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Cálculo I
Folhas de Apoio e Exercı́cios
1 Preliminares 3
1.1 Conjuntos Limitados. Máximo, Mı́nimo, Supremo e Ínfimo. . . . . . . 3
1.2 Noções Topológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 Limites e Continuidade 9
2.1 Funções Reais de Variável Real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Alguns Exemplos de Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2.1 Funções Trigonométricas e Trigonométricas Inversas . . . . . . 15
2.3 Limite num ponto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.1 Limites Laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.2 Limites Notáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4.1 Teoremas Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3 Cálculo Diferencial em R 35
3.1 Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1.1 Regras de Derivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2 Teoremas Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.1 Extremos, Concavidade e Assı́ntotas . . . . . . . . . . . . . . 49
3.2.2 Concavidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
iii
iv ÍNDICE
3.2.3 Assı́ntotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4 Cálculo Integral em R 67
4.1 Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.1.1 Teoremas Fundamentais do Cálculo Integral . . . . . . . . . . 70
4.2 Primitivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.2.1 Primitivas Imediatas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.2.2 Primitivação de Funções Racionais . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.2.3 Primitivação por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.2.4 Primitivação por Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.2.5 Aplicações Geométricas do Cálculo Integral . . . . . . . . . . 84
4.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Bibliografia 102
INTRODUÇÃO
1
2 ÍNDICE
Capı́tulo 1
Preliminares
Neste capı́tulo iremos apresentar algumas definições que nos irão acompanhar ao
longo do curso. Na primeira secção vamos rever alguns conceitos. Na segunda
secção abordaremos algumas noções topológicas que serão necessárias no próximo
capı́tulo.
3
4 CAPÍTULO 1. PRELIMINARES
∃ ε > 0 : Vε (a) ⊂ AC .
Exemplo 1.2. Seja A = [0, 1[, então int(A) =]0, 1[, ext(A) =] − ∞, 0[∪]1, +∞[ e
fr(A) = {0, 1}.
6 CAPÍTULO 1. PRELIMINARES
∀ε > 0 : Vε (a) ∩ A 6= ∅.
Exemplo 1.4. Seja A = [0, 1], como int(A) ∪ fr(A) = A, temos que A é um conjunto
fechado.
Exemplo 1.5. Seja A = [0, 1[, A não é um conjunto aberto, nem fechado.
1. A = A ∪ A′
1.3 Exercı́cios
Exercı́cio 1.1. Determine os majorantes, minorantes, supremo, ı́nfimo, máximo e
mı́nimo (caso existam) dos seguintes conjuntos
x2 − 3x + 2
1. x ∈ R : 2 >0
x +x+1
√
2x + 1
2. x ∈ R : 2 >0
x + 4x + 3
3. {x ∈ R : 2x > |x + 3|}
5. {x ∈ R : 3|x| − |x − 2| 6 9}.
(−1)n
6. x ∈ R : x = ∧ n ∈ N ∪ [2, 3].
n+4
Exercı́cio 1.2. Determine o interior, exterior e fronteira dos seguintes conjuntos
1. [−1, 1] 4. {x ∈ R : x2 (x − 1) > 0}
Limites e Continuidade
• A é o domı́nio de f ;
f (A) = {f (x) ∈ B : x ∈ A} ⊂ B.
• Dizemos que f é uma função real de (uma) variável real quando A e B são
subconjuntos de R.
9
10 CAPÍTULO 2. LIMITES E CONTINUIDADE
Nota 2.1. O domı́nio em vez de ser R pode ser um subconjunto D ⊂ R desde que
seja simétrico relativamente à origem.
2.1. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL 11
Nota 2.2. O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo das ordenadas
(a reta x = 0), enquanto que o gráfico de uma função ı́mpar é simétrico em relação
à origem( têm-se f (0) = 0).
Definição 2.6. Dada uma função f : R → R, dizemos que f é uma função periódica
de perı́odo T ∈ R se f (x + T ) = f (x) para todo o x ∈ R.
n
X
2 n
f (x) = a0 + a1 x + a2 x + ... + an x = ak xk ,
k=0
Nota 2.5. Se f (λ) = 0, então f (x) = (x−λ)g(x), onde g(x) é uma função polinomial.
Nota 2.6. Se f é uma função polinomial de grau n, então f (x) = 0 tem no máximo
n soluções.
p(x)
Definição 2.13. Seja f : D → R uma função tal que f (x) = onde p(x) e q(x)
q(x)
são polinómios, então f diz-se uma função racional. Para f estar bem definida, o
domı́nio de f , D, tem de estar contido em {x ∈ R : q(x) 6= 0}.
Seguem alguns gráficos de algumas funções exponenciais com base maior que
1:
2.2. ALGUNS EXEMPLOS DE FUNÇÕES 13
y
h(x) = 4x
g(x) = 3x
f (x) = 2x
1
x
1 x
g(x) = 9
1 x
f (x) = 3
1–
x
1–
x
14 CAPÍTULO 2. LIMITES E CONTINUIDADE
| x
1
y g(x) = ln(x)
Consideremos a função
f : R → [−1, 1] ⊂ R
x 7→ sen x
0.5
-6 -4 -2 2 4 6
-0.5
-1.0
−1 h π πi
f A
: [−1, 1] → − ,
2 2
x 7→ arcsen x
função essa que a cada x faz corresponder o arco cujo seno é x, tem por domı́nio
h π πi
[−1, 1] e contradomı́nio − , e o gráfico é:
2 2
1.5
1.0
0.5
-0.5
-1.0
-1.5
h π πi
Nota 2.8. Para cada x ∈ − , temos y = sen x ⇔ arcsen y = x.
2 2
h π π i
Nota 2.9. Restringindo a função seno a qualquer intervalo da forma − + kπ, + kπ ,
2 2
com k ∈ Z, obterı́amos uma função injetiva e podı́amos então falar da função que a
cada x ∈ [−1, 1] faz corresponder o arco cujo seno é x, nessa restrição.
g : R → [−1, 1] ⊂ R
x 7→ cos x
2.2. ALGUNS EXEMPLOS DE FUNÇÕES 17
a qual tem domı́nio R e contradomı́nio [−1, 1] e é uma função par, já que cos(−x) =
cos x, e o gráfico é:
1.0
0.5
-6 -4 -2 2 4 6
-0.5
-1.0
Claramente a função cosseno não é injetiva e como tal, à partida, não admite
inversa. No entanto, podemos considerar infinitas restrições para as quais a função
cosseno admite inversa.
Seja B = [0, π] e consideremos a restrição da função cosseno a este intervalo,
g B , a qual designamos por restrição principal. A função g B é injetiva, pelo que
podemos tomar a sua função inversa
−1
g B : [−1, 1] → [0, π]
x 7→ arccos x
função essa que a cada x faz corresponder o arco cujo cosseno é x, tem por domı́nio
[−1, 1] e contradomı́nio [0, π] e o gráfico é:
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
Nota 2.11. Restringindo a função cosseno a qualquer intervalo da forma [kπ, π +kπ],
com k ∈ Z, obterı́amos uma função injetiva e podı́amos então falar da função que a
cada x ∈ [−1, 1] faz corresponder o arco cujo cosseno é x, nessa restrição.
n π o
Consideremos o conjunto T = x ∈ R : x 6= + kπ, k ∈ Z e a função
2
h:T → R
x 7→ tg x
-6 -4 -2 2 4 6
-2
-4
-6
Claramente a função tangente não é injetiva e como tal, à partida, não admite
inversa. No entanto, podemos considerar infinitas restrições para as quais a função
tangente admite inversa.
i π πh
Seja C = − , e consideremos a restrição da função tangente a este intervalo,
2 2
hC , a qual designamos por restrição principal. A função hC é injetiva, pelo que
podemos tomar a sua função inversa
−1 i π πh
hC :R → − ,
2 2
x 7→ arctg x
função essa que a cada x faz corresponder o arco cuja tangente é x, tem por domı́nio
i π πh
R e contradomı́nio − , e o gráfico é
2 2
2.2. ALGUNS EXEMPLOS DE FUNÇÕES 19
1.5
1.0
0.5
-10 -5 5 10
-0.5
-1.0
-1.5
i π πh
Nota 2.12. Para cada x ∈ − , temos y = tg x ⇔ arctg y = x.
