos
adequado, é começar pelos percursos mais fáceis (Infantis) e mais difícil (H21E) e
depois a partir dessas referências extremas fazer todos os restantes percursos.

Duração

A duração efetiva da prova dependerá do tipo de prova:

- Distância ultracurta – inferior a 8 horas;

- Distância curta – 8 a 12 horas de prova (1 dia de prova);

- Distância média – 18 a 23 horas de prova (2 dias de prova);

- Distância longa – superior a 23 horas (mais de 2 dias de prova).

Disciplinas da orientação

Disciplinas Oficiais da Orientação Outras variantes

- Orientação Pedestre - Parques; dentro da cidade


- Orientação em BTT - Percurso “score”– “Score 100”
- Orientação em Ski - Em “raquetes” de neve, a cavalo,
- Orientação de Precisão de canoa, …
- As Corridas Aventura - Orientação Nocturna Estafetas

Orientação Pedestre

A Orientação Pedestre é a disciplina da Orientação com maior tradição e número de


praticantes, tanto em Portugal como a nível internacional. São utilizados mapas
específicos para Orientação Pedestre.

Importante: Ao longo deste trabalho, quando algum texto não refere nenhuma
das disciplinas, significa que o comentário se refere à Orientação Pedestre.

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Orientação em BTT

A Orientação em Bicicleta de Todo o Terreno (BTT) é uma disciplina semelhante à


Orientação Pedestre. A Orientação em BTT é a disciplina da Orientação em fase de
maior desenvolvimento a nível internacional, sendo reconhecidas as suas enormes
potencialidades de futuro. São utilizados mapas específicos para Orientação em
BTT.

Corridas Aventura

Disciplina da Orientação, por equipas, que consiste numa prova de um ou vários


dias com diversas etapas: Orientação Pedestre, Orientação em BTT, em canoa,
manobras de cordas e outros. Esta disciplina, embora seja tutelada em Portugal
pela FPO, a nível internacional não é reconhecida pela Federação Internacional de
Orientação. São utilizadas cartas militares 1:25000 ou, sempre que possível, mapas
de Orientação Pedestre ou de Orientação em BTT.

Orientação de Precisão (Trail-O)

Disciplina da Orientação direcionada para pessoas com deficiência motora, mas


normalmente aberta a todos e com grandes potencialidades ao nível da
aprendizagem da Orientação. Na Orientação de Precisão, o único factor avaliado é
a capacidade de leitura do mapa e interpretação do terreno. São utilizados mapas
da Orientação Pedestre mas normalmente com escalas maiores.

Orientação em Ski

Disciplina da Orientação adaptada a terrenos com neve. Tal como na Orientação em


BTT, a deslocação apenas se pode realizar nos caminhos indicados no mapa. São
utilizados mapas específicos para Orientação em Ski. Pelas características próprias
do clima, a sua prática não se verifica em Portugal.

As capacidades físicas desenvolvidas na orientação variam consoante a forma


como a praticamos esta pode ser praticada:

- Em corrida, onde as capacidades físicas mais desenvolvidas são a força e a


resistência, mas nesta modalidade também tem bastante relevância o
equilíbrio a coordenação motora e a flexibilidade;
- Em BTT, em que as capacidades desenvolvidas assemelham-se às do
ciclismo exercitando-se principalmente a resistência, força, a velocidade, o
equilíbrio e a coordenação motora

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A orientação é um desporto que pode ser praticado competitivamente e com um
elevado esforço físico, mas também pode ser praticado de maneira mais relaxada
por isso consoante o esforço aplicado durante a atividade podemos ou não
desenvolver diferentes capacidades físicas. Apesar de existiram muitas outras
formas de praticar orientação estas duas contém as capacidades físicas presentes
em todas as outras

Materiais necessários:

Existe sempre uma lista de material obrigatório e de material recomendado, que


varia consoante a natureza da etapa.

Embora a maioria do material seja da responsabilidade do atleta, a organização


poderá disponibilizar algum material essencial à realização da etapa, como por
exemplo o material para as atividades náuticas (canoas, pagaias, coletes).

Para cada tipo específico de etapa (BTT, canoagem, atividades com cordas,
atividades noturnas) está definido um conjunto de material obrigatório recomendado.

O material mais importante na Orientação: O Mapa

O mapa é o único material que é considerado obrigatório para a prática de


Orientação. Trata-se de um objeto que mostra o local a explorar.

