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SÃO MATEUS-ES
2022
IGOR LOUREIRO COURA
SÃO MATEUS-ES
2022
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
CDD 22 – 629.246
Agradeço primeiramente minha mãe, Marisete, por toda dedicação, fé, carinho, amor
e por toda atenção, apoiando em minhas decisões e suporte necessário durante esta
etapa de minha vida.
A minha namorada Ludmila, pelo incentivo, companheirismo e paciência, estando ao
meu lado para apoiar, incentivar e motivar-me a continuar esta caminhada.
Gostaria de agradecer também meu orientador e professor, Roger da Silva Rodrigues
pelas orientações e ensinamentos passados durante a elaboração deste Projeto.
Agradeço pelos amigos e colegas gerados nesse período de faculdade, por me
motivarem e compartilharem comigo tantos momentos e experiências, também por
todo companheirismo ao longo desta caminhada.
Agradeço a todos os membros da Equipe SamaBAJA, que me proporcionaram uma
experiência enriquecedora no desenvolvimento de habilidades e uma oportunidade de
executar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Agradeço também aos docentes do Ifes campus São Mateus, por todo o cuidado ao
longo deste período e por me ensinar e transmitir conhecimentos para minha formação
acadêmica.
RESUMO
This work aims to design a mechanical transmission box for a simpler, lighter e
stronger prototype than the team's current prototype. SamaBAJA, since during the
competition to which it is submitted, there were some failures that compromised the
team's performance. The vehicle's engine is responsible for driving the gearbox. This
engine is standardized by the organizers of the Baja SAE BRASIL Program for all
teams. Attached to the motor shaft is the CVT (continuously variable transmission),
which continuously alternates its speed and torque through a spring/weight system.
Seeking to obtain better engine performance, it is necessary to increase the output
power and rotation speed, as well as to combine the CVT with a fixed reduction, since
only the variable reduction does not meet the requirements of torque and ideal speeds
for all types of terrain that the off-road prototype will be subjected to. Therefore, the
dimensioning of a fixed reduction of the Powertrain set (engine, CVT, fixed reduction,
homokinetic and rear wheels) is of great importance, especially with regard to its
components and its format. In this way, we seek to improve the efficiency of the
Powertrain set, in order to withstand the challenges to which the prototype will be
subjected during the tests. For the selection of component materials, studies were
carried out for design compatibility using SolidWorks® software. Through this sizing of
the project, a comparison was made between the transmission system used in the
prototype currently with the system that will be proposed. The developed system met
the sizing requirements presenting greater robustness and efficiency. The prototype
met the initial proposal, enabling an improvement in performance in competition.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 com os mesmos objetivos que a SAE
Internacional onde além de realizar a disseminação de informações referente a
tecnologia da mobilidade, também promove as competições Nacional e Regional de
Baja no Brasil, no qual o Programa Baja SAE é um desafio lançado aos alunos de
engenharia, possibilitando assim difundir o conhecimento na prática, permitindo aos
estudantes que fazem parte do projeto, um envolvimento com um caso real de
desenvolvimento de projeto, desde sua concepção, projeto detalhado e construção de
um veículo off-road, que serão avaliados comparativamente de diversas formas,
buscando sempre maneiras de otimizar seus projetos (SAE BRASIL 2017).
De acordo com a SAE BRASIL (2017), o ano de 1994 marcou o início das atividades,
quando foi lançado o Programa Baja SAE e no ano seguinte, realizada a primeira
competição nacional, na cidade de São Paulo.
Segundo a SAE BRASIL (2017), o protótipo deve ser desenvolvido para produção em
série, confiável, de fácil manutenção, ergonômico e econômico para atender ao
mercado consumidor, com produção estimada em aproximadamente 4000 unidades
por ano.
Na equipe SamaBAJA existem divisões por setores técnicos, sendo estes: chassi,
suspensão e direção, freios, sensoriamento e transmissão. Dentre esses setores, o
foco deste trabalho é o setor de transmissão e o seu devido dimensionamento.
