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NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA

Campo Mourão - 2◦ Semestre de 2013


Sumário

Apresentação 3

1 Conceitos Preliminares 4
1.1 Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Operações Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Múltiplos e Divisores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.4 Frações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.5 Potenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.6 Produtos Notáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2 Logaritmo 31
2.1 Propriedades Operatórias dos Logaritmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3 Trigonometria 37
3.1 Trigonometria no triângulo retângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.2 Trigonometria no Cı́rculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4 Polinômios 54
4.1 Operações com Polinômios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.2 Raı́zes de um Polinômio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Respostas dos exercı́cios propostos 170

i
Apresentação

As presentes notas consistem em um material de apoio elaborado para o curso de Nivela-


mento de Matemática Básica. Este curso tem como principal objetivo promover aos alunos
o reforço e a revisão de conteúdos básicos da matemática necessários para o bom desenvolvi-
mento de sua graduação, sendo um curso gratuito de caráter extracurricular. O material foi
elaborado pelos professores ministrantes sem preocupações em copiar definições e enunciados e
consiste somente de algumas anotações (Notas de Aula) embasadas nas referências apresentadas
de modo que aluno possa se concentrar nas demonstrações e resolução de exemplos e exercı́cios
que serão feitos durante a aula.
No capı́tulo 1 apresentamos os Conceitos Preliminares, dando a noção de conjuntos e as
notações matemáticas principais, para então trazer os conjuntos fundamentais: os inteiros, os
racionais, os irracionais e os reais, assim como as operações fundamentais, múltiplos e divisores,
frações, potenciação e produtos notáveis. No capı́tulo 2, apresentamos o conceito de Logaritmo
e suas propriedades principais. No capı́tulo 3 apresentamos tópicos de Trigonometria e no
último capı́tulo faremos um estudo sobre os Polinômios e suas operações.
Ao final de cada seção apresentamos uma lista de exercı́cios para fixação dos conteúdos.

Equipe
Coordenação: Professora Ma. Raquel Polizeli
Professores Mininistrantes:
Professora Ma. Angela Mognon
Professor Me. Diogo Heron Macowski
Professora Esp. Edilza Martins Da Silva
Professora Ma. Lilian Caroline Xavier Candido
Professora Ma. Priscila Amara Patricio De Melo
Professora Ma. Raquel Polizeli
Professor Esp. Ricardo Guimaraes Santana
Professora Ma. Rubia Micheli Soares
Professora Ma. Sara Coelho da Silva
Professora Ma. Tatiane Cazarin Da Silva
Monitores:
Daniel Siqueira Santos (Acadêmico-Engenharia Civil)
Franciele Stefani Cofani (Acadêmica-Engenharia Civil)
Giovane Avancini (Acadêmico-Engenharia Civil)

3
Capı́tulo 1

Conceitos Preliminares

1.1 Conjuntos

Na teoria de conjuntos 3 noções são aceitas sem definição, isto é, são consideradas noções
primitivas:

i) conjuntos

ii) elemento

iii) pertinência entre elemento e conjunto

A noção matemática de conjunto é praticamente a mesma que se usa na linguanguem


comum: é o mesmo que agrupamento, classe, coleção, sistema. Por exemplo:

a) Conjunto dos números inteiros maiores que três.

b) Conjunto dos planetas do sistema solar.

Cada membro ou objeto que entra na formação de um conjunto é chamado elemento. Por
exemplo, para os conjuntos anteriores temos os seguintes elementos:

a) 4, 5, 6, 7, . . .

b) Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, . . .

4
A relação entre o elemento com conjunto é chamada relação de pertinência. Para indi-
carmos que um elemento x é elemento do conjunto A escrevemos x ∈ A (lê-se x pertence a A),
e se x não for elemento de A, escrevemos x 6∈ A (lê-se x não pertence A).

Representação: Um conjunto pode ser representado entre chaves de duas maneiras:


por extenso, enumerando elemento por elemento ou abreviadamente, destacando uma pro-
priedade comum apenas aos seus elementos.

Por exemplo, os elementos do conjunto A são os inteiros maiores do que três. A repre-
sentação entre chaves pode ser feita:

i) por extenso: A = { 4, 5, 6, 7, . . .}

ii) abreviadamente: A = {x ∈ Z/ x > 3}

Diagrama de Venn: É uma região plana limitada por uma linha fechada e não
entrelaçada que representa, em seu interior, os elementos de um conjunto.

Exemplo 1.1 Dado o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5}, podemos representá-lo pelo seguinte
Diagrama de Venn:

Conjunto universo: para desenvolver uma equação, um problema ou desenvolver


determinado tema em Matemática, devemos retirar os elementos que necessitamos de um con-
junto que os contenha. Esse conjunto recebe o nome de conjunto universo e é representado pela
letra U.

Exemplo 1.2 No conjunto A = {x ∈ N; x2 − 3x + 2 = 0}, x só pode assumir valores que


pertencem ao conjunto N, conjunto dos números naturais, portanto, U = N = {0, 1, 2, 3, . . .}.

5
Conjuntos iguais: Dois conjuntos A e B são iguais quando todo elemento de A
pertence a B e, repciprocamente, todo elemento de B pertence a A.

A = B ⇔ (∀x)(x ∈ A ⇔ x ∈ B)

Subconjuntos: Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e somente se,


todo elemento de A pertence também a B.

Observação 1.1 O sı́mbolo ⊂ é chamado de sinal de inclusão e estabelece uma relação entre
dois conjuntos. A relação de inclusão entre dois conjuntos A e B pode ser ilustrada por meio
de um diagrama de Venn:

Observação 1.2 Os sı́mbolos 6⊂ e 6⊃ são as negações de ⊂ e ⊃, respectivamente. Desta forma,


temos:

A 6⊂ B se pelo menos um elemento de A não pertence a B.

Operações com conjuntos


União: Dados dois conjuntos A e B, chama-se de união de A e B, o conjunto formado
pelos elementos que pertencem a A ou a B:

A ∪ B = {x; x ∈ A ou x ∈ B}

6
Observação 1.3 Se A ⊂ B ⇒ A ∪ B = B

Exemplo 1.3 Dados os conjuntos A = {x, y, z, w} , B = {1, 3, 6, 8} e C = {0, 1, 2}, temos:

A ∪ B = {x, y, z, w, 1, 3, 6, 8}

A ∪ C = {x, y, z, w, 0, 1, 2}

B ∪ C = {0, 1, 2, 3, 6, 8}

Intersecção: Dados dois conjuntos A e B, chama-se de intersecção de A e B, o conjunto


formado pelos elementos que pertencem a A e a B:

A ∩ B = {x; x ∈ A e x ∈ B}

Observação 1.4

i) Se A ⊂ B ⇒ A ∩ B = A.

ii) Quando A ∩ B = ∅, ou seja, A e B não têm elemento comum, A e B são denominados


conjuntos disjuntos.

Observação 1.5 Seja n(A) o número de elementos do conjunto A e n(B) o número de ele-
mentos do conjunto B, temos

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B)

Exemplo 1.4 Em uma universidade, 80% dos alunos lêem o jornal A e 60% o jornal B.
Sabendo que todo aluno lê pelo menos um dos jornais, qual o porcentual de alunos que lêem
ambos os jornais?

7
Como todos os alunos lêem pelo menos um jornal, n(A ∪ B) = 100%. Então,

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B) ⇒ 100% = 80% + 60% − n(A ∩ B) ⇒ n(A ∩ B) = 40%

Diferença: Dados dois conjuntos A e B, chama-se de diferença de A e B, o conjunto


formado pelos elementos de A que não pertencem a B.

A − B = {x; x ∈ A e x 6∈ B}

Complementar: Dados dois conjuntos A e B, tais que B ⊂ A, chama-se complementar


de B em relação a A o conjunto A − B, isto é, os elementos de A que não pertencem a B.

Com o sı́mbolo ∁B
A ou A, indica-se o complementar de B em relação A.

Note que ∁B
A só é definido para B ⊂ A, assim temos

∁B
A = A−B

Exemplo 1.5 Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {3, 4, 5, 6} , C = {2, 3} e


D = {7, 8, 9}, temos:

A − B = {1, 2}

A − C = {1, 4, 5} (Neste caso,A − C = ∁C


A , pois C ⊂ A)

C − D = {2, 3}, pois, como C ∩ D = ∅, C − D = C

C − A = ∅, pois C ⊂ A

B−B =∅

8
Teoria dos conjuntos - sı́mbolos
∈: pertence /: tal que
6∈: não pertence ⇒: implica que
∃: existe ⇔: se e somente se
∄: não existe ∅: conjunto vazio
⊂: está contido N: conjunto dos números naturais
6⊂: não está contido Z: conjunto dos números inteiros
⊃: contém Q: conjunto dos números racionais
6⊃: não contém I: conjunto dos números irracionais
∀: para todo R: conjunto dos números reais

Conjuntos Numéricos: Denominamos conjuntos numéricos os conjuntos cujos el-


emtenos são números que apresentam algumas caracterı́sticas comuns entre si.

Conjunto dos números naturais (N): chama-se conjutos dos números naturais
o conjuntos formado pelos números 0, 1, 2, . . .

N = {0, 1, 2, 3, . . .}

Exemplo 1.6 O conjunto dos números naturais possui alguns subconjuntos importantes:

• O conjunto dos números naturais não nulos: N∗ = {1, 2, 3, . . .}

• O conjunto dos números naturais ı́mpares: Ni = {1, 3, 5 . . .}

Conjunto dos números inteiros(Z): Chama-se conjunto dos números inteiros


o seguinte conjunto:
Z = {. . . , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, . . .}

Exemplo 1.7 O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos notáveis:

• O conjunto dos números inteiros não nulos: Z∗ = {. . . , −3, −2, −1, 1, 2, 3, . . .}

• O conjunto dos números inteiros não negativos: Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5 . . .}

9
• O conjunto dos números inteiros (estritamente) positivo: Z∗+ = {1, 2, 3, 4, 5 . . .}

• O conjunto dos números inteiros não positivos: Z− = {. . . , −4, −3, −2, −1, 0}

• O conjunto dos números inteiros (estritamente) negativo:Z∗− = {. . . , −4, −3, −2, −1}

m
Conjunto dos números racionais (Q): os números da forma , n 6= 0, m, n ∈
n
Q, formam o conjunto dos números racionais.

n m o
Q = x; x = , m, n ∈ Z, n 6= 0
n

Exemplo 1.8 O conjunto dos números racionais possui alguns subconjuntos notáveis:

• O conjunto dos números racionais não nulos: Q∗

• O conjunto dos números racionais não negativos: Q+

• O conjunto dos números racionais (estritamente) positivo: Q∗+

• O conjunto dos números racionais não positivos: Q−

• O conjunto dos números racionais (estritamente) negativo: Q∗−

Observemos que todo número racional pode ser representado sob a forma decimal. Temos
dois casos:

• Decimal finita

3 1 −3
Por exemplo: = 0, 75 = 0, 5 = −0, 6
4 2 5
Observe que um número racional terá representação decimal finita se, e somente se o
denominador contiver os fatores primos 2 e/ou 5.

• Decimal infinita periódica (dı́zima periódica)


1 47 3
Por exemplo: = 0, 3333... = 0, 5222... = 0, 13636...
3 90 22

10
Observe que se o denominador contiver algum fator primo diferente de 2 e 5 o racional terá
representação decimal periódica.

