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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
JOÃO PESSOA - PB
2022
RADNE RATHGE AMORIM
JOÃO PESSOA - PB
2022
DEDICATÓRIA
Robert Bosch
RESUMO
This work aims at the design, manufacture and validation of a muffler for a Formula
SAE prototype of the Formula UFPB team. The main objectives are to ensure that the
team passes the noise test during the Formula SAE Brasil competition, has a good
performance with the powertrain set and that the component is light. The project
consists of dimensioning the muffler using the design of experiments method to
simplify the process of optimizing its parameters, as well as the analysis of its
interactions with the engine in a virtual model using 1-D simulations and linear
acoustics. Several models were developed using acoustic filter concepts and from then
on several parameters such as length of chambers and tubes, porosity and diameter
of components were analyzed on transmission loss of the muffler and loss of engine
power. The sound pressure curves were generated together with the engine power
curves, both were the main factors for selecting the best models for the next
optimization steps. The muffler was manufactured in the team's own workshop and
presented excellent results in the competition, reducing noise, keeping it within the
competition rule limits and maintaining a harmonious relationship with the powertrain
system, fulfilling the initial objectives of the project.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 14
1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 15
2.1 Regras da competição Formula SAE Brasil ............................................. 15
2.2 Introdução ao estudo da acústica de dutos e abafadores ..................... 16
2.2.1 Composição do som e suas variáveis ............................................... 16
2.2.2 Análise no domínio da frequência ..................................................... 20
2.2.3 Filtros acústicos .................................................................................. 23
2.2.3.1 Impedância .......................................................................................... 23
2.2.3.2 Análise da performance de um filtro acústico ...................................... 25
2.2.3.3 Descontinuidades de áreas ................................................................. 26
2.2.3.4 Ressonadores de tubo estendido ........................................................ 27
2.2.3.5 Ressonador de Helmholtz ................................................................... 28
2.2.3.6 TL de uma câmara de expansão simples ............................................ 29
2.3 Ruído gerado por motores a combustão interna .................................... 32
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 36
3.1 Estimativa de ruído gerado pelo motor do protótipo .............................. 36
3.1.1 Características do motor ........................................................................ 36
3.1.2 Modelagem ............................................................................................ 37
3.1.3 Simulação .............................................................................................. 39
3.1.4 Aferição ................................................................................................. 42
3.2 Design of Experiments .............................................................................. 45
3.2.1 Análises no domínio da frequência e Transmission Loss ...................... 45
3.2.2 Variação de comprimento de câmaras .................................................. 50
3.2.3 Desempenho dos abafadores em simulação 1-D .................................. 51
3.2.4 Otimização de porosidade dos perfurados ............................................ 53
3.2.5 Otimização do diâmetro do Tailpipe ...................................................... 55
3.2.6 Análise no desempenho do motor ......................................................... 56
3.2.7 Otimização da melhor geometria ........................................................... 59
3.3 Manufatura .................................................................................................. 63
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 65
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 68
ANEXO A .................................................................................................................. 70
13
1 INTRODUÇÃO
O Fórmula UFPB é uma equipe estudantil que tem como objetivo principal a
participação na competição de Fórmula SAE Brasil, promovida no pela SAE Brasil
(Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), na qual estudantes universitários de todo
o país devem projetar, construir e defender um protótipo do tipo formula SAE.
A competição foi criada com o objetivo de melhor capacitar a formação de
engenheiros para o mercado de trabalho, desenvolvendo o avanço do conhecimento,
trazendo inovação e tecnologia a não apenas os setores automobilísticos e
aeroespaciais, mas também para outros diversos setores da indústria. No Brasil ainda
há um abismo entre o conhecimento acadêmico e prático nas engenharias, onde a
própria indústria se sente prejudicada com a falta de experiência de novos
engenheiros. Havendo intenção de diminuir esse distanciamento entre alunos de
engenharia e indústria, fez-se necessário trazer a competição para o Brasil, já
presente agora há 18 anos.
A equipe existe há 14 anos, unindo alunos de diversos cursos, mas
principalmente de engenharia mecânica para projetar e fabricar um veículo de
Formula SAE que consiste em um carro de corrida monoposto, openwheel e movido
a um motor de combustão interna ou elétrico. O Fórmula UFPB participa da
competição dos carros com motores a combustão interna. O protótipo atualmente
utiliza pneus aro 13”, motor de moto XT660R e chassi tubular.
