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IÇÃ
ED

Alexandre Costa

Ensaios
Reflexões
DE UM PEDAGOGO ORGANIZACIONAL

Desenvolvimento Humano
Coaching
Marketing, Vendas e Atendimento
Cultura e Ambiente Corporativo
Alexandre Costa

Mestrando em
Ciências da Educação

Pós-Graduado em
Educação Corporativa

Pós-Graduando em
Educação a Distância

Graduado em Pedagogia

Graduado em Marketing

Professor de Graduação
e Pós-Graduação

Personal, Professional
e Leader Coach

Publicitário

Consultor de Marketing
e Recursos Humanos

Palestrante
O
I ÇÃ
ED

Alexandre Costa

Ensaios
Reflexões
DE UM PEDAGOGO ORGANIZACIONAL

Desenvolvimento Humano
Coaching
Marketing, Vendas e Atendimento
Cultura e Ambiente Corporativo
Copyright © 2015 Alexandre Henrique Santos Costa

Editoração Eletrônica e Capa: Geraldo Júnior

Impressão e Acabamento

Rua Cosme Jerônimo, 1600 - Lj. 1 - Mondubim


CEP 60.764-520 - Fortaleza - CE
Fone: (85) 3298.6834 - editorarenatosaldanha@gmail.com

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação da fonte (CIP)

C837e Costa, Alexandre.


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Alexandre Costa. - &ŽƌƚĂůĞnjĂ͗Ě͘ĚŽƵƚŽƌ͕ϮϬϭϱ͘

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ISBN 978-ϴϱ-ϵϭϵϱ- ϮϵϬ-8

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Dedicatória

Dedico este livro aos meus professores


e professoras, aos meus alunos e alunas,
verdadeiros parceiros na difícil missão de construir
conhecimentos, e aos brasileiros que acreditam
na Educação como o melhor caminho para a
consolidação do Brasil como uma Nação justa
para todos, para que possamos um dia dizer: Sou
brasileiro, com muito orgulho!
Agradecimentos

Agradeço primeiramente ao meu Deus, o Todo-Poderoso, o


único merecedor de toda honra e toda glória, que tem me sustentado
ao longo de 57 anos de vida.
À Nazaré Costa, minha mulher e permanente fonte de
inspiração, com quem aprendi muito sobre a arte de viver, que sempre
esteve comigo ao longo de 36 anos de união matrimonial e estará
doravante, assim espero.
Aos meus filhos, Alessandra, João Henrique e Marina, aos meus
netos João Vitor e Bento, motivos especiais para minha existência, ao
meu genro Felipe, um grande homem, à Cecília, minha nora, uma
nova filha e esposa exemplar.
Ao casal de amigos, Potyguara e Lucinha, que se transformaram
em irmãos ao longo de mais de 32 anos de amizade verdadeira, sempre
presentes nos momentos mais importantes.
Aos amigos e parceiros, Júlio di Paula e Sandro Barreto, meus
interlocutores de todas as horas, que sempre me incentivaram a
escrever.
Emanuela Gomes
Empresária e graduanda em Serviço Social em
Hidrolândia – Ceará.

O livro está estruturado e dividido por assuntos específicos,


proporcionando ao leitor uma reflexão sobre vários temas que o autor
soube explorar com muita propriedade.
A obra oferece uma leitura leve e não simplória marcada
por capítulos curtos, que permitem aos profissionais de todas as
áreas facilidade de acesso à informações aprofundadas sobre várias
abordagens.
Sinto-me muito lisonjeada em poder compartilhar minha
opinião sobre esta obra, através da qual o autor e mestre Alexandre
Costa, nos apresenta um legado de conhecimento, sabedoria e
uma vasta experiência no mundo corporativo, dando exemplo de
resiliência, de fé e de amor à família, fazendo-nos um convite a seguir
os mesmos passos.
José Ardonio
Jornalista e escritor, membro da Sociedade Brasileira
de Coaching, estudante de Administração de Empre-
sas e pós-graduando em Psicologia Organizacional.
Fundou a Consultoria Costa e Silva – Treina-
mentos Corporativos e Educação Continuada,
onde ministra palestras e treinamentos.

Alexandre Costa, com muita sensibilidade, aborda temas de


suma importância do nosso cotidiano, o que vivenciamos dentro e
fora das corporações, uma obra indispensável, não só para estudantes,
mas também para educadores e profissionais de todas as áreas do
conhecimento, que se interessam pelo assunto Capital Humano nas
organizações contemporâneas. Sua experiência de anos agrega, e
muito, para uma leitura de fácil entendimento.
Costa é conhecido por seus artigos publicados em portais na
Internet, através dos quais trata de assuntos ligados às áreas sensíveis
da educação brasileira e trata com muita propriedade da problemática
corporativa.
O livro ENSAIOS E REFLEXÕES DE UM PEDAGOGO
ORGANIZACIONAL é um presente para aqueles que, assim como o
autor, sonham com corporações e colaboradores saudáveis.
Jeice Kelly
Professora. Colunista RH Portal e Portal Edu-
cação. Especialista em Psicologia Organizacio-
nal. Graduada em Gestão de Recursos Humanos.
CRA/CE nº 6-00446.

Como professora, apaixonada por educação e desenvolvimento


de pessoas, desfrutando-me do conteúdo deste livro, me lembro das
palavras do grande mestre e educador Rubem Alves em um de seus
livros “Os Quatro Pilares da Educação”, quando o mesmo enfatiza
as peculiaridades do processo ensino/aprendizagem, que tudo parte
de nós mesmos, da nossa essência, do nosso ver: aprender a ser,
aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a conviver. Sem
esses processos, não há desenvolvimento e sem desenvolvimento não
há aprendizagem.
A abordagem e a relevância dos temas a seguir nos levam a
uma reflexão juntamente com o autor sobre a inserção da pedagogia
nas organizações, o processo de aprendizagem e desenvolvimento
de pessoas, a integração e as novas metodologias do ambiente
organizacional. Certo que lidar com pessoas é uma experiência única
e singular e ao mesmo tempo prazerosa, mas desafiadora.
É preciso abrir mão dos velhos hábitos e crenças limitantes que
impeçam essa construção. Encontramo-nos na era do conhecimento,
da valorização do capital intelectual e ainda mais, um novo conceito:
o capital espiritual. A valorização da essência, dos valores pessoais
inseridos aos valores organizações e vice-versa, trocando em miúdos,
isto significa encontrar significado para o trabalho.
SUMÁRIO

Prefácio ...........................................................................11

1ª Parte - Desenvolvimento Humano ............................. 13

2ª Parte - Coaching........................................................ 67

3ª Parte - Marketing, Vendas e Atendimento .............. 127

4ª Parte - Cultura e Ambiente Organizacional ............ 147

Considerações Finais ................................................... 161

Referências Bibliográficas ........................................... 162


PREFÁCIO

Foi com imensa satisfação, apreço, carinho e ao mesmo


tempo, com uma responsabilidade redobrada, que recebi o convite de
Alexandre Costa para prefaciar sua obra ENSAIOS E REFLEXÕES
DE UM PEDAGOGO ORGANIZACIONAL, um trabalho refinado,
clássico e com o seu diferencial próprio.
Sem sombra de dúvida, esta obra magnífica leva o leitor a se
encantar, a não querer mais parar, a se debruçar com a leveza, sobre
a beleza e a destreza de suas palavras, que parecem falar diretamente
com o leitor. O seu livro apresenta uma produção ampla, fértil e farta,
porque não dizer com a excelência de um guerreiro, de um homem que
acredita na potencialidade do ser, que confia na magnitude do “bicho
humano”, como ser construtor, que se refaz continuamente, como um
ente inacabado, de produção e infinitude de criação e desafios.
Alexandre Costa, posso assim definir, um gênio que tem
a sede das letras nas suas mais diversas searas do conhecimento e
multiplicidade das habilidades e competências da inteligência
humana.
O escritor gosta e sabe fazer o jogo das palavras que somente
um produtor de sua estirpe é capaz de criar, de constituir uma obra
tão vasta e valiosa, que consegue trazer para o leitor exigente uma
oportunidade de se debruçar sobre temas tão instigantes que fazem
parte de uma meditação, e porque não dizer de um refinamento
dialético socrático, a partir do qual, a visão de criticidade e discussão,
conduzem o leitor a dois métodos importantes: a ironia e a maiêutica.
O livro tem uma divisão especial em quatro partes que estão
muito bem definidas, separadas, organizadas por blocos que o leitor
sagaz logo percebe a acuidade do escritor em deixar as “coisas” de
forma clara e objetiva.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 11


Com isto percebemos que o autor foi muito feliz no ordenamento
de sua obra: Na primeira parte ele aborda o Desenvolvimento Humano.
Na segunda parte nos presenteia com a área do Coaching, muito
bem trabalhado por sinal. Na terceira aborda Marketing, Vendas e
Atendimento e, finalizando, na quarta parte da obra a temática é
Cultura e Ambiente Organizacional.
Portanto, deixo aqui para todos os leitores a conclusão desta
obra que é sua, pois o autor sempre nos deixa, entre aberto, uma
oportunidade de que na condição de leitores sejamos nós também
copartícipes desta produção, pois ela nos encaminha a uma discussão,
a um debate que como bem conheço o autor e amigo, tem por esses um
gosto especial do questionamento, da fundamentação e da construção
do pensamento.
Parabenizo Alexandre Costa, brilhante escritor e exemplo
de superação, por esta obra de fôlego, através da qual se percebe a
grandiosidade de um autor refinado, perspicaz e sábio.

Júlio di Paula

Pós-Graduado em Direito do Trabalho;


Graduado em Direito;
Pós-Graduado em Gestão Escolar;
Graduado em Filosofia, Professor, Escritor e Radialista.

12 Alexandre Costa
1ª PARTE

DESENVOLVIMENTO
HUMANO

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 13


ÍNDICE

1º Capítulo - Elaboração de relatórios ......................................... 15


2º Capítulo - Elaboração de propostas ......................................... 18
3º Capítulo - Cooperação, solidariedade, ética e
responsabilidade social no ambiente corporativo. ................. 22
4º Capítulo - Gastar menos e viver melhor. ................................. 25
5º Capítulo - Ética, a ciência de praticar o bem. .......................... 29
6º Capítulo - Ética como doutrina filosófica ................................ 31
7º Capítulo - O avanço das Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação. .................................................. 36
8º Capítulo - Elaboração e gerenciamento de projetos ............... 39
9º Capítulo - Em busca da qualidade excelente ........................... 41
10º Capítulo - O significado das palavras e suas armadilhas. ...... 43
11º Capítulo - Cada pouquinho pode fazer uma grande
diferença. ................................................................................ 46
12º Capítulo - Dai honra a quem merece honra ........................... 48
13º Capítulo - A 3ª Lei de Newton adaptada às relações
humanas. ................................................................................ 51
14º Capítulo - Família, um projeto de Deus! ............................... 53
15º Capítulo - Uma experiência muito estranha. ......................... 55
16º Capítulo - Preço ou valor? ..................................................... 57
17º Capítulo - O Dia do Professor no Brasil. ............................... 59
18º Capítulo - Paulo de Tarso, um provável pioneiro da
Educação a Distância. ............................................................ 62
19º Capítulo - 22 de dezembro, um dia em que chorei e que
sorri......................................................................................... 64
20º Capítulo - Aprovado depois de provado ................................ 66

14 Alexandre Costa
1º Capítulo

Elaboração de relatórios

Entendendo e simplificando o processo de elaboração

A presente exposição tem por objetivo apresentar de forma


prática alguns procedimentos que servem de orientação para elaboração
de relatórios, uma atividade de fundamental importância, mas que sempre
foi considerada por muitos profissionais como uma tarefa desagradável
ou mesmo chata, um verdadeiro “bicho de 7 cabeças”.
Em primeiro lugar, torna-se necessário conhecer o correto
significado do que é relatório, a partir de sua definição mais ampla e
genérica, segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – relatório, s.
m. 1. Narração ou descrição verbal ou escrita, ordenada e mais ou menos
minuciosa, do que se viu, ouviu ou observou. 2. Exposição das atividades
duma administração, duma sociedade. 3. Exposição dos fundamentos de
um voto ou de uma opinião. 4. Exposição prévia dos fundamentos duma lei,
decreto, decisão etc.
Alguns especialistas definem relatório como sendo uma exposição
verbal ou escrita, minuciosa e circunstanciada relativa a um assunto ou fato.
Um relatório tem como objetivo comunicar uma atividade desenvolvida
ou em desenvolvimento durante uma missão e deve fornecer o relato
permanente de um estudo ou de uma pesquisa e a informação necessária,
que deve ser global e coerente, capaz de orientar a tomada de decisões
corretas. Um relatório sempre deve trazer em seu conteúdo informações,
fatos, estatísticas, indicadores e recomendações coletadas por uma pessoa
ou grupo, com a finalidade de aperfeiçoar processos ou serviços.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 15


Quando se trata de um trabalho acadêmico ou científico, um
relatório se divide em três partes, segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT:
• Elementos pré-textuais - capa, folha de rosto, agradecimentos,
sumário, índice e o resumo.
• Elementos textuais - introdução, desenvolvimento e conclusões.
• Elementos pós-textuais – referências, glossário, apêndice(s) e
anexo(s).
No dia a dia do ambiente corporativo toda e qualquer forma
utilizada para registrar e informar em detalhes sobre o desempenho de
uma empresa, diretoria, gerência, coordenação ou equipe profissional é
um relatório e sua forma de apresentação varia de acordo com os aspectos
tempo e finalidade.
Geralmente as organizações mais estruturadas dispõem de
modelos pré-elaborados para as atividades rotineiras como vendas,
controle de veículos, controle de estoque de mercadorias e/ou produtos,
controle de material de expediente etc.
Algumas situações específicas exigem uma apresentação mais
elaborada, fazendo-se necessária a aplicação de recursos gráficos, como
impressão colorida e encadernação com capa dura. Essas situações são
muito comuns quando se trata de apresentação de relatório anual de
grandes organizações aos seus respectivos conselhos de administração e
acionistas.
Conforme foi citado anteriormente, em linhas gerais, todo
relatório tem por objetivo registrar o desempenho de uma atividade
com a identificação e o detalhamento dos principais fatores internos e
externos que contribuíram para o cumprimento ou descumprimento das
metas e/ou objetivos definidos, diagnosticar e corrigir eventuais falhas nas
previsões estabelecidas, apresentar sugestões, visando corrigir distorções
e subsidiar futuros planejamentos.
Normalmente a metodologia de elaboração de relatórios,
excetuando-se as situações específicas, tem como base a análise
comparativa do previsto em relação ao realizado.

16 Alexandre Costa
Para a elaboração de um relatório devem ser observados alguns
pontos básicos:
1. É preciso o máximo de critério e responsabilidade no momento
da coleta e processamento das informações que serão inseridas no
relatório. Uma informação “fabricada” pode mudar drasticamente os
destinos de uma organização, levando-a inclusive a uma situação difícil.
2. As sugestões que forem apontadas devem ser racionais e
coerentes com a realidade da organização para que não sejam estimuladas
ações utópicas ou impossíveis de realizar. Nunca sugira qualquer medida
ou ação na qual resida a menor dúvida quanto à sua eficácia, pois, agindo
assim, você estará contribuindo para o desvio do principal objetivo de sua
organização, que é ter resultado positivo ou lucro, no caso da iniciativa
privada.
3. A elaboração de um relatório deve ser tratada como uma
atividade de fundamental importância para sua área e toda organização,
pois além do que já comentamos, você pode conquistar melhorias através
de uma justificativa bem fundamentada.
Além dos pontos básicos mencionados acima, é preciso o máximo
de cuidado com a linguagem utilizada e a organização do texto, que deve
ter o máximo de coesão e concisão, evitando-se qualquer possibilidade de
entendimento equivocado.
Sem a elaboração de relatórios de desempenho é impossível
traçar o futuro de uma organização a curto, médio e longo prazo. Se no
passado já era importante, nos dias atuais, com a velocidade alucinante
das mudanças, quando passado, presente e futuro se confundem elaborar
relatórios é imprescindível para se evitar, inclusive, a ocorrência de
desperdícios.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 17


2º Capítulo

Elaboração de propostas

Procedimentos para elaboração de propostas

Este ensaio tem por objetivo apresentar, de forma prática, alguns


procedimentos que servem de orientação para a elaboração de propostas.
Inicialmente, é preciso conhecer e entender o correto significado
da palavra proposta, a partir de sua definição mais ampla ou geral –
proposta, s. f. proposição; determinação; oferta.
Portanto, proposta é toda e qualquer forma utilizada para se
oferecer ou propor alguma ideia, conceito, adesão, venda de serviço ou
produto, acordo, parceria, filiação, namoro, noivado, casamento etc.
Diariamente fazemos e recebemos inúmeras propostas ou somos
impactados com mensagens publicitárias/anúncios que são verdadeiras
propostas com apelos quase irresistíveis. Alguns tipos são muito
conhecidos, como as propostas diretas, indiretas, dirigidas, de massa,
indecentes. Existem várias formas de apresentação de uma proposta.
O caso específico a que me refiro nesta oportunidade trata das
diversas formas que podem ser utilizadas para elaboração de proposta
comercial, denominação mais aplicada para definir proposta na vida
corporativa ou no mundo dos negócios.
Toda e qualquer proposta deve estar embasada em 04 fundamentos:
atenção, interesse, desejo e ação. Esses quatro fundamentos formam
o acróstico AIDA, que serve para facilitar a memorização das quatro
palavras-chave. A seguir, comentarei cada um dos quatro fundamentos,

18 Alexandre Costa
salientando que não se deve limitar a apresentação da proposta ao modelo
tradicionalmente conhecido como carta-proposta:

1. ATENÇÃO – Está relacionada ao modelo ou forma de


apresentação utilizada. Toda proposta deve despertar ao máximo a
atenção do destinatário ou cliente potencial, fazendo com que ele tenha
curiosidade ou interesse em conhecer o que está sendo ofertado. Se for o
modelo tradicional de carta-proposta, pode ser utilizada uma capa com
ilustração ou chamada/título que tenha relação direta com o(s) produto(s)
ou serviço(s) oferecido(s). No caso dos meios não convencionais,
dependendo dos recursos disponíveis, não existem limites para despertar
a atenção. Trilha sonora, imagens com animação, papel aromatizado,
amostra do produto, são alguns dos recursos que podem ser utilizados.
2. INTERESSE – É a etapa de detalhamento do produto ou serviço,
de forma técnica e objetiva, destacando seus principais diferenciais
competitivos. Nesta fase o cliente conhecerá o produto e passará para a
próxima etapa em ato contínuo ou poderá apresentar objeções, falsas ou
verdadeiras, que deverão ser superadas.
3. DESEJO – É o momento ideal para que os benefícios sejam
apresentados de forma sedutora, juntamente com os valores agregados,
o índice de clientes satisfeitos, com a citação de fontes de referência,
nomes de alguns clientes influentes, expectativa de retorno, facilidade
de pagamento, insumos empregados, garantia, assistência técnica,
acabamento, entrega, logística, tradição ou experiência do fornecedor,
posição de mercado, relação custo/benefício etc. No detalhamento
do produto ou serviço é muito importante ter o cuidado para não se
cometer exageros, afinal, a proposta é a base de um futuro contrato que
pode estabelecer uma relação sadia e duradoura ou se transformar num
problema sério de relacionamento, chegando inclusive aos Órgãos de
Defesa do Consumidor e/ou Tribunais de Justiça. Recomenda-se o máximo
de cuidado com a aplicação de recursos ilustrativos, principalmente com
imagens de terceiros, no caso de depoimentos ou testemunhais. Sempre
solicite a autorização das pessoas que serão citadas ou terão suas imagens
utilizadas.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 19


4. AÇÃO – É o instante mágico que deve trazer o potencial
cliente a uma decisão de compra. As facilidades devem ser objetivamente
destacadas, como facilidade de pagamento, atendimento domiciliar,
plantão em fins de semana e feriados, horário de atendimento diferenciado
(expediente gigante, por exemplo) etc. É muito comum se cometer o
erro gravíssimo de não se preparar para atender à demanda gerada,
após a realização de uma campanha promocional, deixando os clientes
impossibilitados de fechar o negócio porque a estrutura de atendimento
não está adequadamente dimensionada. As campanhas de mala direta e as
vendas pela Internet são os melhores exemplos. Se não puder atender, não
estimule o desejo de compra.
Conforme foi mencionado no início, geralmente, e por razões
diversas, as empresas insistem em continuar fazendo uso do modelo
tradicional de proposta, desprezando outros meios que, historicamente,
apresentam maior eficácia.
O modelo de proposta a ser empregado deve variar em função
do produto ou serviço, público-alvo, concorrência, posição de estoque,
necessidade de caixa e nunca esquecer que após o envio da proposta
deve-se iniciar um processo de acompanhamento ao cliente. Os meios ou
modelos de proposta mais utilizados são carta-proposta, carta-resposta,
mala-direta, carta-circular, folheteria, anúncios em jornais, revistas
especializadas, rádio, televisão, outdoor, painel rodoviário, Internet etc.
Toda e qualquer peça ou ação, que desperte a atenção, o interesse, o desejo
e leve o consumidor a uma decisão de compra, é uma proposta.
Alguns cuidados devem ser observados quando se elabora uma
proposta:
• Linguagem empregada – deve ser a mais adequada possível,
evitando-se tratamentos excessivamente formais ou o inverso.
Nunca utilizar linguagem imprópria, como gírias e condicionais.
Seja breve e objetivo (concisão e coesão).
• Perfil do cliente – quanto mais se conhecer a respeito do cliente,
melhor. Sempre que possível procure personalizar a proposta,
isso evitará o desperdício de verba e tempo. Não esqueça que só
existem duas situações de compra – necessidade e desejo.

20 Alexandre Costa
• Porte do cliente – um comprador profissional jamais deve ser
tratado como um comprador de varejo ou consumidor final. São
duas situações totalmente distintas, ou seja, enquanto um tem
por objetivo atender simplesmente a uma necessidade ou desejo
de compra, o outro visa obter lucro ou está condicionado a um
orçamento, geralmente inflexível.
• O acompanhamento – todos nós conhecemos histórias de
empresas que repentinamente perderam sua invejável posição
de líder de mercado e não conseguem diagnosticar os motivos
que provocaram tal virada de situação. Passam a vida inteira se
empenhando apenas em vender e esquecem que o cliente é um
ser humano que reage de acordo com o tratamento recebido.
Toda ação tem uma consequência.
• Seriedade e respeito – O pior sentimento que alguém pode
experimentar é o de ser enganado, portanto, só prometa o
que pode cumprir e se por alguma razão não for possível o
cumprimento do que foi apresentado em sua proposta, antecipe a
solução antes que o cliente manifeste sua insatisfação. O respeito
ao cliente ainda é a atitude mais sensata e inteligente que se pode
adotar nos dias atuais de globalização. Satisfazer o cliente já não
é o suficiente, hoje é preciso que ele fique encantado ou sinta-se
mimado.
• Efeito multiplicador – a toda ação corresponde uma reação.
Nunca se esqueça de tratar seu cliente da forma que você gostaria
de ser tratado, agindo assim você passará a ter em cada cliente
um vendedor avançado, a custo zero.
Concluindo, elaborar proposta não é e nunca será um “bicho de
7 cabeças”, mas é preciso que alguns procedimentos sejam seguidos para
que seus objetivos sejam alcançados com o máximo de eficácia.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 21


3º Capítulo

Cooperação, solidariedade, ética


e responsabilidade social
no ambiente corporativo

Para desenvolver um comentário sobre cooperação, solidariedade,


ética e responsabilidade social, correlacionando esses valores universais e
as relações entre as pessoas na formação da cidadania organizacional, faz-
se necessário um aprofundamento do significado e aplicação de cada uma
dessas palavras-chave.
Inicio o comentário com uma reflexão sobre cooperação que em
seu sentido mais amplo significa operar simultânea ou coletivamente,
colaborar, um valor muito raro, quase inexistente nos dias atuais, se não
houver interesses materiais ou de poder envolvidos. Em algumas situações,
como as cooperativas de serviços profissionais, por exemplo, fica muito
claro que o cooperativismo é utilizado, na maioria das vezes, para o
atendimento de interesses pessoais, deixando-se de lado os verdadeiros
valores que deveriam nortear a criação de uma cooperativa. Geralmente
as pessoas se organizam em grupo, mas não têm visão de equipe, situação
em que todos se empenham em busca de um melhor resultado coletivo.
Solidariedade, por sua vez, quase sempre tem seu significado
deturpado ou confundido. O povo brasileiro é definido pelos próprios
brasileiros como um povo solidário, uma definição que discordo
radicalmente, excetuando-se quando nos referimos às pessoas mais
pobres e humildes, que sabem repartir o pouco que têm, ao contrário
dos grupos sociais de maior poder aquisitivo e melhor condição social,
nos quais o individualismo impera. Muito se fala em solidariedade, mas
pouco se pratica. Solidariedade é um valor que só se manifesta através

22 Alexandre Costa
de ações e não de discurso, como as autoridades normalmente fazem,
em função de seu significado: Qualidade do que é solidário. Dependência
mútua. Reciprocidade de obrigações e interesses. Direito de reclamar só para
si o que se deve a todos. Adesão ou apoio à causa, empresa, princípio etc.
Outra palavra-chave deste comentário é ética, também aplicada
de forma equivocada, considerando seu verdadeiro significado: Parte
da Filosofia que estuda os fundamentos da moral. Conjunto de regras de
conduta. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente
à determinada sociedade ou de modo absoluto. Infelizmente, o que vemos
com muita frequência é a total falta de ética em todos os ambientes e
grupos sociais, principalmente no serviço público, em todas as esferas,
como pudemos ver através de uma reportagem do Programa Fantástico,
veiculada no dia 22.06.08, uma quadrilha de falsos empresários justificando
suas atitudes desonestas como sendo a “ética do mercado”.
Nos dias atuais vivemos uma total inversão de valores. Ruy
Barbosa de Oliveira, polímata brasileiro, que se destacou principalmente
como jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador,
conhecido como O Águia de Haia, estava certíssimo ao afirmar em 1908,
da tribuna do Senado da República, que chegaria o dia em que ele se
envergonharia de se declarar honesto. Esse dia já chegou há muito tempo.
Responsabilidade (Social), que tem como significado a obrigação
de responder pelas próprias ações, pelas dos outros ou pelas coisas confiadas.
Capacidade de entendimento ético-jurídico e determinação volitiva
adequada, que constitui pressuposto penal necessário da punibilidade é
quase uma utopia em nosso país, onde existe uma Lei de Responsabilidade
Fiscal, criada para coibir os atos de improbidade administrativa praticados
pelos gestores públicos.
Hoje precisamos fazer uma profunda revisão de valores, desde
o núcleo familiar, primeiro grupo social do indivíduo, reeducando as
pessoas sobre o que significa direito e responsabilidade. Como poderemos
reduzir o índice de acidentes de trânsito causados por embriaguez, sem
educar o cidadão sobre suas responsabilidades ao dirigir um automóvel?

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 23


É preciso clarear o entendimento sobre o que é ser cidadão para
poder entender o significado de cidadania: Indivíduo no gozo dos direitos
civis e políticos de um Estado ou no desempenho de seus deveres e obrigações
para com este. Se substituirmos as expressões deveres e obrigações por
responsabilidades, ficará muito claro que temos pouquíssimos cidadãos
brasileiros e muitos indivíduos que vivem à margem das leis.
E, por último, a cidadania organizacional, na maioria das
vezes, só existe porque o indivíduo participante está subordinado a um
regulamento ou regimento que estabelece penalidades claras para os
infratores, podendo ocorrer, como pena maior, a demissão ou rescisão de
contrato.
Infelizmente, como pedagogo organizacional, personal,
professional e leader coach, com mais de 39 anos de experiência
corporativa, sou obrigado a afirmar, sem visão negativa e/ou crença
limitante, que na grande maioria das organizações brasileiras predomina
a figura do “personagem atuando”, ou seja, pessoas totalmente artificiais,
totalmente diferentes de sua vida real. É realmente lastimável afirmar que
a cidadania organizacional é uma imposição e não uma conduta natural
ou espontânea.