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2 MOTOR
Briggs & Stratton OHV Vanguard Model 19 (Série 19), sendo assim o motor exigido
deve permanecer com seus componentes originais em todos os aspectos.
Com base nas curvas características percebe-se que sua potência máxima só é
atingida a 4000 rpm e o torque máximo de 18,64 N.m se dá a uma rotação de 2600
rpm.
O utilizado para este trabalho é o câmbio CVT de polias expansivas do modelo Power
Bloc P80 da marca CVTech® – IBC, com relação de transmissão variando entre 4,41:1
e 0,74:1.
Da parte técnica este sistema consiste em uma polia motora, fixada ao eixo do motor
e uma polia movida que irá transmitir a potência a caixa de redução fixa. As duas
polias são ligadas através de uma correia trapezoidal, assim a Figura 5 apresenta a
geometria e dimensões da CVTech® – IBC.
Fonte: CVTECH-IBC
Fonte: CVTECH-IBC
Ainda segundo Caser e Seraphim (2014), na polia movida, Figura 7, o torque reativo
no eixo de saída, somado à força potencial torcional exercida pela mola, em conjunto
com a geometria da rampa, gera uma força axial que tende a diminuir a distância entre
os dois flanges. Em contrapartida, temos a correia exercendo força para aumentar a
distância entre os flanges. A soma dessas forças determina o ponto de equilíbrio da
abertura dos flanges em um dado instante. Logo, o torque no eixo de saída afeta no
funcionamento da CVT. Esse torque é resultado da aceleração do veículo, forças
resistivas de rolamento e resistência aerodinâmica e a relação de transmissão entre
a polia motora e as rodas. Em uma escala global, as forças geradas na polia motora
são transmitidas pela correia à polia movida e vice-versa.
Fonte: CVTECH-IBC
Tabela 2 – Componentes da polia movida CVTECH-IBC
PEÇA DESCRIÇÃO QUANTIDADE
1 Flange Fixo 1
2 Arruela de Espaçamento 1
3 Flange Móvel 1
4 Mola 1
5 Rampa 1
6 Chaveta 1/4 1
7 Anel Elástico 1
8 Sapata da Rampa 3
Fonte: CVTECH-IBC
.
16
Segundo Almeida (2019), os redutores de velocidade por correia são um dos meios
mais antigos de transmissão de movimento. A correia é um elemento flexíveis,
normalmente utilizado para transmissão de potência entre eixos distantes, geralmente
fabricadas de um material compósito de polímeros com fibras vegetais ou materiais
metálicos, como cabos de aço (DE MARCO, 2009), sendo mostrados na Figura 8 os
principais tipos. As principais vantagens deste sistema estão relacionadas à
simplicidade de construção, baixos níveis de ruído e capacidade de absorção de
impactos elasticamente (NIEMANN, 1971).
As particularidades por parte das correntes são: sua operação sob condições severas,
como umidade e poeira sem necessidade de enclausuramento, robustez, baixo custo,
fácil manutenção e bom rendimento. Importante ressaltar que correntes de roletes
raramente falham por carência de resistência a tração, mas sim se submetidas a
muitas horas de serviço, e que as capacidades de correntes se baseiam em 15000
horas a carga completa (SHIGLEY, 1984). Sendo mostrado na figura 9, a vista lateral
e a seção de uma corrente de rolos, sua geometria e respectiva nomenclatura.
2.6 EIXOS
2.7 CHAVETAS
As chavetas paralelas, por sua simplicidade de fabricação são as mais usuais, sendo
suas dimensões padronizadas por várias normas internacionais. No Brasil, é utilizada
a norma NBR 6441 (1991). As chavetas devem ser dimensionadas contra a falha por
cisalhamento e esmagamento.
