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T E R R A I N C Ó G N I T A C E N T R O N Á U T I C O C U R S O D E P A T R Ã O L O C A L

Manual de Patrão Local


Anexos

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 0
T E R R A I N C Ó G N I T A C E N T R O N Á U T I C O C U R S O D E P A T R Ã O L O C A L

NOTAS PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE CARTA


Dos pontos 1 a 3 estão indicados os primeiros passos a realizar para a correcta resolução de um
exercício de carta. Do ponto 4 em diante dão-se noções gerais que auxiliam a resolução das alíneas
seguintes dum exercício.
1. Declinação magnética
Começar por verificar qual a declinação magnética da carta, para que ano está definida e qual a
variação anual. Por exemplo:
5º 05’ W 2000 (9’E)
Começar por calcular a Declinação magnética para o ano ao qual se refere o exercício. Se não for
indicada nenhuma data, assumir que se pretende tomar como referência o ano actual. No exemplo a
declinação para 2002 seria:
2 x 9’E = 18’E
como tem inclinação contrária à Declinação de origem em 2000, temos que subtrair este valor aos
5º 05’W.
Nota: Não esquecer que para subtrair, uma vez que 18’ é superior a 05’e como Nv
estamos no sistema hexadecimal, temos que reduzir 1 grau a minutos, pelo que
5º05’ passam a 4º65’. Nm
Obtemos a Declinação magnética: D = 4º 47’ W
Num canto da folha comece a desenhar o esquema ao lado indicado, D
recordando sempre que Declinação Magnética D é o ângulo formado entre o Norte
Verdadeiro e o Norte Magnético:
Se a declinação magnética fosse para E então a marcação do Norte magnético
seria realizada em sentido contrário.
Não esquecer que este cálculo só preciso ser realizado uma vez por exercício.
A não ser que a carta não seja da Costa Portuguesa, a declinação magnética será
sempre W (oeste).
2. Desvios da agulha
Verificar se é dada uma Tabela de desvios da agulha.
Se não for fornecida a tabela deve ser fornecida um desvio da agulha único δ.
No esquema já desenhado com a Declinação Nv Nv
magnética, assinale o Norte da agulha e o Na
desvio da agulha. Recorde que o Desvio da Nm Nm
agulha δ é o ângulo formado entre o Norte magnético
e o Norte da agulha, representando o desvio δ Na
provocado na agulha em relação ao Norte δ
magnético por efeito do magnetismo dos D
D
materiais ferrosos da embarcação.
Se é fornecida uma Tabela de desvios,
verificar qual a proa a que a embarcação está a
navegar. Consultar a Tabela de Desvios e
verificar qual o valor da Proa mais próximo da
proa à qual a embarcação se encontra a
navegar e verificar qual o desvio da agulha δ. Marcar o Norte da agulha e o respectivo desvio tendo
em conta se o desvio é este ou oeste (ver figura)
Nota: se não existir desvio da agulha, o Norte da agulha Na coincide com o Norte magnético Nm.

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3. Cálculo da Variação Magnética


Sabendo que a Variação Magnética é o ângulo formado entre o Norte verdadeiro e o Norte da
agulha (conforme indicado nas figuras abaixo), procedemos ao seu cálculo tendo em conta que:
Se o desvio δ for E (este) então subtraímos o valor ao da declinação magnética (para
declinação magnética W) para obtermos a Variação magnética V.
Se o desvio δ for W (oeste) então somamos o valor da declinação magnética (para
declinação magnética W) para obtermos a Variação magnética V.
Completar o esquema que começou a desenhar marcando a Variação Magnética V, e uma direcção
de Proa P e outra de Azimute Z. Marcando então os ângulos Za (azimute da agulha) e Pa (proa da
agulha), ângulos formados entre as respectivas direcções e o Norte da agulha Na e os ângulos Zv
(azimute verdadeiro) e Pv (proa verdadeira) ângulos formados entres as respectivas direcções e o
Norte verdadeiro Nv.
Na Nv

Nm

V Pv
δ P

Zv
D
Pa
Mr
Za

Nv

Nm

Na V Pv
P

D Zv
δ

Pa Mr

Za

Com o auxílio deste esquema é fácil verificar qual o tipo de operação a realizar ao passar valores
referidos ao Norte da agulha para valores referidos ao Norte verdadeiro.
Nota: os valores de Marcação relativa Mr são sempre valores verdadeiros. No esquema está
marcada uma marcação relativa a EB (estibordo).
Este esquema irá manter-se enquanto não existir uma alteração da Proa a que a embarcação vai a
navegar. Quando a proa é alterada temos que recalcular a Variação magnética V, dado que o desvio
da agulha δ deverá sofrer uma alteração.

