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CIÊNCIA DOS MATERIAIS

- ARQUITETURA DOS SÓLIDOS-


IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO

Luciana Cordeiro - 2017


Imperfeições nos Sólidos
n Estrutura cristalina:
q Ordem perfeita de ordenação dos átomos (assumiu-se até aqui)

Esse sólido ideal não existe!


Imperfeições nos Sólidos
Os materiais contém inúmeros de defeitos ou imperfeições

• Defeitos pontuais
• Defeitos unidimensionais
(lineares)
• Defeitos bidimensionais
(interfaciais)
O que é um Defeito?
n É uma imperfeição ou um "erro" no arranjo periódico regular dos átomos em um
cristal.
n Pode envolver uma irregularidade
q na posição dos átomos
q no tipo de átomos

O tipo e o número de defeitos dependem do material, do meio ambiente, e


das circunstâncias sob as quais o cristal é processado.
• IMPORTÂNCIA: Controlar as imperfeições possibilita obter materiais com
diferentes propriedades para aplicações industriais.
Defeitos Pontuais
n O defeito é denominado LACUNA quando um átomo está faltando na rede cristalina
n Todos os sólidos cristalinos contêm lacunas
n O número de lacunas em equilíbrio depende exponencialmente da temperatura (Maior
Temperatura → Maior no de lacunas)

LACUNA
Defeitos Pontuais

Distorção de planos

AUTO-INTERSTICIAL

n O defeito é denominado auto-intersticial quando um átomo do cristal se encontra


comprimido entre um espaço vazio da rede que normalmente não é ocupado
n Defeito não muito provável (↓ LACUNA)
n Introduz distorções relativamente grandes na sua vizinhança
Defeitos Lineares (Discordâncias)
n Discordâncias são defeitos unidimensionais entorno ao qual alguns dos átomos estão
desalinhados

DISCORDÂNCIAS

ARESTA ESPIRAL MISTA


Discordância Aresta
n É um defeito provocado pela adição de um semiplano extra de átomos

Átomo acima da linha de


discordância são pressionados
Compressão
entre si

Expansão
Átomo abaixo da linha de
discordância são afastados
entre si

Linha de discordância é linha que centraliza o defeito (┴ e ┬)


Discordância Espiral/Hélice
n Gerada por uma tensão cisalhante

Espiral

Linha de discordância ()
Discordância Mista
n É o tipo mais provável de discordância. Exibe componentes de ambos os tipos anteriores
(aresta e espiral)

Maioria das discordância de


sólidos cristalinos

Discordância em cunha

Discordância em espiral
Defeitos Interfaciais
n São contornos que possuem duas dimensões
n Normalmente separam regiões dos materiais que possuem diferentes estruturas cristalinas
ou direções cristalográficas

DEFEITOS
INTERFACIAIS

SUPERFÍCIES CONTORNOS DE CONTORNOS DE


EXTERNAS GRÃO MACLA
Superfícies Externas
n Mais evidente dos defeitos de superfície devido a descontinuidade
n Coordenação atômica na superfície não é comparável a dos átomos no interior do cristal
n Átomos superficiais tem seus vizinhos em apenas um lado, logo possuem mais energia e
estão menos firmemente ligados aos átomos externos

Líquidos assumem uma forma com uma área mínima para


minimizar a energia da superfície
Contorno de Grão
n Contorno que separa dois pequenos grãos ou cristais que possuem diferentes
orientações cristalográficas em materiais policristalinos
n Com frequência os átomos de impurezas se agregam preferencialmente ao longo destes
contornos devido ao estado mais elevado de energia
Contorno
de grão

Plano de
escorregament
o
Contorno de Grão
n São contornos que possuem duas dimensões
n Átomos estão ligados de uma maneira menos regular no contorno
n Existência de uma energia interfacial que é função do grau de desorientação (↑ altos
ângulos)
Contorno de Macla
n Tipo especial de contorno de grão através do qual existe uma simetria espelhada
específica da rede cristalina
q As maclas resultam de deslocamentos atômicos que
são produzidos a partir de forças mecânicas de
cisalhamento e também durante alguns tratamentos
térmicos
• Comparação dos defeitos pelo alcance dimensional na estrutura cristalina:
ESTRUTURAS NÃO CRISTALINAS
(AMORFAS)

Professora:
Isaura Lobato Paes
Introdução
As propriedades dos materiais estão intimamente ligadas

Aos arranjos de seus átomos:

üEstruturas cristalinas;
üEstruturas amorfas;
ü Estruturas moleculares.
Introdução
Estruturas Amorfas

Não apresentam a regularidade


interna dos cristais a longas distâncias.

