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Manual do Curso de Licenciatura em

Ensino de Física

Geometria Analítica - F0088

2º Ano

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância

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Capítulo 1.

1. Álgebra Vectorial

Em várias aplicações físicas aparecem certas grandezas tais como temperatura e pressão, que
possuem somente “magnitude”. Estas podem ser representadas por números reais e são
chamadas grandezas escalares. Por outro lado, também há grandezas, como força e
velocidade, que possuem “magnitude” e “direcção”. Estas podem ser representadas por flechas,
(tendo comprimento e direcção apropriados) e partindo de um ponto dado de referencial O e são
chamados vectores.

Vectores que tem a mesma direcção são chamados colineáres. A colinearidade denota-se por
 
a // b

1.1 Módulo de um vector

Chama-se módulo ao comprimento do vector, as denotações usadas para módulos dos vectores

são: AB , AB, a , a

1.2 Igualdade de vectores


   
Vectores a e b são iguais ( a  b ) se :

a) São colineáres;
b) Tem mesmo sentido;
c) Tem mesmo módulo

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Todos os vectores da figura acima são iguais não importa que ocupem posições diferentes, onde
concluimos que transladando um vector paralelamente a si próprio, sempre teremos o mesmo
vector.

1.3 Multiplicação do vector por número (escalar)


 
Seja k  R . O producto k  a é um vector b que se define de seguinte modo:
 
a) b // a :
 
b) b  k  a
 
c) a e b tem mesmo sentido se k  0 e sentidos opostos se k  0 .

Vector Oposto
 
Vector ( ) a chama-se oposto a e denota-se  a

Vectores linearmente dependentes e linearmente indepedentes

Vectores colineáres são chamdos ainda linearmente dependentes, porque um deles sempre pode
ser expresso através de outro multiplicando por um certo número.
    
a // b  a  m  b  n  b , m, n  R .

Dois vectores não colineáres são linermente independentes, porque nenhum deles pode ser
expresso a partir de outro.

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1.4 Soma de vectores

Vectores podem ser somados por regra de paralelogramo e por regra de triângulo.

1.5 Subtracção dos vectores

Nota que vector diferença tem sentido dirigido para o vector diminuendo. A subtração a a  b
pode ser substituido por adição ao vector oposto a  b  a  ( b)

1.6 Base no Plano

Diz-se que dois vectores não colineáres constituem uma base no plano, porque qualquer outro
vector pode ser desenvolvido nesta base de modo seguinte:

c  OA  OB  ma  nb

A expressão ma  nb chama-se combinação linear dos vectores a e b.

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1.7 Projecção dum ponto sobre a recta.

Sejam dados uma recta s e um ponto A fora da recta, como se sabe, eles determinam um plano.
Chama-se projecção do ponto A sobre a base A / da perpendecular tirada de A para s .

1.7.1 Projecção do vector sobre o eixo.

1o Caso

Vector e eixo encontram-se no mesmo plano (são complanares)

Seja dada uma recta s orientada (com sentido determinado), tal recta chama-se eixo. Projecção
do vector AB sobre o eixo s .

Pr S AB é número igual a modulo do vector A / B / onde A / e B / são projecções das


extremidades do vector AB sobre o eixo s , se A / B / e s tem o mesmo sentido e número oposto
se A / B / e s tem sentidos opostos.

Mais uma vez destaca-se que a projecção do vector AB sobre o eixo s não é o vector A / B / , mas
o número igual ou oposto ao módulo de A / B / , depende de orientação mútua de s e AB .

2o Caso. Vector e eixo não se encontram no mesmo plano (são não complanares).

A definição da projecção do vector sobre a recta dada acima permanece válida, mas, para
encontrar as projecçõesdas extremidades do vector, temos que passar planos perpendeculares ao
eixo e não rectas, como no caso anterior.

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Propriedades das Projecções

a) Multiplicando o vector por número a sua projecção multiplica-se por mesmo


número.

OP  AB   PrS a, OQ  AC   PrS ka

AC AC  PrS ka  
 ABB    ÃCC    k   PrS ka  k PrS a
AB AB  PrS a
PrS ka  k PrS a

b) Somando os vectores somam-se as suas projecções

AB   Pr S a, B C   PrS b, AC   PrS a  b


AC   AB   B C   PrS a  b  Pr S a  PrS b

c) Subtraindo os vectores subtraem-se as suas projecções

Pr S a  b   PrS a   1b   PrS a  PrS  1b  PrS a  PrS b


Pr S a  b   PrS a  Pr S b

d) PrS a  a cos( ), onde α é o ângulo entre o eixo s e o vector a.

PrS a  a cos( ),

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1.8 Base Ortonormal

Vectores unitários i, j i  j  1, i  j são chamados ortos. Diz-se que ortos formam uma base
ortonormal se
qualquer que seja vector a possa ser desenvolvido nesta base.
a  OC  OB x i  y j. Vectores OC e OB são chamados componentes do vector OA.

As projecções x, y do vector sobre os eixos de coordenadas são chamadas coordenadas do vector.


No caso considerado acima as coordenadas do vector a coincidem com as cordenadas da sua
extremidade A. Em caso geral, considerado a seguir é assim:

a  AB   AB  x 2  x1 i   y 2  y1  j

As coordenadas do vector do vector em caso geral denotado por

 X  x 2  x1

Y  y 2  y1

E o desenvolvimento do vector na base ortonormal denotam como

 X 
a  X , Y , a   X , Y , a  X , Y , ou a   
Y 

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1.9 Operações lineares com vectores na forma algébrica

A base ortonormal permite tratar um vector já não como um seguimento orientado, mas como
um par de números, suas coordenadas forma algébrica porem, sabendo a forma algébrica de um
vector é fácil reconstruir a sua imagem geométrica no sistema das coordenadas através das suas
coordenadas projecções sobre eixos correspondentes. Usando as propriedades das projecções,
podemos dar formulas simples das operações lineáres com vectores na forma algébrica.

Sejam a   X 1 , Y1 , b   X 2 , Y2  , então pelo critério de igualdade dos vectores na forma


algébrica é:

ab  X1  X 2 , Y1 Y 2 e as operações lineáres efectuam-se segundo as fórmulas:

ka  kX 1 kY1 
a  b   X 1  X 2 ; Y1  Y2 

Módulo do Vector

Aplicando o teorema de Pitágoras para o triângulo rectangular OCA temos:



a  X 2  Y 2 esta fórmula é válida em caso geral também, o que se segue

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1.10 Cosenos directores

Designemos os ângulos formados pelo vector com eixos de coordenadas respectivamente por

  a ^ OX ,   a ^ OY . Da figura 15 vemos que:

X X Y Y
cos     , cos    
a X 2 Y2 a X 2 Y 2

Cos(α) e cos(β) são chamados cosenos directores do vector a. As fórmulas acima resultam uma
propriedade dos cosenos directores: cos 2 ( )  cos 2 (  )  1 .

1.11 Vector unitário

O vector (Cos(α) e cos(β)) é colinear e tem o mesmo sentido que vector a (este último pode ser
obtido do primeiro multiplicando-o por módulo de a, o que é número positivo). Mas, o módulo
do vector (Cos(α), cos(β)) é um (vector unitário), por isso ele caracteriza apenas a direcção e
sentido do vector a, sem dizer nada sobre o seu módulo. Eis porque Cos(α), cos(β) são
chamados cosenos directores. O vector unitário do vector a denota-se por a 0  cos  ; cos   .


a
E pode ser calculado pela fórmula a0  a

Critérios de colinearidade dos vectores

Critério 1.

Como se sabe, a // b  b  ka

a  X 1 , Y1 , b  X 2 , Y21 ,
Sejam X  X   X  kX 1 X Y
b  ka   2   k  1    2  2  2
 Y2   Y1  Y2  KY1 X 1 Y1

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Daqui concluimos que vectores são colineáres se e só se as suas coordenadas são proporcionais.

Critério 2.

Usando a proporção transformemos o critério 1 em:

X 2 Y2 X1 Y1
  X 1Y2  X 2Y1  X 1Y2  X 2Y1  0  0
X 1 Y1 X2 Y2

a b
O símbolo chama-se determinante de segunda ordem e denota o número que se calcula a
c d
a b
partir da tabela a fórmula:  ad  bc , então, critério 2 diz que vectores são colineáres se e
c d
só se o determinante da segunda ordem composto das suas coordenadas é igual a zero.

1.12 Desenvolvimento do vector numa base na forma algébrica.

Como se sabe, desenvolver o vector c na base a, b significa apresentar o c como combinação


linear dos vectores da base. c  xa  yb sejam: a  X 1 ; Y1 , b  X 2 ; Y2 , c  X 3 ; Y3  e a e b
constituem uma base quer dizer:

X1 Y1  X3   X1   X2   X 3  xX 1  yX 2
 0 , então,    x   y    .
X2 Y2  Y3   Y1   Y2  Y3  yY1  yY2

E o problema reduz-se a resolução do sistema de duas equação lineáres que, como veremos
adiante sempre tem uma única solução.

1.13 Independência linear de três vectores não coplanáres

Três vectores não coplanares (não paralelos ao mesmo plano), sempre são linearmente
independentes, porque qualquer combinação linear de dois deles, por exemplo a e b, pertence ao
mesmo plano formado por a e b e o terceiro vector c não pertence a este plano e por isso não
pode ser combinação linear de a e b.

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1.14 Base no espaço

Três vectores não colineáres constituem uma base no espaço, porque qualquer que seja quarto
vector pode ser desenvolvido nesta base de modo indicado na figura:

Primeiro vemos que d  OB  OD por seu turno OD  OA  OC , mas, todos os vectores


mencionados, podem ser expressos a partir dos vectores da base:

d  OB  OA  OC  yb  xa  zc juntos vemos que três vectores não complanáres geram um


paralelepípedo

1.15 Base ortonormal.

O interresse especial tem base constituida por três vectores unitarios mutuamente
perpendeculares i, j, k. Veja a figura abaixo.

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OM  OA  OB  OC  xi  yj  zk , x, y, z são chamados, como no caso de base plana,
coordenadas do vector. Elas coincidem no caso considerado com coordenadas da extremidade
M ( x, y , z ) do vector. Simbolicamente:

 x
 
OM  x, y, z, OM   x, y, z , OM  x, y, z  ou mesmo OM   y 
z
 

Se a origem do vector não coincide com a origem do sistema das coordenadas, assim que
A x1 , y1 , z1  e B x2 , y 2 , z 2  as coordenadas do vector AB são:

X  x2  x1 , Y  y 2  y1 , Z  z 2  z1

Operações lineáres sobre os vectoresespaciais na forma algébrica efectuam da mesma maneira


como sobre os vectores no plano, porque as propriedades das projecções acima são validas no
espaço também e as coordenadas dos vectores não são outra coisa como as mesmas projecções.

Sejam a  X 1 , Y1 , Z1 , b  X 2 , Y2 , Z 2 

Então, critérios de igualdade dos vectores espaciais (tridimencionais) é:

a  b  X 1  X 2 , Y1  Y2 , Z1  Z 2

E as operações lineáres efectuam-se segundo as fórmulas:

ka  kX 1 , kY1 , kZ1 


a  b  X 1  X 2 , Y1  Y2 , Z1  Z 2 

 2 2 2
Modulo do vector a  X 1  Y1  Z 1

  X Y Z
Critério de colinearidade a // b  1  1  1
X 2 Y2 Z 2

X Y Z
Cosenos directores: cos( )   ; cos( )   ; cos( )   ;
a a a

Onde:   a ^ OX ;   a ^ OY ;   a ^ OZ ; e cos 2 ( )  cos 2 (  )  cos 2 ( )  1

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1.16 Uso dos Vectores para apresentação das curvas e das superfícies

Como vimos, com cada ponto do plano p(x, y) ou do espaço P(x, y, z) está relacionado um vector
de posiçãodeste ponto, cuja origem fica na origem do sistema das coordenadas e a extremidade
no próprio ponto P. Vale a pena destacar mais uma vez que as coordenadas do vector posição
r  OP coincidem com as coordenadas do ponto P. Suponhamos que o ponto P descreve uma
linha no plano ou no espaço ou uma superfície no espaço (ver a figura abaixo). Consideremos
esta linha como trajectória do ponto móvel P, então suas coordenadas são funções do tempo t, e o
próprio vector é função de t.

 x  x t 

r  rt    y  yt 

 z  z t 

Depende das funções xt  , y t  , z t  teremos as linhas diferentes.

Equações Parametricas de circunferência

 x  R cos t
Seja:  y  Rsent

Como sabemos da trigonometria assim determinam-se a partir do angulo t as coordenadas do


ponto movel da circunferemcia do raio R.

14
 x  R cos t
As equações  0  t  2  são chamadas equações paramétricas da circunferência
 y  Rsent
de raio R com o centro na origem do sistema. A equação r  R é equação vectorial da mesma
circunferência.

Se excluirmos o parámetro t das equações paramétricas (é fácil fazer isso elevando ambos
membros de cada equação ao quadrado e somando as equações obtidas) teremos a equação da
mesma circunferência em coordenadas:

x2  y2  R2

O mesmo resultado podemos obter da equação vectorial se expressar o módulo do vector a partir
das suas coordenadas

R x2  y2  R2  x2  y2

1.17 Equações Paramétricas da Recta

x  x0  mt
Seja y  y0  nt

Coordenadas do vector posição do ponto do plano. Que trajectória descreve este ponto se o
parâmetro t varie-se no intervalo ]-∞; ∞[ ? excluindo o parámetro t do sistema das equações
obteremos:

 x  x0
 x  x0  mt  t  m x  x0 y  y 0
 t t 
 y  y  nt  t  y  y 0 m n
 0
n

Estas equações podem ser tratadas como a condição de colinearidade de dois vectores: um vector
tem as coordenadas fixas s = (m; n) e outro vector tem a origem fixa M(x0 ; y0) e a extremidade
móvel N(x; y) cujas coordenadas variam-se de -∞ até +∞ junto com t. Claro que assim pode ser
só em caso que o ponto N descreve uma recta paralela ao vector s e passa pelo ponto M.

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Analogamen te, as equações paramétricas

x  x0  mt
y  y0  nt
z  z 0  pt

Decterminam uma recta no espaço. A exclusão do parámetro t destas equações leva a equação na
forma

 x  x0
 x  x0  mt  t  m

 y  y0 x  x0 y  y0 z  z 0
 y  y0  nt  t  tt  
 n m n p
 z  z0
 z  z 0  pt  t  p

Chamada forma canónica da equação da recta. É fácil passar da forma canónica à forma
paramétrica igualando cada relação a t e resolvendo as equações obtidas em relação a x, y, z.