24 Alexandre Costa
4º Capítulo

Gastar menos e viver melhor

Ao longo dos últimos anos tenho observado que o nível de


desperdício tem aumentado muito em vários segmentos sociais e setores
da economia, contrariando tudo que vem sendo falado em torno da
preservação do meio ambiente, dos recursos naturais renováveis e não
renováveis etc.
O mais interessante e preocupante é que esse desperdício não
ocorre apenas no Brasil. Agora mesmo estou encerrando uma visita aos
EUA, o país dos descartáveis, e tenho observado situações no mínimo
paradoxais com a cultura norte-americana. Exemplo: o guardanapo
descartável na maioria dos restaurantes, depois de aberto, é maior do
que uma folha de papel A3, ou seja, seria possível atender quatro clientes
sem qualquer comprometimento da qualidade do serviço com um único
guardanapo. Outro exemplo notório é o tamanho do copo descartável
utilizado para o “cafezinho” coado, que tem um volume médio de 300 ml.
Estou fazendo referência, apenas, ao setor de alimentação, deixando de
lado o consumo exagerado de combustível automotivo, por exemplo.
Por outro lado, temos que “tirar o chapéu” para o cuidado e o
tratamento que os norte-americanos dão aos recicláveis. É impressionante
a consciência de todos, independentemente de nível cultural, social
ou econômico, se é estrangeiro ou não, idade, todos contribuem, isto
é, cada um faz a sua parte e todos ganham. O espírito colaborativo do
povo americano é algo que precisamos desenvolver no Brasil, onde,
infelizmente, o individualismo se amplia a cada dia e a “Lei da Vantagem
em Tudo” prevalece.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 25


E como estamos em matéria de direitos e obrigações no Brasil?
Como anda a consciência ecológica de nossa população?
O que tem sido ensinado a esse respeito nas escolas, públicas e
privadas?
Que tipo de cidadão está sendo formado?
E as empresas ou organizações brasileiras, têm investido em
educação corporativa?
E o serviço público brasileiro, que nota merece de 1 a 5?
Na verdade seria muito fácil listar pelo menos mais 100 perguntas,
mas vou deixar isso como seu “dever de casa” e vou abordar, nesta
oportunidade, apenas, alguns aspectos que são visível e terrivelmente
preocupantes. Veja:
A maioria das empresas, micro, pequenas, médias e grandes,
pratica como rotina e por falta de rotinas e processos, em alta escala,
o famigerado retrabalho, aumentando significativamente seu custo
operacional, levando-as à prática de preços absurdamente elevados,
totalmente fora da realidade do mercado, transferindo esses custos para
o consumidor.
Um exemplo muito curioso que posso citar aconteceu em um
restaurante, onde constatei, durante um trabalho de consultoria, que todos
os copos de suco saíam da cozinha com dois canudinhos. Perguntei ao
proprietário do estabelecimento se ele já havia observado e ele respondeu
que sim e que os clientes gostavam que fosse daquela forma. Diante da
situação, fiz um cálculo simples e apresentei “a conta” que ele estava
pagando desnecessariamente, ou seja, um custo onerado em 100%.
Na mesma cidade vivenciei outra experiência muito interessante
de desperdício de matéria-prima, ocupação de equipamento (hora/
máquina), energia elétrica e mão de obra. Uma determinada empresa
de comunicação visual desperdiçava 30% ou mais de sua produção,
simplesmente, pela falta de uma rotina de atendimento, que permitia
que qualquer serviço fosse para a produção sem a devida revisão, ou
seja, os erros de grafia, omissão de dados, aplicação de cores etc., só eram
detectados depois das peças impressas. Neste caso, é interessante observar,

26 Alexandre Costa
ainda, que além da elevação do custo de produção, a insatisfação do cliente
com o descumprimento de prazos e a baixa qualidade é imensurável.
Agora, faça uma projeção considerando esses dois exemplos,
multiplicados por mais de 2 milhões de empresas que operam utilizando
o “achômetro” como seu principal indicador de desempenho operacional,
sem qualquer critério de avaliação de custo, programação de estoque,
precificação etc. E, se observarmos os desperdícios indiretos, como custo
financeiro, chega a assustar e fica difícil entender como essas empresas
sobrevivem.
Olhando para o consumidor final temos um quadro ainda
mais grave em termos de desperdício. O consumo de energia elétrica,
segundo especialistas, pode ser reduzido sensivelmente a partir de uma
simples medida de adequação: trocar as lâmpadas incandescentes por
fluorescentes. Essa medida, além de gerar economia, melhora a qualidade
da iluminação e reduz o calor em qualquer ambiente. O exemplo citado é
apenas um em meio a diversos outros, como o consumo de água, materiais
descartáveis etc.
Agora, vamos fazer um cálculo muito simples: Considere o Brasil
com uma população de 200 milhões de pessoas, dispostas a colaborar com
a construção de um Planeta melhor e todos se dispusessem a reduzir o
consumo de água em apenas 2 litros por dia, durante um mês. O resultado
proporcionaria uma redução de 12 bilhões de litros de água/mês. Isso é
possível? Claro que sim. Depende, simplesmente, da vontade de colaborar.
Outra reflexão que gostaria de propor é a seguinte: Consideremos
que no Brasil 160 milhões de pessoas trabalham e/ou estudam e que todas
assumissem o compromisso de reduzir o consumo de papel em apenas
uma folha A4 por dia, durante um mês. Resultado: 4,8 bilhões de folhas
ou 26,4 mil toneladas de papel offset 75 g/m²/mês ou 316,8 mil toneladas
por ano. Isso é possível? Claro que sim. Basta usar as duas faces do papel
e utilizar rascunho quando for possível e não imprimir o que não for
necessário.
É evidente que você que está lendo este ensaio deve está pensando
que falar é fácil, difícil é fazer. Concordo com você, mas gostaria de lembrar
que há pouco tempo o Brasil passou por uma situação que obrigou toda

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 27


população a reduzir o consumo de energia e todo mundo “contribuiu”
para não ser penalizado com o pagamento de multas pesadas, lembra? E,
por que não colaboramos sem a ameaça de multa?
A falta de consciência e o individualismo, associados à falta de
educação são os principais responsáveis por tudo que estamos passando
no Brasil. Nós, brasileiros, precisamos pensar e agir como verdadeiros
cidadãos, cumprindo com nossos deveres e exigindo nossos direitos,
sobretudo perante o serviço público, em todos os níveis e esferas de
poder. Chega de conformismo. Nosso país pode ser muito melhor do que
é atualmente. Sejamos cidadãos!

28 Alexandre Costa
5º Capítulo

Ética, a ciência de praticar o bem

Literalmente a palavra Ética tem o seguinte significado: Parte


da Filosofia que estuda os fundamentos da moral. Conjunto de regras de
conduta. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente
à determinada sociedade ou de modo absoluto.
Infelizmente, o que vemos com muita frequência no Brasil é a total
falta de ética em todos os ambientes e grupos sociais, principalmente no
âmbito do serviço público, em todas as esferas, como pudemos comprovar,
através de uma reportagem do Programa Fantástico, veiculada no dia 22
de junho de 2008, uma quadrilha de falsos empresários justificando suas
atitudes desonestas como sendo a “ética do mercado”.
Nos dias atuais vivemos uma total inversão de valores, exigindo
de nós, pessoas honestas, um enorme esforço para não perdermos a
esperança de um dia termos uma sociedade justa e igualitária, como
aconteceu com Ruy Barbosa de Oliveira, polímata brasileiro, que se
destacou principalmente como jurista, político, diplomata, escritor,
filólogo, tradutor e orador, conhecido como O Águia de Haia, ao afirmar
em 1908, da tribuna do Senado da República, que chegaria o dia em que
ele se envergonharia de se declarar honesto. Esse dia já chegou há muito
tempo!
De minha parte, mesmo profundamente decepcionado e a
despeito de tudo que vem acontecendo no Brasil, continuarei acreditando
que Aristóteles, o grande filósofo grego, foi muito preciso e oportuno ao
afirmar que ética é a ciência de praticar o bem e também comungo com o
filósofo Schopenhauer, que sustentava que a empatia é a raiz da ética, ou

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 29


seja, é impossível ser ético sem se colocar no lugar do próximo ou tratá-lo
da forma que gostaria de ser tratado, em todas as ocasiões da vida. E você,
o que pensa?

30 Alexandre Costa
6º Capítulo

Ética como doutrina filosófica

A Ética é essencialmente especulativa e jamais será normativa, a


não ser quanto ao seu método analítico, que é uma característica exclusiva
do seu objeto de estudo, a Moral. Revela o que era aceito moralmente
na Grécia (espaço) Antiga (tempo), permitindo uma análise comparativa
com o que é moralmente aceito atualmente (tempo) na Europa (espaço),
indicando, por exemplo, através dessa comparação, alterações no
comportamento humano e nas regras sociais e suas implicações, podendo
detectar, a partir daí, problemas, com a indicação de possíveis caminhos
ou soluções. Ser ético é, acima de tudo, fazer qualquer coisa que traga
benefício próprio, sem causar prejuízos ao outro.
Podemos entender a Ética como um termo genérico que define
aquilo que é frequentemente descrito como a ciência da moralidade, tendo
o seu significado original derivado do grego, como sendo a Morada da
Alma, isto é, suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do
mal, quer seja referindo-se a um determinado grupo social, ou de modo
absoluto.
A Filosofia define como sendo ético aquele considerado bom, e,
sobre a bondade, os antigos diziam que o que é bom para a leoa, pode não
ser bom à gazela. E, por outro lado, o que é bom à gazela, fatalmente, não
será bom à leoa.
A Ética juntamente a outras áreas tradicionais de investigação
filosófica, e devidas subjetividades típicas em si, ao lado da metafísica e da
lógica, não pode ser descrita de maneira simplista. Desta forma, a finalidade
de uma teoria da Ética é estabelecer o que é bom para o indivíduo e para
a sociedade como um todo. Os filósofos da antiguidade adotaram várias

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 31


posições para definir o que é bom, sobre como lidar com as prioridades
em conflito dos indivíduos versus o todo, sobre a universalidade dos
princípios éticos versus a ética de situação. Nesta, o considerado certo está
condicionado às circunstâncias e não a uma lei geral qualquer. E sobre se
a bondade é determinada pelos resultados da ação ou pelos meios, através
dos quais os resultados são obtidos.
A cada dia se faz mais necessária uma Ética aplicada, que coexista
com o cotidiano de todos e que seja específica, segmentada por ramos,
para melhor analisar cada situação, sendo os códigos de ética profissional,
uma excelente forma de ilustrar isso. Quando as pessoas entendem que
suas ações têm desdobramentos ou consequências, não só para si, mas
também para os outros, e que não podem ser vistas só de um ponto de
vista (clonagem, personalismo, bioética de educação, ética de informação,
ética do jornalismo etc.).
O homem vive em sociedade, convivendo, assim, com outros
homens e, portanto, precisa refletir, fazendo a seguinte pergunta: Como
devo agir perante os outros? Esta é uma pergunta muito fácil de ser
formulada, porém muito difícil de ser respondida. É a questão central da
Moral e da Ética. Resumindo, a Ética é o julgamento do caráter moral de
um determinado indivíduo.

Moral e Ética

Falar em Ética é uma referência aos bons costumes, bons valores,


válidos para todos os seres humanos, dentre eles o amor, a paz, a bondade,
a tolerância etc. Em grego costume é Ethos (ética) e em latim significa
Morales (moral), o que pode ser a origem de tanta confusão que se faz
sobre moral e ética.
A Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens
em sociedade e tem por objetivo levar o homem à reflexão crítica do ato
moral, ou seja, sobre o que é ou pode ser errado. Sendo assim, a Ética não
é moral, que, por sua vez, é o objeto de estudo da Ética e diz respeito aos
costumes, valores e normas de conduta de cada sociedade.

32 Alexandre Costa
Costumeiramente pensa-se que Ética e Moral têm o mesmo
significado. Entretanto, é possível estabelecer a diferença entre elas:
Moral – identifica uma maneira de agir, regido por normas e
valores, por hábitos e costumes. A Moral diz respeito ao comportamento
prático do homem.
Ética – trata-se de uma reflexão teórica que analisa, critica ou
torna legítimos os fundamentos e princípios que regem um determinado
sistema moral. Ética é a escolha pela qual se exclui ou se opta pelo bem ou
pelo mal. Ética lembra normas e valores.
Alguns autores que afirmam que o Direito é um subconjunto da
Moral, gerando uma interpretação equivocada de que toda lei é moralmente
aceitável. Inúmeras situações demonstram que existem conflitos entre a
Moral e o Direito. A desobediência civil é constatada quando argumentos
morais impedem que um indivíduo acate uma determinada lei.
A moralidade é um sistema de valores do qual resultam normas
que são consideradas corretas por uma determinada sociedade.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como
uma maneira de assegurar o seu bem-viver e independe de limites
geográficos, garantindo uma identidade entre pessoas que nem se
conhecem, mas utilizam o mesmo padrão moral:
• Moral Individual (deveres para consigo mesmo).
• Moral Social (deveres para com o próximo).
• Moral Religiosa (deveres para com Deus).
Alguns estabelecem as seguintes diferenças entre Ética e Moral:
• Ética é princípio, Moral são aspectos de condutas específicas.
• Ética é permanente, Moral é temporal.
• Ética é universal, Moral é cultural.
• Ética é regra, Moral é conduta da regra.
• Ética é teoria, Moral é prática.
Etimologicamente falando, Ética vem do grego ethos e tem seu
correlato no latim morales, com o mesmo significado: Conduta, ou relativo
aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente Ética e Moral são
palavras sinônimas.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 33


A Ética, então, pode ser o regimento, a lei do que seja ato moral
ou controle de qualidade da Moral. Daí, os códigos de ética que servem
para sociedades diferentes, dentro do sistema maior. A Moral por sua vez,
de acordo com Kant, é aquilo que precisa ser feito, independentemente, das
vantagens ou prejuízos que possa trazer. Assim, quando praticamos um ato
moral, poderemos até sofrer consequências negativas, pois o que é moral
para uns pode ser amoral ou imoral para outros. Duas pessoas podem ter
valores diferenciados a respeito do que seja ato moral ou imoral, é uma
questão de consciência pessoal.
Para qualificar, ou seja, para normatizar o que é ou não moral em
micro e macro sociedades, instituíram-se os códigos de ética. Todas as
sociedades têm seu próprio código. Pode ser documentado com parágrafos
e capítulos ou pode ser no caso de algumas culturas, uma forma de viver
aceita pelos seus membros. Na Índia existem algumas aldeias em que os
mais velhos mutilam sexualmente as meninas ainda crianças, extirpando
o seu clitóris. Não está escrito em lugar algum que isso deve ser feito, mas
todos mantêm essa atitude, em nome de um ato ético que diz que naquela
sociedade a mulher não pode sentir prazer. Os códigos de ética servem
então para definir o que é e o que não é ato moral.
A democracia, mal interpretada no seu objetivo, autoriza a
sociedade, de modo geral, a usar de qualquer forma manipulável, que
não atente aos códigos de ética como os regimentos e código penal, por
exemplo, para o acúmulo de bens. A minoria apoiada pelos políticos,
pelos capitalistas, enfim, por quem detém o poder, cada vez ganha mais e,
consequentemente, acumula mais. Por outro lado, temos a maioria dessa
sociedade que não possui essas habilidades e oportunidades, ou não se
interessa por elas. Representam o contra ponto das diferenças sociais,
no qual algumas pessoas possuem o que não conseguiram consumir
em sua existência e por isso esbanjam adquirindo carros de milhões de
reais e casas suntuosas, desvirtuando por completo o conceito de Ética
representar bons costumes e bons valores, e por outro lado indivíduos
mantendo suas famílias com salário mínimo e vivendo uma subvida, na
miséria. É ético? Sim! Pois não viola as leis do sistema. Moral? Não! Pois
viola os direitos humanos em toda a sua essência.

34 Alexandre Costa
A Ética tem sido aplicada na economia, política e ciência política,
conduzindo a muitos distintos e não relacionados campos de Ética
aplicada, incluindo: Ética nos negócios e Marxismo. Também tem sido
aplicada à estrutura da família, à sexualidade, e como a sociedade vê o
papel dos indivíduos, conduzindo a campos da Ética, muito distintos e
não relacionados, como o feminismo e a guerra, por exemplo.
Sentenças éticas são frases que usam palavras como bom, mau,
certo, errado, moral, imoral etc. Aqui vão alguns exemplos:
“Antônio é uma boa pessoa”.
“Ninguém deve roubar”.
“A honestidade é uma virtude”.
Em contraste, uma frase não ética, precisa ser uma sentença que
não serve para uma avaliação moral. Alguns exemplos são:
“Antônio é uma pessoa alta”.
“As pessoas se deslocam nas ruas”.
“Jorge é o chefe”.
A Ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que
não é fácil de explicar, quando alguém pergunta.
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Ética é
o resultado dos juízos da apreciação que se referem à conduta humana
susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Ética é algo que todos precisam ter. Alguns dizem que têm. Poucos
levam a sério. Ninguém cumpre à risca. Infelizmente!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 35


7º Capítulo

O avanço das Novas Tecnologias de


Informação e Comunicação

Ganhos e perdas.

As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs),


em qualquer área, podem trazer grandes benefícios e avanços, principais
objetivos que justificam seu constante aperfeiçoamento, mas, também,
podem criar sérios problemas em vários segmentos.
Na educação, especificamente, entendo que as NTICs trouxeram
grandes benefícios, especialmente, quando se observa a situação atual
da Educação a Distância (EaD), um modelo que vem permitindo que
milhões de pessoas em todo mundo possam avançar no que diz respeito
à formação continuada e suas outras diversas aplicações, como os cursos
profissionalizantes.
Como benefícios, podem ser destacados, dentre outros, a facilidade
de acesso e divulgação da informação, com baixo custo, algo realmente de
fundamental importância para algumas atividades econômicas, além de
reduzir a agressão ao meio ambiente. Há aproximadamente 40 anos era
um devaneio se pensar em uma teleconferência, ou seja, toda e qualquer
encontro ou reunião de executivos, por exemplo, gerava um custo absurdo
com deslocamentos, hospedagem, tempo etc. A educação corporativa
é outra área que tem sido muito beneficiada com o avanço das NTICs,
especialmente no que se refere aos cursos e treinamentos realizados
através de plataformas, os Sistemas de Tutores Inteligentes – STIs.
No que se refere ao comportamento do discente, percebo alguns
aspectos negativos que precisam ser revistos, em função de nosso modelo

36 Alexandre Costa
de avaliação ser baseado, quase que exclusivamente na média final do
aluno. Esse modelo é muito perigoso, principalmente nas séries dos ensinos
fundamental e médio, porque gera ou desperta um comportamento
comodista e dependente no aluno, quando ele entende que a possibilidade
de reprovação é quase inexistente. Sinto muita saudade do tempo das
provas orais, quando era estudante do antigo ginasial ou do científico, lá
pelos idos das décadas de 1960 e 1970.
Infelizmente, nosso modelo de educação não orienta pais e alunos
acerca da importância da aprendizagem significativa, mas o fato mais
lamentável que identifico no comportamento do discente com o avanço
das NTICs, em todos os níveis, é o uso indevido da formidável fonte de
informações chamada Google, através do famigerado recurso copia e cola
ou CtrlC / CtrlV.
Antes das bibliotecas virtuais o aluno era obrigado a pesquisar
quando precisava fazer um trabalho ou qualquer atividade extraclasse,
uma prática quase desconhecida no presente.
Às vezes fico imaginando como serão as futuras gerações,
descendentes da “era da tecnologia”, se hoje já vemos uma agência
bancária parar o atendimento porque o sistema “caiu” ou “saiu do ar” e
constatar que nenhum funcionário sabe realizar qualquer procedimento
sem o recurso da informática. É verdadeiramente preocupante quando
vemos um gerente de banco não saber calcular os encargos financeiros
de um título atrasado sem a ajuda da calculadora científica. O que seria
de muitos profissionais sem o Excell e outros programas específicos? Será
que eles saberiam elaborar uma planilha ou fazer um orçamento?
Resumidamente, acredito que o avanço das Novas Tecnologias
de Informação e Comunicação (NTICs) é um fato irreversível, mas, nós
educadores, precisamos trabalhar um pouco mais a capacidade de pensar
e criticar de nossos alunos, para que no futuro não tenhamos uma geração
de profissionais acomodados e dependentes da tecnologia em todas as
áreas da vida.
Precisamos evitar que a “geração do teclado” se transforme em
uma “geração de processadores”, o maior risco que estamos correndo com

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 37


o avanço das NTICs, que vem mudando o comportamento das pessoas de
forma preocupante.

38 Alexandre Costa
8º Capítulo

Elaboração e gerenciamento de projetos

Elementos básicos e sequência lógica para elaboração e


gerenciamento de projetos.

Para tornar a leitura deste ensaio mais interessante, vamos iniciar


apresentando a definição de projeto, segundo Vargas (1989, p.7): projeto
é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência
clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um
objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros
predefinidos de tempo, curso, recursos envolvidos e qualidade.
Um projeto pode ser um plano geral de uma determinada obra, e
é constituído por um conjunto de documentos que contêm as instruções
e determinações necessárias para definir a construção de um edifício ou
outra obra. Um projeto consta de peças desenhadas, memória descritiva,
medições, orçamento e caderno de encargos. Um projeto final de uma obra
deve conter todos os documentos técnicos necessários para a construção
de um edifício ou a execução de outra obra.
De uma forma mais simplificada, projeto pode ser definido como
sendo um plano elaborado para a realização de um ato e também pode
significar desígnio, intenção, esboço. Esta é uma palavra oriunda do
termo em latim projectum que significa algo lançado à frente. Por esse
motivo, projeto também pode ser uma redação provisória de uma medida
qualquer que vai ser realizada no futuro.
Além das definições apresentadas acima, outras também são
aceitas, mas, em geral, podemos afirmar que a elaboração de projetos, em

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 39


qualquer área ou segmento, exige uma sequência lógica de procedimentos
para que não seja confundido com uma atividade ou tarefa:
1. Definição clara de metas e objetivos.
2. Definição de prazos (cronograma)
3. Formação da equipe ou grupo de trabalho, composto por pessoas
das mais diversas áreas envolvidas.
4. Especificação de atribuições e de atividades.
5. Definição do orçamento de custo.
6. Controle do orçamento de custos.
7. Avaliação.
8. Aplicação de correções e/ou ajustes em tempo oportuno.
Nos últimos anos o gerenciamento de projeto passou a ser uma
atividade considerada de alto nível de especialização, em função de sua
importância para a sobrevivência e crescimento das organizações, que
passaram a destinar uma atenção especial ao assunto.
O avanço das NTICs (Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação) também contribuiu e continua contribuindo para esta
nova realidade, além de um novo entendimento por parte da nova geração
de gestores sobre custos e rentabilidade, uma postura muito diferente do
que se praticava há duas décadas.
Por experiência própria, trabalhando com elaboração de projetos
desde o fim da década de 1970, tive o privilégio de assistir e vivenciar a
mudança de paradigma que vem acontecendo ao longo desse tempo, para
melhor é claro.
Em linhas gerais defendo a tese de que antes da elaboração de
um projeto seja realizada uma ampla discussão, a partir de uma pesquisa,
sobre sua real importância, viabilidade, contribuição para a manutenção
da empresa no mercado ou seu crescimento, impactos ambientais,
benefícios gerados para os clientes internos e externos etc.
Considerando as peculiaridades de cada organização, todo projeto
deve seguir, basicamente, as fases de concepção, definição, planejamento,
lançamento, execução, avaliação, aplicação de correções e encerramento.

40 Alexandre Costa
9º Capítulo

Em busca da qualidade excelente

Uma tarefa difícil e subjetiva, mas totalmente possível.

Discorrer sobre qualidade não é simples como muitos pensam,


em função dos diversos critérios que são utilizados e considerados para
se definir qualidade, por leigos e especialistas. Quando nos referimos
à qualidade de vida de um determinado povo, quando analisamos
a qualidade da água que bebemos ou do ar que respiramos, quando
avaliamos a qualidade de um produto ou serviço etc., precisamos levar
em conta o grau de exigência de cada grupo de consumidores ou pessoas
atendidas. Como a palavra qualidade tem diversas aplicações, o seu
significado nem sempre é claro e objetivo.
Para muitas pessoas a marca de um determinado produto é
garantia de qualidade, o que nem sempre é verdade. Inúmeros exemplos
poderiam ser citados nesta oportunidade, mas o caso do algodão utilizado
na fabricação da legendária calça Lee, que ia do Brasil para os Estados
Unidos e lá ganhava o nome de índigo blue, passou a ser objeto de desejo
dos jovens do mundo inteiro, inclusive dos brasileiros, que se recusavam a
usar a calça US Top, fabricada no Brasil, similar à americana ou até melhor.
Apesar de trabalhar como consultor, orientando empresários
e profissionais sobre a importância da qualidade em seus negócios,
especialmente no que diz respeito ao atendimento ao cliente, em muitas
ocasiões fico assustado quando vejo algumas situações absurdas, nas quais
fica muito claro o total despreparo de algumas pessoas que insistem em
lançar ou comercializar determinados produtos ou serviços que não são
aceitos pelo público atendido, mas que estão em constante exposição
através das campanhas publicitárias de seus fabricantes e distribuidores e
se tornam verdadeiros fracassos de vendas, gerando sérios prejuízos.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 41


Alguns aspectos devem ser considerados no momento da
aferição da qualidade de um produto ou serviço, principalmente o perfil
comportamental e de consumo do público ao qual são destinados. Um
mesmo produto pode ser considerado de excelente qualidade no Rio
Grande do Sul e de péssima qualidade no Piauí, em função de um detalhe
pouco observado pelos profissionais responsáveis pelo desenvolvimento
do produto ou serviço, chamado clima, uma situação que ocorre com
muita frequência com as redes de fast-food no Brasil.
Na prática, entendo que o nível de qualidade de um produto
ou serviço está diretamente relacionado à sua eficácia, ou seja, se as
expectativas do cliente estão sendo atendidas ao ponto de levá-lo a indicar
a outras pessoas como sendo sua marca ou fornecedor preferido. Se não
ocorrer a fidelização do cliente, a partir de sua plena satisfação, é preciso
identificar onde estão as falhas. Estabelecer uma relação custo/benefício
equilibrada é o grande desafio para os especialistas.
Jamais devemos deixar de considerar que às vezes um simples
lápis pode substituir uma caneta que seja capaz de escrever com gravidade
zero, de ponta cabeça, debaixo d’água, em praticamente qualquer
superfície, incluindo cristal e em várias condições de temperatura, mas
que seu desenvolvimento pode levar uma década e pode chegar a custar
12 milhões de dólares, como aconteceu com a NASA quando iniciou o
lançamento de astronautas. O foco da equipe da Agência Espacial Norte
Americana estava tão direcionado para o problema que não perceberam
que um simples lápis resolveria o problema, a solução encontrada pelos
russos, que ao contrário dos americanos, estavam totalmente focados na
solução do problema.
Finalizando, sempre procure alcançar a eficácia e não utilize bala
de canhão para matar moscas, porque o estrago geralmente é muito maior
do que os “benefícios” alcançados. Aprenda a fazer mais com menos!

42 Alexandre Costa
10º Capítulo

O significado das palavras e suas armadilhas

Uma palavra, um pensamento, uma ideia, uma intenção...

