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NOÇÕES DE CONJUNTOS
A B
NOÇÕES DE CONJUNTOS 3
1 - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 - Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1 - Noção de conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 - Relação de pertinência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 - Famı́lia de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 - Conjunto universo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 - Conjuntos numéricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6 - Determinação de um conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.7 - Conjuntos vazio e unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.8 - Conjuntos finitos e infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.9 - Notações especiais para os conjuntos N, Z, Q e R . . . . . . . . . . . . 14
2.10 - Representação geométrica do conjunto R . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.11 - Primeira lista de terapias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3 - Subonjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1 - Igualdade de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2 - Relação de inclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3 - Conjunto das partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.4 - Segunda lista de terapias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4 - Operações com conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1- Interseção de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.2 - União de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.3 - Diferença de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
SUMÁRIO 3
4.4 - O complementar de um conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.5 - Diferença simétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.6 - Terceira lista de terapias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5 - Intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.2 - Intervalos limitados em R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.2 - Intervalos não limitados em R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.5 - Quarta lista de terapias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Pintou no ENEN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4
NOÇÕES DE CONJUNTOS
1 Introdução
Fique atento
Conhecer sı́mbolos matemáticos e saber usá-los corretamente,
não significa que você é um matemático ou sabe fazer matemática.
Assim como conhecer a notação musical não significa que você é um
músico ou sabe fazer música. Por outro lado, não conhecer a notação
matemática ou não saber usá-la do modo correto poderá lhe trazer
dificuldades de aprendizado de novas ideias matemáticas e impedir
você de desenvolver todo o seu potencial.
SUMÁRIO 5
2 Conjuntos
Fique sabendo
A noção de conjunto, fundamental na matemática atual, não
é suscetı́vel de definição precisa a partir de noções mais simples,
noutras palavras, conjunto é uma noção primitiva.
Não esqueça
Intuitivamente, um conjunto é qualquer coleção bem definida de
objetos distinguı́veis, não importando sua natureza.
Os objetos que constituem um conjunto são chamados de
elementos do conjunto.
Exemplo 1.
1. No conjunto dos alunos de uma turma, cada um dos alunos é um elemento.
2. No conjunto dos times de futebol da primeira divisão do campeonato
brasileiro, cada um dos times é um elemento.
3. No conjunto das vogais do nosso alfabeto, cada uma das vogais é um elemento.
Notação de conjuntos
Em geral, denotamos um conjunto usando letras maiúsculas e seus
elementos por letras minúsculas.
Os elementos de um conjunto são separados por vı́rgula (ou ponto
e vı́rgula) e entre chaves.
SUMÁRIO 6
Exemplo 2. Represente os conjuntos a seguir, usando notação de conjuntos.
a) Conjunto das vogais do nosso alfabeto.
Notação: V = {a, e, i, o, u}.
b) Conjunto dos algarismos romanos.
Notação: R = {I, V , X, L, C, D, M}.
c) Conjunto dos números ı́mpares positivos.
Notação: A = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, . . .}.
Fique de olho
Para indicar que um elemento x pertence ao conjunto A,
escrevemos x ∈ A e para indicar que um elemento y não pertence
ao conjunto A, escrevemos y < A.
O sı́mbolo ∈ significa pertence e o sı́mbolo < não pertence.
Fique sabendo
Uma famı́lia de conjuntos é um conjunto cujos elementos
também são conjuntos.
n o
Exemplo 5. Seja A = {a, b}, {a, c}, {a, b, c}, {b, c, d} um conjunto de famı́lia, cujos
elementos são os conjuntos {a, b}, {a, c}, {a, b, c} e {b, c, d}.
Como os conjuntos {a, b}, {a, c}, {a, b, c} e {b, c, d} são elementos do conjunto A,
então podemos escrever {a, b} ∈ A, {a, c} ∈ A, {a, b, c} ∈ A e {b, c, c} ∈ A.
Observe que as letras a, b, c e d não são elementos do conjunto, então a < A,
b < A, c < A e d < A.
Fique atento
O conjunto universo na teoria dos conjuntos, denotado pela
letra maı́scula U , é definido como sendo o conjunto formado por todos
os elementos que são considerados no estudo da teoria dos conjuntos.
Lembrete
Desde os primórdios a noção de número está ligada aos
processos de contar e medir. Atualmente, na nossa educação, o
conceito de número é abordado em paralelo ao conceito de conjunto:
um número natural é a caracterı́stica de todos aqueles conjuntos que
têm a mesma quantidade de elementos.
História da matemátiica
A criação do número zero ocorreu por volta do século 5 d.C. Foi
quando os hindus passaram a representar as quantidades usando-se
os seus próprios algarı́smos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Para alguns autores, por acharem que o número 0 (zero) não
representa contagem, excluem o mesmo do conjunto dos núumeros
naturais, por questão de mera conveniência.
História da matemátiica
Como os números naturais mostraram-se insuficientes para
resolver os problemas do cotidiano. Nos séculos XV e XVI foi
desenvolvida uma linguagem padrão para designar perdas, débitos,
prejuı́zos, etc.
A terminologia adotada consiste em preceder a quantidade
numérica do sinal “-”. Assim, uma perda de 5 unidades monetárias é
simbolizada por −5. Estes são os números inteiros negativos.
SUMÁRIO 9
p
• Conjunto do números racionais (Q): é o conjunto formado pelas frações ,
q
onde p e q são números inteiros
( com q diferente)de zero.
p
Q= ; p, q ∈ Z, q , 0
q
1 5
Exemplo 7. Os números e são números racionais.