1.18 Problemas Resolvidos


1. Centro de gravidade do triângulo.

Seja dado o triângulo ABC por seus vértices A x1 ; y1 ; z1 , B  x 2 ; y 2 ; z 2 , C  x 3 ; y 3 ; z 3  , como


se sabe o centro de gravidade de um triângulo é o ponto de intersecção das suas medianas.
Traçamos a mediana AD e consideremos o vector AD. Sabe-se também que no ponto O de
intersecção as medianas dividem-se em relação 2 : 1 a partir de vértice, assim que AO  2 3 AD .
Por seu turno AD  AC  CD (regra de triângulo). Mas CD  1 2 CB e CB  AB  AC (regra
de subtracção) então:

16
 2 2 2 1  2 1 
 AO  3 AD  3  AC  CD   3  AC  2 CB   3  AC  2  AB  AC 
    
    x 2   x1 
 AD  AC  CD      
   AB  B  A   y 2    y1    x 2  x1 ; y 2  y1 ; z 2  z1 
CB  AB  AC    z  z 
  AB  AC  2  1
1 AO  
CD  CB  3  x3   x1 
 2      
  AC  C  A   y    y    x  x ; y  y ; z  z 
3 1 3 1 3 1 3 1
     
   z 3   z1 
 x  x3  2 x1 y 2  y 3  2 y1 z 2  z 3  2 z1 
AO   2 , , .
 3 3 3 

Sabendo que as coordenadas as coordenadas do vector AO e da sua origem, encontramos as


coordenadas do ponto O

x 2  x3  2 x1 x 2  x 3  x1
x 0  x1  
3 3
y  y 3  2 y1 y 2  y 3  y1
y 0  y1  2 
3 3
z  z 3  2 z1 z 2  z 3  z1
z 0  z1  2 
3 3

2. Divisão do seguimento em relação dada.

AC
Dizem que o ponto C  x; y; z  divide o seguimento AB em relação k se  k . Encontramos
CB
as coordenadas do ponto C a partir das coordenadas dadas das extremidades do seguimento
A x1 ; y1 ; z1  , B x2 ; y 2 ; z 2  . Traçamos vectores AC e CB vemos que AC  kCB , mas, deve ser:

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  x   x1 
    
 AC  C  A   y    y1    x  x1 ; y  y1 ; z  z1 
 z z 
   1

  x2   x 
   
CB  B  C   y 2    y    x 2  x; y 2  y; z 2  z 
 z  z
  2  
 x1  kx 2
x  1  k
 x  x1  k  x 2  x  
  y  ky 2
se AC  kCB   y  y1  k  y 2  y    y  1
 z  z  k z  z   1 k
 1 2
 z1  kz 2
z  1  k

Em caso de ponto O dividir o seguimento por meio k = 1 e as coordenadas do ponto médio do


seguimento calculam-se pelas fórmulas:

x1  x 2 y1  y 2 z1  z 2
x ; y z
2 2 2

3. Bissectriz.

Seja AD bissectriz do angulo A. Como se sabe, a bissectriz divide o lado oposto do triângulo em
partes proporcionais aos lados adjacentes então:

BD AB x2  x1 2   y 2  y1 2  z 2  z1 2
  k
DC AC x3  x1 2   y3  y1 2  z3  z1 2
Quer dizer, o ponto D divide o seguimento AC em relação k. Usando as fórmulas de divisão do
seguimento em relação k, encontramos as coordenadas do ponto D.

3.20 Problemas propostos

1. Calcule: a) 3,  4, 5  1, 1,  2; b)  34,  5, 6 ; c)   6, 7,  8 .


2. Sejam u  2,  7, 1, v   3, 0, 4, w  0, 5,  8, encontrar:
a ) 3u  4v; b ) 2u  3v  5w.
3. Dados os vectores a  1, 3, 4, b   2, 0, 6; c  3,  1, 2 ; d  5, 1, 4 achar os
vectores: a) a  b  c  d ; b) a  2b  3c  d ; c)  a  0.5b  c  d  .
18
4. Achar as coordenadas dos vectores AB, AC, BE, DA se
A2, 1, 3, B6, 4, 6 C  7, 2, 0 ; D4,  1, 3 E 5, 0,  3 .
5. Determinar a extremidade do vector MN  3,  1, 4, se M 1, 2,  3 .
6. Determinar a origem do vector a  2,  3,  1 se a sua extremidade coincide com o
ponto 1,  1, 2  .
7. Calcule x e y se  x, 3  2, x  y  .
8. Calcule x e y se 4, y   x2, 3 .
9. Calcule x, y, z se 2,  3, 4   x1, 1, 1  y1, 1, 0   z 0, 0, 1 .
10. Os vectores u e v são perpendeculares, os módulos são 5 e 12 respectivamente.
Determinar os módulos dos vectores u  v e u  v .
11. Os vectores u e v formam um ângulo de 120o, os seus módulos são 5 e 8 respectivamente.
Determinar os módulos dos vectores u  v e u  v .
12. Quais são as condições que tenham que satisfazer os vectores u e v para que:
a) u  v  u  v ; b) u  v  u  v ; c ) u  v  u  v .

13. São dados dois pares dos vectores e1 , e2  e s1 , s 2 . Qual destes pares forma uma
base no plano? Desenvolva o vector a nesta base, se:
a) e1  0, 1, e2  1, 1, s1   1, 1, s 2  1,  1, a  4, 7 
b) e1  1, 2, e2  2, 4 , s1  2, 4 , s 2  0, 3, a   2, 2 ;
14. São dados os vectores p  2,3 e q  1, 2 . Verificar se os vectores constituem uma
base no plano e se for, desenvolver o vector a  9, 4 nesta base.
15. Dados três vectores a  3,1, b  1,2 , c   1, 7  desenvolver o vector
p  a  b  c, na base a, b .
16. Dados três vectores a  3,2 , b   2, 1, c  7,  4 achar o desenvolvimento de
cada um dos vectores na base formada por dois outros.
17. São dados quatro pontos A1,2 , B2, 1, C 3, 2 D 2, 3 , desenvolver os vectores
AB , BD , CD AB  BD  CD , na base AB, AC .
e
18. Calcular o módulo do vector a  6, 3,2 .
19. Determinar a terceira coordenada do vector a  4,  12, z  se a  13 .
20. Calcular os cosenos directores dos vectores a  12,  15,  16 e b  3 13, 4 13, 12 13
21. Achar o vector unitário do vector a  i  2 j  2 k .
22. É possivel ou não um vector a formar com o eixo das coordenadas OX , OY , OZ , os
ângulos:
a) 45o, 60o, 120o;

19
b) 45o, 135o, 60o;
c) 90o, 150o, 60o;
23. Um vector cujo módulo é 2 forma com os eixos OX e OZ os ângulos de 120o e 45o
respectivamente e com o eixo OY um ângulo obtuso. Encontrar as coordenadas deste
vector.
24. Os vectores AB  2, 6,  4 e AC  4, 2,  2 geram o triângulo ABC. Determinar as
coordenadas dos vectores coincidentes com as medianas deste triângulo com origem nos
seus vértices.
25. Determinar as coordenadas do vector c dirigido pela bissectriz do ângulo formado pelos
vectores a  2,  3, 6 e b   1, 2,  2 se c  3 42 .
26. Achar o vector d que tem sentido oposto ao vector c  16i  15 j  12k se d  75 .
27. Ponto O é o centro de gravidade do triângulo ABC. Provar que OA + OB + OC = 0.

Respostas:
1 a) 4,  3, 3; b)  12, 15,  18; c ) 6,  7, 8. 2 a ) 18,  21,  13 b)  5,  39, 54
3 a ) 7, 3, 8; b)  17, 5, 6; c)  10,  3,  7 ; 4 AB  4, 3, 5, AC   9, 1,  3
BB   1,  4,  11, DA   2, 2, 6  5 4, 1, 1. 6  1, 2, 3. 7 x  2; y  1.
8 x  2; y  6. 9 x  4; y  7; z  5. 10 a  b  a  b  13. 11  a  b  7; a  b  129 .
12 a) ortonormais; b) formam angulo obtuso; c) formam angulo agudo
13 a ) a  3e1  4e2 ; b) a  3 g1  2 g 2 . 14 a  2 p  5q. 15 p  2a  3b. 16 a  2b  c,
b  0.5a  0.5c, c  a  2b. 17  AD  11AB  7 AC , BD  10 AB  7 AC , CD  11AB  8 AC
AB  BD  CD  32 AB  22 AC.16) 90 0. 18 c  2 p  3q  r . 19 a  1.5b  0.5c  0.5d ;
b  2 3 a  1 3c  1 3 d ; c  2a  3b  d ; d  2a  3b  c. 20 7. 21  3.
22 a) 12 25,  3 5,  16 25; b) 3 13, 4 13, 12 13. 23 a) sim; b) nao; c) sim
24 60 0 ou 120 0. 25  a 0  1 3, 2 3, 2 3. AM  3, 4,  3 BN  0,  5, 3 CP  3, 1, 0
27 c   3, 15, 12.

20
Capítulo 2
2. Produto escalar
2.1 Definição

Chama-se produto escalar (interno) dos vectores a e b ao número igual a produto dos módulos
dos vectores vezes coseno de ângulo entre eles. Denota-se por:

a  b  a b cos  , onde Θ é o ângulo formado pelo vectores a e b.

2.2 Propriedades do producto escalar

I. ab  ba , segue de paridade do coseno: cosa  b   cos a  b   cosb  a  ;


II. akb  k ba  , se k for positivo, o modulo de b multiplica-se por k e junto o produto
escalar ab multiplica-se por mesmo número. Se k for negativo, b muda o sinal e junto o
produto escalar ab muda o sinal.
III. ab  ab cosa  b   a Pra b  b Prb a é propriedade das projecções.
IV. ab  c   ab  ac , tendo em conta a propriedade das projecções:
ab  c   a Pra b  c   a Pra b  Pra c   a Pra b  a Pra c  ab  ac

2.3 Quadrado Escalar

a 2  aa cos0  a 2 então quadrado escalar do vector é igual ao quadrado do seu módulo


a2  a2

2.4 Critério de perpendecularidade dos vectores

Sabe-se que cos90o = 0, da definição do producto escalar obteremos:

a  b  ab  0

2.5 Producto Escalar dos Vectores na Forma Algébrica

Sejam a  X 1 , Y1 , Z1 , b  X 2 , Y2 , Z 2  isto significa que:

a  X 1i  Y1 j  Z1 k , b  X 2 i  Y2 j  Z 2 k

Notemos que: ii  jj  kk  1 (quadrados escalares dos vectores unitários), e por outro lado
temos: ij  ji  ik  ki  jk  kj  0 porque são perpendeculares.

21
Multiplicando ab   X 1i  Y1 j  Z 1k  X 2 i  Y2 j  Z 2 k  , usando a propriedade distributiva e as
notações acima temos: ab  X 1 X 2  Y1Y2  Z 1 Z 2 .

Aproveitando a última formula para dar o critério de perpendecularidade dos vectores na forma
algébrica temos:

a  b  X 1 X 2  Y1Y2  Z1 Z 2  0

2.6 Ângulo entre Vectores

Da definição do producto escalar temos:

ab
 
cos a, b 
ab

Em coordenadas a mesma formula dá:

X 1 X 2  Y1Y2  Z1 Z 2
 
cos a, b 
2 2 2 2 2 2
X 1  Y1  Z 1 X 2  Y2  Z 2

2.6.1 Projecção de um Vector Sobre o Outro

Da propriedade III do produto escalar concluimos que:

ab
Prb a 
b

2.7 Aplicações do produto escalar na Mecânica

Seja a força F actua sobre o ponto material O o que resulta a deslocamento deste ponto ao longo
do vector s. Que trabalho efectua neste caso a força F. Primeiro desenvolvemos o vector F na
base ortogonal XOY.

22
F  Fx  Fy

Então, o trabalho efectuado por F é igual a soma dos trabalhos efectuados pelas Fx, Fy. Mas, a
força Fy, não efectua nehum trabalho porque não há deslocação ao longo do eixo OY, por isso, o
trabalho efectuado pela força F é igual ao trabalho efectuado pela força Fx que, por seu turno é:

W  Fx s  Fs cos   Fs

2.8 Problemas resolvidos

1. Dados vectores unitários a, b, c tais que a + b + c = 0. Calcular ab + ac + bc.


2

a  b  c  0  a  b  c   0  a 2  b 2  c 2  2ab  2ac  2bc  0 
Resolução:
2ab  ac  bc   3  0  ab  ac  bc  1,5

Propriedades usadas: quadrado escalar, quadrado do trinómio.

2. Vectores a e b formam ângulo de 30o entre si, os seus módulos são 3 e 1


respectivamente, determinar os módulos dos vectores a + b e a - b.

Resolução

Para este problema pode-se usar o teorema dos cosenos, mas, a solução é mais simples se usar
quadrado escalar.

3
a  b 2    3
 a 2  b 2  2ab  a 2  b 2  2ab cos 30 o 
2
 1  2 3  1
2
7

a  b 2  7  ab  7
3
a  b 2    3
 a 2  b 2  2ab  a 2  b 2  2ab cos 30 o 
2
 1  2 3 1
2
1

a  b 2 1 a b 1

23
3. Dados os vectores AB = b e AC = c coincidentes com os lados do triângulo ABC.
Desenvolver o vector h coincidente com altura BD do triângulo ABC na base constituida
dos vectores b e c

Resolução

h  AD  b  ADc0  b
bc c bc
AD  Prc b   AD  
c c c
bc
h 2
c  b.
c

Propriedades usadas: vector unitário, vetores colineáres, projecção de vector.

4. Achar o angulo obtuso formado por medianas dos ângulos da base dum triângulo
rectangular isósceles.

Colocamos o triângulo no sistema de coordenadas. Se OA = OB = 1 e BC e AD são


medianas, então OC = OD = 0,5. É fácil ver que AD = (0,5; -1) BC = (-1; 0,5).

Aplicando a fórmula de coseno do ângulo entre vectores, obteremos:

24
ADBC  0. 5  0. 5 1
cos      0.8      arccos0,8 .
AD BC 1.25 1.25 1.25

2.9 Problemas Propostos

1. Dados três vectores a, b, c tais que a + b + c = 0 e a = 3, b = 1, c = 4. Calcular ab + ac +


bc.
2. Os vectores a e b tem módulos 3 e 5 respectivamente. Determinar o valor de m para qual
os vectores a + mb e a - mb são perpendeculáres.
3. Dados os vectores a = (4, -2, -4) e b = (6, - 3, 2). Calcular: ab; a2; b2; (3b)(a + 2b);
(a + b)2.
4. Dados os vértices do quadrangulo A(1, - 2, 2), B(1, 4, 0), C(- 4, 1, 1) D(- 5, -5, 3).
Demonstrar que as suas diagonais são perpendeculáres entre si.
5. Determinar o valor de m para o qual os vectores a = mi – 3j + 2k e b = i + 2j – mk são
perpendeculares.
6. Calcular x sabendo que a  xi  3 j  2 k , b  2i  4 j  k e a  b .
7. Achar produto escalar dos vectores 3a  2b e 5a  6b se a  4, b  6 e a b   60 .
 0

8. Achar x sabendo que a   x, 8, x , b   x, 1 8, 2 e a  b.


9. Achar 5a  3b 2a  b  se a  2, b  3 e a  b.
10. Dados os vétices do triângulo ABC. Achar o ângulo ABC e perímetro do triângulo se:

a) A2, 2, 0 , B1, 1, 0, C 0, 0, 2 ; 
    
b) A 2 , 0, 0 , B 2 , 2, 0 , C 0, 0, 2 
c) A 1,  2, 4, B 4,  2, 0 , C 3,  2, 1 .
11. Os vectores a  3,  1, 5, b  1, 2,  3 e x satisfazem as condições ax  9, bx  4
e vector x é perpendecular ao eixo OZ achar o vector x.
12. Achar a projecção do vector a  4,  3, 2 sobre eixo s que forma com os eixos das
coordenadas ângulos agudos iguais entre si.
 
13. Achar a projecção do vector a  2 ,  3,  5 sobre eixo s que forma com os eixos das
OX e OZ ângulos 45o e 60o respectivamente e com eixo OY um ângulo agudos.
14. Achar a projecção do vector a  1,  3, 4 sobre o vector b  c se
b  3,  4, 2 c   1, 1, 4 .
15. Achar as projecções do vector a sobre o vector b sendo:
a) a  1,  1, 2  b  1,  2, 2 
b) a  1, 3, 8 b  2, 1, 2 
16. Achar o ângulo entre os vectores a  1, 2  b   2, 1 .

