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FORTALEZA
2023
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Lídia Bezerra Pimentel e Francisco Claudio
de Almeida, por todo o amor, dedicação e pelos ensinamentos passados a mim e à minha
irmã, Gabriela Bezerra de Almeida, ao decorrer desses anos.
As minhas avós, Carmen Lucia Bezerra Pimentel e Maria Francisca da Conceição,
meus tios e minhas tias, destacando a minha madrinha Ligia Bezerra Pimentel, por ter sido
uma das minhas principais referências desde o início dos meus estudos, com paciência,
disponibilidade e por ter me ensinado valores preciosos que irei levar por toda a vida.
A minha namorada Rafaeli Maria Vasconcelos Martins, pela paciência, incentivo e
apoio nos mais diversos momentos no nosso relacionamento.
Ao professor orientador, Adroaldo José por sua orientação, paciência e disponibilidade
não apenas nesse trabalho, mas em outros momentos da graduação.
A todos os professores, especialmente os orientadores que tive em monitorias e
projetos de pesquisa, pelos ensinamentos e dedicação durante o curso.
Aos meus amigos de jornada: Arimateia Netto, Hilário Guimarães, Josiran Rosa,
Eugenio Peixoto, Guerreiro Neto e Italo Lucena, pelo compartilhamento de muitas histórias e
alegrias, críticas e sugestões, em todos os momentos da graduação.
A todas as pessoas que me motivaram e me deram apoio no desenvolvimento deste
trabalho.
“Felizes são aqueles que se divertem com problemas que educam a alma e elevam o
espírito.” (François Fenelon)
RESUMO
Keywords: SCR, CAN, Arla 32, Diesel, Vehicle Maintenance, OBD, Trucks.
Lista de Figuras
CO Monóxido de Carbono
HC Hidrocarbonetos
H₂O Água
MP Material Particulado
N₂ Nitrogênio
NH3 Amônia
NO Óxido Nítrico
O₂ Dióxido de oxigênio
O₃ Ozônio
OBD On-Board Diagnostics
S Enxofre
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………….1
2. JUSTIFICATIVA…………………………………………………………….3
3. OBJETIVOS…………………………………………………………….3
3.1. OBJETIVOS GERAIS…………………………………………….3
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS…………………………………….3
4. ESTRUTURA DO TRABALHO……………………………………....4
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA…………………………………………5
5.1. MOTORES À DIESEL ……………………………………………….5
5.2. DIESEL ………………………….........................…………………….8
5.3. POLUENTES ………………………………………...............……….10
5.3.1. Monóxido de Carbono (CO)
5.3.2. Óxido de Nitrogênio (NOx)
5.3.3. Hidrocarbonetos (HC)
5.3.4. Material Particulado (MP)
5.4. CONTROLE DE POLUENTES NO BRASIL ……………………….5
5.5. ARLA 32 ………………………………………………........................18
5.6. SISTEMA SCR................................……………………………………22
5.7. DIAGNOSE ON BOARD II (OBD II)……………………………….....25
6. EQUIPAMENTOS E MÉTODOS……………………………………….......29
6.1. Equipamentos Utilizados...........................................................................29
6.2. Métodos.......................................................................................................30
7. RESULTADO E DISCUSSÃO……………………………………………....31
7.1. SENSORIAMENTO DO SISTEMA DENOXTRONIC 1.1..................32
7.1.1. UNIDADE DE COMANDO SCR .................................................33
7.1.2. SENSOR DE TEMPERATURA...................................................34
7.1.3. SENSOR DE NÍVEL......................................................................35
7.1.4. BOMBA DE DIAFRAGMA...........................................................36
7.1.5. SENSORES DE PRESSÃO E TEMPERATURA DO
REDUTOR.......................................................................................................37
7.1.6. SENSORES DE PRESSÃO DE AR (ACIMA E ABAIXO DA
VÁLVULA DE RESTRIÇÃO) ......................................................................37
7.1.7. SENSOR DE TEMPERATURA DO
ESCAPE...........................................................................................................37
7.1.8. SENSOR DE NOX........................................................................38
7.1.9. UNIDADE DE COMANDO DO
MOTOR...........................................................................................................38
7.1.10. DOSADOR REDUTOR...............................................................39
7.1.11.VÁLVULA DE LÍQUIDO DE ARREFECIMENTO PARA
AQUECIMENTO ...........................................................................................40
7.2. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DENOXTRONIC
1.1......................................................................................................................40
7.3. REALIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
CORRETIVA.....................................................................................................43
7.3.1. CAMINHÃO P310...........................................................................43
7.3.2. CAMINHÃO R440...........................................................................46
7.3.3. CAMINHÃO P310...........................................................................49
7.4. PRINCIPAIS PARÂMETROS ANALISADOS NA MANUTENÇÃO DO
SISTEMA........................................................................................................52
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………..……..53
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………….………………54
1. Introdução
1
para regularização e multa. A não utilização do Arla 32 dentro dos padrões regulamentares
configura crime previsto na Lei Ambiental (Lei 9.605/98).