No Direito Penal há uma frase que diz: tudo o que falamos poderá
ser usado em juízo contra nós. Também a Palavra de Deus nos adverte: Não
consintas que a tua boca te faça culpado... Eclesiastes 5.6.
Fato é que há um espírito, uma intenção em cada palavra, tanto
para o bem quanto para o mal. Depende de quem fala e, também, de
quem ouve e recebe. É importante você saber que há poder nas suas
palavras. Talvez você nem se dê conta disso, ou mesmo porque você se
ache tão insignificante que suas palavras não têm efeito. Se for este o seu
entendimento, você está muito enganado. A fé se materializa através das
palavras confessadas. Se há confissão de derrota, então o fracasso será
inevitável, mas se há confissão de vitória, então aguarde, porque cedo ou
tarde ela acontecerá.
Muitas pessoas falam sem saber o que estão dizendo. É muito
comum ouvirmos expressões como “ô menino danado”, se referindo a um
filho inquieto, que às vezes chega a nos tirar do sério. Mas, veja o verdadeiro
significado da palavra danado, segundo o dicionário de Aurélio Buarque
de Holanda: Adj. Hidrófobo, raivoso. Condenado ao inferno; maldito.
Estragado, corrompido. Malvado, perverso, ruim. Furioso, zangado, irado.
Incômodo; inoportuno. S.m. O que foi condenado ao inferno. O que sofre de
raiva; hidrófobo.
A partir dessa definição fica muito claro que danado é um
termo que não devemos usar fazendo referência a ninguém, por mais
desagradável ou inconveniente que a pessoa seja.
Outras pessoas estranham ou se surpreendem quando um filho se
envolve com o crime ou adquire qualquer desvio de conduta, esquecendo

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 43


que passaram a vida inteira amaldiçoando o filho com expressões como
você não serve pra nada, você vai ser um Zé Ninguém, não sei por que você
nasceu etc. Essas pessoas precisam entender que a palavra tem poder de
construir e de destruir, independentemente do sentido conotativo ou
denotativo.
Muitas outras palavras e expressões também são empregadas de
forma equivocada, variando de região para região. Algumas chegam a ser
engraçadas, hilárias mesmo, outras inoportunas. Veja alguns exemplos
que são verdadeiros clássicos:
1. “Morta de feliz” – uma expressão usada quando alguém atinge
um estado de imensa felicidade. É muito estranho associar morte com
felicidade.
2. “Correndo atrás do prejuízo” - muito utilizada quando se quer
fazer exatamente o contrário, ou seja, sair do prejuízo, alcançar o resultado
positivo, que é o objetivo que todo mundo pretende na vida. Correr atrás
do prejuízo parece-me uma atitude pouco recomendável.
3. “Desapartar a briga” – quando se refere, também, ao contrário,
ou seja, quando a intenção é apartar ou separar os adversários.
4. “Já estamos nos descontos” – muito comum entre os narradores
de jogos de futebol, quando o árbitro concede um tempo adicional ou
acréscimo ao tempo regulamentar.
5. “Cheque pré-datado” – quando se refere a um cheque que deverá
ser depositado em uma data futura, ou seja, pós-datado.
Além da importância do verdadeiro significado das palavras
é preciso o máximo de atenção para que sejam evitados dois vícios de
linguagem muito comuns: A cacofonia e a redundância. Veja a seguir:
Cacofonia - ocorre quando a junção de duas sílabas, uma no final
de uma palavra e outra no início de outra se encontram e resulta em um
“som desagradável”, formando outra palavra, às vezes obscena. Isso ocorre
por causa da maneira que lemos palavras e trocamos fonemas. Exemplos:
• Vi ela...
• A boca dela...
• Desculpe então...

44 Alexandre Costa
• Quero amá-la...
• Uma mão...
• Dako é bom...
• Amigo é pra acudir outro...
• Fazer o curso A...
• Amo ela...
• Carla é uma mulher que se disputa...
Redundância – ocorre quando são utilizadas repetições inúteis e
desnecessárias de alguns termos na construção de uma frase. Exemplos:
• Ganhar de graça...
• Labaredas de fogo...
• Demente mental...
• A viúva do falecido...
• Sorriso nos lábios...
• Encarar de frente...
• Almirante da Marinha...
• Entrar pra dentro...
• Sair pra fora...
• Subir pra cima...
Sei que existe um grande número de defensores da tese de que
o importante é se comunicar, mas, aqui pra nós, falar e escrever bem faz
uma diferença enorme, você não acha?
Espero que você não faça parte desse grupo e que aprecie um bom
texto, escrito ou falado, então, viva a nossa língua portuguesa!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 45


11º Capítulo

Cada pouquinho pode fazer


uma grande diferença

Não fumar e não beber significa qualidade de vida em todos os


aspectos, conforto e segurança para a família, com casa própria e carro
0 km.

Há pouco mais de um ano, quando encerrava uma viagem de


férias aos Estados Unidos da América, escrevi e publiquei um ensaio,
através do qual propus algumas reflexões, chegando à conclusão de que é
possível gastar menos e viver melhor...
Daquele momento até os dias atuais tenho observado que
o desperdício tem aumentado muito, principalmente no ambiente
corporativo, onde se registra um total despreparo de dirigentes e
colaboradores com relação à importância dos custos e despesas no
desempenho operacional das empresas.
Em outro ensaio chamei a atenção para o comportamento dos
americanos no que se refere ao consumo de descartáveis, quando citei o
tamanho do guardanapo de papel utilizado na maioria dos restaurantes,
que depois de aberto é maior do que uma folha de papel A3, ou seja,
seria possível atender quatro clientes sem qualquer comprometimento da
qualidade do serviço com um só guardanapo. Outro exemplo apresentado
foi o tamanho do copo descartável utilizado para o cafezinho coado, que
tem um volume médio de 300 ml.
No mesmo artigo sugeri uma análise sobre o consumo de papel
A4, partindo de uma proposta muito fácil de colocar em prática: Cada
brasileiro que trabalha ou estuda economizar uma folha de papel por
dia. Uma atitude simples como esta geraria uma economia anual de R$ 1
bilhão de reais ou 60 milhões de resmas de papel A4.

46 Alexandre Costa
É evidente que muitas pessoas podem argumentar que isso é
“uma economia de palitos”, considerando que representaria menos de R$
10,00 por pessoa/ano, um raciocínio totalmente equivocado, porque nós
devemos pensar no coletivo, sobretudo no que se refere ao meio ambiente.
Nós brasileiros, ao contrário dos norte-americanos, precisamos
desenvolver o espírito colaborativo, a partir de ações individuais
elementares, dentre as quais podemos destacar o hábito de fumar
(tabagismo), uma verdadeira praga que leva a óbito milhões de brasileiros
anualmente, além da elevação dos custos da saúde pública.
Se considerarmos o consumo médio de uma carteira de cigarros
por dia/fumante, ao longo de 50 anos de tabagismo, chegamos ao
resultado absurdo de R$ 82 mil, ou seja, o indivíduo que mantém esse
péssimo hábito deixa de comprar uma casa popular ou um automóvel de
luxo 0 km, ao longo de sua vida. A base de cálculo utilizada foi a seguinte:
365 dias x 01 carteira de cigarros x 50 anos x R$ 4,50 o valor da carteira
de cigarros. É importante ressaltar, ainda, que durante os 50 anos de
tabagismo o indivíduo terá fumado 365 mil cigarros.
Outra reflexão que chega a assustar se refere ao hábito de tomar um
drink na happy hour ou hora feliz, que geralmente acontece ao entardecer,
horário em que os adeptos dessa prática, geralmente profissionais liberais,
deixam de trabalhar e vão relaxar em companhia dos “amigos”, sem hora
para acabar, na maioria dos casos. Se o indivíduo tomar, apenas, duas
doses de whisk por dia, ao custo individual de 6 reais, chegaremos ao
valor anual de R$ 4.380,00, que projeta 219 mil reais, ao longo de 50 anos.
É importante ressaltar que os praticantes do “consumo social” de bebida
alcoólica não se limitam aos números apresentados acima, ao contrário,
muitos chegam à dependência química e passam a viver sem limites.
Resumindo, não fumar e não beber significa qualidade de vida em
todos os aspectos, conforto e segurança para a família, com casa própria
e carro 0 km.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 47


12º Capítulo

Dai honra a quem merece honra

Faça as pessoas sentirem que são importantes para você.


Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo;
a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra,
honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com
que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros
cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás,
não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se
há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume:
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Romanos 13:7-9
Hoje, 27.06.14, quando me deslocava para o trabalho, muito
reflexivo sobre o privilégio de ser pai, fiquei a lembrar das principais fases
do desenvolvimento de meus filhos e cheguei ao nascimento do João
Henrique, o único homem entre duas irmãs, que hoje está completando
30 anos de idade, um belo motivo de celebração e gratidão a Deus.
Enquanto vivenciava esse momento de reflexão, veio-me à
lembrança um cara inesquecível, com quem aprendi muito sobre o que
é ser um verdadeiro cristão, meu grande amigo-irmão, pastor Allison
Ambrósio, o mais inspirado poeta que conheci, que sempre dizia que
devemos dar honra a quem merece honra e resolvi, seguindo seu conselho,
escrever algo para o meu filho, o aniversariante do dia, expressando o
quanto ele é importante para mim.
Interessante e muito curioso é que enquanto escrevia este texto,
outro grande e especial amigo-irmão, Potyguara Frota, ligou para mim de
Teresina, dizendo: Liguei só para saber como você vai, fazendo-me lembrar
de uma canção belíssima escrita por Stevie Wonder, I just called to say i
love you (Eu só liguei para dizer que te amo).

48 Alexandre Costa
Não sei qual o significado desta mensagem para você, mas quero
aproveitar a oportunidade para sugerir que sempre que for possível ligue
para um amigo ou uma amiga, um irmão, seu pai, sua mãe, seu filho, sua
filha ou para qualquer pessoa querida e diga, simplesmente, liguei só para
saber como você está. Faça as pessoas sentirem que são importantes para
você, como fiz, escrevendo uma mensagem dizendo ao meu filho o que
nunca tinha dito ao longo de 30 anos:
TRANSCRIÇÃO
Há exatamente 30 anos, às 13 horas, no Hospital do 5º Batalhão
de Engenharia de Construção (5º BEC), à margem direita do
Rio Madeira, em Porto Velho, nascia um menino lindo que
recebeu de sua mãe, Nazaré Costa, o nome de João Henrique,
meu único filho, que então formava um casal com sua primeira
irmã, Alessandra.

A chegada do João Henrique sempre foi cercada de muita


expectativa quanto ao sexo, embora não houvesse qualquer
rejeição se fosse outra menina, mas Deus foi tremendo e nos
deu um menino lindo, que encantava a todos que conviviam
com ele desde os primeiros dias de sua infância, vindo a tornar-
se um grande homem em todos os sentidos, especialmente na
estatura física, porque quem o conhece sabe que fisicamente é
quase um gigante, com mais de 1,90 m de altura e, moralmente
falando, um exemplo a ser seguido.

Quando se trata de homem, completar 30 anos para mim tem


um significado muito especial, por ser a idade adequada na
qual o varão deverá deixar o seu pai e a sua mãe e constituir
família, unindo-se a sua mulher, tornando-se os dois uma
só carne, o que ele já fez há quase 3 anos, e muito bem, ao
escolher Cecília como esposa, uma pequena grande mulher,
que a cada dia admiro e amo mais como se minha filha fosse e
a quem gosto de chamar de “minha nora preferida”.

Hoje, ao acordar, em meu momento devocional, orei a Deus


agradecendo pelo privilégio de ser pai do João Henrique, um
cara agregador, que é um verdadeiro construtor de amizades
e que um dia, aos 18 anos de idade, em uma atitude altruísta,

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 49


nos deu uma prova de espírito colaborativo inesquecível, ao
colocar, voluntariamente, o seu carro à venda para nos ajudar
em um momento de muita dificuldade financeira. Jamais
esquecerei essa atitude tão nobre!

Produzir este texto foi a maneira mais singela que encontrei


para homenagear o meu filho querido, um homem generoso,
defensor da instituição família, honesto acima de tudo, de
quem sou um fã incondicional e amo muito. Para mim João
Henrique é a expressão humana que traduz o amor, que se
resume nas palavras a seguir, extraídas da Bíblia Sagrada: O
amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor
não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta
com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita,
não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com
a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
1 Coríntios 13:4-7.

50 Alexandre Costa
13º Capítulo

A 3ª Lei de Newton adaptada


às relações humanas

Gentileza gera gentileza, cordialidade gera cordialidade,


grosseria gera grosseria e assim sucessivamente, em todas as áreas da
vida.

A 3ª Lei do físico e matemático inglês Isaac Newton, nascido em 4


de janeiro de 1643, conhecida como Princípio da Ação e Reação, pode ser
enunciada da seguinte forma: Se um corpo A aplicar uma força sobre um
corpo B, receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e
em sentido contrário.
Saindo do campo da física, chegamos à conclusão clara e objetiva,
usando uma linguagem mais simples e acessível, que tudo que for plantado
será colhido, independentemente de quem for o sujeito da ação.
Algumas pessoas, e não são poucas, insistem em querer colher
o que não vêm plantando. São pessoas que gostam de ser bem tratadas,
mas não tratam bem o próximo, especialmente se existir algum aspecto
de liderança ou comando envolvido na relação pessoal. Essas pessoas não
entendem que gentileza gera gentileza, cordialidade gera cordialidade,
grosseria gera grosseria e assim sucessivamente, em todas as áreas da vida.
Como consultor organizacional e professor de graduação e pós-
graduação, tenho tido a oportunidade de vivenciar experiências que
chegam a assustar, quando ouço depoimentos de profissionais que são
tratados por seus “líderes” como se fossem objetos, seres inanimados ou
uma simples peça de uma grande máquina, que pode ser substituída a
qualquer momento, por qualquer motivo.
Em algumas organizações os colaboradores são apenas um número
ou código, que têm a obrigação de apresentar um desempenho ou resultado

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 51


satisfatório, sem interessar qualquer outro aspecto, como ambiente de
trabalho, físico e social, benefícios, carga horária, reconhecimento etc.
São as conhecidas e tradicionais organizações focadas exclusivamente no
resultado, sem qualquer cuidado com sua responsabilidade social.
Já ouvi de alguns gerentes ou chefes, por exemplo, que sua função
é realizar tarefas através de pessoas e essas, os funcionários, têm que
funcionar e pronto, simples assim, sem avaliar se as metas e objetivos
estabelecidos são coerentes e racionais ou se não se tratam de um devaneio,
como acontece na maioria das organizações.
É muito importante salientar que a figura do gerente já está
ultrapassada há bastante tempo, passando a atuar em seu espaço o
“ligestor”, que significa líder gestor.
Finalizando, quero propor uma nova postura para aqueles que
ainda insistem em ser gerente ou chefe, seguindo o modelo tradicional da
autocracia, baseada em 03 dicas importantes:
1. Trate todas as pessoas da mesma forma que você gostaria de ser
tratado, inclusive as mais simples e humildes.
2. Pratique empatia com todos, inclusive no ambiente doméstico.
3. Ouça mais antes de decidir e agir. Seja democrático!
É muito importante ressaltar que essas sugestões valem para
qualquer ambiente ou área da vida.

52 Alexandre Costa
14º Capítulo

Família, um projeto de Deus!

Geralmente nos entregamos mais ao trabalho e deixamos a


família em segundo plano.

Certo dia, enquanto navegava pela Internet encontrei um texto


que chamou muito minha atenção e resolvi compartilhar com o maior
número possível de pessoas por entender que é uma mensagem mais do
que oportuna para os dias de hoje e por isso acredito que poderá provocar
a reflexão de muitos homens e mulheres. É muito importante ressaltar que
não citarei o autor do texto porque não o conheço.
TRANSCRIÇÃO
Tropecei em um estranho que passava e lhe pedi perdão. Ele
respondeu: Desculpe-me, por favor. Também não a vi. Fomos muito
educados, despedimo-nos e seguimos nosso caminho.
Mais tarde, eu estava cozinhando e meu filho estava muito perto
de mim. Ao me virar quase esbarrei nele. Imediatamente gritei com ele.
Ele se retirou sentido, sem que eu notasse quão dura que lhe falei.
Ao me deitar, Deus me disse suavemente: Você tratou a um
estranho de forma gentil, mas destratou o filho que você ama. Vá à cozinha
e irá encontrar umas flores no chão, perto da porta. São as flores que ele
cortou e te trouxe: rosa, amarela e azul. Estava calado para te entregar, para
fazer uma surpresa e você não viu as lágrimas que chegaram ao seu rosto...
Senti-me uma miserável e comecei a chorar. Então, suavemente
me aproximei de sua cama e disse-lhe: Acorde querido! Acorde! Estas são
as flores que você cortou para mim? Ele sorriu e disse: Eu as encontrei junto
a uma árvore e as cortei, porque são bonitas como você, em especial a azul.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 53


Filho, eu sinto muito pelo que disse hoje, não devia gritar com você.
Ele respondeu: Está bem mamãe, te amo de todas as formas. Eu também te
amo e adorei as flores, especialmente a azul...
CONCLUSÃO
Entenda que se você morrer hoje, em questão de dias a empresa
na qual você trabalha cobrirá seu lugar. Porém, a família que deixará
sentirá sua perda pelo resto da vida. Pense neles, porque geralmente nos
entregamos mais ao trabalho e deixamos a família em segundo plano.
Será que essa atitude não é uma inversão de prioridade pouco
inteligente?
Então, o que podemos aprender com esta história?
Veja o significado de FAMÍLIA em inglês:
F A M I L Y: “Father And Mother I Love You” = Papai e Mamãe,
eu os amo.
Compartilhe essa mensagem com quem você se importa. Se você
não fizer, é claro que ninguém morrerá, nenhuma tragédia acontecerá, mas
perderá a oportunidade de dizer aos demais: Valorize mais sua família!

54 Alexandre Costa
15º Capítulo

Uma experiência muito estranha

Verbalize seus sentimentos, declare o seu amor.

Ontem, 14/09/14, enquanto escrevia um ensaio, comecei a


ouvir músicas antigas que marcaram minha vida, especialmente minha
adolescência, e, de repente, encontrei uma das mais lindas canções escritas
por Stevie Wonder, I just called to say i love you, e comecei a lembrar de
um fato que aconteceu no dia 04/04/13, que me fez viver uma experiência
muito estranha e um grande aprendizado ao mesmo tempo.
Como gosto de compartilhar momentos de grande significado,
resolvi publicar um texto que escrevi alguns dias após a ocorrência do
fato, visando chamar a atenção das pessoas para uma insensatez que
cometemos ao imaginar que as “tragédias da vida” jamais nos atingirão,
um grande equívoco:
TRANSCRIÇÃO:
Diariamente, antes de dormir, tenho o hábito de avaliar o
resultado de minhas atividades profissionais e atualizar minha agenda
profissional, duas rotinas que recomendo a todos. Outro hábito que
mantenho há bastante tempo é a atualização de meus contatos (celular,
endereços eletrônicos etc.), um procedimento que geralmente faço nas
manhãs de domingo.
Há poucos minutos, enquanto fazia a atualização de minha
agenda do celular, tive uma sensação muita estranha, quando me deparei
com um nome por demais familiar, Ricardo Costa, meu irmão de 59 anos,
falecido, prematuramente, na madrugada da última 5ª feira, 04/04/13,
em Recife, vítima de infecção generalizada, ocorrendo-me a seguinte
pergunta: Apago esse registro ou não?

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 55


Sei que para muitos pode parecer algo muito simples, mas posso
assegurar que não é. Não sei se essa sensação que estou experimentando
tenha sido causada pelo fato de não tê-lo acompanhado em seus últimos
dias de vida, por não ter dito pessoalmente o quanto ele sempre foi
importante para mim ou mesmo o quanto eu o amava, por não ter tido
a oportunidade de lhe falar sobre o Senhor Jesus, enfim, tudo é muito
confuso.
A principal lição que fica desta experiência é que somos seres
finitos e que não sabemos a hora de “nossa partida”, sem ser eufemista,
e, por isso, não devemos deixar passar a oportunidade de dizer a todas as
pessoas que amamos, o quanto elas são importantes para nós, destacando
o seu valor, evidenciando suas qualidades, sendo altruístas para com
todos, celebrando, sempre, o amor e a amizade, da forma mais singela
possível.
Neste exato momento, depois de passados 3 dias, estou
conseguindo chorar pela grande perda, porque tenho certeza que nunca
mais vou ouvir “diga Alexandre”, uma saudação muita usada pelo
Ricardo, quando falávamos ao telefone. Agora, estou recordando fatos
que marcaram nossa infância, do seu “jeitão” introspectivo, muitas vezes
tímido, mas de muita convicção em seus posicionamentos.
Realmente não sei se apago o número do telefone dele de minha
agenda, mas tenho certeza que jamais apagarei o nome dele da relação das
pessoas mais queridas. Ele era um cara muito autêntico, que muitas vezes
chocava as pessoas que não o conheciam, ou seja, você gostava dele ou
não, porque não cabia meio termo.
Encerro este desabafo pedindo a Deus que nos console neste
momento de dor e nos ensine o verdadeiro significado da vida, tendo
como base e inspiração os ensinamentos do Senhor Jesus, nosso Rabi.

56 Alexandre Costa
16º Capítulo

Preço ou valor?

Certamente você nunca ouviu alguém se referir aos “preços


morais”, não é verdade?

Desde meus primeiros anos de vida escuto uma afirmação que


sempre discordei, discordo e continuarei discordando, por acreditar que
existe uma enorme confusão em torno da questão, que afirma que “todo
homem tem um preço”, quando se deveria dizer que “todo homem tem um
valor”.
Na verdade, em nossos dias, a inversão de valores está se tornando
a regra e não a exceção, como já foi no passado, até a “instituição” da
famosa “Lei de Gerson” ou “Lei da Vantagem”, que nada tem a ver com o
grande ex-jogador da Seleção Brasileira de Futebol, um cidadão exemplar,
que ficou estigmatizado depois de estrelar uma campanha publicitária de
uma marca de cigarro.
Como costumo fazer, vamos aprofundar nosso entendimento a
respeito desses dois substantivos que intitulam este ensaio a partir das
definições encontradas no dicionário da Língua Portuguesa, comentado
pelo prof. Pasquale Cipro Neto:

• Preço (lat pretiu) sm 1. Valor em dinheiro de uma mercadoria ou


de um trabalho. 2. Avaliação em dinheiro. É o valor monetário
expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou
patrimônio. O conceito de preço é central para a microeconomia,
onde é uma das variáveis mais importantes na teoria de alocação
de recursos.
• Valor é uma qualidade que confere às coisas, aos feitos ou às
pessoas uma estimativa, seja ela positiva ou negativa.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 57


Como se pode observar a partir da definição literal dos dois
substantivos, preço está ligado ao que se paga quando se compra algo,
mercadoria ou serviço, ao contrário de valor que vai muito além do
simples pagamento por uma aquisição qualquer. Certamente você sempre
ouviu as pessoas fazerem referências aos valores morais e nunca aos preços
morais, não é verdade?
Vamos clarear ainda mais o entendimento dessa questão tão
discutida, conhecendo mais o que é axiologia, o ramo da filosofia que
estuda a natureza e a essência do valor: Axiológico é tudo aquilo que
se refere a um conceito de valor ou que constitui uma axiologia, isto é,
os valores predominantes em uma determinada sociedade. O aspecto
axiológico ou a dimensão axiológica de determinado assunto implica a
noção de escolha do ser humano pelos valores morais, éticos, estéticos e
espirituais.
A axiologia é a teoria filosófica responsável por investigar
esses valores, concentrando-se particularmente nos valores morais.
Etimologicamente, a palavra axiologia significa teoria do valor, sendo
formada a partir dos termos gregos axios (valor) + logos (estudo, teoria).
Neste contexto, o valor, ou aquilo que é valorizado pelas pessoas, é
uma escolha individual, subjetiva e produto da cultura na qual o indivíduo
está inserido.
De acordo com o filósofo alemão Max Scheler, os valores morais
obedecem a uma hierarquia, surgindo em primeiro plano os valores positivos
relacionados com o que é bom, depois ao que é nobre, depois ao que é belo,
e assim por diante.
A ética e a estética estão vinculadas de forma intrínseca aos
valores desenvolvidos pelo ser humano. A ética é um ramo da filosofia
que investiga os princípios morais (bom/mau, certo/errado etc.) na conduta
individual e social. A estética estuda os conceitos relacionados à beleza e
harmonia das coisas.
Diante do exposto, podemos afirmar que o que verdadeiramente
tem valor não se compra com dinheiro e não se negocia. Ainda bem!

58 Alexandre Costa
17º Capítulo

O Dia do Professor no Brasil

No Brasil, diferentemente de outros países, o Dia do Professor é


comemorado no dia 15 de outubro, por determinação inicial de D. Pedro
I, através de um Decreto Imperial assinado em 15 de outubro de 1827,
dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila, através do qual foi
criado o Ensino Elementar no Brasil, estabelecendo que todas as cidades,
vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras. Esse Decreto
preconizava vários critérios e procedimentos: descentralização do ensino,
o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam
aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia,
inovadora e revolucionária, teria sido ótima, se tivesse sido cumprida.
Mas, foi somente após 120 anos da assinatura do Decreto Imperial,
citado anteriormente, em 1947, que aconteceu a primeira comemoração
de um dia dedicado ao professor em nosso país, em uma pequena escola
no centro de São Paulo, exatamente no número 1520 da Rua Augusta,
o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como Caetaninho, quando
quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para
evitar a estafa que poderia ser causada pelo longo período do segundo
semestre que se estendia do dia 1º de junho a 15 de dezembro, com apenas
10 dias de férias. Esse dia destinava-se, também, ao congraçamento da
categoria profissional e análise de rumos para o restante do ano.
Em 14 de outubro de 1963, através do Decreto Federal n.º
52.682, a data comemorativa foi oficializada, definindo a essência e a
razão do feriado: Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os
estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça
a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e
as famílias.
Infelizmente, no Brasil de hoje, o Dia do Professor não passa de
mais um feriado, ou seja, está muito longe de seu objetivo inicial, sem

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 59


qualquer reflexão ou ato solene, desvalorizando ainda mais esta profissão
tão importante para todos os setores e segmentos sociais e econômicos de
qualquer país.
No Japão, um país conhecido e reconhecido mundialmente
pelo comportamento de seu povo e pela qualidade de sua mão de obra,
o professor é reverenciado pelo imperador que chega a se curvar diante
de um educador, justificando seu gesto por acreditar que se não existir
professor, não existirá imperador e nenhum profissional. Nos países
asiáticos ser professor é uma honraria, porque a educação é considerada
a base de tudo.
Para nós educadores já está muito claro que a educação exige
a perfeita integração entre os seus cinco principais atores, para que o
processo ensino-aprendizagem ocorra de forma satisfatória: O poder
público, em todas as esferas, a família, a escola, o aluno e o professor/
educador.
Historicamente sabemos que não adianta esperar uma postura
responsável da parte do poder público (União, Estados e Municípios), que
prefere um povo sem educação, porque é mais fácil de ser manipulado. A
família, por sua vez, não entende a importância de seu papel na educação
de seus filhos, transferindo para a escola o papel de educar. O aluno, sem
a devida orientação dos pais e responsáveis diretos, não entende que
somente a educação plena poderá prepará-lo para enfrentar um mercado
de trabalho cada vez mais competitivo, em um mundo globalizado, sem
fronteiras físicas, restando-nos, apenas, trabalhar a qualidade do ensino a
partir da escola e do professor/educador.
Sendo assim, como educador, apaixonado pelo processo ensino-
aprendizagem, quero deixar um desafio para meus colegas de profissão,
sugerindo uma nova postura profissional fundamentada em 10 princípios
que nos farão profissionais com padrão de excelência, para que um dia,
brevemente, possamos comemorar o “Nosso Dia” com muito orgulho e
independência:
1º. Conhecer ao máximo cada aluno, sua história de vida, suas
condições sociais, anseios, ocupação de seus pais etc.

