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Operações Unitárias I

Fragmentação de sólidos
Conceitos e equipamentos
PROF. DR. NICHOLAS CANABARRO

canabarro@fei.edu.br
Agenda – Aula 05

REVISÃO DA ÚLTIMA FRAGMENTAÇÃO DOS TIPOS DE BRITADORES E


AULA SÓLIDOS MOINHOS

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Modelo de Gates, Gaudin e Schumann (GGS)
1. Equação do modelo

( )
𝐦
𝐃
𝐗= (1)
𝐤
Onde:
X  fração passante acumulada
Casos mais comuns  m > 1
D  diâmetro médio da partícula para o referido X

k e m são parâmetros de ajuste do modelo:


 k representa o diâmetro da partícula onde teremos 100% do material passante (também escrito
como D100)
 m caracteriza a uniformidade do material (sem significado estatístico)

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Modelo de Gates, Gaudin e Schumann (GGS)
2. Linearização do modelo
 Para facilitar a manipulação do modelo, é interessante realizarmos uma linearização:

( )
𝐦
𝐃
𝐗= (1)
𝐤
y ax b
 Aplicando a propriedade do logaritmo:
𝐥𝐨𝐠❑ 𝐗=𝐦 log 𝑫 −𝒎 log 𝒌
𝐥𝐨𝐠❑ 𝐗=𝐦 𝐥𝐨𝐠 ( )
𝐃
𝐤
log X
𝐥𝐨𝐠❑ 𝐗 =𝐦 ( log 𝑫 − log 𝒌 )

𝐥𝐨𝐠❑ 𝐗=𝐦 log 𝑫 −𝒎 log 𝒌 (2)

log D

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Modelo de Gates, Gaudin e Schumann (GGS)
4. Determinação do diâmetro médio
 Depois de determinar os parâmetros de ajuste do modelo (m e k), podemos determinar o diâmetro médio de
Sauter da seguinte maneira:

𝐃 𝐒= | 𝐦 −𝟏
𝐦 |𝐤 (3)

Obs: eq. 3 é válida para m > 1 (nossos casos aqui na disciplina).

Comparação entre modelo e


experimental!

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Modelo de Rosin, Rammler e Bennet (RRB)
1. Equação do modelo

( )
𝒏
𝑫

𝐗=𝟏 − 𝒆 𝑫

(4)

Onde:
X  fração passante acumulada

D  diâmetro médio da partícula para o referido X

e n são parâmetros de ajuste do modelo:


 representa o diâmetro da partícula onde teremos 63,2% do material passante (também escrito
como D63,2)
 n caracteriza a uniformidade do material (sem significado estatístico)

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Modelo de Rosin, Rammler e Bennet (RRB)
2. Linearização do modelo

𝒏 ln 𝑫 −𝒏 ln 𝐷 =ln ln ( [ 𝟏
𝟏− 𝑿
) ]
[
ln ln (
𝟏
𝟏− 𝑿 ]
) =𝒏 ln 𝑫 −𝒏 ln 𝑫

(5)

y ax b

log X

log D

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Modelo de Rosin, Rammler e Bennet (RRB)
4. Determinação do diâmetro médio (para n >1)
𝟏
𝐱=𝟏−
𝐃′ 𝐧
𝐃= (6) Onde:
𝚪(𝐱 ) 𝚪 ( 𝐱 +𝟏 ) =𝐱 𝚪 ( 𝐱 ) → 𝟏 ≤ 𝒙 ≤ 𝟐 (valor tabelado  Função gama)

Obs: não confundir o X (das eqs. 4 e 5) com o x da eq (6).