2
2. Justificativa
3. Objetivos
3
4. Estrutura do Trabalho
E por fim, no capítulo cinco, conclusão, considerações finais e ideias para trabalhos
futuros.
4
5. Fundamentação Teórica
Segundo Brunetti (2012) os motores são máquinas térmicas que permitem transformar
calor em trabalho. O calor pode ser obtido por meio das mais diversas fontes, como
combustão, energia elétrica, etc. Para esse trabalho, será feito uma abordagem em caminhões,
nos quais o calor é obtido pela queima do combustível, no caso o diesel. Nesse caso a energia
química é convertida em trabalho mecânico.
Essa obtenção do trabalho é ocasionada por uma sequência de processos a serem
realizados em uma substância denominada Fluido Ativo (FA). Quanto ao seu comportamento,
podemos classificá-lo de duas formas:
• Motores de Combustão Externa (MCE): Onde a combustão se processa
externamente ao FA, o qual será apenas o veículo da energia térmica
convertida em trabalho. Um grande exemplo são as caldeiras ou máquinas a
vapor;
• Motores de Combustão Interna (MCI): Onde o FA participa diretamente da
combustão.
• No caso dos MCI, podemos classificá-los das seguintes formas:
• Motores alternativos: Onde o trabalho é obtido pelo movimento de um pistão
de rotação contínuo por um sistema de biela e manivela;
• Motores rotativos: Onde o trabalho é obtido por um movimento de rotação;
• Motores de impulso: Onde o trabalho é obtido pela reação de gases expelidos
em alta velocidade pelo motor.
Quanto à ignição, processo que provoca o início da combustão, os motores alternativos
são classificados em Ciclo Otto e Ciclo Diesel. No caso do Ciclo Otto, ocorre uma faísca por
meio das velas do veículo gerando assim a queima do combustível.
5
Figura 1 – Ponto Morto Superior e Inferior
Já no Ciclo Diesel, foco do estudo, o pistão comprime somente ar, até que o mesmo
atinja uma temperatura suficientemente elevada. Quando o pistão atinge o Ponto Morto
Superior (PMS), posição na qual o pistão está mais próximo possível do cabeçote do veículo,
enquanto o Ponto Morto Inferior (PMI) é a posição inicial do pistão mais afastado possível do
cabeçote, injeta-se o combustível que reage com o oxigênio presente no ar quente, sem
necessidade de faísca. A temperatura do ar necessária para que ocorra essa reação espontânea
do combustível é chamada de temperatura de autoignição (TAI).
De acordo com Brunetti (2012) podemos definir motor a diesel, como um motor de
combustão interna que apresenta ignição por compressão, podendo ser de quatro ou dois
tempos, devido às diferenças entre as fases no ciclo de funcionamento. O primeiro protótipo
de motor a diesel foi desenvolvido pelo engenheiro alemão chamado Rudolf Christian Karl
Diesel, no ano de 1893. Diesel desenvolveu um motor no qual consistia no ciclo de
temperatura constante, com elevada compressão, comparado com a ignição por compressão.
Visto isso, Diesel mudou o ciclo de seu motor, utilizando-se de um ciclo de pressão constante,
onde a compressão deve ser altamente suficiente para a ignição. Em 1897, a empresa MAM,
produziu o primeiro motor de acordo com os estudos de Rudolf Diesel.
6
Figura 2 – Primeiro motor diesel
Fonte: DW (2020)
Ao decorrer dos anos teve início a evolução do motor a diesel, onde o óleo vegetal foi
substituído por compostos de petróleo, hoje chamados de diesel, que é um composto formado
por hidrocarbonetos resultante da destilação do petróleo exposto a temperaturas de 250°C e
350°C.