25
17. Determinar os ângulos do triângulo ABC sendo A2,  1, 3, B1, 1, 1, C 0, 0, 5 .
18. Prove a identidade a  b   a  b   2a  b  e dê sua interpretação geométrica.
2 2 2 2

19. O ângulo entre cada par dos vectores a, b, c é igual a 60o, a = 4, b = 2, c = 6. Achar
módulo do vector a + b + c.
20. Prove que o vector p  bac   cab  é perpendecular ao vector a.

Respostas:
1)  13. 2)  0.6 3 a) 22; b) 36; c ) 49; d )  200. 5)  6. 6)  5. 7) 336. 8)  1. 9) 13.
10 a) 135 0 , 10  2  2; b) 45 0 , 4  2 2 ; c ) 11) 2,  3, 0 . 12) 3. 14) 5. 15 a ) 7 3 b) 7.
16) 90 0. 17) 90 0 ; 45 0 ; 45 0. 18) Soma dos quadrados das diagonais do paralelogramo é igual a soma
dos quadrados dos seus lados 19) 10.

Capítulo 3
Produto vectorial

3.1 Definição

Chama-se produto vectorial dos vectores a e b ao vector c que:

a) É perpendecular aos vectores multiplicados;


b) Tem tal sentido, que se olhar da sua extremidade, a rotação mais curta de a para b vê-se
no sentido anti-horário (nesse caso dizem que vector a, b, c formam um termo direito);
c) O módulo de c é igual ao produto dos módulos dos vectores multiplicados vezes seno de
ângulo entre eles.

Notações usadas para o produto vectorial são:

a  b ou ab

Neste manual usaremos: a  b  a b  sen  onde Θ é o ângulo formado pelos vectores a e b


ou seja: sen    sena b  .

26
3.2 Propriedades do produto vectorial

a) Lei anti-comutativa.

Quando mudamos a ordem dos vectores no produto vectorial, muda-se o sentido de rotação mais
curta do primeiro vector para o segundo e junto muda o sentido do produto vetorial. Por isso:

a  b  b  a 

b) Sentido geométrico de módulo do produto vectorial.

Quaisquer dois vectores não colineáres geram um paralelogramo cuja área calcula-se pela
fórmula:


A  a  b  sen a  b 
O que coincide com o módulo do produto vectorial.

c) Associatividade do factor escalar

a  kb  k a  b 

Realmente se k > 0, a orientação dos vectores a, kb e a x b não se muda e junto com a


multiplicação de módulo do vector b por k, a área do paralelogramo gerado por a e b multiplica-
se por mesmo número.

27
Se k < 0, a orientação dos vectores a, kb e a x b muda-se e junto muda o sinal kb e a x b. Por
isso a relação acima mantém-se neste caso também. Na prática isto significa que nos podemos
movimentar um factor numérico livremente no produto vetorial.

d) Produto vectorial dos vectores colineáres

 
a // b  a  b  0 ou a b   180
 0

Em ambos os casos sen a b   0 , por isso a // b  a  b  0 .


Aplicando a definição do produto vectorial para os ortos i, j, k obtemos:

ii  j j  k k  0
i  j  k , i  k   j, j  k  i
j  i   k , k  i  j , k  j  i

e) Lei distributiva

a  b  c  a  b  b  c.
A prova desta lei é bastante complicada e é omitida neste Manual.

3.3 Produto vectorial em coordenadas

Sejam :

a  X 1i  Y1 j  Z1 k , b  X 2 i  Y2 j  Z 2 k

Então:

a  b   X 1i  Y1 j  Z 1k    X 2 i  Y2 j  Z 2 k 
a  b  X 1 X 2 i  i  X 1Y2 i  j  X 1 Z 2 i  k  Y1 X 2 j  i  Y1Y2 j  j  Y1 Z 2 j  k
Z 1 X 2 k  i  Z1Y2 k  j  Z1 Z 2 k  k
a  b  X 1Y2 k  X 1 Z 2 j  Y1 X 2 k  Y1 Z 2 i  Z 1 X 2 j  Z 1Y2 i
a  b  Y1 Z 2  Z1Y2  i   X 1 Z 2  Z 1 X 2  j   X 1Y2  Y1 X 2  k.

28
A fórmula obtida é bastante complicada e para simplifica-la introduzimos o conceito de
determinante de terceira ordem.

Chama-se determinante de terceira ordem ao número obtido da tabela de modo seguinte:

a1 b1 c1
a2 b2 c 2  a1b2 c 3  a 2 b3 c1  b1c 2 a3  c1b2 a 3  b1a 2 c3  a1c 2 b3
a3 b3 c3

É fácil recordar esta fórmula se notar que os produtos munidos com sinal mais calculam-se pelo
esquema a e com sinal menos com esquema b

A fórmula de cálculo de determinante de tercera ordem pode ser reduzida de modo seguinte:

a1b2 c3  a 2 b3 c1  b1c 2 a3  c1b2 a 3  b1a 2 c3  a1c 2 b3 


a1 b2 c3  c 2 b3   b1 c 2 a3  a3 c 2   c1 a 2 b3  a3b2 
b2 c2 a c2 a b2
 a1  b1 2  c1 2
b3 c3 a3 c3 a3 b3

Então, de um lado, encontramos a ligação entre os determinantes de terceira e de segunda ordem

a1 b1 c1
b c2 a c2 a b2
a2 b2 c 2  a1 2  b1 2  c1 2
b3 c3 a3 c3 a3 b3
a3 b3 c3

E, por outro lado, a forma muito simples para o produto vectorial em coordenadas

i j k
a  b  X1 Y1 Z1
X2 Y2 Z2

29
3.4 Problemas resolvidos
1. O vector x é perpendecular aos vectores a = (4, -2, -3) e b = (0, 1, 3) e forma um ângulo
obtuso com o eixo OY. Achar o vector x se x  26 .
a) Podemos resolver o problema usando o produto escalar, o que leva ao sistema das
equações:
4 x  2 y  3 z  0
 y  3z  0

 2 2 2
 x  y  z  26
y  0

b) Mas a resolução mais simples se tornar em cosideração que o vector x é colinear ao
produto vectorial.

i j k
a  b  4  2  3  3 i  12 j  4 k .
0 1 3

Por isso x   3k ,  12k , 4k  e 9 k  144 k  16 k  969  169 k  679  k  4 .de duas


2 2 2 2 2

raizes da última equação temos que escolher k = 2 para coordenada y do vector x seja negativa.

Resposta x   6,  24, 8 .

2. Seja: a + b + c = 0. Demonstrar que a  b  c  b  a  c

Se a + b + c = 0 os vectores a, b e c formam um triângulo (regra de polígono).


a  b , c  b e a  c são áreas dos paralelogramos iguais, como se vê na figura acima.

30
3.5 Problemas Propostos:
1. Os vectores a e b formam angulo de 30o, a = 6, b = 5 calcular a  b .
2. Dados os módulos dos vectores a  3, b  26 . O módulo do produto vectorial
a  b  72 . Calcular o produto escalar ab.
3. Achar o produto vectorial dos vectores:
a  1,  1, 2  e b  0,  3, 2; a  1, 2, 0 e b   1, 0, 3
a  i  2 j  3k e b  i  j  k ai j e b  i  k.
4. Calcular a área do paralelogramo gerado pelos vectores

a  6 i  3 j  2 k e b  3i  2 j  6k ; a i e b  jk

5. Dados os vectores a = (3, -1, -2) e b = (1, 2, -1). Achar os vectores a x b; (2a+b) x b;
(2a + b) x (2a – b ).
6. Achar a área do triângulo ABC se :
a) A1, 2, 2 , B3, 0,  3, C 5, 2, 6 
b) A1, 1, 1, B2, 3, 4, C 4, 3, 2 
c) A2, 2, 2, B4, 0, 3, C 0, 1, 0
7. Calcular [a x b] x c e a x [ b x c ] se a  2,3, 1, b   3, 1, 2 ; c  1, 2, 3 .
8. Achar o ângulo entre os vectores a e b sabendo que ab = - 9 e a x b = 3i – 6j + 6k.

Respostas:

1 15. 2  30 3 a ) 4,  2,  3; b) 6,  3, 2  4 a ) 49; b) 2.


5 a ) 5, 1, 7 ; b) 10, 2, 14  c )  20,  4,  28.
65
6 a) 14; b) 24 ; c) . 7  7, 14,  7 . 8 135 o.
2

31
Capítulo 4
Produto Misto

4.1 Definição

Chama-se produto misto de três vectores a, b, c ao produto vectorial a x b multiplicando


escalarmente por c. A notação usada para o produto misto é:

abc  a  b c.

O módulo do produto misto abc é igual ao volume do paralelogramo gerado por vectores
multiplicados.

Seja recta S1 S2 é perpendecular ao plano formado pelos vectores a e b. Então, o vector a x b tem
a direcção desta recta e consideremos dois casos possiveis:

a) a, b e c formam um termo direito (paralelopípedo superior). Neste caso o vector a x b te


m sentido de OS1 e:
abc  a  b  c  a  b Prab c.

Mas como se sabe, a  b é área da base do peralelepípedo gerado pelos vértices a, b, c Pr a x b c


é a sua altura.

b) a, b e c formam um termo esquerdo (paralelopípedo inferior). Neste caso o vector a x b


também tem sentido de OS1, mas abc, tendo o mesmo módulo (volume do
paralelopipedo), tem sinal negativo, por causa de
Prab c  0

32
4.2 Sinal do produto Misto

A investigação feita acima resulta a propriedade seguinte: produto misto abc é positivo em caso
de os vectores a, b, c formam o termo direito e negativo em caso de formar o termo esquerdo.

4.3 Lei da comutividade

Mudando a ordem de quaisquervectores vizinhos no produto misto nos mudaremos a orientação


do termo dos vectores multiplicados (termo direito passa em termo esquerdo ou vice-versa).
Segundo a propriedade anterior tal mudança de ordem dos vectores leva a mudança do sinal do
produto misto assim:

bac  abc , acb   abc

4.4 Propriedade cíclica do produto misto

Consideremos as mudanças possíveis da ordem dos vectores no produto misto, diferentes das
considerados acima.

abc, bca , cab

É cómudo investigar esta mudança a partir do diagrama ciclica em baixo.

Movendo no sentido anti-horário, encontramosos produtos indicados acima, se começamos o


movimento a partir dos vectores a, b,c respectivamente. Tal mudança de ordem dos vectores não
muda a sua orientação (verifique no caso de ortos i, j, k) e como consequência não muda o
produto misto. Então:

abc  bca  cab

33
4.5 Produto Misto em Coordenadas

Sejam :

a  X 1i  Y1 j  Z 1 k , b  X 2 i  Y2 j  Z 2 k , c  X 3 i  Y3 j  Z 3 k

Então:

abc  a  b c  Y1 Z 2  Z 1Y2 i   X 1 Z 2  Z1 X 2  j   X 1Y2  Y1 X 2  k . X 3i  Y3 j  Z 3 k 


abc  X 3 Y1 Z 2  Z 1Y2   Y3  X 1 Z 2  Z1 X 2   Z 3  X 1Y2  Y1 X 2 
X1 Y1 Z1
abc  X 2 Y2 Z2
X3 Y3 Z3

A última fórmula pode ser facimmente memorizada.

4.6 Criterio de coplanaridade de três vectores

Se três vectores são complanares, sempre é possível faze-los pertencer ao mesmo plano e neste
caso o paralelepípedo gerado pôr três vectores não complanares degenera-se em paralelogramo.
A partir do sentido geométrico do módulo do produto misto concluimos que neste caso o último
é igual a zero. Assim, a igualdade

X1 Y1 Z1
abc  X 2 Y2 Z2
X 3 Y3 Z3

Pode servir como o critério de complanaridade, ou que é o mesmo, da dependência linear de três
vectores.

34
4.7 Problemas Resolvidos
1. O vector c é perpendecular aos vectores a e b, o ângulo entre os vectores a e b é igual a
30o, a  6, b  3, c  3 calcular abc.

Resolução

Se os vectores são orientados como no desnho o produto misto é igual ao volume do


paralelepípedo formado pelos vectores a, b, c. A área da base encontramos como o módulo do
produto externo:

a  b  6  3sen30  9

A altura do paralelepípedo neste caso é igual a c  3 então abc = 27, se os vectores abc formam
um termo esquerdo abc = -27.

2. Achar a altura do tetraedro ABCD que passa pelo vértice D, se:

A2, 3, 1, B4, 1,  2  C 6, 3, 7 , D 5,  4, 8

Resolução

Da geometria espacial (estereometria) é conhecido que o volume do tetraedro gerado por três
vectores é igual a um sexto do volume de paralelepipedo gerado pôrmesmos vectores. Por outro
lado, o volume do tetraedro é igual a um terço do produto da sua base por altura. Aproveitamos
estes conhecimentos para resolver o problema.

Primeiro, calculamos as coordenadas dos vectores AC = (4, 0, 6), AB = (2, -2, -3)
AD = (-7, -7, 8).

Segundo, calculamos o volume do paralelepípedo gerado por estes vectores como módulo do
produto misto dos mesmos

35
2 2 3
AB  AC  AD  4 0 6  84  84  84  56  308
7 7 7

Então, o volume do paralelepípedo é 308 e do tetraedro = 308/6 = 154/3.

Terceiro, calculamos a área de base do tetraedro como a metade do módulo do produto vectorial
dos vectores AB e AC.

i j k
AB  AC   2  2  3  12 i  24 j  8k
4 0 6

1
Assim que AABC  12 2  24 2  8 2  14 então recordandando que o volume do tetraedro é:
2
1 154 1
Vtetraedro  AABC h   14  h  h  11.
3 3 3

4.8 Problemas Propostos:

1. Os vectores a, b, c são perpendeculáres entre si e formam um termo direito. Achar abc,


a  4, b  2 c  3.

2. Dados os vectores a  1,  1, 3, b   2, 2, 1 c  3,  2, 5. calcular abc.


3. Estabelecer a complanaridade de termos dos vectores:
I. 2, 3,  1, 1,  1, 3 1, 9,  11,
II. 3,  2, 1, 2, 1, 2 3,  1,  2,
III. 2,  1, 2, 1, 2,  3 3,  4, 7,
4. Demonstrar que 4 pontos A1, 2,  1, B0, 1, 5 C  1, 2, 1, D2, 1, 3 pertencem ao
mesmo plano.
5. Calcular o volume do tetraedro com vértices
A2,  1, 1, B5, 5, 4  C 3, 2,  1, D4, 1, 3
6. O volume do tetraedro ABCD é igual a 5. Três dos seus vertices são
A2,  1, 1, B3, 0, 1 C 2,  1, 3 . O vértice D está situado no eixo OY. Achar as
coordenadas do vertice D.
7. Achar a altura do tetraedro ABCD que passa pelo vértice B, se:
I. A3,  2, 3, B1, 0, 0 C 1, 0, 3, D1,  2, 5
II. A3, 2, 3, B1, 4, 3 C 3, 4, 3, D3, 4, 5

36
8. Prove a identidade a  b b  c a  c   2abc .
9. Prove que os vectores a, b, c que satisfazem a condição a x b + b x c + c x a = 0.

Respostas:

1 24. 2  7 3 i ) Complanares; ii ) nao Complanare s iii ) Complanare s


5 3. 6 0, 8, 0, 0,  7, 0 7  i ) 2 2 . ii ) 2.

Capítulo 5
5. Números Complexos
5.1 Resumo Teórico

Definição: Chama-se conjunto dos números, e representa por C, ao conjunto R2 dos pares
ordenados de números reais com soma vectorial, produto e multiplicação por um escalar, i.é,
x1 , y1   x2 , y 2   x1  x2 , y1  y 2 
x1 , y1   x2 , y 2   x1 x2  y1 y 2 , x1 y 2  x2 y1 
a   x, y   ax, ay ,  aR
Dados um número complexo z = (x, y), então diz-se que x= Re(z) é parte real do número
complexo z e y = Im(z) é parte imaginária do número complexo z.

