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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE ESTRUTURAS


TÓPICOS EM ANÁLISE ESTRUTURAL E MECÂNICA DOS SÓLIDOS
PROFª. Dra. EDNA ALVES OLIVEIRA

SISTEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS E INFLUÊNCIA DA TEMPERTURA (TENSÃO


TÉRMICA)
QUESTÃO 1
A distribuição de temperatura em uma peça pode causar efeitos de tensão térmica (tensões causadas por expansão térmica
ou contração do material quando há apoios rígidos que impedem tais deformações). A figura 1 ilustra os efeitos de tensão
térmica simulados numericamente ao acoplar uma análise de transferência de calor (estacionária ou transitória) e uma
análise estrutural (tensão estática com modelos de material lineares ou não lineares ou simulação de evento mecânico
[MES]).

Figura 1 – Efeitos de tensão térmica simulados numericamente

https://knowledge.autodesk.com/pt-br/support/simulation-mechanical/learn-
explore/caas/sfdcarticles/sfdcarticles/PTB/How-to-Perform-a-Thermal-Stress-Analysis-s.html

Os vãos, colunas, vigas e pilares de um viaduto também devem ser projetados para suportar a dilatação térmica sem
comprometer a estrutura do viaduto – Figura 2.

Figura 2 – Simulação numérica de dilatação térmica de pontes e viadutos

https://www.engenheirodoaco.com.br/2018/12/11/dilatacao-termica-em-pontes-e-viadutos/

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De acordo com a CCR, no trecho sobre a Baía de Guanabara, as juntas de dilatação existem a cada 400 metros, com cerca
de 13 cm de abertura. Nos acessos ao Rio e a Niterói, há aberturas de 3 cm a cada 30 metros – Figura 3.

Figura 3 – Junta de dilatação na ponte Rio-Niterói

https://www.engenhariaeconstrucao.com/2015/07/fissura-junta-ponte-rio-niteroi.html

I. Diante do exposto, dê exemplos de casos reais de estruturas que apresentaram manifestações patológicas por
ausência de juntas de dilatação e/ ou tensões térmicas não previstas no projeto. Explique e apresente quais seriam
as soluções para evitar ou minimizar as anomalias.

II. A barra rígida AD, é articulada em A e nas extremidades B e D das barras BD, de latão, e DE, de aço, como
se indica na figura abaixo. A temperatura de BC diminui 20°C e a temperatura de ED aumenta 20°C. Desprezada
a influência do peso próprio e a possibilidade de flambagem, determine as tensões normais nas barras BC e ED.
Considere que o módulo de elasticidade do latão é Elatão = 98 GPa, o coeficiente de dilatação térmica linear do
latão é αlatão = 18,7x10-6 °C-1 e que a área da seção transversal da barra rígida BD, de latão, é 6 cm², e para barra
de aço tem-se Eaço= 210 GPa, αaço = 11,7x10-6 °C-1 e área de seção transversal de 3 cm². (Respostas: 49,72 MPa;
38,25 MPa).

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TENSÃO NORMAL DE FLEXÃO E CISALHAMENTO TRANSVERSAL
QUESTÃO 2
Sabe-se que as respostas dos elementos estruturais (lajes, vigas, pilares, fundações) aos esforços internos aplicados são:
força normal (𝑁) que dá origem à tração ou à compressão; momento fletor (𝑀) que dá origem à flexão, momento torçor
(𝑀𝑡) que dá origem à torção, e força cortante (𝑉) que dá origem ao cisalhamento – conforme ilustra a Figura 1.

Figura 1 – Esforços internos em um elemento estrutural

Sabe-se, também, que as vigas, quando submetidas a carregamentos transversais em relação ao seu eixo longitudinal, ficam
sujeitas a deformações de flexão (Figura 2) devido ao esforço de momento fletor, surgindo desta forma as tensões de flexão.

Figura 2 – Elemento de viga submetido ao esforço de momento fletor: (a) deformação da viga submetida à
flexão; (b) distribuição das tensões normais de flexão ao longo da seção transversal da viga, na fase elástica.

