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Nesta seção, definiremos duas operações que podem ser realizadas com campos vetoriais e
que são essenciais nas aplicações de cálculo vetorial em mecânica dos fluidos e em eletrici-
dade e magnetismo. Cada operação lembra uma derivação, mas uma produz um campo veto-
rial enquanto a outra gera um campo escalar.
Rotacional
Se F P i Q j R k é um campo vetorial em ⺢3 e as derivadas parciais de P, Q e R exis-
tem, então o rotacional de F é o campo vetorial em ⺢3 definido por
1 rot F 苷 冉 R
y
Q
z
冊 冉
i
P
z
R
x
冊 冉j
Q
x
P
y
冊 k
Se pensarmos em como um vetor de componentes ∂/∂x, ∂/∂y e ∂/∂z, podemos também con-
siderar o produto vetorial formal de pelo campo vetorial F como segue:
ⱍ ⱍ
i j k
F苷
x y z
P Q R
苷 冉 R
y
Q
z
冊 冉 i
P
z
R
x
冊 冉 j
Q
x
P
y
冊 k
苷 rot F
2 rot F F
ⱍ ⱍ
i j k
curl F 苷 F 苷
x y z
xz xyz y 2
苷 冋
y
共y 2 兲
z
共xyz兲 i 册 冋
x
共y 2 兲
z
共xz兲 j 册
冋
x
共xyz兲
y
共xz兲 k 册 SCA A maioria dos sistemas de computação
algébrica tem comandos para calcular
rotacional e divergência de campos
苷 共2y xy兲 i 共0 x兲 j 共yz 0兲 k vetoriais. Se você tem acesso a um SCA,
use esses comandos para verificar as
苷 y共2 x兲 i x j yz k respostas dos exemplos e exercícios desta
seção.
Calculo16_05:calculo7 6/10/13 10:42 AM Page 978
978 CÁLCULO
3 Teorema Se f é uma função de três variáveis que tem derivadas parciais de se-
gunda ordem contínuas, então
rot (f ) 0
DEMONSTRAÇÃO Temos
ⱍ ⱍ
i j k
Observe a semelhança com o que sabemos
da Seção 12.4: a a 0 para cada vetor rot共f 兲 苷 共f 兲 苷 x y z
tridimensional a. f f f
x y z
苷 冉
2 f
y z
2 f
z y
i 冊 冉 2 f
z x
2 f
x z
冊 冉j
2 f
x y
2 f
y x
冊 k
苷0i0j0k苷0
4 Teorema Se F for um campo vetorial definido sobre todo ⺢3 cujas funções com-
ponentes tenham derivadas parciais de segunda ordem contínuas e rot F 0, F será um
campo vetorial conservativo.
EXEMPLO 3
Mostre que
F(x, y, z) y2z3 i 2xyz3 j 3xy2z2 k
é um campo vetorial conservativo.
(b) Determine uma função f tal que F f.
SOLUÇÃO
ⱍ ⱍ
(a) Calculemos o rotacional de F:
i j k
rot F 苷 F 苷
x y z
y 2 z 3 2xyz 3 3xy 2 z 2
5 fx(x, y, z) y2z3
6 fy(x, y, z) 2xyz3
7 fz(x, y, z) 3xy2z2
A razão para o nome rotacional é que o vetor rotacional está associado com rotações.
Uma conexão será explicada no Exercício 37. Outra ocorre quando F representa um campo
de velocidade em mecânica dos fluidos (veja o Exemplo 3 na Seção 16.1). Partículas perto
de (x, y, z) no fluido tendem a rodar em torno do eixo que aponta na direção de rot F (x, y, rot F(x, y, z)
z), e o comprimento do vetor rotacional é a medida de quão rápido as partículas se movem
em torno desse eixo (veja a Figura 1). Se rot F 0 no ponto P, então o fluido é isento de
rotações em P e F é chamado irrotacional em P. Em outras palavras, não há nenhum turbi- (x, y, z)
lhão ou redemoinho em P. Se rot F 0, uma pequena roda de pás move-se com o líquido,
mas não roda em torno do seu eixo. Se rot F ⬆ 0, a roda com pás giraria em torno de seu
eixo. Veremos mais detalhes sobre essa explanação na Seção 16.8, como consequência do FIGURA 1
Teorema de Stokes.
