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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
JOÃO PESSOA - PB
2016
FRANKLIN LACERDA DE ARAÚJO FONSÊCA JÚNIOR
JOÃO PESSOA – PB
2016
FRANKLIN LACERDA DE ARAÚJO FONSÊCA JÚNIOR
Aprovado em _____ de
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Prof. Dr. Jean Pierre Veronese
Orientador (Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
____________________________________________________________
Prof. Dr. José Gonçalves de Almeida
Membro (Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
____________________________________________________________
Eng.º Renato de Sousa
Membro (Mestrando PPGEM - UFPB)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por conceder a vida, o bem mais precioso de um individuou. Depois, a
meus pais, Franklin e Maria, por ter me dado toda a estrutura, apoio, incentivo e me ajudado
a sempre seguir em frente no curso.
Aos meus colegas de curso por sempre estarem juntos comigo nos grupos de estudo, a toda
equipe Motorius UFPB pelo incentivo e ajuda durante o projeto do sistema de freios, e a todos
aqueles que de alguma forma contribuíram para a construção deste trabalho.
Ao professor Dr. Jean Pierre Veronese, pela orientação em todo o trabalho de conclusão de
curso, dando-me a oportunidade de realizar esse trabalho, com sua ajuda e compreensão.
RESUMO
O sistema de freio possui como função primordial a desaceleração do veículo, transformando sua
energia cinética em térmica, dissipando-a para o meio ambiente. Este estudo, esta pautado no
regulamento da Moto Engineering Foudation (MEF) cujo objetivo principal é a criação do melhor
protótipo de uma motocicleta de corrida. A corrida denominada Motostudent, é realizada a cada dois
anos no circuito de Motorland em Aragón - Espanha para estudantes universitários e, a Universidade
Federal da Paraíba insere-se nesse contexto participando da competição com o Projeto Motorius
Motostudent. Ainda segundo o regulamento, o único sistema de freio que pode ser utilizado é o de
freio a disco, com disco de liga de aço, não podendo ser produzidos discos de ferro fundido ou
cerâmica. Dessa maneira, a problemática desta pesquisa trata do desenvolvimento de discos de freios
que garantam a eficiência e a segurança durante o processo de frenagem. Assim, este estudo tem
como principal objetivo, analisar e dimensionar um sistema de freio para uma motocicleta de 250cc
que seja coerente com as regras da competição Motostudent, admitindo capacidade de realizar
frenagem de forma segura e eficiente. Utilizou-se como procedimento metodológico pesquisas
bibliográficas sobre a temática, o regulamento da competição além da utilização do software ANSYS
para as análises estrutural e térmica com a finalidade de estudar se os discos estão aptos a realizar toda
a frenagem sem que ocorra algum dano. A análise térmica mostrou que o disco dianteiro irá atingir
uma temperatura máxima de 259,56ºC considerada uma boa temperatura, já que o aço começa a ter
variações consideráveis em sua resistência a partir de 400ºC, logo o disco não sofrerá os possíveis
problemas ocasionados por um superaquecimento. A simulação estrutural do disco traseiro apontou
um coeficiente de segurança bem elevado, possibilitando que seja feito novos estudos e projetos
quanto a sua geometria, podendo haver diminuição na sua massa aumentando a ventilação no disco. A
análise térmica também demonstra um ótimo resultado com uma temperatura máxima de 106,66ºC,
mostrando que o disco o traseiro não sofrerá problemas de superaquecimento. Portanto, este estudo é
a-s de extrema importância na área da engenharia mecânica no sentido de que trata do
dimensionamento de um sistema de freio, sistema de grande importância para um veículo, mesmo se
tratando de uma motocicleta. As premissas do dimensionamento do sistema de freio podem ser
utilizadas em automóveis ou em veículos de grande porte, colocando em pratica também todo o
aprendizado adquirido durante o curso e estimulando o aluno a aprofundar-se na pesquisa.
