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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Santa Maria, RS
2018
Ricardo Sangoi Cirolini
PROPOSTA DE UMA METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE UMA
CONFIGURAÇÃO BASE DE SUSPENSÃO PARA UM PROTÓTIPO DE
FORMULA SAE
Santa Maria, RS
2018
Ricardo Sangoi Cirolini
PROPOSTA DE UMA METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE UMA
CONFIGURAÇÃO BASE DE SUSPENSÃO PARA UM PROTÓTIPO DE
FORMULA SAE
_____________________________________
Mario Eduardo Santos Martins, PhD. Eng. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_____________________________________
Macklini Dalla Nora, PhD. Eng. (UFSM)
_____________________________________
Thompson Diordini Metzka Lanzanova, PhD. Eng. (UFSM)
Santa Maria, RS
2018
DEDICATÓRIA
- Aos meus pais, Vicente e Simone, por toda educação, valores transmitidos, e
pelas oportunidades e condições que conseguiram me proporcionar para o crescimento
pessoal e profissional
- Ao meu irmão Lorenzo, pela paciência que demonstrou ao morar comigo ao
longo de três anos e pela amizade acima de tudo.
- Ao meu avô paterno Aldo, por despertar em mim o gosto pelas maquinas, através
dos passeios de trator e atividades na lavoura, nos finais de semana ao longo de toda a
minha infância e pelo exemplo de dedicação e empenho no trabalho.
- Ao meu avô materno Carlos, também por contribuir no gosto pelas maquinas
através dos passeios de Valmet e histórias de caminhoneiro e de engenho, por toda
atenção e carinho, e acolhimento nos finais de tarde.
- A todos os demais familiares, que me ajudaram nessa caminhada através de
longos conversas, conselhos e oportunidades.
- Aos amigos de Restinga Sêca, pelos conversas, churrascos e festas aos finais de
semana.
- Aos colegas e amigos de ensino médio, pelo acolhimento e amizade ao longo de
três anos no Colégio Marco Polo.
- Aos colegas e amigos de engenharia mecânica, pelo companheirismo e união nas
horas ruins, pelas cervejas longas e carnes gordas nas horas boas.
-Aos colegas e amigos de Formula UFSM, pelo companheirismo,
comprometimento, aprendizado, respeito e pro-atividade dispostos ao longo dos 3 anos.
Saudação especial aos colegas Cássio Freitas, Renan Busse e Adriano Schommer pela
grande ajuda na elaboração desse trabalho.
- Aos professores Mario Martins, Fernando Bayer e Roberto Hausen, por me
proporcionarem a oportunidade de fazer algo grande na vida, participar de uma equipe de
Fórmula SAE.
“Without data you’re just another
person with an opinion.”
(W. Edwards Deming)
RESUMO
Neste trabalho, uma configuração base para um protótipo de Fórmula SAE é investigada
e determinada para o protótipo Granat (2017), da Universidade Federal de Santa Maria.
Visto que a principal função da suspensão de um veículo de competição é proporcionar a
estabilidade e dirigibilidade do veículo no limite de aderência dos pneus, logo definir um
ajuste correto dos componentes do subsistema é fundamental. Este estudo aponta um
acerto padrão de suspensão para a prova de Skidpad. Um circuito idêntico ao encontrado
nas competições da categoria é construído, no qual oito tipos de ajustes diferentes são
testados, nos quais varia-se pressão dos pneus e rigidez das barras estabilizadoras,
mensurando a quantidade de tempo necessária para que o protótipo complete a prova e
adquirindo dados de cada performance através de sensores de medição de aceleração
lateral, ângulo e velocidade de guinada, esterçamento do volante e movimento vertical da
suspensão. Posteriormente, indica-se a configuração utilizada na volta que apresenta o
menor tempo de percurso, como a que melhor se adequa a proposta do trabalho, também,
por meio do sensoriamento, analisa-se o comportamento do veículo, qualificando seu
desempenho em situações nas quais está propenso a acelerações laterais.
In this work, an configuration base for a SAE Formula race car is investigated and
determined for the prototype Granat (2017) of the Federal University of Santa Maria.