ORIENTAÇÃO DO MAPA
Saber orientar o mapa e mantê-lo permanentemente orientado é de importância
capital para realizar o percurso de forma correta e com sucesso – “somente o mapa
bem orientado pode ser útil”.
Para orientar o mapa, é preciso fazer corresponder a realidade (o que se vê no
terreno), com a sua representação no mapa.

Orientação pelo terreno:

O mapa está orientado quando coincide com o terreno.


O bordo norte do mapa deve fazer face com o Norte. É então fácil comparar o
mapa com o terreno.

Quando estamos no terreno orientamos o mapa rodando-o até que ele coincida com
o terreno (correspondência com o terreno):

-Visualizar três pontos característicos da paisagem;


-Localizar no mapa esses pontos característicos;
-Colocar o mapa à nossa frente;
-Rodar o mapa, até que os pontos característicos do mapa e do terreno coincidam,
isto é, fiquem na mesma direcção
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No entanto, esta noção de concordância é difícil de fazer adquirir às crianças.

Podemos também orientá-lo pela bússola:

Para isso, sempre com a bússola na horizontal, devemos alinhar a agulha móvel
com as linhas do N do mapa (meridianas do mapa) – os dois Nortes, o do mapa e o
magnético, devem coincidir.

A bússola é a melhor ferramenta para nos assegurarmos que o mapa


está bem orientado em relação ao terreno, em caso de dúvidas.

A grande utilidade da bússola centra-se na possibilidade de


aumentarmos a velocidade de execução, nomeadamente para orientar o mapa.
Basta para tal fazer coincidir a direção dos meridianos do mapa com a agulha da
bússola.

Regra do polegar:

Quando se tem o mapa na mão o dedo polegar deve ser colocado no local em que
está localizado e sempre que deslocar o dedo vai acompanhando no
mapa os movimentos efetuados. Esta regra quando bem executada
permite indicar sempre com precisão e rapidez o local em que se
encontra, uma vez que restringe a zona do mapa a consultar às
imediações do local onde está colocado o dedo.

Legenda – A linguagem do mapa

Para que o mapa seja simples de ler e facilmente compreensível, várias cores e
símbolos são utilizados.

Não é possível representar no mapa todas as características e objectos do terreno,


uma vez que teria demasiados pormenores e tornar-se-ia difícil de ler. Os símbolos
utilizados num mapa representam, tanto quanto é possível, as características do
terreno.

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Uma boa regra quando se observa um novo mapa é começar por estudar a legenda,
que contém os símbolos utilizados e a sua descrição.

A simbologia existente na legenda dos mapas de Orientação, permite que qualquer


pessoa, independentemente do seu país de origem, possa ler qualquer mapa. Uma
vantagem destes mapas é que os símbolos, cores, escalas, espessura das linhas,
etc., respeitam uma norma mundial. Esta simbologia é determinada pela Federação
Internacional de Orientação (International Orienteering Federation - I.O.F.).

Outra vantagem destes mapas é que eles, normalmente, estão a escalas amplas,
sempre superiores a 1:15000 na vertente pedestre. Isto significa que contêm
bastantes detalhes, o que se torna bastante útil a quem os utiliza para a prática de
Orientação Pedestre.

As seguintes cores são as utilizadas em mapas de Orientação:

● A CASTANHO temos tudo o que está relacionado com diferenças de altitude:


cumes, ravinas, depressões, pontos de cota, etc;
● As áreas a BRANCO representam Floresta Limpa (árvores mas sem
vegetação rasteira);
● AMARELO representa áreas abertas: campos abertos, clareiras, etc;
● VERDE representa áreas ou objectos relacionados com vegetação;
● A AZUL aparecem as áreas ou objectos relacionados com água;
● PRETO é a cor mais utilizada e representa variados objectos e
características do terreno, geralmente artificiais ou rochosos: estradas,
caminhos, linhas de alta-tensão, edifícios, rochas e falésias.

Bússola

A bússola é um acessório que auxilia a medição da distância a


percorrer entre os postos de controle de um percurso. Trata-se
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de um objeto muito importante que auxilia a leitura que os praticantes de orientação
fazem do mapa e ajuda-os a encontrar o caminho a seguir

Picotador

O picotador é o alicate que se encontra junto às balizas de cada


ponto de controle. Trata-se de um objeto de plástico vermelho
(para ser facilmente identificado) com um determinado número
de dentes metálicos. Cada praticante utiliza o picotador para
perfurar o seu cartão de controlo com um padrão que é só
conhecido pelos responsáveis da prova.