Conjunto dos números irracionais (I): os números que não podem ser repre-
m √
sentados na forma , m, n ∈ Z, n 6= 0, tais como 2 ∼
= 1, 414..., π ∼
= 3, 14159..., e ∼
= 2, 71...
n
formam o conjunto dos números irracionais.

Conjunto dos números reais (R): a união do conjunto dos números racionais
com o conjunto dos números irracionais forma o conjunto dos números reais,

R=Q∪I

Exemplo 1.9 O conjunto dos números racioanis possui alguns subconjuntos notáveis:

• O conjunto dos números reais não nulos: R∗ = {x ∈ R; x 6= 0}

• O conjunto dos números reais não negativos: R+ = {x ∈ R; x ≥ 0}

• O conjunto dos números reais (estritamente) positivo: R∗+ = {x ∈ R; x > 0}

• O conjunto dos números reais não positivos: R− = {x ∈ R; x ≤ 0}

• O conjunto dos números reais (estritamente) negativo: R∗− = {x ∈ R; x < 0}

Intervalos reais O conjunto dos números reais possui também subconjuntos demoni-
nados intervalos, os quais são determinados por meio de desigualdades. Sejam os números reais
a e b, com a < b, temos:

Intervalo aberto: É o conjunto dos números reais entre a e b (excluı́dos os extremos a e


b), denotado por ]a, b[, isto é:

11
]a, b[= {x ∈ R|a < x < b}

Geometricamente:

Intervalo fechado: É o conjunto dos números reais entre a e b (incluı́dos os extremos a


e b), denotado por [a, b], isto é:

[a, b] = {x ∈ R|a ≤ x ≤ b}.

Geometricamente:

Intervalo semi-aberto à esquerda: É o conjunto dos números reais entre a e b (excluindo


a e incluindo b), denotado por ]a, b], isto é:

]a, b] = {x ∈ R|a < x ≤ b}

Geometricamente:

Intervalo semi-aberto à direita : É o conjunto dos números reais entre a e b (inclindo


a e excluindo b), denotado por [a, b[, isto é:

[a, b[= {x ∈ R|a ≤ x < b}

Geometricamente:

Intervalos Ilimitados

Usaremos os sı́mbolos +∞ (infinito positivo) e −∞ (infinito negativo) para representar os


seguintes intervalos:

12
]a, +∞[= {x ∈ R|x > a}

Geometricamente:

[a, +∞[= {x ∈ R|x ≥ a}

Geometricamente:

] − ∞, b[= {x ∈ R|x < b}

Geometricamente:

] − ∞, b] = {x ∈ R|x ≤ b}

Geometricamente:

] − ∞, +∞[= R

Geometricamente:

13
Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 1 Dados os conjuntos A = {a, b, c}, B = {c, d, f } e C = {a, f, g}. Determinar um


conjunto X, sabendo que:

• X tem três elementos e X ⊂ {, a, b, c, d, f, g}

• A ∩ X = {c}, B ∩ X = {c, f } e C ∩ X = {f, g}

Exercı́cio 2 Em uma classe com 35 alunos, foi realizada uma prova com duas questões, uma
de História e outra de Geografia. Se 8 alunos acertaram as duas questões, 15 acertaram a
questão de História e 20, a de Geografia, quantos alunos erraram as duas questões?

Exercı́cio 3 Numa escola de 630 alunos, 350 deles estudam Português, 210 estudam Espanhol
e 90 estudam as duas matérias (Português e Espanhol). Perguntam-se:

a) Quantos alunos estudam apenas Português?

b) Quantos alunos estudam apenas Espanhol?

c) Quantos alunos estudam Português ou Espanhol?

d) Quantos alunos não estudam nenhuma das duas matérias?

Exercı́cio 4 Sendo A = {x ∈ N; x ≤ 5} e B = {x ∈ Z; −2 ≤ x < 3}. Calcule A ∪ B e A ∩ B.

Exercı́cio 5 Se A = {x ∈ R; 2 < x < 5} e B = {x ∈ R; 3 ≤ x < 8} determine A ∪ B e A ∩ B.

Exercı́cio 6 Se A = {x ∈ R; −1 < x ≤ 0} e B = {x ∈ R; 2 ≤ x < 4} determine A ∪ B e


A ∩ B.

Exercı́cio 7 Considerando o diagrama abaixo, determine:

a) n(A)

b) n(B)

c) n(C)

14
d) n(A ∩ B)

e) n(A ∩ C)

f ) n(A − B)

g) n[(A ∪ B) − C]

1.2 Operações Fundamentais

Adição: A adição é uma operação entre números reais denotada pelo sı́mbolo +. O
resultado da operação adição entre dois números reais a e b é um número real, denotado por
a + b, chamado de soma de a e b.

Exemplo 1.10 25 + 5 = 30

25 e 5 são as parcelas;

25 é a soma ou resultado da operação adição.

Exemplo 1.11 25 + 5 = 30

Exercı́cio 8 Determinar a soma dos números 1325 + 2421.

Subtração: A subtração é uma operação entre números reais denotada pelo sı́mbolo -.
O resultado da operação subtração entre dois números reais a e b é um número real, denotado
por a − b, chamado de diferença de a e b.

15
Exemplo 1.12 16 - 5 = 11

16 é chamado minuendo;

6 é chamado subtraendo;

11 é a diferença ou resultado da operação subtração.

Exercı́cio 9 Determinar a diferença entre números 3125 − 2427.

Multiplicação: A multiplicação é uma operação entre números reais denotada pelo


sı́mbolo . ou ×. O resultado da operação multiplicação entre dois números reais a e b é um
número real, denotado por a.b ou a × b, chamado de produto de a e b.

Exemplo 1.13 3 × 5 = 15

3 e 5 são os fatores;

15 é produto ou resultado da operação multiplicação.

Exercı́cio 10 Determinar o produto dos números 123 × 15.

Divisão: A divisão é uma operação entre números reais denotada pelo sı́mbolo ÷. O
resultado da operação divisão entre dois números reais a e b com b 6= 0 é um número real,
denotado por a ÷ b.

Exemplo 1.14 20 ÷ 5 = 4

20 é o dividendo;

5 é o divisor;

4 é o quociente.

Observação: Na divisão não exata temos:

sendo a, b, q e r números reais

Neste caso temos um resto r.

16
Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 11 Qual é o quociente e o resto da divisão 12456 ÷ 45.

Exercı́cio 12 Ache o dividendo de um divisão em que o divisor 32, o quociente é 107 e o resto
é 6.

Exercı́cio 13 Ache o divisor de um divisão em que o dividendo é 6568, o quociente é 205 e o


resto é 8.

Exercı́cio 14 Calcule:

a) 768 ÷ 24

b) 2005 ÷ 5

Exercı́cio 15 Calcule o resultado das expressões:

a) [(500 − 79) − (74 × 5) + 14] ÷ 5 =

b) (9 + 32) × [9 − (3 + 5)] =

c) (10 − 9)×]47 − (9 − 5)] =

1.3 Múltiplos e Divisores

Seja a um número inteiro. Os múltiplos de a são os números ka com k ∈ Z.

Exemplo 1.15 Os múltiplos de 3 são os números 0, ± 3, ± 6, ± 9, ± 12, . . .

Seja c = k.a com c, k e a números inteiros, com a 6= 0. Podemos dizer que:

• c é um múltiplo de a ou

• a é um divisor de c ou

• a divide c ou ainda

• c é divisı́vel por a.

17
Exemplo 1.16 Temos 15 = 3 × 5, logo podemos dizer:

• 15 é um múltiplo de 5 ou

• 5 é um divisor de 15 ou

• 5 divide 15 ou ainda

• 15 é divisı́vel por 5.

Mı́nimo Múltiplo Comum


O Mı́nimo Múltiplo Comum de números inteiros não nulos é o menor múltiplo positivo
comum a esses números.

Denotamos o mı́nimo múltiplo comum dos números inteiros a e b por mmc(a, b).

Exemplo 1.17 Determinar o mı́nimo múltiplo comum de -3 e 2.

• os múltiplos de -3 são: 0, ± 3, ± 6, ± 9, ± 12, . . .

• os múltiplos de 2 são: 0, ± 2, ± 4, ± 6, ± 8, ± 12 . . .

• os múltiplos positivos comuns a -3 e 2 são: 6, 12, . . .

• o menor dos múltiplos positivos comuns a -3 e 2 é 6, isto é, o mmc (−3, 2) = 6

Máximo Divisor Comum


O Máximo Divisor Comum de números inteiros não nulos é o maior divisor comum a
esses números.

Denotamos o máximo divisor comum dos números inteiros a e b por mdc(a, b).

Exemplo 1.18 Determinar o máximo divisor comum de 12 e 18.

• os divisores de 12 são: 1, 2, 3, 4, 6 e 12

• os divisores de 18 são: 1, 2, 3, 6, 9 e 18

• os divisores comuns a 12 e 18 são: 1, 2, 3 e 6

• o máximo divisor comum a 12 e 18 é 6, isto é, o mdc (12, 18)=6

18
Definição 1.1 Um número inteiro a e dito primo se:

i) a 6= 0

ii) a 6= ±1 e

ii) os únicos divisores de a são -1, 1, −a e a

Exemplo 1.19 O número 5 e primo pois os únicos divisores de 5 são -1, 1, -5 e 5.

Exemplo 1.20 O número 6 não é primo pois seus divisores são -1, 1,-2, 2, -3, 3, -6 e 6

O Teorema Fundamental da Aritmética garante que todo número inteiro maior que um pode
ser decomposto como um produto de fatores primos positivos.

Exemplo 1.21 60 = 2 · 2 · 3 · 5

Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 16 Quais são os múltiplos positivos de 3? Quais são os múltiplos positivos de 5?


Quais são os múltiplos comuns positivos de 3 e de 5? Qual é o mmc(3,5)?

Exercı́cio 17 Determine o mı́nimo múltiplo comum:

a) mmc(24, 30) b) mmc(8, 6) c) mmc(30, 48) d) mmc(18, 20, 45)


e)mmc(18, 20, 45) f ) mmc(12, 10) g) mmc(75, 270) h) mmc(15, 18)

Exercı́cio 18 Determine os divisores naturais de:

a)36 b)90 c) 220 d) 284

Exercı́cio 19 Determine o máximo divisor comum:

a) mdc(12, 18) b) mdc(8, 81) c) mdc(36, 41) d) mdc(42, 54)


e) mdc(64, 82) f ) mdc(96, 105) g) mdc(70, 140) h) mdc(121, 256)

19
Exercı́cio 20 (PUC–SP) Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina
A a cada 3 dias, na máquina B, a cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de
dezembro foi feita a manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máquinas receberão
manutenção no mesmo dia?

Exercı́cio 21 (OBM) Um pai e um filho são pescadores. Cada um tem um barco e vão ao mar
no mesmo dia. O pai volta para casa a cada 20 dias e o filho a cada 15 dias. Em quantos dias
se encontrarão em casa pela primeira vez?