Os motores de quatro tempos ou ciclos de operação são sequências de processos
sofridos pelo FA citado anteriormente que se repetem de modo periódico para a obtenção de
trabalho útil. O tempo é entendido como o curso realizado pelo pistão. Para esse caso
específico, podemos apresentar os quatro tempos do motor descritos na figura 3.
• Tempo de Admissão: Nele o pistão desloca-se do PMS para o PMI. O pistão
dá origem a uma sucção que gera um fluxo de gases por meio da válvula de admissão, que se
encontra aberta. O cilindro é preenchido com uma mistura de combustível-ar ou somente ar
nos motores de injeção direta de combustível ou até mesmo apenas ar no caso dos MIE.
7
• Tempo de Expansão: A combustão provoca um aumento da pressão que
empurra o pistão para o seu PMI de forma que o FA sofra um processo de expansão,
realizando assim o trabalho útil do motor.
Nesse ciclo o pistão percorreu o curso quatro vezes, ou seja, o eixo do motor realizou
duas voltas completas. Uma das diferenças fundamentais entre os motores de dois tempos e
quatro tempos se referem a complexidade do sistema mecânico no caso dos motores de quatro
tempos. Já comparando os ciclos Diesel e Otto, há maior robustez no Ciclo Diesel por conta
de suas aplicações na área automobilística e, sobretudo, na industrial.
5.2. DIESEL
Existem vários tipos de óleo diesel, sendo os mais comuns, o S500 e o S10. Segundo
Bento (2005) o diesel é um derivado do petróleo, formado por hidrocarbonetos, que são
moléculas que possuem apenas átomos de carbono e hidrogênio em sua composição. Alguns
outros átomos como de enxofre, de nitrogênio e de oxigênio podem ser encontrados no óleo
diesel em menores quantidades, assim como alguns traços de metais como vanádio, níquel,
8
sódio, cálcio, cobre e urânio. No Brasil, desde o final dos anos 70 o uso do diesel foi proibido
em veículos leves, sendo permitido apenas em carros 4x4, caminhões e ônibus.
Por se tratar de uma diferença muito expressiva, dúvidas quanto ao uso são
extremamente plausíveis de existir. Embora o S500 seja conhecido no mercado como diesel
comum, seu uso é indicado apenas em motores de uso rodoviário com fabricação até 2012.
Para veículos rodoviários movidos a diesel produzidos a partir de 2012, o uso do óleo diesel B
9
S10 é obrigatório, pois esses motores estão especificados para cumprir com as determinações
de emissões da fase P8 do PROCONVE.
5.3. POLUENTES
10
e é um produto intermediário resultante do processo de combustão em situações de baixa
concentração de oxigênio.
11
5.3.2. Óxido de Nitrogênio (NOx)
É um composto altamente reativo, visto que quando o NO reage com o Oxigênio (O2),
ozônio (O3) e hidrocarbonetos (HC) se transformam em NO2, o qual possuindo luz ocorre
uma reação com HC e oxigênio formando assim, ozônio (O3). Portanto, o NO2 é o principal
produtor de ozônio da atmosfera.
12
Figura 8 – Efeitos dos óxidos de nitrogênio na atmosfera
13
Segundo Banderali (2014), existem diversos tipos de hidrocarbonetos, o benzeno, por
exemplo, é um agente cancerígeno e mutagênico. As águas também podem ser contaminadas
por partículas de hidrocarbonetos, por isso é importante o monitoramento e segurança das
águas e dos abastecimentos do ecossistema.
14
5.3.4. Material Particulado (MP)
Segundo Brito (2018) o Material Particulado pode ter origem de diversos locais e
processos, a queima de combustível é um exemplo, tanto provenientes de indústrias como de
veículos movidos a combustíveis fósseis. Um dos tipos de material particulado mais comum é
o carbono negro, também conhecido como fuligem, onde sua coloração é determinada pela
sua composição química e característica da fonte emissora. É o responsável pela coloração
escura da fumaça que sai dos escapamentos de automóveis, caminhões e ônibus, como
também de chaminés de indústrias, sendo considerado o segundo maior contribuinte do
aquecimento global, perdendo apenas para o CO2.
Cada fase do PROCONVE exige ainda mais níveis menores de emissão de gases do
escapamento dos veículos. A fase atual prevê a redução dos limites nas emissões de gases de
escapamento – da ordem de 80% para os óxidos de nitrogênio e de 50% de material
particulado – em relação à fase anterior.
