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Métodos Quantitativos 3.

Cálculo integral com funções reais de variável real


Capı́tulo 3 Objetivos:
Cálculo integral com funções reais de variável real
Recordar como:
Usar os conceitos de primitiva e de integral indefinido.
Lı́gia Abrunheiro Relacionar os processos de derivação e primitivação.
Usar uma tabela de primitivas.
ISCA-UA
Aplicar o método de integração por partes.
Janeiro de 2018 †
Usar os integrais indefinidos na resolução de aplicações práticas.

Licenciatura em Contabilidade e Licenciatura em Finanças Calcular integrais definidos (Regra de Barrow).


Usar os integrais definidos na resolução de aplicações práticas:
Calcular áreas de figuras planas fechadas.
Determinar as funções custo, receita, lucro, produção totais.
† Reedição da versão de 2016 do capı́tulo 3 da UC de Intr. aos Métodos Quantitativos Calcular o valor médio de certas funções.
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Bibliografia/Bibliography
Definição (Primitiva)
Avelino, C. P. e Machado, L. M., Primitivas, Teoria e Exercı́cios Resolvidos,
Publindústria (2010). Uma função real de variável real f diz-se primitivável num intervalo
do seu domı́nio, se existe uma função F diferenciável nesse intervalo,
Harshbarger, R. J. e Reynolds, J.J., Matemática Aplicada: Administração,
Economia e Ciências Sociais e Biológicas, McGraw-Hill Int. Brasil (2006). tal que para qualquer valor de x desse intervalo se verifica:
Harshbarger, R. J. and Reynolds, J. J., Mathematical Applications for the F 0 (x) = f (x),
Management, Life and Social Sciences, Cengage Learning, 11th ed. (2016).
Neste caso, F diz-se uma primitiva de f , P [f (x)] = F (x).
Larson, R., Hostetler, R. e Edwards, B., Cálculo, volume 1, McGraw-Hill
Interamericana do Brasil, 8a edição (2006).
Larson, R., Applied Calculus for the Life and Social Sciences, 1st edition, A primitivação corresponde (a menos de uma constante) à operação
Cengage Learning (2009). inversa da derivação. Isto é, dada uma função derivada procuramos a
Pires C., Cálculo para Economia e Gestão, Escolar Ed. (2011). função que originou esta função por derivação.
Stewart, J., Calculus: metric version, Cengage Learning, 8th edition (2015). Desafio:
Tan, S. T., Applied calculus for the managerial, life, and social sciences: a Se f (x) = 4x 3 é a derivada de F (x), F 0 (x) = 4x 3 , então F (x) = ?
brief approach, Cengage Learning, 10th edition (2015).
Isto é, P [4x 3 ] = ?
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Exemplo 1 Encontre F tal que F 0 (x) = 4x 3 . Por derivação temos: Exemplo 2 Qual é a primitiva de f (x) = 7 ?
(x 4 )0 = 4x 3
F (x) = 7x é uma primitiva de f (x) = 7, pois (7x)0 = 7.
Então, F (x) = x 4 , ou seja, P [4x 3 ] = x 4 . Esta primitiva é única? Mas não é a única!

Existem outras primitivas de 4x 3 . Por exemplo, por derivação temos: Para cada C ∈ R, (7x + C )0 = (7x)0 + (C )0 = 7 + 0 = 7.
 0
4 0 3 4 0 3 4 1 Logo, 7 admite uma famı́lia de primitivas dada por 7x + C .
(x + 5) = 4x (x − 2) = 4x x + = 4x 3
7

1
Portanto, x 4 , x 4 + 5, x 4 − 2 e x 4 + são exemplos de funções Se uma função admite uma primitiva, então esta primitiva não é
7
primitivas de 4x 3 . Estas funções primitivas diferem por uma única, contrariamente ao que acontece com a noção de derivada.
constante, são funções do tipo Se F (x) é uma primitiva de f (x), então F (x) + C , onde C é uma
constante real qualquer, é uma famı́lia de primitivas de f (x).
x 4 + C , C ∈ R.

