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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
DOCENTE:
REALIZADO POR:
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...........................................................................................4
1.1. Introdução..................................................................................................................4
1.1. Objectivos..............................................................................................................5
1.2. Metodologias..........................................................................................................5
2.2.1. Ordenamento......................................................................................................8
2.2.2. Planeamento.......................................................................................................9
3.1. Conclusão.............................................................................................................12
RESUMO
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Desde os primórdios da existência humana, o homem vem estabelecendo uma estreita
relação com o recurso solo. Muitos conhecimentos foram gerados durante todo esse tempo.
Porém, nas sociedades ocidentais, o homem ainda busca uma forma adequada de utilizar esse
recurso natural, mantendo um equilíbrio que permita uma convivência harmônica, fundamental
para garantir a sobrevivência das gerações atuais e futuras. Entretanto, apesar de todo o
desenvolvimento científico e tecnológico gerado, essa harmonia ainda não foi alcançada.
Exemplo disso é a dificuldade da comunidade científica em produzir um conhecimento que seja
útil e eficaz para populações que vivem em estreita relação com o ambiente, e à margem do
processo produtivo, como os agricultores de base familiar, os povos indígenas, os remanescentes
de quilombos, entre outros. Na pedologia, a dificuldade em identificar e registrar o conhecimento
das populações locais, torna muitas vezes ineficaz o trabalho de mapeamento de solos em suas
áreas. O objetivo do presente trabalho é analisar a importância da pedologia para o
desenvolvimento rural, frente à presença do saber sobre solos de populações que vivem em
estreita relação com a natureza, e discutir a importância de considerar esse saber na elaboração
de mapeamentos em nível de detalhe e na sua aplicação para projetos destinados a essas
populações.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
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1.1. Introdução
Ao se falar em meio ambiente, logo se pensa em paisagens, fauna e flora, todavia o termo
“meio ambiente” representa qualquer espaço onde se possa viver (BRASIL, 1997). Esse espaço é
ocupado pelo homem de forma irracional e desordenada, o que vem ocasionando consequências
a esse meio e ao próprio homem (WAHL; MELO, 2011).
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios: se, por um lado,
nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental
e a poluição aumentam diaa-dia (MENDES, 2007). O reflexo dessa apropriação da natureza
talvez seja, conforme Martins & Nishijima (2010) destacam, o grande freio natural que vai
estabelecer o limite às ações humanas.
O manejo adequado desse recurso natural torna-se mais crítico em sociedades ocidentais
no contexto contemporâneo, uma vez que graves problemas resultantes de seu uso predatório
vêm ocorrendo em várias partes do mundo. Em Moçambique, o cenário não é diferente.
Possuidor de grandes extensões de áreas agricultáveis, o País se vê ainda diante de sérios
problemas de degradação do solo, resultantes muitas vezes da falta de informação sobre as
potencialidades e limitações de uso desse recurso natural.
A pedogênese, segundo Muggler et al (2005), pode ser definida como o processo no qual
o solo se forma, levando em consideração o resultado dos fatores de formação do solo que nele
atuam: material de origem, ação climática, relevo, organismos e o tempo. É necessário lembrar
também que, durante o século XIX, ainda prevalecia uma visão dita geológica na qual
considerava-se o solo um reflexo de um manto de fragmentos de rocha em processo de alteração,
no entanto, em função da diversidade de solos classificados atualmente assume-se uma
conotação genética, sendo o solo resultado de um material evoluído ao longo do tempo.
Nesse sentido, podemos afirmar que a gênese do solo – ou pedogênese – pode ser
considerada aquela que integra e quantifica a formação, a qualidade, a classificação, a extensão,
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distribuição e variabilidade espacial dos solos (Sposito & Reginato, 1992 apud Kampf & Kuri,
2012). Desse modo, ao conseguirmos interpretar a pedogênese, compreendendo como ocorre a
alteração mineral em função dos fatores de formação, configura-se em um passo a mais para
garantirmos uma ferramenta valiosa para novas proposições no que se refere estudos ambientais
e socioambientais.
