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Observações importantes
Os coeficientes de rigidez k11 e k44 foram calculados nas expressões (123) e (126). Tais
coeficientes são correspondentes, respectivamente, à translação vertical D1 e à rotação D4 ,
deslocamentos estes que correspondem respectivamente à mola de extensão e à mola rotacio-
nal. Haja vista, que os deslocamentos impostos são unitários estas parcelas têm valores iguais
aos correspondentes valores das constantes destas molas.
No cálculo destas reações, normalmente, não se utiliza a superposição dos valores encon-
trados nos vários estados. Estes valores foram calculados de forma bem mais simples. A força
na mola de extensão cumpre a expressão F = k x, e o momento na mola rotacional cumpre
a expressão M = k θ. O sinal menos − que aparece nas expressões (130) e (131), decorre do
fato que a força e o momento que atuam na barra tem sentido contrários a força e o momento
que atuam nas molas.
Pórticos planos são estruturas cujas barras estão num mesmo plano e carregadas neste
plano. Deste modo poderão estar sujeitos a forças normais, forças cortantes e momentos de
flexão. Doravante, estas estruturas serão denominados simplesmente de pórticos.
A solução de pórticos pelo método dos deslocamentos segue exatamente a mesma sis-
temática utilizada para solução de vigas.
Todas as simplificações já abordadas valem integralmente para pórticos. Entretanto, há
uma simplificação que não foi aplicada para vigas e que tem grande importância para pórticos.
Barras de pórticos estão sujeitos a forças normais. Este tipo de esforço interno provoca
alongamentos ou encurtamentos em barras.
Aqui este efeito será desprezado, ou seja, será admitido, salvo ressalva expressa, a
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No seção 1.3 foi apresentado o conceito de deslocabilidade com sua classificação como
externa ou interna. Neste item será tratada a solução de pórticos indeslocáveis, ou seja aqueles
cujos deslocamentos nodais incógnitos são exclusivamente rotações nodais (deslocabilidades
internas).
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Este pórtico apresenta cinco nós. Os dois nós internos C e D, e os três vı́nculos A, B
e E. São três deslocamentos por nó, assim em princı́pio se tem 15 deslocamentos nodais
desconhecidos. Nos dois engastes, os seis deslocamentos são nulos, logo conhecidos. No
apoio duplo em E, as duas translações são nulas, logo conhecidas. De modo que, feita esta
verificação inicial, restam 7 deslocamentos nodais desconhecidos.
A rotação no apoio E não necessita ser considerada na análise pois este vı́nculo é de
extremidade. Se tem agora 6 deslocamentos nodais desconhecidos.
A translação vertical no nó C será desprezada pois este deslocamento implicaria no alon-
gamento/encurtamento da barra AC. O mesmo se pode afirmar da translação vertical do nó
D. Se tem agora 4 deslocamentos desconhecidos.
As translações horizontais dos nós C e D também serão nulas pois caso não fossem, as
barras CD e DE seriam extensı́veis. Chega-se a 2 deslocamentos nodais incógnitos. As
rotações em C e D. Além disso, o apoio duplo em E impede qualquer translação horizontal
das barras CD e DE.
É importante reparar que a consideração de barras inextensı́veis eliminou da análise 4
deslocamentos nodais, as translações verticais e horizontais nos nós C e D.
Uma forma firmal, mais elegante para identificação se um pórtico é deslocável ou indes-
locável é explicitada pelo Prof. Luiz Fernando Martha (PUC-Rio). Em seu prestigiado livro
sobre Análise Estrutural (MARTHA,L.F., 2017), ele nos ensina o que segue.
- Regras para determinação de deslocabilidades externas de pórticos planos com
barras inextensı́veis
O objetivo agora é estabelecer regras para a identificação de deslocabilidades externas
(translações) de um pórtico plano qualquer com barras inextensı́veis, incluindo barras inclina-
das.
As regras apresentadas a seguir são chamadas de regras de triangulação. Para entender
essas regras, é preciso considerar o conceito de contraventamento. Pode-se resumir esse
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conceito da seguinte maneira: um nó que estiver ligado a dois nós fixos à translação por duas
barras inextensı́veis não alinhadas (formando um triângulo) também fica fixo à translação.
Com base no conceito de contraventamento de pórticos planos com barras inextensı́veis,
são definidas duas regras para a adição de apoios fictı́cios do 1o gênero no sistema principal
com o objetivo de impedir deslocabilidades externas:
1. Um nó que estiver ligado a dois nós fixos à translação por duas barras inex-
tensı́veis não alinhadas (formando um triângulo) também fica fixo à translação.
Portanto, não é necessário adicionar um apoio fictı́cio a esse nó. Caso o nó só es-
teja ligado a um nó fixo por uma barra ou a dois nós fixos por duas barras alinhadas,
deve-se adicionar um apoio para impedir o deslocamento na direção transversal ao
eixo dessa(s) barra(s).
2. Um conjunto de barras inextensı́veis agrupadas em uma triangulação se com-
porta como um corpo rı́gido. Portanto, deve-se procurar adicionar apoios para
impedir o movimento de corpo rı́gido do conjunto.”
Aplicando estas regras ao pórtico mostrado na figura 69, se pode afirmar. Os nós A, B e
E estão fixos à translação. O nó D também está fixo à translação pois está ligado aos nós B e
E por meio de duas barras não alinhadas (BD e ED). O nó C está fixo à translação pois está
ligado aos nós fixos A e D por meio das barras não alinhadas AC e DC. Consequentemente,
se pode concluir que este pórtico é indeslocável !
Outra observação importante, é salientar que se desprezará a influência da força normal na
análise de pórticos. Isto não significa de modo nenhum que suas barras não estejam sujeitas
a forças normais. Isto também vale integralmente para as forças cortantes. O que se faz é
desprezar as deformações, que ocorrem, devidas a estes dois esforços internos pois em geral
são muito pequenas.
Da análise acima descrita se pode resolver este pórtico pelo método dos deslocamentos
com apenas dois deslocamentos incógnitos que são as rotações em C e D. Este pórtico é
indeslocável.