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Definição (Integral indefinido) O integral indefinido da função constante f (x) = k é dado por
Se F (x) é uma primitiva de f (x), então a expressão F (x) + C com Z
R
C ∈ R diz-se o integral indefinido de f e denota-se por f (x) dx. k dx = kx + C , C ∈ R
Portanto,
Z
f(x) dx = F(x) + C. Exemplo 3
Z
2 dx = 2x + C , C ∈ R.
(Representa uma famı́lia de funções que diferem por uma constante.) Z
−4 dx = − 4x + C , C ∈ R.
A função f diz-se a função integranda ou o integrando. Z
2 2
A constante C designa-se por constante de integração. dx = x + C , C ∈ R.
3 3
A variável x é a variável de integração. Z
1 dx = x + C , C ∈ R.
O sı́mbolo dx indica-nos qual a variável de integração a usar.

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Exemplo 1 (continuação) [Calcular uma primitiva particular] A partir das regras de derivação obtemos as regras de integração. Por
Z exemplo, das regras de derivação
4x 3 dx = x 4 + C , C ∈ R, pois (x 4 )0 = 4x 3 .
(kx)0 = k(x)0 = k (k ∈ R) (eu )0 = u 0 eu (sin u)0 = u 0 cos u
Qual a função G que verifica G 0 (x) = 4x 3 e G (2) = 6 ? obtemos, respetivamente, as regras de integração

Ora, G é uma função do tipo G (x) = x 4 + C .


Z Z Z
0 u
k dx = kx + C u
u e dx = e + C u 0 cos u dx = sin u + C
Por outro lado,
G (2) = 6 ⇔ 24 + C = 6 ⇔ 16 + C = 6 ⇔ C = −10 . Z Z
2 2
Z
−5 dx = −5x + C dx = x + C 1 dx = x + C
Portanto, a resposta é G (x) = x 4 − 10. 3 3
Z Z
1 x  x 
0 4 0
De facto, G (x) = (x − 10) = 4x e G (2) = 2 − 10 = 6. 3 4 2e2x dx = e2x + C cos dx = sin + C (C ∈ R)
3 3 3

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• Para calcular (e2x )0 , aplicamos a regra da tabela de derivadas:

função derivada
Isto é, (eu )0 = u 0 eu
e u 0 u
ue Propriedade (integral de uma soma ou subtração)
Z Z Z
Identificamos u = 2x e calculamos u 0 = (2x)0 = 2. [f (x) ± g (x)] dx = f (x) dx ± g (x) dx
Concluı́mos que (e2x )0 = u 0 eu = 2e2x .
R Exemplo 4
• Para calcular 2e2x dx, aplicamos a regra da tabela de primitivas: Z Z Z Z
1+3x 1+3x
(5 − 3e + cos x) dx = 5 dx − 3e dx + cos x dx =
função primitiva
u 0 eu dx = eu + C , C ∈ R
R
Isto é,
0 u u
ue e
= 5x − e1+3x + sin x + C , C ∈ R.
Identificamos u = 2x e analisamos se u 0 = (2x)0 = 2 faz parte
da função integranda.
Concluı́mos que 2e2x dx= u 0 eu dx = e2x + C , C ∈ R.
R R

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Z
Como se encontra a primitiva x 3 dx?
Propriedade Z
(integral do produto de uma constante por uma função) No exemplo 1 deduzimos 4x 3 dx = x 4 + C (por derivação de x 4 ).
Z Z
Então, podemos mostrar que
k f (x) dx = k f (x) dx, k ∈R
x4
Z Z Z
3 1 3 1 1
x dx = 4 x dx= 4x 3 dx = x 4 + C = + C , C ∈ R.
Exemplo 5 4 4 4 4
Z Z
5e dx = 5 ex dx = 5ex + C .
x
O integral indefinido da função potência de x é dado por
x n+1
Z
ex ex
Z Z Z
1 x 1 1 x n dx = + C , C ∈ R para n 6= −1.
dx = e dx = ex dx = ex + C = + C. n+1
5 5 5 5 5
x4
Z
(C ∈ R) Basta assim aplicar esta fórmula para concluir que x 3 dx = +C.
4