Cartão de controle

Os cartões de controle podem ter diversos formatos, mas todos incluem quadrados
numerados para a picotagem nos
sucessivos pontos de controle. Quando um
orientista atinge um ponto de controle, deve
utilizar o picotador que lá se encontra para
perfurar o cartão de controle no quadrado
correspondente.

Fato de orientação

O fato de Orientação é utilizado para proteger o


corpo dos atletas contra a vegetação mais densa e
agreste que existe na natureza. Ele deve ser feito
com materiais leves e resistentes para que não
prejudiquem o andamento e os movimentos dos
atletas.

Perneiras

Uma perneira (tipo de caneleira que os jogadores de futebol utilizam) é


uma peça de vestuário resistente que protege a zona inferior da perna.
A sua utilização é de extrema importância quando o terreno é bastante
acidentado e tem muitas pedras, troncos caídos, entre outros elementos
que dificultam a sua travessia.

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Calçado de orientação

Não existe um determinado tipo de calçado específico para a


prática da Orientação. No entanto, independentemente de serem
botas, tênis ou sapatos, o calçado escolhido deve ser o mais
confortável, leve e resistente possível.

Restantes materiais que a associação deve ter:

Para além do material que cada participante deve levar consigo, existem muitos
outros materiais essenciais ao bom funcionamento do evento que são inteiramente
responsabilidade da associação organizadora do evento, como por exemplo:

- Secretariado - Mesas, cadeiras, máquina calculadora, caixa/cofre com trocos


preparados, envelopes e quadros para afixação de informações.

- Equipa Técnica - Material para correr, equipamento técnico (estacas, balizas e


estações ou picotadores), lanterna (caso haja necessidade de recolher ou marcar
sem luz do dia).

- Chegadas - Fita balizadora, sacos de lixo, cronógrafo (caso o tempo seja


controlado sem sistema eletrônico), painel de chegadas, folha com nome dos clubes
e sacos grandes (caso haja recolha de mapas).

- Partidas - Cestos ou recipientes para colocação de mapas e de sinaléticas, fita


balizadora, tendas, relógio digital gigante para visualizar hora de partida e relógio
com sinal sonoro para a partida real dos participantes, listas de tempos de partida
por minuto. - Outras equipas de apoio.

A sinalética é a descrição da localização exata dos pontos de controlo indicados


pelo mapa. Ou seja, indica a localização da baliza relativamente ao elemento
característico e fornece ao orientista o código do ponto de controlo. Para o
transporte da sinalética é normalmente utilizado um porta-sinalética que se adapta
ao antebraço do atleta.

Sinalética na Orientação Pedestre:

Quando se procura um ponto marcado no mapa, é por vezes necessário alguma


informação mais detalhada relativamente à natureza e localização exacta do
elemento onde se encontra a baliza.

exemplos:

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Objetivo da sinalética:

- Dar uma descrição exata da natureza e das características do elemento onde se


encontra o ponto de controlo;

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- Indicar a localização exata da baliza relativamente ao referido elemento;

- Listar o número de cada ponto de controlo;

- Fornecer informações relativamente ao percurso como distância, declive


acumulado e escalões;

- Dar informações sobre possíveis balizados e passagens obrigatórias.

Exemplos de rotas para a prática de Orientação Pedestre:

Lisboa:

Monsanto (5.6 kilómetros)

Duração: uma hora e 58 minutos

Dificuldade: fácil

Orientação Jamor (8.66 kilómetros)

Duração: uma hora e 49 minutos

Dificuldade: fácil

Santarém:

Poceirão (9.43 kilómetros)

Duração: 4 horas e 46 minutos

Dificuldade: moderada

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Setúbal:

Portinho da Arrábida (31.15 quilómetros)

Duração: 3 horas 13 minutos

Dificuldade: Moderada

Empresas e associações que fornecem Orientação:

Existem inúmeras associações que fornecem Orientação Desportiva pelo país.

Portugal

(FPO) -Federação Portuguesa de Orientação

A Federação Portuguesa de Orientação é o órgão que gere a


Orientação em Portugal. Tem a sua sede em Marinha Grande. A
Associação Portuguesa de Orientação, criada em 1987, deu origem
à fundação da actual Federação em Novembro de 1990.