O correspondente sistema principal é mostrado na figura 70.
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(
And1 = Aeq1 + k11 D1 + k12 D2
(137)
And2 = Aeq2 + k21 D1 + k22 D2 .
A forma para determinação das ações nodais diretas, as ações nodais equivalentes e os
coeficientes de rigidez é a mesma utilizada para solução de vigas. Resolvido o sistema de
equações serão obtidos os valores dos dois deslocamentos incógnitos. A partir daı́, se pode
determinar os valores das reações e dos momentos de continuidade por superposição dos
Estados 0, 1 e 2.
Se estiverem presentes cargas térmicas, recalques e/ou apoios elásticos, se deverá incor-
porar tais situações de modo idêntico ao que foi feito na solução de vigas.
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cipais não aparecem os deslocamentos nodais apenas as chapinhas e triângulos que mostram
os impedimentos à rotação e à translação.
Se pode observar que os quatro nós internos estão fixados à rotação, através das chapinhas
numeradas de 1 a 4.
O nó correspondente a chapinha 3 está ligado a três barras e apenas uma delas, a vertical
inferior está fixa. Assim, neste nó há uma deslocabilidade externa, translação horizontal que
deve ser impedida pelo acréscimo do apoio 5.
O nó correspondente a chapinha 4 que está ligado a três barras agora passa a estar fixo
pois duas delas estão fixas, pelo nó 3 há pouco fixado e pelo engaste inferior da direita.
Passando para o andar de cima. O nó correspondente a chapinha 1 está ligado a duas
barras, uma vertical fixa em 3 e outra que não está fixa em 2. Portanto, aqui a deslocabilidade
externa, translação horizontal, deve ser impedida pelo acréscimo do apoio de número 6.
Finalmente, o nó correspondente a chapinha 2 está fixo à translação pois os nós 1 e 4 estão
fixos. Deste modo, o pórtico é deslocável com duas deslocabilidades externas como indicado
no seu sistema principal.
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Na figura 76 se tem o pórtico da figura anterior com acréscimo de uma barra diagonal
entre a chapinha 3 e o engaste da direita. Esta nova barra garante que os nós correspondentes
às chapinhas 3 e 4 estejam fixos. De modo que, não há deslocabilidade externa horizontal
neste nı́vel.
No andar de cima, os nós correspondentes às chapinhas 1 e 2, não estão fixos pois não cum-
prem a regra anterior. Logo um deles deve ser fixado à deslocabilidade externa de translação
horizontal. Isto é realizado pela introdução do apoio 5. Desta discussão, se conclui que este
pórtico é deslocável com uma deslocabilidade externa.
Na figura 77, se tem o pórtico anterior com acréscimo de mais uma barra diagonal no
segundo andar. Agora, não há deslocabilidades externas de translação horizontal. O pórtico
original foi transformado, pelo acréscimo das duas diagonais, em indeslocável. Estas barras
inclinadas acrescidas de modo a tornar pórticos indeslocáveis são conhecidas como barras ou
vigas de contraventamento.
A aplicação da regra anteriormente citada é uma ferramenta muito útil na definição das
deslocabilidades externas de um pórtico constituı́do de barras inextensı́veis.
Para concluir esta análise de deslocabilidades externas serão tratados outros dois exemplos.
Seja o pórtico mostrado na figura 78.
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Nesta figura o pórtico sob consideração é mostrado a esquerda. Há três deslocabilidades
internas, rotações, a serem impedidas. Isto é feito pelo acréscimo das chapinhas 1, 2 e 3.
Segue a análise sobre as deslocabilidades externas.
Iniciando pelo nó correspondente a chapinha 2. Este nó está ligado a duas barras, A
vertical está fixa, mas a inclinada não está. Consequentemente, se deve acrescentar o apoio
4 para impedir tal deslocabilidade externa de translação horizontal. Passando a seguir ao nó
correspondente à chapinha 3, se pode concluir por análise idêntica que este também apresenta
um deslocabilidade externa de translação horizontal. Mais uma vez deve ser acrescentado o
apoio 5. Assim, restando o nó correspondente a chapinha 1, está agora está fixo pois está
ligado por duas barras não alinhadas aos nós 2 e 3 que estão fixos. Tudo isto está mostrado
no sistema principal no desenho do centro da figura 78.
A análise acima feita poderia ter uma segunda abordagem. Ser iniciada pelo nó correspon-
dente a chapinha 1. Este não é fixo, para tal, se deve fixa-lo completamente quer a translação
vertical como horizontal. Isto é mostrado no desenho da direita pelo acréscimo de dois apoios
na chapinha 1. A partir daı́, os nós correspondentes às chapinhas 2 e 3 tornam-se fixos.
De modo que o pórtico da figura 78 pode ser resolvido por qualquer um dos dois sistemas
principais mostrados. Se trata de um pórtico deslocável com duas deslocabilidades externas.
O segundo caso é mostrado na figura 79.
Se pode observar em relação ao pórtico da figura 75 onde o engaste da direita foi trocado
por um apoio simples. Este apoio tem capacidade de impedir apenas translação vertical.
Este nó, portanto não é fixo. De modo que, aqui se deve impedir a deslocabilidade externa
horizontal (apoio 5).
Concluindo, ficou claro que as simplificações admitidas para soluções de pórticos, sejam
indeslocáveis ou deslocáveis, tem como único objetivo diminuir ao máximo o número de des-
locamentos (deslocabilidades) incógnitos facilitando a solução manual.
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Embora não faça parte desta disciplina, estruturas de barras, vigas, treliças, pórticos e
grelhas podem ser resolvidas pelo método dos deslocamentos de forma computacional. Uma
das implementações computacionais mais conhecida e recomendada é o programa FTOOL.
Nas soluções computacionais que são, todas elas, implementações deste método, não é ne-
cessário ter preocupação nenhuma com as simplificações aqui abordadas. Nestas soluções
computacionais também não se tem preocupação com a ordem dos sistema de equações ser
maior ou menor, pois todo esforço manual com os cálculos numéricos passa a ser executado
pelo computador.
