Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PATRULHAS DE RECONHECIMENTO
A
principal tática das patrulhas de longo alcance (LRRP) é
não atirar de volta em
caso de tiro próximo. O
inimigo pode estar fazendo
reconhecimento pelo fogo. As LRRP sempre fugiam ao primeiro disparo. Usam
granadas e fumaça
para quebrar
contato. Uma missão com sucesso é não entrar em
contato com o inimigo e
nem deixar
saber que estavam presentes. A mentalidade de "se move, vamos matar"
não tem
vez nas LRRP.
Operando atrás das linhas, estão sempre em
menor número, precisam
de apoio externo e agir furtivamente. Os
Rangers filipinos no
Vietnã calcularam
que em 95% das patrulhas eles que iniciaram os combates.
Um exemplo de
missão com sucesso das LRRP no Vietnã era detectar
uma força que se preparava para
atacar
uma base americana, enviar sua localização e
posição, e quebrar contato para que
o inimigo fosse atacado por
uma força de manobra. Um objetivo
era
evitar um ataque de
surpresa contra a base. O objetivo nunca é atacar,
mas
localizar, obter a composição
das tropas e o curso de ação provável, sendo parte
do ciclo de
"informação–
inteligência-ação".
As patrulhas de LRRP
no Vietnã variavam de 4 a 8 homens. Para comer, a patrulha forma um
círculo com a
face voltada para fora e
próximos para avisar com toque. Os
membros da LRRP não podem
roncar. Um
dos motivos para
evitar contato é o pequeno
tamanho. Outro é atrapalhar a
missão de inteligência.
Um helicóptero de ataque leva até 15-20 minutos para
chegar. O Exército do
Vietnã do Norte tinha equipes de rastreadores para caçar
as LRRPs e tinham a
cabeça a prêmio. Um inimigo que sempre enfrentavam
eram o
mau tempo, frio e roupas molhadas eram problemas, além dos
insetos.
Observação
móvel é um
conceito criado pelo SAS, com a patrulha se movendo em fila
única, cada um
cobrindo
um setor. O pointman (batedor) vai na frente e o ideal é
ser do país
onde operam e conhece a língua local, para
ouvir conversa ou
passar ordem
falsa. É
a posição mais importante pois é
responsável
por detectar
armadilhas, deve ver ou ouvir o inimigo primeiro, tendo
que ser
bem capaz, sempre alerta e de boa forma. O
pointman pode escolher
sua arma e prefere escopetas, submetralhadoras ou um fuzil potente como
o M-14.
O segundo membro
observa as árvores
ou acima e a esquerda. O terceiro membro observa a direita e vai
alternando
direita e esquerda com os outros membros. O último (tailgunner
ou sweeper)
vigia a retaguarda e
também tenta esconder passos e sinais da
passagem da equipe. A
separação entre os membros deve ser
suficiente para
evitar que um granada ou
mina atinga dois ou mais membros.
Para
manter a furtividade, as patrulhas usam
sinais de mãos. Se for necessário falar é feito
direto no ouvido
com sussurro.
A comunicação de rádio é feita com sinais e
código Morse e o mínimo com palavras. Um adágio
das
forças de reconhecimento bem
simples é "não acredite em nada que ouça e
só metade do que vê".
Outra
dica para comportar-se nas patrulhas é: fique alerta,
reporte o que vê,
lembre-se do que ouve, e pense antes de
agir".
Andar
a noite na selva era perigoso pois não era possível ver nada e qualquer barulho atraia a atenção do
inimigo. Cobras no chão não são
vistas, mas a movimentação de dia era muito mais perigosa
que à noite nos
lugares
sem mata como nos pântanos e alagados.
As
táticas de patrulha
australiana no Vietnã era usar um grupo de esclarecimento com
dois homens na
frente.
Enquanto um avança o outro cobre. Esta dupla fica na
frente do grupo
principal. O grupo principal era dividido
em grupo de comando com o
comandante
e o operador de radio, e o grupo de ataque com uma peça de
metralhadora e um
grupo de fuzileiros com fuzil e lança-granadas.
Já os
americanos lutavam
como se estivessem continuando a guerra da Coréia, só que
com helicópteros.
Atuavam em grandes formações, barulhentas, procurando
forçar o contato e com
mobilidade e apoio intenso
do tipo Patrulha de Combate. Passavam o
recado de
"estamos aqui, venha e pague o preço". Quando
o Exército
do Vietnã do Norte passou a atuar com mais
freqüência no Vietnã do
sul, as tropas dos EUA sempre atuavam
em formação
mínima de duas companhias após
uma companhia ter sido derrotada por um Regimento.
Também atuavam
sempre no
alcance da artilharia amiga.