1.4 Frações

As frações se referem a partes de coisas e sua representação precisa indicar exatamente


quantas partes de um determinado tamanho de alguma coisa.
2
Por exemplo, quando digo comi (dois terços) de um pão, o número 2 indica o número
3
de partes que comi do pão, por isso é chamado de numerador. Mas saber quantas partes não
é suficiente para saber realmente quanto do pão eu comi. É necessário saber de que tamanho
eram as partes. O que é indicado pelo número 3, isto é, o pão foi dividido em três partes iguais.
Como o número 3 indica de que tipo são as partes, ou seja, indica o nome das partes, é
chamado de denominador (indica, denomina as partes). (citar referência)

a
Representação de uma fração: a/b ou
b

Exemplo 1.22
2
a) , lemos dois quintos
5
3
b) , lemos três oitavos
8
7
c) , lemos sete quinze avos
15

Frações Impróprias
As frações impróprias são aquelas maiores ou iguais a um inteiro, isto é, são frações em que
o numerador é maior ou igual ao denominador.

20
Exemplo 1.23
8 2 13
a) b) c)
3 2 6

Quando precisamos contar coisas inteira e partes ao mesmo tempo usamos os Números
Mistos.

Exemplo 1.24 Maria pintou três quadrados e meio. Podemos representar as partes pintadas
1
por meio de um número misto: 3 lemos três inteiros e um meio.
2
1
Na verdade o que temos é: 3 + .
2

Frações Equivalentes
Frações equivalentes são frações que representam a mesma quantidade.

2 4
Exemplo 1.25 As frações e são equivalentes.
3 6

Para encontrarmos frações equivalentes a uma fração dada podemos proceder das seguintes
maneiras:

a) multplicar o numerador e o denomidador por um mesmo número diferente de zero

ou

b) dividir o numerador e o denomidador por um mesmo número diferente de zero.

Exemplo 1.26 Encontre frações equivalentes às frações dadas:


1 20
a) b)
5 12

Redução ou Simplificação de Frações


Para encontrar a fração equivalente representada pelo menor denominador e menor nu-
merador devemos descobrir qual o maior número pelo qual podemos dividir o numerador e o
denominador da fração.

21
Exemplo 1.27
10
Dada a fração . O maior número pelo qual podemos dividir o numerador e o denominador
20
é 10.
10 ÷ 10 1
Assim, =
20 ÷ 10 2

Isto é, para simplificarmos a fração do exemplo 1.27 devemos encontrar o mdc(10,20).

36
Exercı́cio 22 Simplifique a fração .
60

a c
Observação 1.6 As frações e são equivalentes se, e somente se, ad = bc.
b d

Adição e Subtração de Frações com Denominadores Iguais


Para adicionarmos ou subtrairmos frações com denomindores iguais, somamos ou subtraimos
os numeradores e mantemos os denominadores.

Exemplo 1.28
3 5 8 4 3 1 7 2 5 4
a) + = b) − = c) + − =
7 7 7 5 5 5 3 3 3 3

Adição e Subtração de Frações com Denominadores Diferentes


Para adicionarmos ou subtrairmos frações com denomindores dierentes precisamos encontrar
frações equivalentes com denomindores iguais.
1 1
Por exemplo, para adicionarmos as frações e devemos encontrar frações equivalentes a
2 3
1 1
e a com denomindores iguais. Assim,
2 3
1 1 3 2 5
+ = + =
2 3 6 6 6

Para encontrarmos o denominador comum determinamos o mı́nimo múltiplo comum entre


os denomindores.

No exemplo, 6 = mmc(2, 3).

22
Exercı́cio 23 Calcule:
8 3
a) +
11 22

3 1
b) −
4 6

2 1 3
c) + +
5 8 18

2
d) +2
3

Multiplicação de Frações
Para multiplicarmos frações multiplicamos os numeradores e os denominadores .

Exemplo 1.29
3 2 6
a) × =
7 4 28

1 13 13
b) × =
5 3 15

Divisão de Frações
Para dividirmos duas frações, repetimos a primeira, invertemos a segunda e multiplicamos

Exemplo 1.30
3 2 3 5 15
a) ÷ = × =
7 5 7 2 14

13 13 1 13
b) ÷3= × =
2 2 3 6

23
Exercı́cios Propostos

5
Exercı́cio 24 Obtenha duas frações equivalentes a : uma de denominador 54 e outra de
9
numerador 60.

4
Exercı́cio 25 Obtenha duas frações equivalentes a : uma de denominador 35 e outra de
7
numerador 44.

Exercı́cio 26 Simplifique as frações:

56 36 72 75
a) b) c) d)
72 90 144 125

110 126 120 96


e) f) g) h)
660 945 252 120

Exercı́cio 27 Calcule as somas e as diferenças e simplifique quando necessário:

1 1 1 1
1) +1 2) +1 3) +1 4) +1
2 3 5 7

2 3 2 5
5) +2 6) +2 7) +3 8) +5
3 2 5 4

1 1 1 1
9) −1 10) −1 11) −1 12) −1
2 3 5 7

1 17 12 4
13) −3 14) −2 15) −3 16) −8
3 5 2 3

3 1 1 4 5 6 2 10
17) + 18) + 19) + 20) +
2 6 9 12 6 9 3 15

3 5 1 3 6 6 7 9
21) + 22) + 23) + 24) +
8 10 2 10 25 15 45 60

1 2 5 2 1 3 3 7
25) − 26) − 27) − 28) −
2 9 6 5 2 10 4 15

24
Exercı́cio 28 Um campo de futebol está sendo totalmente reformulado com um novo tipo de
1 3
grama. Numa semana foi gramado e na semana seguinde, do campo.
5 4
a) Qual a fração que representa a parte gramada?

b)Qual a fração que representa a parte que falta gramar?

Exercı́cio 29 O chão da sala de jantar da casa de Denise está sendo ararpetado. Num dia foi
1 2 5
colocado carpete em da sala, no dia seguinte em e no terceiro dia em . Qual a fração
6 9 12
que representa a parte não acarpetada?

Exercı́cio 30 Determine o valor das expressões:

      
1 1 2 1 3
a) − 1, 1 − − 0, 4 b) 1 − − − − + − 0, 5
6 2 5 2 4

Exercı́cio 31 Escreva cada produto na forma irredutı́vel:

5 1 3 1 5 1 2 1 4
1) · 2) · 3) · 4) · ·
12 2 5 5 6 9 5 7 105

2 4 5 3 3 8 9 8
5) 4 · · 6) · 7) · 8) ·
9 7 6 10 4 9 24 63

7 5 9 5 4 1 5
9) · 10) · ·7 11) · ·
10 14 10 7 5 24 6

5 3
Exercı́cio 32 Um agricultor preparou de um terreno para o plantio e plantou do terreno
12 5
preparado. Quantas partes do terreno não foi plantada?

Exercı́cio 33 Escreva cada quociente na forma irredutı́vel:

1 1 3 1 2 5 1
1) ÷ 2) ÷ 3) ÷ 4) 4 ÷
5 2 4 7 3 7 2

2 2 5 4 3 7 2
5) ÷9 6) ÷ 7) ÷ 8) ÷
3 10 3 5 2 12 5

3 2 3 6 1 7 7 14
9) ÷ 10) ÷ 11) ÷ 12) ÷
10 5 4 14 2 8 12 9

25
Exercı́cio
  34 Determine   o valor das expressões:
    
8 1 1 2
a) ÷ (−2) − 3 · − b) (−2) · 2 − − 11 ÷ −3 − 2 · −
5 4 6 5

5
Exercı́cio 35 Helena tinha R$ 864,00. Pagou uma conta e lhe sobraram desse valor. Qual
8
o valor da conta paga? Quanto ela tem agora?

1 2
Exercı́cio 36 O salário Adão é de apenas 520 reais por mês. Gasta com aluguel e com
4 5
3
alimentação da famı́lia. Esse mês ele teve uma despesa extra e gastou do seu salário com
8
remédios. Sobrou dinheiro?

1
Exercı́cio 37 Um reservatório com capacidade para 360 litros de água está ocupado com
3
de sua capacidade. Qual a quantidade de água que será necessário adicionar para encher esse
3
reservatório até de sua capacidade?
4

1.5 Potenciação

Potenciação ou Exponenciação significa multiplicar um número real a, chamado base, por


ele mesmo n vezes, sendo n um número natural denominado expoente. Denota-se essa potência
por an .

Exemplo 1.31 32 (lê-se três elevado ao quadrado, ou três elevado a segunda potência, ou
ainda, três elevado a dois.)

No exemplo, precisamos multiplicar o 3 por ele mesmo, ou seja, 3.3 = 9.

Analogamente 33 = 3.3.3 = 3.9 = 27

Potência de Expoente Natural

Definição 1.2 Dados um numero real a e um numero natural n, com n ≥ 2, chama-se potência
de base a e expoente n o número an que é o produto de n fatores iguais a a, ou seja,

an = a.a.a...a
| {z }.
n vezes

26
Definimos também:

• a0 = 1

• a1 = a, com a 6= 0.

Propriedades: Sendo a e b números reais e m e n naturais, valem as seguintes pro-


priedades:

• am .an = am+n
am
• n = am−n
a
• (am )n = am.n

• (a.b)n = an .bn
 a n a n
• = n , com b 6= 0.
b b

Potência de Expoente Inteiro Negativo

Definição 1.3 Dado um número real a, não-nulo, e um número natural n, chama-se potência
1
de base a e expoente –n ao número a−n , que é o inverso de an , ou seja, a−n = n .
a

Potência de expoente racional

Definição 1.4 Dados um número real a > 0, um número inteiro p e um número natural
q
q ≥ 1, chama-se potência de base a e expoente a raiz q-ésima aritmética de ap . Denota-se:
p √ p
a = a.
q q p

Observação 1.7 As propriedades vistas para potências de expoentes naturais também são
válidas para potências de expoentes racionais.

Caso particular de potência de expoente racional: Raiz enésima aritmética

Dados um número real a não-negativo e um número natural n ≥ 1, chama-se raiz enésima


aritmética de a o número real não-negativo b tal que bn = a.

27

O sı́mbolo n
a , chamado radical, indica a raiz enésima aritmética de a. Nele, a é chamado
radicando e n, ı́ndice.

n
a = b ⇔ b ≥ 0 e bn = a.