2 6
• Conjunto dos números irracionais: é o conjunto dos números decimais,
infinitos e não periódicos e que não podem ser representados por meio de
frações irredutı́veis.
Atenção
O conjunto dos números irracionais não tem uma notação
matemática própria para representar o conjunto.
√ √
Exemplo 8. Os números 2 = 1, 4142135623 . . ., 3 = 1, 7320508075 . . . e
π = 3, 1415926535 . . . são números irracionais.
Não esqueça
A maioria dos conjuntos encontrados em matemática não são
definidos especificando-se, um a um, os seus elementos. Na Teoria
dos conjuntos há três métodos de definir um conjunto.
SUMÁRIO 10
• MÉTODO 1: enumerar todos os elementos que pertencem ao conjunto.
Neste método, dizemos que o conjunto está definido por enumeração ou
extensão.
Exemplo 10. A = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23} é conjunto formando pelos 9 pri-
meiros números primos.
Atenção
Num conjunto definido por enumeração, a ordem dos elementos
não importa, isto é, cada elemento deve figurar somente uma vez no
conjunto.
Não esqueça
O terceiro método será estudo no tópico sobre operações com
conjuntos, que é o método usando o digrama de Venn.
Conjunto vazio
É o conjunto dos elementos que verificam uma condição
impossı́vel de acontecer. Noutras palavras, é o conjunto que não
possui elementos.
Representa-se o conjunto vazio pelos sı́mbolos { } ou Ø.
Atenção
Quando o sı́mbolo do conjunto vazio Ø aparecer dentro de um
conjunto, o conjunto vazio deverá ser tratado como um elemento
desse conjunto especificado. Por exemplo, A = {Ø}.
SUMÁRIO 12
Exemplo 15. Represente os conjuntos abaixo pelo método de enumeração de seus
elementos.
a) X = {x ∈ N; 1 < x < 2}.
Resolução: como N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, . . .} e não existe nenhum número natural
entre 1 e 2, então X = { } ou X = Ø.
b) Y = {x ∈ R; x2 < 0}.
Resolução: como não existe nenhum número real que elevado ao quadrado seja
menor do zero, então Y = { } ou Y = Ø.
Conjunto unitário
É o conjunto constituı́do de um único elemento.
Correspondência biunı́voca
Uma correspondência entre dois conjuntos A e B é unı́voca de A
para B se para cada elemento de A corresponder um único elemento
de B.
Uma correspondência entre dois conjuntos A e B é biunı́voca, se
ela for unı́voca tanto de A para B como de B para A.
Noutras palavras, uma correspondência é biunı́voca se, para cada
elemento de A corresponde um único elemento de B e, reciprocamente,
para cada elemento de B corresponde um único elemento de A.
SUMÁRIO 13
Conjunto finito
Um conjunto A é finito quando é vazio ou quando, para algum
n ∈ N, existir uma correspondência biunı́voca entre o conjunto A e o
conjunto dos n primeiros números naturais.
No primeiro caso, diremos que A tem zero elementos. No segundo
caso, diremos que n ∈ N é o número de elementos de A, ou seja, que
A possui n elementos.
Para representar um conjunto finito A que possui exatamente n
elementos, onde n é um número natural qualquer, escreve-se
A = {a1 , a2 , a3 , . . . , an }
Atenção
Usaremos a notação n(A) para designar o número de elementos de
um conjunto finito A.
Conjunto Infinito
Um conjunto é infinito quando ele não for finito.
Para representar um conjunto infinito A, listamos uma
quantidade suficiente de seus elementos para caracterizar qual
propriedade um elemento deve possuir para estar nesse conjunto.
Escreve-se
A = {a1 , a2 , a3 , . . .}
Excluindo o zero
Os conjuntos numéricos N∗ , Z∗ , Q∗ e R∗ são obtidos a partir dos
conjuntos numéricos N, Z, Q e R, respectivamente, excluindo-se o
zero. Portanto,
N∗ = {x ∈ N; x , 0} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, . . .}
Z∗ = {x ∈ Z; x , 0} = {. . . , −3, −2, −1, 1, 2, 3, . . .}
Q∗ = {x ∈ Q; x , 0} e R∗ = {x ∈ R; x , 0}
Fique sabendo
Os números reais podem ser representados geometricamente pelos
pontos de uma reta, chamada reta real.
O A
2º Passo: usando a distância entre os pontos O e A como unidade de
medida, a todo ponto da reta real corresponderá um único número
real e, inversamente, a todo número real corresponderá um único
ponto dessa reta.
Noutras palavras: há uma correspondência biunı́voca entre o
conjunto R dos números reais e o conjunto dos pontos da reta real.
Conclusão: os números reais à direita do zero, ou seja, os que estão
do mesmo lado do número 1 formam o conjunto dos números reais
positivos R∗+ , enquanto que os números reais à esquerda do zero
formam o conjunto R∗− dos números reais negativos. O número 0
não é positivo nem negativo.
. . . −3 −2 −1 0 1 2 3 ...
SUMÁRIO 17
Atenção
Tendo em vista que a demonstração de uma correspondência
biunı́voca é um problema bem mais delicado e depende de vários
resultados mais avançados e pelo fato deste curso ser introdutório,
vamos assumir esse resultado como verdadeiro.
3. Dados os conjuntos A = {−1, 0, 1}, B = {−1, 0, {1}}, 2, 3} e C = {{−1}, 0, {1, 2}, 3, 4},
classifique as sentenças seguintes em verdadeira (V) ou falsa (F), justificando
cada resposta.
a) Ø ∈ A b) 1 ∈ A c) {1} ∈ C d) {1, 2} ∈ B e) {1, 2} ∈ C f) {−1} < A
3 Subconjuntos
Definição
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que o conjunto A é
subconjunto ou parte do conjunto B, quando todo elemento de A
é também elemento de B.
