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Primitivação

Primitivação por substituição ou mudança de variável


Primitivação de funções racionais
Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Aplicações do Cálculo Integral

Análise Matemática I
Capı́tulo 3: Cálculo Integral

Ano Letivo 2020-2021


1º Semestre

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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Introdução
Primitivação de funções racionais Primitivação Imediata ou quase imediata
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Primitivação por partes
Aplicações do Cálculo Integral

Primitivação
Introdução

Definição:
Se
F e f são funções definidas num intervalo [a, b]
F é diferenciável em todos os pontos de [a, b]
∀x ∈ [a, b] se tem F 0 (x) = f (x),
diz-se que F é uma primitiva de f em [a, b], e escrevemos
Z
Pf (x) = F (x), ou f (x) dx = F (x).

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Introdução
Primitivação de funções racionais Primitivação Imediata ou quase imediata
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Primitivação por partes
Aplicações do Cálculo Integral

Primitivação
Introdução

Exemplo:
Seja f (x) = sin(x), qual a sua derivada?
A derivada desta função é única e é dada por f 0 (x) = cos(x).
Seja f 0 (x) = cos(x), qual a função que tem f 0 como sua
derivada?
Essa função poderá ser f (x) = sin(x).
No entanto esta não é a única solução!

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Primitivação
Introdução

A primitva de uma função não é única.


Por exemplo, todas as seguintes funções
F1 (x) = x 2
F2 (x) = x 2 + 3
F3 (x) = x 2 − 7
são primitivas da função f(x) = 2x, uma vez que
F10 (x) = (x 2 )0 = 2x
F20 (x) = (x 2 + 3)0 = 2x
F30 (x) = (x 2 − 7)0 = 2x
Assim, pode-se considerar que se f (x) é primitivável então tem
infinitas primitivas que diferem entre si por uma constante.
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Teorema Fundamental do Cálculo Integral Primitivação por partes
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Primitivação
Introdução

Teorema:
Sejam F1 e F2 duas primitivas da função f sobre o segmento [a, b].
Então F1 e F2 diferem entre si de uma constante, isto é,

F1 − F2 = C , em que C é uma constante.

A primitiva de uma função não está univocamente


determinada.
Para cada função f existe uma famı́lia de primitivas que
diferem entre si de uma constante.

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Primitivação
Introdução

Assim, se F (x) = Pf (x), então


existem infinitas primitivas que diferem entre si por uma
constante, dadas por F (x) + C com C ∈ R.
A F (x) + C com C ∈ R chama-se expressão geral das
primitivas de f .
existe uma e uma só primitiva F (x) da função f (x) que
verifca a condição inicial F (x0 ) = y0

Exemplo:
Determine a função F (x) = Pf (x), sendo
f (x) = cos(x)
f (x) = cos(x) tal que F ( π2 ) = 2
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Primitivação de funções racionais Primitivação Imediata ou quase imediata
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Primitivação
Primitivação Imediata ou quase imediata

Definição:
Chamam-se primitivas imediatas às primitivas que resultam da
inversão imediata das regras de derivação.

Pelo teorema da derivação da função composta, tem-se que


  0
= f 0 g (x) g 0 (x)

f g (x)

logo, h i
P f 0 g (x) g 0 (x) = f g (x) .
 

Uma das regras imediatas é inverter a tabela das derivadas.

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Primitivação
Primitivação Imediata ou quase imediata

Sejam u(x) e v (x) funções arbitrárias tais que u, v : I ⊂ R → R e


α, a e C constantes reais:
α+1
P u α u 0 = uα+1 + C , com α 6= −1

0
P uu = ln |u| + C
P u0e u = e u + C

u
P u 0 au = lna a + C , com a > 0

0 
P u uln a = loga u + C , com a > 0
P u 0 vu v −1 + u v ln(u)v 0 = u v + C


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Primitivação
Primitivação Imediata ou quase imediata

Seja u(x) uma função arbitrária, tal que u : I ⊂ R → R e c ∈ R:


0
P u 0 sin(u) = − cos(u) + C √u
 
P 1−u 2
= arcsin(u) + C
P u 0 cos(u) = sin(u) + C
 0
u

P − √1−u 2
= arccos(u) + C
0
P cosu2 (u) = tg(u) + C

0 
u
P 1+u 2 = arctg(u) + C
0
P sinu2 (u) = cotg(u) + C

u0

P − 1+u 2 = arccotg(u) + C
0 0
P ucos(u)
tg(u)  1
√u

= cos(u) +C P = arcsec(u) + C
u 1+u 2
0 0
P u sin(u)
cotg(u) 1 −u
 
= − sin(u) +C P √
u 1+u 2
= arccosec(u) + C

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Primitivação
Primitivação Imediata ou quase imediata

Teorema:
Sejam f e g duas funções primitiváveis num intervalo I e
α ∈ R\{0}, então:
  
1 P f (x) + g (x) = P f (x) + P g (x) ;
 
2 P αf (x) = α Pf (x) .

Proposição:
Seja f uma função diferenciável num intervalo I . Então:

P f 0 (x) = f (x) + C , ∀C ∈ R


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Primitivação
Primitivação Imediata ou quase imediata

Proposição:
Toda a função contı́nua num intervalo I é primitivável nesse
intervalo.

Exercı́cios:
Sebenta - páginas 48 e 49

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Primitivação
Primitivação por partes

Sejam u(x) e v (x) duas funções com derivada contı́nua num


intervalo I .
Pela regra de derivação do produto
 0
u(x)v (x) = u 0 (x)v (x) + u(x)v 0 (x)

Logo,
 0  
P u(x)v (x) = P u 0 (x)v (x) + u(x)v 0 (x) ⇔
   
u(x)v (x) = P u 0 (x)v (x) + P u(x)v 0 (x) ⇔
   
P u 0 (x)v (x) = u(x)v (x) − P u(x)v 0 (x)

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Primitivação
Primitivação por partes

Proposição:
Sejam u(x) e v (x) duas funções com derivada contı́nua num
intervalo I . Então, nesse intervalo
   
P u 0 (x)v (x) = u(x)v (x) − P u(x)v 0 (x)

que é designada de Fórmula de Primitivação por Partes.

Nota: A fórmula de primitivação por partes deve ser usada sempre que a
função a integrar seja um produto de duas funções u(x) e v (x) em que u(x)
deverá ser fácil de integrar e v (x) fácil de derivar

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Primitivação
Primitivação por partes

Método de primitivação por partes - Algumas sugestões:


Produto u 0 (x) v (x)
f (x) × exp{g (x)} exp{g (x)} f (x)
f (x) × sin(g (x)) sin(g (x)) f (x)
f (x) × cos(g (x)) cos(g (x)) f (x)
f (x) × tg(g (x)) tg(g (x)) f (x)
f (x) × cotg(g (x)) cotg(g (x)) f (x)
f (x) × arcsin(g (x)) f (x) arcsin(g (x))
f (x) × arccos(g (x)) f (x) arccos(g (x))
f (x) × arctg(g (x)) f (x) arctg(g (x))
f (x) × arccotg(g (x)) f (x) arccotg(g (x))
f (x) × ln(g (x)) f (x) ln(g (x))
Nota: O método de primitivação por partes pode ser aplicado para primitivar uma
função inversa de uma das trigonométricas ou a função logarı́tmo, fazendo u 0 = 1. 14 / 62
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Primitivação
Primitivação por partes

Exercı́cios:
Sebenta - páginas 50 e 51

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Primitivação por substituição ou mudança de variável

Proposição
Seja f uma função contı́nua num intervalo I e x = g (t) uma
aplicação com derivada não nula em I .
Então Z Z
f (x) dx = f (g (t))g 0 (t) dt

Nota: Ao fazer a mudança de variável x = g (t), a primitiva já não depende de


x mas sim de t. No entanto, o resultado deverá ser dado em função de x, pelo
que se deve substituir cada variável t por g −1 (x).

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Primitivação por substituição ou mudança de variável


Método de primitivação por substituição - Algumas sugestões:
Tipo de função Mudança de variável
x k−1
x k = at
x 2k ± a2
1
x = atgt
(x + a2 )k
2
x a
√ x= sin(t) ou x = ba cos(t)
a − b2 x 2
2 b
x a
√ x = tg(t)
a + b2 x 2
2 b
x a
√ x = sec(t)
b x 2 − a2
2 b
ex x = ln(t)
ln(x) x = et
sin(x), cos(x), tg(x) x = 2arctg(t) 17 / 62
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Exemplo:
Sebenta - página 52

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Primitivação de funções racionais

Definição:
Chama-se função racional a qualquer função do tipo

N(x)
f (x) = ,
D(x)

onde N(x) e D(x) são polinómios de grau m e n, respetivamente,


com m, n ∈ N.
Se m < n a função racional diz-se própria;
Se m ≥ n a função racional diz-se imprópria.