A competição exige uma série de regras e especificações técnicas que
garantem a segurança dos participantes e tornam a competição desafiadora e justa.
Dentre essas regras podemos destacar a inspeção técnica, que observa se o carro
está de acordo com as normas técnicas, o teste de frenagem, que garante que o
sistema de freio está funcionando corretamente, o teste de saída do carro em 5
segundos para averiguar a segurança do piloto em caso de emergência e por fim o
teste de ruído, que afere o nível de ruído emitido pelo carro em funcionamento, o qual
foi o foco deste trabalho.
A prova de ruído também é conhecida como Noise Test e tem sido um desafio
para diversas equipes, por exigir um conhecimento complexo sobre formação e
propagação do som e suas interações com o sistema motor do carro. Este trabalho
resolve esse problema usando métodos de engenharia que permitem analisar
problemas complexos de maneira mais eficiente, o método de Design of Experiments.
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
𝛾𝑃
𝑐= √ = √𝛾𝑅𝑇 (2)
𝜌
Onde:
c = Velocidade do som [m/s];
γ = Razão de calores específicos;
P = Pressão de referência [Pa];
ρ = Densidade do gás [kg/m^3];
R = Constante do gás [J/KgK];
T = Temperatura do gás [K].
De maneira geral, a propagação de ondas sonoras é bastante complexa e não
pode ser analisada de maneira simples. No entanto, a sua propagação pode ser
descrita conforme propriedades de propagação de ondas planas e esféricas, Bies e
Hansen (2009). Durante esse trabalho, a título de simplificação, seguiu-se com a
análise de ondas planas, que podem ser descritas em termo de uma dimensão. Na
Figura 1, pode-se ver a representação de uma propagação linear da onda. Como
ondas planas são cíclicas possuem frequência de repetição, amplitude, comprimento
de onda e velocidade de propagação que se relacionam através da Equação 3:
𝑐 = 𝑓𝜆 (3)
Onde:
c = Velocidade da onda [m/s];
f = Frequência [Hz];
λ = Comprimento de onda [m].
18
A intensidade sonora pode ser definida como uma quantidade vetorial dada
pelo produto entre pressão sonora e a velocidade da partícula na direção do vetor
intensidade. Como é a quantidade do fluxo de transmissão de trabalho ao longo de
um meio é, portanto, a razão de potência transmitida pela área da superfície normal
de propagação. A direção da intensidade sonora é a direção na qual a energia está
fluindo. Definida então pela Equação 4:
𝐼 = 𝑝𝑣 = 𝑊/𝐴 (4)
Onde:
I = Intensidade sonora [W/m^2];
p = Pressão sonora [Pa];
v = Velocidade [m/s];
W = Potência sonora [W];
A = Área normal [m^2].
Já potência sonora irradiada de uma fonte sonora pode ser definida como a
integral da intensidade sonora sobre uma superfície ao redor da fonte. Como na
Equação 5:
19
𝑊 = ∫ 𝐼 𝑛 𝑑𝑆 (5)
𝑆
Figura 3 – Movimento do pistão: (a) movimento para frente criando pressão positiva,
(b) movimento para trás criando pressão negativa e (c) movimento cíclico criando
uma onda de frequência única.
pelos nossos ouvidos e é o aferido na competição de Fórmula SAE Brasil como parte
do Noise Test.