Observação 1.8 Sendo a e b, números reais positivos, e m, n e p naturais, feitas as adequações


devidas, das propriedades estudadas, temos:

• n an = a
√ √
• n am = n.p am.p
√ √ √
• n a.b = n a. n b
r √
a n
a
• n
= √ ; b 6= 0
b n
b
√ √
• n am = ( n a)m
p√ √
• p n a = p.n a

Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 38 Calcule:
 −2
 −1  2−1 − (−2)−1 
1   3x+2 − 3x+1
a) 2−3
b) c)(0, 1)
−2
d)   −1  e)
2  1  3x
2

3x + 3−x 3x − 3−x
Exercı́cio 39 (CEFET-MG) Sabendo-se que A = eB= . Calcule A + B.
2 2

Exercı́cio 40 Simplifique:
√ √
√ √ √ 3
16 + 3 54
a) 72 + 18 − 2 50 b) √
3
125

Exercı́cio 41 Efetue, utilizando produtos notáveis:


√ √ √
a) (1 + 2)2 b)( 10 + 1)( 10 − 1)

1 1 1
Exercı́cio 42 (Unifor-CE) Simplifique a expressão: √ + √ √ .
2 2+1 2−1

28
Exercı́cio 43 Uma fórmula para se calcular aproximadamente a área, em metros quadrados,
11 2
da superfı́cie corporal de uma pessoa é dada por: S(p) = p 3 , sendo p a massa da pessoa em
100
Kg. Considere uma criança de 8kg, e determine:

a) A área da superfı́cie corporal da criança.

b) A massa que a criança terá quando a área de sua superfı́cie corporal duplicar (Use

2 ≈ 1, 4).
r
28
3 2 + 230
Exercı́cio 44 (FUVEST-SP) =
10
 58 1/3
2 28 29
a) b) c) d)28 e)29
10 5 5

Exercı́cio 45 (Mackenzie-SP) Se a1/2 + a−1/2 = 10/3, então a + a−1 =

82 100 16 100 82
a) b) c) d) e)
9 82 9 9 3

1.6 Produtos Notáveis

Produtos Notáveis são aqueles produtos que são frequentemente usados e para evitar a
multiplicação de termo a termo, existem algumas fórmulas que convém serem memorizadas.
Porém, devemos lembrar que, utilizando a propriedade distributiva, podemos mostrar cada um
dos resultados, como faremos a seguir:

1. Soma pela diferença: quadrado do primeiro menos o quadrado do segundo.

(a + b).(a − b) = a2 − b2

Demonstração:

2. Quadrado da soma: quadrado do primeiro, mais duas vezes o primeiro pelo segundo,
mais o quadrado do segundo. (a + b)2 = a2 + 2ab + b2

Demonstração:

3. Quadrado da diferença: quadrado do primeiro, menos duas vezes o primeiro pelo


segundo, mais o quadrado do segundo. (a − b)2 = a2 − 2ab + b2

Demonstração:

29
4. Cubo da soma: pode-se chegar nesta expressão utilizando o binômio de Newton!

(a + b)3 = a3 + 3a2 b + 3ab2 + b3

Demonstração:

5. Cubo da diferença: (a − b)3 = a3 − 3a2 b + 3ab2 − b3

Demonstração:

6. Quadrado da soma entre 3 termos: (a + b + c)2 = a2 + b2 + c2 + 2ab + 2bc + 2ac

Demonstração:

Outros produtos muito úteis na fatoração algébrica são:

(a + b)(a2 − ab + b2 ) = a3 + b3

(a − b)(a2 + ab + b2 ) = a3 − b3

Ax2 + Bx + C = A(x − x1 )(x − x2 ) , sendo x1 e x2 as raı́zes da equação Ax2 + Bx + C = 0

Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 46

a)(x − 3)(x − 4) b)(x − 3)(2x + 1) c)(x − 3)(1 − x)

d)(x − 3)(x + 3) e)(x − 3)(x − 3) f )(x + 3)(x + 3)

g)(x − b)(azx − 3) h)(a − b + c)(a + b + c) i)(ab + ac)(bc + a)

j)(−a − b)(−x − y) k)(a + b)(x + y) l)(a + b)(−x − y)

m)(3 + x)2 n)(x + 5)2 o)(x + y)2

p)(3x + 2)2 q)(2x + 12 )2 r)(5 − x)2

s)(x − 5y 3 )2 t)(x + 3).(x − 3) u)(2x + 5).(2x − 5)

v)(3x2 − y 2 ).(3x2 + y 2 ) x)(2a − b + 5)2 z)(3a + 2)3

Exercı́cio 47 Quanto devemos adicionar ao quadrado de x + 2 para encontrar o cubo de x − 3?

Exercı́cio 48 Determine a diferença entre o cubo e o quadrado de x2 − 3.

30
Capı́tulo 2

Logaritmo

Na América Latina, a população cresce a uma taxa de 3% ao ano, aproximadamente. Caso


o interesse seja verificar a proporção de aumento da população em função do tempo, podemos
estabelecer algumas relações.

Considerando a relação entre o tempo e a população, podemos organizar o quadro a seguir:

Tempo População
Inı́cio P0
1 ano P1 = P0 · 1, 03
2 anos P2 = (P0 · 1, 03)1, 03 = P0 (1, 03)2
3 anos P3 = P0 (1, 03)3
.. ..
. .
x anos Px = P0 (1, 03)x

Supondo que a população irá dobrar após x anos, temos que Px = 2P0 , ou seja,

P0 (1, 03)x = 2P0 ⇔ (1, 03)x = 2.

Para resolver essa equação utilizamos a noção de logaritmo, que objetiva transformar uma
equação exponencial em uma igualdade de potências de mesma base.

O conceito de logaritmo foi introduzido pelo matemático escocês John Napler (1550-1617)
e aperfeiçoado pelo inglês Henry Briggs (1561-1630). A descoberta dos logaritmos deveu-se so-
bretudo à grande necessidade de simplificar cálculos excessivamente trabalhosos para a época,
principalmente na área astronômica, entre outras. O logaritmo foi desenvolvido para agilizar as

31
contas de multiplicação, divisão, potenciação e radiciação. Ele é fundamental, também, em out-
ras matérias como por exemplo na Quı́mica para o cálculo do pH (potencial de hidrogênio), na
classificação de solução em ácida, básica ou neutra; na Fı́sica, para determinarmos a intensidade
(decibel) de um som, entre outras aplicações.

Definição 2.1 Sejam a e b números reais positivos, com a 6= 1, chama-se logaritmo de b na


base a o expoente x ao qual se deve elevar a base a de modo que a potência ax seja igual a b.

loga b = x ⇔ ax = b

em que: a é a base do logaritmo, b é o logaritmando e x é o logaritmo.

Condições de Existência de Logaritmos: A existência de uma logaritmo,


como por exemplo, loga b, é então determinada pelas seguintes condições:

• b deve ser um número real positivo (b > 0)

• A base deve ser um número positivo e diferente de 1 (a > 0 e a 6= 1).

Exemplo 2.1 Determinar o conjunto de valores reais de x para os quais seja possı́vel deter-
minar

a) log2 (x − 3)

b) logx−2 (x2 − 4x − 5)

Consequências da Definição de Logaritmo

Da definição de logaritmo temos:

1. loga 1 = 0.

2. loga a = 1.

3. loga an = n.

32
4. aloga b = b, com b > 0, a > 0 e a 6= 1.

5. loga b = loga c ⇔ b = c, com b > 0, c > 0, a > 0 e a 6= 1.

Exemplo 2.2 Calcular o valor de 2log5 10 log2 5 .

Exemplo 2.3 Determinar o valor de x para que log2 (x − 2) = log2 9.

Exemplo 2.4 Calcular o valor de:

1. log0,5 1

2. log3 243

3. log √
3
5 25

2.1 Propriedades Operatórias dos Logaritmos

1a Propriedade: Logaritmo de um produto

Numa mesma base, o logaritmo do produto de dois números positivos é igual a soma dos
logaritmos de cada um desses números:

loga (M · N ) = loga M + loga N

2a Propriedade: Logaritmo de um quociente

Numa mesma base, o logaritmo do quociente de dois números positivos é igual à diferença
entre os logaritmos desses números:

M
loga = loga M − loga N
N

3a Propriedade: Logaritmo de uma potência

Numa mesma base, o logaritmo de uma potência de base positiva é igual ao produto do
expoente pelo logaritmo da base da potência:

loga M N = N · loga M

33
4a Propriedade: Mudança de Base

Para escrever o logb M usando logaritmos na base a, realizamos a mudança de base

loga M
logb M =
loga b

Exemplo 2.5 log5 (2 · 10).


 
2
Exemplo 2.6 log2 .
3

3
Exemplo 2.7 log2 4.

Exemplo 2.8 Escrever log5 8 usando logaritmos de base 4.

Logaritmos Decimais
Os logaritmos de base 10 são chamados logaritmos decimais e sua importância se deve ao fato
de as tábuas de logaritmos, as calculadoras e o sistema de numeração que usamos trabalharem
com essa base.

Por simplificação, representamos log10 b por log b, para todo b > 0.

Cologaritmos
Denomina-se cologaritmo de um número b, (b > 0) numa base a, (a > 0 e a 6= 1) o oposto
do logaritmo do número b na base a ou o logaritmo do inverso de b na base a.

1
cologa b = − loga b ou cologa b = loga
b

34
Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 49 Supondo m > 0 e m 6= 1, calcule os seguintes logaritmos:


√ 1
a) logm2 3 m b) logm3 m6 c) log√m
m

Exercı́cio 50 Sendo a e b números reais positivos tais que log√3 a = 224 e log√3 b = 218
a
calcule o valor de .
b

Exercı́cio 51 Supondo a e b reais positivos tais que log 1 a = 3 e log 1 b = −1, qual o valor de
2 2
a) logb a

b) loga b

c) loga2 b3

Exercı́cio 52 Supondo x e y reais positivos com log3 x = a e log3 y = b calcule em função de


aeb

x
a) 8.5 log3
y2

b) 8.6 log3 9x y

Exercı́cio 53 Resolva a equação:


" rq !#
x2 −8
10 10 √
10
3 + log10 log10 10 = 0.

Exercı́cio 54 O pH de uma solução aquosa é definido pela expressão pH=− log[H+], em que
[H+] indica a concentração, em mol/l, de ı́ons de hidrogênio na solução e log, o logaritmo
na base 10. Ao analisar uma determinada solução, um pesquisador verificou que, nela, a
concentração de ı́ons de hidrogênio era [H+] = 5, 4 ∗ 10−8 mol/l. Para calcular o pH dessa
solução, ele usou os valores aproximados de 0,30, para log 2 e de 0,48 para log 3. Então, qual
o valor que o pesquisador obteve para o pH dessa solução?

35
Exercı́cio 55 (UEL) O valor de um automóvel (em unidades monetárias) sofre uma depre-
ciação de 4% ao ano. Sabendo-se que o valor atual de um carro é de 40.000 unidades monetárias,
depois de quantos anos o valor desse carro será de 16.000 unidades monetárias? Use o valor
de 0,3 para log 2 e o valor de 0,48 para log 3.

a) 3

b) 6

c) 10

d) 15

e) 20

Exercı́cio 56 (UDESC 2008) Sabendo que log3 (7x–1) = 3 e que log2 (y 3 + 3) = 7, determine
o valor de logy (x2 + 9).

Exercı́cio 57 (UFMG 2009) Numa calculadora cientı́fica, ao se digitar um número positivo


qualquer e, em seguida, se apertar a tecla log, aparece, no visor, o logaritmo decimal do número
inicialmente digitado. Digita-se o número 10.000 nessa calculadora e, logo após, aperta-se, N
vezes, a tecla log, até aparecer um número negativo no visor. Qual é o valor desse número N ?

Exercı́cio 58 (UDESC 2008) Seja loga b = 3 e logab c = 4. Determine então o valor de loga c.

Exercı́cio 59 A expressão M = A(1 + i)n nos permite calcular o montante M , resultante da


aplicação do capital A a juros compostos, à taxa anual i, ao completar um perı́odo de n anos.
Nessas condições se o capital de R$ 800.000,00 for aplicado a juros compostos e à taxa anual
de 12%, após quanto tempo da aplicação serão obtidos juros no valor de R$ 800.000,00?

Exercı́cio 60 Um cartão de crédito cobra juros de 9% a.m. sobre o saldo devedor. Um usuário
desse cartão tem um saldo devedor de R$505,00. Em quanto tempo essa dı́vida chegará a
R$600,00 se não for paga? (Dados: log 2 = 0, 3; log 3 = 0, 48; log 0, 01 = 0, 004; log 1, 09 =
0, 038).