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Primitivação de funções racionais


N(x)
Se a função racional f (x) = é própria:
D(x)
Determinar as raı́zes do polinómio do denominador e decompôr
este polinómio como um produto de fatores;
N(x)
Dependendo da natureza das raizes de D(x), f (x) =
D(x)
pode ser decomposta numa soma de frações simples ou
elementares da forma:
a
, onde r é uma raı́z real de D(x) e n a multiplicidade
(x − r )n
dessa raı́z
bx + d
, onde α ± iβ é um par de raizes complexas
((x − α)2 + β 2 )n
de D(x) e n a multiplicidade dessas raizes
Aplicar o método dos coeficientes indeterminados ou o método
de Heaviside para determinar as constantes.

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Primitivação de funções racionais

N(x)
Se a função racional f (x) = é imprópria:
D(x)
Fazer a divisão inteira de polinómios:

N(x) R(x)
f (x) = = q(x) +
D(x) D(x)

q(x) é um polinómio, logo a sua primitivação é imediata;


R(x)
é uma fração racional própria, sendo decomposta numa
D(x)
soma de frações simples, como mencionado anteriomente.

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Primitivação de funções racionais


A decomposição depende da natureza das raı́zes de D(x):
Caso 1 - As raı́zes de D (x ) são reais e simples:
Sejam r1 , r2 , . . . , rn , as n raı́zes reais distintas de D (x ). Então,

N (x ) N (x ) a1 a2 an
= = + + ... +
D (x ) a(x − r1 )(x − r2 ) . . . (x − rn ) x − r1 x − r2 x − rn

onde,
a representa o coeficiente do termo x n
a1 , a2 , . . . , an são constantes não nulas determinadas por um
dos seguintes métodos:
Método dos coeficientes indeterminados:
Baseia-se na igualdade de frações e polinómios.
Método de Heaviside:
N(x) 
ak = lim (x − rk ) , k ∈ {1, . . . , n}
x→rk D(x)
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Caso 2 - As raı́zes de D (x ) são reais e múltiplas:
Se α uma raiz real de multiplicidade s e r1 , . . . , rn−s , raı́zes reais distintas:
N (x ) N (x )
= =
D (x ) a(x − α)s (x − r1 )(x − r2 ) . . . (x − rn−s )
b1 b2 bs −1 bs
= + + ... + + +
(x − α)s (x − α)s −1 (x − α)2 (x − α)
a1 a2 an−s
+ + + ... +
x − r1 x − r2 x − rn−s
onde,
a representa o coeficiente do termo x n
a1 , . . . , an−s , b1 , . . . , bs ∈ R\{0} determinadas por:
Método dos coeficientes indeterminados
Método de Heaviside:
1  d k−1 h N(x) i
bk = lim (x − α)s , k ∈ {1, . . . , s}
(k − 1)! x→α dx k−1 D(x)
 N(x) 
ai = lim (x − ri ) , i ∈ {1, . . . , n − s}
x→ri D(x) 23 / 62
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Caso 3 - As raı́zes de D (x ) são complexas e simples:
D (x ) tem o par de raı́zes complexas (α ± β i ) e n − 2 raı́zes reais dstintas:
N (x ) N (x )
= =
D (x ) a(x 2 + px + q )(x − r1 )(x − r2 ) . . . (x − rn−2 )
Ax + B a1 a2 an−2
= + + + ... + (1)
(x − α)2 + β 2 x − r1 x − r2 x − rn−2
onde,
a representa o coeficiente do termo x n
as constantes a1 , . . . , an−2 ∈ R\{0} podem ser determinadas
pelo método dos coeficientes indeterminados ou Heaviside;
as constantes A e B podem também ser determinados pelo
método dos coeficientes indeterminados (o mais simples neste
caso) ou pelo método de Heaviside.
Sugestão: Multiplicar ambos membros da equação (1) por
(x − α)2 + β 2 , substituir no resultado x por α ± βi e encontrar
as constantes A e B. 24 / 62
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Caso 4 - As raı́zes de D (x ) são complexas e múltiplas:
D (x ) tem o par de raı́zes complexas (α ± β i ) com multiplicidade m e
n − 2m raı́zes reais dstintas:
N (x ) N (x )
= =
D (x ) a(x 2 + px + q )m (x − r1 )(x − r2 ) . . . (x − rn−2m )
A1 x + B1 A2 x + B2 Am x + Bm
= + + ... + +
[(x − α)2 + β 2 ]m [(x − α)2 + β 2 ]m−1 (x − α)2 + β 2
a1 a2 an−2m
+ + + ... +
x − r1 x − r2 x − rn−2m
onde,
a representa o coeficiente do termo x n
as constantes a1 , . . . , an−2m ∈ R\{0} podem ser determinadas
pelo método dos coeficientes indeterminados ou Heaviside;
as constantes Ai e Bi , i = 1, . . . , m são obtidas conjugando o
método de Heaviside para os outros coeficientes com o método
dos coeficientes indeterminados.
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Primitivação de funções racionais

