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Índice de figuras

Figura 1: Representação geográfica do bairro Costa do Sol............................................................2


Figura 2: Representação geográfica do bairro Costa do Sol............................................................3
Figura 3: O Mangal do bairro Costa do Sol.....................................................................................3
Figura 4: Mangal que foi cortado....................................................................................................8
Figura 5: Área do mangal no bairro Costa do Sol...........................................................................9

Índic

e
1. Introdução.................................................................................................................................1

2. Desenvolvimento......................................................................................................................2

2.1. Caracterização e representação geográfica do Bairro Costa do Sol:....................................2

2.2. O Mangal do Bairro da Costa do Sol....................................................................................3

2.2.1. Importância do mangal......................................................................................................4

2.3. Identificação dos impactos ambientais advindos da destruição do mangal..........................6

2.3.1. Desflorestamento do mangal.............................................................................................6

2.4. Medidas de uso do SIG para mitigar os impactos da destruição do Mangal........................8

3. Conclusão...............................................................................................................................10

4. Bibliografia.............................................................................................................................11
1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa foi realizado visando atender o cumprimento das actividades obrigatórias
do módulo de Sistemas de informação Geográfica. A pesquisa hora realizada tem como tema: “ Aplicação
de Sistema de Informação Geográfica para o Mapeamento do Desflorestamento do Mangal no
Bairro Costa do Sol.”.

Este trabalho, esta embasado nos seguintes objectivos: caracterizar e representar geograficamente
o Bairro Costa do Sol; Apresentar a importância ambiental do mangal; Identificar os impactos
ambientais advindos da sua destruição, e; apresentar de medidas como o Sistema de Informação
Geográfica pode ser utilizado para solução destes problemas.

No que tange a metodologia empregue no decorrer da elaboração do trabalho, este, teve como
base as pesquisas bibliográficas realizadas em livros, revistas e artigos científicos, que tenham
por conteúdo a inundação. Segundo Gil (1991, p.63), a pesquisa bibliográfica tem como
objectivo conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes a partir de um
determinado tema ou problema, procurando expor a realidade estudada, suas características e
princípios vinculados, em paralelo houveram observações feitas aplicando o Google Maps.

O presente trabalho apresenta em sua estrutura a introdução, o desenvolvimento, a conclusão e a


bibliografia.

.
2. Desenvolvimento

2.1. Caracterização e representação geográfica do Bairro Costa do Sol:

Segundo Sitoe (2015, p. 12) o bairro da Costa do Sol localiza-se na cidade de Maputo,
concretamente no Distrito Municipal KaMavota, entre as latitudes 25̊ 55̉ e 25̊ 51̉ Sul e as
Longitudes 32̊ 36̉ e 32̊ 41̉ Este. Limita se a norte pelo bairro de Muntanhana, oeste e noroeste
com os bairros de Albazine, 3 de Fevereiro, e Laulane, a Sudoeste com o Bairro ferroviário, a sul
com os Bairros Polana caniço A e B, e a Este com o canal de Moçambique.

De acordo e com a base de dados da Cena carta (2014) apud Sitoe (2015, p. 12-3) , o bairro costa
de sol tem uma extensão de cerca de 34. 289612 Km.

Figura 1: Representação geográfica do bairro Costa do Sol

Fonte: pt.wikipedia.org (2014) ibid Sitoe (2015)


Figura 2: Representação geográfica do bairro Costa do Sol

Fonte: Google Maps (2023)

2.2. O Mangal do Bairro da Costa do Sol

Figura 3: O Mangal do bairro Costa do Sol


2.2.1. Importância do mangal

Os mangais são florestas que crescem na área entre - marés nas zonas tropical e sub - tropical,
ocupando costas abrigadas e lugares com pouca influência da energia das marés (Kathiresan &
Bingham, 2001 citado por Macamo e Sitoe 2017, p.06). Estas plantas possuem uma série de
adaptações que lhes permitem viver em ambientes com larga variação de níveis de maré e de
salinidade e em solos instáveis e anaeróbios, sendo por isso uma vegetação muito característica.