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4. Determinação de um ponto marcado.


Os pontos marcados são habitualmente obtidos por meio de 2 LDP (linhas de posição). Estas
podem ser de 2 tipos:
Azimutes – linhas de marcação tiradas a pontos compíscuos em terra, habitualmente
faróis. Para tal deveremos utlizar o transferidor utilizando o Meridiano mais próximo como
referência. Habitualmente o primeiro ponto marcado dos exercícios é obtido por 2
azimutes.
Rumo – linha que define o percurso seguido pela embarcação a qual em conjunto com um
azimute a um ponto compíscuo em terra permite obter um ponto marcado. O rumo pode
ser obtido pela proa a que a embarcação se encontra a navegar (situação habitual nos
exercícios de exame) caso esteja indicado que se admite a não existência de correntes e/ou
ventos que provoquem o abatimento da embarcação. Neste caso devemos com o auxílio
do transferidor marcar a direcção do rumo a partir do ponto de partida conhecido (deverá
utilizar como referência o Meridiano mais próximo, marcar uma linha paralela sobre o
ponto conhecido). Pode ainda ser obtido através do conhecimento do ponto de partida e o
de chegada traçando a linha que une estes dois.
O ponto marcado deve ser assinalado com um círculo ou quadrado em volta do mesmo
assinalando-se a hora a que este foi obtido.
Nota: Como se sabe, os pontos FAROL 1

marcados, na prática devem ser obtidos


com o auxílio de 3LDP’s, por questão de
facilidade de execução dos exercícios e
2145
porque estes são meramente teóricos
utilizam-se apenas 2LDP.
Os pontos marcados podem ainda ser
obtidos com apenas 1 LDP e uma
distancia radar em direcção ao ponto ao FAROL 2

qual é tirado o Azimute. Nestes casos é


necessário proceder à marcação da
distancia com o auxílio do compasso de marcar: medindo em primeiro lugar a distancia indicada na
escala das Latitudes e transferindo-a então para a medição sobre o azimute.
Na distancia radar somos obrigados a ter em atenção que o radar muito provavelmente não detecta
o ponto compíscuo, mas sim o contorno da terra que se encontra na sua direcção e que pode ser
diferente numas centenas de metros.
5. Localização geográfica

A localização geográfica trata-se da determinação da Longitude (L) e Latitude (ϕ) de um ponto


marcado. Para tal deve-se proceder da seguinte forma:
Longitude (L) – com o auxílio do compasso de marcar, medimos o mais paralelo possível aos
Paralelos, a distancia do ponto ao meridiano mais próximo com marcação abaixo, depois medimos
sobre a escala das Longitudes a partir do mesmo meridiano quantos minutos são para além do
meridiano que utilizamos como referência, e somamos ao valor do meridiano obtendo-se desta
forma a Longitude pretendida.
Latitude (ϕ) – procedesse de forma idêntica ao realizado para a determinação da Longitude, mas
realizamos a medição com o compasso o mais paralelo possível aos Meridianos, medindo a
distancia ao Paralelo mais próximo com marcação mais baixa, medindo-se então a diferença sobre a
escala das Latitudes.
Devemos ter em atenção as escalas das cartas, verificando em quantas medidas a escala se encontra
dividida e em que valores. Se um minuto estiver dividido em 10 porções, indica que cada uma
corresponde a 0,1 minutos, enquanto que se tiver dividida por exemplo em 6 partes iguais então é
porque cada uma destas divisões corresponde a 10 segundos. O habitual é o minuto estar dividido