36
Capı́tulo 3

Trigonometria

3.1 Trigonometria no triângulo retângulo

Todos os triângulos retângulos que têm um ângulo agudo de medida α são semelhantes entre
si. Veja alguns desses triângulos na figura a seguir:

α b b b

O B D F

Da semelhança entre os triângulos OAB, OCD e OEF , temos:

AB CD EF
= = = r1
OA OC OE

OB OD OF
= = = r2
OA OC OE
AB CD EF
= = = r3
OB OD OF

As constantes r1 , r2 e r3 são razões trigonométricas chamadas, respectivamente, de seno de


α ( sen α), cosseno de α (cos α) e tangente de α ( tg α).

Como essas razões são as mesmas para todos os triângulos retângulos semelhantes entre si,

37
podemos defini-las a partir de apenas um deles. Veja:

medida do cateto adjacente a α c


C
cos α = =
medida da hipotenusa a
a
b medida do cateto oposto a α b
tg α = =
α b
medida do cateto adjacente a α c
B c A

medida do cateto oposto a α b


sen α = =
medida da hipotenusa a

Exercı́cio 61 Sabendo que sen 36◦ = 0, 58, cos 36◦ = 0, 80 e tg 36◦ = 0, 72, calcular o valor de
x em cada figura.
b

36◦
x 5 m 20 km
36◦

10 cm
x b) x
b

36◦ b

c)
a)

Exercı́cio 62 A âncora de um barco pesqueiro, depois de lançada, atingiu o fundo do rio.


Como a profundidade do rio nesse ponto é menor que o comprimento da corda que prende a
âncora ao barco, este se moveu 20 m em relação ao ponto A, de onde foi lançada a âncora,
esticando completamente a corda, que formou um ângulo de medida α com a superfı́cie do rio,
5
tal que sen α = 13
. Calcular a profundidade do rio nesse ponto.

Relação entre o seno, o cosseno e a tangente de um ângulo agudo


Uma importante relação entre o seno, o cosseno e a tangente de um ângulo agudo é enunciada
no teorema a seguir.

sen α
Teorema 3.1 Dado um ângulo agudo de medida α, tem-se: tg α = .
cos α

Exercı́cio 63 Dados sen 40◦ = 0, 64 e cos 40◦ = 0, 76, determinar o valor de x na figura.
b

10 m
x

40◦

38
Relação entre o seno e o cosseno de ângulos complementares
Dois ângulos de medidas α e β são complementares se, e somente se, α + β = 90◦ . Dizemos
também que as medidas de α e β são complementares.

Teorema 3.2 Se α é a medida, em grau, de um ângulo agudo, então:

• sen α = cos(90◦ − α)

• cos α = sen (90◦ − α)

Exemplo 3.1

• 30◦ é o complemento de 60◦ ; logo: sen 30◦ = cos 60◦ e sen 60◦ = cos 30◦ .

• 12◦ é o complemento de 78◦ ; logo: sen 12◦ = cos 78◦ e sen 78◦ = cos 12◦ .

sen 23◦ + cos 67◦


Exemplo 3.2 Sabendo que cos 23◦ = 0, 92, calcular o valor da expressão: E = .
4 tg 23◦

Ângulos notáveis
Para estudos posteriores de Trigonometria, convém conhecermos o seno, o cosseno e a
tangente de alguns ângulos. Escolhemos, pela facilidade das demonstrações, os ângulos de
medidas 30◦ , 45◦ e 60◦ , que chamaremos ângulos notáveis.


Ângulo de 45◦ Sabemos que medida de cada diagonal de um quadrado de lado a é a 2, e
cada ângulo interno do quadrado é dividido, pela diagonal, em dois ângulos de 45◦ .


a 2
a

45◦ b

Assim, temos: √
a 1 2
sen 45 = √ = √ =

a 2 2 2

a 1 2
cos 45◦ = √ = √ =
a 2 2 2
a
tg 45◦ = =1
a

39
Ângulos de 30√ ◦
e 60◦ Sabemos que a medida de cada altura de um triângulo equilátero de
a 3
lado a é , e que cada altura desse tipo de triângulo também é bissetriz e mediana.
2

30◦


a 3 a
2

b
60◦
a
2

Assim, temos:
a
◦ 2 1
sen 30 = =
a 2
a 3
√ √
2 3
cos 30◦ = =
a 2
a

2 1 3
tg 30◦ = √ =√ =
a 3 3 3
2

Temos, ainda: √
a 3

◦ 2 3
sen 60 = =
a 2
a
2 1
cos 60◦ = =
a 2

a 3
2

tg 60◦ = a = 3
2

Podemos então montar a seguinte tabela com os valores das razões trigonométricas dos
ângulos notáveis:

30◦ 45◦ 60◦


√ √
1 2 3
sen 2 2 2
√ √
3 2 1
cos 2 2 2

3

tg 3
1 3

Exercı́cio 64 A base de um edifı́cio está localizada em um terreno plano e horizontal. Para


medir a altura desse edifı́cio, um engenheiro fixou-se em um ponto terreno e mirou o topo do
prédio sob um ângulo de 30◦ com o solo. Depois, andou 50 metros em direção ao prédio e
mirou novamente seu topo, mas, agora, sob um ângulo de 60◦ . Desconsiderando a altura do
engenheiro, calcular a altura do edifı́cio.

40
Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 65 Sabendo que sen 28◦ = 0, 46, cos 28◦ = 0, 88 e tg 28◦ = 0, 53, calcule o valor de
x em cada figura.

x 10 dm
28◦
b b

5 cm c)
4 cm 28◦

28◦
x
b

b)
a)

Exercı́cio 66 Um engenheiro deve medir a largura de um rio. Para isso, fixa um ponto A na
margem em que está e um ponto B na margem oposta. A seguir, desloca-se 40 m perpendicu-
larmente à reta AB até o ponto C onde mede o ângulo AB̂C, obtendo 44◦ . Calcule a largura
do rio. (Dados: sen 44◦ = 0, 69; cos 44◦ = 0, 71; tg 44◦ = 0, 96)

Exercı́cio 67 Um teleférico deve unir os topos de dois morros. Para calcular a quantidade de
cabos de aço necessária, um engenheiro mediu as alturas dos morros em relação a um mesmo
plano horizontal, obtendo 108 m e 144 m. A seguir, mediu o ângulo que a reta AB forma com
a horizontal, obtendo 32◦ .

a) Faça um esquema da situação proposta no texto.

b) Calcule a distância entre os pontos A e B, sabendo que sen 32◦ = 0, 52; cos 32◦ = 0, 84 e
tg 32◦ = 0, 62.

Exercı́cio 68 Em um shopping center, uma rampa plana e reta une dois planos horizontais e
forma um ângulo agudo de medida α com o piso inferior tal que tg α = 25 . Uma pessoa que
percorre completamente essa rampa desloca-se verticalmente 8 m. Qual é a distância percorrida
por essa pessoa?

Exercı́cio 69 Sabendo que sen 55◦ = 0, 81 e cos 55◦ = 0, 57, determine o valor de x na figura.

55◦ b

27 cm

41
Exercı́cio 70 Considerando sen 10◦ = 0, 17 e sen 80◦ = 0, 98, calcule cos 10◦ , cos 80◦ , tg 10◦
e tg 80◦ .

Exercı́cio 71 Sabendo que α é a medida de um ângulo agudo e que sen α = 35 , calcule o valor
da expressão:
sen α sen (90◦ − α)
E= + cos(90◦ − α)
cos α cos(90 − α)

Exercı́cio 72 Em um cinema, os olhos de um espectador estão no mesmo plano horizontal que


contém a base da tela vertical com 3,2 m de altura, conforme mostra a figura.

3,2 m
b α

O espectador vê toda a extensão vertical da tela sob um ângulo agudo de medida α tal que
15
sen (90◦ − α) = 17
.

a) Calcule sen α, cos α e tg α.

b) Calcule a distância entre os olhos do espectador e a base da tela.

Exercı́cio 73 Calcular o valor da expressão:

sen 2 45◦ + cos4 60◦


E=
tg 4 60◦

Exercı́cio 74 Sendo x = 10◦ , determine o valor da expressão:

sen 3x + cos 3x
2
− sen 15x
2
E=
tg 2 6x

Exercı́cio 75 A torre Eiffel tem sua base em um piso plano e horizontal. De um ponto A

desse piso, distante 108 3 m do centro da base, vê-se o ponto mais alto da torre sob um ângulo
de 60◦ com o piso. Calcule a altura da torre.

Exercı́cio 76 Determine a medida de x na figura:


A

45◦ b b
30◦
B 10 cm D x C

42
Exercı́cio 77 Em um certo instante, o capitão de um navio vê o topo de um iceberg sob um
ângulo de 30◦ com a superfı́cie do mar. Navegando 100 m no sentido do iceberg, o capitão
vê o topo sob um ângulo de 45◦ com a superfı́cie do mar. Calcule a altura da parte emersa do
iceberg, em relação ao nı́vel do mar, desconsiderando a altura do navio.

Exercı́cio 78 (UFPI) Dois nı́veis de uma praça estão ligados por uma rampa de 3 m de com-
primento e 30◦ de inclinação. Devem-se construir sobre a rampa 6 degraus de mesma altura.
A altura de cada degrau será:

a) 0,20 m b) 0,23 m c) 0,25 m d) 0,27 m e) 0,28 m

Exercı́cio 79 Um balão meteorológico sobe verticalmente a partir de um ponto A do solo plano


e horizontal. A 20 m de altura o balão é visto de um ponto B do chão sob um ângulo de 30◦
com o solo, e pouco depois é visto do mesmo ponto B sob um ângulo de 60◦ . Calcule a altura
em que estava o balão quando foi visto sob o ângulo de 60◦ .

3.2 Trigonometria no Cı́rculo

O Radiano
d contido numa circunferência de raio r, tal que o comprimento
Consideremos um arco AB,
d seja igual a r. Dizemos que a medida do arco AB
do arco AB d é 1 radiano (1 rad).

Como o comprimento dessa circunferência é 2πr, podemos obter sua medida x, em radiano,
por meio de uma regra de três:

Medida do arco (rad) Comprimento do arco


1 — r
x — 2πr

2πr
Logo: x = rad = 2πrad
r
Dizemos que uma medida em radiano é equivalente a uma medida em grau se ambas forem
medidas de um mesmo arco, por exemplo, 2π rad é equivalente a 360◦ , pois são medidas de um
arco de uma volta completa. Consequentemente, dizemos que π rad é equivalente a 180◦ .

43
Essa equivalência nos permite transformar unidades, ou seja, dada a medida de um arco em
grau, podemos obter a medida desse arco em radiano e vice-versa.

Exercı́cio 80

1. Determinar a medida, em radiano, equivalente a 150◦ .


π
2. Determinar a medida, em grau, equivalente a rad.
3

Circunferência trigonométrica
Vamos considerar uma circunferência de raio r unitário (r = 1) cujo centro O coincida com
a origem de um sistema cartesiano ortogonal. y
1

-1 1
O x

-1

Essa estrutura, com as convenções a seguir, constitui a circunferência trigonométrica.

• O ponto A(1, 0) é a origem de todos os arcos a serem medidos na circunferência.