60 Alexandre Costa
2º. Ser um líder informal, capaz de gerar admiração e entusiasmo,
além de servir de modelo para seus alunos.
3º. Ser um professor comprometido com a educação e não estar
professor, uma postura muito comum nos dias de hoje, especialmente
no ambiente do ensino superior, onde muitos profissionais liberais e
empresários fazem “bico”, dando aula à noite para complementar sua
renda mensal.
4º. Conhecer profundamente a(s) disciplina(s) que leciona,
evidenciando capacidade de tornar suas aulas agradáveis e prazerosas.
5º. Ser dialético em qualquer circunstância ou situação, utilizando
o debate ou discussão como uma ferramenta de desenvolvimento do
indivíduo e do grupo a que pertence.
6º. Ter equilíbrio emocional, principalmente nos momentos de
conflito ou de tensão.
7º. Ser empático, se possível altruísta, visando estabelecer um elo
de confiança com seus alunos, individualmente.
8º. Ser apaixonado por sua profissão, adotando a conduta de um
amador que coloca entusiasmo em tudo que faz.
9º. Perceber a promoção da autonomia como uma das principais
finalidades da educação em todas as suas etapas, especialmente quando se
refere a jovens e adultos.
10.º Contribuir para a formação de verdadeiros cidadãos, capazes
de analisar, criticar e decidir qual posição adotar diante das mais diversas
situações que lhes são impostas ao longo da vida.
O professor deve se comportar como um amigo de seus alunos,
um verdadeiro facilitador, que planeja e ministra suas aulas com o máximo
de aplicação, para que cada aula seja um evento especial, capaz de atrair o
máximo da atenção dos alunos, não esquecendo jamais que é muito difícil
fazer algo que não nos dá prazer, sobretudo assistir a uma aula chata como
se diz no meio discente. Todo educador deve assumir o compromisso de
fazer da atividade docente algo agradável e prazeroso.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 61


18º Capítulo

Paulo de Tarso, um provável pioneiro da


Educação a Distância

Há quase 2.000 anos Paulo de Tarso já utilizava o envio de


epístolas para difusão da Palavra de Deus.

Para estudiosos e especialistas no assunto, o surgimento da


Educação a Distância (EaD) ocorreu há 286 anos, precisamente no dia
20 de março de 1728, nos Estados Unidos da América, data em que o
professor de taquigrafia Cauleb Phillips publicou um anúncio na Gazeta
de Boston, oferecendo o primeiro curso a distância, registro que passaria
a ser considerado e reconhecido como o marco da EaD.
No Brasil, no período compreendido entre o fim do século
XIX e o começo do século XX, foram registrados os primeiros cursos
profissionalizantes por correspondência, oferecidos por professores
particulares de datilografia no Rio de Janeiro e não por estabelecimentos
de ensino regular e, somente no ano de 1904, foi instalada uma filial da
instituição norte-americana Escolas Internacionais, que continua ativa em
vários países até hoje.
Muitos outros fatos marcaram a evolução da Educação a Distância
no Brasil e no mundo, conforme comentei em outro ensaio sobre o tema,
com destaque especial para a década de 1920, que foi marcada pelo início
da EaD via rádio, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro,
no ano de 1923, que tinha como objetivo oferecer educação popular,
causando grande preocupação aos governantes que temiam a veiculação
de programação subversiva.
Desse período longínquo até os dias atuais, a Educação a
Distância passou a apoiar-se nas Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (NTICs), ampliando as oportunidades de acesso à educação

62 Alexandre Costa
e ao desenvolvimento pessoal e profissional. A expectativa é que novos
programas sejam desenvolvidos para atender à demanda crescente de
um país com dimensões continentais, que já não consegue mais avançar
através do modelo convencional de educação.
Analisando a cronologia deste método de ensino, não se pode
negar que a EaD avançou muito além de seu objetivo inicial, chegando
ao ensino superior e em outros ambientes de ensino e que, segundo
especialistas, é o modelo educacional que mais cresce em todo mundo por
atender à demandas sociais, antes não atendidas, com custos reduzidos e
muitas outras vantagens, se comparado ao método convencional.
Mas, voltando ao ponto central deste ensaio e apesar desses
consensos acerca da Educação a Distância, o que dizer de Paulo de Tarso,
o apóstolo de Jesus Cristo, considerado a 2ª figura mais importante do
Cristianismo em todos os tempos, que há quase 2.000 anos já utilizava o
envio de epístolas para a propagação da Palavra de Deus, um método que
continua sendo utilizado até hoje pelo povo cristão em todo mundo?
Diante desse registro histórico e sem querer ser apenas
um contestador, não seria Paulo de Tarso o pioneiro do ensino por
correspondência? Com a palavra, os especialistas no assunto!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 63


19º Capítulo

22 de dezembro, um dia em que


chorei e que sorri...

Um dia muito marcante em minha vida desde o ano de


1988, quando acontecia o sepultamento do meu pai, que nos deixou
precocemente, aos 60 anos de idade.

O falecimento do meu pai foi e continua sendo, a experiência


mais dolorosa de toda minha história, porque arrancou de mim o direito
de conviver com uma das pessoas mais admiráveis que conheci, o meu
principal referencial de caráter, alguém com quem aprendi muito sobre
a vida e o comportamento humano, um homem que sempre citava frases
pedagógicas como faça direito para fazer uma única vez e vá devagar, pra
chegar logo, uma sugestão muito oportuna e adequada aos nossos jovens,
que continuam se matando no trânsito por excesso de velocidade e outros
atos irresponsáveis. Meu pai, realmente, foi e continuará sendo um modelo
para mim e por isso sinto muita saudade dele.
Mas, como a vida é também marcada por momentos e experiências
de grande alegria, 13 anos após o falecimento do meu pai, aconteceu
em Recife o casamento da minha 1ª filha, Alessandra, nascida Leitão
Costa, com Luiz Felipe Canuto Inojosa, um acontecimento que mudou
o significado desta data, considerando, principalmente, que dessa união
matrimonial saudável, equilibrada e, sobretudo, abençoada por Deus,
nasceu um “carinha” chamado João Vitor, meu 1º neto, uma pessoa que
amo com a mesma intensidade com que amei meu pai.
Para as pessoas mais íntimas costumo dizer que sou um homem
privilegiado, porque tenho 4 mulheres e 4 homens: minha esposa, duas
filhas e uma nora (uma nova filha), meu filho, meus dois netos e meu genro,
que também se tornou um filho para mim. Este é o meu entendimento

64 Alexandre Costa
sobre verdadeiro significado da palavra família, tão deturpado nos dias de
hoje: o amor, que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor
nunca falha. (1 Co 13: 7, 8).
Acreditando plenamente nessa definição do apóstolo Paulo,
em sua 1ª epístola aos Coríntios, quero, publicamente, abençoar minha
filha, meu genro e meu neto, nesta data tão significativa para todos nós,
rogando ao Deus Todo Poderoso, que o amor incondicional continue
sendo o fundamento dessa união e que Jesus Cristo continue sendo a 3ª
dobra do cordão tríplice, que representa o casamento, conforme definido
por Salomão no livro de Eclesiastes 4: 9-12.
Finalizando minha reflexão, na condição de pedagogo, pai e avô,
quero deixar uma mensagem para os mais jovens e para aqueles que ainda
não se casaram: O casamento é o principal projeto de Deus para todos.
Vivo essa experiência há 36 anos, com a mesma mulher, e não consigo
imaginar minha vida de outra forma.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 65


20º Capítulo

Aprovado, depois de provado!

Lamentar e murmurar durante os momentos de dor ou sofrimento,


os conhecidos momentos de provação, é muito comum, até mesmo para
aqueles que conhecem mais profundamente os propósitos de Deus.
No capítulo 1 de Tiago, do versículo 1º ao 13º, nos é fornecida
uma orientação muito importante sobre provação, tendo como destaque
o versículo 12, quando é feita uma promessa de Deus: Bem-aventurado
o homem que suporta a provação, porque depois de ter passado na prova,
receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que O amam.
Portanto, meu caro, nos períodos de lutas, quando você se sentir
sozinho em um deserto árido, não pergunte a Deus o porquê do sofrimento
e sim para que. Em cada momento de nossas vidas existe um propósito do
Senhor e, se você acredita de verdade que Deus não é homem para que
minta, nem filho do homem para que se arrependa, descanse. Porventura
tendo Ele dito não o fará, ou tendo Ele falado não o realizará? (Números
23:19), só lhe cabe ter paciência e descansar no Senhor, conforme se
encontra no livro de Salmos, capítulo 37:3-7... Confia no Senhor e faze o
bem; habita na terra, e vive tranquilo. Deleita-te no Senhor, e ele te concederá
os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia Nele, e
ele tudo fará. Fará sobressair a tua retidão como a luz, e a tua justiça como
o meio-dia. Descansa no Senhor, e espera Nele. Acredite em Deus, que
sempre é fiel, digno e merecedor de toda nossa confiança.
Aproveite cada dia de sua vida, viva com intensidade, reflita sobre
sua vida e você vai concluir que suas vitórias são bem mais numerosas do
que as experiências que você pensa que são derrotas. Glorifique o nome
do Senhor Jesus, que vive e reina para sempre!

66 Alexandre Costa
2ª PARTE

COACHING

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 67


ÍNDICE

1º Capítulo - Síndrome do conformismo .................................... 69


2º Capítulo - Tão pobre, que só tem muito dinheiro. .................. 72
3º Capítulo - Feliz Ano Novo! .................................................... 74
4º Capítulo - Resiliência .............................................................. 76
5º Capítulo - Como desenvolver automotivação.......................... 78
6º Capítulo - Perfil do líder .......................................................... 80
7º Capítulo - Motivação ............................................................... 82
8º Capítulo - Não discuta problemas, busque soluções! .............. 84
9º Capítulo - Pessoas felizes ........................................................ 86
10º Capítulo - Coitadismo, um vício da alma. ............................. 91
11º Capítulo - Em busca do Ponto B ........................................... 94
12º Capítulo - Sem trabalho o homem não tem honra! ................ 96
13º Capítulo - Começar de novo, em busca de mais felicidade. .. 99
14º Capítulo - Maturidade, o momento ideal para recomeçar! .. 101
15º Capítulo - Seja um profissional feliz! .................................. 104
16º Capítulo - Síndrome de Gabriela ......................................... 106
17º Capítulo - Vontade de fazer, o combustível do sucesso!...... 108
18º Capítulo - Alemanha 7 x 1 Brasil. Como justificar o
injustificável? ....................................................................... 110
19º Capítulo - Direcione o seu foco ........................................... 112
20º Capítulo - Meu grande sonho, meu grande desafio! ............ 115
21º Capítulo - Bendita Acromegalia .......................................... 118
22º Capítulo - Fé. A palavra que mudou minha vida. ................ 121
23º Capítulo - Como uma rolha no mar. .................................... 124
24º Capítulo - Saindo da zona de conforto ................................ 126

68 Alexandre Costa
1º Capítulo

Síndrome do conformismo

Síndrome de Estocolmo Adaptada

Como personal, professional, leader coach e pedagogo


organizacional, presto serviços de consultoria e assessoria a um grande
número de organizações ou empresas dos mais variados portes e
segmentos de mercado, em diversas regiões do Brasil, uma experiência
muito rica e ao mesmo tempo desafiadora, em função de vários fatores,
destacando-se os aspectos culturais e comportamentais apresentados
pelos colaboradores dessas empresas.
É impressionante como quase todas as empresas, por mais
diferentes que sejam, têm um problema em comum, que vem crescendo
assustadoramente nos últimos anos, causando sérios prejuízos ao
desempenho de seus colaboradores – o espírito conformista.
Recentemente, durante a fase de entrevistas individuais com
um grupo de colaboradores de uma pequena empresa, cheguei a ficar
assustado com o grande número de pessoas que sofrem da Síndrome do
Conformismo ou Síndrome de Estocolmo Adaptada, indivíduos incapazes
de pensar ou realizar de forma diferente qualquer tarefa, afirmando
que aprenderam assim e vão continuar fazendo assim, lembrando a
personagem Gabriela, do escritor baiano Jorge Amado.
O indivíduo conformista não acredita na capacidade da superação
porque está condicionado a viver sem expectativa de qualquer mudança
de vida. O conformista entende que não vale a pena um esforço maior
para conseguir um resultado melhor e aceita passivamente a realidade que
lhe é imposta em todas as áreas da vida, como se fosse adepto da filosofia
cantada pelo sambista Zeca Pagodinho deixa a vida me levar, vida leva
eu....

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 69


Frases como prefiro a segurança de um emprego fixo ou é melhor
ganhar um salário pequeno, mas certo todos os meses, do que correr
riscos com um negócio próprio, são respostas comuns a todo indivíduo
conformista, quando é interpelado sobre o que pensa em relação a ser
empregado ou empreendedor, por exemplo.
Quando essas palavras são pronunciadas por pessoas que
não evidenciam o menor espírito empreendedor é aceitável e deve ser
um posicionamento respeitado, mas muitos indivíduos conformistas,
paradoxalmente, são verdadeiros empreendedores natos que deixam
de realizar grandes sonhos e projetos porque não têm a coragem de
romper a inércia e deixar sua zona de conforto, mesmo desejando,
íntima e ardentemente, ter seu próprio negócio ou seguir alguma carreira
profissional pouco convencional e passam a vida inteira se lamentando
pelo que deixaram de realizar. Outros escolhem determinadas carreiras
profissionais porque é uma tradição de família ou é um sonho do pai ou
da mãe.
Esses indivíduos precisam entender que o lugar entre a zona de
conforto e o seu sonho é onde a vida acontece. É um lugar de alta ansiedade,
mas é também onde cada um descobre quem é verdadeiramente. Eles
precisam entender ainda que hoje pode ser o último dia de sua vida,
portanto, até mesmo levantar-se da cama e ficar em pé, representa o risco
de cair. Quem não estiver disposto a encarar a derrota correndo riscos,
jamais será um vencedor.
Se você prefere como eu pagar o preço e correr em busca de suas
metas e objetivos, gostaria de lhe recomendar a leitura de um livro muito
instigante, que mostra a verdadeira capacidade de superação de um ser
humano cheio de limitações, que nos ensina a obter inspiração para uma
vida absurdamente boa e sem limites - Uma Vida Sem Limites, de Nick
Vujicic.
Jamais desista de seus sonhos. Siga em frente, mantendo o foco
em seus objetivos, com planejamento e disciplina, não permitindo que
eventuais sabotadores e/ou crenças impeditivas desviem sua atenção do
que realmente merece sua atenção. Faça como Abraham Lincoln, um ex-
lenhador que foi eleito presidente dos Estados Unidos da América, depois
de várias e sucessivas derrotas em disputas eleitorais e veja que tudo é

70 Alexandre Costa
possível àquele que crê. E não esqueça: você é o único que não pode deixar
de acreditar em seu sucesso!
Finalizando, quero deixar algumas dicas práticas que poderão
ajudá-lo a combater o espírito conformista:
1. Não deixe o medo exagerado impedir sua trajetória de vida,
porque todos nós estamos expostos a riscos, desde o momento
em que levantamos diariamente ao acordar.
2. Não aceite a derrota antes de exaurir a última possibilidade de
conquistar a vitória.
3. Não tenha medo de errar, porque cada erro cometido pode ser um
degrau para sua subida.
4. Não viva ansiosamente por coisa alguma porque tudo acontecerá
ao tempo oportuno.
5. Seja sempre otimista a despeito de qualquer circunstância.
Nota do autor: A ‘Síndrome de Estocolmo’, propriamente dita, consiste
em um estado psicológico que se desenvolve em algumas vítimas de sequestro,
de modo que elas buscam uma afinidade com o seu algoz. Em outras palavras, o
sequestrado passa a gostar do sequestrador.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 71


2º Capítulo

Tão pobre, que só tem muito dinheiro

Há poucos dias ouvi um comentário de um jovem muito simples


e de pouca instrução formal, enquanto cortava meu cabelo. Nosso diálogo
girava em torno dos tipos de clientes que frequentam seu modesto salão,
estilo barbearia e, em dado momento, ele fez a seguinte observação:
Professor, um dia desses conheci um homem tão pobre, mas tão pobre, que
cheguei a ficar com pena dele. E eu perguntei, por quê? Ele prontamente
respondeu, deixando-me atônito: O homem é tão pobre, que só tem muito
dinheiro. Ele chega a ser um miserável que só fala em dinheiro, em coisas
materiais, um verdadeiro avarento, um egoísta que vive assustado, com
medo de ser roubado.
Desse ponto do diálogo em diante, fiquei “matutando” acerca da
colocação daquele jovem: “Tão pobre, que só tem muito dinheiro” e cheguei
à conclusão que ele tem razão, porque, infelizmente, o número de pessoas
que elegem o dinheiro e os bens materiais como seus ídolos é imenso.
Essas pessoas se tornam prepotentes, arrogantes, insuportáveis
e não entendem que tudo que é material é efêmero, passageiro. Elas
não entendem que o verdadeiro valor está nas coisas simples, que são
imensuráveis, que o dinheiro não pode comprar.
Certa vez, enquanto jantava com Nelson Ned, ouvi dele a
seguinte observação: O sucesso me transformou em um gigante da música
internacional, mas uma pessoa detestável dentro de minha própria casa.
Esse depoimento de um artista consagrado sobre o que a fama pode
causar de malefícios, realmente me impactou muito e até hoje, mais
de 20 anos depois, lembro-me com riqueza de detalhes de quanto essa
experiência causava sofrimento àquele homem que chegou a cantar nas
mais importantes casas de espetáculos da Europa e dos Estados Unidos
da América.

72 Alexandre Costa
Minha sugestão com este ensaio é que você reflita sobre essa
questão, deixando como base tudo que foi relatado acima e uma porção
do texto bíblico: Porque, onde está o teu tesouro, aí estará, também, o teu
coração. Mateus 6: 21.
Concluindo, o importante é focar nas coisas que são realmente
importantes, buscando atingir um nível de satisfação plena com a vida,
que pode ser chamado de felicidade.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 73


3º Capítulo

Feliz Ano Novo!

O que importa é ser plenamente feliz!

Feliz Ano Novo é o que sempre todos desejam a todos, mesmo


sabendo que este é o desejo de todos, ou seja, expressando este desejo todos
terminam sendo repetitivos, pronunciando um clichê, não é verdade?
Então, diante deste fato, prefiro sugerir uma reflexão muito
oportuna para a virada de cada ano, um momento que se repetirá
inevitavelmente a cada período de 12 meses, enquanto tivermos vida,
começando com a seguinte pergunta: O que é ser feliz?
Reflita sobre essa questão e agradeça a Deus por tudo o que você é
e não apenas pelo que você tem, não esquecendo que tudo o que tem valor
real o dinheiro não compra, como uma família, uma amizade verdadeira,
o amor incondicional, um sorriso, a saúde etc.
Muitos confundem felicidade com sucesso e vivem a murmurar
porque se apegam a coisas fúteis ou elegem ídolos para sua vida e não
centralizam o seu foco no que verdadeiramente merece atenção.
Mas, como vivo em sociedade e mesmo não concordando com a
atitude falsamente empática e altruísta de algumas pessoas durante este
período festivo, desejo a todos que o ano novo seja um tempo de muita
alegria e felicidade, que cada um encontre um novo motivo para continuar
vivendo, começando por alguma mudança em suas atitudes, que possa
torná-lo uma pessoa plenamente feliz.
Que tal aceitar o desafio de ser generoso com todos, cônjuge,
parentes, amigos, colegas de trabalho, subordinados, desconhecidos,
durante todo o ano novo todo, como acontece durante o período natalino?

74 Alexandre Costa
A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e
equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são
transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento
até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de
bem-estar espiritual ou paz interior. Existem diferentes abordagens ao
estudo da felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia. O
homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se
dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo
de vida levaria à felicidade plena. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 75


4º Capítulo

Resiliência

A palavra resiliência significa a propriedade pela qual a energia


armazenada num corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão
causadora da deformidade elástica, segundo Aurélio Buarque de Holanda
Ferreira, podendo ser usada como ilustração a vara utilizada no salto de
altura, que se curva para projetar o atleta no momento do salto e depois
volta ao seu estado original, sem qualquer deformidade.
Esta expressão durante muitos anos foi utilizada para definir a
capacidade de um sistema de superar distúrbios causados por fenômenos
e/ou fatores externos e permanecer inalterado, como aconteceu com
o apagão de energia elétrica, que obrigou empresas e consumidores
residenciais a uma nova realidade, causando sérios impactos na vida de
todos, especialmente na indústria de base. Outros exemplos poderiam
ser citados, como o racionamento de combustível, também ocorrido no
Brasil, num passado não muito recente e a falta de matéria-prima, muito
comum no setor industrial.
Recentemente, talvez por não encontrarem uma expressão mais
adequada, especialistas em recursos humanos passaram a empregar a
expressão no meio corporativo para definir profissionais e organizações
que têm a capacidade de superar com rapidez as adversidades que lhes são
impostas ao longo de sua existência, como uma boia que sempre volta à
tona depois de submergir.
Resumidamente, construir uma estrutura resiliente significa dotar
a organização da capacidade de sempre superar as adversidades, através
do investimento em tecnologia e em programas de capacitação de pessoal
que sejam capazes de treinar os profissionais para sempre focarem na
solução e não no problema.

76 Alexandre Costa
Apesar de entender o substantivo feminino resiliência como
mais um caso de neologismo no meio corporativo, como tantos outros,
tenho buscado um maior aprofundamento sobre o tema, afinal de contas,
preciso ser resiliente!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 77


5º Capítulo

Como desenvolver automotivação

10 dicas que ajudarão a transformar desafios em resultados


práticos positivos.

No dia 15.08.13 publiquei um artigo sobre motivação, através do


qual foram expostas algumas considerações, começando pelo significado
simplificado aceito pela maioria dos autores: Motivação é o motivo que
leva um indivíduo a uma ação (motivo + ação).
Na verdade, discorrer sobre motivação sempre foi e continuará
sendo uma tarefa muito complexa, tendo em vista que alguns especialistas
entendem que basta o indivíduo conhecer suas reais necessidades e buscar
satisfazê-las. Mas o que é necessidade? Será que todos os indivíduos têm
as mesmas necessidades? Não estaríamos confundindo necessidade com
desejo em algumas situações?
Outros especialistas afirmam que motivação é a busca do
equilíbrio pleno, através do qual o indivíduo precisa ter o máximo de
autoconhecimento, identificar suas reais necessidades em cada momento
específico de sua vida, perseguir sua satisfação e nunca se conformar com
as metas alcançadas, não esquecendo que motivação é algo pessoal, que
nasce de dentro para fora e que nunca deve morrer.
Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, um dos mais
consagrados especialistas em motivação humana, detalha, através de sua
teoria representada por uma pirâmide, como se processa a hierarquização
dessas necessidades, facilitando muito o entendimento desse processo:

78 Alexandre Costa
• Necessidades fisiológicas básicas.
• Necessidades de segurança.
• Necessidades sociais.
• Autoestima.
• Autorrealização.
Diante dessas considerações, fica claramente entendido que
a busca desse equilíbrio pleno exige que os desafios do dia a dia sejam
transformados em resultados práticos, através de atitudes positivas e
criativas. Para facilitar sua busca, foram selecionadas 10 dicas:

• Somente as boas ideias se tornam realidade. Não basta ter uma


boa ideia. É preciso partir para a ação.
• Paixão faz toda diferença. A pessoa de sucesso coloca entusiasmo
em tudo que faz.
• Mantenha o foco, sempre! Aprenda a escolher entre várias
alternativas para não se desviar do seu objetivo.
• Conhecimento é o seu maior patrimônio. Conhecer bem o que
você faz é fundamental e faz toda diferença.
• Nunca desista. Siga em frente! Toda pessoa de sucesso tem uma
capacidade enorme de superação.
• Acredite em você, acima de tudo. A primeira pessoa que deve
confiar em sua capacidade é você mesmo.
• Fracassos não existem. Eles são oportunidades. Pense sempre
assim: falhas são grandes momentos de aprendizado.
• Sua imaginação é poderosíssima. Use o poder de imaginação.
Imagine-se sempre como uma pessoa vencedora.
• O mundo é enorme. E você tem muitos caminhos. Visualize a
variedade de cenários à sua frente. Há muitos caminhos para
vencer.
• Você pode mudar tudo ao seu redor. Lembre-se de que tudo está
constantemente mudando. Portanto, aja. Seja dinâmico!
Faça sempre uma avaliação de suas atitudes e melhore sempre.
Sucesso!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 79


6º Capítulo

Perfil do líder

Características indispensáveis

Segundo o dicionário do Professor Francisco da Silveira Bueno,


a palavra líder significa chefe, condutor, tipo representativo de um grupo de
pessoas ou sociedade.
Os traços de personalidade relacionados a seguir referem-se ao
perfil do líder, independentemente do seu campo de atuação, ou seja, não
se limita ao líder corporativo, por exemplo. É importante ressaltar que o
líder político brasileiro não se enquadra neste perfil.

• Adaptabilidade – ser capaz de se adaptar às novas situações,


principalmente adversas, demonstrando capacidade de superação
(resiliência).
• Altruísmo – ter amor ao próximo, desejar o bem de todos que
estão sob sua liderança.
• Automotivação – ser comprometido com a causa ao ponto de
influenciar seus liderados.
• Credibilidade – ser alguém em quem se possa acreditar, capaz de
ser imitado e servir de referência.
• Cultura – ter um nível de conhecimento satisfatório que possa
orientar seus liderados, principalmente no que diz respeito à
matéria ou área que está sob sua responsabilidade.
• Determinação – ter convicção do seu papel e firmeza na
perseguição dos objetivos.
• Domínio próprio – ter equilíbrio emocional, ser moderado e não
deixar a emoção superar a razão, especialmente nos momentos
de conflitos.
• Empatia – ter a capacidade de trocar de lugar com o próximo ou
experimentar o mesmo sentimento se estivesse no lugar do outro.

80 Alexandre Costa
• Ética – ter consciência de sua responsabilidade perante Deus e o
grupo ou sociedade que está sob sua liderança, agindo de forma
coerente, sem causar danos a terceiros.
• Firmeza – ter convicção de valores e princípios. Não vacilar nos
momentos de tomada de decisão.
• Honestidade – ser uma pessoa proba, correta em suas atitudes,
ter compostura.
• Humildade – ser modesto, ter respeito ao próximo.
• Imparcialidade – ser justo. Dispensar o mesmo tratamento a
todos, sem qualquer tipo de acepção ou discriminação.
• Organização – ser sistemático, criterioso, metódico (seguidor de
métodos).
• Ousadia – ser corajoso, sobretudo, nos momentos de dificuldade.
Agir.
• Persistência – não desistir diante das dificuldades.
• Persuasão – ter capacidade de convencimento e indução, através
de palavras e ações.
• Prestígio – ser respeitado e admirado pelos liderados. Deve servir
de modelo ou referência.
• Responsabilidade – assumir seu papel perante seus liderados,
de forma coerente, reconhecendo e assumindo todas as
consequências pelos atos praticados.
• Solidariedade – manifestar apoio a todos de seu grupo ou
sociedade.
Além dos traços de personalidade listados acima, muitos outros
podem ser acrescentados, como criatividade, pró-atividade, superação,
articulação, dialética etc. O verdadeiro líder expõe seu pensamento, sem
qualquer manifestação de autoritarismo ou absolutismo.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 81


7º Capítulo

Motivação

Discorrer sobre motivação sempre foi e continuará sendo uma


tarefa bastante complexa. Para a maioria dos autores a palavra significa,
de forma simplificada, o(s) motivo(s) que leva(m) o indivíduo a uma ação
(motivo + ação).
Sendo assim, entende-se que basta o indivíduo conhecer suas
reais necessidades e buscar a satisfação dessas demandas. Mas o que é
necessidade? Será que todos os indivíduos têm as mesmas necessidades?
A teoria de Maslow continua atualizada e aplicável aos nossos dias? Não
estaríamos confundindo necessidade com desejo em algumas situações?
Para responder às perguntas citadas acima, devemos entender,
basicamente, que motivação é um processo, que ocorre seguindo uma
sequência lógica, em todas as áreas da vida:
1. O indivíduo identifica a existência de uma carência ou
necessidade.
2. Essa necessidade gera uma tensão ou motivo.
3. Esse motivo impulsiona o indivíduo à ação e à busca da satisfação
ou atendimento de sua necessidade.
4. A necessidade satisfeita gera equilíbrio interno.
Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, um dos mais
consagrados especialistas em motivação humana, detalha, através de sua
teoria representada por uma pirâmide, a organização dessas necessidades
de forma hierarquizada, facilitando muito o entendimento desse processo:
• Necessidades fisiológicas básicas.
• Necessidades de segurança.
• Necessidades sociais.
• Autoestima.
• Autorrealização.

