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Resistência Experimental de Ligações Laje-Pilar com Estribos

Treliçados Pré-Fabricados como Armadura de Punção


Experimental Resistance of Slab-Column Connections with Prefabricated Truss Bars as
Punching Shear Reinforcement

Manoel J. M. Pereira Filho (1); Marcus V. P. Freitas (2); Aarão F. Lima Neto (1);
Guilherme S. S. A. Melo (3); Mauricio P. Ferreira (4)

(1) Professor Doutor, Universidade Federal do Pará, Tucuruí, E-mail: manoelmangabeira@hotmail.com


(2) Doutorando em Estruturas, Universidade Federal do Pará, Belém
(3) Professor Doutor, Universidade de Brasília, Brasília
(4) Professor Doutor, Universidade Federal do Pará, Belém
Rodovia BR 422 km 13 – Canteiro de Obras UHE - Vila Permanente, Tucuruí - PA, 68464-000

Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de ensaios em lajes armadas à punção com treliças pré-fabricadas
desconectadas da armadura de flexão, desenvolvidas para otimizar o processo construtivo. As diretrizes
gerais para projeto, detalhamento e montagem desta armadura são apresentadas com base nas
recomendações apresentadas pelo ACI 318, Eurocode 2. Uma laje sem armadura de cisalhamento e uma
laje armada com conectores de punção foram testadas como referência para ensaios em duas lajes com os
módulos de treliça pré-fabricados como armadura de punção. A resposta carga-rotação e as cargas de
ruptura são apresentadas e discutidas em comparação com estimativas teóricas obtidas de acordo com as
normas de projeto. O perfil de tensão e distribuição de deformações na armadura flexão e de cisalhamento
também são apresentados e discutidos. A laje com treliça pré-fabricada inclinada registrou resposta e
resistência semelhantes em relação à laje com conectores de punção. Estes ensaios confirmam a eficácia
deste tipo de armadura de punção, visto que uma das lajes apresentava quase o dobro da resistência e
mais de três vezes a capacidade de deformação da laje de referência sem armadura de cisalhamento.
Palavra-Chave: Lajes lisas, Punção, Armadura de Cisalhamento, Barras treliçadas, Conectores de punção

Abstract
This paper presents the results of tests on slabs with punching shear reinforcement formed by prefabricated
truss assemblies disconnected from the flexural reinforcement, developed to optimize the construction
process. General guidelines for design, detailing, and assembly of this reinforcement are presented, based
on the recommendations presented by ACI 318, Eurocode 2. One slab without shear reinforcement and one
slab with stud rails were tested as a reference for tests on two slabs with the prefabricated truss modules as
punching shear reinforcement. The load-rotation response and the failure loads are presented and discussed
in comparison with theoretical estimates obtained following the design codes. The profile of stress and strain
distribution on the flexural and shear reinforcement are also presented and discussed. The slab with inclined
prefabricated truss bars registered similar response and resistance compared to the one with stud rails.
These tests confirm the effectiveness of this kind of punching shear reinforcement, as one of the slabs had
almost twice the strength and more than three times the deformation capacity of the reference slab without
shear reinforcement.
Keywords: Flat slabs, Punching shear, Shear reinforcement, Truss bars, Stud rails.

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1 Introdução
A utilização de armaduras de cisalhamento é uma das alternativas mais eficazes para
aumentar a capacidade de deformação e a resistência ao cisalhamento de uma ligação
laje-pilar. Comumente, as normas de projeto exigem que a armadura de cisalhamento
seja envolvida ou ancorada ao nível das armaduras de flexão para garantir sua eficácia.
Na prática de projeto, a concentração de armaduras de flexão e cisalhamento nas
ligações laje-pilar, associada a essa filosofia de detalhamento, favorece a ocorrência de
conflitos entre barras, como mostra a Figura 1, no caso de elementos de armadura
dispostos radialmente, gerando dificuldades que aumentam os custos do processo de
construção. Essa problemática também contribui para divergências entre projeto e
construção, uma vez que a solução adotada geralmente envolve a alteração do arranjo de
projeto dos vergalhões em obra.