Exemplos:
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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Alguns conceitos elementares

Definição:
Uma partição de um intervalo [a, b] é qualquer subdivisão de [a, b]
num número arbitrário de subintervalos por meio dos pontos x0 ,
x1 , x2 , . . . , xn−1 , xn , tais que

a = x0 < x1 < x2 < . . . < xn−1 < xn = b

Definição:
Amplitude da partição P é a maior das amplitudes do
subintervalos obtidos, isto é,

|P| = max (xk+1 − xk )


0≤k≤n−1

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Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Alguns conceitos elementares

Definição:
Seja f uma função limitada num intervalo [a, b] e seja P uma
partição de [a, b].
Uma soma de Riemann de f em relação a P é qualquer expressão
da forma
n−1
X
f (yk )(xk−1 − xk )
k=0

onde yk ∈ [xk , xk+1 ].

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
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Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Alguns conceitos elementares

Considere-se a divisão do intervalo [a, b] em k subintervalos de


igual amplitude, designada por ∆k = b−a n = xk−1 − xk

A soma de Riemann corresponde à soma das áreas de todos os


retângulos de base ∆k = xk−1 − xk e altura f (yk ), com
yk ∈ [xk , xk+1 ].
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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

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Alguns conceitos elementares

À medida que se considera um número cada vez maior de


subintervalos, isto é, quando a amplitude da partição P tender
para zero, os “topos” dos retângulos tendem a ajustar-se cada vez
mais à curva do gráfico.

Assim, a soma das áreas de todos esses retângulos tende a


aproximar-se da área limitada entre a curva do gráfico e o eixo dos
xx no intervalo [a, b].
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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
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Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

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Alguns conceitos elementares

Definição:
Diz-se que f é uma função integrável no intervalo [a, b] se as
somas de Riemann de f tiverem um limite I quando a amplitude
da partição P tender para zero,
" n−1 #
X
I = lim f (yk )(xk+1 − xk ) ,
|P|→0
k=0

para todos os yk possı́veis.

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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
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Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Alguns conceitos elementares

Definição:
Ao limite I definido anteriormente chamamos integral definido ou
integral de Riemann de f em [a, b] e representamos por
Z b
f (x) dx
a

designando-se por
f a função integranda;
[a, b] o intervalo de integração;
a o limite inferior de integração;
b o limite superior de integração.
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Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Alguns conceitos elementares

Z b
Assim, f (x) dx corresponde
a
à área da região do plano
compreendida entre o gráfico de
f (x) o e eixo dos xx no
intervalo [a, b].

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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
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Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Alguns conceitos elementares

Teorema:
Seja f uma função contı́nua no intervalo [a, b]. Então, existe e é
único o número real Z b
f (x) dx.
a

Notas:
Toda a função contı́nua num intervalo fechado é integrável
nesse intervalo;
Não se exige que f seja limitada, uma vez que é contı́nua num
intervalo fechado.