Exemplo 19.
a) O conjunto I = {1, 3, 5, 7, 9, 11} é um subconjunto dos números ı́mpares;
b) O conjunto P = {0, 2, 4, 6, 8, 10} é um subconjunto dos números pares;
a) O conjunto dos divisores de 80 é um subconjunto dos números naturais.
Justificativa: seja D(80) os divisores de 80, então
1
80 2 2
40 2 4
20 2 8
10 2 16
5 5 5, 10, 20, 40, 80
1
SUMÁRIO 19
Logo, D(80) = {1, 2, 4, 5, 8, 10, 20, 40, 80} é um subconjunto dos números
naturais.
Fique atento
Dizemos que um conjunto A não é subconjunto de um conjunto
B, quando pelo menos um dos elementos de A não pertence a B.
Exemplo 20.
a) O conjunto A = {1, 3, 5, 7} não é subconjunto do conjunto B = {2, 3, 4, , 5, 6, 7}, pois
o elemento 1 não pertencem ao conjunto B.
b) O conjunto S = {x ∈ R; x2 = 4} não é um subconjunto do conjunto N.
Justificativa: resolvendo a equação x2 = 4, obtemos
√
x = ± 4 =⇒ x = ±2 =⇒ x = −2 ou x = 2.
Logo, S = {−2, 2} não é subconjunto de N, pois −2 < N.
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Diz-se que o conjunto
A é igual ao conjunto B, denotado por A = B, quando A e B têm
exatamente os mesmos elementos.
Exemplo 21.
a) Os conjuntos A = {2, 3, 5, 7, 11, 13} e B = {11, 13, 5, 2, 7, 3} são iguais, pois têm os
mesmos elementos. Neste caso, escereve-se A = B;
b) Os conjuntos S = {x ∈ R; x2 = 1} e R = {−1, 1} são iguais.
Justificativa: resolvendo a equação x2 = 1, obte-se
√
x2 = 1 =⇒ x = ± 1 =⇒ x = ±1 =⇒ x = −1 ou x = 1.
Logo, S = {−1, 1} tem os mesmos elementos do conjunto R, isto é, S = R.
SUMÁRIO 20
Fique sabendo
Quando um conjunto A não for igual a um conjunto B, diz-se
que A é diferente de B e usa-se a notação A , B.
Neste caso, existe pelo menos um elemento de A que não pertence
a B, ou existe pelo menos um elemento de B que não pertence a A.
Propriedades
Para quaisquer conjuntos A, B e C são válidas as propriedades a
seguir, referentes à igualdade de conjuntos.
1. Reflexiva: A = A
2. Simétrica: se A = B, então B = A
3. Transitiva: se A = B e B = C, então A = C
Sombologia Leitura
A⊂B O conjunto A está contido no conjunto B.
A1B O conjunto A não está contido no conjunto B.
B⊃A O conjunto B contém o conjunto A.
B2A O conjunto B não contém o conjunto A.
SUMÁRIO 21
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Dizemos que o conjunto
A está contido no conjunto B, denotado por A ⊂ B, quando A é um
subconjunto de B.
Exemplo 23.
a) O conjunto A = {a, c} é um subconjunto do conjunto B = {a, b, c, d, e}, pois todo
elemento de A também é elemento de B. Daı́, escrevemos A ⊂ B;
b) São válidas as relações de inclusões: N ⊂ Z, Z ⊂ Q e Q ⊂ R. Neste caso, podemos
escrever N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R.
Fique sabendo
A negação de A ⊂ B, denotada por A 1 B, é indicada quando o
conjunto A não é um subconjunto de B.
Exemplo 24.
a) O conjunto A = {a, b, e} não é um subconjunto do conjunto B = {a, e, i, o, u}, pois o
elemento b pertence a A mas não pertence a B. Assim, escrevemos A 1 B;
3 8
b) O conjunto S = x ∈ R; x = não é um subconjunto do conjunto Q− .
27
8
Jusfiticativa: resolvendo a equação x3 = , obtemos
27
r
3 8 2
x= =⇒ x = ·
27 3
2 2
Logo, S = não é subconjunto de Q− , pois < Q− . Daı́, escrevemos S 1 Q− .
3 3
Fique de olho
Usamos a notação B ⊃ A para indicar que o conjunto B contém o
conjunto A, ou seja, A é um subconjunto de B.
SUMÁRIO 22
Exemplo 25.
a) O conjunto dos números pares contém o conjunto A = {x ∈ R; x3 = 64}.
Jusfiticativa: seja B = {0, 2, 4, 6, 8, . . .} o conjunto dos númeres pares. Resolvendo a
equação x3 = 64, obtemos
√
3
x= 64 =⇒ x = 4.
Logo, A = {2} é um subconjunto de B, pois 2 ∈ B, e escrevemos B ⊃ A.
b) São válidas as relações de inclusões: Z ⊃ N, Q ⊃ Z e R ⊃ Q. Neste caso, podemos
escrever R ⊃ Q ⊃ R ⊃ N.
Não esqueça
A negação de B ⊃ A, denotada por B 2 A, é indicada quando o
conjunto B não contém o conjunto A, isto é A não é subconjunto de
B.
Exemplo 26.
a) O conjunto Z não contém o conjunto A = {x ∈ R; 2x + 1 = 0}.
Jusfiticativa: resolvendo a equação 2x + 1 = 0, obte-se
1
2x = −1 =⇒ x = − ·
2
1 1
Logo, A = − não é um subconjunto de Z, pois − < Z, e escrevemos Z 2 A.