Exemplo: supondo n=2,43


 Cálculo de Γ(x): 𝚪 ( 𝐱 +𝟏 ) =𝐱 𝚪 ( 𝐱 )
𝟏
 Cálculo de x: 𝐱=𝟏− 𝚪 ( 𝟎 ,𝟓𝟗 +𝟏 ) =𝟎 , 𝟓𝟗 𝚪 ( 𝟎 ,𝟓𝟗 )
𝐧
𝟏 𝚪 ( 𝟎 , 𝟓𝟗+ 𝟏 )
=𝚪 ( 𝟎 ,𝟓𝟗 )
𝐱=𝟏− 𝟎 ,𝟓𝟗
𝟐 , 𝟒𝟑
𝟎 ,𝟖𝟗𝟐𝟒𝟑
𝐱=𝟎 , 𝟓𝟗 𝟏 ,𝟓𝟏𝟔 = =𝚪 ( 𝟎 , 𝟓𝟗 )
𝟎 , 𝟓𝟗

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Objetivos
1. Definir a operação de fracionamento de sólidos;

2. Conhecer as diferenças entre britadores e moinhos (e suas


diferentes configurações)

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Fragmentação de sólidos
Definição
 Quebra de partículas sólidas em partículas menores;
 Objetivo: Apenas obter partículas menores, ou aumentar a área superficial das partículas;
 Exemplo: Supondo que o cubo mágico abaixo é uma partícula que irá passar por um processo de
fragmentação: Se separarmos cada cubo por um
Cada quadrado possui tamanho de aresta 1 cm processo de fragmentação, teremos:

Ou seja:
Cada face possui 3 cm x 3 cm 𝐀 𝐜𝐮𝐛𝐨 =𝟔 ∗𝟏 𝐜 𝐦 𝟐=𝟔 𝐜𝐦 ²

Se um cubo possui 6 faces: Como temos 27 cubos:


𝐀 𝐜𝐮𝐛𝐨 =𝟔 ×𝟗 𝐜 𝐦 2=𝟓𝟒 𝐜𝐦 ² 𝐀 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 =𝟐𝟕 ∗𝟔 𝐜 𝐦𝟐 =𝟏𝟔𝟐 𝐜𝐦 ²

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Mecanismo de fragmentação
 Dada a grande variedade estrutural dos materiais processados na indústria, bem como os inúmeros graus de
finura desejados, fica claro que o mecanismo de fragmentação não pode ser único;
 Existem materiais com maior dureza (são mais rígidos);
 Existem materiais que se apresentam com partículas maiores;

Materiais moles e duros são fragmentados de maneiras diferentes, bem como a


quebra de partículas maiores é diferente de partículas menores

 De um modo geral, industrialmente quatro tipos de mecanismos para fragmentação são aplicados:
 Compressão;
 Impacto;
 Atrito e
 Corte.

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Equipamentos empregados
Classificação
 O tamanho das partículas da alimentação e do produto é o critério mais importante para classificar os
equipamentos de fragmentação;
 As máquinas que efetuam a fragmentação grosseira são chamadas de britadores;
 As máquinas que efetuam a fragmentação fina são chamadas de moinhos;

Quadro 1: Classificação em termos do tamanho do sólido na alimentação e no produto.


Alimentação Produto
Britadores
Primários ou grosseiros 10 cm a 1,50 m 0,5 a 5 cm
Secundários ou intermediários 0,5 a 5 cm 0,1 a 0,5 cm

Moinhos
Finos 0,2 a 0,5 cm 200 mesh
Coloidais 80 mesh Até 0,01 μm

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Equipamentos empregados
De mandíbulas Blake
Dodge
Primários
Samson
Giratório
Britadores
Martelos Alguns britadores
Secundários Pinos secundários são fabricados
Rolos ou cilindros em tamanhos de moinhos

Centrífugos ou de atrito (pulverizadores)


Finos De bolas
Rolos ou cilindros (rolos dentados)
Moinhos

cônico
Coloidais
De disco

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Relação de fragmentação
 A relação entre o diâmetro da alimentação ( e o diâmetro do produto () é denominada relação de
fragmentação:

𝐃𝟏
𝐦= (1)
𝐃𝟐

 Esta grandeza é importante porque em certos tipos de equipamentos ela não deve ser ultrapassada;
 Quanto maior for o valor de m, mais difícil é a operação de fragmentação.