2 2
i π π h
Nota 2.13. Restringindo a função tangente a intervalos da forma − + kπ, + kπ ,
2 2
com k ∈ Z, obterı́amos uma função injetiva e podı́amos então falar da função que a
cada x ∈ R faz corresponder o arco cuja tangente é x, nessa restrição.
i:U → R
x 7→ cotg x
-6 -4 -2 2 4 6
-2
-4
-6
Claramente a função cotangente não é injetiva e como tal, à partida, não admite
inversa. No entanto, podemos considerar infinitas restrições para as quais a função
cotangente admite inversa.
20 CAPÍTULO 2. LIMITES E CONTINUIDADE
−1
iD : R → ]0, π[
x 7→ arccotg x
função essa que a cada x faz corresponder o arco cuja cotangente é x, tem por
domı́nio R e contradomı́nio ]0, π[ e o gráfico é:
Nota 2.15. Restringindo a função cotangente a intervalos da forma ]kπ, π + kπ[, com
k ∈ Z, obterı́amos uma função injetiva e podı́amos então falar da função que a cada
x ∈ R faz corresponder o arco cuja cotangente é x, nessa restrição.
Nota 2.16. Para cada intervalo existe uma inversa. Nem todos os programas apre-
sentam o mesmo gráfico para a função arcocotangente porque assumem diferentes
intervalos para construir a inversa. Uns utilizam ]π/2, π/2[ outros ]0, π[.
sen x cos x
• tg x = • cotg x =
cos x sen x
1 1
• 1 + tg2 x = • 1 + cotg2 x =
cos2 x sen2 x
• sen(x ± y) = sen x cos y ± sen y cos x • cos(x ± y) = cos x cos y ∓ sen x sen y
e escrevemos lim f (x) = b. A expressão acima pode ainda ser escrita na forma
x→a
A definição anterior pode ainda ser extendida aos casos em que a ou b, ou ambos
são infinitos das seguintes formas.
∀ε > 0 ∃K > 0 : (x ∈ D ∧ x < −K) ⇒ |f (x) − b| < ε ,
∀K > 0 ∃δ > 0 : (x ∈ D ∧ 0 < |x − a| < δ) ⇒ f (x) < −K ,
e escrevemos lim f (x) = +∞ − ∞ .
x→a
f (x) b
4. lim = , se c 6= 0.
x→a g(x) c
Teorema 2.22. Se lim f (x) = 0 e g é uma função limitada numa vizinhança de a,
x→a
então lim (f (x) · g(x)) = 0.
x→a
Para as funções estudadas anteriormente existem alguns limites que por surgirem
algumas vezes, por servirem para entender melhor o comportamento de tais funções,
ou porque se tratam de indeterminações, adquirem o tı́tulo de ”notáveis”. Alguns
deles são os que se seguem
ex − 1 ln(1 + x)
• lim = 1; lim =1
x→0 x x→0 x
ex
• lim = +∞, para todo o k ∈ R
x→+∞ xk
sen x arcsen x
• lim = 1; lim =1
x→0 x x→0 x
2.4 Continuidade
Dada uma função real de variável real, é importante saber se x ≈ a implica f (x) ≈
f (a). Isto é, se para pontos próximos de a, as respetivas imagens estão próximas de
f (a). Se sim, a esta propriedade chamamos continuidade.
Dizemos ainda que f é uma função contı́nua à esquerda do ponto a se lim− f (x) =
x→a
f (a). Analogamente, dizemos que f é uma função contı́nua à direita do ponto a se
lim f (x) = f (a).
x→a+
Observação 2.5. Todas as funções definidas nas secções das funções exponenciais,
logarı́tmicas, trigonométricas e trigonométricas inversas são contı́nuas em todo o seu
domı́nio. Também as funções polinomiais de expoente real são contı́nuas em todo o
seu domı́nio.
ε
basta para isso escolher δ < . Assim, lim f (x) = f (a) para todo o a ∈ R, o que
|m| x→a
mostra que f é contı́nua em R.
Para a 6= 0, existe δ > 0 tal que H(x) é constante em Vδ (a) e logo contı́nua em
a.
1
Para a = 0, tomando ε = , por muito pequeno que escolhamos δ > 0 nunca
2
1
vamos obter |H(x) − H(0)| = |H(x) − 1| < visto que em qualquer vizinhança de
2
0 existe pelo menos um x < 0, nos quais H(x) = 0. Pelo que a função de Heaviside
não é contı́nua em a = 0.
No entanto, podemos dizer que lim− H(x) = 0 e lim+ H(x) = 1, e portanto, a
x→0 x→0
função é contı́nua à direita.
Quando as funções são contı́nuas num intervalo, podemos obter informações acerca
do comportamento da função nesse intervalo.
O teorema que se segue é utilizado para estabelecer a existência de soluções de
equações do tipo f (x) = c ou f (x) = g(x).
2.4. CONTINUIDADE 27
Nota 2.20. Nos resultados anteriores é mesmo necessário que a função esteja definida
num intervalo. De facto, se considerarmos a função f : [0, 1] ∪ [2, 3] → R definida
por f (x) = x, apesar de ser uma função contı́nua, não toma todos os valores entre
f (0) = 0 e f (3) = 3.
2.5 Exercı́cios
Exercı́cio 2.1. Esboce o gráfico das seguintes funções.
2. f (x) = x2 − x + 2 5. f (x) = |x − 3|
1. f (x) 3. |f (x)|
2. f (|x|) 4. |f (|x|)|
Exercı́cio 2.3. Determine o domı́nio e o contradomı́nio das seguintes funções
√ 2
1. f (x) = x−1 3. f (x) =
1 + x4
1 |x|
2. f (x) = p 4. f (x) =
|x − 2| − 1 x
Exercı́cio 2.4. Usando as propriedades vistas anteriormente, calcule
1. ln e
3. log√2 32
1. loga 64 = −3
2. x2 5−x − 3.5−x = 0
1. f (x) = 1 − 102x−1
2. f (x) = 2 + log 1 (4 − x2 )
2
x2 + 3x
1. lim
x→+∞ 2x2
x3
2. lim
x→+∞ 1 + x
x2 − 2x
4. lim
x→0 3x3 + x2 + x
1 1
5. lim+ −
x→1 1 − x 1 − x3
r
x−1
6. lim
x→+∞ x+1
sen(7x)
7. lim
x→0 x
Exercı́cio 2.22. A velocidade de uma gota de chuva quando cai é dada pela função
− gt
v(t) = a 1 − e a ,
Exercı́cio 2.24. Para cada uma das seguintes funções, determine, caso exista, a
constante k que torna as funções contı́nuas.
2x
e − 1 se x ∈ − π , π \ {0}
2
x − x se x > 0
6 6
1. f (x) = x 5. f (x) = sen(3x)
k se x 6 0 k se x = 0
2 3
k + x ln x se x > 1
3x − x se x 6= 0
2. f (x) = ex−1 − 1 6. f (x) = x2 + kx2
se x < 1 1/3
se x = 0
2x − 2
ex sen 1 se x 6= 0
se x > k
3. f (x) = k 2 + e−1 7. f (x) = x
k+1
e se x < k k se x = 0
1
e
x−1
− e1−x
se x 6= 1 2 − (x − 2) sen se x 6= 2
4. f (x) = 1−x 8. f (x) = x−2
k se x = 1 k se x = 2
Exercı́cio 2.25. Considere a função f (x) = x2 − 2x. Prove que existe c ∈]0, 6[ tal
que f (c) = 15.
Exercı́cio 2.28. Seja f uma função contı́nua no intervalo [0, 2], com f (0) = 5 e
f (2) = −1. Qual o número mı́nimo de zeros que f pode ter no intervalo [0, 2]?
Exercı́cio 2.29. Seja f uma função contı́nua no intervalo [−2, 3], com f (−2) = 2,
f (−1) = −1, f (0) = 2, f (1) = 1, f (2) = −2 e f (3) = 5. Qual o número mı́nimo de
zeros que f pode ter no intervalo [−2, 3]?
