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O método do lugar das raízes (LR ou LGR) sugere localizar as raízes da equação característica
de sistemas realimentados no plano complexo em função da variação de um parâmetro, de 0 a ∞,
e desenhar sua trajetória, permitindo analisar graficamente o processo. Usualmente o parâmetro
utilizado é a constante K, um compensador do sistema de controle que possibilita a sintonia
do controlador, porém, é possível fazer um lugar geométrico generalizado no qual se consideram
variações de outras características.
O plano s é representado por um gráfico bidimensional, no qual os polos são identificados
por × e os zeros por ◦. A localização dos polos determina a natureza dos modos do sistema,
enquanto a dos zeros determina a proporção em que estes são combinados. Assim, diz-se que a
estabilidade do sistema pode ser determinada pelos polos da função de transferência, enquanto
os zeros influenciam na robustez.
Dada a malha de controle da Figura 1.
R(s) Y(s)
+ K G(s)
-
H(s)
KG(s)
T (s) = (1)
1 + KG(s)H(s)
Os polos de malha fechada são as raízes do polinômio característico (P C) dado por
P C(s) = 1 + KG(s)H(s) = 0
ou,
KG(s)H(s) = −1
A partir disso, definem-se duas condições para que um determinado ponto s seja polo de T(s):
1
1. Marcar os polos e zeros da malha aberta no plano s: os ramos do LR partirão dos polos de
malha aberta em direção aos zeros de malha aberta.
2. Determinar o número de ramos em s: será igual ao número de polos de malha aberta, pois
cada ramo parte de um polo de malha aberta.
3. Determinar os segmentos do LR que pertencem ao eixo real: pela condição de fase, são
segmentos à esquerda de um número ímpar de singularidades (polos ou zeros de malha
aberta).
4. Determinar o número de ramos que vão a infinito: será igual ao número de polos de malha
aberta menos o número de zeros de malha aberta, ou seja, ramos que não convergirem a
zeros irão a infinito.
5. Determinar os pontos de quebra do eixo real: são os pontos de separação ou chegada, sendo
encontrados nos pontos em que a derivada de K é em relação a σ é nula.
6. Determinar as assíntotas: são retas que apontam a direção final dos ramos que vão para
infinito, sendo obtidas através das condições de módulo e fase, e definidas em função de
σ e ω. Assim, o número de assíntotas é igual ao número de ramos que vão para infinito,
sendo o ponto de partida σa e os ângulos θa (n):
P P
pM A − zM A
σa =
npM A − nzM A
360n − 180
θa (n) =
npM A − nzM A
7. Determinar os pontos de cruzamento com o eixo imaginário (jω): para tanto tem-se duas
opções, a primeira sugere empregar o critério de Routh-Hurwitz e determinar os valores
de ganho K que anulam uma linha inteira da tabela, utilizando-os na linha acima para a
encontrar as raízes do polinômio auxiliar restante, as quais indicarão os pontos de cruza-
mento, enquanto a segunda propõe fazer s = jω na equação característica, igualando as
partes real e imaginária à 0 e resolvendo para ω (frequência de cruzamento) e K (ganho
no ponto de cruzamento).
O lugar das raízes sempre é simétrico em relação ao eixo real. Os ramos saem dos polos de
malha aberta e vão para os zeros de malha aberta ou zeros fictícios matemáticos, isto é, os ramos
são repelidos pelos polos e atraídos pelos zeros.
No generalizado, onde, ao invés de se variar o ganho, consideram-se variações de outras
características, a condição de módulo permanece e a de fase muda, bem como algumas regras:
Exemplo 1. Esboce o lugar das raízes do sistema representado pela Figura 1, com G(s) =
1
s(s+1)(s+2) , H(s) = 1 e K ≥ 0.
Etapa 1. Polos = 0; -1; -2. Não possui zeros. (ver marcação da Figura 2.)
2
Etapa 2. Número de ramos = 3 (números de polos de MA).
dK
Etapa 5. Pontos de quebra do eixo real. Inicialmente, encontra-se a relação de s .
K
= −1
s(s + 1)(s + 2)
K = −s(s + 1)(s + 2)
K = −s3 − 3s2 − 2s
dK
= −3s2 − 6s − 2
ds
Após isso, é necessário calcular as raízes da equação e verificar quais raízes fazem parte do
LR.
3s2 + 6s + 2 = 0
s1 = −0.42
s2 = −1.58
Com base no lugar das raízes, é possível verificar que s2 não pertence ao LR. Assim, o ponto
de quebra do eixo real é s = −0.42.