Figura 1 – Conflitos entre armadura de flexão e cisalhamento em um arranjo radial

Esforços científicos significativos foram direcionados para o desenvolvimento de


armaduras de cisalhamento para ligações laje-pilar que não requerem envolvimento ou
ancoragem na altura das barras de flexão. Os ensaios realizados por YAMADA et. al.
(1992) e FURCHE et al. (2019) são exemplos de armadura de cisalhamento que não
envolvem as armaduras de flexão, embora nos ensaios apresentados por ELIGEHAUSEN
et al. (2003); FURCHE e SIBURG (2017) e FURCHE (2019) penetram totalmente na
espessura da camada de armadura de flexão. Nesse contexto, FERREIRA et al. (2016)
apresentaram resultados iniciais de ensaios em vigas faixa de concreto armado com um
novo tipo de estribo, desenvolvido pelos autores para situações de cisalhamento
unidirecional. São estribos contínuos em forma de treliças, projetados para serem pré-
fabricados industrialmente e finalizados em módulos no canteiro de obras. Além disso,
testes realizados por TAPAJÓS (2017) e PINTO (2019) confirmaram o alto desempenho
estrutural desse tipo de reforço para situações de cisalhamento unidirecional.

Este artigo apresenta resultados experimentais de uma série de testes em ligações laje-
pilar carregadas concentricamente para investigar o desempenho dos estribos treliçados
pré-fabricados mostrados na Figura 2 como armadura de cisalhamento. Foram realizados
quatro ensaios, sendo dois ensaios em lajes de referência: um sem armadura de
cisalhamento e outro com grande quantidade de Studs Rails como armadura de
cisalhamento distribuídos em arranjos radiais. As outras duas lajes ensaiadas tiveram os
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estribos treliçados pré-fabricados como armadura de combate à punção: uma com ângulo
de 90º entre o plano horizontal da laje e o eixo das treliças (α = 90º) e outra com ângulo
de 60º entre o plano horizontal e o eixo de barras de treliça (α = 60º). Este artigo descreve
e discute a resposta experimental dessas lajes e compara suas resistências com as
previsões teóricas obtidas seguindo as recomendações apresentadas pelo ACI 318
(2019), Eurocode 2 (2004), Eurocode 2 (2010), Eurocode 2 (2014) e fib Model Code 2010
(2013). O desempenho deste novo tipo de armadura de cisalhamento deve ser
investigado em ligações laje-pilar sob situações de carregamento excêntrico e cíclico
invertido.

a) Módulo com estribos verticais (α=90º) b) Módulo com estribos inclinados (α=60º)
Figura 2 – Módulos dos estribos treliçados pré-fabricados como armadura de cisalhamento

2 Estribos treliçados pré-fabricados


Alguns dos primeiros tipos de armadura de cisalhamento testados para ligações laje-pilar
foram barras dobradas (ver GRAF, 1938). Posteriormente, foram desenvolvidos diversos
tipos de armaduras, que podem ser classificadas, de acordo com seu tipo, em: a) Studs;
b) estribos; c) armaduras treliçadas; d) barras dobradas; e) Shear Head. O processo de
construção pode ser simplificado se a armadura de combate a punção não precisar ser
envolvida ou ancorada ao nível das barras de flexão.

A armadura de combate à punção apresentada neste trabalho consiste em estribos


treliçados soldados a barras longitudinais, colocadas a 19 mm de suas extremidades,
para melhorar sua capacidade de ancoragem. As barras pré-fabricadas são conectadas
lateralmente durante a construção para formar módulos a serem montados no local,
garantindo condições adequadas de instalação. Barras nervuradas são usadas tanto para
treliças quanto para barras longitudinais, e o processo de fabricação é automatizado. As
treliças planas são unidas para formar as gaiolas por barras de 5,0 mm, que garantem
rigidez para manuseio e montagem. As barras de treliça podem ser montadas em vários
ângulos, servindo também como reforço de construção para manter as barras de flexão
superiores em posição. As regras de detalhamento para estribos recomendados pela ACI
318 (2019), Eurocode 2 (2004), Eurocode 2 (2010), Eurocode 2 (2014) e fib Model Code
2010 (2013) serviram de referência para o detalhamento adotado nesta pesquisa. As
Figuras 3a, Figuras 3b e 3c mostram a montagem modular dos estribos treliçados pré-
fabricados. Apenas o diâmetro de flexão das barras treliçadas seguiu as recomendações
da ABNT NBR 6118 (2014), padronizada como 3 ∙ Øw, que é adequada para as barras de
aço comercializadas no Brasil.