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Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Propriedades do Integral

Proposição:
O integral depende da função integranda e do intervalo de
integração.
A variável de integração não interfere com o seu valor
Z b Z b
f (x) dx = f (t) dt.
a a

Proposição:
Seja f uma função constante igual a K no intervalo [a, b]. Então:
Z b
f (x) dx = K (b − a).
a
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Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Propriedades do Integral

Proposição: Regra de Chasles


Seja f uma função integrável no intervalo [a, b] e c um ponto do
intervalo ]a, b[.
Então f é integrável nos intervalos [a, c] e [c, b] e
Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
a a c

36 / 62
Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Propriedades do Integral

Proposição:
Sejam f e g funções integráveis em [a, b], e k , m ∈ R. Então,
Aditividade:
Z b Z b Z b

f (x ) + g (x ) dx = f (x ) dx + g (x ) dx
a a a

Homogeneidade:
Z b Z b
kf (x ) dx = k f (x ) dx
a a

Linearidade:
Z b Z b Z b

kf (x ) + mg (x ) dx = k f (x ) dx + m g (x ) dx
a a a 37 / 62
Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Propriedades do Integral

Proposição:
Sejam f e g funções integráveis em [a, b ], então
Z b Z b
se f ≤ g , então f (x ) dx ≤ g (x ) dx
a a
Z b
se f (x ) ≥ 0, então f (x ) dx ≥ 0
a
se m é um mı́nimo
Z b de f e M é um máximo de f , então
m (b − a ) ≤ f (x ) dx ≤ M (b − a)
a
Z a
f (x ) dx = 0
a
Z a Z b
se a < b então f (x ) dx = − f (x ) dx
b a 38 / 62
Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Propriedades do Integral

Teorema da Média do Cálculo Integral


Seja f uma função contı́nua no intervalo [a, b]. Então existe um
ponto c ∈ [a, b], tal que
Z b
f (x) dx = f (c)(b − a)
a

isto é, Z b
f (x) dx
a
= f (c) = λ
b−a
A este λ chama-se valor médio de f no intervalo [a, b].

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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Teorema Fundamental do Cálculo Integral

Definição:
Sejam f uma função real contı́nua num subconjunto I ⊂ R e a ∈ I .
A função Z x
F (x) = f (t) dt, ∀x ∈ I
a
é designada por integral indefinido de f em I .

Proposição:
Seja f integrável em [a, b], então a função
Z x
F (x) = f (t) dt
a

existe e é contı́nua em [a, b]. 40 / 62


Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Teorema Fundamental do Cálculo Integral

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Seja f uma função contı́nua em I = [a, b], então a função contı́nua
definida por Z x
F (x) = f (t) dt
a
é uma primitiva de f para todo x ∈ [a, b], ou seja,
Z x 0
f (x) = f (t) dt .
a

Colorário:
Qualquer função contı́nua no intervalo I com mais de um ponto é
primitivável nesse intervalo.
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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Teorema Fundamental do Cálculo Integral

Teorema: Fórmula de Barrow


Seja f uma função contı́nua em I = [a, b] e seja F uma primitiva
de f em [a, b], então
Z b h ib
f (x) dx = F (x) = F (b) − F (a).
a a

Rb
A a f (x) dx chama-se integral definido ou integral de Riemann, f
é a função integranda e [a, b] o intervalo de integração.

Nota: Esta fórmula tem grande aplicação prática no cálculo de integrais desde
que seja possı́vel determinar uma primitiva da função integranda.
As primitivas da função integranda podem ser determinadas pelas regras de
primitivação referidas anteriormente.
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Primitivação Alguns conceitos elementares
Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Teorema Fundamental do Cálculo Integral

Exemplo: Sebenta - página 59

Execı́cios: Determine os seguintes integrais definidos:


Z 4 Z 1 Z π
4
1 (x − 1) dx 3 (x 2 + 1) dx 5 cos(2x) dx
0 −1 −π
4
Z 3 Z π
Z 1
2 (2x + 3) dx 4 (sin(x)) dx 6 sin(πx) dx
1
1 0 2

Soluções:

1
1 12 2 14 3 6 4 2 5 2 6
π

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Integração por partes

Proposição: Fórmula de integração por partes


Sejam u e v duas funções diferenciáveis em [a, b] com u 0 e v 0
integráveis em [a, b].
Então: Z b Z b
0 b
u v dx = [uv ]a − uv 0 dx.
a a

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Integração por partes

Exemplos: Sebenta página 60

Execı́cios: Determine os seguintes integrais definidos:


Z 3 Z 4
1 xe x dx 3 (x ln(x)) dx
0 1
Z π Z π
4 2
2 sin2 (x) dx 4 (x sin(x)) dx
0 0