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É previsto que após 30 anos da implementação do Proconve P8, as emissões
acumuladas de veículos pesados podem ser reduzidas em cerca de 130 mil toneladas de
partículas inaláveis soltadas pelos escapes, 110 mil toneladas de carbono negro, 12 milhões
de toneladas de óxido de nitrogênio, 2,7 milhões de toneladas de monóxido de carbono e 24
mil toneladas de hidrocarbonetos. A tendência é que as indústrias automobilísticas
trabalhem para que os veículos saiam cada vez mais alinhados à nova legislação P8.
Essas novas diretrizes buscam a regulamentação dos veículos pesados do Brasil cada
vez mais próxima à da União Europeia, trazendo diversos benefícios para o controle de
emissões prejudiciais por veículos pesados e reduzir os impactos na qualidade do ar e na
saúde.
17
A norma do Proconve P8 já está em vigor no Brasil desde 1˚ de janeiro de 2022. Com
ela, o CONAMA e o IBAMA visam reduzir drasticamente a emissão de poluentes na
atmosfera e assim garantir a qualidade do ar para os habitantes dos grandes centros urbanos.
Em metrópoles como São Paulo, por exemplo, apenas 4% de todos os veículos são
responsáveis por mais de 80% das emissões de poluentes.
5.5. ARLA 32
Segundo Gimenez (2021) o Arla 32 é o nome dado a um agente redutor essencial, que
reduz a emissão de poluentes transformando os tóxicos óxidos de nitrogênio em materiais
nocivos, como nitrogênio e água. Arla é uma abreviatura para Agente Redutor Liquido
Automotivo. Fora do Brasil, outras denominações são adotadas, entre elas Diesel Exhaust
Fluid (DEF), AUS 32, sendo comercializado como AdBlue.
19
consumo de combustível. O mau funcionamento do veículo e o consumo desnecessário de
combustível elevam consideravelmente os custos de operação. Vale ainda ressaltar que a não
utilização de um ARLA de qualidade pode estragar o motor, causando grandes prejuízos com
manutenção corretiva. O consumo excessivo de diesel gera emissões, degradando a qualidade
do ar, afetando diretamente a qualidade de vida do transportador e da sociedade, e
prejudicando assim o meio ambiente.
A predominância da cor azul na mistura indica presença de ARLA dentro dos padrões,
ao passo que a cor em tom vermelho/róseo e roxo indica predominância de produto
adulterado.
20
Além disso, é feita a verificação de componentes do sistema de controle SCR como a
condição do catalisador, presença de fusível no circuito do sistema SCR, e presença de fraude
pela utilização de emuladores que alterem o funcionamento do sistema. O detalhamento da
fiscalização está descrito na Resolução Contran 666 de 2017.
Os regulamentos da EPA de 2007 deveriam ser uma solução provisória para permitir
que os fabricantes tivessem tempo necessário para se preparar para os regulamentos mais
rigorosos da EPA de 2010, que reduziram os NOx níveis ainda menores. Em 2008, as
preocupações com a conformidade mudaram para a infraestrutura de distribuição do ARLA
32.
22
Segundo Ferreira (2022) a taxa de injeção de Arla no escapamento depende do sistema
de pós-tratamento específico, mas normalmente é de 2 a 6% por cento do volume de consumo
de diesel. Essa baixa taxa de dosagem garante longos intervalos de abastecimento de fluido,
minimizando assim o tamanho do tanque e a intrusão no espaço de embalagem do veículo.
Sua função é promover a redução dos óxidos de nitrogênio em nitrogênio e água. Para
essa reação de redução ocorrer, é injetada anteriormente no sistema do veículo uma solução
formada por ureia, o que reduz em até 95% das emissões dos óxidos de nitrogênio e de 4 a 6%
do dióxido de carbono, além de melhorar o desempenho do veículo.
23
Figura 17 – Sistema SCR geral de veículos diesel
2 (NH 2 ) 2 CO + 4 NO + O 2 → 4 N 2 + 4 H 2 O + 2 CO 2
4 (NH 2 ) 2 CO + 6 NO 2 → 7 N 2 + 8 H 2 O + 4 CO 2
(NH 2 ) 2 CO + NO + NO 2 → 2 N 2 + 2 H 2 O + CO 2
A proporção entre NO2 e NO determina quais reações ocorrem e com qual rapidez. As
maiores taxas de conversão são alcançadas se quantidades iguais de NO2 e NO estiverem
presentes, especialmente em temperaturas entre 200°C e 350°C. Se houver mais NO do
que NO2, o SCR rápido e o SCR padrão ocorrem sequencialmente. Se houver mais NO2 do
que NO, o SCR rápido e o NO2 SCR ocorrem sequencialmente, no entanto, o NO2 SCR é
mais lento que o SCR padrão, o nitrato de amônia pode se formar e desativar temporariamente
o conversor catalítico.