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a) Regras de b) treliça plana c) conexão dos módulos
detalhamento
Figura 3 – Detalhamento da montagem dos módulos dos estribos treliçados pré-fabricados

A principal vantagem deste tipo de armadura de cisalhamento é a simplicidade de


instalação no canteiro de obras, devido às mínimas interferências entre a armadura de
cisalhamento e flexão, agilizando o processo construtivo e reduzindo o custo de mão de
obra. Ganchos em U, fixados nas camadas de armadura de flexão superior e inferior,
podem ser adicionados como reforço suplementar. Sua função é controlar o
desenvolvimento de trincas horizontais que podem levar a falhas prematuras de
delaminação, como mostrado por TAPAJÓS (2017) e PINTO (2019). Considerando os
resultados apresentados por FERREIRA et al. (2016) os ganchos em U são
recomendados nos casos em que são necessários incrementos de resistência
significativos (VRcs maiores que 1,5∙ VRc). A distribuição dos ganchos em U não precisa
seguir as regras para emendas por transpasse, tanto em relação ao comprimento de suas
pernas quanto à sua posição em relação às barras de treliça, pois foram idealizadas como
reforço de controle de fissuras para costurar o plano de falha de delaminação. Eles
podem ser facilmente instalados imediatamente após a fixação da malha de vergalhões
de flexão, seguindo um plano de projeto específico. Os módulos de estribos treliçados
pré-fabricados foram idealizados para serem colocados paralelamente à face do pilar, em
possíveis arranjos como grade ou cruciforme e podem ser projetados com ângulo de 90º
ou 60º entre o plano horizontal da laje e o eixo de barras de treliça. A Figura 4 apresenta o
processo de instalação das barras de reforço: vergalhões de flexão; módulos pré-
fabricados como armadura de cisalhamento; e reforço suplementar, se necessário.

a) Armadura inferior de b) Armadura complementar c) Módulos de armadura de


flexão inferior (se necessário) cisalhamento

d) Armadura superior de e) Armadura complementar f) Concretagem


flexão superior (se necessário)
Figura 4 – Processo de instalação dos estribos treliçados pré-fabricados

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3 Programa experimental
Foram testadas quatro lajes octogonais com distância máxima entre lados opostos de 2,5
m e 210 mm de espessura. As lajes foram colocadas sobre um pórtico de reação
autoportante e submetidas a um carregamento aplicado de forma centralizada para cima
em um pilar quadrado de 400 mm de lado. A reação ao carregamento foi feita através de
um conjunto de vigas e placas de aço, fixadas por tirantes ao sistema de reação,
colocadas nas bordas das lajes, conforme mostrado na Figura 5a. Esses ensaios foram
projetados para investigar os limites superiores de punção resistência de lajes de concreto
armado com estribos treliçados pré-fabricados como armadura de cisalhamento.

A principal variável nesses ensaios foi o tipo de armadura de cisalhamento utilizada.


Foram ensaiadas uma laje sem armadura de cisalhamento (laje S0) e uma laje com Studs
Rails (laje SR1), ambas servindo de referência para duas lajes contendo os estribos
treliçados pré-fabricados como armadura de punção (lajes SW1 e SW2). A laje SW1
possuía estribos com inclinação vertical do plano da treliça (α = 90°), e a laje SW2 com
plano da treliça inclinada (α = 60°). Os Studs Rails foram industrializados e fornecidos por
uma fábrica brasileira especializada em sistemas de armadura de cisalhamento e fixação
para concreto. Os estribos pré-fabricados foram fabricados pelos autores em parceria com
uma empresa local. Estes ensaios foram projetados para atingir os limites superiores de
resistência à punção resultando em altos níveis de armadura de flexão (ρ ≈ 2,0%) e
cisalhamento (ρw ≈ 1.2%) A Tabela 1 resume as principais características das lajes
ensaiadas e apresenta a equação adaptada de SCHMIDT et al. (2019), utilizada para
calcular a taxa de armadura de cisalhamento dessas lajes.