82 Alexandre Costa
A partir desse conhecimento e visando evitar frustrações, é muito
importante que não confundamos necessidade com desejo ou “novas
necessidades”, criadas pelo marketing, como alguns bens de consumo
que são acessíveis e utilizados por uma minoria da população. Em sua
pirâmide Maslow listou as necessidades comuns a todos os seres humanos,
independente da situação social, origem ou idade.
Quando nos referimos à carreira profissional e considerando
que a motivação sempre deve levar o indivíduo ao equilíbrio, é preciso
considerar três importantes aspectos, comuns a todos:
• Remuneração.
• Satisfação pessoal.
• Influência ou efeitos causados às pessoas próximas ou distantes
(familiares e agregados).
Para alcançar o equilíbrio tão desejado o indivíduo precisa ter
o máximo de autoconhecimento, identificar suas reais necessidades em
cada momento específico de sua vida, perseguir sua satisfação e nunca
se conformar com as metas alcançadas, não esquecendo que motivação é
algo pessoal, que nasce de dentro para fora.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 83


8º Capítulo

Não discuta problemas, busque soluções!

Não seja superlativo-negativo-absoluto-sintético ou


simplesmente pessimista por natureza.

Segundo a filosofia, problema significa qualquer situação que


inclua a possibilidade de uma alternativa e não deve ser confundido com
dúvida, que é uma questão do ser, que ao ser solucionado se torna crença
ou descrença. O problema, por sua vez, ao ser solucionado não deixa de
ocorrer, necessariamente, dando origem ao conceito de problematicidade.
Problema é a constatação de que um fenômeno observado não tem sentido
único.
Aristóteles observava o problema no campo da dialética: Dado
um problema constatado o indivíduo buscará, no caso dos problemas de
ordem prática, à escolha ou à recusa, e nos de ordem teórica, a decisão
de verdade ou de conhecimento. Ainda segundo o filósofo, problema
pertencer ao campo da dialética é fundamental, pois esta é a esfera do
discurso provável, onde não há verdade absoluta, onde não há ainda
ciência. Desta forma dá-se a definição de indeterminação de um problema,
algo que será superado pela atividade de investigação científica e posterior
determinação deste.
John Dewer (Lógica, 1939, Cap. VI) propôs uma boa definição
de problema: É a situação que constitui o ponto de partida de qualquer
indagação, ou seja, a situação é indeterminada. Ela se torna problemática no
próprio processo de sujeição à indagação. A enunciação de um problema
permite a antecipação de uma ideia sobre sua solução. A sistematização
da ideia gera o raciocínio, que faz o desenvolvimento de suas questões
inerentes. A solução real de um problema é sua determinação da situação
embaraçosa inicial. Esta é uma situação unificada e contém relações

84 Alexandre Costa
constitutivas e distintivas. G. Boas (The Inquiring Mind, 1959, p.56) define
problema como algo observável fora da norma. (Origem: Wikipédia).
Após a fundamentação de problema à luz da filosofia, sugiro
o direcionamento de nosso olhar para o nosso cotidiano, a partir do
significado prático de problema de acordo com o dicionário da língua
portuguesa comentado pelo professor Pasquale Cipro Neto: (gr próblema)
sm 1. Questão levantada para consideração, discussão, decisão ou solução.
2. Mat Toda questão em que se procura calcular uma ou várias quantidades
desconhecidas. 3. Tema cuja solução ou decisão é difícil.
A partir desta introdução, gostaria de abordar o cerne da questão,
ou seja, o que fazer diante de uma situação problemática ou como devemos
agir, se afinal de contas todos nós estamos sujeitos a passar por situações
adversas?
O grande equívoco é que a maioria das pessoas supervaloriza
o problema e chega a estabelecer discussões massacrantes que não
levam a nenhum resultado prático, senão ao agravamento do problema,
transformando, muitas vezes, um copo d’água em uma tempestade
ou um gato domesticado em uma onça. São os conhecidos indivíduos
“superlativos-negativos-absolutos-sintéticos”, ou simplesmente, pessimistas
por natureza.
Conheço e vivenciei situações em que sociedades foram desfeitas,
casamentos chegaram ao divórcio, irmãos se tornaram inimigos, amizades
de longas datas se romperam e outros tantos casos absurdos, porque
não houve habilidade ou equilíbrio emocional de nenhuma das partes
envolvidas no imbróglio que fosse capaz de propor o direcionamento do
foco para as possíveis soluções. Em casos extremos algumas pessoas mais
fracas chegam a ceifar a própria vida porque não conseguem encontrar
uma única saída.
Ainda muito cedo aprendi que o tempo é o senhor da razão, ou
seja, sempre existe solução para qualquer problema, nós precisamos
apenas ter paciência e buscar a tranquilidade necessária para enxergarmos
o melhor caminho. Portanto, discutir ou valorizar problemas não é uma
atitude inteligente.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 85


9º Capítulo

Pessoas felizes

Dicas para ser feliz.

Durante toda minha vida profissional tive a oportunidade de


trabalhar com grupos e equipes compostas por pessoas dos mais variados
níveis, social, intelectual e econômico. Essa experiência me mostrou que
basicamente existem dois tipos de seres humanos no mundo: Os felizes e
os infelizes.
Ao contrário da crença popular, a felicidade não está vinculada à
fama, dinheiro, patrimônio ou posição social. A felicidade vem de dentro.
A pessoa mais rica do mundo pode estar miseravelmente infeliz, enquanto
um sem-teto pode estar sorrindo e contente com a vida.
As pessoas verdadeiramente felizes o são porque escolheram ser
felizes. Elas têm uma visão positiva da vida e permanecem em paz com
elas mesmas. Pensam e são diferentes. Adotam hábitos que melhoram
suas vidas, tornando-as mais leves e agradáveis, porque elas sentem prazer
na simplicidade das coisas.
Há poucos dias ouvi um comentário de um jovem muito simples
e de pouca instrução, quando ele cortava meu cabelo. Nosso diálogo
girava em torno dos tipos de clientes que frequentam seu modesto salão
ou barbearia e, em dado momento, ele fez a seguinte observação:
- Professor, um dia desses conheci um homem tão pobre, mas tão
pobre, que cheguei a ficar com pena dele.
- e eu perguntei, por quê?
Ele prontamente respondeu, deixando-me atônito:

86 Alexandre Costa
- O homem é tão pobre, que só tem muito dinheiro. Ele chega a ser
um miserável que só fala em dinheiro, em bens materiais. Um verdadeiro
avarento, um egoísta...
Desse ponto do diálogo em diante, fiquei “matutando” acerca
da colocação daquele jovem - tão pobre, que só tem muito dinheiro - e
cheguei à conclusão que ele tem razão, porque, infelizmente, o número de
pessoas que elegem o dinheiro e os bens materiais como suas principais
razões de viver é imenso. Essas pessoas se tornam prepotentes, arrogantes,
insuportáveis, e não entendem que tudo que é material é efêmero,
passageiro. Elas não percebem que o verdadeiro valor está nas coisas que
o dinheiro não pode comprar.
Certa vez, conversando com Nelson Ned, ouvi o seguinte
comentário: O sucesso me transformou em um gigante diante do mundo,
mas uma pessoa detestável dentro de casa.
Recentemente resolvi buscar um aprofundamento maior sobre
o perfil das pessoas verdadeiramente felizes e cheguei à conclusão de
que todas têm uma filosofia de vida baseada em alguns princípios, que
exponho a seguir:
• Pessoas felizes liberam perdão e não guardam rancor.
Guardar rancor é prejudicial e pode causar depressão, ansiedade
e estresse. Por que deixar que uma ofensa de alguém exerça
algum poder sobre você? Sempre é melhor perdoar e esquecer
as ofensas.
• Pessoas felizes são bondosas - já foi comprovado cientificamente
que ser gentil gera felicidade. Ser empático e altruísta faz o
cérebro produzir serotonina, um hormônio que diminui a tensão e
eleva o espírito. Tratar as pessoas com amor, dignidade e respeito
proporciona a construção de relacionamentos mais fortes.
• Pessoas felizes encaram os problemas como desafios - a palavra
problema não faz parte do vocabulário de uma pessoa feliz. Um
problema, na maioria das vezes, é visto como uma desvantagem,
uma luta ou uma situação difícil. Mas, quando encarado como
um desafio, pode se transformar em algo positivo, como uma
oportunidade.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 87


• Pessoas felizes são gratas pelo que têm - as pessoas mais felizes
não têm o melhor de tudo, elas fazem o melhor de tudo com o
que têm. Elas focam no que têm e não vivem lamentando pelo o
que não têm.
• Pessoas felizes têm grandes projetos (sonham alto). As pessoas
que têm o hábito de sonhar grande são mais propensas a realizar
seus objetivos do que aquelas que não o fazem. Pensam e agem
de forma focada e positiva.
• Pessoas felizes não se preocupam com coisas pequenas -
elas entendem que a vida é muito curta para se preocupar com
situações triviais e focam no que de fato é importante.
• Pessoas felizes falam bem dos outros - fofocar pode até
ser divertido, mas, geralmente, causa sentimento de culpa e
ressentimento. Falar coisas agradáveis sobre as pessoas sempre
é melhor porque gera aproximação. Ser bom é melhor que ser
mau.
• Pessoas felizes assumem a responsabilidade pelos seus
atos (não procuram culpados) - não culpam os outros por seus
próprios fracassos. Ao contrário, assumem seus erros e, ao agir
assim, mudam para melhor.
• Pessoas felizes vivem o presente com intensidade - não vivem
do passado ou se preocupam com o futuro. Elas saboreiam o
presente. Vibram com tudo o que estão fazendo no momento.
Param e cheiram as rosas.
• Pessoas felizes acordam todos os dias no mesmo horário -
pessoas bem-sucedidas geralmente são madrugadoras. As pessoas
felizes entendem que acordar no mesmo horário estabiliza o seu
metabolismo, aumenta a produtividade e proporciona um estado
calmo e centrado.
• Pessoas felizes não se comparam com outras pessoas -
entendem que cada indivíduo tem seu próprio estilo, por isso,
não se consideram inferiores ou superiores aos outros. Elas se
concentram no próprio progresso.
• Pessoas felizes sabem escolher os amigos - elas entendem
que miséria adora companhia, por isso, julgam como muito

88 Alexandre Costa
importante cercar-se de pessoas otimistas, que vão incentivá-las
a atingir seus objetivos.
• Pessoas felizes não buscam a aprovação dos outros - não se
importam com o que os outros pensam delas. Elas seguem a
própria intuição, sem deixar os pessimistas desencorajá-las, e
entendem que é impossível agradar a todos.
• Pessoas felizes sabem ouvir - falam menos e ouvem mais. Sabem
que escutar mantém a mente aberta e amplia os conhecimentos.
• Pessoas felizes sabem se relacionar socialmente - a solidão
torna as pessoas infelizes. Pessoas felizes entendem o quão
importante é ter relações fortes e saudáveis. Sempre têm tempo
para encontrar e falar com sua família e amigos.
• Pessoas felizes gostam de meditar - elas entendem que ficar
em silêncio ajuda a encontrar a paz interior. Não precisa ser um
mestre zen para alcançar a meditação. As pessoas felizes sabem
como silenciar suas mentes, em qualquer hora e lugar, para se
acalmar.
• Pessoas felizes comem bem - sabem a importância de uma
alimentação adequada que define o humor, a energia e o enfoque
mental.
• Pessoas felizes fazem exercícios - elas entendem que a prática
de exercício aumenta os níveis de felicidade, de autoestima e
produz a sensação de realização pessoal.
• Pessoas felizes vivem com o que é realmente importante -
mantêm poucas coisas ao seu redor porque sabem que excessos
geram estresse. Estudos concluíram que os europeus são muito
mais felizes que os americanos, porque eles vivem em casas
menores, dirigem carros mais simples e possuem menos itens.
• Pessoas felizes dizem a verdade - acreditam que a mentira
corrói a autoestima e gera antipatia. A verdade sempre liberta. A
honestidade melhora a saúde mental e aumenta a confiança dos
outros.
• Pessoas felizes têm autocontrole - têm a capacidade de fazer
suas próprias escolhas, sem precisar ouvir dos outros como
devem agir ou viver. Sabem que estar no controle completo de sua
própria vida traz sentimentos positivos e aumenta a autoestima.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 89


• Pessoas felizes aceitam o que não pode ser modificado - ao
aceitarem o fato de que a vida não é justa, as pessoas felizes
conseguem viver em paz. Portanto, concentram-se apenas no que
podem controlar e mudar para melhor.
Concluindo, é importante ressaltar que não sou Franciscano e que
nunca fiz voto de pobreza, mas, acredito que não precisamos viver como
escravos do dinheiro, vivendo para trabalhar. No meu entendimento é
preciso que sempre haja equilíbrio em todas as áreas da vida, sem que
deixemos de aproveitar cada momento de nossa existência, porque hoje é
o melhor dia de nossa vida.

90 Alexandre Costa
10º Capítulo

Coitadismo, um vício da alma

Um vício instalado na alma, que pode se transformar em uma


doença de caráter.

Através de minha atividade profissional como professor, coach


e consultor em recursos humanos, tenho constatado um aumento
preocupante do número de pessoas das mais diversas idades que estão
com sérios problemas de autoestima baixa, falta de automotivação e até
sem qualquer perspectiva de um futuro melhor, ou seja, estão “dominadas”
por uma onda de pessimismo generalizada, principalmente as pessoas
mais jovens.
Entendo que vivemos em um país que não gera esperanças para
quem pretende conquistar o crescimento profissional e pessoal através de
uma boa formação, um país cuja corrupção cresce de forma avassaladora
em todos os níveis e esferas do serviço público. Sei que é muito difícil
acreditar em um país em que ser honesto é sinônimo de ser otário, isto é,
o que importa é levar vantagem em tudo, mesmo que tenha que passar o
outro para trás.
Diante desse quadro fico tentando encontrar a razão ou razões
que têm levado tantos jovens a ingressarem em um curso superior e
desistir no meio do caminho porque não sabem se aquela é a carreira
profissional que querem. Outros tantos vivem amargurados, trabalhando
apenas pelo salário que recebem mensalmente e existem outros que até se
declaram seguidores de Zeca Pagodinho e vivem deixando a vida levá-los,
às vezes sem saber para onde.
Outro fato extremamente assustador é o número de coitadistas,
que são as pessoas que vivem tomadas pelo sentimento de autopiedade,
aprisionadas ao pessimismo, debilitadas mentalmente, que vivem a
reclamar de tudo e de todos, sem jamais assumir a responsabilidade ou

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 91


o comando de sua existência. São incapazes de envidar qualquer esforço
para mudar ou reverter o quadro que elas mesmas criaram, porque não
acreditam que podem mudar, não acreditam na superação.
O sentimento de autopiedade é um dos mais nocivos porque
é silencioso e a sua vítima, na maioria das vezes, não percebe que está
“doente” e quando descobre não aceita essa condição. Algumas pessoas
chegam a chorar quando estão diante de um espelho, sentindo pena de si
mesmas, mas mesmo assim não buscam ajuda profissional e nem sequer
tentam reagir. É um vício instalado na alma, que pode se transformar em
uma doença de caráter.
É claro que cada pessoa tem uma história e que não existe uma
fórmula que sirva para todos os casos de coitadismo, mas algumas atitudes
podem ajudar as pessoas que vivem nessa situação. Vejamos algumas:
1. Sempre procure fazer o que gosta, a despeito de qualquer outro
aspecto, como remuneração, por exemplo.
2. Não se “venda” por vantagens aparentes. Respeite seus
princípios e valores.
3. Evite a companhia ou a convivência com pessoas pessimistas.
4. Acredite em você mesmo. Você é capaz de fazer mais e melhor
do que está fazendo.
5. Não valorize o que não tem valor.
6. Jamais desista de seus sonhos. Capacite-se e lute até a exaustão.
7. Combata as crenças impeditivas (negativas).
8. Diga não aos sabotadores de sua vida.
9. Estabeleça metas e objetivos racionais, com prazos definidos.
10. Aprenda com os erros e nunca abandone ou desista de qualquer
projeto sem concluir.
Muitas outras sugestões, além das 10 citadas acima, poderiam
ser apresentadas, mas por experiência com atendimento a várias pessoas
posso afirmar que já é um início muito interessante, sobretudo no que
tange à prevenção, ou seja, aja antes que o sentimento de autopiedade se
instale em sua alma.
Para finalizar, gostaria de sugerir a leitura de Poliana ou Pollyana,
um clássico da literatura, que foi escrito em 1913, por Eleanor H. Porter
e conta a história de uma menina de 11 anos que via um lado bom em

92 Alexandre Costa
tudo que acontecia em sua vida. Mesmo depois de 100 anos é uma obra
totalmente atualizada e tem ajudado muitas pessoas a mudarem de atitude
mental. Experimente!
“Não importa tanto o que nos acontece, mas o que vamos fazer
com o que nos acontece. Tudo depende do que vamos criar para nós
mesmos”. Jean-Paul Sartre

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 93


11º Capítulo

Em busca do Ponto B

Todos nós precisamos de uma razão para viver.

Quando perdemos de vista nossos objetivos fundamentais, somos


dominados pelo estresse e pela desorientação, que geralmente nos levam
ao desânimo e à desesperança. Muitas pessoas (e não são poucas), diante
desse tipo de perda, enfrentam longos quadros depressivos, chegando a
precisar de ajuda profissional.
A sensação de trabalhar muito para nada e o esgotamento que
dificultam a concentração podem ser combatidos com a definição de uma
meta ou de um objetivo claro, que ofereça sentido ao que estamos fazendo,
nos bons e nos maus momentos.
Para o psicólogo Viktor Frankl, se o indivíduo encontra um
sentido para sua vida, ele torna-se capaz de superar a maior parte
das adversidades, inclusive aquelas consideradas por muitos, como
dificuldades insuperáveis. A logoterapia criada por ele busca exatamente
isto: Em vez de escavar o passado do paciente, explora o que é possível fazer
com o que ele tem aqui, agora e doravante.
Em outras palavras, devemos encontrar um motivo para nos
levantar da cama todas as manhãs, olhar para o futuro, definir onde
queremos chegar (Ponto B), traçar um plano de ação e partir para sua
execução, de forma racional e disciplinada, sabendo que quem não estiver
disposto a enfrentar o fracasso, jamais alcançará seus objetivos.
O problema de muitas pessoas insatisfeitas com sua existência é
que elas não projetam a vida que gostariam de viver e vivem como se
não fossem os atores principais de suas existências, esperando que tudo
aconteça passivamente, sem o desprendimento de qualquer esforço.

94 Alexandre Costa
Friedrich Wilhelm Nietzsche, filósofo alemão, destaca a
importância de se buscar uma razão de viver, ao afirmar que quando nossa
vida se torna plena de sentido, de uma hora para outra os esforços já não são
cansativos, e sim passos necessários em direção à meta que estabelecemos.
Particularmente, sempre acreditei e continuarei acreditando
que o indivíduo que não tem um projeto de vida pode trilhar qualquer
caminho e não chegará a lugar algum.
Ter um objetivo é de fundamental importância para qualquer
indivíduo, independentemente de sua condição socioeconômica,
sobretudo, nos dias atuais em que estamos vivendo a Era Planetária em
um mundo sem fronteiras, segundo Edgar Morin, antropólogo, sociólogo
e filósofo francês.
E, para finalizar, como “personal & professional coach” e pedagogo
organizacional, proponho a todos a seguinte reflexão, fundamentado no
Método Socrático, do qual sou adepto e usuário:
Como vai a sua vida?
Você tem um projeto de vida a curto, médio e longo prazos?
Se você já tem um projeto de vida, tem se empenhado em busca
de sua realização?
Nota do autor: Texto baseado no livro Nietzsche para Estressados,
de Allan Percy.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 95


12º Capítulo

Sem trabalho o homem não tem honra!

O trabalho profissional não tem preço, tem valor.

A definição de trabalho encontrada no dicionário da língua


portuguesa, comentado pelo professor Pasquale Cipro Neto é a seguinte:
“tra.ba.lho (baixo-lat tripaliu) sm 1 Ato ou efeito de trabalhar. 2
Exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa;
ocupação em alguma obra, 3 Esforço, labutação, lida, luta. 4 Aplicação da
atividade humana a qualquer exercício de caráter físico ou intelectual. 5
A composição ou feitura de uma obra. 6 A própria obra que se compõe
ou faz. 7 Obra literária ou artística. 8 Maneira como alguém trabalha.
9 Maneira como funciona um aparelho. 10 Atividade remunerada ou
assalariada; serviço, emprego. 11 Local onde se exerce tal atividade. Dar-
se ao trabalho de; incomodar-se, empenhar-se em fazer (alguma coisa).
Como se pode observar a partir da definição da palavra trabalho,
há muitos aspectos a considerar quando nos referimos ao trabalho em seu
sentido mais amplo. O nosso foco será a atividade profissional nas mais
diversas áreas ou segmentos de mercado.
Através de minha atuação profissional como educador corporativo
e coach, tenho a oportunidade de conhecer e vivenciar muitas situações
que exigem um aprofundamento maior, diante do grau de insatisfação
de pessoas que chegam a afirmar que só trabalham porque precisam
ganhar dinheiro, ou seja, o trabalho que exercem não lhes proporciona
qualquer tipo de prazer ou bem-estar. Em várias situações já me deparei
com profissionais que adoecem e precisam da ajuda de terapeutas e não
entendem isso.
Certo é que a necessidade da sobrevivência e a falta de qualificação
profissional são os dois principais fatores que levam muitas pessoas a
aceitarem qualquer tipo de trabalho ou exercer qualquer função, mesmo

96 Alexandre Costa
que essas situações lhes provoquem grandes sofrimentos e frustrações,
tornando-as infelizes e até amarguradas. Em outros casos, também muito
comuns, alguns indivíduos exercem a mesma profissão do pai ou da mãe
porque é uma tradição de família, outro grande equívoco. Mas, daí surge
uma pergunta interessante: E como é ficar sem trabalhar? Gonzaguinha
nos responde através da letra de uma belíssima canção, cujo título é Um
Homem Também Chora (Guerreiro Menino), especialmente quando ele
resume a importância do trabalho para o homem, de forma poética e
com muita objetividade: Um homem se humilha / Se castra seu sonho / Seu
sonho é sua vida / E vida é trabalho / E sem o seu trabalho / O homem não
tem honra / E sem a sua honra / Se morre, se mata / Não dá pra ser feliz /
Não dá pra ser feliz...
Particularmente, entendo que qualquer trabalho honesto dignifica
o homem, mesmo que seja um subemprego ou uma ocupação temporária,
porque o mais importante é que todos cumpram a orientação bíblica que
nos diz que “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes a
terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Gênesis 3:19. Esta passagem bíblica nos orienta com muita clareza que
o trabalho é um plano de Deus para que o homem viva de forma digna e
honrada, todos os dias de sua vida.
Defendo ainda que, além de trabalhar, ser produtivo, o homem
deve tornar o seu trabalho algo importante, não somente para ele e seus
dependentes, mas pensar e agir como o poeta amazonense Thiago de
Mello sugere, ao afirmar que O seu trabalho não é a pena que paga por ser
homem, mas um modo de amar e de ajudar o mundo a ser melhor.
Como pretendo trabalhar até o último dia de minha vida, porque
descobri aos 50 anos de idade que sou apaixonado pela atividade docente,
que já passei a exercer, quero compartilhar três sugestões sobre o trabalho,
especialmente para os mais jovens:
1. Não trabalhe apenas pelo salário, porque, agindo assim, você
está sendo mesquinho, egocêntrico, além de ser um objetivo ou propósito
muito pequeno.
2. Procure sempre fazer o que gosta e gostar do que faz. Procure
se sentir realizado através de seu trabalho.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 97


3. Sinta em seu trabalho a alegria que uma criança sente ao
brincar. Seja um profissional feliz.
E, para finalizar, gostaria que você acessasse o link a seguir
e refletisse acerca de sua vida profissional, ouvindo Gonzaguinha
interpretando Um Homem Também Chora (Guerreiro Menino):
http://www.vagalume.com.br/gonzaguinha/um-homem-
tambem-chora-guerreiro-menino.html
Muito sucesso e nunca esqueça que o trabalho profissional não
tem preço, tem valor!

98 Alexandre Costa
13º Capítulo

Começar de novo, em busca de mais felicidade

Neste exato momento em que estou produzindo este texto,


encontro-me sentado em uma varanda de frente para uma paisagem
bucólica, na cidade de Minneapolis – EUA, onde a temperatura nas
primeiras horas da manhã, nesta época do ano, oscila entre 15 e 20º C, o
lugar que escolhi para passar um curto período de descanso, repensando
minha vida profissional, depois de 37 anos de carreira e sem férias há
muito tempo, e, também, rever minha filha, meu genro e meu neto.
O objetivo inicial da produção deste texto era o desenvolvimento
de uma reflexão sobre o belíssimo poema Reflexões, de Rui Mattos, uma
atividade de minha pós-graduação sobre educação a distância, e esta
experiência se transformou em algo muito maior e importante nesta etapa
de minha história - a chegada da maturidade -, após 37 anos de carreira
profissional, atuando na área de comunicação e marketing como executivo
e consultor e, mais recentemente, como pedagogo organizacional.
Os últimos 34 anos de minha vida, em parceria com minha
esposa, foram dedicados à criação e formação de nossos filhos, hoje,
todos pós-graduados e preparados para a vida, levando-me à conclusão
de que cumpri a minha missão mais importante, com o direito de poder
parafrasear o apóstolo Paulo, afirmando que combati o bom combate,
encerrei a carreira e guardei a fé...
Mas, algumas perguntas sempre me incomodaram: Parar aos 55
anos de idade, depois de tantas lutas e conquistas? Será que já chegou o
fim? Não há mais nada que eu possa fazer para ajudar outras pessoas? Não
é muito egoísmo guardar tudo que aprendi para mim mesmo?
Diante desses momentos de inquietação concluí que precisava
encontrar mais uma razão para viver e decidi iniciar uma nova carreira
profissional, começar tudo de novo, tendo como inspiração um

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 99


pensamento do poeta amazonense Thiago de Mello, expresso na seguinte
frase: O seu trabalho não é a pena que paga por ser homem, mas um modo
de amar e de ajudar o mundo a ser melhor.
Então, tomei a decisão. A partir de agora vou dedicar toda minha
experiência e meus últimos anos de vida, prioritariamente, à atividade
docente, na expectativa de trabalhar de forma prazerosa, sem considerar
a remuneração como um aspecto muito ou o mais importante, que em
muitas ocasiões da vida nos obriga a trabalhar insatisfeitos, infelizes,
amargurados. Quero, através do processo ensino-aprendizagem, oferecer
minha contribuição para melhorar a qualidade da educação brasileira,
que se encontra tão distante do que está preconizado na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Doravante, espero viver podendo parar para refletir, ter encontros
comigo mesmo, gostar de mim, comungar com a natureza, amar as
pessoas indiscriminadamente, sentir intensamente cada emoção e o mais
importante: ser feliz pelo que sou e pelo que tenho. Preciso continuar
sendo gente, no sentido mais amplo da palavra. Preciso dirigir o meu foco
para as coisas que são verdadeiramente importantes, que geralmente são
aquelas mais simples, que não podemos comprar com dinheiro, prestígio
ou qualquer outra forma de aquisição, defendida pelos “espertos”, que só
pensam em levar vantagem em tudo.
Esta reflexão me fez entender mais claramente que ser feliz é uma
questão de escolha e que eu sou o único responsável por cada momento
de minha vida. Portanto, escolhi ser feliz. Vou ser educador. Vou praticar
o altruísmo como uma filosofia de vida.