Dentre as principais adaptações salientam-se: a presença de raízes especializadas (pneumatóforos,


raízes escoras, raízes de joelho, etc.), viviparia (capacidade das sementes ou propágulos
germinarem parcialmente na planta - mãe, aumentando o seu período de viabilidade até
encontrarem um local adequado para o estabelecimento) e as glândulas de exclusão salina
(Bentjee & Bandeira, 2007 íbid Macamo e Sitoe 2017). A presença de pelo menos duas destas
características determina a classificação das espécies como sendo de mangal verdadeiro ou não
(neste caso, espécie associada).

Segundo Hogarth (2015 citado por Macamo e Sitoe 2017, p. 10) os mangais providenciam uma
série de serviços ecológicos, como um local de uma grande biodiversidade, incluindo plantas,
animais, bactérias, fungos e outros grupos tróficos importantes. A grande diversidade de fauna
abrange mamíferos, aves (incluindo várias espécies protegidas), peixes (muitos de elevado valor
comercial), crustáceos (incluindo os economicamente importantes camarão e o caranguejo) e
moluscos. Os caranguejos de mangal, são considerados como espécies chave pelo facto de
desempenharem um papel muito importante na perturbação que facilita a aeração do solo, bem
como na decomposição da folhagem do mangal, contribuindo desta forma, na formação e
manutenção das propriedades do solo, as quais são a base para a sobrevivência do mangal
(Kathiresan & Bingham, 2001; Macia, 2004; Paula et al., 2014 apud Macamo e Sitoe 2017).

A produção de biomassa foliar, que depois é decomposta e disponibilizada na forma de matéria


orgânica constitui um dos papéis importantes dos mangais (Fernando & Bandeira, 2009). Estudos
indicam que a alimentação de muitas espécies comerciais de peixe e camarão é assegurada em
grande medida pelo material produzido nos mangais (Clark, 1996).
Os mangais, com as suas raízes e estrutura complexa, constituem um óptimo habitat para a
desova, alimentação e protecção contra a predação, de muitas espécies marinhas e costeiras
(Kathiresan & Bingham, 2001; Hogarth, 2015). Também protegem a costa contra picos de marés
altas, tsunamis e ciclones (Clark, 1996; Kathiresan & Rajendran, 2005; Das & Vincent, 2009).
Como bio-filtro, os mangais reciclam os nutrientes através da degradação da matéria orgânica,
sendo reguladores da qualidade da água (Wu et al., 2008).

Como qualquer outro tipo de floresta, os mangais são sequestradores de carbono, e no contexto
actual das mudanças climáticas e sua mitigação, ocupam lugar de destaque, dado que sequestram
e retêm maior quantidade de carbono que qualquer outra floresta terrestre (Donato et al., 2011).
Estudos conduzidos em Moçambique na Baía de Sofala (Anjos, 2011; Sitoe, não publicado),
indicam que o carbono contido nos mangais (mesmo não intactos) é cerca do dobro do carbono
contido no miombo e no mopane, as duas comunidades vegetais predominantes no país.

No plano social, os mangais também são importantes como locais para a prática de várias
actividades económicas, incluindo a pesca, a aquacultura, o ecoturismo, a apicultura e outras
(Taylor et al., 2003). Os mangais são também locais de culto em muitas regiões, possuindo um
alto valor cultural. Dos mangais, as comunidades costeiras extraem medicamentos, taninos (um
polifenol de origem vegetal usado como tinta), madeira, estacas e combustível doméstico (Taylor
et al., 2003; Bentjee & Bandeira, 2007, Bosire et al., 2016) in Macamo e Sitoe (2017 pp. 10-2).