Denomina-se unidade real de C ao número (1, 0) = 1 e unidade imaginária de C ao número


(0, 1) = i.

Da definição da multiplicação resulta que i 2  (0,1).(0.1)  (0,1)  1, então i   1 .

O número complexo z = (x, 0) = x, com y = 0, denomina-se número real puro. Mais ainda, se
z = (0, y) = iy, com x = 0, denominar-se-á número imaginário puro.

Dois números complexos dizem-se iguais se e só tiverem ambos a mesma parte real e a mesma
parte imaginária, i.é, sendo dados z1  ( x1 , y1 ), z 2  ( x2 , y 2 )

z1  z 2  x1  x2 y1  y 2

Forma algébrica dos números complexos

A utilização da unidade imaginária permite representar qualquer número complexo (x, y) sob
forma, denominada forma algébrica. Com efeito, como

37
(x, y) = (x, 0) + (0, y) = (x, 0) + (y, 0) x (0,1) = x + iy, ou simplesmente z = (x, y) = x + iy, cujo
segundo membro se chama forma algébrica do número complexo (x,y).

Conjugado

Definição: dois números complexos dizem-se conjugados quando têm as partes reais iguais
e partes imaginárias simétricas (ver figura).

Assim, o conjugado do complexo z=x+iy, que se representa por z , é o complexo z =x-iy2

Sobre dois números complexos dados na forma algébrica, isto é, z1=x1+iy1 e z2=x2+iy2

São válidas as seguintes operações:

1. z1  z 2  ( x1 , y1 )  ( x 2 , y 2 )  ( x1  x 2 , y1  y 2 )  ( x1  x 2 )  i ( y1  y 2 )
2. z1 .z 2  ( x1 , y1 )  ( x 2 , y 2 )  ( x1 x 2  y1 y 2 )  i ( x1 y 2  x 2 y1 )
z1 z1 .z 2 ( x  iy1 )( x 2  iy 2 ) x1 x 2  y1 y 2 x y  x1 y 2
3.   1  2 2
 i 2 21
z 2 z 2 .z 2 ( x 2  iy 2 )( x 2  iy 2 ) x y x  y2

Módulo

Definição: Dado

z  x  iy C , chama  se módulo ( ou valor absoluto ) de z , ao número real não negativa


p  z  x2  y2

Interpretação geométrica do número complexo

O número complexo z = (x, y) = x + iy corresponde um ponto P do plano cartesiano R2, de


abcissa x e ordenada y, que se chama imagem de z. Nestas condições, o plano cartesiano R2
no qual estão representados os números complexos chama-se o plano complexo.

38
Forma exponencial e polar / trigonométrica de número complexo

O número complexo z = x + iy pode ser representado na forma exponencial


z  p.e10 sendo   arg( z ) (arg umento principal do número complexo z ) que pode ser
calculado usando as fórmulas

  y
  arctan , se x  0
 x
 y
    arctan , se x  0  y  0
 x
 y
    arctan , se x  0  y  0
 x

 
 , se x  0  y  0
 2
 
   , se x  0  y  0
 2
  0, se x  y  0

Consideremos na forma polar

 x   cos
 ,   0, 0    2 . Então, sendo válida a
 y   sen
fórmula de Euler e i  cos   isen , temos z   .e i   .(cos  isen ), forma
trigonométrica de número complexo. Nestas condições, são válidas as segu int es operações :

1. z1 .z 2  1 e i 1 . 2 e i 2   1  2 .e i ( 1 2 )   1  2 .(cos(1   2)  sen( 1   2))


z1  1e i 1  1 i ( 1 2)  1
2.   e  (cos( 1   2)  isen( 1   2))
z 2  2 e i 2  2 2
3. z p   p e ip   p (cos p  isenp )

39
Raiz de um número complexo

Chama-se raiz de índice natural n ((n  2) de um número complexo z a todo o número w que
verifique a condição wn = z, escrevendo então n
z  w.

Seja
z  (cos  isen ) o númerodadoe suponhamosque w  R(cos  isen)
Recorrendoa formulade Moivre(cos  isen)n  (cos(n)  isen(n))
obtém se Rn (cos(n)  isen(n))  (cos  isen ). portanto Rn    n  
  2k
 2k , k  Z ou seja R  n     . Contudo, as raízes
n
de índicen do númerocomplexoz)  (cos  isen ) são dadas pela expressão:
n    2k   2k 
z  n p cos  isen , k  Z. Que é a generaliza
ção da fórmulade
 n n 
Moivre

Observação: Caso o índice for racional, teremos


p
 p (  2k )  p(  2k )
z n  n z p  n p p  cos   isen , k  Z , n  ..
 n  n

5.2 Problemas Resolvidos

1. Calcule, apresentando na forma algébrica


6
1 1 i 
a) 1  2i  1
i  
1 i 

1 1
Resolução: atendendo a que 1  2i 1  ei 1  , teremos
1  2i i

1  2i 1  i 1  1  i  1 1 1 i
  .Começamos por efectuar as operações de divisão de
1 i 1  2i i 1  i
números complexos:

1 1  2i 1  2i 1 2 1 i 1  i 1  i 1  i 
    i ;   i ;  i
1  2i 1  2i 1  2i  5 5 5 i i. i  1  i 1  i 1  i 

40
A seguir calculamos a potencia i 6  1 . A operação de elevação de um número complexo a um
expoente inteiro pode ser realizada, também, utilizando a forma trigonométrica da base.

Atendendo a que i  1, arg i   , obtemos:
2
6 6
1 i  6     
   i  1. cos  isen   cos 3  isen3  1
1 i    2 2 

6
1 1 i  1 2 1
Agora ,obtemos: 1  2i  1
i     i  i  1   4  7i .
1 i  5 5 5

6
 1 i 
b)  
  1  3i 

Resolução: Primeiramente, vamos efectuar a divisão do número z1  1  i por z 2  1  3i ,


representando-os, digamos,
sob a forma exponencial. Atendendo a que
1 
r1  z 1  2 , 1  arg z1  arctag 
1 4

3 2
r2  z2  2.  2  arg z2    arctan  ,
 1 3

 i 11

i 2i z 1 i 2e 4
1 i 12
Obteremos z1  2e 4 , z 2  2e 3
. Então, 1   
 e
z 2  1  3i 2i
3
2
2e
6 6
 1 i   1 i 1112  i
11
 11 11 
Assim     e 
  8e 12
 8 cos  isen   8i
  1  3i   2   2 2 

2. Calcule as raizes dos seguintes números complexos

3
a)  1  3i  2

Resolução

Primeiro, transformamos o número complexo  1  3i  para a forma trigonométrica.


3 2
Atendendo a que  1  i 3  2, arg(1  i 3 )    arctg  , obtemos
1 3

41
 2 2 
(1  i 3 )  2 cos  isen  aseguir, achamos
 3 3 
3 3
 2 2 

z  1 i 3 2   1  i 3 
3 3
 2  cos
3
 isen 
3 

 2 2 cosk  1   isenk  1  k  0,1.

Tomando sucessivamente k = 0 e k = 1, encontramos dois valores de z:

z1  2 2 e z 2  2 2 .

5.3 Problemas Propostos

1. Calcule, apresentando o resultado na forma algébrica


3 3 10 8 10
 3i   3i 2  1  i   1 i   2  3i 
a)   b)    
 1  2i   c) 1  i 2   1  i  d) e)  
 1 i   3i  1  5i 
2. Calcule as raizes dos seguintes números complexos:
5 4

1 i 3 2i 2 2
a) 6 64 b) 2  2 3i c)   d)   e)  8i  3 f) 3 1
1 i   1  2i 
3. Determine as raizes das equações:
a) z 2  2iz  3  0 b) z 3  8  0 c) z 2  6  8i  0 d) z 4  iz 3  8iz  8  0
e) z 6  7 z 3  8  0

Respostas

1
1 a )  2  2i; b) 1  i ; c) 1  i; d )  8 1  i 3 ; e) 1 i
 
4 32
3 1
 
2 a )  2,  1  i 3 ,  1  i 3 ; b)  3  i ; c )  i, 
2 2
 i;

1 3
d )  1; e) 2  2i 3 ,  4; f ) 1,   i
2 2
3 a) i,  3i; b)  2, 1  i 3; c )  2 2  i ; d )  i, 2i,  3  i;
1 3
e) 1,  2,   i, 1  i 3
2 2

42
Capítulo 6
6. Aplicação da Álgebra Vectorial para Geometria Analítica.
6.1 Alguns Conhecimentos da Geometria Espacial

Conceitos primários da geometria espacial são: o ponto, a recta, o espaço.

Colinearidade (pontos colineares) – são os pontos pertecentes a mesma recta.

Complanaridade (pontos ou rectas complanares) – significa pertecentes a mesmo plano.

ALGUNS AXIOMAS

Axioma 1. Dois pontos diferentes determinam uma recta.

Axioma 2. Três pontos não colineáres determinam um plano.

Axioma 3. Se dois pontos diferentes pertencem simultaneamente a uma recta e a um plano,


então essa recta está contida nesse plano.

Axioma 4. A intersecção de dois planos diferentes que tenham um ponto comum é uma recta.

PRIMEIROS TEOREMAS

Teorema 1. Duas rectas interctastes r e s determinam um plano que as contem.

Teorema 2. Uma recta r e um ponto A não pertencente a r determinam um plano que as contem.

POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RECTAS

1. Rectas são intersectastes se tiverem um ponto comum.


2. As rectas paralelas são complanáres e não intersectastes.
3. As rectas são cruzadas, quando não existe um plano que as contenha. Por outras palavras
as rectas r e s dizem-se cruzadas se elas são paralelas e não se interctam.

43
6.2 Recta e Plano Paralelos

Teorema 1. Seja a recta r paralela ao plano P. Se o plano Q que contem r intersecta o plano P na
recta s, então r e s são paralelas.

Teorema 2. Uma recta r é paralela ao plano P se r for paralela a uma recta s pertecentes ao
plano P.

6.3 Recta e Plano Intersectastes

Definição. Uma recta r é perpendecular ao plano P se r for perpendecular a todas as rectas do


plano que passam pelo ponto de intersecção de r e P.

Teorema 1. Uma recta r é perpendecular ao plano P se r for perpendecular a duas rectas do


plano P intersectastes no ponto de intersecção r e P.

r  r1  r  r2   r  P

44
Teorema 2. Dada uma recta r e ponto M, existe um único plano P que passa por P e é
perpendecular r.

Teorema 3. Dado um plano P e um ponto qualquer M, existe uma única recta r que passa por M
e é perpendecular ao plano P.

6.4 Plano Paralelos

Teorema 1. Se duas rectas intersectastes dum plano forem paralelos a duas rectas intersectastes
dum outro plano, então os dois planos serão paralelos.

Teorema 2. Se dois planos diferentes P e Q são paralelos e um plano R os intersecta nas rectas a
e b, então as rectas a e b são paralelas.

r1 // r2  s1  s 2   P // Q P // Q  a // b

6.5 Plano Intersectastes

Planos não paralelos são intersectastes. Na intersecção de dois planos temos uma recta.

Definição. Chama-se diedro PQ à união de dois semiplanos dos planos diferentes com a origem
na mesma recta r.

Dois planos intersectastes formam quatro diedros. A recta r chama-se aresta de diedro. Os
semiplanos P, Q chamam-se faces do diedro. Escolhemos um ponto A sobre a aresta do diedro e
traçamos deste ponto sobre cada face as perpendeculáres AB e AC a aresta r. Obteremos o ângulo
BCA que se diz ângulo linear do diedro ou ângulo diedrico. O ângulo linear do diedro não
depende da posição do ponto A sobre a aresta. Por isso, o valor do ângulo diedrico é a medida do
diedro.

45
Teorema 1. O plano que contem os lados do ângulo diedrico é perpendecular à sua aresta.

Teorema 2. Se um plano P contem a perpendecular a outro plano Q, então os planos P e Q são


perpendeculáres.

r  P  r  Q   P  Q
6.6 Projecção do Ponto e da Recta Sobre o Plano

Sejam dados um plano P e um ponto M fora do plano. Baixamos uma perpendecular a do ponto
M ao plano P. M’ é o ponto de intersecção da recta a com o plano P. O ponto M’ é a base da
perpendecular ao plano e chama-se projecção do ponto M sobre o plno P. Simbolicamente
escrevemos:

M '  PrP M .

Para achar a projecção duma recta r sobre o plano P traçamos um plano Q perpendecular ao
plano P que contem a recta r. A intersecção dos planos dos planos P e Q é uma recta r’ que será
projecção da recta r sobre o plano P e escreve-se simbolicamente:

r '  PrP r .

6.6.1 Projecção do Ponto sobre a Recta

Seja dado um ponto M e uma recta r. Traçamos o plano P pelo ponto M perpendecularmente à
recta r. O ponto de intersecção deste plano com a recta r chama-se a projecção do ponto M sobre
a recta r e escreve-se simbolicamente:

46
M '  PrP M . Claro, que MM '  r.

6.7 Angulo entre recta e plano

Sejam dados: o plano P e a recta r obliqua ao plano P. Projectamos a recta r obliqua ao plano P.
Projectamos a recta r sobre o plano P. A recta r e a sua projecção r’ encontram-se no mesmo
plano projetaste e formam um angulo α que se admite como o ângulo entre a recta r e o plano P.

Capítulo 7
7. Equação da Recta no Espaço R3.
7.1 Equações Paramétricas e canónicas da Recta

Uma recta pode ser determinada completamente por um seu ponto Mo (xo, yo, zo) e um vector
s  m, n, p  colinear com a recta (vector director da recta)

47
Consideremos um ponto aerbitrário da recta M (x, y, z) e associamos com este ponto o vector
r = OM com as mesmas coordenadas (vector posição do ponto). O vector posição do ponto
dado Mo é ro = OMo = (xo, yo, zo) (para não complicar o desenho omitimos os eixos de
coordenadas).

r = ro + MoM = ro + ts. Cada ponto M (x, y, z) da recta (melhor dizer o vector posição deste
ponto) verifica a última equação e nenhum ponto que não pertence a recta não a verifica. O
parâmetro t varia-se de - ∞ até ∞ quando o ponto móvel M (x, y, z) percorre toda a recta a
equação:

r  r0  ts ,    t  

denomina-se equação vectorial da recta.

Do critério de colinearidade dos vectores s e MMo = (x – xo, y – yo, z - zo) segue:

x  x0 y  y0 z  z 0
 
m n p

Esta última equação é chamada equação canônica da recta no espaço R3. Designemos o valor
comum das relações desta equação (parámetro) por t e igualando lhe cada relação, obtemos as
equações paramétricas da recta

 x  x0  mt

 y  y 0  nt  t  R
 z  z  pt
 0

Observação:

Em caso do vector director for perpendecular a um ou mais eixos coordenados, as componente


correspondentes do vector são iguais a zero, o que implica a igualdade a zero alguns
denominadores na equação canónica da recta. Neste caso recomenda-se substituir a equação
canónica por sistema de duas equações igualando entre si as relações diferentes e transformar as
equações obtidas omitindo os denominadores.