2 2
Propriedades
Para quaisquer conjuntos A, B e C são válidas as propriedades a
seguir, referentes à relação de inclusão de conjuntos.
1. Ø ⊂ A;
2. Reflexiva: A ⊂ A;
3. Antssimétrica: se A ⊂ B e B ⊂ A, então A = B;
4. Transitiva: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.
SUMÁRIO 23
Atenção
O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.
Noutras palavras: o conjunto vazio está contido em qualquer
conjunto, ou seja, se A é um conjunto, então Ø ⊂ A.
Fique atento
Devemos ter muita atenção ao uso correto dos sı́mbolos de
pertinência ” ∈ ” e de inclusão ” ⊂ ”. A pertinência é uma relação
entre elemento e conjunto e a inclusão é uma relação entre
conjuntos.
Exemplo 27. Dados os conjuntos A = {1, 3, 6}, B = {2, 4, {6}, 8} e C = {{2, 4}, {1, 3}, {1, 2, 4}},
temos
a) 1 ∈ A mas 1 < C, pois 1 não é elemento de C;
b) {2, 4} < B mas {2, 4} ⊂ B, pois {2, 4} é um subconjunto de B;
c) {2, 4} ∈ C mas {2, 4} 1 C, pois {2, 4} é um elemento de C;
d) {1, 3} ∈ C mas {1, 3} < A, pois {1, 3} é um subconjunto de A;
e) 6 ∈ A mas {6} < A, pois {6} é um subconjunto de A;
f) {{1, 3}} ⊂ C ou C ⊃ {{1, 3}};
g) {2, 4, 8} ⊂ B mas {2, 4, 8} < B, pois {2, 4, 8} é um subconjunto de B;
h) Ø ⊂ A, Ø ⊂ B e Ø ⊂ C.
Definição
Seja X um conjunto qualquer. Dizemos que o conjunto das
partes de X, denotado por P(X), é o conjunto cujos elementos são
todos os subconjuntos de X.
SUMÁRIO 24
Saiba mais
O conjunto das partes P(X) nunca é vazio, pois ele tem pelos
menos o conjunto vazio e o proprio conjunto X como elementos, ou
seja, Ø ∈ P(X) e X ∈ P(X).
Exemplo 28.
n o
a) Se X = {1} então P(A) = Ø, {1} ;
n o
b) Se Y = {1, 2} então P(A) = Ø, {1}, {2}, {1, 2} ;
n o
c) Se W = {a, b, c} então P(A) = Ø, {a}, {b}, {c}, {a, b}, {a, c}, {b, c}, {a, b, c} .
Saiba mais
O número de elementos do conjunto das partes de um conjunto
finito X, denotado por n P(X) , é igual a 2k , onde k é o número de
elementos de X. Ou seja,
n P(X) = 2k
Os elementos do conjunto das partes são subconjuntos de X.
Exemplo 29. Dado o conjunto X = {1, 3, 5, 7}, temos n P(X) = 24 = 16.
Justificativa: temos
n
P(X) = Ø, {1}, {3}, {5}, {7}, {1, 3}, {1, 5}, {1, 7}, {3, 5}, {3, 7}, {5, 7}, {1, 3, 5}, {1, 3, 7},
o
{1, 5, 7}, {3, 5, 7}, {1, 3, 5, 7} .
1. Dados os conjuntos A = {a, b, 3} e B = {1, 2, 3}, calcule a+b para que os conjuntos
A e B sejam iguais.
Diagrama de Venn
É uma representação gráfica de conjuntos por curvas fechadas
simples, tais como cı́rculos, ovais ou poligonais.
Atenção
Num diagrama de Venn os elementos dos conjuntos são
representados por pontos internos a região delimitada por curvas
fechadas simples e os elementos que não pertencem ao conjunto são
representados por pontos externos a essa região.
Exemplo 30. Usando o digrama de Venn para representar o conjunto A = {1, 4, 7, 9, 11},
temos
A
4
7 1
9
11
Fique sabendo
A conjunção ”e” é usada na matemática para indicar a interseção
entre dois conjuntos quaisquer.
SUMÁRIO 27
Fique atento
A operação de interseção é uma operação binária que transforma
dois conjuntos quaisquer num terceiro conjunto.
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Chama-se interseção de
A e B, denotado por A ∩B, o conjunto formado por todos os elementos
que pertencem simultaneamente a A e a B. Ou seja,
A ∩ B = {x ∈ U ; x ∈ A e x ∈ B}
| {z }
Lê-se: A interseção B ou A inter B
Usando o diagrama de Venn, temos
A B
A∩B
Exemplo 31. Dados os conjuntos A = {1, 3, 5, 7}, B = {3, 5, 6, 8} e C = {5, 6, 9}, temos
• A ∩ B = {1, 3, 5, 7} ∩ {3, 5, 6, 8} = {3, 5}
• A ∩ C = {1, 3, 5, 7} ∩ {5, 6, 9} = {5}
• B ∩ C = {3, 5, 6, 8} ∩ {5, 6, 9} = {5, 6}
cujos diagramas de Venn são ilustrados abaixo.
A B A C B C
3 6 3 6 5
1 1 5 3
5 8 8 6 9
7 7 8
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Dizemos que os conjuntos
A e B são disjuntos quando não possuem elementos em comum, ou
seja A ∩ B = Ø.