Espécies de mangal e seu uso pela população do Bairro Costa Do Sol

Espécies de mangal Uso


Brugueira Gymnorrhiza Construção de casas, lenha
Ceriops tagal Material de construção, remos, armadilhas para peixe
Avicenia Marina, Construção de canoas e lenha
Xylocarpus granatum Canoa, lenha
Rhizophora Mucronata E a espécie mais resistente- contrução de casas, lenha, armadilhas
secagem de peixe
Fonte: Sitoe (2015, p. 18).
2.3. Identificação dos impactos ambientais advindos da destruição do mangal

Fazem parte dos problemas ambientais decorrentes do corte do mangal o desaparecimento de


espécies de mangal, degradação e erosão dos solos, perca da protecção costeira, visto que o
mangal é o ecossistema que protege a zona costeira das águas do mar e diminuição do nível de
pesca (SITOE, 2015, p. 24).

Segundo Sitoe e Mausse, (2004 citado por Sitoe 2015, pp. 26-8), no Bairro Costa de Sol, o
desmatamento há perda de habitantes e eventualmente a perda de espécies. A perda de
diversidade (de espécies e habitantes) é um facto que muitas vezes não pode ser observado com o
nível de detalhe de inventários florestais nacionais e necessita observações mais detalhadas. Para
PRIMAVERA (1998), as causas por detrás da degradação de mangais incluem a construção de
infra-estruturas, agricultura, tanques para aquacultura, combustível lenhoso, madeira, material ara
construção e salina.

2.3.1. Desflorestamento do mangal

Segundo MICOA (2007), as formações florestais ao longo da costa, funcionam como suporte
madeireiro para construções de casas e fontes de matéria-prima para a construção de barcos e
obtenção de plantas medicinais para o tratamento de algumas doenças.

De acordo com MICOA (2006), floresta de mangal, é dizimada para suprir as necessidades cada
vez mais crescentes em energia (para cozinha) e para materiais de construção. O mangal o mais
procurado para a construção enquanto as outras espécies são usadas para a produção de lenha e de
carvão. A acção de desflorestamento é grave no Bairro Costa do Sol Associado a questões de
necessidade e de satisfação em termos de energia para cozinha e materiais de construção, o
mangal sustenta uma larga proporção da população costeira e do sector de empresariado e
negociantes. Muitas das casas tradicionais do Bairro Costa do Sol foram construídas com material
proveniente das árvores de mangal e cimento.

De acordo com Honguane (2007), nas soluções para fazer face ao problema de desflorestamento
de mangal deve-se incluir a identificação e promoção de alternativas para o provimento de
energia para a cozinha, materiais para construção, e outras actividades que geram rendimento
para a subsistência das comunidades e sectores que neste momento vivem do comércio do
mangal.

A destruição da floresta do mangal pela população do Bairro Costa do Sol relaciona se com as
necessidades económicas, devido o seu nível de pobreza.

Para Langa (2007), o desmatamento poderá trazer graves problemas no futuro, em termos das
múltiplas funções que o mangal exerce para o equilíbrio ecológico e do seu valor económico que
lhe e atribuído. As consequências resultantes do desmatamento de uma forma específica
implicam a diminuição da fauna e flora.

Sedimentação nas zonas do mangal em consequência da destruição do coberto vegetal nas zonas
mais altas, sobretudo quando esta sedimentação e acumulação provoca, mudanças na estrutura do
substrato, tornando-o mais arenosos e impróprias a instalação do Mangal.

Segundo MICOA (2007), suscita que as mudanças climáticas podem afectar o ecossistema
através das mudanças nos diferentes factores do clima e seus impactos no meio do Mangal e nos
processos ecológicos que nele têm lugar. No caso específico do Bairro Costa do Sol, salienta-se
sobretudo os fenómenos erosivos resultantes da maior intensidade das correntes marítimas e
subida do nível do mar; o aumento do nível das águas e seus impactos no aumento da salinidade
no interior e nos limites continentais do Mangal e que se combinam a evaporação, intensidade de
insolação e a variação (sobretudo redução e irregularidades) das pluviométricas; a acumulação de
sedimentos arenosos nas partes mais continentais do Mangal em consequência dos fenómenos
erosivos em resultado da degradação do coberto vegetal provocado pela seca e do escoamento
superficial das águas das chuvas.
Figura 4: Mangal que foi cortado