As chavetas paralelas são produzidas a partir de barras padronizadas, laminadas a
frio, com tolerância negativa, jamais sua dimensão será maior que a dimensão
nominal, somente menor podendo ser realizado o corte do assento da chaveta por um
cortador de fresa padrão de 1/4”, apresentando uma ligeira folga (NORTON, 2004)
21
3 METODOLOGIA
Para seguir então com o dimensionamento dos componentes da caixa de redução foi
necessário conhecer as principais informações relacionadas a transmissões, potência
e torque do motor.
Fonte: Autor
23
Fonte: Autor
Para a relação secundária foi empregada uma redução fixa de correntes de roletes,
dividida em dois estágios, atendendo a faixa ideal para correntes, com relação de
transmissão i≤6, evitando o uso de coroas com grandes diâmetros. As particularidades
que levaram a escolha do sistema em competições anteriores são sua operação sob
condições severas, como umidade e poeira sem necessidade de enclausuramento,
robustez, baixo custo, fácil manutenção e bom rendimento. Considerando que
correntes de roletes raramente falham por carência de resistência a tração, mas sim
se submetidas a muitas horas de serviço, e que as capacidades de correntes se
baseiam em 15000 horas a carga completa (SHIGLEY et al., 2011), além de
apresentar um rendimento satisfatório para o projeto, portanto visando utilizar
componentes de transmissão que melhor atendessem a este propósito e uma melhora
no arranjo para facilitar sua manutenabilidade foi apresentada na Figura 15.
24
Fonte: Autor
Alguns obstáculos citados a seguir possuem dimensões que devem servir como
referências mínimas ao se considerar a capacidade de transposição para a concepção
e o desenvolvimento do projeto:
25
No capítulo 2.2, foi descrito sobre o motor definido para as competições baja tendo
base nas curvas características que sua potência máxima só é atingida a 4000 rpm e
o torque máximo de 18,64 N.m se dá a uma rotação de 2600 rpm. Também medido
através de um tacômetro digital, onde realizou-se a medição da rotação do motor.
Coletadas as informações referentes ao motor e CVT partiu-se para a coleta de
algumas especificações que o sistema deve atender para atingir as velocidades
máximas medidas através do histórico de competições.
Com base no histórico das competições anteriores, e nos resultados obtidos pelos
primeiros colocados em cada prova da competição, estimou-se que uma relação de
transmissão ideal seria aquela que permitisse que o protótipo atingisse uma
velocidade máxima de 55 km/h.
O cálculo da redução ideal para o veículo baja foi determinado de acordo com Gillespie
(1997), segundo a equação 1:
𝜇 𝑥 𝑊𝑒 𝑥 𝑏 Eq.1
F𝑚á𝑥 = 𝐿
ℎ𝑐𝑔
1 − ( 𝐿 𝑥 𝜇)
Onde:
27
Para calcular a altura do CG, segundo Vidal (2016), irá partir da equação 2.
𝑇𝑓 Eq.2
ℎ𝑐𝑔 = tan(90° − 𝜃) 𝑥
2
Onde:
28
Posteriormente foi necessário calcular a distribuição de carga em cada eixo onde foi
realizado o teste de modo que é posicionado cada roda do protótipo com o piloto
dentro sobre uma balança e foi medido qual o valor marcado em cada roda e somar o
total para cada eixo.
Sabendo qual a porcentagem de distribuição de carga estática para cada eixo, pode-
se calcular qual a distância do centro de gravidade para a traseira e para a dianteira,
como mostrado na Figura 17.
Para calcular a distância do centro de gravidade para a dianteira (𝐿𝑓 ), segundo Santos
(2014) utiliza-se a equação 5.
𝐿𝑓 = 𝐿 𝑥 𝐶𝑡 Eq.5
Onde:
Agora, para calcular a distância do centro de gravidade para a traseira (𝐿𝑟 ), segundo
Santos (2014) utiliza-se a equação 6.
𝐿𝑡 = 𝐿 𝑥 𝐶𝑓 Eq.6
Onde:
30
De acordo com Genta e Morello (2009), o raio efetivo para pneus de construção radial
utilizado no dimensionamento seguindo o critério de velocidade é aproximado pela
equação 7.