Para não haver rompimento do elemento estrutural, ou para que haja estabilidade estrutural, é necessário que a seguinte
inequação seja satisfeita:

I. Diante do exposto, verificar a estabilidade à flexão da viga ilustrada na Figura 3. Considere que as tensões
admissíveis do material à flexão de tração e de compressão são 𝝈𝒂𝒅𝒎,𝒕𝒓𝒂çã𝒐 = 𝟏𝟕, 𝟓 𝑴𝑷𝒂 (𝝈𝒂𝒅𝒎,𝒄𝒐𝒎𝒑. = 𝟐𝟎 𝑴𝑷𝒂 ,
respectivamente.

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Figura 3 – Viga bi apoiada, com vão de 5m, submetida a carregamento uniformemente distribuído: (a)
diagrama de momento fletor; (b) seção transversal.

II. Caso a viga não seja capaz de suportar o carregamento, quais recomendações você daria para garantir a
estabilidade à flexão da estrutura?

III. Suponha que foram coladas barras de aço no topo e na base da viga, com largura de 100 mm e espessura de 40
mm, para aumentar a capacidade resistente da estrutura, conforme ilustra a Figura 4. Determine as tensões máximas
de compressão e de tração no concreto e no aço. Considere Ec = 40 GPa e Eaço = 200 GPa.

Figura 4 – Viga reforçada com barras de aço: (a) momento fletor máximo; (b) seção transversal.

QUESTÃO 3
A figura 5 ilustra a equação estabelecida por Eüler para determinação da tensão normal σ atuante em um ponto qualquer
de uma dada seção de uma viga, onde atua um momento fletor M e que tem um momento de inércia em relação à linha
neutra (ILN), sendo y a distância do ponto citado em relação à mencionada Linha Neutra (LN).

Figura 5 – Equação da tensão normal devida à flexão

A expressão mostra que as tensões são diretamente proporcionais aos momentos fletores e que aumentam linearmente
com o aumento de y, consequentemente, as tensões máximas de flexão ocorrem nos pontos mais distantes da seção.
Desta forma, tratando-se de seções que não são simétricas em relação ao eixo baricêntrico, eixo perpendicular ao plano
do carregamento, deverão ser considerados dois módulos de resistência em relação às fibras mais afastadas, a inferior e
a superior (no lado sob tração e no lado sob compressão, respectivamente, no caso de um momento fletor positivo).

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Diante das informações do texto, explique e justifique as consequências de apoiar uma chapa de mármore, que é
considerado um material frágil, em cada uma das posições ilustradas na figura 6. Para isto, considere a tensão de ruptura
𝜎𝑟𝑢𝑝𝑡=1,5 𝑀𝑃𝑎, calcule a tensão de flexão máxima de compressão e tração da peça se ela estiver apoiada: (a) nas laterais
(Figura 6(a)); (b) nas bordas (Figura 6(b)).

Figura 6 – Chapa de mármore: (a) apoiada nas laterais; (b) apoiada nas bordas

QUESTÃO 4

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QUESTÃO 5
Na prática da engenharia, às vezes se constroem estruturas com vários elementos, a fim de obter maior resistência aos
carregamentos aplicados. Se as cargas provocarem flexão na estrutura, podem ser necessários elementos de fixação,
como pregos, parafusos, material de solda ou cola, capazes de evitar o deslizamento relativo dos elementos – ver figura
7.

Figura 7 – Elementos de fixação em estruturas: (a) parafusos; (b) solda; (c) pregos.

(a) (b) (c)

Para projetar tais elementos de fixação é necessário conhecer a força cortante que deve ser resistida pelo elemento de
fixação ao longo do comprimento da estrutura. Diante de tais observações e do dimensionamento ao cisalhamento
transversal, considere a viga que é composta por três tiras de poliestireno coladas, conforme ilustra a figura 8. Se a cola
tem resistência admissível ao cisalhamento de 8 MPa, qual a carga máxima P que poderá ser aplicada sem que haja perda
de aderência na cola.

Figura 8 – Elementos de fixação em estruturas: (a) parafusos; (b) solda; (c) pregos.

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