Exercı́cio 2.30. Mostre que a equação x3 + 4x2 + 2x + 5 = 0 tem pelo menos uma
solução em R.
Exercı́cio 2.31. Em modelos de queda livre, é normal supor que a aceleração gra-
vitacional g é a constante 9, 8m/s2. Na verdade, g varia com a latitude. Se t for a
latitude (em graus) então
é uma fórmula que aproxima g. Mostre que, de facto, g coincide com 9.8 para
alguma latitude entre as latitudes 35o e 40o.
Exercı́cio 2.32. A temperatura T (em o C) para a qual a água ferve é dada apro-
ximadamente pela fórmula
√
T (h) = 100.862 − 0.0415 h + 431.03,
onde h é a altitude (em metros) acima do nı́vel do mar. Mostre que a água ferve a
98o C a uma altitude entre os 4000 e os 4500 metros.
34 CAPÍTULO 2. LIMITES E CONTINUIDADE
Capı́tulo 3
Cálculo Diferencial em R
3.1 Derivada
Designando por A o ponto (a, f (a)) e por X o ponto (x, f (x)), a função ρ definida
anteriormente (a razão incremental) é o declive da reta AX, a qual é secante ao
gráfico de f .
35
36 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
df
A derivada de f no ponto a pode ainda ser representada por (a) ou D f (a).
dx
A reta tangente ao gráfico de função f no ponto (a, f (a)) é definida como a reta
que passa por (a, f (a)) e tem declive m = f ′ (a). A reta terá a expressão:
Nota 3.2. Pode-se generalizar a definição anterior para a ∈ D ′ , isto é, a é ponto de
acumulação de D.
a+h−a a+h+a
sen(a + h) − sen a 2 sen cos
f ′ (a) = lim = lim 2 2 =
h→0 h h→0 h
h
sen
h
= lim 2 cos a + = cos a.
h→0 h 2
2
′ ea+h − ea ea (eh − 1) a eh − 1
f (a) = lim = lim = e lim = ea .
h→0 h h→0 h h→0 h
f (x) − f (0) −x
f ′ (0− ) = lim− = lim− = −1
x→0 x−0 x→0 x
f (x) − f (0) x
f ′ (0+ ) = lim+ = lim+ = 1
x→0 x−0 x→0 x
38 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
De onde concluı́mos que f tem derivada à esquerda e à direita, mas não tem derivada,
já que f ′ (0− ) 6= f ′ (0+ ).
x sen 1 , x 6= 0
Definição 3.8. Seja f : D → R uma função real de variável real. Dizemos que
f é uma função diferenciável (ou derivável) em D se for diferenciável em todos os
pontos de D e à nova função
f′ : D → R
x 7→ f ′ (x)
df
chamamos função derivada de f , a qual indicamos por f ′ , D f ou .
dx
Observação 3.2. Uma função pode ser contı́nua sem que no entanto seja dife-
renciável.
Exemplo 3.5. Consideremos a função f (x) = |x|. Já vimos que admite derivadas
laterais no ponto 0, mas não derivada no ponto 0, pelo que não é diferenciável no
ponto 0. No entanto, f é uma função contı́nua, tal situação não contradiz o Teorema
3.9.
x sen 1 , x 6= 0
Exemplo 3.7. As funções f (x) = sen x, g(x) = cos x e h(x) = ex são de classe C ∞
em R.
x2 sen 1 se x 6= 0
f (x) = x
0 se x = 0
é diferenciável, no entanto,
2x sen 1 − cos 1 se x 6= 0
′ x x
f (x) =
0 se x = 0
1 1
não é contı́nua na origem, já que lim 2x sen − cos não existe. Assim, f não a
x→0 x x
k
pertence a nenhuma classe C . em R.
′
f f f ′ (a)g(a) − f (a)g ′(a)
• se g(a) 6= 0, é diferenciável no ponto a e (a) =
g g (g(a))2
(f1 · f2 · . . . · fn )′ (a) =
= f1′ (a)f2 (a) . . . fn (a) + f1 (a)f2′ (a) . . . fn (a) + . . . + f1 (a)f2 (a) . . . fn′ (a).
π
Exemplo 3.10. Consideremos a função h(x) = sen 2x + , a qual é a composição
π 2
de g(x) = sen x com f (x) = 2x + , assim
2
π
h′ (x) = g ′ (f (x))f ′ (x) = cos 2x + · 2.
2
′
(g ◦ f )′ (x) = ef (x) = g ′ (f (x))f ′ (x) = ef (x) f ′ (x).
′
(ax )′ = ex ln a = ex ln a ln a = ax ln a.
E por isso, a exponencial de base e é a única cuja derivada é igual a si própria, daı́
ser a exponencial privilegiada.
′
h′ (x) = eg(x) ln f (x) = eg(x) ln f (x) (g(x) ln f (x))′ =
f ′(x)
g(x) ′
= f (x) g (x) ln f (x) + g(x) =
f (x)
= f (x)g(x) g ′ (x) ln f (x) + f (x)g(x)−1 g(x)f ′(x)
′ 1 1
f −1 (b) = = .
f ′ (a) f′ (f −1 (b))
′ 1 1 1
f −1 (x) = (arcsen x)′ = = = =
f ′ (f −1 (x)) f ′ (arcsen x)) cos (arcsen x))
1 1
=p =√ .
1 − sen2 (arcsen x) 1 − x2
Proposição 3.16. Seja f uma função diferenciável no seu domı́nio. Então, quando
existirem, temos as seguintes regras de derivação
p ′ f ′ (x)
1. n
f (x) = p , para todo o n ∈ N.
n n f n−1 (x)
′
2. af (x) = f ′ (x)af (x) ln a, para todo o a ∈ R+ \{1}; em particular, quando
′
a = e temos ef (x) = f ′ (x)ef (x) .
f ′ (x)
3. (loga f (x))′ = , para todo o a ∈ R+ \{1}; em particular, quando a = e
f (x) ln a
f ′ (x)
temos (ln f (x))′ = .
f (x)
3.2. TEOREMAS FUNDAMENTAIS 43
′ f ′ (x)
10. (arctg f (x)) = .
1 + f 2 (x)
f ′ (x)
11. (arccotg f (x))′ = − .
1 + f 2 (x)
• f tem um máximo local em c se e só se existe um ε > 0 tal que f (x) ≤ f (c)
para qualquer x ∈ Vε (c) ∩ D. f (c) é máximo local.
• f tem um mı́nimo local em c se e só se existe um ε > 0 tal que f (x) ≥ f (c)
para qualquer x ∈ Vε (c) ∩ D. f (c) é mı́nimo local.
Teorema 3.18. Seja f : D → R uma função com um mı́nimo local (ou relativo) no
ponto a ∈ D, f (a) é mı́nimo local (ou relativo). Se existirem as derivadas laterais
de f no ponto a, então f ′ (a− ) 6 0 e f ′ (a+ ) > 0. Além disso, se f for diferenciável
no ponto a, então f ′ (a) = 0.
Teorema 3.19. Seja f : D → R uma função com um máximo local (ou relativo) no
ponto a ∈ D, f (a) é máximo local (ou relativo). Se existirem as derivadas laterais
de f no ponto a, então f ′ (a− ) > 0 e f ′ (a+ ) 6 0. Além disso, se f for diferenciável
no ponto a, então f ′ (a) = 0.
Além dos exemplos anteriores, uma função pode não ser diferenciável e no entanto
ter extremos. É o que acontece com o seguinte exemplo.
3.2. TEOREMAS FUNDAMENTAIS 45
Exemplo 3.17. Seja f (x) = |x| que tem mı́nimo local no ponto 0, mas não é dife-
renciável no mesmo.
Teorema 3.22 (Teorema de Rolle). Seja f uma função contı́nua num intervalo
[a, b] (com a < b) e diferenciável em ]a, b[. Se f (a) = f (b), então existe pelo menos
um c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) = 0.
Nas condições do Teorema de Rolle, É claro que c pode não ser único, no sentido
em que pode existir c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) = 0.