Tabela 1 – Características das lajes ensaiadas


d (a) ρ (b) Øf fys Es ρw (c) Øw fyw Esw s0 sr
Laje α (º)
(mm) (%) (mm) (MPa) (GPa) (%) (mm) (MPa) (GPa) (mm) (mm)
S0 156 2.02 - - - - - - -
25.0 527.4 192.4
SR1 157 2.01 1.15 16.0 509.0 186.7 80 100 (d)
90
SW1 152 1.98 1.14
20.0 506.7 197.5 10.0 590.3 212.8 80 80 (e)
SW2 152 1.99 1.18 60
Notas:
(a) d é a média aritmética das alturas uteis das barras de flexão nas direções x e y
(b) ρ = 0.25∙π∙Øf ² / (s∙d) ;
(c) ρw = (sinβ ∙ Asw,1+2) / {2∙sr (4∙c + π∙d)}, adaptado de SCHIMIDT (2019)
(d) Stud rails distribuídos em um arranjo radial com12 linhas e 8 camadas de armaduras de cisalhamento
(e) Estribo treliçado pré-fabricado foi arranjado em grande com 9 camadas de armadura de cisalhamento
Propriedades do concreto: fcm = 29.8 MPa (σ = 1.65 MPa); fct,sp = 3.72 MPa; Ec = 36.5 GPa; dg = 19 mm
Propriedades do aço para os ganchos: fyw = 453.3 MPa; Esw = 197.4 GPa

Ajustes no diâmetro e espaçamento das armaduras foram feitos durante o detalhamento


de cada laje, tendo o cuidado de manter a taxa de armadura de flexão para todas as lajes.
As razões para isso foram minimizar os choques entre as armaduras de flexão e
cisalhamento da laje SR1 e favorecer a distribuição da armadura suplementar (ganchos
em U) para as lajes SW1 e SW2.

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Portanto, as lajes S0 e SR1 possuíam barras de 25 mm com espaçamentos de 150 mm
em ambas as direções como armadura de flexão superior e barras de 12,5 mm
espaçadas a cada 300 mm como armadura de flexão inferior. As lajes SW1 e SW2
possuíam barras de 20 mm distribuídas a cada 100 mm como armadura de flexão
superior e barras de 10 mm com espaçamentos de 100 mm como armadura de flexão
inferior, para favorecer a fixação dos ganchos em U, resultando em uma maior taxa de
armadura de compressão de flexão em lajes SW1 e SW2. O pilar possuía oito barras
longitudinais com diâmetro de 12,5 mm e estribos de 10 mm espaçados a cada 100 mm.
A Figura 5b mostra o detalhamento da armadura de flexão e dos segmentos de pilares
das lajes.

a) Sistema de ensaio b) Armaduras de flexão das lajes


Figura 5 – Sistema de ensaio e armadura de flexão das lajes ensaiadas

As camadas de armadura de cisalhamento foram posicionadas da face do pilar até o


entorno das placas de reação de aço para evitar falhas de cisalhamento por punção fora
da zona de reforço de cisalhamento. No caso da laje SR1, adotou-se um recobrimento de
concreto de apenas 10 mm em ambas as extremidades dos Studs Rails, de forma a
melhorar sua ancoragem e favorecer a máxima capacidade de carga desta laje.

Na laje SR1 foram utilizados Studs Rails dispostos radialmente e feitos com vergalhões
de 16 mm. Em suas extremidades superiores, as cabeças utilizadas como ancoragem
foram forjadas com diâmetro de 40 mm e 10 mm de espessura. A relação entre o
diâmetro das cabeças e o diâmetro da haste foi de 2,5, valor padrão aplicado pelo
fornecedor brasileiro, que é menor que 3,0, relação usual no exterior. Na parte inferior, as
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barras foram soldadas a trilhos de aço de 33 mm de largura e 10 mm de espessura. A
Figura 6a apresenta o detalhamento da armadura de cisalhamento da laje SR1.

Os estribos treliçados pré-fabricados consistiam em estribos contínuos de 10 mm feitos de


vergalhões de aço CA-50, soldados a 19 mm das bordas dos vergalhões longitudinais de
12,5 mm de diâmetro, utilizadas para melhorar sua ancoragem. Nas lajes SW1 e SW2, as
armaduras de cisalhamento foram dispostas em grade, conforme mostra a Figura 6b. A
taxa de armadura de cisalhamento dessas lajes foi idealizada para ser comparável aos
valores utilizados na laje SR1, conforme mostrado na Tabela 1. Além disso, nas lajes
SR1, SW1 e SW2, os perímetros de armadura de cisalhamento foram estendidos
suficientemente próximos às placas de reação de aço para evitar rupturas por punção fora
da zona reforçada por cisalhamento.