Palavras-chave: Dimensionamento de freio. Disco de freio. Motostudent. Simulação estrutural e
térmica
ABSTRACT
The main function of the brake system is to decelerate the vehicle, transforming the kinetic energy into
thermal energy, dissipating it into the environment. This study is based on the regulation of Moto
Engineering Foudation (MEF) whose main objective is to create the best prototype of a racing
motorcycle. The Motostudent race is held every two years at Motorland Circuit in Aragon - Spain for
university students, and the Federal University of Paraíba is involved in this competition participating
in the Motorius Motostudent Project. Also according to the regulation, the only brake system that can
be used is the disc brake, with steel alloy disc, and no cast iron or ceramic discs can be produced.
Thus, this research problematic deals with the development of brake discs that ensure the efficiency
and safety during the braking process. Hence, the main objective of this study is to analyze and design
a brake system for a 250cc motorcycle that is consistent with the Motostudent competition rules,
admitting the ability to brake safely and efficiently. As a methodological procedure, bibliographical
research on the subject matter, the competition rules and the use of ANSYS software were used for
structural and thermal analyzes in order to study whether the disks are able to brake completely
without any damage. The thermal analysis showed that the front disk will reach a maximum
temperature of 259.56ºC, a good temperature, since the steel begins to have considerable variations in
its resistance as from 400ºC, the disk will not present the possible problems caused by an overheating.
The structural simulation of the rear disc showed a very high safety coefficient, allowing new studies
and designs regarding their geometry, which may decrease its mass, increasing the ventilation in the
disc. The thermal analysis also had a great result showing a maximum temperature of 106.66ºc,
assuring that the rear disk will not suffer problems of overheating. This work is of extreme importance
in the field of mechanical engineering since it deals with the design of a brake system, a system of
great importance for a vehicle, even if it is a motorcycle. The brake system sizing assumptions can be
used in automobiles or in large vehicles, putting into practice also all the learning acquired during the
course and stimulating the student to deepen in the research.
Key words: Brake dimensioning. Brake disc. Motostudent. Structural and thermal simulation
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
Analisar e dimensionar um sistema de freio para uma motocicleta de 250cc que seja
coerente com as regras da competição Motostudent, capaz de realizar a frenagem de forma
segura e eficiente.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Brembo apud Pinto (2014), o sistema de freio remota a criação da
roda. Se a mesma não tivesse sido inventada nenhum dos nossos atuais meios de transporte
existiriam. Historiadores acreditam que o seu surgimento aconteceu entre 5000 a 4000 anos
atrás, entretanto a primeira roda não foi usada para propósito de transporte, mas na construção
de ferramentas rudimentares. Uma das primeiras aplicações foi provavelmente a roda de
Potter, um dispositivo feito para facilitar a fabricação de vasos para coletar e aquecer água.
Um longo tempo se passou e os veículos – aqueles puxados somente por animais,
como carruagens – foram equipados com freios verdadeiros, para reduzir a velocidade em
declives. Sistemas de alavanca de freios, freios de cinta e então freios com uma sapata de
madeira que atritavam contra a roda. Este tipo de freio é usado ainda hoje na agricultura.
Para facilitar a manutenção, o material de atrito deve localizar-se nas pastilhas, e não
nos discos. As pastilhas conforme figura 3 são compostos químicos constituídos de vários
elementos, estes elementos, são formados por fibras e material de atrito na forma de pó. As
empresas especializadas realizam diversos testes em laboratório, para constituir a pastilha de
maior resistência, durabilidade, e de menor custo, apresentam um coeficiente de atrito entre
0,35 a 0,45 (LIMPERT, 1999).
De acordo com Kruze (2009) pastilhas de freio são fabricadas de material de fricção e
devem ser capazes de suportar e realizar a transformação da energia cinética em calor.
Pastilhas de freio são produzidas utilizando-se materiais compósitos.
Conforme Pinto (2014), as pastilhas de freio devem resistir a altas temperaturas, já que
a energia cinética será transformada em energia térmica durante a frenagem elevando a
temperatura do disco e das pastilhas, além de manter suas propriedades mecânicas inalteradas
mesmo sendo submetida a temperaturas tão elevadas.