Divergente
Se F P i Q j R k é um campo vetorial em ⺢3 e ∂P/∂x, ∂Q/∂y e ∂R/∂z existem, então
o divergente de F é a função de três variáveis definida por
9 P Q R
div F 苷
x y z
Observe que rot F é um campo vetorial, mas div F é um campo escalar. Em termos do ope-
rador gradiente (∂/∂x) i (∂/∂y) j (∂/∂z) k, o divergente de F pode ser escrito sim-
bolicamente como o produto escalar de e F:
10 div F F
980 CÁLCULO
冉 冊 冉 冊 冉 冊
a (a b) 0.
R Q P R Q P
苷
x y z y z x z x y
2R 2Q 2P 2R 2Q 2P
苷
x y x z y z y x z x z y
苷0
EXEMPLO 5 Mostre que o campo vetorial F(x, y, z) xz i xyz j y2 k não pode ser es-
crito como o rotacional de outro campo vetorial, ou seja, F ⬆ rot G.
SOLUÇÃO No Exemplo 4 mostramos que
div F z xz
e, portanto, F ⬆ 0. Se fosse verdade que F rot G, então o Teorema 11 daria
div F div rot G 0
o que contradiz F ⬆ 0. Portanto F não é o rotacional de outro campo vetorial.
A razão para essa interpretação de div F Novamente, a razão para o nome divergente pode ser entendida no contexto da mecâni-
será explicada ao final da Seção 16.9 como ca dos fluidos. Se F(x, y, z) é a velocidade de um fluido (ou gás), então div F(x, y, z) repre-
consequência do Teorema do Divergente. senta a taxa de variação total (com relação ao tempo) da massa do fluido (ou gás) escoando
do ponto (x, y, z) por unidade de volume. Em outras palavras, div F(x, y, z) mede a tendên-
cia de o fluido divergir do ponto (x, y, z). Se F 0, então F é dito incompressível.
Outro operador diferencial aparece quando calculamos o divergente do gradiente de um
campo vetorial f. Se f é uma função de três variáveis, temos
2 f 2 f 2 f
div共f 兲 苷 ⴢ 共f 兲 苷 2 2 2
x y z
e essa expressão aparece tão frequentemente que vamos abreviá-la como 2 f. Esse operador
2
é chamado operador de Laplace por sua relação com a equação de Laplace
2 f 2 f 2 f
2 f 苷 2 2 2 苷 0
x y z
Podemos também aplicar o laplaciano 2 a um campo vetorial
FPiQjRk
em termos de suas componentes:
2 F 2P i 2Q j 2R k
y
䊊 F ⴢ dr 苷 y
䊊 P dx Q dy
C C
e, considerando F como um campo vetorial em ⺢3 com terceira componente 0, temos
ⱍ ⱍ
i j k
rot F 苷
x
y
z
苷 冉 Q
x
P
y
冊 k
P共x, y兲 Q共x, y兲 0
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冉 冊
Portanto,
Q P Q P
共rot F兲 ⴢ k 苷
kⴢk苷
x y x y
e podemos reescrever a equação do Teorema de Green na forma vetorial
12 y
䊊 F ⴢ dr 苷 yy 共rot F兲 ⴢ k dA
C
D
ⱍ ⱍ
b
y
䊊 F ⴢ n ds 苷 y 共F ⴢ n兲共t兲 r共t兲 dt T(t)
C a
y冋 ( 册ⱍ
r(t) n(t)
b P x共t兲, y共t兲) y共t兲 Q ( x共t兲, y共t兲) x共t兲
ⱍ
D
苷 r共t兲 dt
a ⱍ
r共t兲 ⱍ r共t兲 ⱍ ⱍ C
b 0 x
苷 y P共x共t兲, y共t兲兲 y共t兲 dt Q共x共t兲, y共t兲兲 x共t兲 dt
a
yy 冉 冊 FIGURA 2
P Q
苷 y P dy Q dx 苷 dA
C x y
D
pelo Teorema de Green. Mas o integrando na integral dupla é o divergente de F. Logo, temos
uma segunda forma vetorial do Teorema de Green:
13 y
䊊 F ⴢ n ds 苷 yy div F共x, y兲 dA
C
D
Essa versão diz que a integral de linha da componente normal de F ao longo de C é igual à
integral dupla do divergente de F na região D delimitada por C.
16.5 Exercícios
1–8 Determine (a) o rotacional e (b) o divergente do campo vetorial. 1
5. F共x, y, z兲 苷 共x i y j z k兲
sx y 2 z 2
2
1. F(x, y, z) xyz i x2y k
6. F(x, y, z) exy sen z j y tg1(x/z) k
2. F(x, y, z) x yz i xy z j xyz k
2 2 2