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Exemplo 6 Mais geralmente, com u = u(x) (função de x) temos


x2
Z
x dx = +C u n+1
Z
2 u 0 u n dx =
+ C , C ∈ R para n 6= −1
n+1
x3
Z Z Z 0
2
x dx = +C 0 −1 u
3 u u dx = dx = ln |u| + C , C ∈ R
u
x4
Z Z
3
4x dx = 4 x 3 dx = 4 + C = x4 + C Exemplo 7
4
u21 (x 6 + 3)21
Z
• 6x 5 (x 6 + 3)20 dx = +C= + C.
Z

Z
1
1
x 3 +1 3 4
|{z} | {z } 21 21
3
x dx = x dx = 1
3 +C = x3 +C u0 u20
3
+1 4
Z 0
6x 5
Z
u
• dx = dx = ln |u| + C = ln |x 6 + 3| + C .
x −8+1 x −7
Z Z
1 1 x6 + 3 u
dx = x −8 dx = +C = +C =− 7 +C
x8 −8 + 1 −7 7x
(C ∈ R) Cálculos auxiliares: Se u = x 6 + 3 , então u0 = (x 6 + 3)0 = 6x 5 .
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Z
Tabela de primitivas Exemplo 8 Resolver x(x 2 + 1)7 dx.
função primitiva
Identificamos u = x 2 + 1 . Então, u0 = (x 2 + 1)0 = 2x.
k (k constante) kx
Z Z
2 7 1
u n+1 x(x + 1) dx = 2 x(x 2 + 1)7 dx =
u0un (n 6= −1) 2
n+1 Z
u0 1
= u 0 u −1 ln |u| = 2x(x 2 + 1)7 dx =
u 2
au 1
Z
1 u8
u 0 au = u0 u7 dx = +C=
ln a 2 2 8
u 0 eu eu
1 (x 2 + 1)8
0
u sin u − cos u = +C =
2 8
u 0 cos u sin u (x 2 + 1)8
= + C , C ∈ R.
u 0 sec2 u tan u 16

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Exemplo 9 Exemplo 10
Z
 2 2
x sec (1 + x 3 ) + tan x dx =
Z   
3 x
+ 3 2 dx =
e1−x Z Z
2 2 3
= x sec (1 + x ) dx + tan x dx =
Z Z
x
x−1
= 3e dx + 3 2 dx =
− sin x
Z Z
1 2 2 3
= 3x sec (1 + x ) dx − dx =
Z Z
x
x−1 3 cos x
=3 e dx + 3 dx =
2

u0
Z Z
1 0 2
= u sec u dx − dx =
Z Z
1 x
=3 1ex−1 dx + 2 3 2 dx (Note-se que (x − 1)0 = 1 e x 0
= 12 .) 3 u