Uma interpretação fı́sica para o Teorema de Rolle, poderá ser a seguinte: se um
ponto P se move sobre uma reta de acordo com a lei s = f (t), (onde s é a abcissa
do ponto num certo referencial, no instante t) e ocupa a mesma posição em dois
instantes distintos t0 e t1 , (t0 < t1 ), isto é, se f (t0 ) = f (t1 ) (e se verifica as restantes
condições do Teorema de Rolle), então a velocidade do ponto P anula-se pelo menos
uma vez entre estes dois instantes.
Um caso particular do Teorema de Rolle, é se f (a) = f (b) = 0.
Corolário 3.23. Entre dois zeros de uma função diferenciável num intervalo existe,
pelo menos, um zero da sua derivada.
Corolário 3.24. Entre dois zeros consecutivos da derivada de uma função dife-
renciável num intervalo existe, no máximo, um zero da função.
1. se f (a) · f (b) < 0 então existe um único c ∈ [a, b] tal que f (c) = 0.
46 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
2. se f (a) · f (b) > 0 então a função f não se anula no intervalo [a, b].
Teorema 3.25 (Teorema de Lagrange). Seja f uma função contı́nua num inter-
valo [a, b] (com a < b) e diferenciável em ]a, b[. Então existe pelo menos um ponto
c ∈]a, b[ tal que
f (b) − f (a)
f ′ (c) = .
b−a
2. Se f ′ (x) ≥ 0 (f ′ (x) > 0) para todo o x ∈]a, b[, então f é crescente (estrita-
mente crescente) em I.
3. Se f ′ (x) ≤ 0 (f ′ (x) < 0) para todo o x ∈]a, b[, então f é decrescente (estrita-
mente decrescente) em I.
Nota 3.5. Repare que o Teorema de Cauchy está bem definido, pois se g(b)−g(a) = 0,
ou seja, se g(a) = g(b), pelo Teorema de Rolle, concluirı́amos que existe c ∈]a, b[ tal
que g ′(c) = 0, o que contraria a hipótese do Teorema de Cauchy.
f ′ (x) f (x)
e existir lim ′
, então também existe lim e
x→a g (x) x→a g(x)
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′ .
x→a g(x) x→a g (x)
Nota 3.7. Na Regra de Cauchy, o ponto a poderá ser ±∞ caso o intervalo I não
seja limitado.
Nota 3.8. Se as funções f ′ e g ′ ainda estiverem, elas próprias, nas condições da Regra
de Cauchy, então
f (x) f ′ (x) f ′′ (x)
lim = lim ′ = lim ′′ .
x→a g(x) x→a g (x) x→a g (x)
f (x) f ′ (x)
Nota 3.9. Pode existir lim e não existir lim ′ , é exemplo disso a seguinte
x→a g(x) x→a g (x)
1
situação. Consideremos as funções f (x) = x2 sen e g(x) = x. Temos que
x
f (x) 1
lim = lim x sen = 0,
x→0 g(x) x→0 x
f ′ (x)
1 1
enquanto que lim ′ = lim 2x sen − cos não existe.
x→0 g (x) x→0 x x
Nota 3.10. Podemos generalizar a regra de Cauchy para derivadas de ordem k > 2.
f ′′ (a) f n (a)
f (x) = f (a) + f ′ (a)(x − a) + (x − a)2 + . . . + (x − a)n + Rn (x),
2! n!
Rn (x)
para todo o x ∈ I, onde Rn (x) é uma função tal que lim = 0.
x→a (x − a)n
f ′′ (a) f n (a)
O polinómio f (a) + f ′(a)(x − a) + (x − a)2 + . . . + (x − a)n é designado
2! n!
por Polinómio de Taylor de ordem n de f , enquanto que a função Rn (x) é designada
por resto de ordem n.
50 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
Rn (x)
para todo o x ∈ I, onde Rx é uma função tal que lim = 0.
x→0 xn
Teorema 3.32. (Fórmula do Resto de Lagrange) Seja f uma função n + 1
vezes diferenciável num intervalo aberto I. Então, para cada x ∈ I \ {a} existe c
entre a e x (isto é, temos a < c < x ou x < c < a) tal que
Então
Corolário 3.34. Seja f uma função definida num intervalo I e duas vezes diferen-
ciável no ponto a ∈ int(I), ponto crı́tico de f . Então
3.2. TEOREMAS FUNDAMENTAIS 51
3.2.2 Concavidade
Definição 3.35. Dadas duas funções f e g definidas num intervalo I, se f (x) > g(x)
para todo x ∈ J ⊂ I, J intervalo diz-se que o gráfico de f está a cima do gráfico de
g. Se f (x) < g(x) para todo x ∈ J ⊂ I, J intervalo diz-se que o gráfico de f está a
abaixo do gráfico de g.
Definição 3.36. Dada uma função f definida num intervalo I. A função f diz-se
convexa, se para quaisquer x e y pertencentes a [a, b] e para todo t ∈ [0, 1], tem-se:
1. f é convexa em a se existir ε > 0 tal que f (x) − (f (a) + f ′ (a)(x − a)) > 0 para
todo o x ∈ Vε (a)\{a},
2. f é concava em a se existir ε > 0 tal que f (x) − (f (a) + f ′ (a)(x − a)) < 0 para
todo o x ∈ Vε (a)\{a}.
52 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
Observação 3.9.
Se existe Vε (a) tal que f ′′ muda de sinal nessa vizinhança, então a é um ponto de
inflexão de f e extremo local de f ′ .
3.2.3 Assı́ntotas
f (x)
lim =m e lim [f (x) − mx] = p,
x→+∞ x x→+∞
f (x)
lim =m e lim [f (x) − mx] = p,
x→−∞ x x→−∞
3.3 Exercı́cios
Exercı́cio 3.1. Calcule, sempre que possı́vel, as derivadas das seguintes funções nos
pontos indicados, utilizando a definição.
√
1. f (x) = x2 + 9, x=4
1
2. f (x) = , x=2
x
5. f (x) = ln x, x = a ∈ Df
√
6. f (x) = x + 1 − 4, x = a ∈ Df
x3 + 2x2 , x > 0
7. f (x) = ,x = 0
0, x<0
x
1 , x 6= 0
8. f (x) = 1 + ex ,x = 0
0,
x=0
h πi
sen x,
x ∈ 0,
2 π
9. f (x) = 2
2x iπ i , x =
, x∈ ,π 2
π 2
3.3. EXERCÍCIOS 55
ex−1 , x61
Exercı́cio 3.2. Considere a função f (x) = .
1 + ln x, x > 1
s(t) = 6 + 2t + t2
1. t = 1, t = 4 e t = 8.
1
s = f (t) =
1+t
1
1. f (x) = (x + 3)5 11. f (x) = arcsen
x
2. f (x) = 1−x
+ 2x sen2 x
x3 +2 12. f (x) =
2 sen x2
√
ax − 1
3. f (x) = , a, b ∈ R 13. f (x) = x3 arccos x2 − 1
x−b
sen x + cos x
4. f (x) = sen4 (5x) − cos4 (5x) 14. f (x) =
sen x − cos x
5. f (x) = tg(3x2 − 1) 15. f (x) = ex cos x
1 x5 + 1
6. f (x) = ex sen x + e x 16. f (x) =
ex − 2
1 − 3x
7. f (x) = sen(arccos x2 )
cos x 17. f (x) =
2
8. f (x) = arcsen(ln x) 1 − x2
18. f (x) = sen(tg )
9. f (x) = ecos x + x sen x ln x
√
x
19. f (x) = (cos x)
10. f (x) = cos2 (ln (tg x))
20. f (x) = (sen x)cos(2x)
Exercı́cio 3.6. Analise a diferenciabilidade das seguintes funções.
2. f (x) = |x|3
3. f (x) = x|x − 1|
4. f (x) = e−|x|
x2 , x 6 0
5. f (x) =
x, x > 0
x−2
, x>2
6. f (x) = ln(x2 )
arctg(x − 2), x 6 2
(1 − x) ln(x − 1), x>1
2
1−x 1
7. f (x) = , x 6 1, x 6= −
2x + 1 2
1
1, x=−
2
3.3. EXERCÍCIOS 57
x2 sen 1 , x 6= 0
8. f (x) = x
0, x=0
x
arcsen , x>0
x+1
x
9. f (x) = e x+1 − 1, x < 0, x 6= −1
−1, x = −1
x−1
Exercı́cio 3.7. Determine a reta tangente à função f (x) = arcsen , no ponto
2
de intersecção da função com o eixo das abcissas.