Por fim, cabe salientar que a solução de pórticos sob carregamento geral, cargas
térmicas, recalques e a presença de apoios elásticos, é a mesma independente do
pórticos ser deslocável ou indeslocável.
Na seção 1.9 (pag.20) foi tratado o caso da carga térmica denominada por gradiente
térmico. Aqui na solução de pórticos, este tipo de carga tem importância e deve ser tratado
da mesma forma como foi para vigas.
O segundo tipo de carga térmica é decorrente de uma variação uniforme de temperatura da
barra. No aquecimento uniforme a barra tende a aumentar de comprimento e no resfriamento
uniforme ela tende a diminuir de comprimento. De modo que, as deformações/deslocamentos
provocados são correspondentes a forças normais. Assim, também é de interesse na análise
de pórticos.
Da Resistência dos Materiais, se sabe que variações uniformes de temperatura provocam
variações de comprimento dadas na forma
∆L = α L ∆T, (138)
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riam do valor da área transversal da barra. A expressão (138) mostra que isto não é verdade.
Dependem unicamente de um único parâmetro geométrico que é o comprimento da barra.
Assim, duas barras de mesmo comprimento, do mesmo material e de diferentes áreas trans-
versais sob igual variação de temperatura sofrerão idênticos alongamentos/encurtamentos. É
obvio que a quantidade de energia requerida para estas duas barras apresentem o mesmo
acréscimo/decréscimo de temperatura é diferente. Mas aqui, há única situação que interessa
para a análise é o valor da variação de comprimento.
O único deslocamento que a seção S, cortada pelo eixo de simetria, sofre é um desloca-
mento vertical. Não há rotação nesta seção muito menos translação horizontal. Deste modo,
o denominado modelo reduzido será constituı́do por metade da estrutura e na seção S se
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deve considerar um vı́nculo tipo engaste deslizante. Este vı́nculo tem capacidade de impedir
translação horizontal e rotação e permite que translação vertical ocorra livremente. Os dia-
gramas de momentos fletores e força normal são simétricos e o diagrama de força cortante
será antissimétrico.
A situação de carregamento antissimétrico é mostrada na figura 81.
Figura 82: Eixo de simetria cortando longitudinalmente uma barra e carregamento simétrico
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forças cortantes será antissimétrico. Cabe ainda constatar que a barra central estará sujeita
exclusivamente a forças normais.
Para carregamento antissimétrico como mostra a figura 83, se observa que a seção S pode
sofrer translações e rotação. Deste modo, o correspondente modelo reduzido estará constituı́do
por metade da estrutura, sem a retirada da barra central. Para esta barra central deverá ser
considerado metade de seu momento de inércia. Os diagramas de momentos fletores e de
forças normais serão antissimétricos e de forças cortantes simétrico. Além disso, o momento
de flexão para a barra central terá o dobro do valor obtido na solução do modelo reduzido.
Figura 83: Eixo de simetria cortando longitudinalmente uma barra e carregamento simétrico
Por fim, deve ser esclarecida a situação dos carregamentos. Por vezes, o carregamento
não é nem simétrico nem antissimétrico mas a estrutura apresenta simetria. Todo e qualquer
carregamento pode ser decomposto como a soma de duas parcelas, uma simétrica e outra
antissimétrica. Isto é mostrado na figura 84.
Observando as três situações apresentadas se pode concluir que situações gerais podem
ser decompostas pela soma ou subtração de parcelas simétrica e antissimétrica.
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1.19.1 Exemplo 1
Considere o pórtico mostrado na figura 85 com barras horizontais (vigas) com rigidez
EI = 2 e barras verticais (pilares) com rigidez à flexão EI = 1. Resolva-o pelo método dos
deslocamentos, calcule os valores de todas reações e trace suas linhas de estado. Todas as
barras são inextensı́veis.
Solução
O sistema principal é mostrado na figura 86.
Observando as figuras 85 e 86, se pode concluir que as ações nodais diretas são nulas, ou
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seja
Para o cálculo das ações nodais equivalentes deve ser considerado o Estado 0 como mos-
trado na figura 87.
Aeq1 = 54
(141)
Aeq2 = 81 − 54 = 27.
Da figura se obtém
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2 × 2EI 4EI 2
k12 = = =
6 6 3
(143)
4 × 2EI 2 × 3EI 4EI 8 6 4 10
k22 = + + = + + = .
6 6 4 6 6 4 3
Obtidas todas as ações, se pode reescrever o sistema de equações dado por (139) na forma
2
0 = 54 + 2D1 + D2
3
(144)
0 = 27 + 2 D1 + 10 D2
3 3
D1 = −26, 04 rad
(145)
D2 = −2, 89 rad
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12 12
RAy = 54 + × −26, 04 + × −2, 89 = 44, 36 kN (146)
36 36
6
RAx = − × −26, 04 = 4, 34 kN (147)
36
12 6 12
RBy = 54 + 67, 5 − × −26, 04 + − × −2, 89 = 130, 66 kN (148)
36 36 36
6
RBx = − × −2, 89 = 1, 08 kN (149)
16
6
REy = 40, 5 − × −2, 89 = 40, 98 kN (150)
36
6 6
REx = × −26, 04 + × −2, 89 = −5, 42 kN (151)
36 16
2
MA = × −26, 04 = −8, 68 kN m (152)
6
2
MB = × −2, 89 = −1, 45 kN m (153)
4
4
MC,esq = −MC,dir = × −26, 04 = −17, 36 kN m (154)
6
4 8
MD,esq = −54 + × −26, 04 + × −2, 89 = −75, 21 kN m (155)
6 6
6
MD,dir = 81 + × −2, 89 = 78, 11 kN m (156)
6
4
MD,abaixo = × −2, 89 = −2, 89 kN m (157)
4
Linhas de Estado
DEN(kN)
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DEC(kN)
DMF(kNm)
1.19.2 Exemplo 2
O pórtico mostrado na figura 90 deve
suportar a força indicada e um recalque
no engaste A de 8 mm dirigido para
baixo. Suas barras têm as seguintes ri-
gidezes, EIBC = 15000 kN m2 , EICD =
18000 kN m2 e EIAC = 12000 kN m2 .