a) SR1 b) SW1 e SW2 c) Ganchos em U


Figura 6 – Detalhamento das armaduras de cisalhamento

Armaduras complementares, feitas de ganchos em U, foram usadas para melhorar a


ancoragem do estribo e evitar falhas prematuras por delaminação. 112 ganchos em U
feitos com vergalhões de aço CA-50 de 6,3 mm foram colocados nas camadas de reforço
de flexão superior e inferior, em uma zona que se estende até 2d das faces do pilar.
Conforme mencionado anteriormente, sua função é controlar o desenvolvimento de
fissuras horizontais que podem levar a falhas de delaminação, melhorando assim a
capacidade de ancoragem de ambas as extremidades da armadura de cisalhamento. Os
ganchos em U foram projetados, em termos de geometria e área de aço, de forma que a
força de tração que pode ser desenvolvida em suas camadas superior e inferior seja igual
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à força de cisalhamento efetiva (calculada neste trabalho usando EC2) que pode ser
absorvido pelos estribos treliçados dentro de um perímetro de 2d a partir da face do pilar.
A Figura 6c mostra o detalhamento dos ganchos em U.

O concreto utilizado nas lajes foi feito com Cimento Portland Tipo IV (baixo calor de
hidratação), areia natural e agregado graúdo de basalto com tamanho máximo de 19 mm.
Para cada laje, seis corpos de prova de 100 x 200 mm foram usados para determinar a
resistência à tração e à compressão do concreto. Foram realizados ensaios em três
corpos de prova de 150 x 300 mm para obter o módulo de elasticidade do concreto para
cada laje. A Tabela 1 também resume as propriedades do concreto. A resistência à tração
de divisão (fct,sp) medida foi 16% acima do valor teórico esperado pelo EC2.
Contrariamente, o módulo de elasticidade do concreto (Ec) medido nestes ensaios
apresentou boa correlação com os valores teóricos esperados pelo EC2, considerando o
aumento de 20% dos agregados de basalto.

As deflexões foram medidas continuamente em 12 pontos ao longo dos eixos da laje por
meio de Transdutores de Deslocamento Vertical Linear, fixados em viga de aço apoiada
na laje. As deformações das armaduras de cisalhamento e de flexão foram medidas por
pares de extensômetros em barras selecionadas (ver Figura 7a e Figura 7b).
Deformações radiais e tangenciais na superfície de concreto também foram monitoradas
nas proximidades do pilar nos pontos mostrados na Figura 7c.

S0 e SR1 SW1 e SW2


b) Instrumentação armadura de flexão
SR1 SW1 e SW2 U SW1 e SW2

a) Armadura de cisalhamento e complementar

S0 SR1 SW1 e SW2


c) Instrumentação do concreto na face inferior da laje

Figura 7 – Instrumentação das lajes ensaiadas

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4 Dimensionamento e regras de detalhamento
As resistências teóricas obtidas seguindo as recomendações apresentadas pelo ACI 318
(2019) e Eurocode 2 (2004), Eurocode 2 (2010), Eurocode 2 (2014) são usadas para
avaliar e discutir a resistência experimental medida em testes. Para ligações laje-pilar sem
armadura de cisalhamento, tanto ACI quanto EC2 assumem que a resistência à punção
(VRc) pode ser determinada assumindo uma tensão resistente constante (τRc) atuando em
uma seção crítica (u1∙d). Para lajes com armadura de cisalhamento, ACI, EC2
recomendam que a resistência ao cisalhamento por punção seja verificada para falhas
ocorridas dentro (VRcs) e fora da zona de reforço ao cisalhamento (VRout), ou para falhas
por esmagamento da biela de concreto adjacente ao pilar rosto (VRmax).

