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Método das Forças

Introdução

Curso de Engenharia Civil


Estabilidade das Construções II
Profº.: Emerson Silva
Aplicando o Método das Forças

Para determinar as reações vinculares e os esforços internos


de uma estrutura pelo Método das Forças, é necessário
determinar inicialmente o seu sistema principal, que é um
sistema estrutural isostático, equivalente ao sistema
estrutural real, hiperestático. A determinação deste sistema
consiste na substituição das vinculações excedentes por
suas respectivas forças reativas, devendo-se respeitar as
condições de compatibilidade de deslocamentos.
Equação de compatibilidade

A equação de compatibilidade de deslocamentos pode ser


escrita na forma genérica:

onde os deslocamentos generalizados são definidos como:


δ10 é o deslocamento na direção 1 (direção e ponto de
aplicação da força X1) causado pelo carregamento externo
e δ11 é o deslocamento na direção 1 (direção e ponto de
aplicação da força X1) causado pela aplicação de uma
força unitária na direção 1.
Para determinar o valor do hiperestático X1 é preciso,
primeiramente, determinar os deslocamentos generalizados δ10
e δ11.

Estes deslocamentos podem ser encontrados por diversos


métodos. Será adotado o “Princípio dos Trabalhos Virtuais da
Carga Unitária” (SUSSEKIND, 1994) – Tabela de Kurt-Bayer
Exemplo 1

Seja a viga contínua, mostrada na figura, traçar os diagramas


de esforços pelo Método das Forças. Trata-se de uma viga
com grau de hiperasticidade igual a 1 ( ge = r – e = 4 - 3 =1,
onde r é o número de reações de apoio e e o número de
equações de equilíbrio da estática).
Sistema Principal

Existem diversos sistemas principais possíveis para tornar essa viga


numa estrutura isostática equivalente, pelo Método das Forças. Poderia-
se, por exemplo, se substituir o apoio de 1º gênero em B pela reação
vertical correspondente, impondo-se a condição de deslocamento
vertical nulo em B; ou fazer o mesmo no apoio em C; ou ainda se
eliminar o vínculo de restrição de deslocamento vertical em A,
substituindo-o pela reação vertical e impondo-se deslocamento nulo
nesse ponto e direção. No entanto, para facilitar o traçado dos diagramas
de momentos fletores necessários ao cálculo dos deslocamentos
generalizados δij, recomenda-se a utilização do sistema principal
mostrado na Figura.
Processo

Nesse sistema libera-se o vínculo de rotação na ligação entre as barras


no apoio intermediário B, colocando-se uma rótula, e introduzindo-se
os momentos fletores atuantes nas barras adjacentes à rotula, que são
as incógnitas do problema, logo denominado X1. Impondo-se a
condição de compatibilidade de deslocamentos, que a rotação relativa
as barras adjacentes à rótula deve se anular, torna-se a viga do sistema
principal isostática e equivalente à viga real hiperestática. Admitindo-
se que a viga contínua apresente comportamento linear, pode-se
considerar separadamente a ação do carregamento externo e do
hiperestático e depois somar os seus efeitos. Aplica-se assim a mesma
equação de compatibilidade de deslocamentos em sua forma genérica:
O cálculo dos deslocamentos generalizados é realizado pelo
Princípio dos Trabalhos Virtuais, a partir dos diagramas de
momentos fletores da viga na situação 0 (devido ao
carregamento externo) e na situação I (devido a uma carga
unitária na direção e ponto de aplicação do hiperestático X1).
Os diagramas dos momentos fletores M0 estão mostrados na
Figura 1 e os diagramas M1 estão mostrados na Figura 2. O
traçado e a forma dos diagramas de momentos fletores ficam
assim simplificados, pois nesse sistema principal a viga
contínua foi transformada em duas vigas isostáticas bi-
apoiadas desacopladas.
No cálculo dos deslocamentos generalizados despreza-se o
efeito da deformação por cisalhamento nas barras, assim
considera-se apenas a deformação causada pelo momento
fletor.

Para calcular o produto das funções de momentos fletores


nas expressões, utiliza-se a tabela de Kurt-Beyer,
conforme mostrado na Tabela 1 e na Tabela 2,
respectivamente.
Logo, teremos:

δ10 = - 31,25 – 48 = - 79,25


δ11 = 1,67 + 1,33 = 3

Inserindo-se em seguida os valores obtidos para δ10 e δ11 na


equação de compatibilidade, obtém-se o valor da incógnita
hiperestática:
Conclusão:

“X1” representa o momento fletor atuando nas extremidades


das barras adjacentes ao apoio intermediário B. O sinal
encontrado, positivo, indica que o sentido arbitrado para os
momentos X1 estavam corretos, e a unidade está consistente
com as utilizadas para forças e distâncias na viga.

Obtido o valor de X1, pode-se encontrar as demais reações de


apoio e os esforços finais no sistema principal a partir das
equações de equilíbrio da Estática.

Deixa-se para você, como exercício, encontrar as reações de


apoio e os diagramas de esforços finais para esse exemplo de
viga contínua.

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