Resolva este pórtico pelo método dos des-
locamentos, determine os valores de to-
das suas reações e faça o traçado de suas
linhas de estado. Considerar as barras
Figura 90: Exemplo 2
inextensı́veis.
Solução
Observando a geometria deste pórtico se pode afirmar que se terá apenas um deslocamento
incógnito. Esta incógnita é a rotação em C, Portanto, o correspondente sistema principal
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Observando as figuras 90 e 91, se pode afirmar que a ação nodal direta é nula.
And1 = 0 (159)
A ação nodal equivalente será calculada no estado 0 que é decomposto em duas partes,
para o recalque e para a força externa de 40 kN .
A figura 92 mostra o Estado 0 para o recalque.
6EIBC 3EICD
Aeq1,1 = 2
×δ− × δ = 43, 31 (160)
LBC L2CD
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Aeq1,2 = 30 (161)
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Sua solução é
6 × EIAC
RAx = − × D1 = 8, 94 kN (166)
3, 62
12 × EIBC 3 × EICD
RAy = 27, 5 − + × 0, 008+
3, 23 43
(167)
3 × EIBC 6 × EICD
+ − × D1 = −14, 49 kN
42 3, 22
6EIAC
RBx = − × D1 = −8, 94 kN (168)
3, 62
12 × EIBC 6 × EIBC
RBy = 3
× 0, 008 + × D1 = 29, 81 kN (169)
3, 2 3, 22
3EICD
RDy = 12, 5 − × D1 = 24, 68 kN (170)
42
2EIAC
MA = − × D1 = −10, 72 kN m (171)
3, 6
6EIBC 2 × EIBC
MB = 2
× 0, 008 + × D1 = 55, 23 kN m (172)
3, 2 3, 2
6 × EIBC 4 × EIBC
MC,esq = 2
× 0, 008 + × D1 = 40, 16 kN m (173)
3, 2 3, 2
3 × EICD 3 × EICD
MC,dir = 30 − × 0, 008 + × D1 = −18, 71 kN m (174)
4 4
4 × EIAC
MC,abaixo = × D1 = −21, 44 kN m (175)
3, 6
Linhas de Estado
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DEN(kN)
DEC(kN)
DMF(kN)
1.19.3 Exemplo 3
Seja o pórtico mostrado na figura 95. Suas barras devem ser consideradas inextensı́veis,
e com idêntica rigidez à flexão EI de valor igual a 13500 kN m2 . O engastamento na ex-
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tremidade da direita apresenta comportamento elástico linear para translação vertical de tal
sorte que a correspondente constante de mola vale k = 2100 kN/m. Resolva este pórtico
pelo método dos deslocamentos, calcule os valores de todas reações e faça o traçado de suas
linhas de estado.
Solução
Se trata de pórtico indeslocável. O único nó interno B, não pode se deslocar horizontal-
mente pois isto implicaria no alongamento ou encurtamento da barra BC. Além disso, está
impedido de se deslocar verticalmente pois se teria alongamento ou encurtamento da barra
inclinada AB. De modo que em B há um único deslocamento incógnito que é uma rotação.
Por outro lado, no engaste em C, há um comportamento elástico para translação vertical,
logo este deslocamento deve ser impedido. Portanto, ali se tem um segundo deslocamento
incógnito de translação vertical.
Do exposto, o correspondente sistema principal toma a forma mostrada na figura 96.
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(
And1 = Aeq1 + k11 D1 + k12 D2
(176)
And2 = Aeq2 + k21 D1 + k22 D2
Para a determinação dos valores das ações nodais equivalentes se deve considerar os efeitos
da carga distribuı́da. Este Estado 0 é mostrado na figura 97.
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6EI 6 × 13500
k12 = − 2
=− = −2250
L 36
(180)
12EI 12 × 13500
k22 = − 3 +k =− + 2100 = 2850
L 216
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Linhas de Estado
DEN(kN)
DEC(kN)
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DMF(kN)
1.19.4 Exemplo 4
O pórtico mostrado na figura 100 está constituı́do por barras inextensı́veis e de rigidez
EI de idêntico valor igual a 12000 kN m2 . Resolva este pórtico usando o método dos deslo-
camentos. Determine os valores das reações. Faça o traçado do diagrama de momentos de
flexão.
Solução
Trata-se de pórtico é indeslocável. Os dois nós internos C e D estão impedidos de sofrerem
translações por conta da regra da triangulação.
O nó C é uma articulação completa entre as barras AC e CD. As rotações ocorreram
nas seções imediatamente antes e após a rótula, o momento na rótula é nulo. Logo estas
rotações não necessitam serem tratadas como incógnitas. Entretanto, o nó D apresenta como
incógnita sua rotação.
A figura 101 mostra o correspondente sistema principal.
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Observando as figuras 100 e 101, se pode afirmar que a ação nodal direta é nula.
And1 = 0 (193)
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Sua solução é
3 × 12000
RAy = 16, 875 + × D1 = 16, 50 kN (198)
9
MA = 30 kN m (200)
6 × 12000 3 × 12000
RBy = 28, 125 + 30 + − × D1 = 58, 08 kN (201)
16 9
3 × 12000
RBx = − × D1 = 0, 21 kN (202)
16
6 × 12000
REy = 30 − × D1 = 30, 43 kN (203)
16
3 × 12000
REx = −22, 5 + × D1 = −22, 71 kN (204)
16
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2 × 12000
ME = −20 + × D1 = −20, 57 kN m (205)
4
3 × 12000
MD,esq = −16, 875 + × D1 = −18, 01 kN m (206)
3
4 × 12000
MD,dir = 20 + × D1 = 18, 86 kN m (207)
4
3 × 12000
MD,abaixo = × D1 = −0, 85 kN m kN m (208)
4
Linhas de Estado (Diagrama de momentos de flexão).