2.4. Medidas de uso do SIG para mitigar os impactos da destruição do Mangal

Actividades humanas exercidas sobre o ecossistema mangal, tanto para a satisfação das suas
necessidades diárias quanto a degradação para a construção de infra-estruturas, implica que existe
uma necessidade urgente de promover um modo gestão deste recurso natural, de modo a melhorar
o uso e exploração do mangal, simultaneamente controlando a degradação ambiental, o que faz
com que se aponte as seguintes medidas de mitigação usando o sistema de informação
geográfica:

 É preciso desenvolver projectos de monitoria das áreas do mangal, com suporte de base de
dados e imagens do mangal;
 É preciso conceber planos de gestão ambiental do recurso (mangal) com atenção ao
mapeamento da área do mangal, através do estabelecimento de pontos de observação;
 Promover uma coordenação entre a população e outros sectores estatais tanto de
actividades económicas como fiscalização, com vista a legalização do uso do SIG, para o
controle da área do mangal, e;
 A criação de um comité de Vigilancia do Mangal, que visa essencialmente fazer
observações cíclicas da área do mangal bem como das comunidades, instituições públicas
e privadas na protecção próximas das áreas de conservação do mangal.
Figura 5: Área do mangal no bairro Costa do Sol

Fonte: Google Maps (2023)


3. Conclusão

Terminado o presente estudo realizado em torno do Mangal do Bairro Costa do Sol, conclui-se
que foram esgotados os objectivos que foram apresentados a quando do início do mesmo, e desta
feita fica a percepção de que os mangais são florestas que crescem na área entre - marés nas
zonas tropical e sub - tropical, ocupando costas abrigadas e lugares com pouca influência da
energia das marés. Os mangais providenciam uma série de serviços ecológicos, como um local
de uma grande biodiversidade, incluindo plantas, animais, bactérias, fungos e outros grupos
tróficos importantes em paralelo funcionam como um subsistema de suporte ao processo
produtivo para a população desta zona, satisfazendo as necessidades das comunidades de
pescadores, camponeses, “lenhadores”, comerciantes artesãos e funcionários de serviços públicos.

Ficou ainda o conhecimento de que fazem parte dos problemas ambientais decorrentes do corte
do mangal o desaparecimento de espécies de mangal, degradação e erosão dos solos, perca da
protecção costeira, concluindo-se assim que podem ser medidas de mitigação deste problema
usando o sistema de informação geográfica os seguintes o desenvolvimento de projectos de
monitoria das áreas do mangal, com suporte de base de dados e imagens do mangal e a criação de
um comité de Vigilancia do Mangal.
4. Bibliografia

GIL, António Carlos. (1991). Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: Atlas.

HONGUANE A. M (2007) Diagnostico da Zona Costeira de Moçambique. Revista de Gestão


Costeira Integrada.

LANGA, J. V. Q. (2007). Problema na zona costeira de Moçambique com ênfase para a costa de
Maputo. Revista de Gestão Costeira Integrada.

MACAMO, C. & A. SITOE (2017). Relatório de Governação Ambiental 2016 - Governação e


gestão de mangais em Moçambique. Maputo, Centro Terra Viva.

MICOA. (2006). Pobreza e o meio ambiente, Ministério para Coordenação da Acção Ambiental,
Moçambique.

MICOA. (2007). Relatório Nacional Sobre Ambiente Marinho e Costeiro

SITOE, Cristina Tomás. (2015). Análise da Sustentabilidade do Mangal no Âmbito da


Construção de Infra-estruturas na Zona Costeira: Caso Costa do Sol. Monografia de
Licenciatura em Educação Ambiental, Departamento de Educação em Ciências Naturais e
Matemática – Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.

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