7.1.2 Equação da Recta que passa por dois pontos dados

Sejam dados os pontos M 1 x1 , y1 , z1  e M 2  x2 , y2 , z 2  . Admitamos o vector


M 1 M 2   x2  x1 , y 2  y1 , z 2  z1 , como o vector director da recta e escolhendo um dos pontos,
por exemplo M1, da equação canónica da recta obteremos a equação procurada:

x  x1 y  y1 z  z1
 
x 2  x1 y 2  y1 z 2  z1

48
7.2 Divisão do seguimento em relação dada

Seja dado o seguimento M1M2, onde M 1 x1 , y1 , z1  e M 2  x2 , y2 , z 2  . Dizem que o ponto M


M 1M
(x, y, z) divide o seguimento M1M2 em relação λ se : 
MM 2

Determinemos as coordenadas do ponto M a partir do ponto das coordenadas dadas das


extremidades do seguimento M1M2. Cosideremos os vectores posições de cada ponto com as
mesmas coordenadas. Segundo a condição M1 M = λMM2. Mas M1M = r – r1, então
r    r2
r  r1   r2  r  . Daqui resulta r  1 . O critério de igualdade dos vectores dá as
1 
formulas procuradas

x1    x 2 y1    y 2 z1    z 2
x , y , z
1  1  1 

Em caso de λ = 1 o ponto M divide o segmento em duas partes iguais, então, as coordenadas


do centro do segmento M1 M2 são:

x1  x 2 y1  y 2 z1  z 2
x , y , z
2 2 2

7.3 Problemas Resolvidos:

1. Achar a equação canónica da recta que passa pelo ponto A (3, -2, 1) paralelamente ao
vector s = (2, 0, -1)

Resolução:

49
x  3 y  2 z 1 x3 y 2
Formalmente temos:   , o que é equivalente ao sistema  e
2 0 1 2 0
x  3 z 1  y  2
 dai que resulta  se designamos z = t o sistema obtido da equação
2 1  x  2 z  5
 y  2

paramétrica da mesma recta é :  x  2 z  5
z  t

x 1 y  2 z 1 x3 y
2. Achar o ângulo entre as rectas   e  z
2 4 3 1 2

Resolução:

Não importa se as rectas intersectam-se ou não (são cruzadas) o ângulo entre elas pode ser
determinado através dos vectores-directores correspondentes. Se os últimos forma um ângulo
obtuso, o ângulo entre as rectas é igual ao ângulo complementar dos vectores. Então, os
vectores-directores das rectas são:

s1  2,  4, 3 e s 2   1, 2, 1
s1 s2 2   1   4   2  3  1 7
cos      0,53
s1 s2 2 2   4  3 2
2
 12  2 2  12 147

Daqui resulta que α = 122o, mas o ângulo etre as rectas neste caso é 180o – 122o = 58o.

x y  2 z  3 x  2 y 1 z  2
3. Achar o ponto de intersecção das rectas   e  
2 3 4 0 4 5

Resolução:

50
No início verificamos se as rectas interceptam-se. Neste caso os vectores s1 s2 e M1 M2
devem ser complanáres para as rectas dadas temos:
s1  2, 3, 4 e s2  0, 4, 5, M 1 M 2  2,  1,  1

2 3 4
Critério de complanaridade: 0 4 5  8  30  32  10  0 verifica-se e o ponto de
0 1 1
intersecção encontramos do sistema das equações paramétricas dadas

 x  2t1 x  2
 
 y  3t1  2 e  y  4t 2  1 resulta t1= 1, x = 2, y = 5, z = 7.
 z  4t  3  z  5t  2
 1  2

As recta interceptam-se no ponto A (2, 5, 7).

x  2 y 1 z  3 x 1 y 1 z 1
4. Achar a distância entre as rectas:   e  
1 2 2 1 2 2

Resolução:

No início encontramos o módulo do vector M1 M2, depois M1 N = |Prs M1 M2|. A distância


procurada recebemos do triângulo M1M2N pelo teorema de pitágoras então
M 1 2,  1,  3, M 2 1, 1,  1, s  1, 2, 2, M 1 M 2   1, 2, 2  M 1 M 2  3, s  3

M1M 2  s 7 49 32 4 2
Prs M 1 M 2   d  M2N  M2N  9   
s 3 9 9 3

4 2
A distância entre as rectas é: d 
3

x 1 y z 1 x y 1 z  2
5. Achar a distância entre as rectas   e  
1 1 2 1 3 4

Resolução:

51
Este problema difere do anterior em que as rectas são paralelas. Verfiquemos se elas não se
interceptam, neste caso a distância será igual a zero.
s1  1, 1, 2 e s 2  1, 3, 4, M 1 M 2  1,  1, 1

1 1 2
O criterio de complanaridade 1 3 4  3  2  4  6  4  1  2  0 não se cumpre, então rectas
1 1 1
estão cruzadas. A distância entre as rectas cruzadas é igual ao perpendecular comum que une
estas rectas. Não é difícel encontrar a direcção deste perpendecular como o produto vectorial dos
vectores-directores

i j k
P  s1  s 2  1 1 2  2i  2 j  2k   2,  2, 2  . Agora a distância entre as rectas
1 3 1
determinamos como o módulo da projecção do vector M1 M2 sobre o vector obtido (como no
caso de rectas paralelas todos os vectores que ligam os pontos arbitrários de rectas tem o mesmo
modulo da projeção sobre o perpendecular comum, a distância entre as rectas). Então:

M 1M 2  p 2 1 1
Pr p M 1 M 2    A distância entre as rectas é: d  .
p 12 3 3

7.4 Problemas Propostos:


1. Verifica-se se o ponto A (1, 2, 3) pertence ou não a recta dada:
x  1  t
x  2 y  2 z 1 x3 y 4 z 3 
(i)   (ii)   (iii)  y  2  t
1 4 2 2 3 0  z  3  2t

x  2 x  1
 
(iv)  y  3 (v)  y  2  2t
 z  1  4t z  5  t
 

2. Ache as equações paramétricas e canônicas das rectas que passam pelos pontos A e B, se:

(i) A (-2, 3, 0), B (3, 1, -1); (ii) A (1, 2, 1), B (2, 3, 4); (ii) A (1, 0, -3), B (1, 0, 2).

3. Ache as equações da recta que passa pelo ponto A (3, 4, 5) e paralela a recta seguinte:

52
x  3 y  2 z 1 x  2 y 1 z  2
(i)   (ii)  
2 4 0 1 3 4

4. Ache a equação da mediana AD do triângulo ABC onde A(1, -3, 2), B(2, 4, 6) C(4, 0, -2)

5. Ache o ponto de inerseção das medianas do paralelogramo ABCD onde A (3, 2, 1),
B (4, 3, 2) C (5, 0, -1), D (4, -1, -2).

6. Determine a posição relativa de duas rectas:

x  1  t  x  2  3t x  2  t x  2  t
   
(i)  y  3  2t ;  y  5  6t ; (ii)  y  3 ; y  3
z  4  t  z  3  3t z  4  t z  4  t
   

x  3 y  3 z 1 x2 y4 z
(iii)   ;  
2 3 1 3 1 2

x y  3 z 1 x  3 y 1 z  2
(iv)   ;  
2 0 4 3 4 0

7. Ache a distância entre o ponto M (2, -1, 3) e a recta r = ro + ts, onde:

(i ) r0   1,  2, 1 e s  3, 4, 5; (ii) r0  1, 2, 3 e s  2,  1,  2

8. Ache a distância entre as rectas


x  2 y 1 x2 y4 z2
(i)  z e  
1 2 3 1 1
x7 y4 z3 x  21 y  5 z  2
(ii)   e  
3 4 2 6 4 1

9. Ache o ângulo entre as rectas

x2 y 3 z x3 y 2 z
  e  
2 2 1 2 1 2

Respostas:

53
1 (i) sim; (ii) sim; (iii ) sim; (iv) nao (v ) sim
x2 y 3 z
2 (i) x  2  5t , y  3  2t , z  t ;  
5 2 1
x 1 y  2 z 1
(ii ) x  1  t , y  2  t , z  1  3t;  
1 1 3
x 1 y z  3
(iii ) x  1, y  0, z  3  5t;  
0 0 5
x 3 y  4 z 5 x3 y 4 z 5 x 1 y  3 z  2
3 (i )   ; (ii )   4  
2 4 0 1 3 4 2 5 0
5 4, 1, 0; 6 (i) coincidem; (ii) paralelas; (iii ) int erceptadas; (iv ) cruzadas.
65
7 (i) 1,85 (ii) 8 (i) 0; (ii) 13 9 90 o.
3

Capítulo 8
8. Curvas Planares Da Egunda Ordem

Definição 1.

Curvas planares da segunda ordem ou cónicas são todas as curvas definidas pela equação.

ax 2  bxy  cy 2  dx  ey  f  0

8.1 Elipse

Definição 2. Uma linha sobre o plano chama-se elipse, se existir um sistema de coordenadas
cartesianas XOY tal, que a equação desta linha neste sistema é:

x2 y 2
 1
a2 b2

Claro que noutro sistema de coordenadas a mesma linha terá outra equação. A equação do elipse
dada acima chama-se equação canónica. Suponhamos que nos nunca vimos antes um elipse e
encontramos a forma desta linha investigando sua equação canónica.

54
1. Como as coordenadas x, y entram na equação canónica em quadrado, daqui vemos que se o
ponto M(x, y) pertence a elipse. Mas isto significa que o elipse é simétrico em relação aos
eixos de coordenadas.
b
2. Resolvemos a equação canónica em relação de y   a 2  x 2 , daqui vemos que
a
b 2
a 2  x 2  0   a  x  a. Se resolver a equação canónica em relação a x   b  y2 ,
a
2 2
obteremos b  y  0  b  y  b. As inequações obtidas dizem que a elipse encontra-se
dentro do rectângulo de lados 2a, 2b.
3. Se encontrar os pontos de intersecção da elipse com os eixos coordenados
M x  a, 0, M y 0,  b  e ligar entre si estes pontos de maneira suave, encontramos a linha
procurada.

Pontos Mx, My são chamados vértices do elipse, segmentos 2a, 2b – eixos a, b – semi-eixos,
c
c  a 2  b 2 , a  b  - distância focal, pontos F  c, 0  - focos,   - excentricidade, rectas
a
a
x   - directrizes, segmentos FM – raios focais do ponto M da elipse. Como c  a , focos da

a
elipse encontram-se dentro da elipse,   1,  a , então as directrizes ficam fora da elipse. A

excentricidade caracteriza a forma da elipse. Se   0, c  0, a  b e a elipse transforma-se em
circunstância
x2 + y2 = a2.
Se a  1, c  a e b  0 e a elipse transforma-se em segmento  a, a  . Todas as outras
possíveis formas da elipse entre a circunferência e o segmento correspondem ao valor de
excentricidade 0    1 .

Afinal deduzimos a fórmula para os raios focais do ponto M da elipse.

55
b2 2
r  FM  x  c 2  y 2  x 2  2cx  c 2  y  x 2  2cx  c 2 
a

2
a  x2 
a 2 x 2  2a 2cx  c a 2  b 2 a 2  b 2 x 2 1
 
a
a 2
 cx 
2

1 2 c

a
 
a  cx  a  x  a   . x
a

O sinal + corresponde ao foco direito e – ao foco esquerdo. É interessante que para qualquer
ponto da elipse

F1 M  F2 M  re  rd  a   .x  a   .x  2a .

Por causa desta propriedade nos podemos definir a elipse de modo seguinte:

Definição 3. Chama-se elipse ao conjunto de pontos do plano cuja soma das distâncias a dois
pontos fixos (focos) é constante (2a).

OBSERVAÇÃO: Na definição de curvas da segunda ordem: elipse, hipérbole, parábola o papel


principal pertence ao sistema de coordenadas apropriado, em que a equação da curva é mais
simples, chamada canónica. Mas se o sistema de coordenadas , cujos eixos coincidem com os
eixos da simetria das curvas no caso canónico, são escolhidos de outro modo, a equação da curva
já não é tão simples. Por exemplo, a equação da circunferência da fig. será

x  2 2   y  12  9 .
O que difere muito do caso canónico se desenvolver os quadrados na última equação:

x2 + y2 – 4x + 2y – 4 = 0.

Mas se introduzir novas coordenadas x’ = x – 2, y’ = y + 1.

A equação da circunferência torna-se canónica x’2 + y’2 = 9, e corresponde ao sistema x’O’y’


cuja origem O’ fica no ponto (2, -1) e os eixos O’x’, O’y’ são paralelas aos eixos Ox, Oy.

Daqui segue a recta simples da construção de curvas da segunda ordem, cujas equações não são
canónicas.

56
x  x0 2   y  y0 2  R 2 ,
x  x0 2   y  y0   1,
a2 b2
x  x0 2   y  y0 2  1,
a2 b2
 y  y0 2  2 px  x0 
Basta construir o novo sistema de coordenadas com os eixos x = x0, y = y0, neste sistema as
equações tornam-se canónicas. Isto corresponde a translação dos eixos para o ponto (x0, y0).

Se a equação da curva é dada na forma

ax2 + cy2 + dx + ey + f = 0,

é necessário separar os quadrados perfeitos e reduzir a equação a forma acima mencionada.

EXEMPLO. Construir a curva y2 – 2y – 2x + 5 = 0.

1. Separamos o quadrado perfeito em relação a y: (y - 1)2 – 2x + 4 = 0.


2. Evidenciamos o coeficiente de x e passamos este termo para segundo membro:
 y  12  2x  2 
A última equação determina a parábola y 2  2 x no sistema de coordenadas X O Y  cujos os
eixos passam pelos pontos O ( 2, 1)

8.2 PROBLEMAS PROPOSTOS

CIRCUNFERÊNCIA

1. Formar a equação da circunferência se:

a) O centro esta na origem de coordenadas e o raio é 3;

57
b) O centro esta no ponto C (2, 3) e o raio é 7;
c) Ela passa pela origem de coordenadas e o centro esta no ponto C (6, -8);
d) Ela passa pelo ponto A (2, 6) e o centro esta no ponto C (-1, 2);
e) O segmento AB é um de seus diâmetros, e A (3, 2), B (-1, 6);
f) O centro esta na origem de coordenadas e a recta 3x + 4y + 20 = 0 é a tangente à
circunferência;
g) O centro coincide com o ponto C (1, -1) e a recta 5x – 12y + 9 = 0 é a tangente à
circunferência;
h) A circunferência passa pelos pontos A (3, 1) e B (-1, 3) e o seu centro esta situado na recta 3x
– y – 2 = 0;
i) A circunferência passa pelos três pontos A (1, 1), B (1, -1), C (2, 0);
j) A circunferência passa pelos três pontos A (-1, 5), B (-2, -2), C (5, 5).

2. Escrever as equações de circunferências tangentes às três rectas: 4x – 3y – 10 = 0, 3x – 4y –


5 = 0, 3x – 4y – 15 = 0.

3. Quais de seguintes equações determinam a circunferência. Achar os raios e os centros delas.


a) (x - 5)2 + ( y + 2)2 = 25 f) x2 + y2 – 2x + 4y + 14 = 0
b) (x - 2)2 + y2 = 64 g) x2 + y2 + 4x – 2y +5 = 0
c) (x - 5)2 + ( y + 2)2 = 0 h) x2 + y2 + x = 0
d) x2 + ( y - 5)2 = 5 i) x2 + y2 – 6x – 4y – 14 = 0
e) x2 + y2 – 2x + 4y - 20 = 0 j) x2 + y2 + y = 0.

4. Construir as linhas:

a) y  9  x 2 f) y  15  64  x 2

b) y   25  x 2 g) x  2  9  y 2

c) x  4  y 2 h) x  2  9  y 2

d) x  16  y 2 i) y  3  21  4 x  x 2

e) y  15  64  x 2 j) x  5  40  6 y  y 2

5. Estabelecer a posição do ponto A (1, -2) relativamente as circunferências:

a) x2 + y2 = 9 b) x2 + y2 – 8x – 4y – 5 = 0 c) x2 + y2 – 10x + 8y = 0

58
6. Determinar as coordenadas dos pontos de intersecção da recta 7x – y + 12 = 0 e a
circunferência (x - 2)2 + (y - 1)2 = 25.