§ Gases;
§ Líquidos; Fluidos
§ Vidros. Líquido
super-resfriado
Gases

Dentro de um gás não há qualquer estrutura, a não ser,


a estrutura inerente às moléculas individuais. Cada
átomo ou molécula está a uma distância suficiente dos
outros
Osátomos
átomos ou moléculas,depara
ou moléculas que estão
um gás possa ser
considerado independente.
muito separados e distribuídos ao acaso. As
interações causadas por colisões são
momentâneas.
Gases

Comparadas com as
moléculas de um líquido, as
moléculas de um gás se
difundem rapidamente,
uma vez que a distância
que elas se movem entre as
colisões são relativamente
grandes.

Figura 1- Difusão mais rápida de um


gás em relação a um líquido.
Líquidos
Líquidos com ligações direcionais (H2O)

Por que os icebergs flutuam?


Líquidos

A Figura mostra o controle de orientação das moléculas de água no gelo,


onde vê-se que cada molécula de água esta cercada tetraedricamente por
quatro outras, ai mantidas por pontes de hidrogênio. Isso faz com que o
gelo tenha uma estrutura bastante aberta e seja menos densa do que a
água líquida. É por este motivo que os icebergs flutuam.
Vidros
Alumina ( Al2O3)
Aumenta a resistência Sódio ( Na2SO4)
mecânica.

Magnésio ( MgO)
Garante resistência ao
vidro para suportar
Potássio ( K2O) mudanças bruscas de
temperatura e
aumenta a resistência
mecânica.
Sílica ( SiO2)
Matéria prima Cálcio ( CaO)
básica (areia) Proporciona
com função estabilidade ao vidro
vitrificante. contra ataques de
agentes
atmosféricos.
Vidros

O termo vidro se aplica aos materiais que tem uma curva de dilatação
térmica semelhante a figura abaixo.

Figura 8- Curva de dilatação térmica do vidro.

Em temperaturas elevadas, os vidros formam líquidos


verdadeiros. Os átomos se movem livremente e não há
resistência ao cisalhamento.
ESTRUTURA MOLECULAR DO VIDRO

vidro

• O que dá ao vidro qualidades singulares é a sua estrutura atômica.

• Em sua estrutura interna não achamos o ordenamento regular


encontrado nos em outros sólidos. A estrutura é mais parecida com
um arranjo aleatório de um líquido.

• Nem um líquido, nem verdadeiramente um sólido


cristalino, ele é um misto dos dois: Um líquido super-
resfriado no estado sólido.
PRODUÇÃO

• Preparo da mistura fundida a 1600 oC;


• Moldagem – 1200 a 1300 oC
• Banho de estanho no estado líquido (float
– paralelismo das faces - Construção civil)
• Resfriamento para facilitar corte e
manuseio
• Têmpera térmica (facultativa).

MÁQUINA DE CORTE
Diferenças entre vidro estirado e o cristal

• O vidro (estirado) e o cristal possuem praticamente a


mesma composição química e resistência mecânica.
• A diferença está nas propriedades óticas.
• O vidro possui ondulações que produzem distorções de
imagens.
• O cristal não possui ondulações superficiais, tem menor
percentagem de defeitos e não distorce imagens porque
suas faces são perfeitamente paralelas.
Os vidros coloridos são produzidos acrescentando-se a
sua composição corantes como o Selênio (Se), Óxido
de Ferro (Fe2O3) e Cobalto (Co3O4) para atingir as
diferentes cores.

• Vidros planos (portas, janelas


e sacadas)
• Tijolos ou blocos de vidro para
alvenaria
• Telhas de vidro
• Fibras de vidro
• Lã de vidro.

VIDROS DE SEGURANÇA
“FLOAT”.
PROPRIEDADES MECÂNICAS

Tensão de ruptura à flexão


ff = 40 MPa (recozido)
ff = 180 MPa (temperado)

Módulo de elasticidade

E= 75 GPa

Coeficiente de Poisson = 0.22

Massa específica = 2,5 kg/dm3


Vidros de segurança

• Primeiramente foram normalizados na indústria automobilística e


posteriormente na construção civil;
• A diferença fundamental do vidro de segurança para o vidro comum é que,
ao ser fraturado, ele produz fragmentos menos suscetíveis de causar
ferimentos;
• Podem se dividir em: temperado, laminado e aramado.
TIPOS DE VIDRO

Recozido ou estirado (comum)

Vidro Temperado

Vidro float Vidro Laminado


Vidro Aramado

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