• Se um arco for medido no sentido horário, então a essa medida será atribuı́do o sinal
negativo.

• Se um arco for medido no sentido anti-horário, então a essa medida será atribuı́do o sinal
positivo.

Aos pontos da circunferência trigonométrica associamos medidas em grau ou em radiano.


d.
Cada medida associada um ponto M indica a medida do arco AM

90◦ ou π
2
rad -270◦ ou − 3π
2
rad
b b

b b
0◦ ou 0 rad -180◦ ou −π rad b b
-360◦ ou −2π rad
180◦ ou π rad 360◦ ou 2π rad 0◦ ou 0 rad

b b

270◦ ou 3π
2
rad -90◦ ou − π
2
rad

Girando 30◦ , no sentido anti-horário, a partir do ponto A da circunferência trigonométrica,


paramos no ponto M ; logo, 30◦ é uma medida associada ao ponto M . Há, porém, infinitas
outras medidas associadas ao ponto M . Por exemplo:

44
• Girando uma volta completa mais 30◦ , no sentido anti-horário, a partir do ponto A,
também paramos no ponto M . Logo, 360◦ + 30◦ , isto é, 390◦ também é uma medida
associada ao ponto M .

• Girando 330◦ , no sentido horário, a partir do ponto A, paramos no ponto M . Logo, −330◦
também é uma medida associada ao ponto M .

b
M(30◦ , 390◦ , −330◦ , . . .)

b
A

Arcos trigonométricos que têm a mesma extremidade são chamados de arcos côngruos. Se
α e β são medidas de arcos côngruos, indicamos α ≡ β.

Seno e cosseno de um arco trigonométrico


d de medida α, chama-se cosseno e seno de α a abscissa e
Dado um arco trigonométrico AM
a ordenada do ponto M , respectivamente.

Assim, na circunferência trigonométrica, podemos nos referir ao eixo das abscissas como
eixo dos cossenos e ao eixo das ordenadas como eixo dos senos.

Como o raio da circunferência trigonométrica é unitário (medida igual a 1), as coordenadas


dos pontos A, B, A′ e B ′ são:

B(0,1) b

b b
A(1,0)
A’(-1,0)

B’(0,-1)

Então, pela definição de seno e cosseno, temos:

sen 0◦ = 0 sen 90◦ = 1 sen 180◦ = 0 sen 270◦ = −1 sen 360◦ = 0


cos 0◦ = 1 cos 90◦ = 0 cos 180◦ = −1 cos 270◦ = 0 cos 360◦ = 1

45
Observação 3.1 Como a circunferência trigonométrica tem raio unitário, temos para qualquer
arco de medida x:
−1 ≤ sen x ≤ 1

−1 ≤ cos x ≤ 1

Variação de sinal do seno

Vimos que o seno de um arco trigonométrico é a ordenada da extremidade desse arco. Como
os pontos de ordenadas positivas são os do 1o e os do 2o quadrantes e os pontos de ordenadas
negativas são os do 3o e os do 4o quadrantes, temos o seguinte esquema de sinais para o seno:
seno

+ +

- -

Variação de sinal do cosseno

Vimos que o cosseno de um arco trigonométrico é a abscissa da extremidade desse arco.


Como os pontos de abscissas positivas são os do 1o e os do 4o quadrantes e os pontos de
abscissas negativas são os do 2o e os do 3o quadrantes, temos o seguinte esquema de sinais para
o cosseno:

- +
cosseno
- +

Exercı́cio 81 Calcular o valor da expressão:

sen 180◦ + cos 180◦ − sen 270◦


E=
sen 90◦ + cos 360◦

46
Exercı́cio 82 Determinar o sinal do produto

P = sen 56◦ cos 123◦ sen 199◦ cos 301◦

Tangente de um arco trigonométrico


d de medida α, com M não pertencente ao eixo das orde-
Dado um arco trigonométrico AM
nadas, chama-se tangente de α a ordenada do ponto T , que é a intersecção da reta OM com o
eixo das tangentes.

eixo das tangentes

T b

B b

b M

O A

B′

Observação 3.2 O ponto M não pode coincidir com B nem com B ′ , pois os prolongamentos
dos raios OB e OB ′ não interceptam o eixo das tangentes. Por isso, dizemos que não existe
tangente de um arco com extremidade em B ou B ′ .

Variação de sinal da tangente

Se um arco trigonométrico tiver a extremidade no 1o ou no 3o quadrantes, o prolongamento


do raio que passa por essa extremidade interceptará o eixo das tangentes em um ponto T de
ordenada positiva.

Se um arco trigonométrico tiver a extremidade no 2o ou no 4o quadrantes, o prolongamento


do raio que passa por essa extremidade interceptará o eixo das tangentes em um ponto T de
ordenada negativa.

Assim, a tangente é positiva para os arcos do 1o e do 3o quadrantes, e negativa para os


arcos do 2o e do 4o quadrantes. Em resumo, essa variação de sinal pode ser assim representada:

47
tg

- +

+ -

Exercı́cio 83 Determinar o sinal do produto: P = tg 13◦ tg 190◦ tg 352◦

Exercı́cio 84 Dado que tg α = 3 e que 180◦ < α < 270◦ , determinar o valor de sen α e de
cos α.

Secante, cossecante e cotangente


Podemos definir as razões recı́procas do seno, cosseno e tangente de um arco trigonométrico
de medida α, desde que seja obedecida a condição de existência de cada razão, da seguinte
maneira:
cos α
cot α = , para sen α 6= 0
sen α
1
sec α = , para cos α 6= 0
cos α
1
csc α = , para sen α 6= 0
sen α

Observe, pela definição de cot α, que, se além de sen α 6= 0 tivermos também cos α 6= 0,
então:
1
cot α =
tg α

Exercı́cio 85 Calcular:

a) cot 30◦ b) sec 180◦ c) csc 90◦

Seno, cosseno e tangente da soma de arcos

(I) sen (a + b) = sen a cos b + sen b cos a

(II) sen (a − b) = sen a cos b − sen b cos a

48
(III) cos(a + b) = cos a cos b + sen a sen b

(IV) cos(a − b) = cos a cos b + sen a sen b


tg a + tg b
(V) tg (a + b) =
1 − tg a tg b
tg a − tg b
(VI) tg (a − b) =
1 + tg a tg b

Exercı́cio 86 Calcular sen 75◦ .

Exercı́cio 87 Calcular cos 15◦ .

Exercı́cio 88 Calcular tg 105◦ .

Seno, cosseno e tangente do arco duplo

(I) sen 2x = 2 sen x cos x

(II) cos 2x = cos2 x − sen 2 x


2 tg x
(III) tg 2x =
1 − tg 2 x

3 π
Exercı́cio 89 Sabendo que sen x = e que < x < π, calcular sen 2x.
5 2

1
Exercı́cio 90 Sabendo que cos x = , calcular cos 2x.
3

Relação fundamental da trigonometria

sen 2 α + cos2 α = 1

1 π
Exercı́cio 91 Dado que sen α = , com < α < π, calcular o valor de cos α.
3 2

Exercı́cio 92 Determinar os valores de sen x e de cos x sabendo que sen x = 3 cos x e que

π<x< .
2

m 4m
Exercı́cio 93 Determinar m, seno m um número real, tal que sen β = e cos β = .
6 3

49
Exercı́cio 94 Resolver, na variável x, a equação:

x2 − 2x + sen 2 α = 0

Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 95 Determine a medida, em radiano, equivalente a:

a) 30◦ b) 120◦ c) 225◦ d) 300◦

Exercı́cio 96 Determinar a medida, em grau, equivalente a:

π 3π 7π 2π
a) rad b) rad c) rad d) rad
4 2 6 5

d é 50◦ . Determine todas as medidas x


Exercı́cio 97 A medida de um arco trigonométrico AM
associadas à extremidade M , em cada uma das condições:

a) 0◦ ≤ x < 1080◦ b) −720◦ ≤ x < 0◦

d é 6π rad. Encontre todas as medidas


Exercı́cio 98 A medida de um arco trigonométrico AM
7
x associadas à extremidade M , em cada uma das condições:

a) 0 ≤ x < 6π b) −4π ≤ x < 0

Exercı́cio 99 Calcule a medida do arco trigonométrico, da 1a volta positiva, côngruo ao arco


de medida:

45π 38π π
a) 2923◦ b) -40◦ c) rad d) rad e) − rad
11 5 3

Exercı́cio 100 Calcule o valor numérico da expressão:

sen x − cos 2x + cos 3x


E=
sen 3x − cos x

Exercı́cio 101 Qual das alternativas abaixo é incorreta?

50
a) sen 3◦ < sen 89◦ c) sen 200◦ > sen 250◦ e) sen 100◦ < sen 101◦

b) cos 76◦ > cos 100◦ d) cos 11◦ > cos 270◦

Exercı́cio 102 Determine, se existir:

a) tg π b) tg 360◦ c) tg 270◦

Exercı́cio 103 Qual das alternativas abaixo apresenta uma expressão cujo resultado é um
número positivo?

a) tg 10◦ tg 100◦ tg 250◦ tg 95◦


c) d)
tg 310◦ tg 130◦

b) tg 140◦ tg 200◦ e) tg 290◦ tg 310◦

Exercı́cio 104 (Ufop-MG) Se tg a = 2 e 180◦ < a < 270◦ , então cos a é igual a:
√ √ √
3 1 5 3 1
a) − b) − c) − d) e)
2 2 5 2 2

1
Exercı́cio 105 Dado que cos α = − e que 90◦ < α < 180◦ , calcule tg α.
3

Exercı́cio 106 Calcule:

a) cot 45◦ b) sec 0◦ c) csc 270◦

Exercı́cio 107 Calcule o valor da expressão:

E = sec 60◦ + csc 30◦ − cot2 30◦

π
Exercı́cio 108 Sendo csc x = 3 e < x < π, calcule tg x.
2


Exercı́cio 109 Sabendo que cot x = 2 e π < x < , calcule cos x.
2

cot x − 1
Exercı́cio 110 (Uesc-BA) Obedecidas as condições de existência, a expressão é igual
csc x
a:

51
a) cos x − 1 c) sen x − cos x e) 1 − sen 2 x

b) sen x − 1 d) cos x − sen x

 π
Exercı́cio 111 Sabendo que tg x = 3, calcule tg x − .
4

3 π π 
Exercı́cio 112 Sabendo que sen a = e que 0 < a < , calcule cos +a .
5 2 3
π   

Exercı́cio 113 (UFPR) A expressão sen + x + cos −x é equivalente a:
2 2

a) 2 cos x c) sen x + cos x e) cos x − sen x

b) cos x d) sen x − cos x

π
Exercı́cio 114 Calcule, para x = , o valor da expressão
8

E = sen 3x cos x − sen x cos 3x

Exercı́cio 115 Duas vigas retas, AB e CB, escoram uma parede vertical, de modo que os
pontos A e C do solo estão em uma reta horizontal que passa por um ponto D da parede,
conforme mostra a figura.