25
segunda é chamada de Off-Board Diagnosis, sendo realizada utilizando dispositivos
eletrônicos capazes de se comunicar com os módulos do veículo sistemas
Em 1970, nos EUA foi criada uma Agência de Proteção Ambiental (E.P.A) que até
hoje tem liderado tudo o que diz respeito à regulamentação de OBD. Logo quando houve a
sua implementação, ocorreu um maior controle dos veículos, que passaram a ter obrigatórias
manutenções periódicas, e também começaram cada vez mais rígidos com os parâmetros de
emissão de gases que seriam medidos no veículo. Com isso, as montadoras tiveram que passar
a utilizar sistemas que permitissem o controle de consumo e de ignição. Para tal, em suas
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fabricações passaram a desenvolver sensores por todo o motor a fim de realizar leituras
constantes em relação a seu desempenho e consequentemente conseguir ajustá-lo para que
houvesse menor poluição.
Na primeira versão do OBD I, ainda nos anos 80, não havia uniformidade, ou seja,
estava ao critério de cada marca escolher qual seria o melhor sistema de conexão dos pinos e
protocolos. Era um controle virtual, pois só as marcas é que podiam aceder aos dados que
eram lidos e armazenados pela unidade de controle do próprio OBD e geralmente
contemplavam os seguintes aspectos:
• Sensor de oxigênio;
• Sistema de combustível;
• Componentes elétricos;
• Diagnóstico de falhas.
• Eficiência do catalisador;
• Aquecimento do catalisador;
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• Combustão espontânea;
• Sistema de evaporação;
• Sistema de ar secundário;
• Informações do Diagnóstico.
A tendência para o futuro é a criação do OBD III. Com a tendência dos carros
aproveitando a crescente utilização de redes sem fio, basicamente seria algo essencialmente
adicionando os carros novos à lista de dispositivos da Internet das Coisas (IOT). Seria então
possível que um carro se reportasse às agências reguladoras e que o carro fosse desligado
remotamente se violasse as leis de emissões, ou que pudesse se conectar com veículos
vizinhos em casos de acidentes de trânsito, assaltos, engarrafamentos na via e também se
conectando com agências de polícia e saúde. Embora isso possa ser considerado uma vitória
para o meio ambiente, certamente há preocupações com o alcance excessivo do governo e
principalmente o alcance dos hackers.
28
6. Equipamentos e Métodos
29
Figura 22: Veículo Scania P310 um dos objetos de estudo
6.2. MÉTODOS
O primeiro passo foi à captação dos dados via VCI conectada a porta OBD II,
utilizando o programa Scania SDP3 versão 2.54. Com o auxílio do multímetro, também foram
executadas medições em alguns componentes elétricos do sistema. O painel de comando
destes veículos apresentava falhas relacionadas ao controle de emissões e, consequentemente,
relacionadas ao mau funcionamento do motor.
Os veículos foram conectados a tomada de diagnóstico e em seguida, após a leitura
dose seus códigos de falha, onde foi evidenciado os problemas em questão. Em seguida foi
realizado um pequeno teste de percurso, a fim de se perceber alterações em cada parâmetro
relacionado ao sistema SCR.
Os três veículos que apresentavam avarias são das mais diversas vertentes de
transportes, com logísticas diferentes, materiais de transportes também distintos e em comum
todos eles nunca haviam realizado manutenções preventivas no sistema SCR, ou seja, nunca
haviam trocado o filtro do ARLA.
Outro aspecto em comum desses caminhões foi que todos abasteciam os seus tanques
de ARLA de forma a granel, diretamente em postos de confiança dos proprietários. Um
problema comum, sobretudo em cidades mais afastadas, é a contaminação do ARLA ou
30
mistura do mesmo com outros componentes nocivos ao sistema do caminhão. Não foi o caso
apresentado nesse cenário.