100 Alexandre Costa


14º Capítulo

Maturidade, o momento ideal para recomeçar!

A maioria das pessoas passa a vida inteira sonhando com a


aposentadoria, uma aspiração que julgo legítima, considerando que foram
anos de muito trabalho, isto é, 35 anos ou mais para os homens e 30 anos,
ou mais, para as mulheres, de acordo a Legislação Trabalhista Brasileira.
Dentro desse imenso grupo de trabalhadores, encontramos um
número expressivo de homens e mulheres que ficam completamente
desorientados quando “descobrem” que estão prestes a se aposentar, ou
seja, que estão se destinando ao aposento, depois de décadas de atividade
profissional e alguns (e não são poucos) chegam a adoecer.
Infelizmente, poucas organizações oferecem programas de
preparação para que esses trabalhadores possam se adequar a uma nova
realidade de vida totalmente diferente da que estavam vivenciando por
muito tempo e o choque é muito grande, levando muitos desses indivíduos
a enfrentar problemas de autoestima baixa, depressão, solidão e a sensação
de impotência ou incapacidade, mazelas que se agravam com a queda dos
rendimentos mensais, do poder de compra.
Recentemente tive a oportunidade de conversar com um candidato
à aposentadoria e ouvi um depoimento dramático, que me levou a uma
profunda reflexão, concluindo que o momento da aposentadoria pode
ser para muitos um tempo ideal para um recomeço, quando ouvi dele a
seguinte afirmação: não sei se vou suportar ficar sem fazer nada, feito um
malandro, um desocupado...
Ao fazer essa reflexão me lembrei de muitos casos que pude
acompanhar ao longo de minha vida, como o meu próprio pai que
morreu prematuramente, aos sessenta anos de idade, sete anos após a sua
passagem para a reserva do Exército Brasileiro, instituição para a qual
trabalhou apaixonadamente durante 37 anos. Seus últimos anos de vida

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 101


como aposentado foram difíceis, tornando-o um homem irreconhecível,
apático e desmotivado.
Diante dessas constatações e considerando o que já compartilhei
em outro ensaio publicado recentemente, quero desafiar você, homem
e mulher, que já deu sua contribuição para o desenvolvimento de nosso
país e não quer deixar de ser produtivo (a), a procurar identificar alguma
atividade profissional que possa lhe gerar satisfação pessoal, mesmo que a
remuneração não seja tão atraente.
De minha parte, ao perceber que em nove anos estarei me
aposentando, iniciei uma nova carreira, que julgo uma das mais honrosas
dentre todas as atividades profissionais, e já estou exercendo a docência,
como professor de graduação e pós-graduação, uma experiência que tem
me enchido de alegria e significado para viver, levando-me a traçar novos
desafios, como o de avançar em minha formação acadêmica até conquistar
o título de pós-doutor em Ciências da Educação e escrever três livros por
ano, além dos ensaios e artigos que já venho escrevendo.
A crônica de Rubem Alves, O Tempo e as Jabuticabas, nos mostra
que a partir dos cinquenta anos teremos menos tempo para viver do que o
que já vivemos, portanto, devemos viver intensamente fazendo o que nos
causa alegria, vibração, inclusive em nossa vida profissional, para que não
sejamos qualificados de “velhos ranzinzas”, por exemplo.
A partir do momento que você entender que não existe período
mais produtivo do que a maturidade, tudo se tornará mais fácil e
compreensível, levando-o (a) a descobrir novas habilidades ou mesmo sua
verdadeira vocação, como aconteceu comigo, que hoje sou um professor
perdidamente apaixonado pelo processo ensino-aprendizagem e pretendo
viver essa atividade até o último dia de minha vida, mesmo sabendo que
ser professor não é uma profissão e sim um sacerdócio.
Talvez você tenha trabalhado durante mais de 35 anos em uma
atividade mecanicista, repetitiva, levando a se sentir mal todos os dias
quando chegava o momento de ir trabalhar, mas era preciso gerar a renda
para o sustento da família. Agora é diferente. Você já pode desfrutar do
prazer de fazer aquilo que sempre sonhou e não teve oportunidade. Os

102 Alexandre Costa


filhos já estão criados, formados, prontos para ganhar a vida. Então, não
fique parado (a), corra atrás de seus sonhos e seja feliz!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 103


15º Capítulo

Seja um profissional feliz!

Sinta em seu trabalho a alegria que uma criança sente ao


brincar.

Recentemente completei 56 anos de idade e fiz uma reflexão acerca


de tudo que pretendo realizar, chegando à conclusão de que disponho de
pouco tempo, inspirado na crônica do Prof. Rubem Alves, O Tempo e as
Jabuticabas.
Mesmo considerando que já consegui grandes realizações,
principalmente no que diz respeito à vida pessoal, ainda tenho muitos
projetos desafiadores que exigirão quebra de paradigmas e muita renúncia,
minha e de minha esposa, que me acompanha desde 1979, sempre fiel e
leal em qualquer circunstância.
Minha primeira decisão foi redirecionar meu foco, deixando
de lado aquelas atividades e negócios que geram excelentes resultados
financeiros e pouca satisfação pessoal e resolvi, contrariando qualquer
lógica, abraçar o magistério como principal atividade profissional,
abrindo mão de uma carreira de quase 37 anos, atuando como profissional
de comunicação e marketing, um segmento de mercado que já me
proporcionou muitas alegrias e fortes emoções, mas que atualmente não
consegue mais acelerar meus batimentos cardíacos, ou seja, não gera
mais aquela vibração que todo profissional precisa sentir ao realizar o seu
trabalho.
A nova atividade que venho exercendo como minha ocupação
principal foi projetada, inicialmente, para ser um trabalho complementar
quando me aposentasse, mas, felizmente, descobri em tempo hábil que
sou apaixonado pelo processo ensino-aprendizagem e entendi que as
coisas que verdadeiramente têm valor não podem ser compradas com
dinheiro e resolvi ser um profissional feliz – ser professor!

104 Alexandre Costa


Durante o processo de tomada de decisão, como personal &
professional coach, relacionei as verdadeiras vantagens e desvantagens, os
impactos que essa nova realidade causará na vida de minha família, pesei
os prós e os contras e concluí que vale a pena realizar o que nos causa
satisfação, fechando a questão com um pensamento do poeta Thiago de
Mello: O seu trabalho não é a pena que paga por ser homem, mas um modo
de amar e de ajudar o mundo a ser melhor.
Antes de finalizar, quero fazer-lhe um convite acerca de sua
vida profissional, a despeito do que você é ou da posição que ocupa na
pirâmide organizacional da instituição em que trabalha. Separe um tempo
para refletir e responda às seguintes perguntas:
1. Estou feliz com minha profissão?
2. O que recebo mensalmente como remuneração justifica tanto
sacrifício?
3. Será que vou conseguir suportar tanta insatisfação pessoal pelo
resto da vida?
4. É essa mesmo a carreira que eu queria?
Se você obtiver não como resposta para mais de duas perguntas,
preste atenção: A luz amarela já está acesa. Você está em estado de alerta.
Chegou o momento de redirecionar o seu foco e buscar um novo caminho.
Não espere 37 anos como eu para sentir em seu trabalho a alegria que uma
criança sente ao brincar.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 105


16º Capítulo

Síndrome de Gabriela

Um mal que vem crescendo nos dias atuais

Ultimamente, trabalhando com grupos, tenho observado que o


número de pessoas portadoras da Síndrome de Gabriela vem aumentando,
inclusive nos grupos de indivíduos mais instruídos, que mesmo tendo uma
base de conhecimentos mais sólida, não acreditam que podem mudar a
situação em que nasceram ou estão vivendo e vivem “cantando” a trilha
sonora da personagem de Jorge Amado: Eu nasci assim, eu cresci assim, e
sou mesmo assim, vou ser sempre assim... Gabriela... sempre Gabriela, sem
envidar qualquer esforço para que a mudança desejada ocorra.
Algumas características comportamentais comuns aos portadores
desta Síndrome, que merecem atenção especial, são a Síndrome do
Coitadismo e a Síndrome do Conformismo, ou seja, na percepção deles
todos são culpados por seus fracassos e não adianta fazer nada porque
para eles tem que ser do jeito deles, não adianta tentar mudar, porque não
funciona e pronto.
Outros indivíduos, um pouco menos pessimistas, adotam outra
trilha sonora, também muito perigosa, cantada por Zeca Pagodinho:
Deixa a vida me levar, vida leva eu..., e tomam como lema de vida o
comodismo, permanecendo estacionados no tempo, sem ter coragem de
sair da zona de conforto.
Em todas as áreas da vida a Síndrome de Gabriela causa sérios
danos, mas na vida profissional é muito mais nefasta porque não prejudica
apenas os seus portadores, mas toda organização, porque é impossível
que as metas e objetivos sejam atingidos, quando se depende de pessoas
portadoras desta Síndrome, especialmente, se a empreitada exigir qualquer
mudança ou quebra de paradigma.

106 Alexandre Costa


Para a grande maioria o processo de mudança é muito difícil e
exige muito trabalho, planejamento e muita força de vontade, por isso
esses indivíduos preferem continuar fazendo tudo do mesmo jeito no
trabalho e na vida pessoal, perdendo, desta forma, a oportunidade de
conhecer novas alternativas, amadurecer e descobrir novas possibilidades
de crescimento.
Como personal, professional e leader coach, gostaria de oferecer
uma sugestão aos seguidores de Gabriela: Deixem definitivamente de lado
frases como “vamos fazer assim, porque sempre deu certo, sei que desse
jeito é bom, mas prefiro fazer do meu jeito ou sinto muito, mas sou assim
mesmo”, e passem a observar exemplos de pessoas famosas ou anônimas
que saíram da base da pirâmide social e atingiram os pontos mais altos,
social e economicamente falando, como a senhora Chames Salles Rolim,
que se formará aos 97 anos, pela Faculdade de Direito de Ipatinga, que
justifica sua atitude exemplar, dizendo: “A vida é um eterno aprendizado. E
quero ajudar também com o conhecimento que tive na faculdade”.
E, por último, eles precisam entender, ainda, que hoje pode ser o
último dia de suas vidas, portanto, até mesmo levantar-se da cama e ficar
em pé representa o risco de cair. Quem não estiver disposto a encarar a
derrota, correndo riscos, jamais será um vencedor.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 107


17º Capítulo

Vontade de fazer, o combustível do sucesso!

O principal requisito para se alcançar êxito.

Desde meus primeiros anos de vida o comportamento humano


sempre chamou minha atenção, despertando uma enorme curiosidade a
respeito das dificuldades que muitas pessoas colocam quando precisam
realizar alguma tarefa, às vezes simples e fácil. Para esses indivíduos
parece que tudo é muito difícil ou impossível. Eles sempre têm uma visão
negativa, pessimista e o pior é que conseguem “contagiar” outras pessoas
em número expressivo. São os conhecidos líderes negativos.
Ao longo de toda minha vida conheci grandes exemplos de
superação de pessoas públicas e anônimas e procurei entender o que as
fazem tão diferentes das demais, chegando a parecerem seres superiores,
verdadeiros “super-heróis”, como o jovem australiano Nicholas James
Vujicic, conhecido internacionalmente como Nick Vujicic, que nos ensina
que só existe impossível para aqueles que não querem fazer acontecer.
Conheça um pouco mais sobre esse exemplo de superação:
Nascido em Melbourne, Austrália, no dia 04 de dezembro de
1982, Nick Vujicic é um evangelista, palestrante motivacional e diretor da
Life Without Limbs. Nascido sem pernas e braços devido a rara síndrome,
conhecida como Tetra-Amelia, Vujicic viveu uma vida de dificuldades
e privações ao longo de sua infância, no entanto, ele conseguiu superar
essas dificuldades e, aos 17 anos, iniciou sua própria organização sem fins
lucrativos, chamada Life Without Limbs (em português: Vida sem Membros).
Depois da escola, Vujicic frequentou a faculdade e se formou com em duas
áreas do conhecimento. Deste ponto em diante, ele começou suas viagens
como palestrante motivacional e sua vida atraiu mais e mais a cobertura
da mídia de massa. Atualmente, ele ministra palestras regularmente sobre
vários assuntos, tais como a deficiência, a esperança e o sentido da vida.

108 Alexandre Costa


Outros vários exemplos poderiam ser citados nesta oportunidade,
mas acredito ser desnecessário, porque você que está lendo este ensaio
certamente conhece alguém ou algumas pessoas merecedoras de nossa
admiração, por terem superado grandes adversidades e obstáculos,
conquistando o pódio da vida, um lugar exclusivamente reservado para os
corajosos, determinados e persistentes. De minha parte, se eu fosse citar
todos os exemplos que conheço, seriam necessárias muitas páginas.
Recentemente escrevi sobre Conformismo e Coitadismo e, não
satisfeito, iniciei um esforço de aprofundamento sobre o tema, através da
leitura de artigos e outros textos científicos, conversas com especialistas
em comportamento humano, mas ainda não consegui encontrar uma ou
mais razões que justifiquem a atitude desses indivíduos que não acreditam
em sua capacidade de realização, a não ser um traço comportamental
comum a todos: A simples falta de vontade de fazer.
Diante desta conclusão, recordei de um ensinamento que recebi
ainda criança, que diz o seguinte: Quem quer fazer sempre encontra
uma maneira e quem não quer fazer sempre arranja uma desculpa.
Infelizmente, essa afirmação é uma verdade inquestionável e o mundo
está cheio de pessoas que vivem dessa forma, passivamente, esperando
que as “coisas” aconteçam sem precisar envidar qualquer esforço. Por isso,
continuo acreditando que a ausência de vontade dificulta ou impossibilita
a realização de qualquer atividade. E você, o que pensa sobre isso?

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 109


18º Capítulo

Alemanha 7 x 1 Brasil.
Como justificar o injustificável?

As únicas palavras que podem definir esse resultado são


incompetência e pedantismo.

O povo brasileiro precisa entender e acabar com essa ideia de


viver do passado e focar no presente e no futuro. O fato de a Seleção
Brasileira ter conquistado 5 títulos mundiais ao longo da história nunca
foi e jamais será garantia de vitória ou sucesso em qualquer competição,
sobretudo em uma Copa do Mundo. É necessário que seja deixado de lado
esse pedantismo idiota de Seleção Penta Campeã, País do Futebol, Melhor
Futebol do Mundo etc.
É evidente que não fiquei feliz diante de uma derrota vexatória
como essa, mas nunca acreditei que o desempenho da Seleção Brasileira
pudesse trazer qualquer benefício duradouro para a população brasileira,
como alterar ou mudar para melhor a nossa realidade em áreas como
educação, saúde, moradia, segurança pública e outras, que merecem, de
fato, nossa atenção e a dos gestores públicos.
O resultado do confronto de hoje é um alerta para quem se julga
melhor do que qualquer antagonista ou adversário, porque a humildade
é uma das principais características positivas dos verdadeiros vencedores
e o ufanismo antecede o fracasso, como aconteceu recentemente com
Anderson Silva, então campeão do UFC e o maior lutador de MMA
daquele momento.
Outro ensinamento que consigo extrair dessa partida de futebol
histórica é que não se deve tratar uma equipe como um trem puxado
por uma locomotiva, como tem sido com a Seleção Brasileira, que
tem o Neymar Jr. como a locomotiva e os outros 10 jogadores titulares

110 Alexandre Costa


como vagões da composição, que não têm força própria e precisam ser
arrastados. A maneira que a imprensa tem tratado nosso “Camisa 10”,
especialmente depois do episódio de sua grave contusão, chega a ser
lastimável e repudiável, e é uma tremenda falta de respeito aos demais
jogadores, além de sobrecarregar de responsabilidades descabidas um
jovem de apenas 22 anos de idade.
Para que um grupo seja considerado equipe é preciso que ele tenha
o perfil de um trem-bala, que se caracteriza pela soma da força de todos
os seus componentes e, se acontecer qualquer imprevisto ou impedimento
com um ou mais elementos da “composição”, os demais têm condições e
força suficientes para manter o trem em movimento.
Concluindo, é preciso ainda que o líder de qualquer equipe
seja dialético, que goste e seja praticante do diálogo, sempre fugindo do
absolutismo, um perfil que não consigo identificar no treinador da Seleção
Brasileira. Infelizmente, Felipão precisa aprender que o verdadeiro líder
expõe e não impõe o seu pensamento, ou seja, precisa “baixar a bola
porque às vezes a defesa do adversário pode ser alta”.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 111


19º Capítulo

Direcione o seu foco

20 Dicas para viver melhor.

Às vezes chego a ficar assustado com o grau de pessimismo


de algumas pessoas (e não são poucas), diante da vida, que é o maior
presente de Deus para cada um de nós. Entendo que todos nós passamos
por crises e momentos difíceis e continuaremos vivenciando experiências
desagradáveis, que poderão nos levar a pensar em desistir de nossos
sonhos e projetos.
Para as muitas pessoas que fazem parte do grupo dos “coitadistas”,
ou seja, que vivem reclamando de tudo e de todos e nunca assumem a
responsabilidade pelo seu próprio destino, gostaria de passar algumas
dicas importantes:
1. Sempre busque soluções, não perca tempo discutindo
problemas.
2. Valorize o que você tem e não direcione sua atenção para o que
você não tem.
3. Assuma as consequências dos seus atos e não responsabilize
outras pessoas.
4. Valorize e destaque as qualidades e virtudes dos outros e não
evidencie os seus erros e defeitos.
5. Combata o medo exagerado que pode impedir sua trajetória de
vida, porque todos nós estamos expostos a riscos, desde o momento em
que levantamos diariamente ao acordar.
6. Persista até exaurir todas as possibilidades de conquistar a
vitória. Não aceite a derrota passivamente, seja persistente!

112 Alexandre Costa


7. Cada erro cometido pode ser um degrau para sua subida,
portanto não tenha medo de errar.
8. Quando estiver tentando subir, não puxe ninguém para baixo,
ao contrário, empurre para cima, porque seu esforço será menor e evitará
a queda dos dois.
9. Combata seus sabotadores e não permita que eles desviem sua
atenção de seus verdadeiros objetivos.
10. Só dê atenção e valorize o que de fato tem importância.
11. Sempre exponha suas ideias durante um debate e nunca
imponha sua opinião. Seja dialético!
12. Fortaleça seus argumentos durante uma discussão e não
aumente o volume de sua voz.
13. Pratique empatia, seja altruísta. Não desperdice a oportunidade
de ajudar outras pessoas.
14. Seja seletivo com suas amizades e não compartilhe sua
intimidade com qualquer pessoa, porque você não sabe quem será seu
inimigo amanhã.
15. Tudo sempre acontecerá no momento oportuno, portanto,
não viva ansiosamente.
16. Seja sempre otimista e não deixe que as crenças impeditivas
dominem suas emoções.
17. Sempre diga às pessoas que ama o quanto elas são importantes
pra você.
18. Seja ético em qualquer circunstância ou situação a despeito de
qualquer crítica.
19. Combata a inversão da escala de valores que estamos
vivenciando atualmente.
20. Agradeça a Deus por tudo que você conquistou até hoje.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 113


Finalizando, gostaria de ressaltar que sempre existirá uma forma
de fazer melhor o que está sendo feito e que o seu crescimento só depende
de sua aplicação e determinação, afinal de contas, somos seres inacabados
e estamos em constante processo de construção, como dizia o ilustre
educador Paulo Freire.
Deixe o passado para trás, viva o presente com toda intensidade,
construindo seu futuro de forma planejada.

114 Alexandre Costa


20º Capítulo

Meu grande sonho, meu grande desafio!

Fazer da Educação a maior paixão nacional.

Aos 56 anos de idade e mais de 37 anos de vida profissional, 35


anos de casamento, três filhos criados e preparados para a vida, dois netos,
algumas árvores plantadas e dois livros escritos, eu já poderia ou deveria
pensar em ir para os aposentos, ou seja, me aposentar, mas esta ideia nem
passa pela minha cabeça, porque entendo que a maturidade é o momento
ideal para recomeçar e buscar um novo sentido para a vida.
Em julho de 2007, com 49 anos de idade, descobri que era
portador de uma doença raríssima chamada Acromegalia, uma patologia
crônica provocada por excesso de produção do hormônio do crescimento
(GH) na vida adulta, fase em que as cartilagens de crescimento já estão
fechadas. Se ele for produzido em excesso na infância ou puberdade, antes
do fechamento dessas cartilagens, a doença é chamada de Gigantismo e
sem tratamento os portadores de Acromegalia podem evoluir para uma
forma mais grave da doença, em que surgem complicações e as taxas de
mortalidade são altas. Presença de diabetes, de doenças cardiovasculares
e de hipertensão, são alguns fatores agravantes do quadro clínico, que no
meu caso está totalmente controlado.
Diante dessa desagradável descoberta fui obrigado a adotar uma
atitude corajosa para não deixar a Acromegalia me “matar” e antecipei a
realização de um sonho que estava programado para mais tarde, quando
eu estivesse com 60 anos de idade. Naquele momento de minha vida a
docência era um grande desafio para mim e, ao invés de me abater com a
descoberta da doença, busquei todo “estoque de resiliência” disponível e
retornei à vida acadêmica, exatamente no dia em que completei 50 anos
de idade, 02.02.2008. Daquela data até hoje consegui fazer mais uma
graduação (licenciatura em pedagogia), duas pós-graduações, formação

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 115


em coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e estou fazendo mestrado
em ciências da educação, que pretendo concluir em 2016, partindo, em
ato contínuo, para o doutorado e posteriormente para o pós-doutorado,
meu alvo principal.
Atualmente continuo trabalhando como consultor organizacional,
professor de graduação e pós-graduação e palestrante, além de dedicar
algumas horas para a atividade literária, a despeito de todas as limitações
impostas pela Acromegalia. Mas, ainda não estou satisfeito e continuo
buscando alternativas para dedicar os meus últimos anos de vida totalmente
à docência, por acreditar piamente que só conseguiremos construir uma
Nação mais justa para todos através da educação, conforme se encontra
preconizado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN
n.º 9.396/96), que infelizmente não vem sendo cumprida, especialmente,
quando nos reportamos à educação pública.
Entendo que meu desafio é muito ousado e que para muitos chega
a ser um devaneio, mas entendo também que tudo é possível àquele que crê
(Mc. 9:23), e por isso estou dando minha contribuição como professor,
escritor e palestrante e vou desenvolver uma grande campanha de
conscientização em todos os segmentos da sociedade, desafiando o povo
brasileiro a fazer da educação a maior paixão nacional, como ocorre com
o futebol, o Carnaval etc.
Apesar das evidências contrárias demonstradas historicamente
por nossos gestores públicos com relação à educação, somos um povo
solidário que vive há muitos anos uma grave crise de identidade causada
por esses homens públicos que se aproveitam da boa fé dos brasileiros e
vivem se locupletando em seus cargos públicos.
Se você estiver disposto a compartilhar deste sonho comigo,
gostaria de conhecê-lo (a), mesmo que sua área de atuação seja outra.
Vamos lutar pela transformação do Brasil, como aconteceu na Coreia
do Sul e em outros países asiáticos, especialmente no Japão, que trata o
magistério como a profissão mais importante entre todas.
Precisamos reduzir nosso índice de analfabetismo e transformar a
sala de aula em um ambiente agradável e atraente, principalmente para os
jovens, que vêm abandonando a escola em índices alarmantes.

116 Alexandre Costa


Para encerrar, deixo um recado especial de Jean Piaget, que
descreve com muita clareza o meu sonho: O principal objetivo da educação
é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de
repetir o que outras gerações já tenham feito - homens que sejam criativos,
inventivos e descobridores. O segundo objetivo da educação é formar mentes
que possam ser críticas, possam verificar, e não apenas aceitar tudo o que
lhes seja oferecido.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 117


21º Capítulo

Bendita Acromegalia

Transformando adversidade em oportunidade, ventura etc.

Há 7 anos, em julho de 2007, aos 49 anos de idade, recebi o


diagnóstico de que sou portador de Acromegalia, uma doença raríssima,
até então totalmente desconhecida por mim, como para a grande maioria
de brasileiros até hoje.
Para facilitar sua compreensão, veja a seguir o que é Acromegalia:
É uma doença crônica, de difícil diagnóstico, causada pelo aumento da
produção do hormônio do crescimento (GH), levando ao crescimento
exagerado das extremidades e órgãos internos, deformidade da face, dores
articulares (nas juntas), aumento da língua (macroglossia), alteração da
voz e redução da expectativa de vida, se não tratada.
Alguns sinais servem de alerta de que algo está errado:
• Aumento das mãos (a aliança e anéis não cabem mais);
• Aumento dos pés (mudança do número do sapato por um maior);
• Aumento da região frontal (testa);
• Aumento do nariz e dos lábios;
• Aumento da mandíbula (queixo);
• Formigamentos em mãos e pés;
• Rugas e pregas faciais bastante evidentes;
• Pele oleosa, grossa e sudorese excessiva;
• Aumento da língua, dentes separados;
• Dedos grandes, espessos e maciços,
• Doenças cardiovasculares.
(Fonte: Instituto Espaço Vida).
O recebimento dessa informação foi muito impactante, foi
minha pior travessia de deserto, especialmente quando o médico disse

118 Alexandre Costa


que eu tinha um tumor no cérebro, exatamente na Hipófise, também
conhecida como glândula pituitária, uma pequena glândula com cerca de
1 cm de diâmetro, localizada na sela túrcica ou fossa hipofisária do osso
esfenoide na base do cérebro. A hipófise é considerada a glândula mestra
ou maestrina, pois secreta hormônios que controlam o funcionamento
de outras glândulas, sendo grande parte de suas funções reguladas pelo
hipotálamo.
Diante dessa nova realidade em minha vida, entendi que precisava
optar por uma entre duas alternativas, viver ou morrer, e preferi a primeira
opção, partindo imediatamente em busca de uma nova razão de viver,
contrariando a tudo e a todos, que me recomendavam a aposentadoria,
por acreditarem que eu passaria a integrar o grupo dos “inutilizáveis”, ou
seja, que ficaria esperando a morte chegar, adotando o coitadismo como
lema de vida.
Escolher a opção viver me gerou um estímulo enorme para voltar
à vida acadêmica, minha nova razão de viver, uma grande descoberta
para um homem que hoje, aos 57 anos de idade, trabalha pelo menos 15
horas por dia, de 2ª feira a sábado, dividindo o seu tempo entre algumas
atividades geradoras de grande satisfação, mesmo que não sejam as mais
rentáveis.
Tenho consciência que não sirvo de referência ou parâmetro para
ninguém, mas gostaria de destacar que nessa nova fase de minha vida
fiz um novo curso superior (pedagogia), duas especializações (educação
corporativa e educação a distância), formação coach (personal, professional
e leader coach), lancei dois livros, escrevi 85 ensaios e reflexões, estou
escrevendo mais dois livros e um ensaio semanalmente, continuo
trabalhando como consultor organizacional, professor de graduação e
pós-graduação e palestrante. Onde pretendo chegar como acadêmico? Se
Deus permitir, meu objetivo é o pós-doutorado.
Espero que ao ler este ensaio você entenda que meu objetivo é
mostrar que se eu estou conseguindo produzir mais do que produzia
antes da Acromegalia, qualquer um, especialmente você, pode fazer igual
ou muito mais do que estou fazendo e que tudo é uma questão de foco,
apenas isso, foco!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 119


Para a maioria, ser portador de Acromegalia é uma tragédia, para
mim tem sido o contrário, por isso costumo tratar essa patologia crônica
como “Bendita Acromegalia”.

120 Alexandre Costa


22º Capítulo

Fé. A palavra que mudou minha vida

“Sem fé é impossível agradar a Deus”. Hebreus 11:6.