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Os discos de freio sofrem com um elevado torque, normalmente até duas ou três vezes
maior do que o do motor, acarretando um aumento da temperatura dos discos, necessitando de
uma grande área de resfriamento. Entretanto parte de sua superfície é utilizada como
superfície de atrito a cada instante (JUNIOR, 2012).
Os discos de freio são portanto, amplamente utilizados para reduzir velocidade já que
possuem confiabilidade, estabilidade e capacidade de promover altos torques de frenagem. Ao
longo da frenagem os discos e as pastilhas vão perdendo suas características devido ao
aumento da temperatura que promove a diminuição da fricção das pastilhas bem como
superaquecimento do disco e do fluido de freio, além de causar efeitos como o efeito fade.
Figura 4- (a) Disco de freio sólido, (b) disco de freio ventilado, (c) disco de freio ventilado e
com superfície ranhurada e (d) disco de freio ventilado e com superfície furada
(a) (b)
(c) (d)
2.1.4 Cáliper
Figura 5- (a) Freio a disco do tipo Cáliper Fixo e (b) Cáliper Flutuante
(a) (b)
Fonte: Adaptado de INFANTINI (2008).
O Cáliper fixo, representado pela figura 5 (a), é rigidamente fixado à suspensão e tem
no mínimo 2 pistões opostos que são ativados pelo mesmo circuito hidráulico (BREMBO,
1997). Este tipo de cáliper é, incidentemente, sempre hidráulico. A pressão hidráulica do
sistema é exercida inicialmente no primeiro pistão, que avança em direção ao disco. Somente
após o primeiro pistão entrar em contato com o disco é que o pistão oposto é acionado,
fornecendo o momento de força de frenagem. O movimento real é mínimo, na ordem de
poucos décimos de milímetros.
Já o sistema de freio a disco por cáliper flutuante, ilustrado pela figura 4 (b), possui
pistões apenas do lado interno do cáliper (INFANTINI, 2008). Neste sistema, quando a
pressão é aplicada o pistão avança até a pastilha de freio entrar em contato com o disco. Neste
ponto, o cáliper desloca-se por meio de guias que, por reação à força aplicada pelo pistão na
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pastilha interna, retraindo-se, a pastilha externa automaticamente exerce contato com o disco,
promovendo a ação de frenagem.
Conforme Limpert apud Pinto (2014), este tipo de cáliper normalmente tem somente
um pistão, que pode ser controlado hidraulicamente ou pneumaticamente (no caso de freios de
caminhões pesados). Alguns cálipers flutuantes tem 2 pistões, mas ambos estão localizados do
mesmo lado.
Comparando os dois sistemas pode-se dizer que o sistema fixo é mais eficiente que
flutuante, já que o sistema flutuante gera mais ruído, causa mais vibrações, o sistema fixo
ainda consegue distribuir melhor a pressão e suas pastilhas se desgastam de forma mais
regular. Porem quando comparados os custos, o sistema fixo possui custo mais elevado que o
flutuante.
A desvantagem principal dos freios a disco flutuante consiste no maior potencial de
torque residual decorrente do arraste da pastilha. Este fato se deve ao retorno do anel de
vedação do êmbolo, quando a pressão hidráulica do freio é liberada. A existência de um
número maior de graus de liberdade comparado aos do tipo fixo, tornam estes mais
suscetíveis a ocorrência de ruídos (KAWAGUCHI, 2005).
2.2 ANSYS
Na realidade, o MEF foi reconhecido como uma ferramenta poderosa para resolver
equações diferencias e equações integrodiferenciais e, em um futuro próximo, pode se tornar
o método numérico preferido de muitas áreas da engenharia e das ciências aplicadas. Um dos
motivos para sua popularidade é que o método resulta em programas computacionais
naturalmente versáteis (KIM et al., 2011, P. 49).
Para a análise da estrutura se utiliza o modelo do método de elementos finitos, que
representa a estrutura interna de todo material, sendo muito próxima da realidade. De acordo
com Cesa (2010), o método dos elementos finitos considera a região (contínuo) de solução do
problema formada por pequenos elementos interligados entre si. A região em estudo é
modelada ou aproximada por um conjunto de elementos discretos pré-definidos. Uma vez que
estes elementos podem ser colocados juntos em um número incontável de diferentes
configurações, pode-se modelar formas geométricas bastante complexas.