Para calcular a soma do valor de Sound Pressure Level (Lp) de cada frequência
utiliza-se o seguinte método. Cada frequência está associada a um valor de Lp [dB],
logo, calcula-se o logaritmo da soma dos antilogaritmos de cada valor de Lp para se
obter o valor de OSPL [dB], descrito na Equação 9:
(9) 𝐿𝑝1 𝐿𝑝2 𝐿𝑝𝑛
𝑂𝑆𝑃𝐿 = 10 log(10 10 + 10 10 + ⋯ + 10 10 ) (9)
2.2.3.1 Impedância
(20) 𝑊𝑖
𝑇𝐿 = 𝐿𝑤𝑖 − 𝐿𝑤𝑓 = 10 ∗ log (20)
𝑊𝑓
Já o NR [dB] é a diferença dos níveis de pressão sonora entre quaisquer dois
pontos arbitrários entre a entrada (Pn) e a saída (P1) do abafador (Comumente
chamada de tailpipe). Então, pela Equação 21:
𝑃𝑛
𝑁𝑅 = 20 ∗ log | | (21)
𝑃1
𝑊𝑖
𝑇𝐿 = 10 ∗ log
𝑊𝑓
𝑊𝑖
= 10 ∗ log
𝑊𝑖 − 𝑊𝑟
(22)
1
= 10 ∗ log
1 − |𝑅 2 |
(𝑆2 + 𝑆1 )2
= 10 ∗ log
4 ∗ 𝑆2 ∗ 𝑆1
Onde Wr é a potência refletida pelo elemento, R é o coeficiente de reflexão, S2 e S1
são respectivamente pontos antes e depois do elemento. A título de simplificação do
projeto não definido neste trabalho a perda de transmissão de descontinuidades
graduais de área, apenas de áreas constantes ao longo dos dutos.
para a fonte. Importante notar que caso as paredes dessa cavidade não sejam rígidas
o suficiente, haveria uma vibração na frequência de ressonância irradiando potência
acústica tanto para o resto do abafador quanto para a atmosfera. Daqui tiramos 2
recomendações, uma é que as paredes do elemento ressonador (Endplates) sejam
rígidas o suficiente e outra é que por vezes deve-se adicionar material que absorva o
ruído, como lã de rocha para evitar a ressonância. As frequências de ressonância são
dadas pelas Equações 23 e 24:
(23) 𝜋
𝑘𝑜 ∗ 𝑙2 = (2𝑛 + 1) ∗ , 𝑛 = 0, 1, 2, 3 … (23)
2
(24) 𝜆
𝑙2 = (2𝑛 + 1) ∗ , 𝑛 = 0, 1, 2, 3 … (24)
4
Onde 𝑙2 é o comprimento do elemento de ressonância, ko é o número de onda e λ é
o comprimento de onda.
𝐴11 𝐴12
𝑇=[ ] (29)
𝐴21 𝐴22
Onde 𝑇 é uma matriz 2x2 que realiza a transformação dos estados de pressão e
velocidade entre os pontos do abafador. Cada elemento de um filtro acústico possui
uma matriz 𝑇 característica. Munjal (2014) demonstrou que as seguintes matrizes de
transferência:
a) Tubo uniforme
(30) cos (𝑘𝑜 ∗ 𝑙) 𝑗𝑌𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑜 ∗ 𝑙)
𝑇=[ 𝑗 ] (30)
cos (𝑘𝑜 ∗ 𝑙)
𝑌𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑜 ∗ 𝑙)
Onde l é o comprimento do tubo e Y é a impedância característica do tubo na Equação
30.
30
(34) 1 𝐵12 𝑌𝑛
𝑌1 2 𝐵11 + 𝑌1 + 𝐵21 ∗ 𝑌𝑛 + ( 𝑌1 ) ∗ 𝐵22
𝑇𝐿 = 20 ∗ log [( ) ∗ | |]
𝑌𝑛 2 (34)
Considerando uma onda senoidal, Coates (1974) afirma que é possível calcular
2
a média quadrática da pressão, 𝑝𝑟𝑚𝑠 𝑛 , gerada por um motor de combustão interna,
(43) 𝑅𝑃𝑀 2
𝐹𝑐𝑦𝑙 = ∗ (43)
60 𝑛𝑠𝑡
(44) 𝐹𝑒𝑛𝑔 = 𝐹𝑐𝑦𝑙 ∗ 𝑁𝑐𝑦𝑙 (44)
Onde 𝐹𝑐𝑦𝑙 é a frequência de disparo para um único cilindro, RPM é a rotação do motor,
𝑛𝑠𝑡 é número de tempos do motor, 𝐹𝑒𝑛𝑔 é a frequência de disparo do motor e 𝑁𝑐𝑦𝑙 o
número de cilindros do motor. Normalmente o ruído está relacionado com a curva de
torque do motor, então onde há o pico de torque provavelmente é onde há o maior
nível de OSPL.