No capítulo anterior compartilhei uma experiência extremamente


difícil que teve início em julho de 2007, quando recebi o diagnóstico de
que estava com um tumor no cérebro, localizado exatamente na hipófise,
também conhecida como glândula pituitária, uma pequena glândula
com cerca de 1 cm de diâmetro, posicionada na sela túrcica ou fossa
hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. A hipófise é considerada
a glândula mestra ou maestrina, pois secreta hormônios que controlam o
funcionamento de outras glândulas, sendo grande parte de suas funções
reguladas pelo hipotálamo.
O recebimento dessa informação foi muito impactante,
especialmente pelo fato de desconhecer, como quase todos brasileiros
ainda desconhecem o que é Acromegalia, uma doença crônica, silenciosa,
de difícil diagnóstico e tratamento, causada pelo aumento da produção do
hormônio do crescimento (GH), levando ao crescimento exagerado das
extremidades e órgãos internos, deformidade da face, dores articulares
(nas juntas), aumento da língua (macroglossia), alteração da voz e redução
da expectativa de vida, se não tratada.
Diante dessa nova realidade em minha vida, tive que fazer
opção entre viver ou morrer e escolhi a primeira alternativa, partindo,
imediatamente, em busca de uma nova razão de viver, contrariando a
tudo e a todos, que me recomendavam a aposentadoria, por acreditarem
que eu passaria a integrar o grupo dos inutilizáveis, ou seja, que ficaria
esperando a morte chegar, adotando o coitadismo como lema de vida.
Hoje, quase quatro anos depois da primeira neurocirurgia,
entendi que optar pela vida me gerou e continua gerando um estímulo

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 121


enorme para exercer uma nova atividade que a cada dia me apaixona
mais, a docência, minha nova razão de viver, uma grande descoberta para
um homem que aos 57 anos de idade trabalha pelo menos 15 horas por
dia, de 2ª feira a sábado, dividindo o seu tempo entre algumas atividades
geradoras de grande satisfação, mesmo que não sejam as mais rentáveis.
Como comentei no ensaio citado no início, tenho plena consciência
que não sirvo de referência ou exemplo para ninguém, mas gostaria
de destacar que nessa fase de minha vida fiz um novo curso superior
(pedagogia), duas especializações (educação corporativa e educação a
distância), formação coach (personal, professional e leader coach), lancei
dois livros, escrevi mais de 85 ensaios e reflexões, estou escrevendo mais
dois livros e um ensaio semanalmente, continuo trabalhando como
consultor organizacional, professor de graduação e pós-graduação e
palestrante. Onde pretendo chegar como acadêmico? Se Deus permitir
meu objetivo é o pós-doutorado.
Este meu comportamento considerado anormal, diante desta
enfermidade tão cruel, desperta uma enorme curiosidade na maioria das
pessoas para as quais tenho falado sobre doenças raras, na condição de vice-
presidente de uma associação de portadores de doenças neuroendócrinas,
que acreditam que sou portador de uma grande “dose” de resiliência, que
me torna diferente de grande parte das pessoas que se deixam abater
frente a alguma adversidade.
Negar que sou resiliente não seria uma postura honesta, mas de
onde vem tanta resiliência? Como consigo realizar diversas atividades
profissionais com tantas limitações clínicas? Será que sou um super-
homem? Não acredito em nada disso porque sou completamente normal
e, depois de muita reflexão, entendi que a única diferença está na forma de
como vejo a vida, ou seja, não me preocupo com o porquê da Acromegalia
em minha vida e sim com o que posso fazer para viver melhor e ajudar
outras pessoas que enfrentam qualquer tipo de problema semelhante ao
meu, que graças a Deus já está com os dias contados.
Finalizando, quero deixar uma mensagem que tem sido minha
maior fonte de energia, seguida da minha família: Tenha fé em Deus Pai,
Deus Filho e Deus Espírito Santo, e tudo se tornará mais fácil em sua vida,

122 Alexandre Costa


até mesmo as grandes adversidades que nos são impostas para o nosso
crescimento.
Deleita-te no Senhor, e Ele concederá os desejos do teu coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais Ele fará. Salmos
37:4-5

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 123


23º Capítulo

Como uma rolha no mar

Não dependa da força dos ventos ou do movimento das ondas


para se movimentar.
“Nada do que foi será / De novo do jeito que já foi um dia /
Tudo passa, tudo sempre passará / A vida vem em ondas, como
um mar / Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é / Igual ao que a gente viu há um segundo
/ tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir / Nem mentir pra si mesmo / Agora há tanta
vida lá fora / Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar / Como uma onda no mar / Como uma
onda no mar...”
Essa, sem dúvida alguma, é uma das mais belas canções escritas
por Lulu Santos, nosso poeta popular, sucesso absoluto desde 1983, ano
de seu lançamento. Sua letra nos transmite uma mensagem poderosa
a respeito das mudanças que ocorrem em todas as áreas de nossa vida,
especialmente nos dias atuais, quando passado, presente e futuro se
confundem.
O constante avanço das Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (NTICs), uma realidade irrefutável, rompeu e continua
rompendo todas as fronteiras físicas entre os países, permitindo que
tenhamos conhecimento de tudo o que está acontecendo pelo mundo em
tempo real, 24 horas por dia.
Indiscutivelmente, esse avanço proporciona enormes benefícios
e facilidades para as mais diversas atividades, com destaque especial
para a educação e para o mundo corporativo, que hoje já convive com a
universalização de produtos e serviços, exigindo cada dia mais capacitação
profissional em todos os níveis de atuação.

124 Alexandre Costa


Não faz muito tempo que vários segmentos de mercado
contratavam profissionais de formação puramente empírica, uma
situação praticamente impossível em nossos dias, quando o analfabeto,
por exemplo, enfrenta muita dificuldade para conseguir um emprego, a
não ser que aceite desenvolver alguma atividade considerada subemprego,
na maioria das vezes sem garantia dos direitos trabalhistas.
A atual situação do mercado de trabalho nos mostra com muita
clareza o quanto estamos defasados em termos de qualificação profissional,
considerando a disponibilidade de postos de trabalho divulgada
diariamente em todos os setores da economia, principalmente quando
se exige algum nível de especialização. Nunca foi tão difícil realizar um
processo de recrutamento e seleção em qualquer região do Brasil.
É muito oportuno destacar, ainda, que jamais houve no Brasil um
momento tão favorável às pessoas mais determinadas, diante de tantas
ofertas de cursos profissionalizantes gratuitos e da enorme facilidade de
acesso ao ensino superior, com inúmeros programas de financiamentos
públicos para todos, ou seja, só não se capacita quem não quiser.
Como consultor organizacional e professor de graduação e pós-
graduação, posso afirmar com total isenção que nunca presenciei ou
convivi com um número tão grande de indivíduos acomodados, sem um
projeto de vida, sem saber de onde vieram, onde estão e onde querem
chegar, totalmente desorientados, vivendo “como uma rolha no mar”,
a depender da força dos ventos ou do movimento das ondas para se
movimentar.
Finalizando, quero chamar sua atenção, meu caro leitor,
principalmente se você está iniciando uma carreira profissional, para o
fato de que estamos vivendo em plena Era Planetária, um tempo em que a
informação, base do conhecimento, tem uma importância ainda maior do
que teve outrora, por isso, leia mais, faça mais cursos e outros programas
de capacitação, qualifique-se, seja proativo!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 125


24º Capítulo

Saindo da zona de conforto

Ao longo de toda minha vida tenho escutado frases que são


verdadeiros jargões: prefiro a segurança de um emprego fixo ou é melhor
ganhar um salário pequeno, mas garantido todos os meses, do que correr
riscos com um negócio próprio etc.
Quando essas palavras são pronunciadas por pessoas que não
evidenciam o mínimo de espírito empreendedor é aceitável e deve ser
um posicionamento respeitado, mas muitos indivíduos, empreendedores
natos, deixam de realizar grandes sonhos e projetos porque não têm a
coragem de romper a inércia e deixar sua zona de conforto, mesmo
desejando ardentemente ter seu próprio negócio ou seguir alguma carreira
profissional pouco convencional e passam a vida inteira se lamentando
pelo que deixaram de realizar.
Esses indivíduos precisam entender que o lugar entre a zona
de conforto e o seu sonho é onde a vida acontece. É um lugar de alta
ansiedade, mas é também onde você descobre quem você é. Eles precisam
entender, ainda, que hoje pode ser o último dia de sua vida, portanto, até
mesmo levantar-se da cama e ficar em pé, representa o risco de cair. Quem
não estiver disposto a encarar a derrota correndo riscos, jamais será um
vencedor.
Se você prefere como eu pagar o preço e correr em busca de suas
metas e objetivos, gostaria de lhe recomendar a leitura de um livro muito
interessante, que mostra a verdadeira capacidade de superação de um
ser humano cheio de limitações, que nos ensina a obter inspiração para
uma vida absurdamente boa e sem limites - Uma vida sem limites, de Nick
Vujicic.
Finalizando, quero lembrar a todos que ser feliz é uma decisão
pessoal, que só depende de suas escolhas.

126 Alexandre Costa


3ª PARTE

MARKETING,
VENDAS E
ATENDIMENTO

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 127


ÍNDICE

1º Capítulo - Excelência em atendimento, uma questão de


inteligência! ......................................................................... 129
2º Capítulo - Marketing – conceitos e definições ...................... 133
3º Capítulo - Endomarketing...................................................... 137
4º Capítulo - Sistema de gerenciamento de vendas e
atendimento. ........................................................................ 139
5º Capítulo - Fale menos e venda mais!..................................... 143
6º Capítulo - Necessidade, desejo ou solução? .......................... 145

128 Alexandre Costa


1º Capítulo

Excelência em atendimento,
uma questão de inteligência!

Conceitos e definições, principais tipos e etapas do atendimento.

Nos dias atuais o atendimento ao cliente tem ocupado um lugar


de grande destaque e feito a diferença em vários segmentos de mercado,
especialmente nos setores mais competitivos, nos quais figura como o
grande diferencial.
Algumas pessoas, às vezes sem qualquer conhecimento técnico,
desenvolvem verdadeiros processos ou técnicas de atendimento bastante
eficazes, orientadas, simplesmente, pela sensibilidade ou senso de respeito
ao próximo.
Indiscutivelmente, atender bem é uma necessidade básica
em qualquer atividade, até mesmo no serviço público. Por isso, vários
aspectos que envolvem o atendimento devem ser observados para que
sejam evitadas as consequências negativas, causadas por um atendimento
irresponsável ou inconsequente.
Diversos exemplos podem ser citados, mas alguns são verdadeiras
“vedetes” dos órgãos de defesa do consumidor, como os planos de saúde,
consórcios de bens de consumo, clubes de campo, operadoras de telefonia
celular, vendas pela Internet, planos funerários etc.
Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, atender é um
verbo e significa dar ou prestar atenção, tomar em consideração, levar em
conta, atentar, observar, notar, acolher, receber com atenção ou cortesia...
Como se trata de um verbo é uma ação. Em se tratando de uma ação,
tem um sujeito. Logo, é preciso que o (a) responsável pelo atendimento
tenha o correto entendimento do que significa atender e, mais do que isso,

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 129


que ele (a) entenda que é uma tarefa que envolve emoções, expectativas,
medo, sonhos, frustrações etc.
Resumidamente, atendimento é algo muito mais abrangente
e não deve ser limitado a um momento específico, como o ato de uma
venda, por exemplo.
É possível classificar o atendimento basicamente, em três tipos:
• Presencial: Quando existe o contato pessoal entre o (a) cliente e
o (a) atendente. É o modelo mais conhecido.
• Não-Presencial: Ao contrário do primeiro tipo, não ocorre o
contato pessoal entre o (a) atendente e o (a) cliente. Os exemplos
mais comuns são as “famosas” centrais de (des) atendimento.
• Autoatendimento: Quando o (a) próprio (a) cliente é responsável
pela operação de um serviço ou equipamento. Os exemplos mais
tradicionais são os supermercados, bancos 24 horas, lojas de
conveniência, restaurantes self-service etc.
Independentemente do tipo em que se enquadra, o atendimento
pode ser ativo ou passivo, em função da origem da iniciativa e ainda eletivo
ou de urgência e emergência, muito comuns na área de saúde.
Conforme já foi citado anteriormente, o atendimento é algo
muito mais importante do que aquele breve momento em que se fecha
um negócio. As consequências devem ser avaliadas de forma minuciosa,
visando sempre fidelizar o cliente a cada atendimento realizado.
Alguns especialistas definem atendimento como a parte mais
importante de qualquer negócio. Veja os principais passos que devem ser
seguidos em qualquer tipo de atividade:
• Capacitação - O (a) responsável pelo atendimento precisa ser a
pessoa mais bem informada sobre as atividades da empresa ou
entidade em que trabalha. É inadmissível posturas como eu sou
apenas a telefonista ou isso não é comigo. Procure o máximo de
conhecimento possível através da leitura de manuais ou outros
materiais didáticos, troque informações, com colegas mais
experientes etc. Nunca esqueça: O curioso é aquele que sempre
aprende mais!

130 Alexandre Costa


• Planejamento – É a fase mais importante do processo de
atendimento. Não importa se é passivo ou ativo, presencial
ou não-presencial, sempre deve ser precedido de um bom
planejamento. No caso de um centro automotivo, por exemplo,
torna-se ainda mais necessário, quer seja na oficina ou na loja
de peças e acessórios, em função, principalmente, da posição
de estoque, prazos de entrega, promoções etc. Se a pessoa que
estiver na “linha de frente” não souber como está a programação
da oficina, por exemplo, o atendimento pode virar um pesadelo de
proporções imensuráveis. É necessário, portanto, que haja uma
interação perfeita entre as áreas envolvidas para que as possíveis
deficiências, momentâneas ou estruturais, sejam atenuadas ou
solucionadas, sempre que possível.
• Envolvimento - É uma palavra-chave para quem pretende ser
bem sucedido em qualquer área da vida. É impossível haver
desenvolvimento sem envolvimento. Seja proativo. Não espere
pela informação, corra atrás. Seja participativo, apresente
sugestões. Com relação ao cliente externo, envolva-se com a
necessidade dele. Troque de lugar com ele. Você é capaz de fazer
muito mais e melhor do que está fazendo, agindo dessa forma.
Pratique empatia!
• Relacionamento - Deve ser permanentemente “alimentado”
através de gestos e ações, seja com os clientes internos ou
externos. É muito comum, e até demais, situações em que a
falta de um bom relacionamento entre colegas de um mesmo
setor da empresa causa sérios prejuízos ao desenvolvimento do
negócio. É necessário que todos entendam que são participantes
de um mesmo time e não apenas de um grupo. Sendo assim,
a cordialidade, o respeito, o carinho, o cuidado, a atenção, o
interesse em servir bem, são fatores indispensáveis na formação
do perfil de um bom profissional de atendimento. Nunca esqueça:
Sempre trate qualquer pessoa da forma que você gostaria de
ser tratado, deixando de lado qualquer aspecto subjetivo. Seja
empático!

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 131


Concluindo, o bom atendimento traz benefícios para todas
as partes envolvidas. É difícil mensurar quem ganha mais. Quando se
observa o lado do profissional de atendimento, percebe-se claramente
que ele ganha muito quando mostra sua capacidade e desenvoltura para
várias pessoas, talvez para um “caçador de talentos”, além da satisfação
de fazer bem feito e aumentar sua remuneração, na maioria dos casos.
O cliente, por sua vez, sempre sai ganhando, quando é tratado com
cordialidade, presteza, solicitude, ética e profissionalismo. Na maioria
das vezes um cliente bem atendido passa a ser um vendedor avançado. A
organização ou empresa também é muito beneficiada porque melhora sua
imagem, amplia sua clientela, otimizando, assim, o seu resultado como
uma consequência natural. Portanto, a excelência em atendimento, é uma
questão de inteligência!

132 Alexandre Costa


2º Capítulo

Marketing – conceitos e definições

O objetivo deste ensaio é contribuir para o estabelecimento de


um conceito mais coerente e realista sobre Marketing, a partir da análise
e conhecimento do que pensam e pensaram os mais consagrados autores.
Segundo Philip Kotler, basicamente, marketing é um processo que
tem o objetivo de gerar a satisfação de necessidades e desejos de pessoas e
grupos de pessoas, com a criação, oferta e livre negociação de produtos e
serviços de valor entre elas.
Ao longo do tempo, a definição de marketing, como área do
conhecimento, tem sofrido várias modificações, baseadas no pensamento
de Kotler e de outros importantes autores, destacando-se dentre elas:
• Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de
benefício.
• Marketing é a arte de descobrir oportunidades,
• desenvolvê-las e lucrar com elas.
• Marketing é a arte de conquistar e manter clientes.
• Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes,
desenvolvendo relacionamentos lucrativos com eles.
Em 1960, quando a American Marketing Associaton definiu
marketing como o desempenho das atividades de negócios que dirigem o
fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário, diversos
autores têm publicado os seus próprios entendimentos sobre a definição
do termo.
Uma interpretação bem aceita mundialmente nos meios,
acadêmico e corporativo, é a publicada em 2007 pela American Marketing
Association: Marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos
para criar, comunicar, distribuir e efetuar a troca de ofertas que tenham
valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade como um todo.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 133


As principais definições dos mais consagrados autores no decorrer
do tempo podem ser vistas na cronologia a seguir:
• 1935 - American Marketing Association.
Definição: O desempenho das atividades empresariais que
dirigem o fluxo de bens e serviços dos produtores até os
consumidores.
• 1954 - Peter Drucker.
Definição: – Uma força poderosa a ser considerada pelos
administradores.
• 1965 - Ohio State University.
Definição: - O processo na sociedade pelo qual a estrutura da
demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou
abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e
distribuição física de bens e serviços.
• 1969 - Philip Kotler e Sidney Levy.
Definição: O conceito de Marketing deve abranger também as
instituições não lucrativas.
• 1969 - David Luck.
Definição: Marketing deve limitar-se às atividades que resultam
em transações de mercado.
• 1969 - Philip Kotler e Gerald Zaltman.
Definição: A criação, implementação e controle de programas
calculados para influenciar a aceitabilidade das ideias sociais,
envolvendo considerações de planejamento de produto, preço,
comunicação, distribuição e pesquisa de marketing.
• 1974 - Robert Bartls.
Definição: Se Marketing é para ser olhado como abrangendo
as atividades econômicas e não econômicas, talvez o marketing
como foi originalmente concebido reapareça em breve com
outro nome.
• 1978 - Robert Haas.
Definição: É o processo de descobrir e interpretar as necessidades
e os desejos dos consumidores para as especificações de produtos
e serviços, criar a demanda para esses produtos e serviços e
continuar a expandir essa demanda.
• 1985 - American Marketing Association.

134 Alexandre Costa


Definição: É o processo de planejar e executar a concepção,
preço, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços
para criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e da
organização.
• 1998 - Philip Kotler e Gary Armstrong.
Definição: Marketing é a entrega de satisfação para o cliente
em forma de benefício.
• 1999 - Philip Kotler.
Definição: Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter
clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles.
• 2000 - Philip Kotler.
Definição: Marketing é um processo, através do qual, pessoas
e grupos de pessoas satisfazem suas necessidades ou desejos,
com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços
de valor com outros.
• 2004 - American Marketing Association.
Definição: Marketing é uma função organizacional e um
conjunto de processos para criar, comunicar e distribuir valor
aos clientes e para administrar o relacionamento com clientes
de forma que beneficie a organização e os seus stakeholders.
• 2007 - American Marketing Association.
Definição: Marketing é a atividade, conjunto de instituições e
processos para criar, comunicar, distribuir e efetuar a troca de
ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros
e a sociedade como um todo.
Apesar de ser uma atividade conhecida e explorada há mais de
70 anos, o Marketing ainda gera muitas interpretações equivocadas no
ambiente corporativo. Algumas pessoas, sem o devido aprofundamento,
afirmam que são “especialistas em marketing”, quando, na realidade são
profissionais que fazem uso de uma ou mais ferramentas do marketing,
como a publicidade, por exemplo.
Para um entendimento mais prático, podemos definir
marketing como sendo o conjunto de ações, esforços e iniciativas que têm,
conjuntamente, o objetivo de lançar e manter uma ideia, conceito, produto
ou serviço em um determinado mercado, de forma sustentada, gerando
satisfação aos consumidores e resultados positivos para as empresas e seus

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 135


acionistas, sem causar danos ou prejuízos ao meio ambiente e à sociedade
em geral.

136 Alexandre Costa


3º Capítulo

Endomarketing

Um triângulo estratégico entre a empresa, o funcionário e o


cliente.

Philip Kotler define Endomarketing como um triângulo


estratégico entre a empresa, o funcionário e o cliente. Endo, do grego, quer
dizer ação interior ou movimento para dentro. Endomarketing é, portanto,
marketing para dentro. É todo o esforço que uma empresa faz no sentido
de vender a sua imagem para empregados e familiares.
Para alguns, fazer Endomarketing é realizar eventos internos e
distribuir camisetas, bonés, bottons e outras peças promocionais com
a marca da empresa. Para outros, Endomarketing é uma evolução do
conceito de marketing: Primeiro, o marketing só trabalhava o produto e o
serviço após a sua concepção. Depois, o marketing passou a atuar dentro
da fábrica, participando do processo e da concepção do produto/serviço
(incluindo itens como tamanho, cor, embalagem etc.); e hoje o marketing
ocupa-se, também, com quem fabrica o produto ou presta o serviço: O ser
humano.
É o marketing voltado para as pessoas, argumentam aqueles
que acreditam nesta última versão. Kotler concorda, dizendo que é o
marketing focado em quem está mais próximo do cliente, na base da
pirâmide organizacional, ou seja, no chão de fábrica, no terminal de
cargas, no canteiro de obras, no lado de dentro do balcão. Mas todas essas
versões ainda são simples demais para definir aquilo que hoje é uma das
estratégias de gestão das maiores empresas do mundo.
Dentro de uma visão mais ampla, o Endomarketing pode ser
definido como um esforço capaz de tornar comum, entre os colaboradores
de uma mesma empresa, objetivos processos e resultados. É onde queremos

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 137


chegar, o que faremos para chegar lá e, quando chegarmos, teremos bons
motivos para comemorar.
As empresas que conseguem, dentro dessa visão ampla, trabalhar
a comunicação como ação de tornar comum, obtêm resultados bem
mais consistentes. São empresas que enxergam o Endomarketing como
um processo educativo, através do qual as pessoas passam a entender e
absorver objetivos, processos e resultados.
A verdade é que ninguém gosta do que não conhece. Ninguém
luta por uma meta que não sabe qual é, e ninguém informa sobre o que
não sabe. Por isso, as pessoas precisam ser educadas para agir dentro dos
princípios e estratégias da empresa. Mais do que isso, as pessoas precisam
ser educadas para que possam compartilhar de uma mesma visão sobre a
empresa, sua gestão, seu mercado, seus produtos e serviços.
Visão compartilhada é, sem dúvida alguma, o mais importante
resultado que se pode obter de um esforço de marketing interno. Não é
à toa que as maiores empresas norte-americanas e europeias estão cada
vez mais humanizadas e, ao mesmo tempo, voltadas para processos
educativos. Elas encaram o ser humano como um maravilhoso organismo
com capacidade para escrever uma poesia e, ao mesmo tempo, planejar
uma guerra, o que determina a necessidade de serem orientados de acordo
com os objetivos da empresa.
O Endomarketing existe para atrair e reter seu primeiro cliente:
O cliente interno, obtendo significativos resultados para as empresas e,
também, atraindo e retendo clientes externos.
O Endomarketing é uma ferramenta indispensável para o sucesso
de qualquer empresa. A confiança do público, tanto o interno como o
externo, é uma consequência do Endomarketing.
Assim, Endomarketing passa a ser muito mais do que vender a
imagem da empresa para dentro, tornando-se um esforço educativo capaz
de trazer inúmeros benefícios para o crescimento tanto da empresa quanto
do ser humano que nela trabalha.

138 Alexandre Costa


4º Capítulo

Sistema de gerenciamento de
vendas e atendimento

Como vender mais e atender melhor em 12 passos.

Vender produtos e/ou serviços sempre foi e continuará sendo um


drama para muitos gestores e organizações. A concorrência crescente, em
função de vários fatores, dentre os quais podemos destacar o avanço das
Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs), a globalização
da economia e a consequente mudança de perfil do consumidor, exigem
cada vez mais competência e habilidades dos profissionais de vendas e
atendimento.
Há poucos anos era um devaneio imaginar que chegaríamos aos
dias atuais com recursos como mala direta eletrônica, sites de compra
coletiva, Facebook, centrais de relacionamento, equivocadamente
chamadas de serviço de telemarketing, e outras ferramentas tão
interessantes e tão mal exploradas.
Ao longo de mais de 38 anos atuando como executivo, empresário
e consultor organizacional em vários segmentos de varejo, especialmente
no desenvolvimento de novos produtos e venda de publicidade, em todo
território nacional, cheguei à triste conclusão de que as organizações estão
investindo pesadamente em recursos tecnológicos e deixando de investir
na capacitação profissional de seus colaboradores. Muitas vezes fico
impressionado com a falta de conhecimento e de criatividade observada
em alguns “consultores de marketing”, como são chamados os profissionais
de vendas, que em sua maioria decoram um “script” e saem às ruas para
vender, sem qualquer planejamento ou ação de pré-venda, um verdadeiro
show de despreparo.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 139


Certa ocasião, quando negociava um contrato de consultoria com
o diretor de marketing de um grande jornal cheguei a ficar atônito quando
ouvi do meu interlocutor que ele não sabia se o resultado operacional
da empresa procedia do que era vendido por sua equipe ou comprado
pelo mercado, ou seja, o gestor não tinha conhecimento de como a
receita era realizada ou, simplesmente, não existia qualquer indicador de
desempenho operacional.
Essa experiência sinalizou para a necessidade da realização de
uma pesquisa mais profunda, que me levou ao desenvolvimento de um
sistema de gerenciamento de vendas e atendimento ao cliente, que tem
como principal objetivo facilitar o dia a dia dos gestores dessas atividades
tão estratégicas em qualquer corporação, independentemente de seu porte
ou segmento de mercado, fundamentado nos seguintes pilares:
• Possibilitar um rigoroso acompanhamento individual de cada
componente e de toda equipe;
• Possibilitar a correção de rumo ou mudança de estratégia em
tempo hábil (Ciclo PDCA);
• Oferecer condições reais de cumprir qualquer meta ou objetivo
racional;
• Possibilitar a elaboração de um planejamento orçamentário
(custos + despesa / receita) mais seguro.
• Ser um sistema inteligente e de baixo custo,
• Facilitar a realização de ações de endomarketing.
Veja a seguir o passo-a-passo do sistema de gerenciamento de
vendas e atendimento ao cliente:
1º Passo - realização de pesquisa de mercado para identificação
da demanda global e localizada do(s) produto(s) ou serviço(s) que se
pretende explorar.
2º Passo - identificação do mercado ou público-alvo a ser
trabalhado, com base nos resultados da pesquisa de mercado, elegendo-se
as prioridades, conforme a demanda histórica e a sazonalidade de cada
segmento.

140 Alexandre Costa


3º Passo - levantamento/aquisição de bancos de dados, através
de federações, conselhos regionais, associações de classe, outras fontes ou
mesmo pesquisa através de lista telefônica, Internet (Google) etc.
4º Passo - checagem e atualização dos bancos de dados por
telefone e outros meios, identificando as pessoas de contato, para abertura
do fichário de visitas e envio de comunicação dirigida.
5º Passo - envio de comunicação impressa ou virtual. Essa
comunicação deverá fornecer o máximo de informações sobre o produto
ou serviço, com destaque para seus diferenciais e valores agregados.
6º Passo - contato telefônico para confirmação do recebimento da
comunicação e agendamento de visita. As visitas deverão ser programadas
de acordo com a capacidade de atendimento da força de vendas e
atendimento.
7º Passo - roteirização do fichário de visitas para atribuição de
tarefas. Este procedimento é de fundamental importância para aumentar
as vendas e reduzir os custos operacionais.
8º Passo - elaboração e implantação de agenda ou roteiro de
visitas e do relatório diário de visitas (RDV), ferramentas que permitirão
um acompanhamento eficaz do desempenho da equipe de vendas e
atendimento (previsto/realizado).
9º Passo - elaboração e implantação de indicadores de desempenho,
orientados pelo Ciclo PDCA.
10º Passo - realização de campanhas e eventos segmentados,
objetivando ampliar a carteira de clientes de forma sustentada.
11º Passo - realização de palestras ou outros eventos com a
finalidade de estreitar o relacionamento com os clientes e promover a
sustentação da marca ou produto.
12º Passo – realização de permanentes ações de pós-vendas com
o objetivo de avaliar o grau de satisfação do cliente, corrigir deficiências
estruturais ou momentâneas e dificultar as investidas da concorrência
(fidelização).