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em décimos de minuto, pelo que a Longitude apresenta-se por exemplo como L=009º27,8’W (o
que equivale a L=009º27’48”W) e a Latitude como ϕ=38º42,4’N (o que equivale a ϕ=38º42’24”N).
Para reduzir décimos de minutos a segundos multiplicamos os décimos por 60”, obtendo o valor
em segundos.
Ter em atenção as regras de soma e subtracção no sistema hexadecimal. 1º = 60’ (1 grau igual a 60
minutos), 1’ = 60” (1 minuto igual a 60 segundos). Se pretendermos subtrair 02º45’ a 05º25’ temos
que proceder da seguinte forma: reduzir 1 grau para 60 minutos, 04º85’ podendo-se então subtrair
os 02º45’ obtendo-se 02º40’. Se por outro lado pretendermos somar estes dois valores vamos obter
07º65’, este resultado tem que ser devidamente apresentado reduzindo os 60’ para 1º sendo o
resultado final 08º05’.
Nota: não esquecer que na navegação marítima apresentam-se os 0’s à esquerda. Isto é as
Longitudes apresentam-se sempre com 3 casas 009º05’03”W e a Latitude com 2 casas 05º08’09”N.
A Longitude na costa Portuguesa situa-se entre os 007º20’W e os 009º30’W, enquanto a Latitude
situa-se entre os 36º55’N e os 41º50’N (estes valores são meramente como indicadores
aproximados).
6. Determinação de distancias, velocidades e tempos de navegação.
A determinação de distancias, velocidades e tempos de navegação está sempre associado a
existência de 2 pontos marcados, ou então na determinação do ponto de chegada por meio do
conhecimento da velocidade e hora de partida.
Ter em atenção que a velocidade e proporcional a distancia e inversamente proporcional ao tempo.
Um nó é igual a 1 milha por hora ou igual a 1 milha por 60 minutos.
v=d t nó = milha hora
A distancia pode e deve ser sempre medida na escala da Latitude, mas pode ser uma incógnita se
for dada uma determinada velocidade e uma hora prevista de chegada sobre uma direcção. Neste
caso obtemos a distancia multiplicando a velocidade pelo tempo, tendo em atenção que o tempo
tem que estar em horas, isto é se falarmos de um percurso de viagem de 40 minutos a uma
velocidade de 9 nós a distancia calcula-se assim:
40
d = 9× = 9 × 0,667 = 6'
60
Se for conhecida a velocidade e a distancia percorrida e pretendermos calcular a hora de chegada,
obtemos primeiro o tempo de navegação e somamos o resultado à hora de partida. Por exemplo, se
uma embarcação partiu de um ponto às 1635 tendo percorrido 3 milhas com uma velocidade de 7
nós e pretendemos calcular a hora de chegada, realizamos as seguintes contas:
t=d v t = 3 7 = 0,43h = 26 min => a hora de chegada é: t = 1635 + 0026 = 1701
Podíamos ainda recorrer a uma regra 3 simples sendo que: se a embarcação realiza 7 milhas em 60
minutos (1 nó igual a 1 milha por hora) então 3 milhas são cumpridas em X minutos, indicando-se
da seguinte maneira:
7milhas ___________ 60 min
3milhas ___________ x
3 × 60
x= = 26 min
7
a hora de chegada é: t = 1635 + 0026 = 1701

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O cálculo da velocidade pode ser realizado através da sua fórmula ou através de uma regra 3
simples. Utilizando a fórmula há que ter sempre o cuidado de usar o tempo em horas. Assim para o
exemplo: uma embarcação demora 0135 a percorrer 10 milhas qual a sua velocidade, esta pode ser
calculada como:

v = 10
(60 + 35) = (60 × 10) (60 + 35) = 6,3nós
60
Utilizando a regra 3 simples podemos resolver o mesmo problema da seguinte forma:
10milhas ___________ (60 + 35)min
x ___________ 60 min
10 × 60
x= = 6,3nós
(60 + 35)
Como se pode verificar chegamos exactamente a mesma formula mas utilizando uma forma de
raciocínio ligeiramente diferente. Cabe a cada um utilizar a forma de cálculo que mellhor se adapte.
7. Soma de vectores para determinação de Rumos, Proas e Correntes
As noções da soma de vectores são necessárias para a realização de cálculos de rumos de
embarcações levando em linha de conta o abatimento provocado pelo efeito da corrente. Como
sabemos o Rumo é igual ao somatório da Proa com a corrente.
Um vector tem que ter sempre 2 componentes: uma direcção e um módulo (ou valor) que
representa, a uma determinada escala, a velocidade segundo essa componente. Isto é:
Rumo (R) – tem a direcção do percurso realizado pelo navio em relação ao fundo, ou seja
direcção real, e um módulo dado pela velocidade verdadeira ou em relação ao fundo.
Proa (P) – tem a direcção do percurso realizado pelo navio em relação ao meio água (isto é
coincidente com a linha de proa-popa da embarcação) ou seja direcção real, e um módulo
dado pela velocidade de superfície.
Corrente (c/v) – tem a direcção da corrente marítima isto é de onde vem a corrente para
onde vai e o módulo da sua velocidade em relação ao fundo.
C A soma de vectores realiza-se pegando nos dois
vectores a somar e colocando-os um no
seguimento do outro (vector proa e corrente
R
c/v
unidos no vértice B), o vector resultado é obtido
A
pela união do ponto de início do primeiro vector
Pv
(vértice A da imagem) com o ponto final do
B segundo (vértice C do segundo), lendo-se então a
sua direcção e o seu módulo. Tal como na soma
aritmética a soma vectorial é comutativa.