ACI e EC2 não apresentam recomendações para o dimensionamento de ligações laje-


pilar com armadura de cisalhamento distribuída em arranjos em grade. A Figura 8 mostra
uma metodologia apresentada pelos autores para determinar a área da armadura de
cisalhamento ativada (Asw), considerada para calcular VRcs. Tendo como objetivo unificar o
cálculo da área de armadura de cisalhamento, independentemente de sua disposição.
Essa proposta foi feita considerando a filosofia adotada no fib Model Code 2010 (2013),
que foi estendida para ACI e EC2. As regras de detalhamento explicitadas pelo ACI e EC2
para contabilizar a ativação da armadura de cisalhamento foram respeitadas. Neste
método, a armadura de cisalhamento dentro da faixa hachurada destacada deve ser
considerada para os cálculos. A Tabela 2 resume as equações utilizadas neste artigo para
as estimativas teóricas de resistência. As expressões relacionadas à resistência à punção
fora da zona de cisalhamento foram suprimidas, pois as lajes ensaiadas foram detalhadas
de forma a não permitir este modo de ruptura.

a) Eurocode 2 b) ACI 318


Figura 8 – Método para determinar a área da armadura de cisalhamento ativada

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Tabela 2 – Resumo das equações dos códigos normativos
Norma Equações
13
VRc,EC 2  0.18 k 100    f c   u1  d
VRcs , EC 2  0.75VRc ,EC 2  Asw  f yw,ef  sen   sen    1.5VRc ,EC 2

 13
VR,EC 2  min VRout , EC 2  0.18 k 100    f c   uout  d
EC 2

VR max, EC 2  0.24  f c 1  f c 250 u0  d

Onde:

k  1  200 d  2;   0.02; f yw ,ef  1.15 250  0.25  d   f yw


0.083 k  40  d u  2  f  u  d
  1  c 1

 
VRc,ACI  min 0.17  k  1  2 a b  f c  u1  d

0.33 k  f  u  d
 c 1

VRcs , ACI   c VRc , ACI  Asw  f yw,ef  sen   sen  




ACI VR,ACI  min VRout , ACI  0.17  f c  uout  d

VR max, ACI  k sys VRc , ACI

Onde:
0.50  estribos
 1.5  estribos

k  2 1  0.004  d   1; f yw ,ef  f yw  420 MPa;  c   ; k sys 
0.75  studs
  2.0  studs

5 Resultados
5.1 Comportamento a flexão
A Figura 9 mostra a resposta carga-rotação das lajes ensaiadas, servindo de referência
para avaliar o desempenho da armadura de cisalhamento desenvolvida pelos autores em
termos de ductilidade e capacidade de carga. A rotação das lajes foi calculada como a
inclinação média obtida pela diferença entre os deslocamentos verticais medidos pelos
LVDTs adjacentes ao pilar e os LVDT’s adjacentes a aplicação de carga. A laje S0
rompeu repentinamente, por punção, com pequena capacidade de deformação antes e
depois do pico de carga. A laje SR1, com Studs Rails bem ancorados, apresentou o
melhor desempenho entre as lajes ensaiadas, atingindo 2,01 vezes a resistência da laje
de referência (S0) e apresentando boa ductilidade e resposta pós-pico. Ressalta-se que o
excelente resultado obtido com a laje SR1 provavelmente foi afetado pela melhoria dos
níveis de ancoragem alcançados ao avançar com os pinos através do cobrimento de
concreto.

A laje SW2, com estribos treliçados pré-fabricados inclinados (α=60º), apresentou


desempenho estrutural semelhante ao observado para a laje SR1. Para a laje SW2, a
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resistência à punção foi 1,92 vezes a observada para a laje S0. Para as lajes SR1 e SW2,
a capacidade rotacional medida no pico de carga foi 2,45 e 2,23 vezes o valor medido na
laje S0, respectivamente. A laje SW2 também apresentou a maior capacidade de
deformação entre as lajes ensaiadas no estágio pós-pico.

A laje SW1, com estribos treliçados pré-fabricados verticais (α=90º), atingiu menores
níveis de resistência e sua ruptura foi mais frágil quando comparada às demais lajes com
armadura de cisalhamento. Ainda assim, o aumento da resistência foi relevante,
chegando a 1,64 vezes a resistência medida para a laje S0. Sua capacidade de rotação
antes da ruptura também foi menor que a observada para as demais lajes reforçadas ao
cisalhamento, sendo 37% e 31% menor que a medida para as lajes SR1 e SW2,
respectivamente. A inclinação dos estribos adotados na laje SW2 mostrou-se uma medida
eficiente para o dimensionamento laje-pilar, pois melhorou tanto a resistência quanto a
ductilidade quando seus resultados são comparados com os da laje SW1.