Blair (1999) afirma que é fácil projetar grandes abafadores que atenuem
bastante o ruído, mas que consequentemente fazem o veículo perder performance
por serem muito grandes, as metas de design então devem ser de atender os
requisitos impostos pela legislação de ruído gerando o mínimo possível de perdas a
potência do motor, dessa forma também se mantem uma maior eficiência térmica do
motor e um menor consumo específico de combustível. Através da Figura 12, observa-
se a relação entre diferentes conceitos de abafadores e seus impactos na Brake Mean
Effective Pressure do motor.
3 METODOLOGIA
Inicialmente foi preciso conhecer o ruído do motor para poder determinar quais
parâmetros do dimensionamento de um abafador adequado seriam necessários.
Existem várias maneiras de se obter esses dados, seja de maneira analítica, usando
simulação ou aferindo com instrumentação do sistema real. O objetivo do projeto foi
de se manter ao máximo no ambiente virtual antes de partir para fabricação de peças
para reduzir o tempo de projeto e realizar dezenas de experimentos virtuais de
maneira otimizada.
3.1.2 Modelagem
3.1.3 Simulação
O Wave também prediz os níveis de ruído através dos resultados das suas
2
simulações, calculando diretamente o valor de 𝑝𝑟𝑚𝑠 ao longo do tempo e quando vai
analisar o domínio da frequência realiza uma transformada rápida de Fourier. Foi
utilizado o WavePost, que é o módulo de análise dos resultados das simulações
geradas pelo Wave, para analisar o gráfico de SPL por rotação gerado na primeira
simulação, apenas adicionando o microfone virtual na mesma posição e ângulo que
foi utilizado no método de Coates (1974). Foram geradas duas aquisições, ambas
considerando reflexão do solo, a primeira considerando a propagação do som de
maneira hemisférica (toda energia sonora acumulada dentro de um hemisfério) e a
segunda como esférica (a energia sonora distribuída igualmente para todas as
direções), pode-se observar na Figura 18.
O ruído na propagação hemisférica é maior pois considera que na saída do
tubo há uma parede de área infinita fazendo com que toda a potência sonora seja
direcionada para o sentido do microfone. Já a propagação esférica aparenta se
aproximar mais com o ruído verdadeiro do motor.
40
SPL x Frequência
150
SPL (dB)
100
50
0
80
25
31,5
40
50
63
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
4000
5000
6300
8000
Frequência (Hz)
Figura 21 – SPL por frequência na rotação de 5500 rpm até 8000 Hz.
3.1.4 Aferição
7000 135,0
6000 125,0
5000 115,0
Rotação (rpm)
Ruído (dBC)
4000 105,0
3000 95,0
2000 85,0
1000 75,0
0 65,0
115,0
177,4
239,8
52,6
5,8
13,6
21,4
29,2
37,0
44,8
60,4
68,2
76,0
83,8
91,6
99,4
107,2
122,8
130,6
138,4
146,2
154,0
161,8
169,6
185,2
193,0
200,8
208,6
216,4
224,2
232,0
Tempo (s)
fixa de pressão sonora na entrada do filtro, com as frequências variando na One Third
Octave Band de 125 a 8000 Hz para reduzir o tempo computacional. Após o COMSOL
simular os dados de TL, os mesmos foram exportados para o MatLab para estimar os
valores de SPL após a aplicação dos abafadores.
Como anteriormente havia sido obtido os dados de ruído no domínio da
frequência na One Third Octave Band para as rotações de interesse do motor, foi
aplicado a TL também no domínio da frequência no e calcular o novo valor de SPL
por frequência.
Relembrando a Equação 20, onde 𝐿𝑤𝑖 é a potência sonora antes do filtro e 𝐿𝑤𝑓
é a potência após o filtro. Segundo Bies e Hansen (2009) é possível relacionar
potência sonora e pressão sonora (𝐿𝑝 ) pela Equação 45.
(45) 𝐿𝑝 = 𝐿𝑤 + 10 log 𝐷 − 10 log 𝑆 ≫ 𝐿𝑤 = 𝐿𝑝 − 10 log 𝐷 + 10 log 𝑆 (45)
(46) 𝑆 = 4𝜋𝑟 2 (46)
Onde r é distância do microfone para a fonte sonora e D é o fator de diretividade. Se
as observações são feitas com a mesma distância de microfone para a fonte e com
mesmo fator de diretividade, pode-se escrever TL como função de 𝐿𝑝 pela Equação
47.