O conjunto de nós e elementos utilizado para a discretização do modelo é denominado
de malha. Segundo Budynas et al. (2006), os nós são as entidades fundamentais dos
elementos, são nos nós que os elementos se conectam entre si, onde as propriedades elásticas
do elemento são estabelecidas e onde as forças e condições de contorno são definidas.
Através do uso de funções polinomiais integradas a matrizes pode-se definir o
comportamento elástico de cada elemento. Segundo Alves (2000), o ponto principal para a
elaboração do modelo CAE é a escolha dos elementos que representarão cada trecho da
estrutura. Deve-se buscar identificar como será o comportamento físico em cada trecho da
estrutura e a partir deste entendimento partir para a escolha dos elementos finitos na biblioteca
do software.
Segundo Alves (2012), a região de estudo é formada automaticamente, podendo
depois ser modificada e modelada de maneira que se consiga estabelecer as propriedades dos
elementos o mais detalhado possível, podendo também ser modificado cada trecho da
estrutura de acordo com a necessidade, logo em regiões mais críticas pode-se aumentar o
número de nós melhorando assim a análise.
A malha é refinada, ou seja, a quantidade de elementos é aumentada, entre as análises,
para aumentar a qualidade dos resultados em áreas com grandes concentrações de tensões e
zonas de transições geométricas. Normalmente os resultados da análise de elementos finitos
converge para o resultado real quando a malha é continuamente refinada, e
consequentemente, o grau das equações polinomiais (P) utilizadas na solução são aumentadas
(BUDYNAS et al., 2006).
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tambores fora de linha. As variações na espessura do disco são causadas por uma série de
fatores ou defeitos de manutenção, os depósitos de material de revestimento no rotor podem
causar alterações metalúrgicas se forem submetidos a condições térmicas extremas. A
flutuação do torque também pode causar a perda do controle do veículo (LIMPERT, 1999).
Segundo Limpert (1999), se os discos forem submetidos a elevadas temperaturas
poderá ocorrer alterações em sua estrutura alterando a espessura do disco, essa alteração causa
a flutuação do torque de frenagem podendo ocasionar perda de controle do veículo.
O torque de frenagem pode ser entendido como a “potência de frenagem” do veículo.
Mais especificamente, ele é a medida da força de atrito no pneu (força de frenagem em cada
eixo, introduzida genericamente como F) multiplicado pelo raio de rolamento do mesmo e
pelo produto entre os somatórios dos momentos de inércia e velocidade angular das partes
girantes (SANTOS, 2014).
Como sabemos ao acionar o sistema de freio é produzido o torque de frenagem que
será encarregado de parar o veículo, o torque pode ocasionar mudanças na estrutura do disco
ou até mesmo a ruptura do disco, sendo de extrema importância predizer se o disco projetado
irá suportar o torque de frenagem sem sofrer escoamento ou ruptura. Na análise estrutural
além de determinar o torque de frenagem se faz necessário realizar testes ou simulações para
determinar se o disco está apto para ser utilizado. Sabendo que são produzidas tensões de
cisalhamento e normais durante o torque de frenagem, fui utilizado os critérios de falhas da
teoria do cisalhamento máximo e o critério de falha por von-mises, na análise estrutural.
O caso mais comum de escoamento de um material dúctil, como o aço, é o
deslizamento que ocorre ao longo dos planos de contato dos cristais que, aleatoriamente
ordenados, formam o próprio material. Esse deslizamento deve-se a tensão de cisalhamento.
A tensão de cisalhamento atua nos planos a 45º a partir dos planos de tensão principal, esses
planos coincidem com as direções das linhas de Lüder, indicando que a ruptura ocorre por
cisalhamento utilizando a ideia de que os materiais Dúcteis falham por cisalhamento, Henri
Tresca propôs em 1868 a sua teoria que é usada para prever a tensão de falha de um material
dúctil submetido a qualquer tipo de carregamento. O escoamento do material começa quando
a tensão de cisalhamento máxima absoluta atinge o valor da tensão de cisalhamento que
provoca escoamento do material quando ele está submetido apenas à tensão axial.