The most important function of suspension system in a competition vehicle is generate
the better utilization of tires on the track, so defines a correct setup subsystem
components is fundamental. This study points to a definite suspension set-up for the
Skidpad test, aiming to reach first place. A circuit similar to that found in competition in
the category is built, where eight different adjustment types are tested, in which tire
pressure and stiffness of the anti-roll bars are varied, measuring the amount of time
required for the prototype to complete the test and acquiring data from each performance
through lateral acceleration measurement sensors, yaw angle, steering wheel trim and
vertical suspension movement. Subsequently, it is indicated the configuration used in the
back that presents the shortest travel time, as the one that best suits the work proposal,
also, through the sensing, the vehicle behavior is analyzed, quantifying and qualifying
its performance in situations in which it is prone to lateral accelerations.
Keywords:Formula SAE, lateral acceleration, yaw angle, steering wheel trim, roll
LISTA DE ILUSTAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 16
1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 17
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 18
2.1 DINÂMICA VEICULAR ................................................................................ 18
Ângulo de deriva ...................................................................................... 18
Centro e eixo de Rolagem ........................................................................ 20
Transferências de Carga Lateral e Longitudinal....................................... 21
Sistema de Coordenadas ........................................................................... 22
2.2 ÂNGULOS DE SUSPENSÃO ........................................................................ 23
Cambagem ................................................................................................ 23
Ângulo de Pino Mestre ............................................................................. 24
Ângulo de Caster ...................................................................................... 25
Ângulo de Convergência e Divergência .................................................. 25
2.3 PARÂMETRO E FERRAMENTAS DE CONTROLE DE
TRANSFERÊNCIA DE CARGA .............................................................................. 26
Barra estabilizadora .................................................................................. 26
Molas Helicoidais ..................................................................................... 27
Amortecedor ............................................................................................. 28
Pressão e Temperatura dos pneus ............................................................. 29
2.4 COMPORTAMENTO DO VEÍCULO EM CURVAS ................................... 29
Ângulo de esterçamento ........................................................................... 29
Ajustes ...................................................................................................... 33
2.5 AQUISIÇÃO DE DADOS .............................................................................. 34
Análise de Rolagem .................................................................................. 34
Análise de balanço do carro ..................................................................... 34
Análise de Aceleração Lateral. ................................................................. 36
3 METODOLOGIA ...................................................................................... 38
3.1 AQUISIÇÃO DE DADOS .............................................................................. 38
Sensores e tratamento de dados ................................................................ 38
Incerteza.................................................................................................... 38
3.2 AJUSTE DE PARÂMETROS ......................................................................... 40
Ângulo de Cambagem .............................................................................. 40
Ângulo de Caster, Ângulo de Pino Mestre e Ângulo de Convergência ... 42
Pressão dos pneus ..................................................................................... 43
Molas ........................................................................................................ 44
Barra estabilizadora .................................................................................. 45
3.3 MODELO DE TESTE ..................................................................................... 48
Formula SAE Skid Pad ............................................................................. 48
Local de realização dos testes ................................................................... 49
Pneu .......................................................................................................... 50
Piloto......................................................................................................... 50
Esquematização dos testes ........................................................................ 51
4 RESULTADOS ........................................................................................... 53
5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 60
5.1 TESTES FUTUROS ........................................................................................ 60
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 62
7 ANEXOS ..................................................................................................... 65
16
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ângulo de deriva
Nicolazzi (2008) define, ainda, que quanto maior o valor dessa força lateral, tanto
maior o ângulo de deriva, ou seja, existe uma relação direta entre força e ângulo, conforme
apresenta a Figura 2.
Na Figura 2 também estão representadas as faixas de operação de um pneu, linear,
transição e atrito para um carregamento qualquer. Sobre estas fases, Milliken (1995)
complementa que apenas gera-se força lateral quando não ocorre escorregamento, ou seja,
apenas no regime linear. O termo cornering stiffness que representa a inclinação da curva
ângulo de deriva versus força lateral, conforme definido por Gilliespie (1992), e também
há na figura, a representação do valor máximo de força lateral que o pneu é capaz de
gerar.
20
Por fim, a partir da Figura 3 pode-se concluir que quanto maior o carregamento
no qual o pneu está submetido maior será a sua capacidade de gerar força lateral.
A determinação do centro de rolagem, tal como indica a Figura 4 o qual pode ser
definido como um ponto tomado a partir de um plano transversal no eixo, sobre o qual as
21
𝑊 ∗ 𝐴𝑌 ∗ ℎ (1)
𝑊𝐿𝑌 =
𝑡
22
𝑊 ∗ 𝐴𝑋 ∗ ℎ (2)
𝑊𝐿𝑋 =
𝑡
Sistema de Coordenadas
Cambagem
O ângulo de pino mestre é medido entre eixo de direção e o eixo vertical do pneu,
tomados a partir de um plano frontal, a Figura 8 representa esta descrição.