√
Exercı́cio 3.8. Determine as retas tangente e normal à função f (x) = x, no ponto
de abcissa 4.
1. Calcule o domı́nio de g.
1. f (x + y) = f (x)f (y)
58 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
2. f (x) = 1 + xg(x)
3. lim g(x) = 1
x→0
2. f (x) = ln x, n=6
′
arcsen(x + 1). Determine (f −1 (x)) dos seguintes modos:
2. Diretamente.
2 −1
Exercı́cio 3.19. Considere a função f (x) = ex + 1.
π
2. Mostre que no ponto de abcissa a reta tangente ao gráfico da função é
4
horizontal.
Exercı́cio 3.21. Mostre que a equação x − cos x = 1 tem uma única solução no
intervalo [0, π2 ].
Exercı́cio 3.22. Mostre que a equação 2x3 + 4x + 8 = 3 tem uma única solução
real.
1. Calcule f (1).
Exercı́cio 3.24. Prove que a função f (x) = x3 − 6x2 + 9x − 2 tem um e um só zero
no intervalo ]1, 3[.
Exercı́cio 3.25. Prove que a equação 4x3 − 6x2 + 1 = 0 tem três soluções distintas.
Exercı́cio 3.26. Seja f uma função definida em R por f (x) = arcsen(x + 1). De-
termine o valor intermédio a que se refere o teorema de Lagrange em [−2, 0].
2 −4
Exercı́cio 3.27. Considere a função f (x) = ex + x. Escreva as condições que a
função deve satisfazer para que no intervalo [−1, 1] se possa aplicar o Teorema de
Lagrange e confirme a sua veracidade.
2
3−x , x61
f (x) = 2
1,
x>1
x
60 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
1 x+1 1
1. < ln < , x>0
x+1 x x
Exercı́cio 3.31. Uma estrada rectilı́nea de 50Km liga duas cidades A e B. Prove
que é impossı́vel viajar de A a B de automóvel, em exactamente uma hora, sem que
o velocı́metro registre 50Km/h pelo menos uma vez.
1. f (x) = ln x em a = 1 para n = 2.
1
4. f (x) = em a = 1 para n = 4.
x
2
5. f (x) = ex em a = 0 para n = 4.
1
6. f (x) = xe− x em a = 1 para n = 3.
1
3. f (x) = para n = 4
1+x
sen 4x
1. lim 9. limπ (tg x)cos x
x→0 2x x→ 2
sen x
e − ecos x
2. limπ 10. lim xe1−x
x→ 4 sen x − cos x x→+∞
√
ln(sen x) 11. lim 2x 3 x
3. lim+ x→−∞
x→0 ln(tg x)
12. lim+ xx
−x2 x→0
4. lim xe
x→−∞ 2x
x+2
1
13. lim
1 1
5. lim − x→+∞ x2
x→0 sen x x
14. lim xtg( 2x )
π
1
x
6. lim (e + x) x x→1
x→+∞
tg x − 1
3 − 2x
x
15. limπ
7. lim x→ 2 2 + cos1 x
x→0 x
ln(1 + x) 16. lim [x − ln(3ex − 1)]
x→+∞
8. lim
x→+∞ 1 + 3x
1. lim+ v
R→r
2. lim+ v
R→0
a x
Exercı́cio 3.39. Prove, utilizando a Regra de Cauchy, que lim 1+ = ea .
x→+∞ x
2. Calcule f ′ (x).
3.3. EXERCÍCIOS 63
3. Existe um intervalo fechado contido em [0, +∞[ onde seja possı́vel aplicar o
Teorema de Rolle? Justifique.
xex+1 , x 6 0
Exercı́cio 3.41. Considere a função f (x) =
x , x>0
x−2
1. Determine as assı́ntotas ao gráfico de f .
k
C(t) = (e−bt − e−at )
a−b
Exercı́cio 3.45. Determine o volume máximo de um cilindro circular reto que pode
ser inscrito num cone de 12cm de altura e 4cm de raio da base, se os eixos do cilindro
e do cone coincidem.
64 CAPÍTULO 3. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
Exercı́cio 3.46. Uma bateria de voltagem fixa V e resistência interna fixa r está
ligada a um circuito de resistência variável R. Pela lei de Ohm, a corrente I no
V
circuito é I = . Se a força resultante é dada por P = I 2 R, mostre que a força
R+r
máxima ocorre se R = r.
Exercı́cio 3.48. Estude cada uma das seguintes funções. Para tal determine
• Os zeros • As assı́ntotas
• Os extremos
De seguida esboce o gráfico.
Exercı́cio 3.49. Esboce o gráfico de uma função contı́nua f que verifique todas as
condições indicadas:
1. • f (0) = 1 e f (2) = 3
• f ′ (0) = f ′ (2) = 0
• f ′ (0) = 0
Cálculo Integral em R
4.1 Integração
Neste capı́tulo iremos aprender o conceito de função integrável, o teorema funda-
mental do cálculo e várias propriedades do cálculo integral. Começamos por definir
o conceito de partição de um intervalo.
Definição 4.1. Sejam a, b ∈ R. Dados n+1 pontos onde a = x0 < x1 < ... < xn = b
Ao conjunto P = {[xi , xi+1 ] : i = 0, ..., n − 1} Chama-se uma partição de [a, b].
Nota 4.2. Dada uma partição pode-se sempre considerar partições mais finas.
n
X
sP (f ) = (xi+1 − xi ) inf f (x).
xi ∈[xi ,xi+1 ]
i=0
67
68 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
n
X
SP (f ) = (xi+1 − xi ) sup f (x).
i=0 xi ∈[xi ,xi+1 ]
Nota 4.3. 1. Ambas as somas estão bem definidas porque f em cada intervalo
que é compacto, isto é, é fechado e limitado. Logo, atinge um mı́nimo e um
máximo.
Se Z b Z b
f (x)dx = f (x)dx
a a
SP (f ) − sP (f ) < ε.
Proposição 4.12. Sejam f, g : [a, b] → R duas funções integráveis em [a, b], então
f.g é integrável em [a, b].
Z b Z b
2. f (x)dx 6 |f (x)|dx
a a
Prova: Como f está definida num intervalo compacto, f tem um mı́nimo (x0 ) e
um máximo (x1 ).
Z b Z b Z b
f (x0 )(b − a) = f (x0 )dx ≤ f (x)dx ≤ f (x1 )dx = f (x1 )(b − a).
a a a
Isto é, Z b
f (x)dx
a
f (x0 ) ≤ ≤ f (x1 ).
b−a
Assim pelo Teorema de Bolzano, Existe um c ∈]a, b[ tal que
Z b
f (x)dx Z b
a
f (c) = ⇔ f (x)dx = f (c)(b − a).
b−a a
Nota 4.5. O Teorema anterior garante que existe um rectângulo de base [a, b] e
altura f (c), o qual tem área igual ao integral de f de a até b.
O resultado que se segue permite calcular integrais de uma forma muito mais
rápida, sem ter de passar pelo cálculo de limites e de somatórios.
então !
φ(x)
d
Z
f (t)dt = f (φ(x))φ′ (x) − f (ψ(x))ψ ′ (x).
dx ψ(x)
Z x
sen t2 dt, então
Exemplo 4.1. Consideremos que a função f é dada por f (x) =
2
a sua derivada é dada por
Z x
d
′ 2
dt = sen x2 · x′ − sen 4 · (2)′ = sen x2 .
f (x) = sen t
dx 2
Z ex
Exemplo 4.2. Consideremos que a função f é dada por f (x) = ln2 tdt, então a
x3 −1
sua derivada é dada por
Z ex
d ′
′
ln tdt = ln2 (ex ) · (ex )′ − ln2 x3 − 1 · x3 − 1 =
2
f (x) =
dx x3 −1
= x2 ex − 3x2 ln2 x3 − 1 .
2 2
x3 23 13
7
Z
2
x dx = = − = .
1 3 1 3 3 3
√ " 3
#e
Z 2
4 − ln x
Z 2
1 1 2 (4 − ln x) 2 √ 16
dx = (4 − ln x) dx = − 2 = −2 3 + .