2
2
(Na 1a parcela u = 1 + x 3 , na 2a parcela u = cos x.)
Z Z
=3 u0 eu dx + 2 u0 3u dx (Na 1a parcela u = x − 1, na 2a parcela u = x
.) 1
2
= tan u − ln |u| + C , C ∈ R.
3
x
3u 32
= 3e + 2u
+ C = 3 ex−1 + 2 + C , C ∈ R. tan(1 + x 3 )
ln 3 ln 3 = − ln | cos x| + C , C ∈ R.
3
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Exemplo 12 O número total de habitantes de uma cidade daqui a x
Exemplo 11
Z anos é descrito pela função P(x). Sabe-se que
2 −3
Determinar f tal que f (x) dx = e3x + C , C ∈ R. Atualmente existem 10000 pessoas na cidade: P(0) = 10000.
(Usar derivadas!) A taxa de crescimento da população da cidade daqui a x anos é
dada pela função 117 + 200x: P 0 (x) = 117 + 200x.
 0
2 2
f (x) = e3x −3 + C = (e3x −3 )0 + (C )0 =
Determinar o número total da população daqui a 5 anos: P(5) =?
2 −3 2 2
+ 0 = (6x − 0)e3x −3 = 6xe3x −3 .
= (3x 2 − 3)0 e3x Z Z
0
Z   P(x) = P (x) dx = (117 + 200x) dx = 117x + 100x 2 + C .
cos (1 + ln x)
Determinar G tal que G (x) = 5+ dx.
x Constante de integração C = ?
(Usar primitivas!)
Z Z P(0) = 10000 ⇔ 117 × 0 + 100 × 02 + C = 10000 ⇔ C = 10000.
1
G (x) = 5 dx + cos (1 + ln x) dx = Concluı́mos que P(x) = 117x + 100x 2 + 10000.
x
= 5x + sin (1 + ln x) + C , C ∈ R. Daqui a 5 anos teremos
P(5) = 117 × 5 + 100 × 52 + 10000 = 13085 habitantes.
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Exemplo 13 Determine a expressão da receita resultante da venda Método de integração por partes
de x unidades de um produto, R(x), sabendo que a respetiva receita
Recorde-se a regra de derivação da multiplicação de duas funções
marginal é dada por RM(x) = 3e0,01x .
u = u(x) e v = v (x):
Sabemos que RM(x) = 3e0,01x = R 0 (x). (uv )0 = u 0 v + uv 0
Z Z Z Esta regra de derivação conduz-nos a um método que permite de-
0 0,01x
Portanto R(x) = R (x) dx = 3e dx = 3 e0,01x dx =
terminar primitivas de alguns produtos de funções.
3
Z Z Tal como a derivada do produto não é o produto das derivadas,
0,01x
= 0, 01e dx = 300 0, 01e0,01x dx = 300e0,01x + C .
0, 01 vamos ver que a primitiva do produto não é o produto das primitivas.
Constante de integração C = ? Aplicando a definição de primitiva, obtemos:
Sabemos que a receita é nula na ausência de vendas: R(0) = 0. Z
u 0 v + uv 0 dx = uv +C ⇔
R(0) = 0 ⇔ 300e0 + C = 0 ⇔ 300 + C = 0 ⇔ C = −300. Z Z Z Z
Concluı́mos que R(x) = 300e0,01x −300 = 300 (e0,01x − 1).
0 0
⇔ u v dx + uv dx = uv ⇔ uv dx = uv − u0 v dx.
0

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Fórmula de integração (ou primitivação) por partes Usar o método de integração por partes
Z Z
Este método permite-nos determinar o integral de uma mul-
uv 0 dx = uv − u 0 v dx com u = u(x) e v = v (x)
tiplicação de duas funções (que designamos por u e v 0 ), pri-
mitivando num primeiro passo apenas um dos fatores (primi-
Z
Exemplo 14 Determinar o integral indefinido xex dx.
tiva-se v 0 e deriva-se u) e resolvendo num segundo passo um
1o ) Escolher u e v 0 . 2o ) Derivar u e primitivar v 0 . novo integral que surge após a aplicação da fórmula.
 0 0
 u = (x) = 1
 R
 u=x  Por vezes, uma primitiva do tipo f (x) dx pode ser calculada
(Escolher) ⇒ Z Z
pelo método de primitivação por partes. Para tal, basta intro-
0
 v = v dx = ex dx = ex
v 0 = ex
  R
duzir o fator multiplicativo 1, 1f (x) dx. (Ver exemplo 16.)
Z Z Z
0
o
3 ) Aplicar fórmula: xe dx = uv dx = uv − x
u 0 v dx = Por vezes é necessário repetir o uso da fórmula para resolver o
Z novo integral. Nessas situações, as escolhas do u e v 0 têm de ser
= xex − 1 · ex dx = xex − ex + C , C ∈ R. coerentes ao longo de toda a resolução. (Ver exemplo 17.)