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Características gerais dos equipamentos
 Além das diferenças construtivas, o que envolve diferentes materiais e configurações, existem
algumas características gerais que são interessantes de pontuas:
1. Permitir o afastamento rápido do sólido fragmentado das superfícies de trabalho

 A moagem produz partículas finas que, se permanecem junto às superfícies de trabalho, funcionam como
amortecedores do contato com as novas partículas a serem moídas; (quando isso ocorre, temos um
britamento ou moagem obstruída)
 Caso contrário, temos o que chamamos de moagem livre (no projeto é importante prever sempre algum
meio de descarga rápida do material moído da zona de moagem);
2. Segurança

 Os britadores podem expelir partículas com grande energia durante a operação;


 Os moinhos podem ocasionar a queima ou explosão do material.

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Britadores primários
1. Britador de mandíbulas

 Principal função: Britamento primário de materiais


https://www.youtube.com/watch?v=hUqwLaugKCI
https://www.youtube.com/watch?v=27dgq5XbLRQ duros e abrasivos
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Britadores primários
2. Britador giratório

 Principal função: Britamento primário de materiais


duros e abrasivos
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Britadores primários
1. Britador de mandíbulas: Cálculo da capacidade
 Há uma fórmula empírica (de Taggart) que permite efetuar estimativas rápidas da capacidade dos britadores
de mandíbulas com base na medida da boca de alimentação e na abertura de descarga:
𝐂=𝟎,𝟎𝟖𝟒𝟓 𝐋𝐒 (2)

 Onde, para britadores de mandíbulas:

 Onde, para britadores cônicos:

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Britadores secundários
1. Britador de martelos

 Exemplos de aplicação: Soja, café e milho.

 Principal função: Opera por impacto, usado geralmente para fragmentar materiais frágeis não abrasivos

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Britadores secundários
2. Britador de pinos

Exemplos de uso: produtos químicos, fertilizantes e


materiais não abrasivos que se quebram com facilidade.

 Principal função: Opera por impacto e é uma variante do britador de martelos. A granulometria é controlada
pela distância entre os pinos
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Britadores secundários
3. Britador de rolos

 Principal função: Opera por compressão e é insuperável na produção de sólidos granulares grosseiros (10 a 15
mesh). A granulometria pode ser controlada pela distância dos rolos.

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Moinhos finos
1. Moinho de rolos dentados
 A ideia vai muito de encontro com os britadores de rolos,
contudo, aqui a principal ação é o corte e não a
compressão
 O número de rolos pode ser variável;
 Podemos ter rolos girando em sentidos contrários um do
outro (com velocidades de rotação diferentes também);
 Alimentação feita pela parte superior;
 Material moído sai por baixo;

 Principal função: Utilizado para moer materiais de resistência média que devem ser reduzidos a pó fino, como
exemplo podemos citar a farinha de trigo ou o carvão.

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Moinhos finos
2. Moinho de bolas
 Existem diferentes configurações:  O princípio de funcionamento é o mesmo para todos
 Moinho de bolas comum;
 Moinho de barras;
 Moinho tubular;
 Moinho de compartimentos;
 Moinho Hardinge;

Geralmente são chamados de moinhos de queda


https://www.youtube.com/watch?v=lANRHlT75t4&app=desktop
https://www.youtube.com/watch?v=gs6COsREjqY&list=PL5359FC3CADB8D122&index=2&t=0s

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O consumo de energia na fragmentação
 O consumo de energia é a grande preocupação quando falamos de moagem;

 Devido a este motivo, as operações de fragmentação apresentam rendimentos extremamente baixos;

 De acordo com estudos, apenas 0,1 a 2% da energia fornecida a máquina são realmente utilizados para a
fragmentação;

 E como obter o consumo de energia?

 É impossível prever, com base em princípios fundamentais, a energia necessária para fragmentar um sólido;

 Na literatura, utilizamos leis empíricas para a determinação:


 Lei de Bond, Lei de Kick e Lei de Rittinger

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Próxima aula

Fragmentação de sólidos
Operações de moagem e
Cálculos do consumo
energético de moinhos

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