Leiria:
COC – Clube de Orientação do Centro

Criado legalmente a 10 de Dezembro de 1998, o COC sempre


procurou um crescimento sustentado no rigor e na qualidade do
trabalho desenvolvido.

Lisboa:
CAAL- Clube de Atividades de Ar Livre

O Clube de Actividades de Ar Livre é uma organização Ambiental


(ONGA) que tem vindo ao longo destes 30 anos a caminhar no
sentido de despertar o interesse desta grande família para uma
fruição consciente do meio e seus ecossistemas naturais.

Clube de Aventura e Orientação de Sintra (CAOS)


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Fundado em 31 de Julho de 2003, o CAOS dedica-se à prática de Orientação e
desportos de aventura.

COA - Clube de Orientação e Aventura

Santarém:

Grupo Desportivo União da Azoia

Legislação:

Programa Desporto de Natureza:

Instituto do desporto de Portugal, I.P.

Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de Agosto


Regula a animação ambiental nas modalidades de animação, interpretação
ambiental e desporto de natureza nas áreas protegidas, bem como o processo de
licenciamento das iniciativas e projectos de actividades, serviços e instalações de
animação ambiental. O Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de Agosto foi
alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 17/2003, de 10 de Outubro.

Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro


Regula o turismo de natureza. O Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro foi
alterado pelo Decreto-Lei n.º 56/2002, de 11 de Março.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/98, de 25 de Agosto


Estabelece a criação do Programa Nacional de Turismo de Natureza (PNTN), que
prevê a prática integrada de atividades desportivas, aplicável na Rede Nacional de
Áreas Protegidas.

Rede Nacional de Áreas Protegidas:

Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro


Áreas protegidas. Estabelece normas relativas à Rede Nacional de Áreas
Protegidas. O DL n.º 19/93 foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 213/97, de 16 de
Agosto, pelo Decreto-Lei n.º 227/98, de 17 de Julho e pelo Decreto-Lei n.º 221/2002,
de 22 de Outubro.
Revoga o Decreto-Lei n.º 613/76, de 27 de Julho, e os Decretos n.ºs 4/78, de 11 de
Janeiro, e 37/78, de 17 de Abril.

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Actividades Desportivas em Zonas da Orla Costeira, Praias, Dunas, Falésias e
Reservas Integrais:

Decreto-Lei n.º 218/95, de 26 de Agosto


Regula a circulação de veículos motorizados nas praias, dunas, falésias e reservas
integrais.

Conservação das Aves Selvagens e Preservação dos Habitats Naturais e da Fauna


e da Flora Selvagem - Rede Natura 2000:

Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril


.

A Legislação aplicável ao Desporto de Natureza é a seguinte:

Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de Agosto


Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro
Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/98, de 25 de Agosto
Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro
Decreto-Lei n.º 218/95, de 26 de Agosto
Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril

Conclusão:

Com a realização deste trabalho concluímos que a orientação é um desporto que


pode ser praticado por toda a gente, de norte a sul do país,
É um desporto com uma grande variedade de graus de dificuldade e que para
além de ser bastante benéfico para a saúde, devido a ser uma atividade praticada
ao ar livre e é também um atividade com uma grande componente lúdica.

Webgrafia:

https://bussolas.com/artigos/equipamento-necessario-para-praticar-orientacao

https://www.tuasaude.com/beneficios-da-atividade-fisica/

https://www.fpo.pt/ficheiros/Apoio_Didatico/livro_orientacao_desporto_com_pes_e_c
abeca.pdf

https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/superexploracao-dos-recursos-naturais

https://www.efdeportes.com/efd163/estrategias-de-enfrentamento-em-orientacao-pe
destre.htm

https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/2373/3/Palestra_orientacao_Alcochete.
pdf

http://www.fcmportugal.com/percursos.aspx

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https://fpo.pt/index.php/especialidades/pedestre/13-uncategorised/orientacao

https://transitoesinalizacao.forumeiros.com/t568-btt-legislacao-aplicavel-convem-sab
er
http://orientovar.blogspot.com/2012/09/a-orientacao-em-portugal-uma-abordagem.ht
ml

https://repositorio.ipcb.pt/handle/10400.11/1371

https://www.rhlt.pt/pt/caminhar/

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