𝑇𝐿 = 𝐿𝑝𝑖 − 10 log 𝐷 + 10 log 𝑆 − (𝐿𝑝𝑓 − 10 log 𝐷 + 10 log 𝑆) = 𝐿𝑝𝑖 − 𝐿𝑝𝑓
(47)
𝐿𝑝𝑓 = 𝐿𝑝𝑖 − 𝑇𝐿
Fazendo a soma logarítmica dos valores de SPL resultante (𝐿𝑝𝑓 ) para cada
frequência, tem-se o Overall Sound Pressura Level (OSPL) em decibéis, pela
Equação 9. O critério de aceite para que os modelos passem para próxima etapa de
otimização foi de que para 2000 rpm 𝑂𝑆𝑃𝐿 ≤ 103 𝑑𝐵 e para 5500 rpm 𝑂𝑆𝑃𝐿 ≤ 111 𝑑𝐵.
Através da Figura 30, observa-se as curvas de Transmission Loss por frequência de
cada modelo conceitual.
Pelo Quadro 1 com os modelos que foram aceitos para próxima etapa, pode-
se ver que para rotação de marcha lenta, todos eles foram aprovados então destaca-
se apenas o ruído na rotação máxima.
49
TRANSMISSION LOSS
1 2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15 16
160
140
120
100
SPL (DB)
80
60
40
20
0
125 250 500 1000 2000 4000 8000
FREQUÊNCIA (HZ)
OSPL x RPM
Lp1 Lp2 Lp3 Lp4 Lp5 Lp6 Lp7 Lp8
Lp9 Lp10 Lp11 Lp12 Lp13 Lp14 Lp15 Lp16
115
110
105
OSPL (dB)
100
95
90
85
2000 5500
RPM
Aprovados 2ª Etapa
Modelos Comprimento [mm] @5500 rpm [dB]
3.1.1 190 108,55
5.1.1 400 108,33
8.1.1 430 106,65
9.1.1 500 104,02
11.1.1 500 106,15
12.1.1 350 106,43
13.1.1 430 106,86
15.1.1 234 109,52
Nessa etapa foi feito uma análise dos modelos que passaram na segunda etapa
com relação a sua interação direta com o motor. Os modelos do SolidWorks foram
então importados para o módulo Wavebuild 3D do software Ricardo para criação da
malha antes da importação para o Wave. Para cada modelo, aos elementos de tubo
foram atribuídos uma malha de 20 mm e para os elementos de volume lhes foram
atribuídos a seguinte malha:
• Dx = 50 mm;
• Dy = 50 mm;
• Dz = 10 mm;
52
A temperatura inicial do gás foi de 800 K e a temperatura inicial das paredes dos tubos
foi de 600 K, a tolerância foi de 0,01, um único caso foi simulado a 5500 rpm para
cada modelo, adquirindo nas frequências de 1 a 8000 Hz. Quase todos os modelos
que passaram na segunda etapa, exceto o modelo 15, foram simulados nessa etapa.
O objetivo principal dessa etapa foi de comparar o erro gerado quando se
considera apenas o Transmission Loss calculado de maneira estática ao invés do
valor calculado na simulado completa do comportamento do motor. O critério de aceite
dessa etapa foi 2000 rpm 𝑂𝑆𝑃𝐿 ≤ 103 𝑑𝐵 e para 5500 rpm 𝑂𝑆𝑃𝐿 ≤ 115 𝑑𝐵. No quadro
4 pode-se observar os resultados comparativos.
Esta etapa foi simulada diretamente no Wave, para obter resultados mais
precisos de interferência no desempenho de ruído e do motor. É sabido que um
diâmetro menor no tubo de saída (Tailpipe) causa um descasamento de impedância
que atua como um filtro acústico, Munjal (2014), portanto, o objetivo dessa etapa é de
estudar os efeitos de diferentes tubos para o tailpipe. O modelo 7 foi ignorado e foi
feito análises também para o modelo 9.3.1 nessa etapa, novamente passando para a
próxima etapa.
Os modelos foram feitos com tubos de 1 ¾” para o tailpipe, nessa etapa
selecionou-se os modelos da etapa passada com melhores resultados e foi gerado
mais 2 modelos de cada, um com tubos de diâmetro de 1 ½” e outro com 1 ¼”, sem
alterar o comprimento. O Quadro 8 demonstra os parâmetros de simulação e os
resultados obtidos.
