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Edição e Distribuição:
Dedicatória
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Agradecimentos
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Sobre o livro
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Prefácio
Amauri Dutra
Gerente de Treinamento e Desenvolvimento
Johnson & Johnson América Latina
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Índice
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Introdução
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Abertura
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propostas que atenderão a interesses coletivos. Um conflito
construtivo cultiva um dos valores mais importantes das
relações interpessoais: o respeito.
Um conflito torna-se destrutivo quando os objetivos são
meramente pessoais. Neste caso, entra em cena as vaidades
individuais. Há pessoas que não se satisfazem em dar opiniões
apenas, mas insistem em tentar convencer aos demais de que
são donos da verdade em determinadas questões. Se suas ideias
não forem aceitas por todos e colocadas em execução, prefe-
rem não se envolver no processo. Comportam-se como crian-
ças mimadas; tentam obrigar os outros a fazerem sua vontade.
A seguir relacionarei algumas naturezas e tipos de confli-
tos. É uma rápida exposição didática que tem por objetivo ser
um disparador de análises. Espero que a partir desta você pos-
sa identificar outras naturezas de conflitos, fazer diagnósticos
e encontrar soluções criativas.
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Tipos de Conflitos
Conflito Eventual
Conforme o próprio termo designa, eventual é o fenôme-
no que não se repete de forma cíclica. Sua manifestação está
associada a ações não premeditadas pelas partes, não possui
um histórico frequente de ocorrência. Os fatos geradores des-
te tipo de conflito são imprevisíveis e sua origem, necessaria-
mente, não tem ligação direta com desentendimentos nas
relações interpessoais. Por exemplo: a pessoa sai de casa para
o trabalho num dia chuvoso; veste-se e se produz para compa-
recer adequadamente para suas atividades. Enquanto aguar-
da o transporte que a levará ao local de trabalho, um veículo
passa por uma poça d’água e espirra sobre ela, o que, sem
dúvida, provoca forte irritação. Diante do ocorrido ela neces-
sita voltar para casa a fim de trocar de roupa, isto faz com que
ela chegue 30 minutos atrasada para trabalhar. Ao entrar, um
dos colegas impensadamente lhe pergunta em tom jocoso:
– Então, resolveu dormir um pouco mais hoje? A pessoa, que
chegou com uma carga de irritabilidade, reage respondendo
de forma agressiva e isto acaba por gerar um conflito entre os
colegas.
Este é um exemplo de conflito eventual, gerado por uma
situação absolutamente imprevisível, não premeditada. Cer-
tamente não chove todos os dias; mesmo quando chove nem
sempre algum carro, passando por uma poça d’água, espirra
sobre alguém. Chegar atrasado não é um fato que se repete
com esta pessoa. Sendo assim, temos um conflito eventual,
não cíclico. É preciso tomar os devidos cuidados para não
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potencializar este tipo de conflito. Não se deve torná-lo maior
do que de fato é. Cabe, neste caso, ao gestor de pessoal no
ambiente de trabalho entender a situação e procurar acalmar
os ânimos exaltados. Conflitos eventuais são passageiros, são
casos isolados, são situações que não exigem fortes medidas
de intervenção.
Conflito Frequente
Conforme o próprio nome sugere, este tipo de conflito é
cíclico, frequente e, em assim sendo, necessita de mediação
ou gerenciamento. A frequência denuncia que há um históri-
co de desentendimento nestas relações interpessoais. Há situa-
ções mal resolvidas, há pendências emocionais arquivadas
que emperram o andamento dos processos relacionais.
É importante considerar que este tipo de conflito pode estar
associado a problemas de ordem comportamental. Há pessoas
que não possuem habilidades sociais bem desenvolvidas; há
várias razões que explicam isto. O temperamento pode ser
uma delas, a forma como foi educado pode ser outra, as expe-
riências pregressas negativas também podem estar relaciona-
das; enfim, há fatores estreitamente ligados à complexidade
do ser humano.