Figura 9 – Gráficos de carga rotação experimental e teóricos

A Figura 10 mostra o perfil de deformação na armadura de flexão e na superfície de


concreto, para o estágio de pico de carga. É possível notar que, em geral, as
deformações nas armaduras de flexão eram pequenas antes da ruptura, mesmo nas lajes
SR1 e SW2. O raio de escoamento (rys) das lajes SR1 e SW2 foi pequeno e restrito a 0,3·
rq ou ≈ 0,9·d. Além disso, houve alívio das deformações das armaduras de flexão no
estágio pós-pico, descartando a possibilidade de ruptura por tração na flexão. Em relação
às deformações na superfície do concreto, em geral, os valores registrados também foram
pequenos. As deformações mais significativas foram registradas próximas à ponta do pilar
da laje SR1, mas ainda inferiores aos valores que indicam a possibilidade de
esmagamento do concreto em elementos de concreto sob flexão.

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Figura 10 – Perfil de deformação das armaduras de flexão e superfície do concreto

5.2 Comportamento ao cisalhamento


A Figura 11 mostra a variação da razão entre a tensão média em cada camada de
armadura de cisalhamento (σw) e o limite de escoamento da armadura de cisalhamento
(fyw) para diferentes estágios de carregamento. Esses resultados são comparados com os
valores teoricamente assumidos pelo ACI e EC2. As zonas sombreadas representam
tanto o nível de tensão desenvolvido pela armadura de cisalhamento quanto a zona onde
efetivamente contribuem para as resistências de projeto de acordo com esses códigos.

Esses ensaios experimentais, em lajes de cisalhamento altamente armadas, indicam que


os perímetros de armadura de cisalhamento deslocados até aproximadamente 1,2·d da
face do pilar foram ativados antes da ruptura, de acordo com afirmações apresentadas
por FERREIRA et al. (2019) sobre ensaios em lajes com níveis intermediários de taxas de
armadura de cisalhamento.

a) SR1 b) SW1 c) SW2


Figura 11 – Perfil de tensão nas armaduras de cisalhamento

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O nível de tensão desenvolvido na armadura de cisalhamento assumido pelo ACI para a
laje SR1 foi próximo aos resultados observados experimentalmente. Por outro lado, os
resultados das lajes SW1 e SW2 mostram que seria necessário adaptar as disposições do
ACI para estimar com segurança as resistências à punção das lajes com este novo tipo
de armadura de cisalhamento.

Para EC2, a tensão média desenvolvida nos três primeiros perímetros dos Studs ficou
ligeiramente abaixo do nível de tensão efetiva assumido por este código para a laje SR1.
A laje SW1 apresentou baixos níveis de tensão na armadura de cisalhamento (40% do
limite de escoamento nas duas primeiras camadas) e ficou bastante distante do nível de
tensão esperado pelo EC2 para lajes com estribos bem ancorados. Por outro lado, a laje
SW2 apresentou tensão média nas duas primeiras camadas de 60% da tensão de
escoamento do aço, próxima aos valores de EC2. Ainda assim, esses resultados
evidenciam a necessidade de ajustes nas equações EC2 para uso seguro dessas novas
armaduras de punção.

A Figura 12 mostra as tensões nos ganchos em U das lajes SW1 e SW2. Os ganchos em
U superiores (T1 e T2) foram acionados em um estágio de carga próximo à carga de
fissuração por flexão das lajes. O gancho em U T1 provavelmente foi atravessado pela
fissura de flexão que circunda o pilar, e os resultados não mostram necessariamente uma
contribuição desses ganchos em U para a ancoragem das treliças. O gancho em U T2
apresentou baixo nível de tensão, principalmente para a laje SW1.

a) SW1 b) SW2
Figura 12 – Tensões médias nas armaduras complementares U-hook

Ganchos em U posicionados na parte inferior da laje (B1 e B2) foram acionados no


mesmo estágio de carga em que foram acionados os dois primeiros perímetros de
armadura de cisalhamento. Para a laje SW1, esse estágio de carregamento foi
semelhante ao pico de carga registrado da laje S0. Na laje SW2, o mesmo ocorreu a
cerca de 300 kN tanto para as duas primeiras camadas de estribo quanto para o gancho
em U B2. Em ambas as lajes, o gancho em U B2 desenvolveu deformações mais altas
que o gancho em U B1. Esses resultados confirmam a relevância dos ganchos em U para
melhorar o desempenho da treliça pré-fabricada, retardando ou evitando modos de
ruptura prematuros relacionados à delaminação da laje.

