Você está na página 1de 21

CIÊNCIA DOS MATERIAIS

- ARQUITETURA DOS SÓLIDOS-


ESTADO CRISTALINO

Luciana Cordeiro - 2017


Direções e Planos Cristalográficos
n Generalidades:
q As propriedades de muitos materiais são direcionais, por exemplo o módulo de
elasticidade do FeCCC é maior na diagonal do cubo que na direção da aresta.
q Certas propriedades dependem das
direções cristalinas em que são medidas,
como o índice de refração e o módulo
de elasticidade. À dependência que as
propriedades exibem com a direção
cristalina em que são medidas dá-se
o nome de anisotropia.
Direções e Planos Cristalográficos
n Generalidades:
q Pode-se localizar os pontos das posições atômicas da célula unitária cristalina
construindo-se um sistema de eixos coordenados.
q Para a especificação de direções e
planos cristalográficos, foram
estabelecidos os índices de Miller
q A base para a determinação de
seus valores é a célula unitária
com um sistema de coordenadas
de 3 eixos, com a origem sobre
um dos vértices e direções
coincidentes com as arestas
Direções e Planos Cristalográficos
n Direções cristalográficas:
q A direção cristalográfica é identificada por três índices entre
colchetes [u,v,w]. Estes índices representam um vetor.
q Transladar o vetor de modo que ele passe pela origem
e projetá-lo sobre os eixos
q Determinar a projeção do vetor sobre os eixos em
termos dos parâmetros de rede a, b, c. Ex.: [a,b,c/2]
q Descartar os parâmetros de rede. Ex.: [1,1, ½]
q Reduzir estes números aos menores valores inteiros.
Os índices são multiplicados por um fator que os
transforme no conjunto de menores inteiros possíveis:
[a,b,c/2]
2[1,2,1/2]=[2,2,1]
q Finalmente, as vírgulas de separação são retiradas:
[221]
q Caso algum índice for negativo, a convenção é colocar
uma barra sobre ele: [20Ī].
Direções e Planos Cristalográficos
n Direções cristalográficas:
Direções e Planos Cristalográficos
n Planos cristalográficos:
q A clivagem de certos minerais ocorre em determinados planos atômicos. A
supercondutividade elétrica de certas fases cristalina existe em certos planos
cristalinos. São os planos cristalinos que emitem os sinais na técnica de difração de
Raios X, largamente empregada na investigação de materiais. A plasticidade dos
metais está relacionada ao movimento de defeitos cristalinos, as discordâncias, em
planos cristalinos preferenciais. Isto justifica o estudo dos planos cristalinos.
q As orientações dos planos cristalográficos são representadas de forma semelhante
às direções cristalográficas;
Direções e Planos Cristalográficos
n Planos cristalográficos:
q Procedimentos para a determinação dos índices de Miller:
q Representar o plano com os números entre parênteses (hkl)
q Transladar o plano de modo que ele não passe pela origem
q Determinar os interceptos do plano com os eixos em termos dos parâmetros de rede a, b, c. Ex.:
(a/2,0,0), (0,a/2,0) e (0,0,a/2).
q Somente as coordenadas referentes a cada eixo são utilizadas. Os
parâmetros de rede são descartados: (1/2,1/2,1/2)
q Cada índice é invertido: (2,2,2)
q Os índices são multiplicados por um fator que os transforme no
conjunto de menores inteiros possíveis: (1,1,1).
q As vírgulas são removidas: (111)
q Caso algum índice seja negativo, a convenção é colocar uma barra
sobre ele: (02Ī).
Direções e Planos Cristalográficos
n Planos cristalográficos:
q Quando o plano é paralelo a um eixo de coordenadas, seu ponto de interseção com o eixo
correspondente é o infinito. Logo, o índice de Miller correspondente é zero.
q Determinar as coordenadas dos pontos nos quais o plano corta cada eixo de coordenadas. Ex.:
(a,0,0), (0,a,0) e é paralelo ao eixo Z.
q Somente as coordenadas referentes a cada eixo são utilizadas.
Os parâmetros de rede são descartados: (1,1,∞)
q Cada índice é invertido: (1,1,0)
q Os índices são multiplicados por um fator que os transforme no
conjunto de menores inteiros possíveis: (1,1,0).
q As vírgulas são removidas: (110)
Direções e Planos Cristalográficos
n Planos cristalográficos:

Planos paralelos possuem os mesmos índices de Miller. Estes planos são equivalentes. Um plano é
equivalente a outro quando a configuração espacial dos átomos nestes planos é igual, ou seja o
arranjo dos átomos e as distâncias entre eles são iguais. Planos equivalentes formam uma família de
planos equivalente, que é representada pelos índices de um dos planos da família entre chaves,
{120}. No sistema cúbico, os planos (100), (010) e (001) pertencem à família {100}.
Direções e Planos Cristalográficos
n Planos cristalográficos:
q Quando o plano passa pela origem, o procedimento usado anteriormente deve ser modificado,
pois a operação de inversão das coordenadas divergiria. A solução para isso é trabalhar com
um plano paralelo que não passa pela origem. Como dito, eles são equivalentes e possuem
os mesmos índices.

q O plano A passa pela origem do sistema de coordenadas. Para


determinar seus índices de Miller o plano paralelo B deve ser
usado.
q Este plano corta o eixo Z nas coordenadas (0,0,a/0), (0,a,0). É
paralelo ao eixo Y. Corta o eixo X em (-a,0,0).
q Usando o procedimento já descrito, os índices são
determinados: ((Ī02).
Direções e Planos Cristalográficos
n Família de planos {110}
q O plano é paralelo à um eixo
Direções e Planos Cristalográficos
n Família de planos {111}
q O plano intercepta os 3 eixos
Direções e Planos Cristalográficos
n Densidades atômicas linear e planar:
q Densidade linear (DL) é definida como o número de átomos por unidade de
comprimento, cujos centros estão sobre o vetor da direção cristalográfica
q Densidade planar (DP) é definida como o número de átomos por unidade de
área do plano cristalográfico.
Direções e Planos Cristalográficos
n Densidades atômicas linear e planar:
q Densidade linear

1 1
º á 2 2

q Densidade planar

1 1 1 1
º á 4 4 4 4
á
Direções e Planos Cristalográficos
n Densidades atômicas linear e planar:
q Calcular a densidade linear na direção [100] para o potássio.
Dados: K - CCC
º á
r - 0,2312 nm

1 1
2 2

4
3

1,87x10-9átomos/m
Direções e Planos Cristalográficos
n Densidades atômicas linear e planar:
q A deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos:
q Deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de
maior densidade atômica.

CCC - Família de planos {110}: CFC - Família de planos {111}:


maior densidade atômica maior densidade atômica
Direções e Planos Cristalográficos
n Fator de empacotamento linear e planar:
q Fator de empacotamento linear (FELI) é quanto da direção
(vetor) está definitivamente coberta por átomos. O valor deve ser
entre 0 e 1 ou entre 0 e 100%.

º çã

q Fator de empacotamento planar (FEPL) é a área de um plano


que está definitivamente coberta por átomos. O valor deve ser
entre 0 e 1 ou entre 0 e 100%.
º á á í
á
Direções e Planos Cristalográficos
n Estruturas cristalinas compactas:
q Planos e direções compactos são aqueles nos quais os
átomos estão em contato contínuo
Direções e Planos Cristalográficos
n Estruturas cristalinas compactas:
q Na estrutura HC, o terceiro plano compacto está alinhado
diretamente com as posições A e o empacotamento atômico é
formado pelo empilhamento ABAB ... (ACAC ...)

Os planos
compactos são
os planos
basais
Direções e Planos Cristalográficos
n Estruturas cristalinas compactas:
q Na estrutura CFC, o terceiro plano compacto está alinhado
diretamente com as posições C e o empacotamento atômico
é formado pelo empilhamento ABCABC ...

Os planos
compactos são
os planos da
família {111}
Direções e Planos Cristalográficos
n Estruturas cristalinas compactas:

q Planos e direções compactas para as células cúbicas

Você também pode gostar