31
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após esse diagnóstico inicial, foram verificados cada componente do sistema SCR do
caminhão Scania, com auxílio da ferramenta CAN e com o diagrama elétrico do seu sistema
de pós-tratamento, que é o Denoxtronic 1.1 da Bosch, que será apresentado a seguir.
Núm Componente
ero do
Componente
32
1 Unidade de Comando
SCR
2 Sensor de
Temperatura
3 Sensor de Nível
4 Bomba de Diafragma
5 Sensores de Pressão e
Temperatura do Redutor
6 Sensores de Pressão
(acima e abaixo da válvula de
restrição)
7 Válvula Reguladora de
Ar
8 Sensor De
Temperatura do Escape
9 Sensor de NOx
10 Unidade de Comando
do Motor
11 Dosador redutor.
12 Válvula de líquido de
arrefecimento para
aquecimento
33
7.1.1. UNIDADE DE COMANDO SCR
34
Se a tensão estiver fora de uma determinada faixa, a unidade de comando do motor
trabalhará com um valor de temperatura pré-programado e será gerado um código de falha.
Não ocorrerá aquecimento do redutor.
Suas funções são: informar ao condutor sobre o nível de redutor no tanque de redutor,
levar o redutor do tanque para o dosador de redutor, monitorar a temperatura do redutor no
tanque e aquecer o redutor no tanque do ARLA.
36
7.1.6. SENSORES DE PRESSÃO DE AR (ACIMA E ABAIXO DA
VÁLVULA DE RESTRIÇÃO)
37
7.1.8. SENSOR DE NOX
O sensor de NOx mede o teor de NOx nos gases de escape em ppm (partes por
milhão) e começa a aquecer quando o sistema de escape não tem mais umidade, o que
significa uma temperatura dos gases de escape superior a 120-180°C, dependendo do design.
O aquecimento demora aproximadamente 15 minutos e quando o sensor está aquecido, ele
começa a exibir as medições.
O sensor de NOx mede o volume de óxido de nitrogênio nos gases de escape e envia a
informação para a unidade de comando do motor. O sensor consiste em um módulo do sensor
eletrônico com um cabo que leva ao sensor. A cor do conector do sensor é sempre preta.
38
7.1.10. DOSADOR REDUTOR
39
7.1.11. VÁLVULA DE LÍQUIDO DE ARREFECIMENTO PARA
AQUECIMENTO
40
Figura 31: Fases do Sistema Denoxtronic 1.1
41
• Fase de Manutenção da Pressão: Quando o reagente Arla atinge sua pressão
de trabalho (entre 3,00 e 4,50 bar) a UCE mantém a eletroválvula reguladora de Ar acionada
parcialmente, mas diminui a rotação da bomba de diafragma (entre 800 e 1200 rpm).
Temperatura do Arla;
Sensor de NOX;
42
7.3. REALIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO CORRETIVA
Foi constatado para esse veículo em questão, ano 2013, um problema no consumo de
ARLA 32. Por se tratar de um veículo que transporta alimentos, o proprietário tinha tempo
limitado para realizar manutenção do sistema de emissões do veículo, limitando-se apenas às
revisões de motor, caixa de câmbio e diferencial.
O veículo veio da cidade de Recife até Fortaleza sem consumir Arla 32, seguindo o
fluxograma até a manutenção do mesmo.
44
45
7.3.2. Caminhão R440
Foi constatado para esse veículo em questão, ano 2017, um problema relacionado a
emissão de NOx por parte desse veículo. O condutor queixou-se de uma fumaça de coloração
preta saindo do escapamento do veículo e que o mesmo havia perdido potência. Após
verificar que as juntas do coletor de escape estavam intactas, sem vazamentos ou trincamento,
seguiu-se para a observação do controle de emissões do mesmo.
O sensor nox foi testado por meio do sistema SDP3, utilizando a verificação de
códigos de falhas corrigidos e foi constatado que o sensor não estava funcionando. O sensor
estava com bastante fuligem, indicando que necessitava ser trocado conforme verificado na
figura 35.
No caso anterior, referente a válvula dosadora redutora, foi possível realizar o reparo
da mesma apenas trocando sua resistência e executando uma limpeza utilizando apenas água
quente. No caso do sensor NOx por se tratar de um componente eletro eletrônico, o reparo
não é recomendado visto que o risco de não ser bem sucedido é grande por conta dos diversos
componentes, entre eles resistores, capacitores e microcontrolador presente no mesmo. O
valor médio estimado é de cerca de 428 ppm de emissão aceitável no meio ambiente com
tolerância de 10%.