7. Determinar a disposição mutua da recta r e da circunferência C, se:


a) r : y  2 x  3, C : x 2  y 2  3x  2 y  3  0

b) r : y  0,5 x  0,5, C : x 2  y 2  8 x  2 y  12  0

c) r : y  2 x  10, C : x2  y 2  1  0

8. Achar a distância mais curta do ponto A até a circunferência C:


a) A (5, -6), C: x2 + y2 + 2x – 4y – 31 = 0; b) A (6, -4), C: x2 + y2 - 4x + 8y 11= 0.

RESPOSTAS

1. a) x2 + y2 = 9 b) (x – 2)2 + (y + 3)2 = 49 c) (x – 6)2 + (y + 6)2 = 100

d) (x +1)2 + (y – 2)2 = 25 e) (x – 4)2 + (y – 1)2 = 8 f) x2 + y2 = 16

g) (x – 1)2 + (y + 1)2 = 4 h) (x – 2)2 + (y – 4)2 = 10 i) (x – 1)2 + y2 = 1

j) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 25
2 2 2 2
10   25   30   5
2. x     y    1 e  x     y    1
7  7   7   7

3. a) C (5, -2), R = 5; b) C (-2, 0), R = 8; c) C (5, -2); d) C (0, 5), R = 5 ;

e) C (1, -2), R = 5; f) ø; g) C (-2, 1); h) C (0,5, 0), R = 0,5 i) ø; j) C (0,5, 0), R = 0,5.

4.
a) Semicircunferência R = 3, C (0, 0), acima do eixo Ox;
b) Semicircunferência R = 5, C (0, 0), abaixo do eixo Ox;
c) Semicircunferência R = 2, C (0, 0), a esquerda do eixo Ox;
d) Semicircunferência R = 4, C (0, 0), a direita do eixo Ox;
e) Semicircunferência R = 8, C (0, 15), acima da recta y – 15 = 0;
f) Semicircunferência R = 8, C (0, 15), abaixo da recta y – 15 = 0;
g) Semicircunferência R = 3, C (-2, 0), a esquerda da recta x + 2 = 0;
h) Semicircunferência R = 3, C (-2, 0), a direita da recta x + 2 = 0;
i) Semicircunferência R = 5, C (-2, -3), abaixo da recta y + 3 = 0;
j) Semicircunferência R = 7, C (-5, -3), a direita da recta x + 5 = 0.

59
5. a) dentro; b) sobre; c) dentro;
6. (-1, 5); (-2, -2).
7. a) intersecta; b) tangente; c) não tem pontos comuns.
8. a) 4; b) 1.

ELIPSE

1. Formar a equação de elipse cujos focos estão situados no eixo Ox simetricamente em relação
é origem e:
a) Semieixos são 5 e 2; b) semieixo maior é 5, distância entre focal é 8; c) semieixo
menor é 12, distância entre focal é 10; d) distância entre focal é 6, excentricidade é 0,6;

e) semieixo maior é 10, excentricidade é 0,6; f) semieixo menor é 5, excentricidade é


12/13.

2. Dada a elipse 9x2 + 25y2 = 255. Achar semieixos, focos, excentricidade, equação de
directrizes.
3. Dada a elipse 9x2 + 5y2 = 45. Achar semieixos, focos, excentricidade, equação de directrizes.
4. Achar a área de quadrângulo cujos vértices estão situados nos focos e nas excentricidades do
eixo menor da elipse x2 + 5y2 = 20.
5. Achar os pontos da elipse 4x2 + 25y2 = 100 cuja abcissa é igual a 3.
6. Determinar a disposição relativamente à elipse 8x2 + 5y2 = 77 dos pontos: A (-2, 3); B (2, -
2); C (2, -4); D (-1, 3); E (-4, -3); F (3, -1); G (3, -2); H (2, 1); P (0, 15); Q (0, -16).
7. Construir as linhas:
3 2 5 1
a) y  16  x 2 b) y   9  y2 c) y   9  x2 d) y  49  y 2
4 3 3 7

RESPOSTAS.

x2 y 2 x2 y 2 x2 y2 x2 y 2
1. a)  1 b)  1 c)  1 d)  1
25 4 25 9 169 144 25 16

x2 y2 x2 y2
e)  1 f)  1
100 64 169 25

2. a = 5, b = 3, c = 4,   0,8, x  6,25 .

3. a  5 , b  3, c  2,   2 / 5 , x  2,5.
4. 16. 5. 3,  1,6 6. A e F pertencem a elipse; B, D, H – dentro; C, E, G, P, Q – fora.

60
7. a) parte superior da elipse; b) parte esquerda da elipse; c) parte inferior da
elipse; d) parte direita da elipse.

HIPÉRBOLE

1. Formar a equação de hipérbole cujos focos estão situados no eixo Ox simetricamente em


relação à origem e:
a) semieixos são 10 e 8; b) semieixo b = 4, distância entre focal é 10;

c) excentricidade é 1,5, distância entre focal é 6; d) semieixo a = 8, excentricidade é 1,25;

4
e) as assimptotas y   x , distância entre focal 20.
3

2. Dada a hipérbole 16x2 – 9y2 – 144 = 0. Achar os semieixos, focos, excentricidade,


assimptotas, directrizes. Construir a linha.
3. Dada a hipérbole 16x2 – 9y2 + 144 = 0. Achar os semieixos, focos, excentricidade,
assimptotas, directrizes. Construir a linha.
4. Achar a área do triângulo cujos lados estão situados nas assimptotas da hipérbole 9x2 – 4y2 =
36 e na recta 9x + 2y = 0.
2 2 4
5. Construir as linhas: a) y  x 9 b) y  3 x 2  1 c) y   y2  9
3 3
2 2
d) y  x  25
5
RESPOSTAS.

x2 y 2 x2 y 2 x2 y 2 x2 y 2
1. a)  1 b)  1 c)  1 d)  1
25 16 9 16 4 5 64 36

x2 y2
e)  1
36 64

4
2. a = 3, b = 4, c = 5,   5 / 3, y   x, x  1,8.
3

4
3. a = 3, b = 4, c = 5,   1,25, y   x, x  3, 2 .
3

4. 12

5. a) parte superior; b) ramo inferior; c) ramo esquerdo; d) ramo superior.

61
PARÁBOLA

1. Formar a equação da parábola cujo vértice esta na origem, se a parábola esta situada:
a) No semiplano direito, é simétrica em relação ao eixo Ox e tem o parâmetro p = 3;
b) No semiplano esquerdo, é simétrica em relação ao eixo Ox e tem o parâmetro p = 3;
c) Acima do eixo Ox, é simétrica em relação ao eixo Oy e tem o parâmetro p = 0,25;
d) Em baixo do eixo Ox, é simétrica em relação ao eixo Oy e tem o parâmetro p =3.

2. Formar a equação da parábola cujo vértices esta na origem, é simétrica em relação ao eixo
dado e passa pelo ponto dado: a) Ox, A (9, 6); b) Ox, B (-1, 3); c) Oy, (-2, 4); d) Oy, C (2,
-2).
3. Construir as linhas:
a) y  2 x b) y   x c) y  3  x d) y  2 x

e) x  5 y f) x  5  y g) x   3 y h) x  4  y

4. Achar o foco F e a equação da directriz da parábola y2 = 24x.


5. Achar os pontos da parábola y2 = 16x cujo raio focal é 13.
6. Formar a equação da parábola cujo foco é F (-7, 0) e a equação da directriz é x – 7 = 0.
7. Encontrar os vértices e construir as parábolas: a) y2 = 4x – 8; b) y2 = 4 – 6x; c) x2 = 6x + 2;
d) x2 = 2 – y.
8. Formar a equação da parábola, se o foco é F (7, 2) e a equação da directriz é x – 5 = 0.

RESPOSTAS.

1. a) y2 = 6x; b) y2 = - 6x; c) x2 = 6y.

2.a) y2 = 4x; b) y2 = - 9x; c) x2 = y; d) x2 = -2y.

3.a) parte da parábola situada no 1 quadrante; b) parte da parábola situada no 2 quadrante;


c) parte da parábola situada no 3 quadrante; d) parte da parábola situada no 4 quadrante;
e) parte da parábola situada no 1 quadrante; f) parte da parábola situada no 3 quadrante;
g) parte da parábola situada no 2 quadrante; h) parte da parábola situada no 4 quadrante;
4. (6, 0), x + 6 = 0.

5. 9,  12 . 6. y2 = - 28x 7. a) (2, 0); b) (2/3, 0).

62
CAPÍTULO 9
9. Superfícies Da Segunda Ordem

Definição 1. Superfícies da segunda ordem são todas as superfícies definidas pela equação

a11 x 2  a22 y 2  a33 z 2  2a12 xy  2a13 xz  2a23 yz  ax  by  cz  d  0

Mas se escolher o sistema de coordenadas da certa maneira, a equação geral da superfície da


segunda ordem transforma-se a equação mais simples, chamada, por analogia com as curvas da
segunda ordem, equação canónica. Consideremos os casos de:

9.1 Elipsóide, cuja equação canónica.

Para construir esta superfície e assim justificar o seu nome, usam método de secções;
encontramos a linha de intersecção da superfície com os planos coordenados XOY, XOZ e YOZ
e dai torna-se clara sua forma. Por exemplo, para encontrar a linha da intersecção com o plano
YOZ é necessário resolver o sistema

x  0
 2
x y2 z2
 2   1
a b2 c2

y2 z2
cuja solução geral é 2  2  1 . Claro que esta equação determina uma elipse no plano YOZ.
b c
Do mesmo modo encontramos as linhas da intersecção da elipsóide com os restantes planos
coordenados. Caso particular da elipsóide correspondente a a = b = c é esfera x2 + y2 + z2 = a2.

Se a = b ou a = c ou b = c temos assim chamados elipsóides de rotação. Verifique, a rotação em


redor de que eixo corresponde cada igualdade.

63
Usando método de secções propomos aos estudantes justificar a forma de outras superfícies da
segunda ordem.

x2 y2 z 2 x2 y2 z2
  1 Hiperboloide De Uma    1 Hiperboloide De Duas
a2 b2 c2 a 2 b2 c2
Folha Folhas

x2 y2 x2 y2
z  2  2 Paraboloide Elíptico z   2  2 Paraboloide Elíptico
a b a b

64
x2 y2 z x2 y2 z 2
   0 Paraboloide Hiperbólico    0 Cone Elíptico
a2 b2 c a2 b2 c2

x2 y2
  1 Cilindro
a2 b2

OBSERVAÇÃO: Prestam atenção que três últimas equações coincidem com as equações de
elipse, hipérbole e parábola. Mas no espaço elas determinam superfícies cilíndricas cuja geratriz
é paralela ao eixo OZ e cuja directriz coincide com a curva correspondente da segunda ordem.

9.2 PLANOS

Uma equação da segunda ordem pode determinar no espaço dois planos intersectados, por
exemplo

a2x2 – b2 y2 = 0

o que corresponde a duas equações ax – by = 0 e ax + by = 0, ou dois planos paralelos, por


exemplo, z2 – h2 = 0, daqui z – h = 0 e z + h = 0.

Por analogia com as curvas da segunda ordem, se os eixos coordenados não coincidem com os
eixos da simetria de superfícies, as equações de últimas já não serão canónicas, por exemplo, a
equação

x  12 
y 2 z  2 

2
1
4 16 9

determina a elipsóide cujo centro da simetria esta situado no ponto (1, 0, -2) e os eixos da
simetria são paralelas aos eixos coordenados.

Nos casos mais complicados é necessário separar os quadrados perfeitos para determinar o tipo
da superfície e sua posição no sistema coordenado. Este método não serve quando a equação da

65
segunda ordem contém produtos de xy, xz, yz. Nos precisamos de usar elementos da álgebra
linear para resolver o problema da construção da superfície da segunda ordem no caso geral.
Veja capítulos seguintes.

9.3 PROBLEMAS PROPOSTOS

1. Determine o tipo de superfícies:


x2 y 2 x2 y2
a)  z b)  c) x2  2y2  z2  1 d) x  y 2  z
2 3 2 3

e) x 2  y  z 2  0 f) x 2  y 2  z 2  0 g) x 2  y 2  z 2  1 h) x 2  y 2  z  1

2. Construir as superfícies:
a) x2 + y2 = z2 b) x2 - y2 = z2 c) x2 - y2 - z2 = 2 (x + y + z) + 1

d) - x2 + 2y2 = 3z2 e) 2x - x2 + z2 = 2y - y2

3. Construir as superfícies:
a) x2 + z2 – 4z – 4x + 4 = 0 b) x2 + y2 - z2 – 2y + 2z = 0

c) 4x2 + y2 - z2 – 24x – 4y + 2z + 35 = 0 d) x2 + y2 - z2 – 2x – 2y + 2z + 2 = 0

4. Formar a equação da esfera, se:


a) Ela tem o centro O (0, 0, 0) e o raio R = 9;
b) Ela tem o centro C (5, -3, 7) e o raio R = 2;
c) Ela passa pela origem de coordenadas e tem o centro C (4, -4, -2);
d) Ela passa pelo ponto A (2, -1, -3) e tem o centro C (3, -2, 1);
e) Pontos A (2, -3, 5) e B (4, 1, -3) são extremidades de um dos diâmetros da esfera;
f) Ela tem o centro C (3, -5, -2) e o plano 2x – y – 3z + 11 = 0 é o plano tangente a esfera.
5. Determinar as coordenadas do centro C e do raio R das esferas:
a) (x – 3)2 + (y + 2)2 + (z – 5)2 = 16 b) (x +1)2 + (y – 3)2 + z2 = 9

c) x2 + y2 + z2 – 6z = 0 d) x2 + y2 + z2 + 20y = 0 e) x2 + y2 + z2 – 4x – 2y – 2z – 19 = 0

6. Estabelecer a posição do ponto A (2, -1, 3) em relação a esfera:


a) (x – 3)2 + (y + 1)2 + (z – 1)2 = 4 b) (x + 14)2 + (y – 11)2 + (z + 12)2 = 625

c) (x – 6)2 + (y – 1)2 + (z – 2)2 = 25 d) x2 + y2 + z2 – 4x + 6y – 8z + 22 = 0

e) x2 + y2 + z2 – x + 3y – 2z – 3 = 0

7. Achar a distância mais curta do ponto A até à esfera E:

66
a) A (-2, 6, 3), E: x2 + y2 + z2 = 4; b) x2 + y2 + z2 + 14x – 16y – 24z + 241 = 0.