1 x 1 x 3 3
1
4.2. PRIMITIVAÇÃO 73
4.2 Primitivação
Definição 4.19. Seja f : [a, b] → R uma função real de variável real. Dizemos que
a função F : [a, b] → R é uma primitiva de
Z f se para todo o x ∈ [a, b] tivermos
F ′ (x) = f (x), e escrevemos que F (x) = f (x)dx ou F (x) = P f (x). Dizemos
também que f é primitivável se admitir uma primitiva.
Nota 4.6. Dada uma função primitivável, a Observação anterior justifica o termo
uma primitiva e em detrimento de a primitiva, uma vez que existem infinitas primi-
tivas (tantas quantas os números reais).
Teorema 4.20. Seja f : [a, b] → R uma função real de variável real primitivável.
Se F e G são duas primitivas de f em [a, b], então F (x) − G(x) = K para todo o
x ∈ [a, b] e para algum K ∈ R.
x3
Z Z
2 2
Exemplo 4.5. Temos que 5x dx = 5 x dx = 5 + k.
3
Z Z Z
Exemplo 4.6. Temos que cos x + e dx = cos xdx + ex dx = sen x + ex + k.
x
Teorema 4.22. Toda a função contı́nua num intervalo [a, b] é primitivável nesse
mesmo intervalo.
f α+1 (x)
Z
2. f ′ (x)f α (x)dx = + K, para todo o α ∈ R \{−1}
α+1
f ′ (x)
Z
3. dx = ln |f (x)| + K
f (x)
af (x)
Z
4. f ′ (x)af (x) dx = + K, para todo o a ∈ R+ \{1}; em particular, quando
Z ln a
a = e temos f ′ (x)ef (x) dx = ef (x) + K.
Z
5. f ′ (x) cos f (x)dx = sen f (x) + K
Z
6. f ′ (x) sen f (x)dx = − cos f (x) + K
f ′ (x)
Z
7. dx = tg f (x) + K
cos2 f (x)
f ′ (x)
Z
8. dx = − cotg f (x) + K
sen2 f (x)
f ′ (x)
Z
9. p dx = arcsen f (x) + K = − arccos f (x) + K
1 − f 2 (x)
f ′ (x)
Z
10. dx = arctg f (x) + K = − arccotg f (x) + K
1 + f 2 (x)
4.2. PRIMITIVAÇÃO 75
P (x) = an xn + . . . + a1 x + a0
e
Q(x) = bm xm + . . . + b1 x + b0
com aj , bj ∈ R, an 6= 0 e bm 6= 0.
m mq
P (x) = (x − a1 )n1 . . . (x − ap )np (x − α1 )2 + β12 1 . . . (x − αq )2 + βq2
,
Definição 4.25. Seja f : D → R uma função. Dizemos que f é uma função racional
P (x)
se existirem polinómios P e Q tais que f (x) = e D = {x ∈ R : Q(x) 6= 0}.
Q(x)
76 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
P (x)
Definição 4.26. Seja f (x) = uma função racional. Dizemos que f é irre-
Q(x)
dutı́vel se P e Q não tiverem raı́zes comuns.
P (x)
Consideremos uma função racional irredutı́vel f (x) = , podemos ter dois
Q(x)
casos:
P (x)
Teorema 4.27. Seja uma função racional irredutı́vel em que o grau do po-
Q(x)
linómio P é menor do que o grau do polinómio Q. Se
Q(x) = a0 (x − a)n ,
P (x) An An−1 A1
= + + ...+ ,
Q(x) (x − a) n (x − a) n−1 x−a
Observação 4.7. Qualquer uma das novas parecelas que surgem da aplicação do
Teorema anterior tem primitiva imediata:
Ai (x − a)−i+1
Z Z
−i
• dx = A i (x − a) dx = Ai + K se i 6= 1
(x − a)i −i + 1
Ai
Z
• dx = Ai ln |x − a| + K
x−a
Observação 4.8. Em geral, para cada raı́z real ai de multiplicidade ni do polinómio
P (x)
Q, na decomposição da função racional surgem as parcelas
Q(x)
Ani Ani −1 A1
+ −1
+ ...+ .
(x − ai ) n i (x − ai ) n i x − ai
P (x)
Teorema 4.28. Seja uma função racional irredutı́vel em que o grau do po-
Q(x)
linómio P é menor do que o grau do polinómio Q. Se
r
Q(x) = a0 (x − α)2 + β 2 ,
x3 + x 2 x3 x2
Z Z
dx = x2 + x + 2 + dx = + + 2x + 2 ln |x − 1| + K
x−1 x−1 3 2
78 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
2a 2a A1 A0
Z Z Z
dx = dx = + dx =
x − a2
2 (x − a)(x + a) x−a x+a
A1 (x + a) A0 (x − a)
Z
= + =
(x − a)(x + a) (x + a)(x − a)
(A1 + A0 )x + (A1 − A0 )a
Z
=
(x + a)(x − a)
A1 + A0 = 0,
A1 = −A0 ,
A1 = −A0 = 1,
⇔ ⇔
A1 − A0 = 2.
−A0 − A0 = 2.
A0 = −1.
2a 1 1
Z Z
dx = − dx =
x − a2
2 x−a x+a
x − a
= ln |x − a| − ln |x + a| + K = ln
+K
x + a
Exemplo 4.9. Na primitiva que se segue surgem raı́zes reais simples e raı́zes reais
com multiplicidade no polinómio do denominador.
5x + 1 2 1 1
Z Z
dx = + − dx =
(x − 1)2 (x + 2) (x − 1) 2 x−1 x+2
1 1
Z
= 2(x − 1)−2 + − dx =
x−1 x+2
(x − 1)−1
=2 + ln |x − 1| − ln |x + 2| + K =
−1
2 x − 1
=− + ln +K
x−1 x + 2
Exemplo 4.10. Na primitiva que se segue surgem raı́zes complexas e reais no po-
4.2. PRIMITIVAÇÃO 79
linómio do denominador.
Prova: Vamos apenas ver que a igualdade referida no Teorema é verdadeira. Pela
regra de derivação do produto sabemos que
x2 x2 1 x2 ln x 1 x2 ln x x2
Z Z Z
x ln xdx = ln x − dx = − xdx = − + K.
2 2 x 2 2 2 4
Prova: Vamos apenas ver que a igualdade referida no Teorema 4.30 é verdadeira.
Seja F uma primitiva de f , então para todo o x ∈ I, aplicando a regra da derivação
composta, temos
4.2. PRIMITIVAÇÃO 81
x3
Exemplo 4.12. Vamos calcular uma primitiva da função h(x) = √ usando
√ x−1
o método de primitivação por substituição. Consideremos x − 1 = t, ou seja,
x = φ(t) = t2 + 1 e temos que
x3 (t2 + 1)3
Z Z Z
√ dx = 2tdt = 2 t6 + 3t4 + 3t2 + 1dt =
x−1 t
7
t5
t 3
=2 +3 +t +t +K =
7 5
√ 7 √ 5 !
x−1 x−1 √ 3 √
=2 +3 + x − 1 + x − 1 + K.
7 5
x
Z
Exemplo 4.13. Para calcular a primitiva √ dx podemos fazer a substituição
x2 + 4
x = 2 tg t e obtemos
x 2 tg t 4 tg t sec2 t
Z Z Z Z
2
√ dx = p 2 sec tdt = √ tdt = 2 tg t sec tdt =
x2 + 4 4 tg2 t + 4 2 sec2 t
cos−3 t 2 cos−3 t
Z
= −2 − sen t cos−2 tdt = −2 +K = +K =
−3 3
2 −3
x
= cos arctg + K.