O ângulo de pino mestre está diretamente ligado com a facilidade de alinhamento
das rodas, melhorias no controle da direção em manobras curvilíneas e no esforço
necessário para esterçar o veículo, esclarece Denton (2006).
Heisler (2002) complementa que veículos os quais possuem pequenos valores de
ângulo de pino mestre quando trafegarem por estradas com imperfeições estarão mais
propensos a sentir trepidações no volante, tal como valores maiores estão ligados a melhor
capacidade de manter as rodas na direção desejada.
1
Modificação no ângulo de cambagem quando o veículo esta em movimento. Ocorre devido a rolagem da
chassi ou de através de deslocamentos verticais na suspensão.
25
Ângulo de Caster
Barra estabilizadora
Uma barra estabilizadora é uma barra torcional fixada no chassi, porém livre para
girar em torno de si, suas extremidades estão ligadas às massas suspensas e não suspensas
(rodas, freios, etc.) em cada lado do carro por meio de um braço articulado. As barras
estabilizadoras estão diretamente ligadas à resistência à rolagem do veículo, atuando no
controle da transferência de carga lateral. Para aumentar a transferência de carga é
necessário aumentar a rigidez da barra, a qual calcula-se pela equação 3, sugerida por
Hathaway (2000):
Reimpell (2001) ressalta que quanto mais perto da roda, a barra estabilizadora
opera, mais leve e menos solicitadas será as forças que ocorrem em todos os componentes.
2
Fenômeno conhecido como Bump Steer.
27
Molas Helicoidais
Smith (1984), salienta que para veículos de alta performance, levando em conta a
capacidade de armazenar energia, as molas helicoidais são as mais eficientes.
Dixon (1996) observa a importância do uso de molas helicoidais combinadas com
as barras estabilizadoras, na resistência a rolagem, pois geralmente deseja-se uma rigidez
de rolagem maior do que a de um único componente pode proporcionar ao veículo, assim,
faz-se necessário o arranjo.
28
Amortecedor
𝜕𝐹 (5)
𝐶=
𝜕𝑉
3
Rebound.
4
Bump.
29
A pressão dos pneus é um dos fatores mais comuns e viáveis de ajustar dentro da
suspensão de um veículo. Sabe-se que o comportamento do pneu para baixos valores de
ângulo de deriva e forças laterais ocorre em função do cornering stiffness, ou seja, o
ângulo da curva debatida na seção 2.1.1, o qual relaciona-se as propriedades elásticas do
pneu. Assim, quando se aumenta a pressão dos pneus, endurece a carcaça, incrementando
a força lateral de acordo com o que cita Milliken (1995). Além disso, variando a pressão
em relação aos eixos dianteiro e traseiro resultará em mudanças no balanço do carro.
A vida útil e a capacidade de gerar força lateral está diretamente ligada com a
variações temperatura de trabalho dos pneus, pois acarreta em uma mudança no modulo
de elasticidade da borracha do pneu.
Milliken (1995) salienta que temperatura e pressão dos pneus estão interligados,
pois para baixas pressões resulta em maiores distorções na carcaça gerando elevações de
temperatura.
Ângulo de esterçamento
𝛿 = 𝛿𝐴 + 𝛼𝐷 − 𝛼 𝑇 (9)
− tan 𝑊𝑇 ∗ 𝑉 2 /(𝐶𝛼𝑇 ∗ 𝑔 ∗ 𝑅)
2.4.1.1 Neutro
𝑊𝐷 𝑊𝑇 (11)
= → 𝛼𝐷 = 𝛼 𝑇
𝐶𝛼𝐷 𝐶𝛼𝑇
2.4.1.2 Subesterçantes
𝑊𝐷 𝑊𝑇 (12)
> → 𝛼𝐷 > 𝛼 𝑇
𝐶𝛼𝐷 𝐶𝛼𝑇
2.4.1.3 Sobresterçante
𝑊𝐷 𝑊𝑇 (13)
< → 𝛼𝐷 < 𝛼 𝑇
𝐶𝛼𝐷 𝐶𝛼𝑇
Ajustes
Smith (1976) e Nicolazzi (2008) listam algumas alterações nos parâmetros que
podem influenciar no balanço do veículo.