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5.3 Resistência última
As resistências teóricas foram calculadas apenas para falhas dentro da zona de
cisalhamento reforçada (VRcs e VRmax) devido aos motivos descritos nos tópicos 3 e 4
deste trabalho. A Figura 13 compara graficamente os resultados de força medidos nos
testes com os valores teóricos estimados pelos códigos.

Figura 13 – Comparação entre os resultados experimentais e previsões teóricas dos códigos normativos

Embora as lajes não tenham sido serradas após os ensaios, os autores consideram que
todas falharam por punção. Os códigos forneceram previsões seguras de resistência para
todas as lajes testadas, incluindo as lajes com os estribos treliçados pré-fabricados
propostas, que não envolvem a armadura de flexão. A segurança das previsões ACI e
MC10 foi garantida pelas limitações conservadoras adotadas em suas equações para
estimar a resistência ao esmagamento da biela de concreto próximo ao pilar (VRmax), que
foram capazes de controlar as estimativas inseguras obtidas para o caso de ruptura por
punção dentro da região de cisalhamento reforçada (VRcs). Para EC2, as estimativas
foram do lado seguro para previsões relacionadas a VRcs devido à limitação considerada
no Anexo Britânico (VRcs < 1.5·VRc). Por fim, observa-se que a laje SW2 apresentou níveis
de incremento de resistência semelhantes aos observados para a laje SR1, confirmando a
relevância da armadura de punção desenvolvida pelos autores.

6 Conclusões
Este artigo apresenta resultados de uma série de quatro ensaios experimentais em
ligações laje-pilar realizados para avaliar o desempenho estrutural de um novo tipo de
armadura de cisalhamento. O comportamento e a resistência última das lajes nestes
ensaios foram discutidos e comparados com as previsões teóricas obtidas seguindo as
recomendações apresentadas pelo ACI 318 (2019), Eurocode 2 (2004), Eurocode 2
(2010), Eurocode 2 (2014). As principais conclusões são:
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• Estes testes confirmam a eficácia das barras pré-fabricadas de treliça
apresentadas neste trabalho para uso como armadura de combate a punção em
ligações laje-pilar.
• Os módulos dos estribos treliçados pré-fabricados com ângulo de 60º entre o plano
horizontal da laje e o eixo das treliças apresentaram melhor desempenho quando
comparados aos com ângulo de 90º, tanto em termos de aumento de resistência
quanto, principalmente, em termos de capacidade de deformação. Vale ressaltar
que esses ensaios foram realizados em lajes carregadas concentricamente. Outros
ensaios experimentais devem ser realizados para investigar o desempenho das
barras pré-fabricadas como armadura de punção em ligações laje-pilar sob
carregamento excêntrico e cíclico invertido.
• A laje SW2, com estribos treliçados pré-fabricados inclinados como armadura de
cisalhamento, apresentou desempenho semelhante à laje SR1, com Studs Rails
bem ancorados (suas extremidades foram ancoradas acima da zona de armadura
de flexão, invadindo a camada de cobertura de concreto).
• Os perímetros de armadura de cisalhamento distribuídos ao longo de uma distância
de 1,2d do pilar foram ativados antes da ruptura em todos os ensaios.
• As treliças pré-fabricadas com ângulo de 60º entre o plano horizontal da laje e o
eixo das treliças desenvolveram maiores deformações e tensões do que as
observadas para as treliças de 90º nas camadas ativadas.
• As lajes com estribos treliçados pré-fabricados desenvolveram níveis de tensão
menores do que a laje com Studs Rails, mostrando que a previsão do código de
projeto deve ser ajustada para seu uso seguro.
• Os ganchos em U posicionados nas barras longitudinais superior e inferior foram
acionados gradativamente ao longo dos ensaios, funcionando como reforço
complementar e auxiliando efetivamente na ancoragem dos estribos treliçados pré-
fabricados. Eles foram essenciais para evitar ou adiar falhas prematuras por
delaminação e permitiram incrementos de resistência de até 1,92.
• A previsão de resistência obtida usando os códigos de projeto apresentou
resultados seguros para todas as lajes. No entanto, pesquisas experimentais mais
extensas são necessárias para avaliar os ajustes necessários para que os estribos
treliçados pré-fabricados possam ser utilizados com segurança para o
dimensionamento das ligações laje-pilar.

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