Usando o diagrama de Venn, temos
A B
80% − F ∩ M F ∩M 60% − F ∩ M
SUMÁRIO 29
Primeiro devemos calcular o percentual de F ∩ M. Como todos os alunos da
primeira série do CM2J correspondem a 100% da referida série, então
✘ ✘
F✘
80% − ✘ ∩✘
M F✘
+✘ ∩✘
MF + 60% − F ∩ M = 100% =⇒ 140% − F ∩ M = 100%
de onde resulta, F ∩ M = 140% − 100% =⇒ F ∩ M = 40%. Logo,
a) 40% dos alunos gostam de estudar ambas disciplinas.
b) 80% - F∩M = 80% - 40% = 40% dos alunos gostam de estudar apenas matemática.
c) 60% - F ∩ M = 60% - 40% = 20% dos alunos gostam de estudar apenas fı́sica.
Saiba mais
Sejam A, B e C três subconjuntos quaisquer de um conjunto
universo U . Define-se a interseção entre A, B e C, denotado por
A ∩B∩C, como sendo o conjunto formado por todos os elementos que
pertencem simultaneamente a A, a B e a C.
Usando o diagrama de Venn, temos
U
A B
Exemplo 34. Dados os conjuntos A = {2, 3, 8, 9}, B = {1, 3, 7, 8} e C = {5, 7, 8, 9}, temos
• A ∩ B = {2, 3, 8, 9} ∩ {1, 3, 7, 8} = {3, 8}
• A ∩ C = {2, 3, 8, 9} ∩ {5, 7, 8, 9} = {8, 9}
• B ∩ C = {1, 3, 7, 8} ∩ {5, 7, 8, 9} = {7, 8}
• A ∩ B ∩ C = (A ∩ B) ∩ C = {3, 8} ∩ {5, 7, 8, 9} = {8}
cujo diagrama de Venn está ilustrado a seguir.
SUMÁRIO 30
U
A B
3
2 1
8
9 7
5
Propriedades
Para quaisquer subconjuntos A, B e C num conjunto universal U ,
valem as propriedades a seguir, referentes à interseção de conjuntos.
1. A ∩ Ø = Ø [todo conjunto é disjunto do vazio]
2. Idempotente: A ∩ A = A
3. Elemento neutro: A ∩ U = A
4. Comutativa: A ∩ B = B ∩ A
5. Associativa: A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C
Fique atento
A propriedade associativa garante as duas formas de colocar os
parênteses na expressão A ∩ B ∩ C para efetuar as operações binárias
de inteserção.
Fique sabendo
A operação de união, também chamada de reunião, é uma
operação binária que transforma dois conjuntos quaisquer num
terceiro conjunto. Neste texto, usaremos o termo união.
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Denotamos o conjunto
união de A e B por A ∪ B, que se lê ”A união B”.
Definição
Chama-se união dos conjuntos A e B, denotado por A ∪ B, o
conjunto formado por todos os elementos que pertencem a A ou a
B.
A ∪ B = {x ∈ U ; x ∈ A ou x ∈ B}
| {z } | {z } | {z }
A∪B A∪B A∪B
Nos diagramas de Venn acima, consideremos três afirmações.
• Diagrama da esquerda: x ∈ A e x < B ou x < A e x ∈ B ou
x ∈ A ∩ B.
• Diagrama do centro: x ∈ A e x < B ou x < A e x ∈ B.
• Diagrama da direita: A ⊂ B, ou seja, x ∈ A ∩ B ou x ∈ B.
A B B C D
1 5 0 C
1 0
2 3 5 2 2
7 3 4 6 4
4 1 7 6
| {z } | {z } | {z }
A∪B A∪B C ∪D
Saiba mais
O conectivo ”ou” é usado na matemática para indicar a união
entre dois conjuntos quaisquer. Sendo assim, quando o conjunto A
é formado pelos elementos que gozam da propriedade P e B formado
pelos elementos que gozam da propriedade Q, então a propriedade
que define o conjunto A ∪ B é ”P ou Q”.
Propriedades
Para quaisquer subconjuntos A, e B e C valem as propriedades a
seguir, referentes à união de conjuntos.
1. Comutativa: A ∪ B = B ∪ A
2. Associativa: (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)
3. Idempotente: A ∪ A = A
4. Elemento neutro: A ∪ Ø = A
Saiba mais
A propriedade associativa garante as duas formas de colocar os
parênteses na expressão A ∪ B ∪ C para efetuar as operações binárias
de união.
SUMÁRIO 33
A B
Exemplo 37. Num determinado municı́pio com 36.000 domicı́lios, 23.000 domicı́lios
recebem regularmente o jornal do supermercado A, 15.000 recebem regularmente o
jornal do supermercado B e 4.000 do número de domicı́lios não recebe nenhum dos
dois jornais. Calcule:
a) o número de domicı́lios que recebem os dois jornais;
b) o número de domicı́lios que recebem apenas o jornal do supermercado A;
c) o número de domicı́lios que recebem o jornal do supermercado B.
Resolução: sejam n(A) = 23.000 o número de domicı́lios que recebem regularmente
o jornal do supermercado A, n(B) = 15.000 o número de domicı́lios que recebem
regularmente o jornal do supermercado B, n(A ∩ B) o número de domicı́lios que
recebem os dois jornais e n(U ) = 36.000 o número de domicı́lios do conjunto
universo U , que é o municı́pio.
Os 4.000 domicı́lios que não recebem nenhum dos dois jornais ficam fora dos
conjuntos A e B, mas dentro do conjunto universo U .
O diagrama de Venn abaixo ilustra o problema.
U
A B
23.000 − A ∩ B A ∩ B 15.000 − A ∩ B
| {z } | {z }
recebem apenas o jornal A recebem apenas o jornal B
4.000
Saiba mais
Sejam A, B e C três conjuntos finitos quaisquer. O número de
elementos do conjunto uniáo de A, B e C é calculado de acordo com a
fórmula abaixo.
n(A ∪ B ∪ C) = n(A) + n(B) + n(A) − n(A ∩ B) − n(A ∩ C) − n(B ∩ C)
+ n(A ∩ B ∩ C)
onde,
• n(A) é o número de elementos do conjunto A.