𝐷𝑝 Eq.7
𝑅𝑝 = 𝑥 0,98
2
Onde:
Além do cálculo da redução ideal para o veículo baja baseado em Gillespie (1997),
outras bibliográficas como Dias (2011) e Lechener e Naunheimer (1999) podem ser
utilizadas para justificar os valores de redução ideal, utilizando outros parâmetros.
Através do cálculo da redução ideal para o protótipo, foi possível determinar o módulo
e o número de dentes de cada engrenagem, representado pela equação 9.
𝑑 Eq.9
𝑚=
𝑁
Onde,
Fonte:Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
3.4.2 Eixos
O dimensionamento das chavetas foi realizado de acordo com a norma ABNT NBR
6441, mediante aos critérios de resistência ao escoamento do material. Os métodos
de análise possíveis são em relação ao cisalhamento no plano médio da chaveta e
devido a compressão em metade da face lateral.
Utilizou-se o aço SAE 1045 como material base para o dimensionamento das
chavetas. De posse das tensões cisalhante e de compressão do material determinou-
se em função da largura das engrenagens a área compressiva e a área cisalhante
necessárias à chaveta de cada eixo. Em conformidade com esses valores selecionou-
se chavetas de tamanho normalizado que atendam as especificações do projeto.
Conhecendo os esforços atuantes nos eixos foi possível determinar as reações a
serem suportadas pelos rolamentos presentes na caixa de redução, por meio desses
dados escolheu-se os rolamentos 6004ZZ para os dois primeiros estágios da
transmissão e 6005ZZ no último eixo.
Os anéis elásticos utilizados para restringir o movimento axial dos eixos, engrenagens
e rolamentos foram selecionados segundo a norma DIN 471.
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Fonte: Autor
Fonte: Autor
Engrenagem 1 e 2 Engrenagem 3 e 4
Fonte: Autor
Escolheu-se como material para os eixos aço SAE 4340, levando em consideração
custo e disponibilidade de compra. Para validação dos parâmetros, realizou-se
simulações numéricas dos esforços atuantes, obtendo o fator de segurança dos
componentes. Os dados obtidos, validam o projeto dos eixos e seguem discriminados
na Tabela 17. Os pontos de aplicação dos esforços nas simulações dos eixos podem
ser observados no Apêndice A.
1 20 mm 2,18
2 20 mm 2,20
3 25 mm 1,50
Fonte: Autor
O projeto dos eixos é mostrado nas Figuras 20, Figura 21 e Figura 22.
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Fonte: Autor
Figura 21 – Eixo intermediário (Eixo alocado entre os estágios da caixa de redução).
Fonte: Autor
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
A caixa de redução foi fabricada em alumínio. Para sua lubrificação utilizou-se o óleo
lubrificante SAE 90, sendo este de aplicação específica a caixas de câmbio de
engrenagens de dentes retos ou helicoidais. No que se refere a vedação desta,
empregou-se papelão hidráulico para juntas de vedação com 1 mm de espessura.
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Figura 24– Vista lateral esquerda da montagem da caixa de redução fixa (Eixos,
Engrenagens, Rolamento e Caixa de redução).
Fonte: Autor
Figura 25– Vista lateral direita da montagem da caixa de redução fixa (Eixos,
Engrenagens, Rolamento e Caixa de redução).
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Bruno Cristian et al. Análise de um sistema de resfriamento de uma
cvt para um veículo baja sae. 2019.
DEUTSCHES INSTITUT FÜR NORMUNG. DIN 471: Circlip for shafts (external)
standard. Berlim, 1981.
MELCONIAN, Sarkis. Elementos de máquinas. 10. ed. São Paulo: Érica, 2014. 376
p.
SANTOS, Sidnei André dos. "Análise de falhas por fadiga de alto ciclo em eixos
de transmissão utilizando o método dos elementos finitos." Guaratinguetá,
2011. Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121047/santos_sa_tcc_guara.p
df?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 25 set. 2021.
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