Pode-se observar que de fato os menores diâmetros aumentam o impacto que
o filtro produz no ruído gerado pelo motor. Para a próxima etapa, foi escolhido aqueles
que obtiveram para 5500 rpm 𝑂𝑆𝑃𝐿 ≤ 110 𝑑𝐵 e foi analisado toda a curva de potência
do motor para cada um dos abafadores para observar seus impactos no desempenho
do motor. O Quadro 9 mostra os resultados finais da etapa.
56
Aprovados 5ª Etapa
Modelos @5500 rpm [dB]
5.4.1 109,68
5.4.2 109,12
8.4.2 108,21
9.4.2 107,86
12.4.2 109,82
13.4.2 109,03
Figura 33 – Potência (Brake Power [hp]) por rotação do motor (Engine Speed [rpm]).
Figura 34 – Torque (Brake Torque [Nm]) por rotação do motor (Engine Speed [rpm]).
Figura 35 – Pressão sonora (SPL [dB]) por rotação do motor (Engine Speed [rpm]).
A partir do modelo 8.5 foi desenvolvido 10 variações, com indexação 8.6.x com
x variando de 1 a 10. Os principais pontos de alteração dizem respeito a
posicionamento dos perfurados, porosidade, seleção dos tubos comerciais, redução
dos diâmetros dos tubos internos e externos, seleção do comprimento da espessura
dos tubos e das chapas, e variações do tailpipe. Tanto o modelo 8.5 quanto suas
60
variações são em conceito uma geometria descrita por Munjal (2014) como 3-Pass
Double Reverse Chamber (3-PDR), essa geometria consiste em fazer, de maneira
compacta, o fluxo de gás passar diversas vezes por ressonadores concêntricos,
somado com a inversão do fluxo, ocasionando num filtro com Transmission Loss de
larga banda de frequências. O Quadro 12 descreve as variações do modelo 8.5.
Após criação dos modelos, todos foram simulados no Wave, e foi comparado
as curvas de SPL, os que obtiveram melhores resultados foram levados a comparação
das curvas de potência. Na Figura 36 podemos ver a comparação das curvas de SPL
de todos os modelos 8.6 juntamente do modelo original 8.5 e sem abafador acoplado.
Os modelos com melhor desempenho em filtrar o ruído foram os 8.6.3, 8.6.4 e
8.6.5 respectivamente, todos possuem a mesma geometria interna e o ponto
determinante para seus resultados foram os diferentes volumes das câmaras. Quanto
mais restritivo foi sua geometria, mais efetivo foi sua atenuação de ruído, porém isso
pode ocasionar numa alteração acentuada da curva de potência do motor, o que será
analisado na Figura 37. Há pouca variação de potência gerada pelos modelos,
provando a robustez dessa geometria, o modelo 8.6.3 será descartado por ser
desnecessariamente pesado. Dentre o 8.6.4 e o 8.6.5, o escolhido foi o 8.6.4 por sua
facilidade de manufatura em comparação com o 8.6.5.
61
Figura 36 - Pressão sonora (SPL [dB]) por rotação do motor (Engine Speed [rpm]).
3.3 Manufatura
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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enclosure of a sound source. In: Proceedings of meetings of the COMSOL
Conference. Curitiba, 2016.
HARTY, Ryan T. The Design and Testing of a High Performance Formula SAE
Powertrain. Akron, 2017.
PAL, Shubham et al. Design of a muffler & effect of resonator length for 3 cylinder SI
engine. IOSR Journal of Mechanical and Civil Engineering (IOSR-JMCE), e-
ISSN, [S.l.], p. 2278-1684, 2014.
69
RAHMAN, M. et al. Design and construction of a muffler for engine exhaust noise
reduction. In: Proceedings of the International Conference on Mechanical
Engineering. Daca, 2005.
XIANG, Longyang et al. Acoustic behaviour analysis and optimal design of a multi-
chamber reactive muffler. Proceedings of the Institution of Mechanical
Engineers, Part D: Journal of Automobile Engineering, [S.l.], v. 230, n. 13, p.
1862-1870, 2016.
ANEXO A