• n(B) é o número de elementos do conjunto B.
• n(A ∩ B) é o número de elementos da interseção dos conjuntos
A e B.
• n(A ∩ C) é o número de elementos da interseção dos conjuntos
A e C.
• n(B ∩ C) é o número de elementos da interseção dos conjuntos
B e C.
• n(A ∩ C ∩ C) é o número de elementos da interseção dos
conjuntos A, B e C.
• n(A ∪ C ∪ C) é o número de elementos da união dos conjuntos
A, B e C.
Exemplo 38. Nos moradores de uma certa comunidade foram aplicadas três tipos
de vacinas, A, B e C. Sabe-se que 500 moradores foram vacinados com a do tipo A,
300 foram vacinados com a do tipo B, 350 foram vacinados com a do tipo C, 200
foram vacinados com as dos tipos A e B, 150 foram vacinados com as dos tipos A
e C, 127 foram vacinados com as dos tipos B e C, 92 foram vacinados com os três
tipos de vacinas e 61 não foram vacinados. De acordo com esses dados, pede-se:
a) quantos moradores têm nessa comunidade?
b) quantos moradores foram vacinados?
c) quantos moradores receberam só a vacina do tipo A?
d) quantos moradores receberam só a vacina do tipo B?
SUMÁRIO 36
e) quantos moradores receberam só a vacina do tipo C?
f) quantos moradores receberam as vacinas dos tipos A ou B?
g) quantos moradores receberam as vacinas dos tipos A ou C?
h) quantos moradores receberam as vacinas dos tipos B ou C?
i) quantos moradores receberam dois tipos de vacinas?
Resolução: sejam n(A) = 500, n(B) = 300, n(C) = 350, n(A ∩ B) = 200, n(A ∩ C) = 150,
n(B ∩ C) = 127, n(A ∩ B ∩ C) = 92 e 61 não vacinados.
Os 61 moradores que não foram vacinados ficam fora dos conjuntos A, B e C,
mas dentro do conjunto universo U , que é a comunidade.
Usando o diagrama de Venn, temos
200 − 92
| {z }
U
A B
242 65
(500-108-92-58) 108 (300-108-92-35)
92
58 35
165
(150-92) (127-92)
61
C
z }| {
350 − 58 − 92 − 35
Baseado no diagrama de Venn acima, obtemos
a) 242 + 108 + 65 + 92 + 35 + 165 + 58 + 61 = 826
b) 242 + 108 + 65 + 92 + 35 + 165 + 58 = 765
c) 242
d) 265
e) 165
f) como A ∩ B , Ø, então n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩ B). Donde,
n(A ∪ B) = 500 + 300 − 200 =⇒ n(A ∪ B) = 800 − 200 =⇒ n(A ∪ B) = 600.
SUMÁRIO 37
g) como A ∩ C , Ø, então n(A ∪ C) = n(A) + n(C) − n(A ∩ C). Donde,
n(A ∪ C) = 500 + 350 − 150 =⇒ n(A ∪ C) = 850 − 150 =⇒ n(A ∪ C) = 700.
h) como B ∩ C , Ø, então n(B ∪ C) = n(B) + n(C) − n(B ∩ C). Donde,
n(B ∪ C) = 300 + 350 − 127 =⇒ n(B ∪ C) = 650 − 127 =⇒ n(B ∪ C) = 523.
i) 108 + 58 + 35 = 201.
Logo, a comunidade tem 826 moradores dos quais 765 foram vacinados, sendo
que 242 receberam só a vacina A, 265 só a vacina B, 165 só a vacina C, 600 as vacinas
A ou B, 700 as vacinas A ou C, 523 as vacinas B ou C e 201 dois tios de vacinas.
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Chama-se diferença entre
A e B, denotado por A − B, o conjunto formado por todos os elementos
que pertencem a A e não pertencem a B.
A − B = {x; x ∈ A e x < B}
cujos diagramas de Venn são ilustrados abaixo.
A B A B A
A−B
A−B A−B B
A B A C A
a a f d
b d b e g b a c
f D
c e d c h e
Fique atento
Na definição de complementar de um conjunto é necessário a
condição de subconjunto para que um conjunto seja complementar
de outro.
Usaremos a simbologia abaixo para representar o complementar
do conjunto X em relação ao conjunto Y , onde X ⊂ Y .
conjunto X
∁conjunto Y = conjunto Y - conjunto X
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer, com A ⊂ B. Chama-se
complementar de A em relação a B, denotado por ∁A
B , o conjunto
formado pelos elementos de B que não pertencem a A.
∁A
B = B − A = {x ∈ B; x < A}
A B B
4 6
0 4 0 A
2 6 2
Saiba mais
A noção de complementar de um conjunto só tem sentido quando
fixamos um conjunto universo U . Pois uma vez fixado U , todos os
elementos a serem considerados serão elementos de U e todos os
conjuntos serão subconjuntos de U .
Neste caso, dado um conjunto A subconjunto de U , as simbologias
usuais são Ā ou Ac . Ou seja,
Ā = Ac = {x ∈ U ; x < A}
Neste livro usaremos apenas a simbologia Ac para representar o
complementar do conjunto A em relação ao conjunto universo U .
Propriedades
Para quaisquer subconjuntos A e B do conjunto universo U
valem as propriedades a seguir, referentes ao complementar de um
conjunto.