Soluções:

1 2e 3 + 1 3 7
2
ln(7) + 4 ln(4) + 3
4
π−2
2
8
4 1

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema:
Sejam
I e J dois intervalos de R,
f uma função contı́nua em I ,
g uma função continuamente derivável em J, tal que g (J) ⊂ I
α e β dois pontos de J, tais que a = g (α) e b = g (β)
Nestas condições é válida a fórmula:
Z b Z β
f (x) dx = f (g (t))g 0 (t) dt
a α

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Propriedades do Integral
Primitivação de funções racionais Teorema Fundamental do Cálculo Integral
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Integração por partes
Aplicações do Cálculo Integral Integração por substituição ou mudança de variável

Teorema Fundamental do Cálculo Integral


Integração por substituição ou mudança de variável

Exemplos: Sebenta - páginas 60 e 61

Exercı́cios: Sebenta - página 61

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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de áreas de figuras planas

Temos que
Z b
B= f (x) dx, porque a
d
função f é contı́nua e
positiva em [d, b];
Z d
A= [−f (x)] dx, pois a
a
região A é refletida em
relação ao eixo dos xx
Z d Z b
Logo A + B = [−f (x)] dx + f (x) dx.
a d
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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de áreas de figuras planas

A região a sombreado é limitada


superiormente pela função f e
inferiormente pela função g ,
ambas contı́nuas.

Z b Z b Z b
Logo A = [f (x) − g (x)] dx = f (x) dx − g (x) dx.
a a a
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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de áreas de figuras planas

Exemplo: Sebenta - páginas 62 a 63

Exercı́cios:
Faça um esboço da área delimitada pelas seguintes funções e determine essa
área.
1 f (x) = x 2 − 4 e g (x) = −x 2 + 4
2 f (x) = x + 2 e g (x) = −x + 6
3 f (x) = −x + 1 e g (x) = (x + 1)2
4 f (x) = x 2 − 4 e g (x) = 2x 2 − 5

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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de áreas de figuras planas

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Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Ao rodar uma região do plano em torno de uma reta desse


mesmo plano, obtém-se um sólido a que chamamos sólido de
revolução.
A reta em torno da qual se efectua a revolução é chamada
reta de revolução.

Considere-se a região
limitada pelo gráfico de
uma função contı́nua e
positiva f , pelo eixo dos xx
e pelas retas x = a e x = b.
Rodando a figura em torno
do eixo dos xx, obtem-se
um sólido de revolução.
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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Alguns casos particulares do cálculo do volume do sólido de


revolução:

Se f é uma função constante,


o sólido obtido é um cilindro e o
seu volume é dado por

V = π[f (x)]2 (b − a) (área da base × altura)


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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Definição:
Seja f contı́nua no intervalo [ab].
O volume V do sólido de revolução gerado pela rotação em torno
do eixo dos xx da figura limitada pelo gráfico de f , pelo eixo dos
xx e pelas retas x = a e x = b, é dado por
Z b
V = π[f (x)]2 dx
a

Nota:
Não é preciso supor f positiva pois
se f for nula em algum intervalo o valor resultante é nulo;
se f for negativa o valor obtido é o mesmo que o respeitante à função (−f ).
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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Definição:
O volume do sólido de revolução obtido ao rodar em torno do eixo dos xx uma
figura limitada pelas retas x = a e x = b e por duas funções contı́nuas e não
negativas f e g definidas em [a, b ] e tais que f (x ) ≥ g (x ) ≥ 0, para todo o x
pertencente ao intervalo [a, b ], é dado pela diferença entre
o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo
dos xx da figura limitada pelo gráfico de f e pelas retas x = a e x = b ,
Rb
isto é, V1 = a
π[f (x )]2 dx
o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo
dos xx da figura limitada pelo gráfico de g e pelas retas x = a e x = b ,
Rb
isto é, V2 = a
π[g (x )]2 dx
Rb h i
Assim, V = V1 − V2 = a
π [f (x )]2 − [g (x )]2 dx
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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Definição:
Seja f contı́nua no intervalo [ab].
O volume V do sólido de revolução gerado pela rotação em torno
do eixo da reta y = k da figura limitada pelo gráfico de f , pelo
eixo dos xx e pelas retas x = a e x = b, é dado por
Z b
V = π[f (x) − k]2 dx
a