DMF(kNm)
1.19.5 Exemplo 5
Resolva pórtico mostrado na figura 104. Admita que tenha barras inextensı́veis. Determine
também os valores de todas as reações e o momento de continuidade em B. Faça o traçado
de suas linhas de estado. Considerar as barras com idêntica rigidez à flexão de valor EI = 1.
Solução
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Observando a figura 104, se pode afirmar que se trata de pórtico deslocável. Além disso,
há dois deslocamentos nodais incógnitos. São eles a rotação em B e uma translação horizontal
da barra BC. A rotação em C é livre para acontecer pois se tem nesta posição uma articulação
completa. A figura 105 mostra o correspondente sistema principal.
Por inspeção visual da figura 104, se pode afirmar que neste caso as ações nodais diretas
são nulas.
Aeq1 = −18
(211)
Aeq2 = 32 − 9 = 23.
3EI 12EI 15 5
k11 = + = =
27 27 27 9
(212)
6EI 6 2
k21 = = = .
9 9 3
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6EI 6 2
k12 = = =
9 9 3
(213)
3EI 4EI 25
k22 = + = .
4 3 12
D1 = 74, 10 m
(215)
D2 = − 34, 75 rad
3
RAy = 40 + × −34, 75 = 33, 48 kN (216)
16
12 6
RAx = −18 − × 74, 10 − × −34, 75 = −27, 77 kN (217)
27 9
3
RDy = 24 − × −34, 75 = 30, 52 kN (218)
16
3
RDx = − × 74, 10 = −8, 23 kN (219)
27
6 2
MA = 9 + × 74, 10 + × −34, 75 = 35, 23 kN m (220)
9 3
3
MD = × 74, 10 = 24, 70 kN m (221)
9
3
MB,esq = −MB,dir = 32 + × −34, 75 = 5, 94 kN m (222)
4
Linhas de Estado.
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DEN(kN)
DEC(kN) DMF(kNm)
1.19.6 Exemplo 6
Resolva pórtico mostrado na figura 109. Admita que tenha barras inextensı́veis. Determine
também os valores de todas as reações. Faça o traçado de suas linhas de estado. Considerar
as barras com idêntica rigidez à flexão de valor igual a EI = 13500 kN.m2 .
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Solução
Em relação ao pórtico do exercı́cio an-
terior, o nó C é uma articulação incom-
pleta. A barra horizontal BC tem sua ex-
tremidade articulada em C, mas a barra
vertical DC não está articulada em C.
Se deve considerar mais uma incógnita,
a rotação da extremidade C para a barra
DC. O pórtico é deslocável. O sistema
principal toma a forma mostrada na fi-
Figura 110: Sistema principal
gura 110.
O correspondente sistema de equações é
And1 = Aeq1 + k11 D1 + k12 D2 + k13 D3
And2 = Aeq2 + k21 D1 + k22 D2 + k23 D3 (223)
And3 = Aeq3 + k31 D1 + k32 D2 + k33 D3
Elas valem
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12EI 12EI
k11 = + = 5062, 5
64 64
6EI
k21 = = 5062, 5 (226)
16
6EI
k31 = = 5062, 5
16
6EI
k12 = = 5062, 5 (227)
16
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3EI 4EI
k22 = + = 20250
6 4
(228)
k32 = 0
6EI
k13 = = 5062, 5
16
k23 = 0 (229)
4EI
k33 = = 13500
4
D1 = 1, 119 × 10−2 m
D2 = − 5, 021 × 10−3 rad (231)
D3 = − 4, 198 × 10−3 rad
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3 × 13500
RAy = 37, 5 + × D2 = 31, 85 kN (232)
36
12 × 13500 6 × 13500
RAx = − × D1 − × D2 = −2, 91 kN (233)
64 16
6 × 13500 2 × 13500
MA = × D1 + × D2 = 22, 76 kN m (234)
16 4
3 × 13500
RDy = 22, 5 − × D2 = 28, 15 kN (235)
36
12 × 13500 6 × 13500
RDx = − × D1 − × D3 = −7, 07 kN (236)
64 16
6 × 13500 2 × 13500
MD = 22, 5 − × D1 + × D3 = 28, 31 kN m (237)
16 4
6 × 13500 4 × 13500
MB,esq = −MB,dir = × D1 + × D2 = −11, 13 kN m (238)
16 4
Linhas de Estado
DEN(kN)
DEC(kN) DMF(kNm)
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1.19.7 Exemplo 7
Considere o pórtico mostrado na figura 115. Suas barras devem ser tratadas como inex-
tensı́veis. Ocorre um recalque dirigido para baixo δ de valor igual a δ = 8 mm em A. Resolva
este pórtico pelo método dos deslocamentos, determine os valores de todas as reações e faça
o traçado de suas linhas de estado. As vigas deste pórticos tem idêntica rigidez à flexão de
valor EI = 30000 kN m2 e o pilar tem rigidez igual a EI = 12000 kN m2 . A mola rotacional
em D apresenta constante k = 2000 kN m/rad.
Solução
Por inspeção visual das figuras 115 e 116, se pode afirmar que neste caso as ações nodais
diretas são nulas.
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2EI 4EI
k12 = = 12000 k22 = + k = 26000. (243)
5 5
6 × 12000
RAx = − × D1 = 13, 86 kN (247)
9
2 × 12000
MA = × D1 = −13, 86 kN m (248)
3
12 × 30000 6 × 30000
RBy = × 0, 008 + × D1 = 72, 03 kN (249)
27 9
5 6 × 12000
RBx = × × D1 = −8, 66 kN (250)
8 9
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6 × 30000 2 × 30000
MB = × 0, 008 + × D1 = 125, 36 kN m (251)
9 3
12 × 30000 6 × 30000 6 × 30000
RDy = × 0, 008 − × D1 − × D2 = 13, 80 kN (252)
125 25 25
3 6 × 12000
RDx = × × D1 = −5, 20 kN (253)
8 9
MD = −k × D2 = −2000 × 3, 015 × 10−3 = −6, 03 kN m (254)
Linhas de Estado
DEN(kN)
DEC(kN)
DMF(kNm)
1.19.8 Exemplo 8
Resolva o pórtico mostrado na 120. O mesmo deve ser resolvido admitindo barras inex-
tensı́veis e a seguir com barras extensı́veis. Comparar os resultados obtidos para que se possa
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 94 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
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Nesta primeira solução, as barras do pórtico serão consideradas inextensı́veis e ele é indes-
locável. Há apenas um deslocamento nodal incógnito. Este é a rotação no nó B. A figura
121 mostra o correspondente sistema principal.