46
Figura 37: Código de falha ativo por conta do defeito no sensor NOx
Após efetuar a troca do componente foi realizado um novo teste de verificação dos
códigos de falhas corrigidos e foi verificado que as falhas haviam sido retificadas e após um
47
teste de percurso por alguns quilômetros, foi constatado que o veículo não estava mais
perdendo potência e o sensor NOx estava marcando normalmente.
48
Podemos observar que a concentração de emissão de NOx sem o uso do SCR,
encontra- se em 648 ppm, bem acima do permitido, já com o uso do SCR, a concentração de
emissão passou para 26 ppm, ou seja, 0,026 g/Km, uma diminuição de aproximadamente 95%
na emissão de Nox, estando de acordo com a legislação vigente. Dessa forma, podemos
verificar que o uso adequado transforma NOx em vapor d’água e nitrogênio, gases
inofensivos para a saúde humana.
Foi constatado para esse veículo em questão, ano 2019, um problema relacionado a
pressão de ar no sistema SCR. O veículo havia trocado dosador redutor e sensor de nox, mas
persistia com os problemas relacionados à injeção que sempre apareciam em seu painel de
comando. Após o diagnóstico de falhas, foi feito via SDP3 o Teste 1-2-3 e verificamos que
tanto a pressão antes como depois da válvula de restrição estavam diferentes das
recomendadas para trabalho. Como citado anteriormente, acima da válvula de restrição o
valor recomendado é de 7,2 a 8,5 bar e após a válvula de restrição deve ser de 2,9 a 4,2 bar.
As medições indicaram um mesmo valor de 1,2 bar tanto antes como após a válvula e o
procedimento seria de remover essa bomba, desmontá-la e executar uma limpeza nesses
sensores, bem como a troca do filtro do Arla.
49
Foi verificada uma obstrução na torre de passagem de ar, por conta de ARLA
contaminado, ou seja, que não era adequado para utilização visto que estava contaminado.
Com isso, o caminhão perdia potência, além de não consumir o Arla de maneira adequada.
50
Foi realizada uma limpeza adequada, sempre utilizando apenas água quente, sem
necessidade de nenhum outro componente, removendo todas as obstruções. Após a limpeza
completa e troca do filtro contaminado, o sistema é montado novamente e um novo Teste 1-2-
3 foi realizado, comprovando que o sistema agora funcionava de forma adequada.
51
7.4. Principais parâmetros analisados na manutenção do sistema
Muitos proprietários optam pelo desligamento do Arla 32, para burlar o uso do
produto e instalar chips, em seus veículos, o qual envia ao sistema eletrônico do caminhão a
informação de que o Arla foi enviado para o catalisador, isto sem que uma única gota seja
injetada. No sistema normal, sem Arla o caminhão perderia potência até parar, com o uso
desse chip, isso não acontece. O caminhão funciona normalmente, porém soltando no meio
ambiente material poluente sem que os gases sejam tratados no catalisador.
52
8. Considerações Finais
Foi realizado uma manutenção corretiva, onde foi detectado avarias no sistema,
deixando evidente, que a manutenção preventiva, com a troca do filtro, manutenção de
componentes e sobretudo, utilizando um ARLA de qualidade, trazem benefícios ao
condutor, proprietários de frotas e evita que ocorram crimes ambientais, bem como
prejuízos para esses veículos.
Para trabalhos futuros, pode-se dar continuidade ao estudo do sistema SCR com
foco no protocolo Euro VI do sistema de pós-tratamento NTG (Next Generation) da
Scania, já vigente em território nacional nos veículos fabricados a partir de 2021. Esse
sistema é bem mais complexo que o Denoxtronic 1.1, apresentando maior sensoriamento e
componentes, aumentando assim os custos com manutenção e diminuindo ainda mais as
emissões de poluentes na atmosfera.
53
9. Referências Bibliográficas
• https://www.scielo.br/j/rem/a/4tkZ7YJfZ7QMWfWyNcxM4Tc/?lang=
en&format=pdf <Disponível em 27 de fevereiro de 2023>.
• https://penaestrada.com.br/o-que-significa-proconve-p8-euro-6-
montadoras-explicam-adaptacao-dos-caminhoes-para-alcancar-os-niveis-de-emissoes/
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• http://conama.mma.gov.br/index.php?option=com_sisconama&task=do
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