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Primitivação
Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Definição:
O volume do sólido de revolução obtido ao rodar uma figura limitada pelas
retas x = a e x = b e por duas funções contı́nuas e não negativas f e g
definidas em [a, b ] e tais que f (x ) ≥ g (x ) ≥ 0, para todo o x pertencente ao
intervalo [a, b ], é dado pela diferença entre
o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno da reta
y = k da figura limitada pelo gráfico de f e pelas retas x = a e x = b ,
Rb
isto é, V1 = a π[f (x ) − k ]2 dx
o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno da reta
y = k da figura limitada pelo gráfico de g e pelas retas x = a e x = b ,
Rb
isto é, V2 = a π[g (x ) − k ]2 dx
Rb h i
Assim, V = V1 − V2 = a π [f (x ) − k ]2 − [g (x ) − k ]2 dx
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Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Definição:
O volume do sólido de revolução obtido ao rodar em torno do eixo dos yy uma
figura limitada pelas retas y = c e y = d e por duas funções contı́nuas e não
negativas f e g definidas em [a, b ] e tais que f (x ) ≥ g (x ) ≥ 0, para todo o y
pertencente ao intervalo [c , d ], é dado pela diferença entre
o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo
dos yy da figura limitada pelo gráfico de f e pelas retas y = c e y = d ,
Rd
isto é, V1 = c
π[f (y )]2 dy
o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo
dos yy da figura limitada pelo gráfico de g e pelas retas y = c e y = d ,
Rd
isto é, V2 = c
π[g (y )]2 dy
Rd h i
Assim, V = V1 − V2 = c
π [f (y )]2 − [g (y )]2 dy
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Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo de volumes de sólidos de revolução

Exemplo: Sebenta - página 65


Calcule o volume de uma esfera com raio 1.


Seja y = 1 − x 2 , então
Z 1 p 
V = π 1 − x 2 )2 − 02 dx =
−1
Z 1
1 − x 2 dx =

= π
−1
" #1
x3
= π x− =
3
−1
!
 1  1 4
= π 1− − −1+ = π
3 3 3

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Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo do comprimento de curvas

Exemplos:
determinar a distância percorrida por um projéctil
determinar o comprimento de um arame não flexı́vel
deformado
A caracterı́stica comum a estes exemplos é que podem ser descritos
por meio do gráfico de uma função contı́nua. Assim, é necessário
dividir o gráfico em pequenos ”pedaços”;
aproximar cada ”pedaço”por meio de um segmento de reta;
fazer tender para infinito o número de ”pedaços”enquanto o
tamanho de cada ”pedaço”tende para zero.
isto é, obtemos uma soma de Riemann para alguma função.
Para fazer aparecer esta função é preciso supôr que a função de
partida é aquilo a que se chama uma função suave.
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Primitivação por substituição ou mudança de variável Cálculo de áreas de figuras planas
Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
Teorema Fundamental do Cálculo Integral Cálculo do comprimento de curvas
Aplicações do Cálculo Integral

Aplicações do Cálculo Integral


Cálculo do comprimento de curvas

Definição:
Uma função f diz-se suave ou de classe C 1 em [a, b] se tem derivada
contı́nua nesse intervalo, ie, o gráfico de f não tem ”bicos”(pontos onde
não existe f 0 ou f 0 é descontı́nua).

Definição:
Seja f uma função suave em [a, b]. O comprimento da curva definida
pelo gráfico de f desde o ponto A = (a, f (a)) até ao ponto B = (b; f (b))
é dado por
Z bp
L= 1 + [f 0 (x)]2 dx.
a
Nota:Se a função f não tem derivada contı́nua, mas tem derivada contı́nua num número finito de intervalos,

pode-se aplicar a definição a cada um dos intervalos e adicionar as parcelas obtidas.

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Primitivação de funções racionais Cálculo de volumes de sólidos de revolução
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Cálculo do comprimento de curvas

Exemplo: Sebenta - página 66



Calcule o comprimento da curva y = x 3 − 2 entre x = 0 e x = 4.

Z pb Z 4r h √ 0 i2
L = 0 2
1 + [f (x)] dx = 1+ x3 − 2 dx =
a 0

8 √
Z 4r h 3 √ i2
= 1+ x dx = . . . = ( 1000 − 1).
0 2 27

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