8. Estabelecer a posição mutua do plano p e da esfera E:


a) p: z = 3; E: x2 + y2 + z2 – 6x + 2y – 10z + 22 = 0
b) p: y = 1; E: x2 + y2 + z2 + 4x - 2y – 6z + 14 = 0
c) p: x = 5; E: x2 + y2 + z2 – x + 3y – 2z - 3 = 0
9. O plano p 3x + 4y + 3 = 0 é tangente à esfera do centro C. Achar a equação da esfera, se:
a) p: y – 2z + 7 = 0 e C (4, 1, 1) ; b) p: 3x + 4y + 3 = 0 e C (1, 1, 2)

10. A esfera de centro situado no eixo OX passa pelos pontos A (1, -2, 4) e B (4, 6, 1).
Achar a equação da esfera.
11. A esfera de raio 5 esta situada na segunda ottante e é tangente aos planos coordenados. Achar
a equação da esfera.
x2 y 2 z2
12. Mostrar que o plano x – 2 = 0 e o elipsóide    1 tem na intersecção a elipse.
16 12 4
Achar os seus semieixos e fazer o desenho.
13. Formar a equação do elipsóide cujos eixos coincidem com os eixos de coordenadas e três
pontos A (3, 0, 0), B (-2, 5/3, 0), C (0, -1, 2/5) que pertencem a o elipsóide.
14. Construir a superfície 4x2 + 9y2 + 38z2 – 8x – 18y – 72z + 13 = 0.
15. Formar a equação da superfície obtida através da revolução da elipse
 x2 y2
 2  2 1
a b ; em torno do eixo OX.
z  0

16. Achar os pontos de intersecção do elipsóide E e a recta r:
x2 y 2 z 2 x y4 z2
E:    1; r :  
81 36 9 4 6 4

x2 y 2 z 2
17. Construir a parte do hiperbolóide de uma folha     1, 0  x  5, z  0 .
25 16 9
18. Achar os pontos de intersecção do hiperbolóide H e a recta r:
x2 y 2 z 2 x y z2
H:    1; r:  
16 9 4 4 3 4

67
CAPÍTULO 10
10. Transformações Lineares
10.1 Transformação Das Coordenadas Planas Na Rotação Dos Eixos

Seja o sistema de coordenadas x1,O y1 obtida do sistema xOy por meio de rotação dos eixos no
ângulo α em redor da origem O. Encontramos a relação entre as coordenadas do ponto arbitrário
M (x,y) e as x1, y1 do mesmo ponto no novo sistema de coordenadas.

= x1 cos(α) y1 sen(α),

= x1 sen(α) y1 cos(α),

As mesmas formulas podemos representar na forma matricial

 x   cos   sen  x  cos   sen  x 


     Ou se designar X    , A   , X   1 
 y   sen cos   y  sen cos    y1 

Então X= A X1, matriz A tem uma propriedade interessante. Se as colunas desta matriz tratar
com os vectores, então é fácil verificar que matriz A é composto por dois vectores - colunas
ortogonais. O mesmo é valido para os vectores – linhas desta matriz.

Definição 1. Matriz A composta por vectores - linhas ou vectores colunas ortogonais entre si
chama-se ortogonal.

As formulas obtidas acima tem uma aplicação pratica muito importante, o que nos vamos ilustrar
com um exemplo: determinar que a linha é dada pela equação x 2  xy  y 2  3 e construir esta
linha.

Tudo o que nos podemos dizer sobre esta linha é que ela é a da segunda ordem. Mas entre as
curvas da segunda ordem elipse, hipérbole, parábola nos não encontramos a equação que contem
o produto xy. Procuramos a equação da mesma linha no novo sistema de coordenadas obtida do

68
xOy pela rotação dos eixos em ângulo . Para obter tal equação basta substituir na equação dada
em vez x,y as suas expressões através de x1, y1

x2 cos  y1 sen 2  x1 cos  y1 sen x1 sen  y1 cos    x1 sen  y1 cos 2  3
Simplifiquemos a equação obtida

  
x12 cos 2   cos  sen  sen 2  x1 y1  2 cos  sen  cos 2   sen 2  2 s en cos   
y12 sen   sen  cos    3
2 2

Agora escolhemos o ângulo α de tal modo que coeficiente de x1, y1 de ultima equação seja igual
a zero: cos 2   sen 2  0


O que dá   n , n   Escolhemos n = 0 e substituirmos o valor de na equação
4
3 2 1 2
x1  y1  3
2 2
transformada de linha, logo ou
x12 y12
 1
2 6

Daqui vemos que a linha é um elipse e não constitui muita dificuldade a construi-lo no sistema
de coordenadas x1 O y1.

Equações canónicas de elipse, hipérbole e parábola foram deduzidas de suposição que eles são
simétricas em relação de eixos coordenadas e por isso foram tão simples. Se emitir a ultima
exigência, as equações de curva da segunda ordem torna-se mais complicadas, como aconteceu
no nosso exemplo. Mas o método indicado permite transformar a equação de modo eliminar o
produto xy e depois construir a curva no novo sistema de coordenadas obtido do xOy por meio
de rotação num certo ângulo.

Então, podemos afirmar que uma equação :

a11 x 2  2a12 xy  a 22 y 2  d  0

Determine no plano um elipse, uma hipérbole, uma parábola ou os seus casos particulares
(Circunferência, duas rectas paralelas ou perpendiculares, etc.)

A situação parecida é com a equação:

a11 x 2  a 22 y 2  a33 z 2  2a12 xy  2a13 xz  2a23 yz  d  0

69
Que determina uma superfície da segunda ordem. Mas a transformação desta equação para a
forma canónica para determinar o tipo da superfície já é muito complicado, sem dizer que
receber as formulas de transformação do sistema de coordenadas especiais em caso de rotação é
mais difícil que no plano. Então vale a pena submeter ao estudo mais fino a transformação de
coordenadas do tipo Y = AX em caso geral e só depois aplicar a teoria obtida a construção de
curvas e superfícies da segunda ordem. Sejam dadas

 a11 a12 ... a1n  x1   a11 x1  a12 x 2  ... a1n xn   y1 


      
a a22 ... a2 n  x 2   a 21 x1  a 22 x2  ...  a 2n x n   y 2 
AX   21    y
... ... ... ...  ...     ... 
  
a a n 2 ... ann  x n   a1 x1  a n 2 x 2  ...  a n n x n   y n 
  
 n1

Como vemos, o produto de matriz A por um vector X  R n é um vector Y  R n , por isso


chamamos AX = Y.

Transformação do espaço R n em si próprio, vector Y é chamado imagem do X

Se X1, X2 são vectores arbitrário de R n e Y1 = AX1 , Y2 = AX2 são as suas imagens’, então,
segundo as propriedades de matrizes

a) A X1  X 2   AX1  AX2  Y1 Y2

b) A KX   KAX  KY , Onde K  R.

Transformação AX = Y que possui as propriedade a), b) é chamada transformação linear.

10.2 Autovectores E Autovalores Duma Transformação Linear

Qualquer vector X, que pela transformação linear AX é levado em X , onde   R , isto é


AX   X

É chamado um autovector ou vector próprio da transformação (também dizem autovector ou


vector próprio da matriz).

Equação Característica

Da definição de autovectores obtemos

70
 a11   a12 ... a1n  x1 
  
 a 21 a 22   ... a 2 n  x 2 
AX  X   A   I  X      0
 ... .... ... ...  ... 
 a n1 a n 2
 ... a nn    x n 

Os sistemas homogéneo da equação linear solução não triviais se, e só se

a11   a12 ... a1n


a 21 a 22   ... a2 n
A .I   0
... ... ... ...
a n1 a n 2 ... ann  2

o desenvolvimento desse determinante dá-nos um polinómio F(  ) de grau n em  chamado


polinómio característico da transformação ou de matriz A. A equação

F(  ) = 0

É camada a equação característica de A e as suas raízes  1  2 .......... .,  n são chamados valores


próprios ou autovalores de A. Se  =  1 é um autovalor, então o sistema homogéneo admite
soluções não triviais que são as componentes do autovectores

 1 1 2 
 
EXEMPLO. Encontrar os autovalores e autovectores da matriz A    1 2 1 
 0 1 1 
 

X 
 
Solução. 1. Seja o autovector X   Y  segundo a definição AX =  X o que dá
Z 
 

 1 1 2  X  X  x  y  2 z   . x  x (1   )  y  2 z  0
      
  1 2 1   Y    .  Y    x  2 y  z   . y    x  ( 2   ) y  z  0 *
 0 1 1  Z  Z   y  z .z  y  1   z  0
      

1   1 2
Ultimo sistema tem solução não triviais só em caso de  1 2   1  0
0 1 1 

71
Desenvolvendo o determinante temos a equação  2

 1 2     0, de onde obtemos os
autovalores; 1   1;  2  1; 3  2

2 Calculamos as coordenadas de autovalores correspondentes a cada autovalor.

 y  2z  0

1   1. Submetendo-o no sistema * temos  x  3 y  z  0 cuja a solução é X = -5z ,
 y  2z  0

 5
 
y   2 z , z  R. Então, x1  z   2 
 1
 

 2 x  y  2 z  0 1 
  
 2  1   x  y  z  0  x  z , y  0, X 2  z  0 
 y 0 1 
  
 3 x  y  2 z  0  1
  
3  2    x  z  0  x  z , y  z X 3  z  1
 y  z 0  1
  

10.3 Problemas Propostos

Dadas as matrizes abaixo, determine os autovalores e autovectores

1 0  1  1 2 2    2  8  12  2 1 1  1  1  1
         
a) 1 2 1 , b   0 2 1  c   1 4 4  d  1 2 1  e  1  1 0 
2 2 3   1 2 2  0 0 1   0 0 1 1 0  1 
        

1 0  1  1 2 2    2  8  12  2 1 1  1  1  1
         
a) 1 2 1 , b   0 2 1  c   1 4 4  d  1 2 1  e  1  1 0 
2 2 3   1 2 2  0 0 1   0 0 1 1 0  1 
        

3 2 2 4
  3 1 1    3  9  12   2 2 0   1  3 3 
      2 3 2 1  
f )   7 5 1 , g  1 3 4  h  1 4 0  i   j 3  5 3
 6 6  2   0 0 1 1 2 1
   1   0
 0 1   

6  6 4 
 
2 0 2 1

72
3 1 1  1 2 2  1 1 0
     
k )  2 4 2 , l  1 2 1  m   0 1 0
1 1 3   1 2 4 0 0 1 
    

Respostas

 1  2  1  1   2  2  4 4 
               
a) 1,   1 , 2,   1  3,   1  b) 1,  1  2, 1  c) 2,   1 , 0,   1 , 1,  0
 0   2   2   1  0   0  0   1
               

 1  0  1  0 1  i   1   1 1
               
d ) 1,  0 ,  1  , 3,  1  e)  1,  1  ,  1  , f )  2,  1  ,  0  , 4,  1 
  1   1  0   1  1   0    1  2
               

 1   1   2 0
 3  12   1  0  1         
           0   1  4  3 
g ) 0,   1 , 1,   4  h  0,   1 , 1,  0  4, 1  i ) 1,   ,  0  , 2,  1  3, 1 
 0  1   0  1   0 1
                 
 0  0  2   2
       

 1  0   1 1 1   1  1   2 1   0 
                  
j )  2,  1 , 4,  1  k  2,   1  0 , 6,  2  l ) 3,  1  ,  0  , 1,   1 m  1,  0  0 
 0  1  0   1 1   0  1   1  0  1 
                  

Algumas Propriedades De Autovalores E Autovectores

Teorema 7.1 Autovalores de uma matriz sistemática são reais.

Prova suponhamos o contrario, AT  A e 1    i. consideremos a matriz

2
B   A     i  I   A     i  I    A   I    2 I

Que é singular . Então existe X  0 tal, que BX  0 . (Sistema homogéneo de equação lineares
cujo determinante é zero)

X' BX  X' A   I ' A   I X   2 X' X  0

73
A   I . X '  A  I '  A   I  X  X  A   I  '  A  I X 1
2
X  A   I  I 2  0 , X ' X  X  0, entao   0 e 1   numero real.

Teorema 7.2. Autovectores de uma matriz simétrica corresponde aos autovalores distinta, são
ortogonais entre si.

Prova. Sejam X1 e X2 autovectores de uma matriz simétrica A correspondente aos autovalores


1 e 2 . Então, AX1 = 1 X 1 , AX2 = 2 X 2 , também X2’AX = 1 X 2 ' X 1 e X 1 ' AX 2  2 X 1 ' X 2 .
Tomando as transpostas
X 1 ' AX 2  2 X 1 ' X 2 e X 2 ' AX 1  2 X 2 ' X 1. Entao, 1 X 2 ' X 1  2 X 2 ' X 1 e como
1  2 , X 2 ' X 1  0, quer dizer X 1 e X 2 sao ortogonais.

Agora chegou a hora de aplicar a teoria de transformações lineares para o estudo de curvas e
superfícies da segunda ordem. Com este objectivo introduzimos o conceito de forma quadrática.

CAPÍTULO 11
11. Formas Quadráticas
11.1 Definições Fundamentais

Definição 1. Chama-se forma quadrática em duas variáveis a função


F  x1 , x2   a x  2a12 x1 x2  a22 x2 . É fácil ver que esta função pode ser transformada a forma
2 2
11 1

F  x1 , x2   a11 x12  2a12 x1 x2  a22 x2  a11 x1  a12 x1 x2  a22 x2  x1 a11 x1  a12 x2   x2 a12 x1  a22 x2 
2 2 2

a x  a x   a11 a12  x1 
  x1 , x2  11 1 12 2    x1 , x2     X T AX
 a12 x1  a22 x2   a12 a22  x2 

O conceito de forma quadrática pode ser generalizado para número arbitrário n de variáveis, mas
na prática mais importantes são os casos de n = 2 e n = 3. Por isso, limitamo-nos com estes
casos.
2 2
F x1 , x2 , x3   a11 x12  a22 x2  a33 x3  2a12 x1 x2  2a13 x1 x3  2a23 x2 x3  x1 a11 x1  a12 x2  a13 x3 
 a11 a12 a13  x1 
  
 x2 a12 x1  a22 x2  a23 x3   x3 a13 x1  a23 x2  a33 x3    x1 , x2 , x3  a12 a22 a23  x2   X T AX
  
 a13 a23 a33  x3 

74
prestamos atenção ao facto que a matriz na representação matricial da forma quadrática é
simétrica.

x1 

Seja existe matriz B tal, que X = BX’, onde X’ = x2  . Neste caso
x3 

 
F x1 , x2 , x3   BX ' ABX '  X 'T B T ABX '  X 'T BT AB X '  F '  x1 , x2 , x3  a
T
forma quadrática
T
com a matriz A transforma-se a forma quadrática com a matriz B AB.

Definição 2. Forma quadrática cujas coeficientes aij = 0 se i ≠ j, chama-se forma canónica.

 a11 0 0 
 
Claro que a matriz da forma canónica é diagonal A   0 a 22 0  . Colocamos o seguinte
0 0 a 33 

problema: Encontrar a transformação X = BX’ que leva a forma quadrática na forma canónica,
assim que BTAB seja uma matriz diagonal.

TEOREMA 8.1. A transformação linear X = BY, onde as colunas da matriz B são os


autovectores da matriz A transforma a forma quadrática X’AX na forma canónica, quer dizer a
matriz BTAB é diagonal.

 ai 
 
Prova. Seja X i   bi  autovectores da matriz A correspondente aos autovectores distintas 1 ,
c 
 i
 a1 a2 a3 
 
portanto B   b1 b2 b3  . As colunas da matriz AB são
c c c3 
 1 2

 1a1 2 a2 3a3 
 
AX 1  1 X 1 , AX 2  2 X 2 , AX 3  3 X 3 ; AB   1b1 2b2 3b3  . As linhas da matriz BT
 c 
 1 1 2c2 3c3 
são autovectores da matriz A. Como eles são ortogonais entre si, multiplicando BTAB obtemos
uma matriz diagonal. Se os autovectores da matriz B normalizar antes de aplicar a
transformação, os elementos diagonais da matriz BTAB serão iguais aos autovalores 1 , 2 , 3 .

Esta teoria encontra a aplicação na investigação da equação geral de segunda ordem que em caso
de duas variáveis determina uma cónica e em caso de três variáveis – uma superfície da segunda

75
ordem. Realmente, se efectuar a transformação de coordenadas x, y, z por meio de matriz B
composta de autovectores colunas normalizadas da matriz A de forma quadrática X = BY, onde
x  x1 
   
X   y , Y   y1  , a forma quadrática F(x, y, z) transforma-se em
z  z 
   1
F1 x1 , y1 , z1   1 x1  2 y1  3 z1
2 2 2
e a superfície correspondente (linha em caso de duas
variáveis) pode ser facilmente classificada.