O conflito frequente exige tratamento. Cabe ao media-
dor, ou ao gerenciador do conflito descobrir sua natureza, sua
origem, seu ponto de partida. É preciso saber investigar, fazer
as perguntas certas, ser um acompanhador dos acontecimen-
tos, possuir as competências necessárias para atuar sobre ele
e, principalmente, conhecer bem as pessoas envolvidas.
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Conflito Generalizado
Segundo alguns analistas, este tipo de conflito tem sua ori-
gem nas instâncias diretivas da organização. Quando os ato-
res organizacionais, que atuam nos níveis mais altos da pirâ-
mide hierárquica, estão em conflito há uma tendência de que
este se espalhe por toda a empresa. Não é difícil de entender o
porquê disto. Quanto mais “empodeirado” alguém estiver
mais forte poderá ser sua percepção de poder. O que modifica
o comportamento do sujeito não é a ascenção hierárquica,
mas sim a maneira como ele percebe, entende e se posiciona
frente à condição de exercer autoridade sobre outros.
O problema do conflito generalizado é que ele se espalha,
se difunde e afeta toda a estrutura organizacional. Podemos
compará-lo a uma doença infecto-contagiosa. Sua dissemina-
ção compromete a saúde da corporação atingindo, sobretudo,
as células das relações interpessoais provocando queda no
rendimento do corpo de colaboradores e, por conseguinte,
gerando prejuízo nos resultados planejados pela corporação.
Este tipo de conflito desvia as energias que deveriam estar
canalizadas para os atos administrativos, com foco em uma
cultura de competências e resultados, para os atos de conten-
ção e apaziguamento dos conflitos. A questão é que grande
parte das horas laborais são consumidas em ações que, efeti-
vamente, não rendem para a organização, apenas gastam
tempo e energia.
A solução deste tipo de conflito passa indubitavelmente
pela reestruturação do corpo diretivo. Se a origem do proble-
ma, conforme aqui considerado, está na direitoria da institui-
ção, então é por ela que se deve iniciar o processo de “cura”.
Isto pede que os gestores do topo da pirâmide administrativa
se sentem à mesa para se resolverem. A partir disto se criará
um clima saudável que contagiará os demais atores da organi-
zação. Diálogo é, sem dúvida, a palavra de ordem. Pessoas
educadas, civilizadas, emocionalmente inteligentes e espiri-
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tualizadas resolvem seus problemas fundamentados num alto
padrão ético e humano.
Conflito Localizado
O conflito localizado, por razões descritivas, se diferencia
do anterior, justamente porque não está afetando todos os
setores da organização. Seu foco está concentrado num deter-
minado setor e ali, uma vez estabelecido, cria seus próprios
problemas e pede soluções específicas.
Os conflitos se instalam, na maioria dos casos, de forma
sutil. É como ocorre com determinados tipos de enfermidades
que assolam nosso organismo, onde demoram para aparecer
os sintomas. Por vezes, quando percebemos os primeiros sina-
is de que algo não está bem, o mal já se alastrou. No que diz
respeito às relações interpessoais, principalmente no ambien-
te de trabalho, cabe ao gestor do departamento fazer constan-
tes observações e diagnósticos. Quem lidera pessoas não pode
se descuidar. O ser humano é complexo.
O fato de um conflito ser localizado e não generalizado,
não significa que seja mais simples e portanto, mais fácil de
resolver; significa, apenas, que necessita de uma forma dife-
renciada de tratamento. Dependendo do setor em que ele
esteja instalado pode comprometer de forma generalizada a
organização. Por exemplo: imaginemos que um conflito insta-
lou-se no setor financeiro da empresa. Os responsáveis por
este setor foram envolvidos em sérias disputas, gerando displi-
cências por parte de seus colaboradores e estas os desviaram
da atenção devida a recebimentos, pagamentos ou investimen-
tos de grande importância da corporação. Quais as conse-
quências disto?
Cabe ao gestor reunir sua equipe, colocar o problema
sobre a mesa, conscientizar os envolvidos da importância
deles e de seu trabalho para a organização, mostrar os abalos
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