De imediato se pode escrever o sistema de equações que neste caso terá apenas uma
equação
Por inspeção visual das figuras 120 e 121, se pode concluir que
And1 = 0 (256)
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Para determinação da ação nodal equivalente Aeq1 se deve considerar o Estado 0 que é
mostrado na figura 122.
Aeq1 = 54 (257)
Para concluir esta etapa da solução, é determinado o coeficiente de rigidez k11 a partir do
Estado 1 mostrado na figura 123.
Mas
O valor é
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0 = 54 + 34920 D1 (260)
54
D1 = − = −1, 5464 × 10−3 rad (261)
34920
6 × 17460
RAy = 54 + × D1 = 49, 50 kN (262)
36
6 × 17460
RAx = − × D1 = 18 kN (263)
9
2 × 17460
MA = × D1 = −18 kN m (264)
3
X
RCy = 18 × 6 − RAy = 108 − 49, 50 = 58, 50 kN Fy = 0 (265)
X
RCx = −RAx = −18 kN Fx = 0 (266)
2 × 17460
MC = −54 + × D1 = −63 kN m (267)
6
DEN(kN) DMF(kNm)
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Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 98 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
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Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 99 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
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k12 = 0
(273)
EA 12EI 1484000 12 × 17460
k22 = + = + = 495637
3 216 3 216
6EI 6 × 17460
k32 = = = 2910 (274)
36 36
6EI 6 × 17460
k13 = = = 11640
9 9
6EI 6 × 17460
k23 = = = 2910 (275)
36 36
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 100 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
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D1 = 7, 1267 × 10−5 m
D2 = −9, 9781 × 10−5 m (277)
D3 = −1, 5618 × 10−3 rad
EA
RAy = − × D2 = 49, 36 kN (278)
3
12EI 6EI
RAx = − × D1 − × D3 = 17, 63 kN (279)
27 9
RCy = 18 × 6 − 49, 36 = 58, 64 kN (280)
DEN(kN) DMF(kNm)
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 101 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
1.19.9 Exemplo 9
Resolva o pórtico mostrado na figura 129. Suas barras são inextensı́veis com idêntica
rigidez à flexão de valor EI = 15000 kN m2 . A barra BD sofre um aquecimento uniforme
de 45o C. Determine também os valores de todas reações e faça o traçado de suas linhas de
estado. Considere para o material que constitui este pórtico que α = 1, 8 × 10−5 o C.
Solução
Trata-se de pórtico indeslocável. Apresenta dois deslocamentos nodais incógnitos. São as
rotações em C e D. A figura 130 mostra o correspondente sistema principal.
O correspondente sistema de equações é
(
And1 = Aeq1 + k11 D1 + k12 D2
(284)
And2 = Aeq2 + k21 D1 + k22 D2
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 102 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
Por inspeção visual das figuras 129 e 130, se pode afirmar que neste caso as ações nodais
diretas são nulas.
As ações nodais equivalentes são determinadas a partir do Estado 0 que neste caso é
exclusivamente dependente da variação de temperatura da barra AD. Este é mostrado na
figura 131.
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 103 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
6 × 15000
Aeq1 = − × 0, 00405 = −40, 5
9
(287)
6 × 15000 3 × 15000
Aeq2 = − × 0, 00405 + × 0, 00405 = −33, 21
9 25
A figura 132 mostra o Estado 1, de onde se pode determinar os coeficientes de rigidez k11
e k21 .
4EI 3EI
k11 = + = 35000
3 3
(288)
2EI
k21 = = 10000
3
2EI
k12 = = 10000
3
(289)
4EI 4EI 3EI
k22 = + + = 41000
3 5 5
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 104 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
6EI
RAx = − × D2 = −2, 04 kN (292)
25
3EI
RBx = − × D1 = −4, 98 kN (293)
9
X
REx = 4, 98 + 2, 04 = 7, 02 kN Fx = 0 (294)
12EI 3EI
RBy = − × δt − 2 × D2 = −4, 98 kN (295)
27 L
3EI 6EI 6EI
REy = − 3 × δt + × D1 + × D2 = −11, 41 kN (296)
L 9 9
X
RAy = 11, 41 + 2, 48 = 13, 89 kN Fy = 0 (297)
2EI
MA = × D2 = 3, 40 kN m (298)
5
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 105 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
3EI
MC,esq = −MC,dir = × D1 = 14, 93 kN m (299)
3
6EI 2EI 4EI
MD,esq = − × δt + × D1 + × D2 = −19, 20 kN m (300)
9 3 3
3EI 3EI
MD,dir = − × δt + × D2 = 12, 40 kN m (301)
25 5
4EI
MD,abaixo = × D2 = 6, 81 kN m (302)
5
Linhas de Estado
DEN(kN)
DEN(kN) DMF(kNm)
1.19.10 Exemplo 10
Resolva o pórtico mostrado na figura 134 tirando partido da simetria presente. Suas barras
devem ser admitidas como inextensı́veis. Todas as barras tem idêntica rigidez à flexão de valor
EI = 2. Calcule os valores de todas as reações e faça o traçado de suas linhas de estado.
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 106 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
Solução
Este pórtico admite um eixo de simetria horizontal que corta a estrutura ao longo da barra
EB. Além disso, o carregamento atuante deverá ser decomposto em sua parte simétrica e
antissimétrica. Assim para a solução se deve considerar o esquema mostrado na figura 135.