Agora encontramos as coordenadas de orto i1 do eixo Ox1 de novo sistema x1Oy1.

x   a1 a2 a3  1   a1 
     
y    b1 b2 b3 . 0    b1  .
z   c1 c2 c3   0   c1 

Quer dizer autovector correspondente a 1 . Da mesma maneira podemos mostrar que os ortos de
restantes eixos são autovectores correspondentes a 2 , 3 . Isto permite não apenas classificar a
superfície (linha) a partir da equação geral, mas mesmo construi-la.

Exemplo. Construir a linha dada pela equação x2 + xy + y2 = 3 usando a teoria de formas


quadráticas e transformações lineares. (Este exercício já foi antes usando outro método).

Resolução.

1. Compomos a matriz A de forma quadrática correspondente ao primeiro membro da equação


1 0,5 
A   
 0,5 1 

2. Encontramos os autovectores da matriz A.


1 0,5  x  x  x  0,5  x  x1     0,5 y  0
AX  X            
 0,5 1  y   y 0,5 x  y  y 0,5 x  1    y  0

1  0,5
 0  1     0,25  0  1  1,5 ;
2
2  0,5
0,5 1 

76
 0,5 x  0,5 y  0 1
 '1  1,5    x  y, X 1  t  ;
0,5 x  0,5 y  0 1
0,5 x  0,5 y  0   1
 '2  0,5    x   y , X 2  t  
0,5 x  0,5 y  0 1 

Para receber a equação canónica basta encontrar os autovectores 1,5 x12  0,5 y12  3 , mas para
construir a linha nos precisamos os eixos Ox1, Ox2 que coincidem com os autovectores X1, X2. A
construção da linha é idêntica a dada no parágrafo anterior com uma única diferença, que os
eixos do novo sistema de coordenadas construímos não por meio de rotação, mas a partir de
autovectores.

Como vemos, em caso da equação geral da segunda ordem em duas variáveis aplicação da teoria
de formas quadráticas e transformações lineares não da uma vantagem em comparação com a
rotação dos eixos. Mas em caso de três variáveis este método já é preferível.

EXEMPLO. Determinar que superfície determina a equação z2 = xy.

1. Compomos a matriz da forma quadrática F (x, y, z) = z2 – xy.


0  0,5 0
 
A    0,5 0 0
0 0 1 

2. A equação característica

   0,5 0 
 
  0,5   
0   0  .2 1     0,251     0  1    .2  0,25  0 ,
0 0 1   

1  1, 2  0,5, 3  0,5 . Então, no novo sistema de coordenadas a equação desta superfície é

x12  0,5 y12  0,5 z12  0 , o que determina a superfície canónica. Para construir esta superfície é
necessário encontrar os autovectores da matriz A e construir o sistema de coordenadas com eixos
correspondentes aos autovectores. Deixamos para os estudantes verificar que os autovectores são

0 1  1 
     
i1  t  0 ; i2  t   1; i3  t 1  , e os eixos de coordenadas correspondentes aos autovectores,
1  0   0
     
com uma partem da própria superfície. Os eixos antigos Ox, Oy ficam na superfície o que
impede um pouco uma boa visão.

77
Algumas palavras sobre o parâmetro arbitrário t dos autovectores. Do sinal deste parâmetro
depende o sentido de autovector. É necessário escolher este sinal de tal modo que o sistema
coordenado novo x1Oy1 tenha a mesma orientação que xOy.

11.2 Problemas Propostos

Nota para os professores. Nos não propomos aos estudantes as equações que junto com o
produto das coordenadas xy, xz, yz contem os termos com x, y, z, por exemplo.

7x2 – 5xy – 32y2 + 12x – 6y = 18, razões seguintes. Os termos da primeira ordem podem ser
eliminados da equação separando os quadrados perfeitos e aplicando a translação dos eixos
coordenadas. Na mecânica e na teoria de elasticidade onde se aplica esta matéria, a deslocação
do corpo não altera significativamente as equações da dinâmica, enquanto a rotação ligada com
a presença dos termos xy, xz, yz tem uma grande importância para a descrição de movimento.
No curso de matemática para os não matemáticos, virado para as aplicações, nos achamos pouco
justificado gastar muito tempo para os problemas interessantes mas não ligados com a prática.

Determinar o tipo de linha ou superfície, suas equações canónicas e tentar construi-las.

1. 27x2 – 10xy + 3y2 = 56 2. x2 + 4xy + 4y2 = 8

3. x2 – 2xy + y2 = 2 4. 5x2 + 4xy + 2y2 = 24.

CAPÍTULO 12
12. Matrizes e sistemas lineáres
12.1 Introdução:

Chamamos de matriz uma tabela de elementos dispostos em linhas e colunas. Esta representação
torna-se muito útil quando o número de variáveis envolvidas na observação for muito grande.

Definição:
Dados dois números m e n naturais, não nulos, chama-se matriz m por n (indica-se: m x n) toda
tabela constituída por elementos dispostos em m linhas e n colunas.

78
 a11 a12 ... a1n   a11 ... a1n 
a   a11 .. a1n
 21 a 22 ... a 2 n   . . 
. .
A=  . . .   
= aij m x n ou  .

. 

ou
. .
 
 . . .   . . 
am1 .. a mn
 a m1 am 2 a mn  a 
 m1 ... a mn 

Tipos e classificações de matrizes

12.2 Tipos Especiais De Matrizes

Matriz Nula Matriz Quadrada Matriz Coluna Matriz Linha Matriz Diagonal

Todos os O número de Possui uma Possui uma É uma matriz


elementos são linhas é igual ao única coluna única linha quadrada (m = n)
nulos ou seja: de colunas (m = (n = 1) (m = 1) onde ai j = 0 para i
ai j = 0,  i, j. n).  j.
a b c a a 0 0
0 0 b 0 0 0
d e f 0 b 0
0 0 c
g h i 0 0 c

79
Matriz Identidade Matriz Triangular Superior Matriz Triangular Inferior Matriz Oposta

É uma matriz É toda matriz tal que m = n É toda matriz tal que m = Dada uma matriz
diagonal onde e ai j = 0 para i > j. n e ai j = 0 para i < j. A = [ai j]m x n a
aij  1 para i  j matriz oposta de
 a b c a 0 0 A é a matriz –A =
aij  0 para i  j
b c 0 [-ai j]m x n.
1 0 0 0 d e
0 0 f e f f a b
0 1 0 A
0 0 1 c d
a b
A
c d

12.3 Operação Com Matrizes

Adição:
A soma de duas matrizes de mesma ordem ou do mesmo tamanho A  a ij mn e B  a ij mn é
definida como sendo a matriz m  n obtida somando-se os elementos correspondentes das
matrizes componentes da soma C  A  B .

 a1,1 a1, 2  b b1, 2   a  b  a1, 2  b1, 2  


A   ; B   1,1 ; A  B   1,1 1,1 
a 2, 2  b b2 , 2   a  b  a  b 
Exemplo  a 2 ,1  2 ,1  2 ,1 2 ,1 2, 2 2,2 

2 3 1 2  2  1 3  2  3 5
A   ; B   ; A  B      
4 5 3 4  4  3 5  4  7 9 

Propriedades: Dadas três matrizes A, B e C, de mesma ordem m x n, temos:

a) A + B = B + A (comutativa)
b) A + (B + C) = (A + B) + C (associativa)
c) A + 0 = A, onde 0 é a matriz nula.

Multiplicação Por Escalar:


Seja A = [ai j]m x n e k um escalar, então é definida como sendo produto de u escalar por uma
matriz m  n obtida multiplicando-se todos elementos da matriz pelo escalar k.


C  k .A  k  a ij m n

80
 a1,1 a1, 2  b b1, 2   k  a1,1  k  a1, 2  
A   ; C  k  A  k   1,1  
 b2,1 b2 , 2   k  a 2,1  k  a 2 , 2 
    
Exemplo:  a 2,1 a 2,2 
 2 3   2 3   4 6 
A   ; k  2; C  k  A  2    
4 5  4 5   8 10 

Propriedades: Dadas duas matrizes A e B de ordem m x n e os números K, K1 e K2, temos:

a) K (A + B) = KA + KB
b) (K1 + K2).A = K1 A + K2 A
c) 0. A = 0 (matriz nula)
d) K1 (K2. A) = (K1. K2)A

Multiplicação de Matrizes:
Sejam A = [ai j]m x n e B = [br s]n x p . Definimos A * B = [Cu v]m x p, onde
n
c uv   a uk  bkv  a u1  b1v  ...  a un  bnv
k 1

Observações:

a) O número de colunas de A deve ser igual ao número de linhas de B.


b) A ordem da matriz produto é obtida pelo número de linhas de A com o número de colunas de
B.

Propriedades:

1 1 1  1 2 3

a) Em geral AB  BA. Ex.: A   3 2 1; B  2 4 6 , AB  BA.
   
 2 1 0  1 2 3
b) AI = IA = A
c) A(B + C) = AB + AC (Distributiva à esquerda)
d) (A + B)C = AC + BC (Distributiva à direita)
e) (AB)C = A(BC) (Associativa)
f) 0.A=A.0=0

Matrizes Equivalentes
Definição I: Operações elementares

1°) Troca de linhas

81
2°) Substituição de uma linha pela sua soma com outra linha, multiplicada por um escalar
diferente de zero.

3°) Multiplicação ou divisão de uma linha por um escalar diferente de zero.

Definição 3:

Uma matriz Am x n é dita Linha reduzida se:

a) O 1° elemento não nulo em cada linha não nula é igual a 1.


b) Cada coluna de A que contém o 1° elemento não nulo de alguma linha, tem todos os seus
elementos, outros, nulos.

0 0 1 2 1 0 0 0 0 3 1 
Exs. : A = 1 0 0 3 B = 0 1 1 0 C = 1 0 2
0 1 0 4 0 0 1 0 0 0 0 

É linha-reduzida Não satisfaz B Não satisfaz A

Definição 4:

Uma matriz A = [ai j]m x n , é dita linha-reduzida à forma em escada ou escalonada, se :

a) É linha-reduzida.
b) Toda linha de A que contém todos os elementos nulos ocorre abaixo de todas as linhas que
possuem um elemento não nulo.
c) Se as linhas 1,2,...,n são as linhas não nulas de A e se o 1º elemento não nulo da linha i ocorre
na coluna ki , i = 1,....,n, então k1 k2  k3  ...  kn.

1 0 0 0 1 0 0 2 0 0 1 0 1 5 0 1
Ex: 0 1 0 0 0 0 0 0
  C = 1 0 0 D = 0 0 0 1 2
0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

É escalonada Não satisfaz B Não satisfaz C É escalonada

K3  k1 ; k1  k2

Problemas Propostos

1. Calcule os determinantes das seguintes matrizes.

82
3 0 4 1 3 5  8 1 6 
     
A=  2 3 2  B  2 1 1  C   4 0 3
0 5 1  3 4 2 3  2 5
     

1.2. Calcule o determinante usando uma expansão do co-factor com respeito a primeira
linha, nas matrizes dadas acima.

2. Calcule os determinantes pela expansão de co-factor, escolhendo uma linha ou coluna


que envolva a menor quantidade de cálculos.

6 3 2 4 0
6 0 0 5 4 07 3  5  
    9 0  4 1 1
1 7 2 5  0 0 2 0 0 8  5 6
2 7 0
0 0 0 7 3 6 48  
    3 0 0 0 0
8 3 1 8  5 0 5 2  3 
  4 2 3 2 0 

3. Verifique que detA=detB+detC onde

 a11 a12 u1  v1   a11 a12 u1   a11 a12 v1 


     
A   a 21 a 22 u 2  v 2  B   a 21 a 22 u 2  C   a 21 a 22 v 2 
  a  a 
 a31 a32 u 3  v3   31 a 32 u 3   31 a32 v 3 

4. Use a regra de Cramer para calcular as soluções dos sistemas que se seguem:

2 x1  x 2  7 2 x1  x 2  x3  4
5 x  7 x 2  3  
a)  1 b)  3 x1  x 2  8 c)  x1  2 x3  2
2 x1  4 x 2  1  x  2 x  3 3 x  x  3x  2
 2 3  1 2 3

5. Determine a área do paralelogramo cujos os vértices são dados.

a) (0; 0), (5;2), (6;4), (11;6) b) (0;-2), (6;-1), (-3;1), (3;2)

6. Determine o volume do paralelopípedo que tem um vértice na origem e os vértices


adjacentes nos pontos (1;0;-2), (1;2;4) e (7;1;0)

7. Determine as inversas das matrizes seguintes.

83
 3  8 7 9
a) A    B 
 1 3   6  8

7.1 Use as inversas encontradas no exercício anterior para resolver os sistemas:

3 x  8 x 2  7 7 x  9 x 2  5
a)  1 b)  1
 x1  3x 2  3  6 x1  8 x 2  4

8. Determine as inversas das matrzes caso existam:

1 0 5 1 3 1
A 1 1 0 B 0 1 2
3 2 6 1 0 8

8.1 Dectermine as inversas das seguintes matrizes:

1 1 1 1
3  4 5  2 6 7   
     1 1  1  1
2  3 1  6 3 4  1  1 1  1
 3  5  1  5  2  3  
    1  1  1 1 
 
1 2 3 4 
 
2 3 1 2 
1 1 1 1
 
1 0  2  6 

1  5  7
 
9. Seja C   2 5 6  calcule a terceira coluna de C 1 sem calcular as outras colunas.
1 3 4 

 2 5 
  1 3 1 
10. Dada a matriz A    1  3  e D    verifique que D. A  I 2 , A é inversível?
 2   1 0  1
 4 
Justifique.

11. Resolva os sistemas de Equações usando o método de Gauss.

x  y  z  4 x  2 y  z  3 x  y  z  5
  
a) 3 x  5 y  9 z  13 b)  x  y  z  1 c) 2 x  3 y  z  0
2 x  4 y  7 y  10 2 x  7 y  4 z  10 5 x  4 z  9
  

84
 x1  2 x 2  2 x3  3 x 4  2 x  2 y  z  4 x  y  z  1
  
d) 2 x1  4 x 2  3 x3  4 x 4  5 e) 3 x  5 y  3 z  11 f) 2 x  2 y  2 z  1
5 x  10 x  8 x  11x  12 2 x  7 y  z  8  3 x  3 y  3 z  2
 1 2 3 4  

4 x1  3x 2  2 x3  4 x 4  8  x1  2 x 2  x3  x 4  2
3x  2 x  x  3x  7 2 x  4 x  5 x  2 x  3
 1 2 3 4  1 2 3 4
g)  h) 
2
 1 x  x 2  0 x 3  5 x 4 6 3
 1 x  x 2  x 3  3 x 4  10
5 x1  3x 2  x3  8 x 4  1 4 x1  x 2  2 x3  2 x 4  6

2 x1  x 2  x3  2 x 4  3 x5  2
6 x  3 x  2 x  4 x  5 x  3
 1 2 3 4 5
i) 
6
 1 x  3 x 2  4 x 3  8 x 4  13 x 5 9
4 x1  2 x 2  x3  x 4  2 x5  1

12. Reduza à forma escalonada cada uma das seguintes matrizes:

1 4 3 2 1 3  1 4 3 2

1)  2 1 8  2) 1 0  3
 3) 1 8 0 2
1  7  1  3 1 0   2 0 4 2

1 1 1 1 0 0 5 9 3 20
4) 1 2 3 0 1 0 5) 1  1 2 4 

1 4 9 0 0 1 3 11  1 12 

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