P1 ) Øc = U
P2 ) U c = Ø
P3 ) (Ac )c = A
P4 ) A ⊂ B ⇐⇒ Bc ⊂ Ac
P5 ) A ∩ Ac = Ø
P6 ) A ∪ Ac = U
P7 ) (A ∩ B)c = Ac ∪ Bc
P8 ) (A ∪ B)c = Ac ∩ Bc
SUMÁRIO 40
As propriedades P7 e P8 são chamadas Leis de De Morgan.2
Definição
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Chama-se diferença
simétrica entre A e B, denotada por (A△B), o conjunto formado pelos
elementos de A que não pertencem a B ou pelos elementos de B que
não pertencem a A.
(A△B) = (A − B) ∪ (B − A) = {x; x ∈ A − B ou x ∈ B − A}
cujo diagrama de Venn é ilustrado abaixo, onde a região hachurada
representa a diferença simétrica entre A e B.
A B
A−B B−A
31. (UFSM) Numa prova de vestibular, ao qual concorrem 20.000 candidatos, uma
questão apresentava as afirmativas A, B e C, e cada candidato devia
classficá-las em verdadeira (V ) ou falsta (F). Ao analisar os resultados da
prova, observou-se que 10.200 candidatos assinalaram V na afirmativa A, 6.100
na afirmativa B, 7.720 na afirmativa C. Observou-se ainda que 3.600
candidatos assinalaram V nas alternativas A e B, 1.200 nas afirmativas B e C,
500 nas afirmativas A e C e 200 nas afirmativas A, B e C. Quantos
candidatos consideraram falsas as três afirmativas?
A) 360 B) 490 C) 720 D) 810 E) 1.080
47
5 Intervalos
Entre dois números reais distintos quaisquer há infinitos números reais, ou
seja, é impossı́vel enumerar todos os elementos de um subconjunto dos números
reais.
Para representar essa infinidade de números reais entre dois números reais
distintos quaisquer, usa-se os intervalos como subconjuntos dos números reais,
caracterizados por desigualdades, englobando assim todos os números reais entre
dois extremos indicados, podendo ou não conter os próprios extremos, e
correspondem geometricamente a segmentos da reta real.
Os intervalos são fundamentais nas resoluções de problemas matemáticos, em
particular, nas resoluções de equações do 1º e 2º graus.
Os intervalos na reta real se dividem em intervalos limitados e intervalos
ilimitados.
Definição
Sejam a e b dois números reais quaisquer, com a < b. Chama-se
intervalo fechado de extremos a e b, denotado por [a, b], o conjunto
formado por todos os números reais x tais que a ≤ x ≤ b.
[a, b] = {x ∈ R; a ≤ x ≤ b}
| {z }
notação de conjunto
a b
A bolinha cheia significa que os pontos extremos a e b pertencem ao
intervalo.
−1 3
Definição
Sejam a e b dois números reais quaisquer, com a < b. Chama-se
intervalo aberto de extremos a e b, denotado por ]a, b[ ou por (a, b),
o conjunto formado por todos os números reais x tais que a < x < b.
]a, b[= (a, b) = {x ∈ R; a < x < b}
| {z }
notação de conjunto
a b
A bolinha vazia significa que os pontos extremos a e b não pertencem
ao intervalo.
−4 −1
SUMÁRIO 49
Definição
Sejam a e b dois números reais quaisquer, com a < b. Chama-se
intervalo aberto à esquerda e fechado à direita de extremos a e
b, denotador por ]a, b] ou por (a, b], o conjunto formado por todos os
números reais x tais que a < x ≤ b.
]a, b] = (a, b] = {x ∈ R; a < x ≤ b}
| {z }
notação de conjunto
a b
A bolinha vazia significa que o ponto extremo a não pertence ao
intervalo e a bolinha cheia significa que o ponto extremo b pertence
ao intervalo.
−5 0
Definição
Sejam a e b dois números reais quaisquer, com a < b. Chama-se
intervalo fechado à esquerda e aberto à direita de extremos a e
b, denotado por [a, b[ ou por [a, b), o conjunto formado por todos os
números reais x tais que a ≤ x < b.
[a, b[= [a, b) = {x ∈ R; a ≤ x < b}
| {z }
notação de conjunto
a b
A bolinha cheia significa que o ponto extremo a pertence ao
intervalo e a bolinha vazia significa que o ponto extremo b não
pertence ao intervalo.
SUMÁRIO 50
Exemplo 45. Representação geométrica do intervalo [2, 7[= {x ∈ R; 2 ≤ x < 7} na reta
real.
2 7
Exemplo 46. Dados os intervalos A = [−3, 5], B = [0, 3[, C =] − 4, 1] e D = (−2, 4),
determine A ∩ B, A ∪ B, ∁BA , B − A, A△B, A ∩ C, A ∪ C, A − C, C − A e A△C.
Resolução: sejam
A
B
A∩B
−3 0 3 5
A ∩ B = [0, 3[ ou A ∩ B = {x ∈ R; 0 ≤ x < 3}.
A
B
A∪B
−3 0 3 5
A ∪ B = [−3, 5] ou A ∪ B = {x ∈ R; −3 ≤ x ≤ 5}.
A
B
∁BA = A − B
−3 0 3 5
∁BA = [−3, 0) ∪ [3, 5] ou ∁BA = {x ∈ R; −3 ≤ x < 0 ou 3 ≤ x ≤ 5}.
A
B
B−A
−3 0 3 5
B − A = Ø ou B − A = { }
SUMÁRIO 51
A−B
B−A
A△B
−3 0 3 5
A
C
A∩C
−4 −3 1 5
A ∩ C = [−3, 1] ou A ∩ C = {x ∈ R; −3 ≤ x ≤ 1}.