3 m

α β b

A 3 m C 6 m D

Calcule a soma das medidas α e β, em grau, dos ângulos agudos que as vigas formas com
o solo. (Sugestão: Inicie calculando tg (α + β))

5 3π
Exercı́cio 116 Sabendo que sen x = − e que π < x < , calcule sen 2x e cos 2x.
13 2

Exercı́cio 117 Dado tg x = 3 calcule tg 2x.

x 3  x
Exercı́cio 118 Calcule o valor do cos x, sabendo que cos = . (Sugestão: cos x = cos 2 )
2 5 2

52
3 π x
Exercı́cio 119 Sabendo que cos x = e que 0 < x < , calcule cos .
4 2 2

1 3π
Exercı́cio 120 Calcule o valor de cos α, sabendo que sen α = − e que π < α < .
3 2
π
Exercı́cio 121 Quais são os valores de sen x e cos x, sendo sen x = −2 cos x e < x < π?
2

m m+1
Exercı́cio 122 Obtenha m, m ∈ R, de modo que: sen x = e cos x = .
5 5

Exercı́cio 123 Resolva a equação, na variável x: x2 + 2x + sen 2 α = 0.

Exercı́cio 124 Determinar o valor do cos x, sabendo que 3 sen 2 x − 4 sen x + 1 = 0 e que
π
0 < x < . (Sugestão: Faça a mudança de variável sen x = y.)
2
π
Exercı́cio 125 Sabendo que 4 cos2 x + 5 sen x − 5 = 0 e que < x < π, calcule o valor de
2
sen x. (Sugestão: Substitua cos2 x por 1 − sen 2 x.)

53
Capı́tulo 4

Polinômios

Um polinômio (ou função polinomial) com coeficientes reais na variável x é uma função
matemática p : R → R definida por:

p(x) = an xn + an−1 xn−1 + ... + a2 x2 + a1 x + a0 ,

sendo ao , a1 , a2 , ..., an números reais, denominados coeficientes do polinômio, x é denominada


variável.

O coeficiente ao é o termo constante. Se an 6= 0, o número n é um número natural denomi-


nado grau do polinômio.

Exemplo 4.1

a) p(x) = 5x6 − 15x5 + 20x



b) p(x) = x4 + 3x3 − 2x + 1

c) p(x) = 2x − 6

d) P (t) = 2t3 + 5t5 + 20t + π

Contra-Exemplos (não são polinômios):


1
a) p(x) = 5x−1 − 5 + 3
x

b) P (x) = 4 x + x

Note que o número n não pertence aos naturais.

54
Observação 4.1

1) Considere p(x) = an xn + an−1 xn−1 + ... + a2 x2 + a1 x + a0 .

a) Se a0 = a1 = ... = an = 0 temos p(x) = 0, que é o polinômio nulo.

b) Se a0 6= 0 mas a1 = ... = an = 0 temos p(x) = a0 , que é o polinômio constante.

c)Se o termo an = 1 dizemos que o polinômio é mônico.

2) Considere os polinômios

p(x) = an xn + an−1 xn−1 + ... + a2 x2 + a1 x + a0 e

q(x) = bm xm + bm−1 xm−1 + ... + b2 x2 + b1 x + b0 .

Temos que p(x) = q(x), se e somente se, m = n e ai = bi , para todo i.

Por exemplo, se


p(x) = 8x4 + x3 − 4x + 50 e

q(x) = (0)x5 + (23 )x4 − (−x3 ) − 2x + 1,

temos p(x) = q(x).

Valor Numérico de um Polinômio


Para cada valor atribuı́do a variável x, existe um único valor (número) correspondente. Esse
número é chamado valor numérico do polinômio. Por exemplo, considerando o polinômio

P (x) = 2x3 − x2 + 2x + 1, se x = 3, temos:

P (3) = 2(3)3 − (3)2 + 2(3) + 1 = 52, ou seja,

52 é o valor numérico do polinômio quando x = 3.

Raı́z de um Polinômio
Dado um polinômio p(x) e um número a, dizemos que a é raı́z ou zero do polinômio p(x)
se, e somente se, p(a) = 0.

55
Exemplo 4.2 Considere o polinômio p(x) = x2 − 5x + 6. Note que os números 2 e 3, são
raı́zes desse polinômio. De fato,

p(2) = 22 − 5(2) + 6 = 0 e p(3) = 32 − 5(3) + 6 = 0.

Note, por exemplo, que 1, não é raı́z de p(x), já que, p(1) = 12 − 5(1) + 6 = 2.

4.1 Operações com Polinômios

Adição e Subtração
Para somar ou subtrair polinômios, basta somar ou subtrair os coeficientes dos termos
correspondentes. Por exemplo, sejam p(x) = x2 − 5x + 6 e q(x) = 2x3 + 10x + 1, temos
p(x) + q(x) = 2x3 + x2 + (10 − 5)x + (6 + 1).

Multiplicação
Para multiplicar polinômios devemos multiplicar cada termo de um polinômio por todos os
termos do outro, e efetuar a redução dos termos semelhantes. Por exemplo, se p(x) = x2 −5x+6
e q(x) = 2x3 + 10x + 1 então p(x).q(x) = (x2 − 5x + 6)(2x3 + 10x + 1) = x2 .(2x3 + 10x + 1) −
5x.(2x3 + 10x + 1) + 6.(2x3 + 10x + 1) =

Divisão
Dados os polinômios A(x) e D(x) , não nulos, dividir A(x) por D(x) é obter os polinômios
Q(x) e R(x) que satisfaçam as seguintes condições:

A(x) = D(x).Q(x) + R(x)

56
R(x) = 0 ou grau de R, gr(R) é menor que o grau de D, gr(D), ou seja, gr(R) < gr(D) e

gr(Q) = gr(A) − gr(D)

Observação 4.2

1) Denominamos: A(x): dividendo; D(x): divisor; Q(x): quociente; R(x): resto.

2) Quando R(x) = 0 dizemos que A(x) e divisı́vel por D(x).

Exercı́cio 126 Calcule o quociente e o resto da divisão de A(x) = 6x5 − 3x4 + 2x2 − 2x + 8
por B(x) = 2x2 − 3x + 1.

Exercı́cio 127 Determine k, de modo que P (x) = x3 + kx + 3 seja divisı́vel por B(x) = x − 1.

4.2 Raı́zes de um Polinômio

Para encontrar as raı́zes de um polinômio de grau 2, p(x) = ax2 + bx + c.



2 −b ± b2 − 4ac
Faz-se ax + bx + c = 0, e pode-se utilizar a fórmula de Bhaskara: x = .
2a
Ou ainda, é possı́vel encontrar as raı́zes x1 e x2 , pela Relação de Girad:

b
(x1 + x2 ) = − e
a
c
(x1 .x2 ) = .
a

Pois, se x1 e x2 são raı́zes de p(x) = ax2 + bx + c, podemos escrever p(x) = a(x − x1 )(x − x2 ),
assim temos x2 + (b/a)x + (c/a) = x2 − (x1 + x2 )x + (x1 .x2 ).

Para encontrar as raı́zes de um polinômio de grau 3, p(x) = ax3 + bx2 + cx + d, podemos


usar a Relação de Girad, que para o grau 3 será:

57
b
(x1 + x2 + x3 ) = −
a
c
(x1 .x3 + x1 .x2 + x2 .x3 ) = e
a

d
x1 .x2 .x3 = − .
a

Generalizando a Relação de Girard é possı́vel encontrar as raı́zes de polinônios de grau n.

Exercı́cios Propostos

Exercı́cio 128 Calcule m ∈ R de modo que o polinômio P (x) = (m3 −1)x4 +(m2 −1)x2 +5x−7
seja do primeiro grau em relação a x.

Exercı́cio 129 Determine m ∈ R para que o polinômio P (x) = (m2 − 16)x2 + (m + 4).x + 4
seja de grau 2.

Exercı́cio 130 Dado o polinômio P (x) = 4x3 − x2 + x − 1, calcule:

a) P(2) b) P(-1) c) P(0)

Exercı́cio 131 Entre os números 1, −1, 2, −2, 3 e −3, quais são raı́zes do polinômio

P (x) = x5 + 3x4 − 5x3 − 15x2 + 4x + 12?

Exercı́cio 132 Calcule os valores de m, p e q para os quais o polinômio

P (x) = (2m − 1).x3 − (5p − 2).x2 + (3 − 2q) seja identicamente nulo:.

Exercı́cio 133 Dados A(x) = (a + 1).x2 + (b − 1).x + c e B(x) = a.x2 + b.x − 3c, calcule a, b
e c, para que: A(x) + B(x) = 0

Exercı́cio 134 Determine os valores de m, n e p, de modo que sejam idênticos os polinômios:


P (x) = (m + n + p)x4 − (p + 1)x3 + mx2 + (n − p)x + n e Q(x) = 2mx3 + (2p + 7)x2 + 5mx + 2m.

Exercı́cio 135 Ache o polinômio P (x) do segundo grau em x, sabendo que admite 2 como raı́z,
P (1) = −2 e P (3) = 4.

58
Exercı́cio 136 Divida utilizando o método da chave, D(x) por d(x), indicando o quociente e o
resto.

a) D(x) = 2x3 − 3x2 + x + 2 e d(x) = 2x − 1

b) D(x) = 5x2 − 3x + 2 e d(x) = x + 3

c) D(x) = 2x3 − x2 − 1 e d(x) = x − 1

Exercı́cio 137 Dados os polinômios A(x) = 2x3 +x2 −10x+5, B(x) = x3 −4x+4, C(x) = x−3
[A(x) − 2B(x)].D(x)
e D(x) = x − 2, determine o valor de:
C(x)

Exercı́cio 138 Dados os polinômios P1 (x) = 2x3 + mx2 + nx + 3 e P2 (x) = x2 + x − 3, se


P1 (x) é divisı́vel por P2 (x), então qual o valor de m − n?

Exercı́cio 139 Dividindo um polinômio P (x) por x−3, resulta um resto de −7 e um quociente
de x − 4. Qual é P (x)?

Exercı́cio 140 A divisão de do polinômio P (x) por x−a fornece quociente Q(x) = x3 +x2 +x+1
e resto P (a) = 1. Sabendo-se que P (0) = −15, o valor de a é?

Exercı́cio 141 Qual é o número real que se deve adicionar a P (x) = x3 − 2x2 + x, para se
obter um polinômio divisı́vel por x − 3?

Exercı́cio 142 Encontre as raı́zes do polinômio:

a) x2 − 6x + 5 b) 2x2 − x − 1

Exercı́cio 143 A equação 3x3 + 2x2 − x − 3 = 0 admite raı́zes x1 , x2 e x3 . Escreva as relações


de Girard para essa equação.

Exercı́cio 144 (EEM-SP) Dada a equação algébrica 3x3 − 16x2 + 23x − 6 = 0 e sabendo que
o produto de duas de suas raı́zes é igual a 1, calcule as raı́zes da equação.