Para veículos subesterçantes, objetiva-se diminuir a transferência de carga
longitudinal e lateral para o eixo dianteiro. Possíveis medidas a tomar são descritas
abaixo:
Deslocar o centro de gravidade para trás.
Remover a barra estabilizadora dianteira.
Aumentar a rigidez das barras estabilizadoras traseira.
Usar molas traseiras mais rígidas.
Usar molas dianteiras mais flexíveis.
Baixar o centro de rolagem dianteiro e levantar o centro de rolagem traseira.
Diminuir a pressão dos pneus traseiros.
Aumentar a resistência à compressão dos amortecedores dianteiros.
Diminuir o ângulo de convergência dianteiro.
Diminuir o ângulo de cambagem na roda dianteira externa a curva.
Análise de Rolagem
Através da análise dos dados obtidos por meio dos sensores de medição do
movimento da suspensão, é possível determinar a ângulo máximo de rolagem que o chassi
do protótipo atingiu ao longo dos testes, para este fim utiliza-se a equação 14, sugerida
por Segers (2008):
𝛼𝑟𝑜𝑙𝑎𝑔𝑒𝑚 = (14)
(𝑥𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝐷𝐸 −𝑥𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝐷𝐷 )∗𝑀𝑅𝐷 +(𝑥𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑇𝐸 −𝑋𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑇𝐷 )∗𝑀𝑅𝑇
tan−1 ( )∗
𝑇𝐷 +𝑇𝑇
57,3
Sabe-se que veículos sobresterçantes apresentam uma redução nos valores de ângulo de
esterçamento do volante, devido a necessidade do piloto de procurar corrigir a movimento
da traseira do veículo, efeito representado pela Figura 16, tal como salienta Segers (2008).
Para veículos subesterçantes o comportamento é contrário, tem-se um aumento nos
valores de ângulo de inclinação do volante, pois o piloto procura antecipar a entrada na
curva posicionando o carro dentro da curva, conforme representa a Figura 17.
𝐺𝐿𝑎𝑡 (15)
𝜔=
𝑉
3 METODOLOGIA
Incerteza
𝐽 (17)
1 2
𝑈𝐴 = 𝑠 2 = ∑(𝑥̅𝑗 − 𝑥̅ )
𝐽(𝐽 − 1)
𝑗=1
A incerteza combinada é obtida por meio a associação dos dois tipos de incertezas,
conforme a equação 18 apresenta:
𝐶 = √𝐴2 + 𝐵 2 (18)
Para os valores obtidos através de equações nas quais possuem como variável uma
grandeza obtida através de sensores, utilizou-se a teoria da propagação de incerteza de
medição para determinar através da qual pode se obter a incerteza conforme a equação
19:
𝑁 (19)
2 𝜕𝑓 2 2
𝑈𝐶 = ∑ ⌈ ⌉ 𝑈 𝐶 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1
𝑈𝐸 = 𝑘 ∗ 𝑈𝐶 (20)
Sensor Incerteza
Acelerômetro 0,110 g’s
Giroscópio 18,51°/s
Potenciômetro linear - Caixa de direção 21,31 °
Potenciômetro linear – DD 2,068 (mm)
Potenciômetro linear – DE 1,908 (mm)
Potenciômetro linear – TD 2,948 (mm)
Potenciômetro linear – TE 2,579 (mm)
Rolagem 0,334(°)
Calibrador de Pressão 0,99 kPa/0,144psi
Ângulo de Cambagem
O ângulo de cambagem é um parâmetro que não foi alterado ao longo dos testes
devido ao fato de que Schommer (2015) realizou um estudo objetivando desenvolver um
projeto de cinemática, que compensasse os ganhos de cambagem e que possibilitasse a
operação do veículo na faixa ótima dos pneus. Para este fim, analisou-se a capacidade do
pneu de gerar força lateral, refinando os resultados através de um modelamento
matemático do pneu Hoosier 20.5/7.0-13”, desenvolvido por meio de um modelo semi-
empírico, no qual a base de dados utilizadas para o desenvolvimento desde modelo foram
os resultados de testes no pneu, adquirido por meio do Formula SAE Tire Test
Consortium. Logo, através desta análise, quantificou-se a capacidade do pneu de gerar
força lateral versus diversos ângulos de deriva, para diversos carregamentos verticais. A
Figura 20 demonstra essas características.
devido à elasticidade do cubo de roda e dos terminais rotulares não pode ser desprezado,
visto que foram considerados em outros estudos realizados por equipes de Fórmula SAE.