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Z
0
Como fazemos a escolha de u e v ? Exemplo 15 Determinar o integral indefinido x ln x dx.
O objetivo é que o novo integral, que aparece após a aplicação
(Note-se que a primitiva de x ln x não é imediata nem quase imediata.)
da fórmula, seja mais simples de integrar do que o inicial.
Em geral, escolhemos para u a função que mais se simplifica por Cálculos auxiliares:
1

derivação, desde que o outro fator (que será o v 0 ) seja uma 0 0

 u = ln x  u = (ln x) = x


função de integração imediata ou quase imediata. (Escolher) ⇒
x2
Z Z
 0 0
v =x

 v = v dx =
 x dx =
Se tivermos uma função polinomial a multiplicar por uma função 2
Z Z Z
exponencial ou por uma função trigonométrica, normalmente x ln x dx = v 0 u dx = vu − u 0 v dx =
escolhe-se para u a função polinomial. (Ver exemplos 14 e 17.)
x2 1 x2 x2
Z Z
x
Por outro lado, se tivermos uma função polinomial a multiplicar = ln x − dx = ln x − dx =
2 x 2 2 2
por uma função logaritmo, normalmente escolhe-se para u a fun-
x2 x2 x2
Z
1
ção logaritmo, uma vez que a primitiva da função logaritmo não = ln x − x dx = ln x − + C , C ∈ R.
2 2 2 4
é imediata. (Ver exemplos 15 e 16.)
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Z
Exemplo 17 Determinar o integral indefinido x 2 sin x dx.
Z
Exemplo 16 Determinar o integral indefinido ln(3x) dx.
Cálculos auxiliares:
Z Z ( (
Note-se que ln(3x) dx = 1 ln(3x) dx. u = x2 u 0 = (x 2 )0 = 2x

v 0 = sin x v = v 0 dx = sin x dx = − cos x
R R
Cálculos auxiliares: Z Z
3 1

2 2

 u = ln(3x)
0 0
 u = [ln(3x)] =

 = x sin x dx = − x cos x − −2x cos x dx =
3x x
⇒ Z Z Z
2
v0 = 1  v = v 0 dx = 1 dx = x = −x cos x + 2x cos x dx = ~
 

Z Z Z Novos cálculos auxiliares:
1 ln(3x) dx = v u dx = vu − u 0 v dx =
0 ( (
u = 2x u 0 = (2x)0 = 2

v 0 = cos x v = v 0 dx = cos x dx = sin x
Z Z R R
1
= x ln(3x) − x dx = x ln(3x) − 1 dx =
x R R
2x cos x dx = 2x sin x − 2 sin x dx = 2x sin x + 2 cos x + C
= x ln(3x) − x + C , C ∈ R.
~ = − x 2 cos x + 2x sin x + 2 cos x + C , C ∈ R.
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Z
Exemplo 18 Determinar o integral indefinido sin(ln x) dx Exemplo 18 (continuação)
Cálculos auxiliares: Temos um integral cı́clico:

 u 0 = [sin(ln x)]0 = 1 cos(ln x)
( Z  Z 
u = sin(ln x)
⇒ x sin(ln x) dx = x sin(ln x) − x cos(ln x) + sin(ln x) dx
v0 = 1  v = R v 0 dx = R 1 dx = x
Z Z
1 Para o resolver, interpretamos os resultados
Z anteriores como uma
sin(ln x) dx = x sin(ln x) − x cos(ln x) dx =
x equação onde a incógnita é ~, ou seja, sin(ln x) dx:
Z
= x sin(ln x) − cos(ln x) dx = ~
~ = x sin(ln x) − [x cos(ln x) + ~] ⇔
Novos cálculos auxiliares: ⇔ ~ = x sin(ln x) − x cos(ln x) − ~ ⇔