0 + (−1) + (−2)
σa =
3−0
σa = −1
360 · 0 − 180
θa (0) = = −60◦
3−0
360 · 1 − 180
θa (1) = = 60◦
3−0
360 · 2 − 180
θa (2) = = 180◦
3−0
3
s3 1 2
s2 3 K
6−K
s1 3 0
s K 0
3s2 + K = 0
3s2 + 6 = 0
√
s = ±j 2
Assim, a Figura 2 apresenta o resultado obtido do LR via software.
Exemplo 2. Esboce o lugar das raízes do sistema representado pela Figura 1, com G(s) =
(s+2)
, H(s) = 1 e K ≥ 0.
s2 +2s+3
√
Etapa 1. Polos = −1 ± j 2. Zeros = -2. (ver marcação da Figura 2.)
4
Etapa 3. Determinar segmentos (ver marcação da Figura 2.)
dK
Etapa 5. Pontos de quebra do eixo real. Inicialmente, encontra-se a relação de s .
K(s + 2)
= −1
s2 + 2s + 3
−s2 − 2s − 3
K=
(s + 2)
dK (s + 2)(−2s − 2) + s2 + 2s + 3
=
ds (s + 2)2
dK −s2 − 4s − 1
=
ds (s + 2)2
Após isso, é necessário calcular as raízes da equação e verificar quais raízes fazem parte do
LR. Assim, analisando somente o numerador,
s2 + 4s + 1 = 0
s1 = −0.268
s2 = −3.732
Com base no lugar das raízes, é possível verificar que s1 não pertence ao LR. Assim, o ponto
de quebra do eixo real é s = −3.732.
−2 − (−2)
σa =
2−1
σa = 0
360 · 0 − 180
θa (0) = = −180◦
2−1
s2 2 3+2K
s1 2+K 0
s 2K+3 0
Para que o sistema seja estável a primeira coluna deve conter todos os elementos com o
mesmo sinal, então concluímos neste caso que todos os elementos devem ser positivos. Aplicando
5
a condição da linha s0 na linha s1 não é obtida uma conclusão. Na linha referente a s1 , tem-se
2+K
> 0. Ou seja, K − 2 é o valor de transição.
Assim, substituindo K = −2 na linha referente a s2 tem-se:
2s2 + 3 + K = 0
2s2 − 1 = 0
r
1
s=±
2
Neste caso, o valor obtido não faz sentido do contexto analisado, indicando que o LR não
cruza o eixo imaginário.
Assim, a Figura 3 apresenta o resultado obtido do LR via software.
Observações sobre o LR
6
REFINAMENTO DO LUGAR DAS RAÍZES
Os passos da seção anterior auxiliam no desenho de um esboço rápido do lugar das raízes, o
qual aponta modificações necessárias para melhoria da estabilidade e adequação do comporta-
mento dinâmico numa primeira análise. Contudo, é interessante fazer um refinamento de forma
a obter informações mais completas.
Pode-se aprimorar o formato das linhas situadas fora do eixo real, calibrar os ramos por meio
da condição de modulo ou por processos gráficos, com o objetivo de determinar os pontos de
interesse, bem como ajustar com precisão a forma e localização dos ramos fora do eixo real através
da condição angular ou ainda determinar os ângulos de partida de polos complexo-conjugados.
P
Por exemplo, o ângulo de partida de um polo complexo será igual àP180 − (a soma dos
ângulos entre os demais polos de malha aberta e o polo em questão)+ (a soma dos ângulos
entre os
P zeros e o polo em questão), enquanto o de chegada em um zero complexo será igual Pà
180 − (a soma dos ângulos entre os demais zeros de malha aberta e o zero em questão) + (a
soma dos ângulos entre os polos e o zero em questão).
F(s) L
K
sτ1 +1
K
(sτ1 +1)(sτ2 +1)
K
(sτ1 +1)(sτ2 +1)(sτ3 +1)
7
K
s
K
s(sτ1 +1)
K
s(sτ1 +1)(sτ2 +1)
K(sτa +1)
s(sτ1 +1)(sτ2 +1)
K
s2
K
s2 (sτ1 +1)
K(sτa +1)
s2 (sτ1 +1) , τa > τ1
8
K
s3
K(sτa +1)
s3
K(sτa +1)
s2 (sτ1 +1)(sτ2 +1)