1.1. Objectivos
1.2. Metodologias
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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Serrat et. al. (2002) o solo é o resultado do desgaste das rochas, cujos
fatores responsáveis por este processo são o clima (chuva, calor), organismos vivos (plantas,
animais), relevo (declividade do terreno), tipos de rochas (mais resistentes ou menos resistentes)
e que leva muitos anos para acontecer, por isso a importância de se conservá-lo.
Serrat et. al. (2002) destacam ainda que o solo compõe-se por quatro partes misturadas de
ar, água, matéria orgânica e porção mineral (areia, silte, argila), onde as areias por serem
partículas maiores (tamanho entre 0,2 e 0,005 cm) apresentam maiores espaços entre elas, por
isso retêm pouca água, sendo, portanto drenos naturais do solo. As argilas são partículas com
tamanho menor que 0,0002 cm, portanto bem menores que as partículas de areia. Os solos com
muita argila apresentam maior capacidade de reter água e nutrientes, pois apresentam mais
espaços pequenos onde estes podem ficar armazenados. O silte é constituído por partículas de
tamanho intermediário entre as partículas de areia e argila (SERRAT et. al., 2002).
Em resumo, o solo configura-se elemento fundamental para as plantas, pois é onde elas se
fixam, absorvem água e nutrientes, e onde as raízes respiram. Assim, como Santos e Zaroni
(2014) afirmam, os solos são definidos como corpos naturais independentes, constituídos de
materiais minerais e orgânicos, organizados em camadas e/ou horizontes, cuja unidade básica é
chamada de pedon, do grego que significa solo, terra e que vai da superfície ao material de
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origem e se constitui na menor porção tridimensional, perfazendo um volume mínimo que
possibilite estudar o solo.
Nesse contexto, algumas definições são importantes para classificar o perfil dos solos
como os atributos e horizontes diagnósticos, definidos por Santos e Zaroni (2014), como
diagnósticos e relacionados a características e propriedades identificadas no perfil do solo solos
(SANTOS; ZARONI, 2014).
O termo Pedologia, tem origem no grego pedon (solo, terra), sendo portanto, o nome que
se dá à ciência que estuda o solo, corpo dinâmico resultante dos processos de alteração e
modificação (física, química, biológica ou antrópica) da rocha ou sedimento à superfície
terrestre.
Porém, foi só em 1887 que os russos criaram uma técnica de análise que estuda os solos
considerando as diversas camadas desde a superfície até atingir rocha, estabelecendo assim a
base da Pedologia – considera o solo em suas características naturais próximas a 1 metro de
profundidade.
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A Pedologia é um alicerce para qualquer tipo de cultivo. Os solos mudam muito
conforme o relevo, a rocha, a vegetação, o clima e o tempo de formação, e a Pedologia analisa
todos estes fatores para dar um diagnóstico fiel.
2.2.1. Ordenamento
Procura-se assim, por um lado, arrumar com equilíbrio as áreas mais dinâmicas,
nomeadamente as que estavam mais sujeitas a impulsos de urbanização e/ou de industrialização,
por outro lado, orientar o boom turístico, e ainda, promover planos de desenvolvimento rural.
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O Ordenamento do Território deve desenvolver-se, no mínimo em dois níveis diferentes
de actuação:
Contudo, é também nesta escala que se tornasse necessário, mas possível, corrigir
distorções de base.
Nesta escala é igualmente importante, educar a população para o uso do espaço, pois ó
quando o cidadão souber viver o seu dia-a-dia, é que estará em condições de usufruir e exigir um
espaço melhor para si. Deste modo, ordenamento e planeamento são completamente
interdependentes.
2.2.2. Planeamento
O planeamento tem que ser pensado compreendendo a estrutura das ocupações humanas:
a sua diversidade, as suas inter-relações e interacções e a complexidade das razões que justificam
cada uma delas. São diversos os tipos de ocupação do homem no território; são diferentes os
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usos impostos ao solo. São variados os aglomerados humanos resultantes, diferentes em
dimensão e em características, justificando-se e sendo ao mesmo tempo razão das utilizações que
se estabelecem no território.