Zipfel (2006) concluiu que o ganho no ângulo de cambagem devido aos terminais
rotulares está na ordem de 0,09 graus e de para o cubo de roda é de 0,5. Assim, para
compensar esse ganho, utiliza-se o valor de -1 de ângulo de cambagem do veículo.
Quanto ao ângulo de convergência foi mantido constante nos valores de 0,5 graus
negativos para a dianteira e de 0,1 graus positivo para a traseira, ao longo dos teste, para
reduzir variáveis.
Molas
Barra estabilizadora
visualizar o valor de comprimento mínimo para cada barra estabilizadora, isto se deve ao
fato de para valores menores, a barra seria submetida a ângulos de torções elevados que
levariam a ultrapassar o limite elástico do material do tubo.
Tabela 2 - Dados dos primeiros colocados na prova de Skid Pad na XII Competição de
Formula SAE Brasil.
Posição Tempo (s) Aceleração Lateral (g's)
Primeiro Lugar 5,12 1,31
Segundo Lugar 5,23 1,26
Terceiro Lugar 5,3 1,22
Quarto Lugar 5,36 1,20
Quinto Lugar 5,51 1,13
Pneu
Piloto
grupo é composto por estudantes, os quais não possuem muita experiência em pilotar
veículos de alta performance.
Entretanto, visando diminuir as disparidades dos dados relacionados ao sistema
piloto-veículo, o protótipo foi guiado por um piloto com experiência em conduzir o
protótipo.
Configurações testadas
Número Rigidez Barra Anti-Rolagem Dianteira Rigidez Barra Anti-Rolagem Traseira Pressão nos Pneus
1 Menos Rigida - 180,85 Nm/° Menos Rigida - 60,79 Nm/° 68,9 ± 0,99 kPa /10 ± 0,144 psi
2 Menos Rigida - 180,85 Nm/° Mais Rigida - 131,47 Nm/° 68,9 ± 0,99 kPa /10 ± 0,144 psi
3 Mais Rigida - 502,35 Nm/° Mais Rigida - 131,47 Nm/° 68,9 ± 0,99 kPa /10 ± 0,144 psi
4 Mais Rigida - 502,35 Nm/° Menos Rigida - 60,79 Nm/° 68,9 ± 0,99 kPa /10 ± 0,144 psi
5 Mais Rigida - 502,35 Nm/° Menos Rigida - 60,79 Nm/° 82,7 ±0,99 kPa/ 12 ± 0,144 psi
6 Mais Rigida - 502,35 Nm/° Mais Rigida - 131,47 Nm/° 82,7 ±0,99 kPa/ 12 ± 0,144 psi
7 Menos Rigida - 180,85 Nm/° Mais Rigida - 131,47 Nm/° 82,7 ±0,99 kPa/ 12 ± 0,144 psi
8 Menos Rigida - 180,85 Nm/° Menos Rigida - 60,79 Nm/° 82,7 ±0,99 kPa/ 12 ± 0,144 psi
Apesar de haver cinco regulagens por barra estabilizadora, optou-se por utilizar
apenas as configurações mais extremas, a fim de simplificar o número de testes.
52
4 RESULTADOS
A partir dos testes realizados, a volta que apresentou o menor tempo foi a 6.2.1,
ou seja, a primeira volta para a esquerda, utilizando uma configuração com as duas barras
estabilizadoras com máxima rigidez e os pneus calibrados com pressão de 12psi,
totalizando um tempo de 4,81s.
A partir da análise da Figura 34, verifica-se que representa uma curva a qual no
inicio de seu desenvolvimento apresenta um certo padrão de comportamento com
pequenos picos, porém no fim da volta nota-se a existencia de um pico maior representado
pelo numero 1, com valor de 1,39 g’s. Por fim, nota-se de valor médio igual a 0,86g’s ao
longo de toda a trajetória.
A Figura 35 demonstra uma curva com diversos pequenos picos, sendo os maiores
aqueles que estão representados pelos números 4 e 9, ambos com valores de 1,25 g’s, os
menores estão representados pelos números 1, 2, 6, 7 e 8, com valores de 1,2 g’s, 1,3 g’s,
55
1,1 g’s, 1,05 g’s e 1g. Além disso, há dos pontos com valores muito pequenos
representados pelos algarismos 3 e 5, com valores de 0,5 g’s e 0,4g’s. O valor médio foi
de 0,89 g’s.