Do mostrado, se pode afirmar que a solução será dada pela superposição das soluções das
partes simétrica e antissimétrica. A solução da parte simétrica é imediata. Se terá unicamente
compressão de valor igual a 10 kN nas barras verticais DE e EF .
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 107 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
12 6
k11 = + = 0, 1213
216 91, 125
6
k21 = = 0, 2963 (306)
20, 25
6
k31 = = 0, 1667
Figura 137: Estado 1 36
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 108 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
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6
k12 = = 0, 2963
20, 25
8 6
k22 = + =4 (307)
3 4, 5
4
k32 = = 1, 3333
3
Figura 138: Estado 2
6
k13 = = 0, 1667
36
4
k23 = = 1, 3333 (308)
3
8 4
k33 = + = 3, 3333
3 6
Figura 139: Estado 3
D1 = − 102, 19 m
D2 = 6, 769 rad (310)
D3 = 2, 402 rad
12 12
RAx = − × D2 − × D3 = −12, 23 kN (311)
9 9
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 109 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
X
RBx = 0 Fx = 0 (313)
6 6
RAy = − × D1 − × D2 = 4, 73 kN (314)
91, 125 20, 25
RCy = RAy = 4, 73 kN (devido o DMF ser antissimétrico) (315)
6 2
MB = 2 × × D1 + × D3 = 32, 46 kN (316)
36 6
O valor calculado para MB deve ser multiplicado por 2, haja vista, que a barra EB foi
considerada com a metade de seu momento de inércia no modelo reduzido utilizado.
Linhas de Estado
DEN(kN)
DEN(kN) DMF(kNm)
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 110 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
1.19.11 Exemplo 11
Resolva o pórtico mostrado na figura 140 pelo método dos deslocamentos. Considerar as
barras como inextensı́veis. Determine os valores de todas as reações e faça o traçado de suas
linhas de estado. Considere as barras com idêntica rigidez à flexão de valor EI = 9000 kN m.
Solução
Se trata de pórtico indeslocável. O correspondente sistema principal é mostrado na figura
141.
De imediato se pode escrever o sistema de equações que neste caso terá apenas uma
equação
Por inspeção visual das figuras 140 e 141, se pode concluir que
And1 = 0 (318)
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 111 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
Para determinação da ação nodal equivalente Aeq1 se deve considerar o Estado 0 que é
mostrado na figura 142.
Aeq1 = 20 (319)
Para concluir esta etapa da solução, é determinado o coeficiente de rigidez k11 a partir do
Estado 1 mostrado na figura 143.
O valor é
4EI 4EI
k11 = + = 16200 (320)
4 5
0 = 20 + 16200 D1 (321)
20
D1 = − = −1, 235 × 10−3 rad (322)
16200
Prof. Ernesto Luiz Gomes Alquati (EE/FURG) 112 Capı́tulo 1 - Método dos Deslocamentos
Universidade Federal do Rio Grande - FURG 2023 Escola de Engenharia
2EI
MB = × D1 = 5, 56 kN m (323)
4
2EI
MC = −20 + × D1 = −24, 45kN m (324)
5
4EI
MAdir = × D1 = −11, 12 kN m (325)
4
MAacima = −MAdir = 11, 12 kN m (326)
X X
RBy = 4, 17 kN MAdir = 0 RCy = 55, 83 kN Fy = 0 (327)
X X
RCx = 30 kN MAacima = 0 RBx = −30 kN Fx = 0 (328)
Linhas de Estado
DEN(kN)
DEN(kN) DMF(kNm)
Observação importante:
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Se pode notar que ao longo desta solução, diferente da maioria das outras, apenas as
ações momentos foram mostradas nos Estados 0 e 1. Isto decorre do fato do pórtico sob
análise apresentar uma barra inclinada. Isto implicaria que decompor forças em duas direções
perpendiculares e paralelas às barras. Implica em dar complexidade à análise, embora seja per-
feitamente possı́vel de realizar. Entretanto, será a seguir mostrado que utilizando os recursos
da estática é possı́vel em muitos casos, como este, calcular as reações forças sem o emprego
da superposição dos efeitos.
Grelha é uma estrutura reticulada (ou de barras) plana, e sujeita a ações cujas direções
são perpendiculares ao seu plano. Isto faz com suas barras estejam sujeitas a força cortante,
flexão e torção.
A solução pelo método dos deslocamentos segue a mesma sistemática já tratada para vigas
e pórticos. Construção do sistema principal, identificação das ações nodais diretas, cálculo das
ações nodais equivalentes e dos coeficientes de rigidez. Segue a solução do correspondente
sistema de equações que resultará na determinação dos deslocamentos nodais incógnitos ou
graus de liberdade. Devem ser empregadas as mesmas tabelas que já vem sendo usadas.
A diferença consiste, em relação aos dois tipos de estruturas já tratados, o fato de ser
o primeiro tipo que apresenta deslocamentos de rotação correspondentes à torção. Da Re-
sistência dos Materiais se sabe que torção gera tensões tangenciais ou de cisalhamento que
em geral são da mesma ordem de grandeza que as tensões normais da flexão. Deste modo não
podem ser desprezadas como se faz comumente com aquelas decorrentes da força cortante.
A figura 144 mostra os deslocamentos em um nó de uma grelha com seus sentidos positivos
e uma barras com os mesmos deslocamentos nodais em seus extremos.
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O sistema mostrado está em acordo com a denominada regra do triedro direto. A grelha
posicionada no plano x − y e as forças externas atuantes com direção z. O não cumprimento
desta medida poderá levar a confusões quanto as rotações devidas a torção e a flexão. Este é
um sistema global de referência pois se refere a grelha como estrutura. Outra recomendação,
que será empregada ao longo da análise de grelhas é quanto a numeração dos deslocamentos
nodais que é mostrada na figura 144. Deste modo, é recomendadı́ssimo ter atenção a estas
duas pequenas situações.