 u 0 = [cos(ln x)]0 = − 1 sin(ln x)
(
u = cos(ln x) ⇔ ~ + ~ = x sin(ln x) − x cos(ln x) ⇔
⇒ x
v0 = 1  v = R v 0 dx = R 1 dx = x
⇔ 2~ = x sin(ln x) − x cos(ln x)
cos(ln x) dx = x cos(ln x) − x − x1 sin(ln x) dx dx =
R R  
x sin(ln x) − x cos(ln x)
Z
R Portanto, sin(ln x) dx = + C , C ∈ R.
= x cos(ln x) + sin(ln x) dx = x cos(ln x) + ~ 2
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Integral definido Proposição (Fórmula de Barrow)
A noção de integral definido está relacionada com o cálculo da área Sejam f uma função contı́nua num intervalo fechado [a, b] e F uma
de uma figura plana delimitada pelo gráfico de uma função y = f (x) primitiva de f . Então
Z b
contı́nua e não negativa num intervalo fechado [a, b], pelo f (x) dx = F (b) − F (a).
a
eixo dos xx e pelas retas x = a e x = b.

Notações: [F (x)]ba = F (b) − F (a) ou


F (x)|ba = F (b) − F (a).
Z 3
Exemplo 19 Qual o valor do integral definido x dx?
0
O número real dado pela medida da área desta figura coincide com o
x2
Z
o
integral definido de f de a a b ou de f sobre [a, b] que se denota por Calculamos 1 o integral indefinido x dx = + C , C ∈ R.
2
Z b
Z 3  2 3
f(x) dx x 32 02 9
a Aplicamos agora o teorema x dx = = − = .
0 2 0 2 2 2
a a b são os limites de integração (limite inferior e limite superior).
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5
5
x 2 52 32 25 − 9
Z
Exemplo 20 x dx = = − = =8 Propriedades do integral definido
3 2 3 2 2 2
Z a
O valor deste integral é igual à área da figura plana fechada delimitada f (x) dx = 0.
a
por f (x) = x, pelo eixo dos xx e pelas retas x = 3 e x = 5:
Z b Z a
f (x) dx = − f (x) dx.
a b
Z b Z b Z b
[f (x) ± g (x)] dx = f (x) dx ± g (x) dx.
a a a
Z b Z b
kf (x) dx = k f (x) dx (k constante).
a a
Z c Z b Z b
f (x) dx + f (x) dx = f (x) dx.
a c a
B+b 5+3
De facto, a área deste trapézio é dada por
2
×h = 2
× 2 = 8.
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Exemplo 21
Z 2  3  2   Exemplo 22 Usando as propriedades dos integrais definidos (slide 34),
2 x 8 1
(x + 3) dx = + 3x = + 6 − +3 = temos:
1 3 1 3 3 Z 2

8 1 7 16 cos(ln x) dx = 0. (Qual das propriedades foi usada?)


= +6− −3= +3= . 2
3 3 3 3
x3 2 1 2
Z Z Z Z
C.A. (x 2 + 3) dx = + 3x + C , C ∈ R. |x − 1| dx = −(x − 1) dx + (x − 1) dx =
3
0 0 1
Z e Z e
3 1 1
x2
 2 
dx = (3 ln |x|)|e1 = 3 ln e−3 ln 1 = 3−0 = 3.
Z
dx = 3 = (1 − x) dx +

− x =
1 x 1 x 2
Z 0 1
3
C.A. dx = 3 ln |x| + C , C ∈ R. 1
x x 2
     
4 1
= x− + −2 − −1 =
0 0
0 2 0 2 2
1−e
Z Z
1 x2 1 x 2 x2 1 1
xe dx = 2xe dx = e = e0 − e1 = .
12
   