As cartas de solos são registos das características dos solos, sem nada dizer quanto à sua
utilização. Contudo para um uso adequado deste tipo de informação é necessário ter
conhecimentos profundos de classificação de solos.
Uma carta de solos (ou pedológico) é um documento básico que inclui dois componentes:
o “mapa” ou “carta” (seja em papel, seja virtual) e um relatório técnico a que se chama “memória
Descritiva”. O mapa é sempre constituído por uma peça desenhada que mostra a distribuição
espacial dos solos na paisagem, de acordo com a densidade de amostragem e o a memória
descritiva aborda os métodos que serviram de base à construção do mesmo, bem como, as
características morfológicas, químicas, físicas, hídricas e mineralógicas, dos solos aí
representados. A escala de publicação do mapa pedológico aumenta dos níveis mais genéricos
(1:750.000) para os mais detalhados (1:5.000).
Deste modo, é indiscutível o interesse que uma carta de solos tem por si só, uma vez que
contém um elevado número de dados pedológicos que servem de base a muitos e diversificados
tipos de trabalho, como por exemplo:
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Demarcação da Reserva Agrícola Nacional;
Etc;
Procurando mudar esta situação, foram escolhidas algumas informações básicas de como
utilizar estas informações para o ordenamento. Assim sendo, é de grande importância
salientar que os cientistas têm como obrigação o estabelecimento de contactos com os
políticos, no sentido de recolherem informações e meios para ultrapassar as distorções que
frequentemente acontecem, entre a definição das áreas com necessidades de estudos, as áreas
que são alvo dos estudos em concreto e, as áreas onde as decisões políticas consequentes dos
resultados dos estudos são aplicadas.
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CAPÍTULO II: CONCLUSÃO E REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3.1. Conclusão
Grande parte dos engenheiros agrónomos, florestais, agrícolas e técnicos agrícolas fazem
o mesmo tipo de gestão para diferentes solos, utilizando o mesmo tipo de terraço, o mesmo tipo
de mobilização, as mesmas doses de calagens, idêntica fórmula de adubação, a mesma dotação
de rega, o que não é correcto porque são diferentes os ambientes de produção vegetal. Isto
acontece porque esses profissionais, desconsideram a variabilidade de solos na paisagem, os
quais dependem da diversidade dos seus factores de formação (material de originário, relevo,
vegetação, clima e tempo).
Atualmente, ao refletir sobre processos ambientais, pensar em fatores isolados está fora
de questão, assim como não é mais possível conceber ciência tendo em vista um saber
fragmentado. Esse trabalho significa mais uma tentativa de tentar calcificar a noção da
interdisciplinaridade, bem como reforçar a ideia de um diálogo holístico entre todas as ciências
para que dessa forma seja possível articular e propor soluções que conciliem os interesses da
esfera ambiental e social, visando a integração de ambas e a garantia dos direitos que
frequentemente são transgredidos.
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3.2. Referências Bibliográficas
Busquets, Juan (1995). Sociedade e Território. Revista de Estudos Urbanos e Regionais, n.º 22,
1995. Planeamiento: pasado reciente y futuro próximo (pp. 9-21).
Davis, R. E. et al. (1981). Surveying, Theory and Practice, 6ª.ed., McGraw-Hill, New York
Soil Conservation Service, Soil Management Support Services. Blacksburg: Pocahontas Press,
EUA.
Forbes, T, et al. (1983). Guidelines for evaluating the adquacy of soil resource inventories.
Washington, DC, Soil Management Support Services Technical Monograph 4. Soil Conservation
Service, USDA, USA
Gaspar, J. (2007). Los Problemas Del Mundo Actual. Soluciones Y Alternativas Desde La
Geografía Y Las Ciencias Sociales. IX Coloquio Internacional de Geocrítica Porto Alegre, Brasil
Newson, M. D. (1993). Scales and their appropriateness for integrating land use management:
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Macaulay Land Use Science Conference, Macaulay Land Use Reserch Institute, Milne, J. A.
(ed.). Aberdeen (Scotland)
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Prado, H. (2005). Pedologia Fácil - aplicações na agricultura - 2ª edição, Campinas. SP
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