Os SAS australianos
faziam patrulha de reconhecimento-emboscada (recce-ambush
patrol) que durava entre
10-14 dias com um grupo de 5 homens. No inicio a
patrulha
era de quatro membros com o líder, scout,
operador de rádio e
padioleiro. Depois recebeu um
assistente de líder. Mais um membro pode ser adicionado
para
missões de
emboscadas. Na Malásia, a patrulha podia durar várias semanas onde havia muita
água
potável. A
emboscada era tentada no final e era secundário. O importante
era coletar dados
de inteligência. O
SAS também participavam de
forças maiores para grandes
emboscadas, incursões e cerco.
O
MAC-SOG (Military Assistance Command - Studies
and Observations Group) do US Army eram FOpEsp de
várias serviços
e paéses que
atuaram no Vietnã para realizar patrulha de longo alcance e
ação direta em
território
inimigo como o Vietnã do Norte, Laos e Camboja. O MAC-SOG
iniciou suas operações
em 1956 com a
CIA e as Forças Especiais ajudando o Vietnã
do Sul a realizar a
missão. No inicio tentaram fazer guerrilha no
Vietnã do
Norte sem sucesso. Operaram
até 1971 onde realizavam as missões mais difíceis e
perigosas da
guerra.
A maioria
dos cerca de dois mil membros do MAC-SOG eram das Forças
Especiais americanas. Eram
divididos
em equipe Delta (Destacamento 52), Sigma (Destacamento 56) e
Omega
(Destacamento 50). As equipes
tinham seis times de seis membros
composto de
dois americanos e quatro asiáticos. Depois as missões
passaram a ser realizadas
só com americanos na maioria das vezes. Tinham ajuda de
força de reação rápida
para o caso de contato com o inimigo. Os métodos de
infiltração incluía o HALO.
O MAC-SOG realizou
Patrulhas de
Combate com as forças MIKE
(tropas locais treinadas pelas Forças Especiais), coleta de
informações,
designação e alvos para artilharia e apoio aéreo,
avaliação de danos de batalha,
resgate de
combate, resgate de prisioneiros, captura de pessoal para
inteligência, despistamento, operações
psicológicas
e outras. Tropas da marinha
faziam raids e reconhecimento na costa do Vietnã do Norte.
As
operações do MAC-SOG eram controlada diretamente pelo
Pentágono e realizavam as
missões mais
perigosas como reconhecimento e emboscada na trilha
Ho-Chi-Minh e
também faziam resgate de combate e
resgate de prisioneiros. Sua
operação
resultou no desvio de cerca de quatro Divisões do Vietnã
do Norte para
vigiar a
trilha Ho-Chi-Minh.
Enquanto alguns
infantes que atuavam no Vietnã do
Sul raramente
viam inimigos, os membros do MAC-SOG estavam no meio da
colméia.
Em uma ocasião
uma equipe de 14 tropas combateram um regimento inteiro. As baixas
entre os
membros do MAC-SOG
chegaram a 100%, metade morta e o resto ferido pelo
menos uma
vez, mas tinham o maior "kill ratio" da guerra que em 1970 foi de
158
x 1. Dos 58 membros capturados apenas um voltou vivo depois de fugir e mesmo
assim por
pensarem que estava quase morto e
não fizeram muita guarda. A
reação dos vietnamitas contra o MAC-SOG foi colocar pontos de escuta para
detectar a infiltração
de
helicópteros e vigiar os poucos locais de pouso de
helicópteros. Também
passaram a rastrear as equipes, estudaram seu padrão de
atuação como movimento
noturnos, fases da lua e iniciaram emboscadas contra as patrulhas do MAC-SOG.
Espiões em Saigon
passavam planos das missões. Com o
aumento das baixas, o tempo
de cada missão passou de cinco para dois dias.
As Forças
Especiais
americanas forneceram seis equipes de reconhecimento (RT - Recon Team)
para
cobrir a
fronteira com o Kuwait e a Arábia Saudita em 1991.
Patrulhavam a noite
junto com as FE da Arábia Saudita.
Pouco
antes da invasão do iraque, foram inseridas 12 equipes
de LRRP das FE americanas. Apenas duas não
foram detectadas.
Várias extraíram
logo no início ou por estarem comprometidas, ou esperaram quando dia
clareou. O
terreno plano e deserta e a população local levaram ao fracasso da maioria das patrulhas. Uma das
equipes foi destacada para
fazer LRP na auto-estrada 7 apoiando o XVIII Corpo. Os Aliados sabiam que os
carros de
combate
T-72 só eram usados pela Guarda Republicana e assim podiam saber
que
tipo de unidade
estava operando na área de operação da unidade.
Quando os
americanos perceberam que somente as baterias de mísseis
Patriots não seriam
suficientes para
neutralizar a ameaça dos mísseis Scuds
iraquianos foi formada
uma força conjunta de caça-bombardeiros e
Forças
Especiais (SAS e Delta) para
localizar e destruir a ameaça. Cerca de 30% de toda
capacidade
aérea
aliada foi desviada para as missões de busca e destruição
dos Scuds e seus lançadores.