−1 2 −1 2 2 2 2 0 1 1 1
−1 = 1− − 0− + 0 + = + = 1.
Z
2 1 x2 2 2 2 2 2
C.A. xex dx = e + C , C ∈ R.
2
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Exemplo 22 (continuação) Exemplo 23 Uma loja estima que o valor das suas vendas variam a
R2 R0 R2
Se 0 f (x) dx = 7, −3 f (x) dx = 2 e 0 g (x) dx = −3, então: uma taxa dada por
S 0 (t) = −3t 2 + 300t,
Z 2 Z 0 Z 2
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx = 2 + 7 = 9 onde S é dado em euros e t denota o número de dias após o final de
−3 −3 0
uma campanha publicitária.
Z −3 Z 0
f (x) dx = − f (x) dx = − 2 Determine o valor total de vendas para a segunda semana após o
0 −3 final da campanha (t = 7 até t = 14).
Z 2 Z 2
5g (x) dx = 5 g (x) dx = 5 × (−3) = −15 14 14
Z Z
0
0 0 S(14) − S(7) = S (t) dt = (−3t 2 + 300t) dt =
7 7
Z 2 Z 2 Z 2  14
= −t 3 + 150t 2 7 = −(14)3 + 150(14)2 − −73 + 150(7)2 =
  
[2f (x) + g (x)] dx = 2f (x) dx + g (x) dx =
0 0 0
Z 2 Z 2
=2 f (x) dx + g (x) dx = 14 + (−3) = 14 − 3 = 11 = 19.649,00 e.
0 0

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Exemplo 24 Determinar a área da figura plana apresentada na figura Exemplo 25 Determinar a área da figura plana apresentada na figura
(com unidade de medida dos eixos dada em metros) (com unidade de medida dos eixos dada em metros)

R2 R2 R2 R2
Área = 0
f (x) dx = 0
(2x − x 2 ) dx = 2 0
x dx − 0
x 2 dx =
2 2
x 2 x 3
 3 
2 2
2 0 8
= 2 − = x 0− − = (22 − 0) − =
2 0 3 0 3 3 3
R0 R2 R0 R2
3 − 43 x 2 dx =

8 12 − 8 4 Área = −3 f (x) dx + 0 g (x) dx = −3 (x + 3) dx + 0
=4− = = ≈ 1, 3 m2
3 3 3 = 17
= 8, 5 m2 (T.P.C.)
2
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Aplicação (variação de uma função entre dois pontos) Exemplo 26 Seja


1
Sabemos que a derivada F 0 (x) representa a taxa de variação da C 0 (x) = 3(x + 1) 2
função F (x) em relação a x. Então, o integral definido
o custo marginal de um produto, onde x são as unidade produzidas e
Z b
F 0 (x) dx = F (b) − F (a) o custo é dado em euros. O integral definido
a " #8
Z 8 Z 8 1
+1
1 (x + 1) 2
representa a variação da função F (x) quando x muda de a para b. C 0 (x) dx = 3(x + 1) 2 dx = 3 1 =
3 3 2
+1
3
3 8
h i 3 3
Por exemplo, o custo marginal C 0 (x) representa a taxa de variação da = 2(x + 1) 2 = 2(8 + 1) 2 − 2(3 + 1) 2 = 54 − 16 = 38
3
função custo em relação a x (unidades produzidas). Então, o integral
Z b representa a variação no custo quando a produção passa de 3 para 8
definido C 0 (x) dx = C (b) − C (a) representa a variação da função unidades. Isto é, a produção de mais 5 unidades para além das 3 tem
a
um custo adicional de 38,00 e.
custo C quando alteramos a produção de a para b unidades.

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Exemplo 27 O custo em euros na produção de x unidade de um
produto é dado por
Aplicação (valor médio de uma função num intervalo)
C (x) = 300 + x + 0, 9x 2 .
O valor médio de uma função contı́nua y = f (x) no intervalo [a, b] é
dado por: Qual o custo médio entre 10 e 20 unidades?
Z b
1
f (x) dx O valor do custo médio de C (x) de x = 10 até x = 20 é dado por:
b−a a
Z 20  20
x2

1 2 1 3

(300 + x + 0, x ) dx = 300x + + 0, 3x =
Por exemplo, se C (x) é o custo com a produção de x unidades, então, 20 − 10 10 10 2 10
   
1
Z b 1 400 100
a expressão C (x) dx representa o valor médio do custo C = 6000 + + 0, 3(20)3 − 3000 + + 0, 3(10)3 =
b−a a 10 2 2
quando variamos a produção de a até b unidades. 8600 − 3350
= = 525,00 e.
10

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