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 5
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C.I.S. – CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS


O C.I.S. é composto por 26 bandeiras alfabéticas, 10 numéricas, 3 substitutas e um galhardete de código
ou reconhecimento. Todas as bandeiras alfabéticas, exceptuando a letra “R”, significam uma mensagem
distinta. Podem-se combinar umas com as outras sendo lidas do topo para a base. As bandeiras estão
concebidas de modo a ser reconhecidas mesmo estando parcialmente cobertas.

Descreve-se aqui apenas um pequeno resumo com o objectivo de dar a perceber a importância deste
meio de comunicação entre navios. À frente de cada bandeira é indicada a soletração usada nas
comunicações rádio.

A edição do “Código Internacional de Sinais” é da responsabilidade do Instituto Hidrográfico e contém


toda a informação sobre a interpretação e utilização dos diversos códigos de sinalização (Bandeiras, Morse
e Homógrafo).

Tenho um mergulhador na água. Não (resposta negativa ou “O


Alfa Mantenha-se afastado e navegue a significado do grupo anterior deve
November
baixa velocidade. ser interpretado na forma
negativa”).
Estou a carregar ou descarregar, ou
Bravo
a transportar carga perigosa.
Oscar Homem ao mar.
Sim (resposta afirmativa ou “O
significado do grupo anterior deve Num porto: Todas as pessoas
Charlie
ser interpretado na forma devem regressar a bordo porque o
afirmativa”). Papa navio vai largar.
No mar: As minhas redes estão
Mantenha-se afastado de mim; estou presas num obstáculo.
Delta
a manobrar com dificuldade.
O estado sanitário do meu navio é
Quebec
bom e peço livre prática.
Echo Estou a guinar para estibordo

Romeo
Estou com avaria; comunique
Foxtrot
comigo.
Estou operando com propulsão à
Preciso de um piloto. (em locais de Sierra
ré.
pesca e por navios de faina
Golf pesqueira a curta distância uns dos Mantenha-se afastado; nós estamos
outros, significa “Estou a meter Tango
a pescar de arrasto em parelha.
dentro as minhas redes”).
Você está a dirigir-se para um
Uniform
Hotel Tenho piloto a bordo. perigo.

Victor Preciso de assistência


India Estou a guinar para bombordo.

Mantenha-se bem afastado de mim. Whiskey Preciso de assistência médica.


Tenho fogo a bordo e transporto
Julliet
carga perigosa ou estou a derramar
Suspenda as suas manobras e preste
carga perigosa. X-Ray
atenção aos meus sinais.

Kilo Desejo comunicar consigo. Estou a arrastar o meu ferro


Yankee
(garrar).

Lima Pare o seu navio imediatamente. Preciso de um rebocador. (em locais


de pesca e por navios de faina
Zulu pesqueira a curta distância uns dos
O meu navio está parado e sem
Mike outros, significa “Estou a lançar as
seguimento.
minhas redes”).

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 6
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galhardete do Código ou
1ª substituta. 2ª substituta. 3ª substituta.
Reconhecimento.

0 Nadazero

1 Unaone 2 Bissotwo 3 Terrathree

4 Kartefour 5 Pantafive 6 Soxisix

7 Setteseven 8 Oktoeight 9 Novenine

Segundo o Código Internacional de Sinais, Parte IV, Anexo E, as bandeiras tem dimensões
regulamentares, das quais se destacam as seguintes:

comprimento altura
Tamanho
(a) (b)
1 2,44 1,98
2 1,68 1,37
3 0,91 0,76
bandeiras rectangulares

comprimento altura topo


Tamanho
(a) (b) (c)
1 5,11 1,52 0,46
2 3,89 1,14 0,30
3 2,59 0,76 0,20
bandeiras numerais

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 7
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NÓS e VOLTAS
Nós, voltas, falcaças, mãos, costuras, botões, pontos, pinhas, gachetas e cochins, são trabalhos da arte de
marinheiro.

NÓS
Os nós usam-se para unir dois cabos, dois chicotes do mesmo cabo ou prender um cabo a um objecto.

Laçada ou Nó Simples
Nó simples. Serve para impedir que um cabo corra num olhal ou gorne.

Faz-se primeiro uma


meia-volta e passa-se o
chicote por dentro da
dita

Nó de Oito ou Trempe
Com a mesma função do nó simples, mas com mais uma laçada, sendo de mais confiança.

Primeiro uma meia- ... depois por dentro da


volta e o chicote por meia-volta pelo lado
baixo do seio ... inverso da passagem
pelo seio

Nó de Frade
Também serve para impedir um cabo de correr ou para rematar o chicote de um cabo.