Sabendo que a Teoria da Tensão de Cisalhamento Máxima prediz que o escoamento
começa sempre que a tensão de cisalhamento máxima em qualquer elemento se torna igual ou
excede a tensão de cisalhamento máxima em um corpo de prova de ensaio de tração do
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mesmo material quando aquele corpo de prova começa a escoar. A teoria de cisalhamento
máxima também é conhecida como teoria de Tresca ou Guest (BUDYNAS, NISBETT, 2011).
Um material quando deformado por um carregamento externo tende a armazenar
energia internamente em todo o seu volume. A energia por unidade de volume do material é
chamada densidade de energia de deformação, este critério de falha é baseado nas distorções
provocadas pela energia de deformação. A densidade de energia de deformação em um
elemento de volume do material submetido às três tensões principais, o critério de falha em
questão é conhecido como teoria da energia de distorção máxima ou critério de von mises.
Teoria da energia de distorção máxima, é dada pelas seguintes equações:
𝜎𝑒
𝜏𝑚𝑎𝑥=𝜎1−𝜎3 , 𝜏𝑚𝑎𝑥 ≤ .
2 2
requisitos para o fluxo de ar, bem como para a pressão de ar suficiente para manter os freios
livres de contaminação. A pressão mínima de ar necessária para empurrar a agua para fora do
disco depende da profundidade da água a qual o veículo pode viajar e do peso especifico da
agua ou da lama (LIMPERT, 1999).
Conforme Limpert (1999), para que haja a dissipação do calor é necessário que haja
um nível mínimo de ar sobre as superfícies do disco, para que ocorra convecção, também é
necessária uma pressão mínima de ar para empurrar a água que esteja sobre o disco, para que
não ocorra corrosão do mesmo, logo ao se projetar o disco sua geometria deve ser capaz de
conseguir possibilitar que ocorra a dissipação do calor, limpeza da agua e de impurezas.
Um dos requisitos para formação de fissuras por calor é que as tensões térmicas
excedam o limite elástico do material, provocando a formação de deformações
plásticas na superfície. No ciclo de arrefecimento subsequente, as dimensões
originais não podem mais ser obtidas, produzindo assim tensões de tração que
excedem a resistência final do material (KNOVEL S/A, 1976).
Segundo Knovel S/A (1976), o aumento da temperatura no disco pode causar
mudanças na sua estrutura, podendo causar choque térmico e/ou fadiga térmica, esses efeitos
térmicos resultam em deformações plásticas ou até mesmo em falhas na superfície do disco,
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3. METODOLOGIA
A massa (m) é dada pela soma da massa da moto com a massa do piloto. De acordo
com as regras da Moto Engineering Foundation (MEF) o peso mínimo da moto é de 95 kg,
tomando-se como base para estipular a massa da mesma. Para o peso do piloto usaremos a
média, pelo IBGE, da população entre 18 a 29 anos, conforme apresentado no quadro 1
abaixo:
Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/136455/Poster_41346.pdf?sequence=2
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Dessa forma, para uma massa de 70 kg, 𝑚𝑡 = 165𝑘𝑔. Porém, não tem-se a certeza da
massa da moto, então utiliza-se um coeficiente de segurança de 1,1. Logo:
m = 181,5 kg
Posteriormente calcula-se coeficiente de atrito do pneu com o solo dado por 𝜇𝑝𝑛𝑒𝑢 .
Este varia de acordo com as condições do pneu, a velocidade, o tipo de solo e as condições do
solo. Para um pneu novo e um asfalto sem desgastes, pode-se visualizar no quadro 2.