3 2
x
Z
Exemplo 4.14. Para calcular a primitiva √ dx podemos no entanto fazer
x2+4
82 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
Z √
Exemplo 4.15. Para o cálculo da primitiva x2 9 − x2 dx podemos fazer a substi-
tuição x = 3 sen t e obtemos
Z
2
√ Z √ Z
x 9 − x2 dx = 9 sen t 9 − 9 sen2 t · 3 cos tdt = 27 sen2 t cos2 tdt =
2
Z 2
sen 2t 27 27 1 − cos 4t
Z Z
2
= 27 dt = sen 2tdt = dt =
2 4 4 2
27 27 sen 4t
Z
= 1 − cos 4tdt = t− =
8 8 4
27 x 27 x
= arcsen − sen 4 arcsen
8 3 32 3
x
Z
Exemplo 4.16. Para o cálculo da primitiva √
dx será necessário efec-
3 − 2x − x2
tuar duas substituições. Começamos por fazer a subsituição x = t − 1 e obtemos
x t−1
Z Z
√ dx = √ dt,
3 − 2x − x2 4 − t2
x 2 sen u − 1 2 sen u − 1
Z Z Z
√ dx = √ 2 cos udu = √ 2 cos udu =
3 − 2x − x2 Z 4 − 4 sen 2u 2 1 − sen 2u
t2
2 t 2 t
onde usámos a igualdade cos arcsen = 1 − sen arcsen =1− .
2 2 4
4.2. PRIMITIVAÇÃO 83
Z 3
Exemplo 4.17. Para calcular o integral xex dx podemos utilizar o método de
0
integração por partes, vamos escolher f ′ (x) = ex e g(x) = x, assim temos que
f (x) = ex e g ′(x) = 1 e vem que
Z 3 Z 3
x x
e x dx = [e x]30 − ex · 1 dx = 3e3 − 0 − [ex ]30 = 3e3 − e3 + 1 = 2e3 + 1.
0 0
√
3 3 √
9 − x2
Z
2
Exemplo 4.18. Para calcular o integral 2
dx podemos utilizar o método
3
2
x
de integração por substituição, fazendo a substituição x = φ(t) = 3 sen t, assim
√ √ √ π
temos que φ′ (x) = 3 cos t, φ(t) = 3 2 3 ⇒ 3 sen t = 3 2 3 ⇒ sen t = 23 ⇒ t = e
3
84 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
3 3 1 π
φ(t) = 2
⇒ 3 sen t = 2
⇒ sen t = 2
⇒t= e vem que
6
√
3 3 √ π √ Z π √
9 − x2 9 − 9 sen2 t 3 3 1 − sen2 t
Z Z
2 3
dx = 3 cos tdt = cos tdt =
3
2
x2 π
6
9 sen2 t π
6
3 sen2 t
Z π Z π Z π
3 cos t 3 3
2
= 2t
cos tdt = cotg tdt = cosec2 t − 1dt =
π
6
sen π
6
π
6
π π π π π
= [− cotg t − t] π3 = − cotg − + cotg + =
√ 3 3 6 6
6
√
3 π √ 2 3 π
=− − + 3= −
3 6 3 6
Nesta secção vamos ver algumas aplicações geométricas do Cálculo Integral, nome-
adamente para determinar áreas de regiões planas, comprimento de curvas, volumes
de sólidos de revolução e áreas de sólidos de revolução.
Dada uma função real f definida num intervalo I = [a, b] tal que f (x) ≥ 0 para
todo o x ∈ I. Designemos o conjunto limitado pelo gráfico de f , o eixo do xx e as
retas verticais x = a e x = b, a região de ordenadas de f em I, por Ω. Então temos
Ω = {(x, y) : a ≤ x ≤ b, 0 ≤ y ≤ f (x)}
e Z b
f (x) dx = Área(Ω)
a
4.2. PRIMITIVAÇÃO 85
a b
então
Ω+
a Ω− b
Z b
f (x) dx = Área(Ω+ ) − Área(Ω− ).
a
a b
Ω−
Rb
Em a
f (x) dx designamos f (x) a função integranda, o intervalo I a região de
integração e x a variável de integração, que pode ser substituı́da por qualquer outro
sı́mbolo.
Conclusão: Seja f uma função contı́nua no intervalo [a, b]. A área da região
plana limitada pelo gráfico da função f , pelo eixo das abcissas e pelas retas x = a
e x = b é dada pelo integral Z b
|f (x)|dx.
a
g(x)
f (x)
a c b
4.2. PRIMITIVAÇÃO 87
então
Z b Z c Z b
|f (x) − g(x)|dx = f (x) − g(x)dx + g(x) − f (x)dx
a a c
Comprimento de Curvas
Seja f uma função contı́nua no intervalo [a, b], tal que f (a) = A e f (b) = B. O
comprimento da curva dada por y = f (x) entre os pontos (a, A) e (b, B), ou seja, o
comprimento do curva dada pelo gráfico de f entre as retas x = a e x = b é dado
por Z bq
1 + [f ′ (x)]2 dx.
a
x2
Exemplo 4.20. O comprimento da curva dada pela equação y = − ln x com
8
88 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
Sejam f e g duas funções contı́nuas no intervalo [a, b], tais que 0 6 g(x) 6 f (x) para
todo o x ∈ [a, b].
Consideremos agora que a região A faz uma rotação de 2π em torno do eixo das
abcissas, ou seja, dá uma volta completa em torno do eixo das abcissas. Desta forma
é criado um sólido, ao qual chamamos sólido de revolução, cujo volume é dado por
Z b
π f 2 (x) − g 2 (x)dx.
a
Consideremos agora que a região B faz uma rotação de 2π em torno do eixo das
ordenadas, ou seja, dá uma volta completa em torno do eixo das ordenadas. Desta
forma é criado um sólido, ao qual chamamos sólido de revolução, cujo volume é dado
4.2. PRIMITIVAÇÃO 89
por Z d
π f 2 (y) − g 2 (y)dy.
c
D = (x, y) ∈ R2 : 1 6 x 6 2 , 1 6 y 6 x2 .
O volume do sólido de revolução quando fazemos uma rotação em torno do eixo das
abcissas é dado pelo integral
2 2 2
x5
Z Z
2 2 2 4
π x − 1 dx = π x − 1dx = π −x =
1 1 5
1
32 1 26π
=π −2 −π −1 =
5 5 5
D = (x, y) ∈ R2 : 1 6 x 6 2 , 1 6 y 6 x2 .
Para calcular o volume do sólido de revolução quando fazemos uma rotação em torno
do eixo das ordenadas, temos de reescrever a região D na forma
√
D = (x, y) ∈ R2 : 1 6 y 6 4 , y 6 x 6 2 ,
4 4 4
y2
√
Z Z
2 2
π 2 − ( y) dy = π 4 − ydy = π 4y − =
1 1 2 1
16 1 9π
= π 16 − −π 4− =
2 2 2
Nota 4.9. Caso a região plana A seja limitada pelo gráfico da função f o eixo do xx
90 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
A = (x, y) ∈ R2 : a 6 x 6 b , 0 6 y 6 f (x)
Seja f uma função contı́nua, diferenciável no intervalo [a, b] tal que f (x) ≥ 0 para
todo x ∈ [a, b].
Consideremos a curva dada por y = f (x) entre os pontos (a, f (a)) e (b, f (b)), ou
seja, a curva dada pelo gráfico de f entre as retas x = a e x = b.
Consideremos agora que essa curva faz uma rotação de 2π em torno do eixo das
abcissas, ou seja, dá uma volta completa em torno do eixo das abcissas. Desta forma
é criada uma superfı́cie de revolução, cuja área é dada por
Z b q
2π f (x) 1 + [f ′ (x)]2 dx.
a
Consideremos agora que essa curva faz uma rotação de 2π em torno do eixo das
ordenadas, ou seja, dá uma volta completa em torno do eixo das ordenadas. Desta
forma é criada uma superfı́cie de revolução, cuja área é dada por
Z d q
2π g(y) 1 + [g ′(y)]2 dy.
c
√
Exemplo 4.23. Consideremos a curva dada por y = x entre os pontos (4, 2) e (9, 3),
na qual fazemos uma rotação de 2π em torno do eixo das abcissas, obtendo uma
4.2. PRIMITIVAÇÃO 91
2 3
Z 3 √ √ x √
2π 4x 1 + 16dx = 2π. 17.4 = 4 17.π.(32 − 1)
1 2 1
92 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
4.3 Exercı́cios
arctg x
Z Z
3
1. x dx 13. dx
1 + x2
1 ln2 x
Z Z
2. dx 14. dx
x x
Z
cos(ln x)
Z
3. − sen xdx 15. dx
Z x
ex
Z
4. cos xdx 16. dx
1 + e2x
1
Z
1
Z
5. dx 17. √ dx
1 + x2 3
1+x
Z
e2x + 32
Z
6. ex dx
18. dx
1 + 3x + e2x
2x
Z
4
Z
7. dx
2
x +1 19. − 2 dx
Z cos x
cos x
Z
8. ex+3 dx
20. dx
Z sen x
3x2 + 5x + 1dx 4x3
Z
9.