Na análise de vigas e pórticos foi utilizada uma ”chapinha”(pequeno quadrado) para iden-
tificar a fixação de uma rotação nodal. Aqui na análise de grelhas se pode ter até duas
rotações no mesmo nó. Fica um pouco difı́cil mostrar estes dois impedimentos à rotação com
duas chapinhas. Desta forma é recomendado utilizar um pequeno cubo que fará o papel de
chapinha mostrando o impedimento de duas rotações ortogonais no mesmo nó. A figura 146
mostra esta situação.
Figura 146: Pequeno cubo que mostra impedimento a duas rotações no mesmo nó
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Assim como no caso de vigas e pórticos, nós de grelhas poderão estar sujeitos a recalques
de translação ou de rotação. Também, poderão apresentar apoios elásticos. A forma de
solução de grelhas com cada uma destas situações se dá exatamente da forma utilizada na
análise de vigas e pórticos.
Também é possı́vel que barras de grelhas estejam sujeitas a cargas térmicas. O único
tipo possı́vel é o gradiente térmico pois as barras de uma grelha não estarão sujeitas a forças
normais.
Na análise de pórticos planos foi apresentado o recurso da simetria estrutural com o intuito
de diminuir o número de incógnitas. Também poderia ser aplicado à análise de grelhas.
Entretanto, isto não será abordado neste curso.
Barras de grelhas não estão sujeitas a forças normais. Deste modo, não tem sentido
tratá-las como deslocáveis ou indeslocáveis como feito para pórticos planos.
Da Resistência dos Materiais se sabe que torques e forças cortantes geram nas seções de
uma barra tensões do tipo tangenciais ou de cisalhamento. Da estática de barras, é comum se
adotar alguma convenção de sinais para momentos, forças normais e forças cortantes. Seja qual
for a convenção de sinais adotada para expressar forças cortantes, torques e tensões tangenciais,
esta apenas define sentidos, mas não retratam nenhum fenômeno fı́sico diferente. Por exemplo,
um torque atuante num sentido ou no sentido oposto se trata do mesmo fenômeno fı́sico.
Assim, no traçado dos diagramas dos torques ou de momentos de torção para barras não
tem sentido dar sinais aos momentos. Se tiverem sentidos diferentes, seus gráficos deverão
ser unicamente posicionados em lados opostos da linha de referência.
Na solução de vigas e pórticos foi considerado um pequeno conjunto de simplificações com
a finalidade de diminuir o número de incógnitas sem prejuı́zo da análise. A maioria daquelas
simplificações permanecem válidas na solução de grelhas pelo método dos deslocamentos. São
elas:
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A única ação térmica de interesse na análise de grelhas será o caso do gradiente térmico.
Variações uniformes de temperatura, cujos deslocamentos são correspondentes a forças nor-
mais, não deverão ser consideradas no caso da análise de grelhas.
De forma alternativa, se pode a critério do analista, empregar o também válido sistema de
referência mostrado na figura 147.
Na solução de uma grelha, tanto faz utilizar o primeiro como o segundo sistema de re-
ferência, os resultados serão idênticos, a menos de alguns sinais trocados, mas isto depende
dos sentidos positivos que para algumas ações/deslocamentos ficam invertidos de um sistema
em relação ao outro.
1.21.1 Exemplo 1
Resolva a grelha mostrada na figura 149 pelo método dos deslocamentos. Há um gradiente
térmico atuando na barra AB e ocorre um recalque de valor 6 mm dirigido para abaixo no
apoio C. Considere que EI e GJ constantes, respectivamente de valores 15000 kN m2 e
12000 kN m2 . A seção transversal das barras tem altura igual a 240 mm com α = 1, 8 ×
10−5o C. Determine os valores de todas as reações e faça o traçado de suas linhas de estado.
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Solução
Há dois deslocamentos nodais incógnitos. São as duas rotações em B. As rotações em
C não serão incógnitas pois C é apoio de extremidade. Assim sendo, o sistema principal e o
sistema de referência adotado são mostrados na figura 149.
And1 = 0
(330)
And2 = 0
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Mas,
20 − 60
gT = = 166, 67. (331)
0, 240
Então
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4EI 4 × 15000
k11 = = = 15000 (333)
l 4
k21 = 0 (334)
k12 = 0 (335)
Cuja solução é
D1 = 3 × 10−3 rad
(338)
D2 = 7, 14 × 10−4 rad
6EI
RAz = − × 0, 003 = −16, 88 kN (339)
L2
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Linhas de Estado
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1.21.2 Exemplo 2
Resolva a grelha mostrada na figura 155 pelo método dos deslocamentos. Em B há uma
mola de extensão de constante igual a k = 1500 kN/m. As barras desta grelha apresentam
idênticas rigidezes que valem E = 12000 kN m2 e G = 10000 kN m2 . Determine os valores
de todas as reações e faça o traçado de suas linhas de estado.
Solução
A primeira atitude simplificadora é eliminar o balanço para efeito da análise. Deste modo
a estrutura toma a forma mostrada na figura 156.
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Serão três deslocamentos incógnitos. Duas rotações e uma translação vertical em B. Esta
última decorrente do necessário impedimento de translação vertical da mola. A figura 157
mostra o sistema principal, as incógnitas e o sistema de referência considerado.
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Segue a determinação das ações que são coeficientes de rigidez. A figura 159 mostra o
Estado 1.
4EI 4 × 12000
k11 = = = 12000
L 4
k21 = 0 (349)
6EI 6 × 12000
k31 = 2
= = 4500
L 16
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k12 = 0
3EI 3 × 12000
k32 = − 2
=− = −1440
L 25
6EI 6 × 12000
k13 = 2
= = 4500
L 16
3EI 3 × 12000
k23 = − 2
=− = −1440 (351)
L 25
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6EI 12EI
RAz = − 2
× D1 − × D3 = −2, 14 kN (355)
L L3
3EI 3EI
RCz = 34, 8 + 2 × D2 − 3 × D3 = 31, 85 kN (356)
L L
2EI 6EI
MAx = × D1 + 2 × D3 = 8, 56 kN m (357)
L L
GJ
MAy = − × D2 = 3, 23 kN m (358)
L
Linhas de Estado
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Referências Bibliográficas
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