μ
TIPO DE PISTA
Asfalto 0,6 a 0,95
1
𝐼 = 2 𝑥 ( 𝑚 𝑥 (𝑅 2 + 𝑟 2 )) (3)
𝑚 𝑉1 2 𝐼 𝑤1 2
𝐸𝑏 = + (10)
2 2
𝑚(𝑅.𝑤 2 ) 𝐼 𝑤2
𝐸𝑏 = + (11)
2 2
𝑚 𝐼
𝐸𝑏 = (1 + 𝑅2 𝑚) 𝑉1 2 (12)
2
𝐾.𝑚.𝑉1 2
𝐸𝑏 = (13)
2
Sendo K o fator de correção para massas rotativas. Valores típicos de K, para veículos de
passeio variam de 1,05 até 1,15 em alta velocidade e de 1,3 até 1,5 em baixas velocidades
(LIMPERT, 1999).
𝑉(𝑡) = 𝑉1 − 𝑎𝑡 (15)
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
s=72,6kg
Com a transferência de carga pode-se obter a massa dianteira através da eq. (8):
mf = (181,5x0,4) + 72,6 kg
mf = 145,2kg
Com posse desses valores calcula-se a força de frenagem dianteira eq. (2):
Ff = 145,2 x 0,8 x 9,81 = 1139,5N
a = 21,34 m/ s 2
𝑞0 = 84877,4 𝑊
s =72,6kg
Com a transferência de carga pode-se obter a massa traseira através da eq. (7):
Com posse desses valores calcula-se a força de frenagem traseira eq. (2):
Como especificado o pneu traseiro é o Dunlop model KR133 C size: 115/70R17. Essa
nomenclatura significa que é um pneu de raio interno de 17 polegadas e externo de 512mm,
115 mm de largura e 70% do valor da largura é a altura da seção do pneu, logo 80,5 mm. De
35
acordo com o catálogo consultado o seu peso é de 3,9 kg. Logo, pode-se calcular o diâmetro
efetivo do pneu como especificado:
A desaceleração é a mesma calculada interiormente para o pneu dianteiro, com posse do raio
efetivo e da desaceleração calcula-se a aceleração angular através da eq. (5):
21,34
∝w = = 64,86 m/rad
0,329
Enfim calcula-se o torque de frenagem dianteiro eq. (1):
Tr = 284,8824x0,329 + 0,338x64,86 = 115,65 N. m
𝑞0 = 21219,4 𝑊
Após ser feito o dimensionamento do disco e sua geometria, foi feito uma análise
estática estrutural de escoamento do mesmo no software ANSYS, colocando os pontos fixos,
ou seja, os pontos em que o disco estará fixo a roda, e o torque a que será submetido, utilizou-
se os critérios de Von-Mises e cisalhamento máximo, como também o coeficiente de
segurança, abaixo segue os resultados da simulação.
Segundo o critério de Von-Mises a máxima tensão que o disco irá atingir é 224,2 Mpa, abaixo
do limite de escoamento do material que é de 250 Mpa.
37
aumentou um pouco da massa do mesmo já que foi necessário preencher alguns espaços da
geometria. Segue abaixo os dados da análise do disco modificado.
radiação para simulação e foi considerado a emissividade do aço 0,66. Esses valores podem
ser encontrados nas figuras 17 e 18 respectivamente que estão em anexo.
40
A partir da análise térmica constatou-se que a temperatura máxima que o disco irá
atingir é de 259,56ºc, na região em que a pastilha está em contato com o disco.
Foi constatado que o fator de segurança do disco traseiro é de 13,77, logo um ótimo
fator de segurança, já que um disco com fator de segurança igual a 2 pode ser considerado
42
apto para uso, a diferença pode ser explicada devido a diferença entre torque traseiro e
dianteiro como também a geometria dos discos.
A partir da análise térmica constatou-se que a temperatura máxima que o disco irá
atingir é de 106,66ºc, na região em que a pastilha está em contato com o disco.
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5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ANEXO
Fonte: http://www.mundomecanico.com.br/wp-content/uploads/2012/02/Termografia.pdf
48
Fonte: httpsconstrucaocivilpet.wordpress.compage3
49
Fonte: http://www.uff.br/petmec/downloads/resmat/W%20-%20Apendice%20C%20Materiais2.pdf