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 141


Esse sistema tem apresentado excelentes resultados em todas
as organizações em que foi implantado, independentemente de porte,
segmento ou região. Sua implantação não exige grandes investimentos
e provoca profundas mudanças no comportamento e postura dos
profissionais de vendas e atendimento.

142 Alexandre Costa


5º Capítulo

Fale menos e venda mais!

Precisamos desenvolver nossa capacidade de ouvir, uma tarefa


não muito fácil, segundo Haddad (2006), quando afirma que somente
quem sabe ouvir corretamente desenvolve uma comunicabilidade sadia
em qualquer área da vida.
A prepotência, a tendenciosidade, o apriorismo, a impulsividade,
a impaciência e as preconcepções são alguns exemplos de atitudes que
não permitem ouvir o outro dentro do diálogo, atenta e educadamente.
Todo indivíduo que pretende se comunicar bem precisa ser dialógico e
dialético.
Certa vez ouvi uma frase muito interessante, quando um homem
muito simples se referia a um político brasileiro muito influente, então
candidato à Presidência da República: Quem fala demais, termina dando
bom dia a cavalo. E, realmente o resultado da impulsividade do candidato
antecipou sua saída da disputa.
As mudanças que estão ocorrendo em nossos dias, apesar de todo
avanço das tecnologias da informação e da comunicação, tem encurtado
nosso tempo, tornando as pessoas mais impacientes e intolerantes, muitas
delas se tornam insuportáveis no que diz respeito ao aspecto relacional.
Particularmente, conheço algumas com quem até evito tratar de negócios.
Por outro lado, existem profissionais de vendas e atendimento
que não entendem tudo isso que vem ocorrendo e ainda acreditam que o
sucesso de um profissional da área está diretamente ligado ao seu discurso
e ao jogo de palavras bonitas. Algumas chegam a dizer que fulano tem
muita lábia... ou olha o queixo do cara, um verdadeiro 171... e se comportam
como verdadeiros camelôs, com todo respeito a esses profissionais.
Durante mais de três décadas trabalho com equipes de atendimento
e vendas e já presenciei situações em que o excesso de palavras cancelou ou

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 143


impediu o fechamento de grandes negócios, ou seja, o profissional, sem o
treinamento adequado para a função, continuou falando no momento em
que deveria apenas escutar e responder às perguntas e questionamentos
apresentados pelo comprador – o momento da superação de objeções.
Nos últimos anos, em função de vários fatores, alguns aqui
citados, o perfil do comprador ou consumidor tem mudado e com isso
aumentado o grau de exigências no momento da negociação, exigindo
do profissional mais capacitação e não verborragia. Já estamos vivendo
o momento em que o atendimento deve ser baseado na necessidade
ou desejo do comprador, acabando, definitivamente, com aquela cena
terrível em que parecia que vendedor e comprador estavam em uma arena
se digladiando e não negociando.
Outro fator muito importante que precisa ser considerado pelos
profissionais de atendimento e vendas é que só existem dois motivos para
que alguém compre algum produto ou contrate algum serviço: Necessidade
e desejo.
Diante desse fato, é muito mais interessante que o comprador
tenha a oportunidade de dizer o que está querendo comprar, por
necessidade ou desejo. A partir daí tudo fica mais fácil e o atendimento ou
a venda se torna um momento de celebração.
Resumindo, após a apresentação do produto ou serviço, o
profissional deve parar de falar e passar ouvir atentamente o potencial
comprador, procurando sempre entender sua real necessidade ou desejo,
passando a defender os seus interesses, apresentado a melhor solução
disponível para seu cliente. Por isso, precisamos ser bons ouvintes para
fecharmos grandes negócios e ampliarmos nosso portfólio de clientes.
Fale menos e ouça mais, agindo assim, você só tem a ganhar!

144 Alexandre Costa


6º Capítulo

Necessidade, desejo ou solução?

Usualmente muitas pessoas confundem necessidade com desejo


ou solução em várias áreas da vida, podendo ser aqui citado como um
exemplo clássico o automóvel.
Para que se estabeleça um entendimento claro sobre o significado
de cada substantivo associado ao título deste ensaio, veja a seguir suas
respectivas definições segundo o dicionário da Língua Portuguesa,
comentado pelo prof. Pasquale Cipro Neto:
• Ne.ces.si.da.de (lat necessitate) sf 1. Aquilo que é absolutamente
necessário. 2. Aperto, apuro 3. Pobreza, miséria.
• De.se.jo (baixo-lat desidiu) sm 1. Ação de desejar. 2. O que se
deseja. 3. Anseio, aspiração veemente. 4. Cobiça...
• So.lu.ção (lat solutione) sf 1. Ato ou efeito de solver. 2. Resolução
de qualquer dificuldade, questão etc. 3. Decisão, despacho...
Para clarear ainda mais nosso entendimento, devemos recorrer à
teoria de Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, que utilizou uma
pirâmide para classificar necessidade em cinco níveis, que geralmente são
comuns a todos os indivíduos: fisiológicas, segurança, sociais, estima e
autorrealização.
Diante do que se encontra exposto acima, podemos afirmar que ao
contrário do que se fala a respeito do telefone celular, por exemplo, como
sendo uma grande necessidade para todos é um grande equívoco, porque
na realidade esse equipamento é uma grande solução para a necessidade
de comunicação que aumenta a cada dia, considerando, principalmente,
o achatamento do tempo nos grandes centros urbanos, os problemas de
mobilidade urbana, status etc...
Quando consideramos outros aspectos como infra-estrutura,
podemos observar o que acontece na maioria dos países europeus com

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 145


o uso do automóvel particular, que vem diminuindo com o passar do
tempo, a partir da oferta do serviço de transporte coletivo público, que
atende às necessidades de locomoção da população, aumentando, assim, o
nível de qualidade de vida para todos.
Infelizmente, aqui no Brasil ocorre o contrário, ou seja, a falta
de um serviço de transporte coletivo público de qualidade nas grandes
cidades, a falta de segurança pública e outros, estimulam o uso do
automóvel particular em larga escala, levando alguns indivíduos a
verdadeiros sacrifícios para ter um carro, assumindo financiamentos de
longo prazo com juros escorchantes, invertendo, na maioria das vezes, o
atendimento das necessidades básicas da própria família, isto é, deixam
de comprar uma casa e compram um automóvel.
Retornando ao exemplo do telefone celular, é importante ressaltar
que o Brasil é um dos países que têm o maior número de linhas telefônicas
móveis em serviço, chegando a uma média assustadora de quase duas
linhas por habitante, mostrando claramente que não se trata de uma
situação de atendimento às necessidades individuais e sim de um apelo
mercadológico que desperta o desejo de um grande número de brasileiros
que compram por impulso, confirmando a força das inúmeras ações de
marketing que “transformam” desejos em necessidades.

146 Alexandre Costa


4ª PARTE

CULTURA E
AMBIENTE
ORGANIZACIONAL

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 147


ÍNDICE

1º Capítulo - Conflito no ambiente corporativo.


Positivo ou negativo? ........................................................... 149
2º Capítulo - Mudanças no ambiente corporativo...................... 151
3º Capítulo - Trem-bala ou locomotiva? .................................... 153
4º Capítulo - Espírito colaborativo, uma atitude que pode
mudar o mundo..................................................................... 155
5º Capítulo - Ah, se eu soubesse... ............................................. 157
6º Capítulo - Um provável início da gestão descentralizada e
participava. ........................................................................... 159

148 Alexandre Costa


1º Capítulo

Conflito no ambiente corporativo.


Positivo ou negativo?

Para muitos, a palavra conflito sempre significa e lembra


experiências desagradáveis, como ofensas, injúrias, luta corporal,
vingança, guerra, demanda judicial, enfim tudo que não queremos e não
devemos vivenciar.
Não podemos negar o lado negativo de um conflito em qualquer
ambiente, em função da imaturidade predominante entre as pessoas que
se envolvem em situações conflituosas, deixando, desta forma, de entender
os aspectos positivos que podem e devem ser aproveitados, quando o
conflito é percebido e tratado de forma dialética.
Quando nos referimos a equipes e grupos no ambiente
corporativo, precisamos compreender que as situações de conflito
servem para o crescimento e amadurecimento de seus componentes,
considerando, sobretudo, que são momentos que ensejam a exposição de
ideias e pensamentos divergentes, que podem levar, inclusive, à quebra de
paradigmas.
Por experiência própria, lidando e convivendo com grupos
e equipes de profissionais ao longo de mais de 38 anos, nunca achei
interessante ou defendi como importante um ambiente de trabalho
totalmente harmonioso, no qual existe um “equilíbrio pleno” e não
acontecem debates ou conflitos no campo das ideias ou forma de pensar.
Ao contrário, sempre acreditei que só avançamos quando debatemos, de
forma educada e civilizada, evidentemente.
Concluindo, defendo a ideia de que todos, especialmente o líder,
devem expor e não impor sua opinião e/ou pensamento sobre qualquer
tema, entendendo que somos indivíduos únicos e exclusivos, com histórias
de vida e experiências diferentes, evitando, é claro, o comportamento

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 149


“xiita”, adotado por muitos, que são contra tudo e todos, simplesmente
porque sempre são contra.

150 Alexandre Costa


2º Capítulo

Mudanças no ambiente corporativo

Segundo Chiavenato (2000, p 19/29), mudança é a passagem de


um estado para outro. É a transição de uma situação para outra situação
diferente. Mudança representa transformação, perturbação, interrupção,
fratura. A mudança está em toda parte; nas organizações, nas cidades, nos
hábitos das pessoas, nos produtos e nos serviços, no tempo e no clima, no
cotidiano. Portanto, mudança em qualquer área de nossa vida sempre
causa transtornos, expectativas e exige um tempo para que a adaptação
à nova realidade ocorra, sem causar danos ou prejuízos mais sérios. Uma
simples mudança de endereço, residencial ou profissional, muitas vezes
leva um longo período para que as pessoas se ajustem à nova situação.
No mundo corporativo, por sua vez, onde as mudanças estão
acontecendo em velocidade cada vez maior, principalmente nos últimos
anos, recomenda-se que a organização tenha uma estrutura resiliente e que
as pessoas envolvidas no processo sejam gerenciadas de forma estratégica.
O caminho mais seguro para se alcançar a resiliência necessária é a
transformação da organização em organização-aprendiz, apoiada pela
gestão do conhecimento.
Algumas medidas e ações podem ser adotadas para que os
impactos naturais de um processo de mudança sejam minimizados,
segundo Kotter e Schlesinger:
• Educação e comunicação - preparar as pessoas para a mudança
antecipadamente.
• Participação e envolvimento - envolver os resistentes em algum
aspecto da implantação da mudança e ouvir atentamente suas
sugestões.
• Facilitação e apoio - apoiar os resistentes com o objetivo de
ajudá-los a se ajustarem às mudanças.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 151


• Negociação e acordo – oferecer incentivos para compensar a
mudança, sempre que possível.
• Manipulação e cooptação - utilizar forma seletiva de informações
(manipulação) ou proporcionar ao líder do grupo resistente ou a
um dos membros que o grupo respeita um papel importante no
processo de mudança (cooptação).
• Coerção explícita e implícita – informar, de forma explícita ou
implícita, sobre a possibilidade de promoção ou perda de cargo
etc.
No meu entendimento todas as medidas sugeridas acima podem
ser colocadas em prática, ressaltando que no trabalho de comunicação
interna os benefícios e vantagens decorrentes da mudança devem ser
exaustivamente trabalhados, visando reduzir ao máximo o grau de
resistência. É muito interessante que todos envolvidos tenham uma
expectativa positiva diante de um processo de mudança.

152 Alexandre Costa


3º Capítulo

Trem-bala ou locomotiva?

No trabalho em equipe todos contribuem oferecendo o melhor


de si.

Se alguém chegasse até você e fizesse a seguinte pergunta: Qual


a diferença entre um trem-bala e um trem convencional puxado por uma
locomotiva?
Certamente, sem hesitar, você responderia: A velocidade, é claro!
De fato, a diferença mais visível que existe entre os dois é a
velocidade. Enquanto o primeiro pode ultrapassar a velocidade de 400
km/h, o segundo não consegue andar acima de 40 ou 50 km/h.
Mas, a verdadeira diferença não é a velocidade e sim o fato de
que no trem-bala cada vagão ou cada elemento formador da composição
tem seu próprio motor ou gerador, ou seja, todos colaboram para que
a velocidade máxima seja alcançada, não existindo o conhecido peso-
morto, que precisa ser puxado ou arrastado por uma locomotiva.
Na vida corporativa ou em qualquer trabalho coletivo,
infelizmente, temos um número muito maior de pessoas que são iguais
aos vagões do trem convencional, sem motor, que precisam da locomotiva
para andar. São pessoas sem iniciativa, desmotivadas, sem objetivos, ou
seja, sem automotivação e, até mesmo, sem uma única razão para viver.
Se você está vivendo dessa forma, procure identificar seus
objetivos, trace um plano de ação e parta para sua realização. Encha-se de
motivação e não espere a locomotiva conduzir você. Faça da motivação
o combustível capaz de levá-lo ao sucesso. Procure fazer parte de um
trem-bala, no qual todos cooperam para alcançar a velocidade máxima
e conseguem. Seja colaborativo e procure trabalhar em equipe, dando o

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 153


melhor de si para que o resultado coletivo seja otimizado e todos ganhem
com isso.
Apaixone-se pelo seu trabalho, contribua com o melhor que puder
e jamais esqueça: “Nada de grande se realizou no mundo sem paixão”.
Georg Hegel.

154 Alexandre Costa


4º Capítulo

Espírito colaborativo, uma atitude que pode


mudar o mundo

As pessoas estão perdendo a capacidade de viver em coletividade


em qualquer ambiente ou circunstância.

Certa vez ouvi um comentário de um homem muito simples e


de baixa instrução, diante de uma discussão sobre o problema da limpeza
urbana nas grandes cidades brasileiras, que me levou a uma profunda
reflexão sobre essa questão. Ele fez duas observações que realmente são
a solução do problema: Em primeiro lugar, não devemos sujar as ruas e se
isso acontecer basta cada um limpar a frente de sua casa.
As sugestões apresentadas são de fato muito simples, mas de
grande significado, entendendo que não sujar é melhor e muito mais
barato do que limpar, além de reduzir o risco da disseminação de doenças
infectocontagiosas e os riscos de enchentes, como ocorre em cidades
como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e outras metrópoles brasileiras.
Analisando a questão em profundidade cheguei a uma conclusão
simples e, ao mesmo tempo, muito interessante, e resolvi compartilhá-la
através deste ensaio, considerando que podemos aplicar as sugestões do
meu circunstante em qualquer área da vida, começando pela convivência
familiar, nosso primeiro núcleo social, isto é, praticar o espírito colaborativo.
Sei que muitas pessoas que terão acesso a este texto continuarão
acreditando que não adianta fazer a sua parte porque a grande maioria
não age da mesma forma, são pessoas individualistas, mal educadas
e vivem em busca de seu próprio bem-estar, esquecendo que existem
outros indivíduos que compartilham o uso de equipamentos públicos e
privados, como o elevador do condomínio em que residem ou trabalham,
por exemplo.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 155


Apesar de já fazer um tempo considerável que vivenciei essa
experiência, tenho observado que a cada dia as pessoas estão perdendo
a capacidade de viver em coletividade em qualquer ambiente ou
circunstância, como ao utilizar um transporte coletivo, o estacionamento,
se posicionar na fila do atendimento bancário etc. Algumas pessoas
chegam a cometer o absurdo de ocupar três vagas no estacionamento
de um supermercado ou utilizar a vaga de cliente preferencial (idoso
ou cadeirante). Outros acham que furar fila é sinal de esperteza e outras
indelicadezas.
No ambiente corporativo, onde atuo há mais de 38 anos, percebo
que a falta de educação está alcançando “picos” insuportáveis, dificultando
o trabalho em equipe, uma necessidade imperiosa em qualquer
organização, pública ou privada. Muitas pessoas ainda não entendem que
trabalho em equipe exige o máximo de colaboração de todos para que seja
alcançado o melhor resultado coletivo possível.
Precisamos rever nossas atitudes e colocar em prática o sentimento
de empatia, que segundo o filósofo Schopenhauer é a raiz da ética, ou seja,
é impossível ser ético sem se colocar no lugar do próximo ou tratá-lo da
mesma forma que gostaria de ser tratado, em todas as ocasiões da vida.
E você o que acha? O que devemos fazer para melhorar nossa
convivência social?

156 Alexandre Costa


5º Capítulo

Ah, se eu soubesse...

Um jargão inibidor usado por muitos como uma atitude mental


consoladora.

Essa expressão é um jargão usado por muitos quando se dão mal


em algum negócio ou experiência pessoal, como uma atitude mental
consoladora.
Recentemente, tive a oportunidade de presenciar e mediar um
embate entre dois sócios acerca do resultado negativo de um projeto
desenvolvido pela empresa, que quase os levou à falência. Durante mais
de duas horas a discussão teve como mote a divergência de ponto de vista,
claramente observada entre eles. O mais experiente argumentava que
sabia que não ia dar certo e o outro, bem mais jovem, contestava porque o
projeto foi implantado com a aprovação dos dois, portanto não aceitava os
argumentos apresentados pelo sócio. E, assim, eles vêm se desentendendo
ao logo de mais de um ano, desviando o foco do negócio, discutindo um
problema, sem buscar a solução para a situação delicada em que a empresa
se encontra, causada por esse problema.
Essa experiência evidencia uma prática muito comum em
situações de conflito, que é a busca de culpados, quando o resultado de
qualquer iniciativa não é o que se esperava, mas o contrário, ou seja,
quando acontece conforme estava planejado, todos assumem a autoria da
iniciativa, isto é, reivindicam a “paternidade da criança”.
Em outra ocasião, enquanto ministrava uma palestra sobre
excelência em atendimento um jovem dirigiu-me a seguinte pergunta:
Professor, o que devo fazer para não cometer erros? Sem vacilar, respondi:
Deixe de fazer, porque só não erra, quem não faz.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 157


Essas duas experiências e outras tantas que já vivenciei, levam-me
à conclusão de que poucos querem se expor ao risco de errar, esquecendo
de que quem não estiver disposto a encarar o fracasso, jamais alcançará o
sucesso e vivem na eterna expectativa de que têm um sonho, conforme
uma jovem que orientei afirmou: Tenho muitos sonhos, mas não tenho
coragem de dar o primeiro passo, porque tenho medo de errar.
Para esses indivíduos que não se dispõem a correr riscos, que
vivem responsabilizando os outros pelos seus insucessos e para os que
vivem eternamente no mundo irreal dos sonhos, sem ter coragem de
romper a inércia, gostaria de sugerir uma mudança de atitude a partir
da elaboração de um planejamento, envolvendo pesquisa e a avaliação de
riscos, para não ter que dizer: Ah, se eu soubesse!
Outro fator importante que deve ser considerado na análise de
resultados é que quando a decisão foi tomada, o quadro ou contexto
se apresentava favorável, porém a velocidade atual das mudanças pode
alterar o cenário de qualquer segmento de mercado ou setor da economia
durante a execução de um projeto ou empreendimento. A volatilidade,
atualmente, é uma característica comum a muitos segmentos de mercado,
portanto, viver lamentando um resultado reverso não me parece uma
postura inteligente.
O que se deve fazer é avaliar criteriosamente todas as etapas do
cronograma e identificar em que fase as falhas aconteceram e suas possíveis
origens, ficando a recomendação final sobre a importância da aplicação
do Ciclo PDCA em qualquer projeto ou empreendimento, agindo assim,
poucas vezes será preciso dizer Ah, se eu soubesse!

158 Alexandre Costa


6º Capítulo

Um provável início da gestão


descentralizada e participava

...e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem,


maiorais de cinquenta, e maiorais de dez.
Há séculos as organizações/empresas dos mais diversos segmentos
de mercado têm se adaptado às inúmeras mudanças para continuarem
existindo, diante dos mais variados cenários e desafios, especialmente
nestes tempos de globalização, em que estamos vivendo a Era Planetária,
segundo Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês.
A forma com que os empregadores passaram a se relacionar com
seus colaboradores, antes chamados de empregados ou funcionários,
também contou pontos às empresas que desejavam se perpetuar.
Entretanto, valorizar o profissional e permitir que ele atue com
independência e responsabilidade, respondendo por suas decisões, não é
possível sem uma pessoa para orientá-los, em determinadas situações, e
este papel não é exercido por um chefe, mas sim por um líder.
Citar aqui os benefícios do modelo de gestão descentralizada
e participativa seria redundante, mas é muito oportuno ressaltar que
várias empresas multinacionais, como Dell, Google, Novartis e Toyota
melhoraram seus desempenhos após trocarem o tradicional modelo de
comando e controle pela descentralização de gestão, por entenderem que
este sistema valoriza as pessoas envolvidas, atrai os melhores profissionais
da área e dá condições para aprimorarem os desempenhos futuros, já
que para se destacar cada vez mais será necessário aprender a trabalhar
num cenário de incertezas, assumindo riscos e dar respostas rápidas,
eficientes e criativas aos desafios de um mundo em permanente processo
de mudança, no qual passado, presente e futuro se confundem.

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 159


Mas, um fato curioso que sempre me chamou a atenção é que não
existe consenso sobre o surgimento do modelo de gestão descentralizada
e participativa, ou seja, em que época se deu a primeira experiência de
aplicação desse modelo, objeto deste ensaio.
Diante disso e procurando colaborar na busca do esclarecimento
dessa falta de consenso, achei interessante trazer à discussão o registro
de um fato ocorrido há pouco mais de 3500 anos, envolvendo Moisés e
seu sogro, Jetro, extraído da Bíblia Sagrada, Livro de Êxodo, capítulo 18,
versos de 21 a 26, texto reproduzido na íntegra a seguir:
E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a
Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos
sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de
cinquenta, e maiorais de dez, para que julguem este povo em
todo o tempo e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas
todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te
aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se assim fizeres e
Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo
este povo em paz irá ao seu lugar. E Moisés deu ouvidos à voz
de seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito; E escolheu Moisés
homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o
povo; maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta
e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o tempo; os
negócios árduos trouxeram a Moisés, e todo negócio pequeno
julgaram eles.
Com a palavra, os especialistas no assunto!

160 Alexandre Costa


Considerações finais

Escrever, produzir e lançar mais um livro é motivo de


uma alegria imensurável, especialmente quando se acredita que a
educação, em seu sentido mais amplo, é a principal “ferramenta” que
pode transformar uma nação, a partir da produção de conhecimentos, em
todos os níveis e ambientes.
O primeiro livro, Descortinando a Educação, que tive a honra de
escrever em parceria com meu dileto amigo, prof. Júlio di Paula, aborda a
educação formal sob vários aspectos, inclusive filosóficos e doutrinários,
além de trazer um enfoque especial para o dia a dia do ambiente escolar,
uma obra que tem nos enchido de responsabilidade em saber que muitos
estudantes têm desenvolvido atividades acadêmicas usando nosso
trabalho como texto-base.
Ensaios e Reflexões de Um Pedagogo Organizacional, é o
resultado de um longo trabalho de estudos e observações, através do qual
tenho a oportunidade de expressar meu pensamento acerca de vários
temas ligados à cultura e ao ambiente corporativo, com a intenção de
abrir um grande debate, especialmente sobre o futuro das organizações
brasileiras.
Na expectativa de estar oferecendo minha modesta contribuição
com a publicação deste livro, agradeço por tê-lo (a) como leitor (a),
colocando-me à disposição para a realização de debates e eventos
corporativos, através dos seguintes endereços eletrônicos:

• alexandre@plenacommkt.com.br
• embrapel.ce@gmail.com

Ensaios e Reflexões de um Pedagogo Organizacional 161


Referências Bibliográficas

ARROYO, Miguel G. A Escola e o Movimento Social: revitalizando a


escola. In: ANDE. São Paulo, n. 12, 1987.
Bookmark
CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é
mais do que escola. Petrópolis: Vozes, 2000.
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos. 6ª ed.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
GRZYBOWSKI, Cândido. Caminhos e Descaminhos dos Movimentos
Sociais no Campo. Petrópolis: Vozes, 1991.
KOLLING, Edgar J. (orgs.). Paulo Freire: um educador do povo. São
Paulo: Ed. Peres, 2001.
Magnoli, Demétrio. O Novo Mapa do Mundo. Ed. Moderna, Coleção
Polêmica. 1993
Paulo Freire e o projeto popular para o Brasil. In: CALDART, Roseli S. &
Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
UNESP, 2000.
Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
Sua Pesquisa.Com
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Wikipédia, a enciclopédia livre.
www.miniweb.com.br

162 Alexandre Costa


Canais de Comunicação:
E-mails: alexandre@plenacommkt.com.br
embrapel.ce@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/alexandre.costa.5
Esta obra foi composta em fonte Minion Pro,
processada em CTP e impressa em papel Reciclato 75 g/m² e capa
em papel Duo Design 250 g/m². Impressão e acabamento na
Resal Gráfica e Editora, em Fortaleza - Ceará.
Ensaios e Reflexões de Um Pedagogo Organizacional é uma obra
completa sobre a arte e a ciência dos negócios.
Nestes tempos em que a nossa economia se democratiza a
passos largos e em que mais e mais pessoas tentam estabelecer-se com
um novo empreendimento, é de vital importância para o sucesso de
cada empreendedor que tenha plena ciência das boas técnicas da gestão
empresarial, do mercado em que se situa e dos meios de que dispõe para
tornar realidade o seu projeto.
Não basta só legalizar o negócio, pô-lo em prática e ter capital
de giro para o tocar. Conhecimento completo do próprio negócio e do
mercado com que vai conviver e disputar a mesma clientela são o ponto
de partida para o sucesso de uma jovem empresa. Mas esse conhecimento
só ainda não basta – indispensável que se pratiquem, na gestão cotidiana
da nova empresa, os mandamentos do bom gestor, aqui especificados,
esmiuçados por nosso experiente Alexandre Costa.
Costa nos ensina a pôr em prática uma disciplina férrea, dir-se-
ia militar, em gerir a empresa. Ter metas e objetivos a atingir, levando-se
em conta um código de valores morais que visam o bem-estar social,
o respeito ao meio ambiente, o progresso e a criação da riqueza, com
responsabilidade social, a capacitação constante do seu quadro de
colaboradores (empregados), o domínio consciente das técnicas de
marketing e dos processos de comercialização do produto, sempre se
levando em conta os interesses do consumidor e o respeito a ele.
Ensina-nos, também, o mestre, a otimização do ambiente
corporativo, a economia de materiais, a justa valorização dos empregados,
com o reconhecimento dos seus méritos, o domínio das novas tecnologias,
de produção e de marketing, visando chegar-se a um produto de alta
qualidade e excelência no atendimento da clientela.
Faltava no mercado editorial um manual tão instrutivo e direto das
boas práticas de gestão empresarial, que ensinasse ao novo empresário o
beabá da sua profissão - não só o beabá, mas as lições doutorais que só
podem ser ministradas por quem conhece o métier na prática, pois que
Alexandre Costa é consultor de empresas, coach e vive, no dia a dia, aquilo
que ensina.
Renato Saldanha, advogado, professor, escritor e editor.

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