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FE – UEM/DECi - Eng.

ª Civil Mecânica das Construções

ÍNDICE

3. REACÇÕES DE APOIO EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS ........................................... 2

3.1. CÁLCULO DE REACÇÕES DE APOIO .................................................................... 2


3.1.1. Equações de Equilíbrio.............................................................................................. 2

3.1.2. Exemplos de cálculo.................................................................................................. 4

Capítulo 3 - REACCOES DE APOIO EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS_2014 - 1/8


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3. REACÇÕES DE APOIO EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS

Geralmente, as obras de engenharia civil são apoiadas no terreno, sejam elas barragens, edifícios,
pontes, etc, portanto. É necessário projectar elementos estruturais, designados de apoios para que
a estrutura possa transmitir de forma segura aos solos de fundação as cargas que dela advêm. As
reacções nos apoios são de extrema importância para o cálculo estrutural, pois os apoios são os
componentes estruturais que servem de suporte para a estrutura. Ao calcular-se uma reacção num
apoio está a tentar-se saber o “peso” que este apoio suporta. É neste contexto que é introduzido o
conceito de reacção de apoio.

3.1. CÁLCULO DE REACÇÕES DE APOIO


O conceito de reacções de apoio é assenta-se na 3ª lei de Newton (o princípio da acção-reacção –
a toda acção há sempre uma reacção oposta e de igual intensidade).

Considerando por exemplo um apoio simples posicionado na horizontal, sabe-se que este impede
apenas um movimento, o “vertical”, assim sendo, o apoio recebe um esforço que o comprime
contra o solo (por exemplo) e a sua reacção será na direcção contrária, ou seja, para cima e de
igual intensidade de modo que se possa manter o equilíbrio.

Em uma estrutura, após definição dos apoios, o cálculo das suas reacções é simples e imediato,
dado que elas são forças ou momentos de ponto de aplicação e direcções conhecidas e tais que
equilibram as cargas aplicadas na estrutura.

3.1.1. Equações de Equilíbrio


As reacções de apoio serão calculadas com base nas equações de equilíbrio da estática, devendo-
se procurar o equilíbrio de translação e de rotação.

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Dependendo das articulações que as estruturas podem ter, estas podem ser deformáveis ou
indeformáveis

Internamente indeformáveis não têm grau de liberdade interna L=3


Estruturas
isostáticas
Internamente deformáveis L>3

Se for dado um sistema estático, substituem-se os apoios pelas reacções (forças) que elas
introduzem.

Apoio simples/móvel

Apoio duplo/fixo

Encastramento

Em sistemas isostáticos, obtém-se um número de equações igual ao número de incógnitas


(reacções de apoio).

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3.1.2. Exemplos de cálculo

a) Estruturas internamente indeformáveis L=3

Resolução:

1º Passo – Análise de Isostaticidade

Caso a estrutura não seja isostática, não será possível determinar as reacções de apoio do sistema
baseando-se apenas nas equações de equilíbrio estático.

L=3
n G=0
n=0 A estrutura é isostática

2º Passo – Traçado do diagrama do corpo livre

Se a estrutura for isostática, segue-se o traçado do diagrama do corpo livre (desenho contendo o
carregamento da estrutura, a substituição dos apoios pelas suas respectivas reacções, e as
distâncias entre os elementos estruturais).

A colocação das reacções não tem nenhum critério no que diz respeito ao sentido, assim, a
reacção Ax, por exemplo, poderia estar colocada com o sentido da direita para a esquerda.

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3º Passo – Equações de equilíbrio

Usando as equações do equilíbrio da estática, calcular as reacções nos apoios e fazer a respectiva
verificação.

Antes de fazer os somatórios deve-se estabelecer um sentido positivo para todos os sentidos,
sendo os sentidos indicados através de setas antes do símbolo do somatório (para o momento a
seta deve ser curva, indicando o sentido horário ou anti-horário, dependendo da escolha feita).

( )→∑

A soma de todos os momentos provocados por todas as forças deve ser igual a zero (o momento
calcula-se separadamente para cada apoio).

Para o momento, repare que se se calcular o momento em relação ao apoio A, ter-se-á o


resultado numérico do valor da reacção By, e as reacções Ax e Ay não entram neste cálculo
porque não geram nenhum momento em relação ao apoio A, visto que o seu ponto de aplicação é
no apoio A, pela mesma ordem de ideia, faz-se o somatório de momentos em B.

( ) ∑

( ) ∑

O resultado pode ser positivo ou negativo, dependendo do sentido escolhido. Um resultado


positivo indica que o sentido escolhido para dada reacção é o sentido real da reacção; Um
resultado negativo indica que o sentido escolhido para dada reacção é do sentido contrário ao
sentido real da reacção.

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Verificação:

A verificação é feita usando uma equação diferente das que foram usadas para o cálculo das
reacções de apoio.

( ) ∑ cqd

Na verificação, para o caso do somatório das forças verticais, o resultado deverá ser nulo.
Concluindo-se assim que os resultados obtidos estão correctos. Caso obtenha-se um valor não
nulo, deverá proceder-se a verificação das equações de equilíbrio de modo a identificar o
possível erro.

b) Estruturas internamente deformáveis L>3


Tal como nas estruturas deformáveis o momento calcula-se separadamente para cada apoio e
neste caso em particular, para que o corpo não se deforme é necessário que o momento das
forças de cada parte em relação a rótula (ponto C) seja nulo, pois o corpo não deve rodar na
rótula.

Resolução:

1º Passo – Análise de Isostaticidade

L=4
n G=1
n=0 A estrutura é isostática

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2º Passo – Traçado do diagrama do corpo livre

3º Passo – Equações de equilíbrio

( )→∑

( ) ∑ ,

( ) ∑ ,

O somatório de momentos na rótula deverá ser feito somente para um dos lados (neste exemplo é
feito para a direita).

( )
( ) ∑ , ,

Fazendo o somatório de momentos a direita obtém-se Bx, que poderá ser substituido o respectivo
valor na expressão (1).

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( ) , →

Verificação:

( ) ∑ , , cqd

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