21. dx
x4 + 1
Z √
10. 2x x2 + 3dx arcsen2 x
Z
22. √ dx
Z 1 − x2
11. (x2 + 1)3 dx 1
Z
23. dx
Z 1 + (2x)2
10x cos 5x2 + 7 dx
12.
3x sen (arctan x)
Z Z
1. √ dx 10. dx
5
1 + 5x2 1 + x2
1
cos (ln x2 )
Z
ex
Z
2. dx 11. dx
x2 x
√
tg x
Z
π
Z
3. cos 2x − dx 12. √ dx
4 x
Z
1
Z
4. dx 13. sen3 x cos4 xdx
x ln x
2x
Z Z
5. 2x−1 dx 14. dx
cos (x2 + 1)
2
1
Z Z
2
6. xe−x dx 15. 2
dx
x + 2x + 2
x+2 2x + 1
Z Z
7. dx 16. dx
x2 + 4x x2 + 1
1
Z Z
2
8. ex +2 sen x (x + cos x) dx 17. √ dx
9 − x2
√
x
Z
cos x
Z
9. √ dx 18. p dx
x 7 − (x − 2x2 + 1)
4
Z
19. cos x cos(2x)dx
ln x
Z
3. dx, x = et
x2
sen x
Z
4. dx, cos x = t
2 − sen2 x
x
Z
5. √ dx, x = t2 − 1
x+1
1
Z
6. p dx, x = sen2 t
x(1 − x)
1+x √
Z
7. √ dx, t= x
1+ x
sen(2x)
Z
8. √ dx, t = sen x
1 + sen2 x
Exercı́cio 4.5. Calcule as seguintes primitivas utilizando as substituições adequa-
das.
1
Z
1. √ dx
ex −1
Z √
2. 1 − x2 dx
ln x
Z
3. dx
x 1 − ln2 x
Z
3
4. x2 ex dx
√
Z
4
5. sen x − 1dx
√
sen x
Z
6. √ dx, em R+
x
1
Z
7. dx
ex + e−x
4.3. EXERCÍCIOS 95
1
5. f ′ (x) = √ e f (e) = 1
x ln x
Exercı́cio 4.9. Calcule a primitiva das seguintes funções algébricas irracionais e
transcendentes.
1 1
Z Z
1. √ √ dx 7. q dx
x+ 3x
√ (x2 + a2 )3
2x + 3 Z √
Z
2. √ dx x2 − a2
1 − 4 2x + 3 8. dx
Z q√ x
3
x2 + 2dx 1
Z
3. x
9. dx
2 cos x + 1
1
Z
√ 1
Z
4. dx
2
x x −x+2 10. dx
cos x − sen2 x
2
1
Z
1
Z
5. √ dx
x −x2 + 4x − 3 11. x
dx
Z √ e +1
6. 1 − x2 dx
Exercı́cio 4.10. Seja P (t) a população de uma bactéria numa colónia no tempo t
(em minutos). Supondo que P (0) = 100 e que P (t) aumenta a uma taxa (variável)
de 20e3t , quantas bactérias existem passados 50 dias?
Exercı́cio 4.11. Uma partı́cula parte da origem e tem uma velocidade (em centı́metros
por segundo)
v(t) = 7 + 4t3 + 6 sin(πt)
2 0
ex (ex − 1)2
Z Z
2
1. x − 2x + 3dx 13. dx (t = ex )
1 1 ex + 1
Z 8 √ √
3
Z 1
y2
2. 2x + xdx 14. dy
0 0 y6 + 4
Z 1 Z 3
3. √ x arcsen x2 dx 15. 3x + |x2 − 4x − 5|dx
2
2
−2
√
Z 0
1
Z 2 √
4. √ dx 16. 4 − x2 dx (x = 2 sen t)
−3 25 + 3x 1
π
1 Z
x
Z
4
5. 2
dx 17. tg xdx
0 x + 3x + 2 − π4
1
x4
Z Z −1 √
6. dx 18. x2 4 − x2 dx (x = 2 sen t)
−1 x+2 1
1
1 1
Z
1
x2
Z
7. dx 19. dx (x = t2 )
0 x2 + 4x + 5 1+x
1
2
4
1
x2
Z 1
et + 4
Z
8. dx 20.
2
dt
0 x3 + 1 e2t + 4
Z π 1
4 e
sen(ln x)
Z
9. sec2 tdt 21. dx
π
6 1 x
Z e √
2
2 1
Z
10. x ln xdx 2
√
1
22. dx x = sen t
Z π 0 1 − x2
2 π
3
Z
11. sen ydy 2
0
23. x cos(2x)dx
0
−3
1
Z
12. dx
−2 x2 −1
Z x
2
Exercı́cio 4.15. Calcule F (x), sendo F (x) = ′
e−t dt.
2
Z 3
Exercı́cio 4.16. Calcule ϕ (x), sendo ϕ(x) = ′
x2 esen t dt.
x
x2
sen t
Z
2. f (x) = dt
arcsen x t
98 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
Z x2 +1
3. f (x) = sen tdt
ln x
x
1
Z
′ ′′
Exercı́cio 4.18. Calcule f (1) e f (0), sendo f (x) = (t + 1) − dt.
0 2
Z a ln x
2
Exercı́cio 4.19. Determine o valor da constante a, sabendo que f (x) = et dt
x
e f ′ (1) = 0.
x2 +x
ln t
Z
Exercı́cio 4.20. Considere a função f : [1, +∞[→ R definida por f (x) = √ dt.
2 t+2
2
Prove que 3
f ′ (1) = ln 2.
Z x
Exercı́cio 4.21. Determine os extremos da função f (x) = t2 ln tdt, quando
1
2
x > 12 .
Z x
2
Exercı́cio 4.22. Considere a função f : [0, 1] → R definida por f (x) = et dt.
x2
1. Calcule f ′ (x).
Exercı́cio 4.23. Calcule o valor médio da função definida por g(x) = x arctg x em
[−1, 1].
1. lim 0
x→0 x4
Z x
2
xe−t dt
2. lim 0 2 .
x→0 1 − e−x
C(x)
1. lim
x→0 x
C(x) − x
2. lim
x→0 x5
Exercı́cio 4.28. Água corre para dentro de um tanque a uma taxa de 2t + 3 litros
por minuto, onde t representa o tempo em horas depois do meio-dia. Se o tanque
está vazio às 12h e tem a capacidade de 1000 litros, quando estará cheio?
√
4. Limitada pelas curvas y = x e y = x2 .
9. Limitada pelos gráficos das funções f (x) = sen x e g(x) = cos x e pelas retas
x = 0 e x = π.
100 CAPÍTULO 4. CÁLCULO INTEGRAL EM R
10. Limitada pelos gráficos das funções f (x) = arcsen x e g(x) = arccos x e pela
recta x = 0.
11. Limitada pelo eixo das ordenadas e pela parábola com vértice no ponto (1, 0)
e que passa pelos pontos (0, 1) e (0, −1).
1. Circunferência de raio r.
D = {(x, y) ∈ R2 : 1 6 x 6 3 , 0 6 y 6 4x}.
4.3. EXERCÍCIOS 101
A = (x, y) ∈ R2 : 0 6 y 6 ex − 1 , 0 6 x 6 1 .
A = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 6 4 , y > −x , 0 6 y 6 2 , x 6 0 .
[2] Stewart, J., Calculus Seventh Edition, Brooks/Cole Publishing Company, 2012
[3] Lima, E. L., Curso de Análise, Vol. 1, Projecto Euclides, IMPA, 1989
[4] Sá, A., Louro, B., Cálculo diferencial e Integral em R, Matcubo, 2015
103