Meia volta e ... ... passa-se o chicote ... puxar o chicote e


duas ou três vezes pela fechar a laçada
meia-volta ...

Lais de Guia pelo chicote


Usado para encapelar num cabeço e de utilização genérica. É dos nós mais usados e seguros.

Primeiro uma meia- ... depois por baixo do ... e finalmente de novo
volta, o chicote pela dita seio ... pela meia-volta
...

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 8
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Nó Direito
É usado para unir dois cabos de igual material e bitola.

Passa-se o chicote de um ... depois por fora da Os chicotes ficam do


cabo por dentro da meia- volta e de novo o chicote mesmo lado!
volta do outro pelo lado por dentro.
oposto ao chicote deste ...

Nó de Ladrão
É uma variante do Nó Direito mas tem tendência para correr e por isso não é usado. Diz-se que os
marinheiros usavam para amarrar os seus sacos com este nó, pois instintivamente um ladrão faz um nó
direito, e assim sabiam quando o saco era remexido.

Passa-se o chicote de ... depois por fora da Os chicotes ficam do


um cabo por dentro da volta e de novo o lado oposto!
meia-volta do outro chicote por dentro.
pelo lado do chicote
deste ...

Nó de Escota ou Singelo
Usa-se para unir dois cabos de bitola diferente ou para fixar um cabo a um olhal. Não aperta quando
molhado.

Passa-se o chicote de O chicote volta


um cabo por dentro da passando sob próprio
meia-volta do outro e cabo e fora da meia-
depois por fora da volta.
volta.

Nó de Escota pronto a disparar


Com o mesmo fim do Nó de Escota ou Singelo, mas mais fácil de desarmar.

Passa-se o chicote de ... depois dobra-se o


um cabo por dentro da chicote e passa-se a
meia-volta do outro e dobra pelo próprio
de novo por fora da cabo.
volta ...

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 9
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Nó de Escota Dobrado
Idêntico ao Nó de Escota ou Singelo, mas de maior confiança.

Passa-se o chicote de um ... faz uma meia volta em ... e finalmente o


cabo por dentro da meia- torno do outro ... chicote sob o próprio e
volta do outro e de novo fora da meia-volta do
por fora da volta ... outro.

Nó de Pescador
Usado para emendar dois cabos.

Um passa dentro da ... e faz uma laçada em ... puxam-se ambas as


laçada do outro ... torno daquele ... laçadas até se unirem.

VOLTAS
Usam-se as voltas para ligar um cabo a um mastro ou uma antena ou uma âncora.

Volta de Fiel

Volta de Anete
Usada para ligar o chicote de um cabo ao anete de uma âncora ou duma boia.

Volta Redonda e Cote


Para amarrar um cabo a um objecto rapidamente.

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 10
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Volta de Cunho
Usada para amarar o chicote de um cabo um cunho.

Passa-se o chicote por ... continuando agora por Passe-se agora novamente
baixo de um dos braços do cima do braço oposto para por baixo do cunho como
cunho... voltar a passar por baixo do da primeira vez.
mesmo.

... e faz-se uma meia-volta ... a que o seio passe pelo


de modo a que o chicote braço do cunho como
fique por cima do cabo. mostra a figura. Fica assim
Essa meia volta é levada de o chicote rematado
modo ... paralelamente ao cabo.

ALÇA, PINHA, FALCAÇAS e outros


Além de nós e voltas, existem muitos outros trabalhos com cabos. Uma falcaça serve para rematar um
chicote de um cabo e a pinha, além dos comuns porta-chaves, é usada como arremesso na ponta de um
cabo. As alças usam-se muito em cabos de amarração.

Alça
Para rematar um chicote com ou sem sapatilho. Usa-se com frequência nos cabos de amarração.

Mede-se a quantidade de Um dos cordões passa O próximo cordão do Vão-se abrindo os


chicote a descochar. sob um outro, aberto chicote segue o exemplo, próximos cordões na
com uma espicha no mas sob o cordão direcção do entrelaçado
ponto préviamente seguinte do cabo. do cabo ...
medido.

... e passando Ao fim de duas ou três ... corta-se o excesso dos


ordenadamente os passagens de cada cordões.
cordões do chicote cordão no entrelaçado
ajustando sempre. do cabo ...

Neste anexo pretendeu-se mencionar as principais artes de marinheiro e aquelas que julgamos mais
importantes para a navegação de recreio. Quem pretenda aprofundar um pouco mais os seus
conhecimentos nesta matéria poderá consultar Bibliografia especializada.

Elaborado por Miguel Soares para Terra Incógnita Centro Náutico Anexo 11

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