A
missão era importante pois Israel podia reagir e os membros
árabes da coalizão
poderiam se virar contra os
aliados. Os mísseis Scud eram impreciso e obsoleto,
mas era
usado como arma psicológica por Saddam. Se
equipados com cabeça de guerra químicas e
biológicas
os Scuds podiam ser uma grande ameaça mesmo
sendo imprecisos.
A experiência
das operações do SAS nas patrulhas
móveis levou os Deltas a operar também motorizados. Os
Deltas chamavam
apoio aéreo ou
atacavam os alvos diretamente. Um dia antes da rendição
foram designados
dois
alvos. Os A-10 viram do alto que era muito mais alvos destruindo 20
lançadores.
Sempre que possível, os veículos seguiram as trilhas dos veículos da frente, para confundir o inimigo a respeito
do número real dos veículos da coluna. Todo o tempo durante o qual a equipe não estava viajando era usado
para
descanso,
manutenção e planejamento. Uma série de
problemas inesperados foram
enfrentados pelas
colunas imediatamente após a sua partida. O
primeiro deles foram as altas temperaturas de dia e o extremo
frio
durante a noite.
Na
primeira missão eram duas equipes de 8 tropas infiltrados com
apoio de helicópteros
AH-60 DAP e caças F-
15, F/A-18 e A-10. A operação
ocorreu junto com os ataques aéreos.
As equipes atuavam a noite e se
escondiam de dia vetorando ataques
aéreos.
Uma
patrulha de
seis homens foi descoberta quando um garoto iraquiano
tropeçou em um
dos membros, a
equipe recusou-se a matar o menino e entrou em um combate
de sete
horas contra cerca de 250 soldados
iraquianos. Após abater
cerca de 150-250
inimigos, a patrulha foi evacuada por helicópteros no
último minuto.
Em duas ocasiões os F-15E tiveram que
ajudar equipes
detectadas. Um F-15E usou a luz de pouso para
amedrontar uma coluna blindada.
Outro usou uma bomba guiada a laser para destruir um helicóptero
decolando.
Até o final da
guerra, as FOpEsp tinham sido envolvidos na
destruição de muitas
instalações de comunicações
e
destruíram cerca de um terço dos lançadores de
Scuds. Com o uso de
muitos alvos falsos, não tinham tempo
para
distinguir e atacavam tudo devido a pressa. Tiveram sucesso e os
disparos de
Scud diminuíram muito, de
uma média de cinco disparos por
dia para um disparo por dia no fim do conflito. Israel não
retaliou e a
coalizão
manteve-se intacta.
Os
operadores do Sayeret MATKAL (Unidade 767), a principal unidade das FOpEsp israelense, foram
enviados
ao Iraque para que coletar
dados
sobre a movimentação do exército iraquiano. No
inicio era pouca a
possibilidade
de um ataque ao Iraque mas logo começaram a caças Scuds.
As tropas operavam em
Land
Rover e começaram a atacar os Scud com mísseis
anti-carro. Usavam helicópteros
CH-53 para infiltração e
exfiltraçaõ. Não tinham apoio aéreo
aproximado disponível. Nenhum
foi detectado ou atacado e não sofreram
baixas.
Uma equipe de
Forças Especiais americana em um
PO no Afeganistão.
Pelopes
A
missão
primordial dos pelotões de
reconhecimento é dar informações do campo de
batalha e pode auxiliar
no
controle tático posicionando as Companhias e pelotões do
batalhão. Fazem
reconhecimento de zona, área,
rota, cobertura, vigilância
de áreas críticas, ligação e guiamento de
forças de manobra. Difere do
reconhecimento
de longo alcance por
não atuar a longa distância usando método de
infiltração especial. As
LRRPs gastam pelo menos cinco dias com planejamento. Menos que isso
é
reconhecimento convencional e
correm o risco de serem detectados e
não estão
preparados. No reconhecimento convencional é usado um
grupo de
combate mais bem
armado.
O reconhecimento
de área relacionasse
com o terreno e atividade inimiga na área como uma ponte ou
característica
terrestre. Pode ser feito por um grupo de combate ou até todo o
pelotão. O reconhecimento
visual é dividido em longo e curto alcance. As
ações durante a missão de
reconhecimento, segundo a doutrina
americana são: movimento e
ocupação do ORP
(Objective Rally Point), reconhecimento do líder,
ações no
objetivo, retirada e
disseminação das informações.
O
Objective Rally Point é onde se faz as últimas
preparações, recamuflar rosto e armas, inspeciona as armas e
retira o equipamento ótico das
mochilas. Pode
ser um local para formar um cachê de armas e é para onde
se
retorna depois da
missão. Deve ficar fora das vista e alcance das armas inimigas e
deve ser
adequado para ser
defendido por um curto período.
As
ações no objetivo incluem ver o alvo de vários
locais, se necessário,
movimentando-se vagarosamente ao
redor. Elementos de segurança
podem ser
posicionados para caso de apoio direto ou indireto no objetivo. A
retirada e
disseminação das informações é feita
no ORP e o líder debrifa comas tropas para
saber se as
informações são suficientes e
adequadas.
2006
©Sistemas de Armas