A
C
A∪C
−4 −3 1 5
A ∪ C =] − 4, 5] ou A ∪ C = {x ∈ R; −4 < x ≤ 5}.
A
C
A−C
−4 −3 1 5
C
A
C −A
−4 −3 1 5
A−C
C −A
A△C
−4 −3 1 5
SUMÁRIO 52
A△C =] − 4, −3[∪]1, 5] ou A△C = {x ∈ R; −4 < x < −3 ou 1 < x ≤ 5}.
Saiba mais
Nos casos particulares de intervalos abaixo pode ser pertinente a
retirada da exigência de a < b.
Caso 1: quando a = b.
• O intervalo fechado [a, b] reduz-se a único elemento [a, a] = {a},
chamado intervalo degenerado.
• Os intervalos (a, b), [a, b) e (a, b] reduzem-se, respectivamente,
ao conjunto vazio. Ou seja, (a, a) = {x ∈ R; x < a e x > a} = Ø,
[a, a) = Ø, e (a, a] = Ø.
Caso 2: quando b < a.
Os intervalos [a, b], [a, b), (a, b] e (a, b) são todos vazios.
Não esqueça
Definição
Seja b um número real qualquer. Chama-se semirreta esquerda,
fechada, de origem b, denotada por ] − ∞, b] ou por (−∞, b], o
conjunto formado por todos os números reais x tais que x ≤ b.
] − ∞, b] = (−∞, b] = {x ∈ R; x ≤ b}
| {z }
notação de conjunto
b
A bolinha cheia significa que o ponto extremo a pertence ao
intervalo.
Definição
Seja b um número real qualquer. Chama-se semirreta esquerda,
aberta, de origem b, denotada por ]−∞, b[ ou por (−∞, b), o conjunto
formado por todos os números reais x tais que x < b.
] − ∞, b[= (−∞, b) = {x ∈ R; x < b}
| {z }
notação de conjunto
b
A bolinha vazia significa que o ponto extremo b não pertence ao
intervalo.
9
SUMÁRIO 54
Definição
Seja a um número real qualquer. Chama-se semirreta direita,
fechada, de origem a, denotada por [a, +∞[ ou por [a, +∞), o
conjunto formado por todos os números reais x tais que a ≤ x.
[a, +∞[= [a, +∞) = {x ∈ R; a ≤ x}
| {z }
notação de conjunto
a
A bolinha cheia significa que o ponto extremo a pertence ao
intervalo.
−2
Definição
Seja a um número real qualquer. Chama-se semirreta direita,
aberta, de origem a, denotada por ]a, +∞[ ou por (a, +∞), o conjunto
formado por todos os números reais x tais que a < x.
]a, +∞[= (a, +∞) = {x ∈ R; a < x}
| {z }
notação de conjunto
a
A bolinha vazia significa que o ponto extremo a não pertence ao
intervalo.
−6
SUMÁRIO 55
Definição
Chama-se intervalo aberto ilimitado à esquerda e à direita,
denotado por ] − ∞, +∞[ ou por (−∞, +∞), o conjunto formado por
todos os números reais x.
] − ∞, +∞[= (−∞, +∞) = R
Representação geométrica da reta real.
· · · −3−2−1 0 1 2 3 · · ·
Exemplo 51. Dados os intervalos A = [1, +∞[, B =]−3, +∞[, C =]−∞, 3] e D =]−∞, 4[,
determine A ∩ B, A ∪ B, ∁A
B , A − B, A ∩ C, A ∪ C, B ∩ C B − C e C − B, C ∩ D, C ∪ D e
D − C.
Resolução: sejam
A
B
A∩B
−3 1
A ∩ B = [1, +∞[ ou A ∩ B = {x ∈ R; 1 ≤ x}.
A
B
A∪B
−3 1
A ∪ B =] − 3, +∞[ ou A ∪ B = {x ∈ R; −3 < x}.
A
B
∁A
B =B−A
−3 1
∁A A
B =] − 3, 1[ ou ∁B = {x ∈ R; −3 < x < 1}.
A
B
A−B
−3 1
SUMÁRIO 56
A − B = Ø.
A
C
A∩C
1 3
A ∩ C = [1, 3] ou A ∩ C = {x ∈ R; 1 ≤ x ≤ 3}.
A
C
A∪C
1 3
A ∪ C =] − ∞, +∞[= R.
B
C
B∩C
−3 3
B ∩ C =] − 3, 3] ou B ∩ C = {x ∈ R; −3 < x ≤ 3}.
B
C
B−C
−3 3
B − C = (3, +∞) ou B − C = {x ∈ R; 3 < x}.
B
C
C −B
−3 3
C − B =] − ∞, −3[ ou C − B = {x ∈ R; x < −3}.
C
D
C ∩D
3 4
C ∩ D =] − ∞, 3] ou C ∩ D = {x ∈ R; x ≤ 3}.
SUMÁRIO 57
C
D
C ∪D
3 4
C ∪ D =] − ∞, 4[ ou C ∪ D = {x ∈ R; x < 4}.
C
D
D−C
3 4
D − C =]3, 4[ ou D − C = {x ∈ R; 3 < x < 4}.
8. (UFJF) Define-se o comprimento de cada um dos intervalos [a, b], ]a, b[, ]a, b] e
[a, b[ como sendo a diferença (b − a). Dados os intervalos M = [3, 10], N =]6, 14[
e P = [5, 12[, o comprimento do intervalo resultante (M ∩ P) ∪ (P − N ) é igual a
A) 1 B) 3 C) 5 D) 7 E) 9