59
Respostas dos exercı́cios

Cap.1

Exercı́cio 1 X = {c, f, g} Exercı́cio 2 8 alunos Exercı́cio 3 a) 260 b) 120 c) 470 d) 160


Exercı́cio 4 A ∪ B = {−2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5} A ∩ B = {0, 1, 2} Exercı́cio 5 A ∪ B =]2, 8[ A ∩ B = [3, 5[
Exercı́cio 6 A ∪ B =] − 1, 0] ∪ [2, 4[ A∩B =∅ Exercı́cio 7 a) 300 b) 300 c) 400 d)150 e) 170 f) 150 g)180
Exercı́cio 8 3746 Exercı́cio 9 698 Exercı́cio 10 1845 Exercı́cio 11 q: 276 r: 36 Exercı́cio 12 3430 Exercı́cio 13 32
Exercı́cio 14 a) 32 b) 401 Exercı́cio 15 a) 13 b) 41 c) 43
Exercı́cio 16 {3, 6, 9, 12, . . .}; {5, 10, 15, 20, . . .}; {15, 30, 45, 60, . . .}; mmc(3, 5) = 15
Exercı́cio 17 a) 120 b) 24 c) 240 d)180 e) 180 f) 60 g)1350 h)90
Exercı́cio 18
a) {1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18,36} b){1, 2, 3, 5, 6, 9, 10, 15, 18, 30, 45, 90} c) {1, 2, 4, 5,10,11, 20, 22, 44, 55, 110, 220} d){1, 2, 4, 71, 142, 284}
Exercı́cio 19 a) 6 b) 1 c) 1 d) 6 e) 2 f) 3 g) 70 h) 1 Exercı́cio 20 12 Exercı́cio 21 60
3
Exercı́cio 22 5 Exercı́cio 23 a) 19 7
b) 12 83
c) 120 8
d) 3 30
Exercı́cio 24 54 60 Exercı́cio 25 20 44
22 108 35 77
7
Exercı́cio 26 a) 9 2
b) 5 c) 1 3
d) 5 e) 1 2
f) 15 g) 10 h) 4
2 6 21 5
Exercı́cio 27
3
1) 2 2) 4 6
3) 5 8
4) 7 5) 8 6) 7 7) 17 8) 25 1
9) − 2 2
10) − 3 4
11) − 5 12) − 6 8
13) − 3 14) 7 15) 3 16) − 20 17) 5 18) 4
5 2 2 5 4 7 5 3 3 9

19) 3
2
4
20) 5 21) 7
8
22) 4
5
23) 14
25
11
24) 36 5
25) 18 13
26) 30 27) 1
5
17
28) 60 Exercı́cio 28 a) 19
20
1
b) 2 7
Exercı́cio 29 36
1
Exercı́cio 30 a) 15 43
b) 20 5
Exercı́cio 31 1) 24 3
2) 25 5
3) 54 8
4) 3675 32
5) 63 1
6) 4 7) 2 1
8) 21 1
9) 4 10) 9 1
11) 36
3 2

Exercı́cio 32 3 Exercı́cio 33 1) 2 2) 21 3) 14 4) 8 2
5) 27 3
6) 25 8
7) 15 8) 35 9) 3 21
10) 12 8
11) 14 63
12) 168
4 5 4 15 24 4
1
Exercı́cio 34 a) − 20 4
b) 3 Exercı́cio 35 valor da conta: R$324,00 valor restante: R$540,00 Exercı́cio 36 Não
√ √
Exercı́cio 37 150 litros Exercı́cio 38 1
a) 8 b)2 c) 100 d)4 e) 6 Exercı́cio 39 3x Exercı́cio 40 a) − 2 b) 3 2
√ √
2+2
Exercı́cio 41 a) 3 + 2 2 b) 9 Exercı́cio 42 2
Exercı́cio 43 a) , 44m2 b) 22, 4kg Exercı́cio 44 e) Exercı́cio 45 a)

Exercı́cio 46 a) x2 − 7x + 12 b) 2x2 − 5x − 3 c) −x2 + 4x − 3 d) x2 − 9 e) x2 − 6x + 9 f) x2 + 6x + 9 g) azx2 − (3 + baz)x + 3b

h) a2 + b2 + c2 + 2ac i) acb2 + ba2 + abc2 + ca2 j) ax + ay + bx + by k) ax + ay + bx + by l) −ax − ay − bx − by m) 9 + 6x + x2

n) x2 + 10x + 25 o) x2 + 2xy + y 2 p)9x2 + 12x + 4 q) 4x2 + 2x + 4


1 r) x2 − 10x + 25 s)x2 − 10xy 3 + 25y 6 t)x2 − 9 u)4x2 − 25

v) 9x4 − y 4 x) 4a2 + b2 + 25 − 4ab + 20a − 10b z) 27a3 + 54a2 + 36a + 8


3 2
Exercı́cio 47 x − 10x + 23x − 31 Exercı́cio 48 x6 − 9x4 + 27x − 27

Cap.2
   
1
Exercı́cio 49 a) 6 b)2 c)-2 Exercı́cio 50 27 Exercı́cio 51 a)-3 b)− 1 1
c)− 2 Exercı́cio 52 a)8, 5 a − 2b b) 8, 6 b +a+2
3 2 2

Exercı́cio 53 ±3 Exercı́cio 54 7,26 Exercı́cio 55 e) 20 Exercı́cio 56 2 Exercı́cio 57 3 Exercı́cio 58 16


Exercı́cio 59 6 anos, 1 mês e 12 dias Exercı́cio 60 2 meses

Cap.3

Exercı́cio 61 a) 5, 8cm b) 4m c)14, 40km Exercı́cio 62 8, 3 aproximadamente Exercı́cio 63 8, 4 Exercı́cio 64 25 3

Exercı́cio 65 a) 3, 52 b)2, 3 c)5, 3 Exercı́cio 66 38, 4 Exercı́cio 67 b)≈ 69, 23m Exercı́cio 68 4 29m Exercı́cio 69 ≈ 38, 3cm
Exercı́cio 70 cos 10 =, 98; cos 80 = 0, 17; tan 10 = 0, 17; tan 80 = 5, 76 Exercı́cio 71 8
5
1
Exercı́cio 72 6m Exercı́cio 73 16
1
√ √
Exercı́cio 74 6 Exercı́cio 75 324m Exercı́cio 76 10 3 Exercı́cio 77 50( 3 + 1) Exercı́cio 78 c) Exercı́cio 79 60m
√ √
Exercı́cio 80 a) 5π
6
b)60◦ Exercı́cio 81 0 Exercı́cio 82 p > 0 Exercı́cio 83 p < 0 Exercı́cio 84 sin α = − 3 1010 ; 10
cos α = − 10
√ √ √ √ √ √
2+ 6 2+ 6
Exercı́cio 85 a) 3 b) −1 c) 1 Exercı́cio 86 4
Exercı́cio 87 4
Exercı́cio 88 −2 − 3 Exercı́cio 89 − 24
25
7
Exercı́cio 90 − 9
√ √ √
Exercı́cio 91 − 2 3 2 Exercı́cio 92 sen x = − 3 1010 10
cos x = − 10 Exercı́cio 93 m = 2 Exercı́cio 94 S = {1 + cos α; 1 − cos α}

Exercı́cio 95 a) π
6
rad b) 2π
3
rad c) 5π
4
rad d) 5π
3
rad Exercı́cio 96 a) 45◦ b) 270◦ c) 210◦ d) 72◦

Exercı́cio 97 a) 50◦ , 410◦ , 770◦ b) −310◦ , −610◦ Exercı́cio 98 a) 6π


7
rad, 20π
7
rad, 34π
7
rad b) − 8π
7
rad, − 22π
7
rad

Exercı́cio 99 a) 43◦ b) 320◦ π rad


c) 11 d) 8π rad π rad
e) − 13 Exercı́cio 100 -2 Exercı́cio 101 e)
5

Exercı́cio 102 a) 0 b) 0 c) ∄ Exercı́cio 103 d) Exercı́cio 104 c) Exercı́cio 105 -2 2 Exercı́cio 106 a) 1 b) 1 c) −1

170
√ √ √
Exercı́cio 107 1 Exercı́cio 108 − 42 Exercı́cio 109 − 2 5 5 Exercı́cio 110 d) 1
Exercı́cio 111 2 Exercı́cio 112 4−
10
3


2 120 ;
Exercı́cio 113 e) Exercı́cio 114 2
Exercı́cio 115 α + β = 45◦ Exercı́cio 116 sen 2x = 169 cos 2x = 119
169
3
Exercı́cio 117 − 4
√ √ √ √
14 2 2
7
Exercı́cio 118 − 25 Exercı́cio 119 4 Exercı́cio 120 − 3 Exercı́cio 121 sen x = 5 ; cos x = − 55
2 5


7
Exercı́cio 121 − 25 Exercı́cio 122 m=3 ou m=-4 Exercı́cio 123 S = {−1 + cos α; −1 − cos α} Exercı́cio 124 2 3 2 1
Exercı́cio 125 4

Cap.4
Exercı́cio 126 q = 3x3 + 3x2 + 3x + 4 r = 7x + 4 Exercı́cio 127 k = 2 Exercı́cio 128 m = 1 Exercı́cio 129 m 6= 4
Exercı́cio 130 a)29 b) − 7 c) − 1 Exercı́cio 131 1, −1, 2, −2, −3 1
Exercı́cio 132 m = 2 2
p= 5 q= 3 Exercı́cio 133 a = − 1 1
b= 2 c=0
2 2
2
Exercı́cio 134 m = 1 n=2 p = −3 Exercı́cio 135 P (x) = x − x − 2

Exercı́cio 136 a)q = x2 − x r = 2 b)q = 5x − 18 r = 56 c)q = 2x2 + x + 1 r = 1 Exercı́cio 137 x2 − x − 2

Exercı́cio 138 8 Exercı́cio 139 x2 − 7x + 5 Exercı́cio 140 a = 16 Exercı́cio 141 12 Exercı́cio 142 a)x = 5 x=1 b)x = 1 1
x = −2
2,
Exercı́cio 143 x1 + x2 + x3 = − 3 x1 x3 + x1 x2 + x2 x3 = − 1 , x1 x2 x3 = 1 Exercı́cio 144 x1 = 3 x2 = 1 x3 = 2
3 3

171
Referências Bibliográficas

[1] DANTE, L. R. Matemática: Contexto e Aplicações. V. Único. Ática, 2000.

[2] GIOVANNI, J. R.; DANTE, L. R. 2o Grau, Matemática: Teoria, Exercı́cios, Aplicações. V.2, Editora FTD S.A, São Paulo.

[3] GIOVANNI, J. R., BONJORNO, J. R. Matemática Completa, 2a Série Matemática Ensino Médio, 2a Edição renovada, São Paulo: FTD,
2005.

[4] GUELLI, O. Matemática: uma aventura do pensamento-5a série. São Paulo: Ática, 2002.

[5] IEZZI, G. et al. Fundamentos da matemática elementar. V.1 São Paulo: Atual, 1997.

[6] IEZZI, G. et al. Matemática: ciência e aplicações 1: ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

[7] MARCONDES C.; GENTIL N.; GRECO S. Matemática: série novo ensino médio. V.1, Ática, São Paulo, 2000.

[8] MATEMATIQUÊS. Matemática é fácil. Disponı́vel em www.matematiques.com.br

[9] NOGUEIRA, C. M. I.; ANDRADE, D. Conceitos básicos em educação matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Maringá:
EDUEM, 2011. (Coleção formação de professores EAD; V.45).

[10] PAIVA, M. Matemática. v. 2. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2009.

[11] Coleção base: matemática. v. único, 1d. São Paulo: Moderna, 1999.

[12] PIRES, C. C.; CURI, Eda; PIETROPAOLO, R. Educação Matemática 5a série. São Paulo: Atual, 2002. (Educaçáo Matemática).

[13] UTFPR/Toledo. Apostila de Nivelamento - Matemática Básica. Toledo, 2012.

172

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