Para fins de comparação, analisa-se a curva representada pela Figura 40. Observa-
se duas faixas de oscilações com vários pequenos picos negativos nas regiões próximas
aos números 1 e 5. Outra região de oscilação, entretanto com pequenos picos positivos,
visualiza-se próxima ao número 5. Outra característica de comportamento do veículo
neste traçado é identificada por três grandes picos de - 8 °/s, -13 °/s e -10 °/s, representados
respectivamente pelos números 2, 4 e 6.
5 CONCLUSÕES
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTTIGLIERI, M. Data acquisition to analyse the driver and his race car.
Cranfield University, 2007.
DIXON, J.C. Tires, suspension and handling. Warrendale, PA: SAE - Society
of Automotive Engineers, 1996.
7 ANEXOS
INCERTEZA COMBINADA
Segue a sequência de procedimentos para determinação da incerteza expandida
para cada sensor.
Giroscópio:
Numero de amostras Valores (°/s) Tipo B (°/s) Média (°/s) Desvio Padrão Amostral (°/s) Tipo A (°/s) Combinada (°/s) Valor Final (°/s)
48,90 9,00 9,2527
47,70 9,00 Valor Final (%)
Configuração 1 4 44,30 7,05 1,76 9,1711
33,80 9,00 5,14
46,80 9,00 180°/s=100%
32,60 9,00 k (95%)
48,00 9,00 2
Configuração 2 4 45,63 9,55 2,39 9,3111
55,50 9,00 Incerteza Expandida
46,40 9,00 18,51
50,00 9,00
48,60 9,00
Configuração 3 4 46,38 4,82 1,20 9,0803
47,60 9,00
39,30 9,00
39,00 9,00
42,50 9,00
Configuração 4 4 39,78 4,69 1,17 9,0762
33,50 9,00
44,10 9,00
27,30 9,00
28,70 9,00
Configuração 5 4 37,05 10,94 2,73 9,4063
50,00 9,00
42,20 9,00
38,00 9,00
24,60 9,00
Configuração 6 4 39,53 11,80 2,95 9,4710
42,40 9,00
53,10 9,00
48,60 9,00
37,80 9,00
Configuração 7 4 43,08 8,82 2,20 9,2660
52,30 9,00
33,60 9,00
33,20 9,00
45,40 9,00
Configuração 8 4 39,75 7,12 1,78 9,1744
46,40 9,00
34,00 9,00
Potenciômetro (Caixa de direção)
Numero de amostras Valores (°) Tipo B (°) Média (°) Desvio Padrão Amostral (°) Tipo A (°) Combinada (°) Folga no volante (°)
83,7 6 4
91,9 6 Valor Final (°)
Configuração 1 4 84,025 7,783476087 1,945869022 6,308
73,5 6 10,66
87 6 Valor Final (%)
90,9 6 3,55
102,6 6 100%=300°
Configuração 2 4 87,7 11,51086443 2,877716108 6,654
79,5 6 k (95%)
77,8 6 2
85,4 6 Incerteza Expandida (°)
72,4 6 21,31
Configuração 3 4 82,225 7,530548895 1,882637224 6,288
81 6
90,1 6
95,7 6
76,9 6
Configuração 4 4 74,3 18,93233565 4,733083914 7,642
49,6 6
75 6
85,3 6
94,3 6
Configuração 5 4 78,45 13,61506519 3,403766296 6,898
67,5 6
66,7 6
88,5 6
91,3 6
Configuração 6 4 85,65 5,226534862 1,306633716 6,141
79,7 6
83,1 6
88,7 6
94,1 6
Configuração 7 4 90,45 3,897435054 0,974358763 6,079
85,8 6
93,2 6
99,1 6
100 6
Configuração 8 4 93,4 7,111024305 1,777756076 6,258
87,2 6
87,3 6
Rolagem
Valores DD (mm) Valores DE (mm) Valores TD (mm) Valores TE (mm) Incerteza Expandida DD (mm) Incerteza Multiplas Variaveis (°) Incerteza Multiplas Variaveis (°)
0,21 0,488 3,602 0,244 2,068 0,33445 0,334
1,497 2,686 -2,820 -5,859 Incerteza Expandida DE (mm) 0,33445
1,497 -1,465 -39,072 -1,465 1,908 0,33410
6,868 -0,977 -58,115 -1,709 Incerteza Expandida TD (mm) 0,33375
5,339 -0,244 1,709 0,000 4,976 0,33444
5,339 -0,244 -3,333 -5,615 Incerteza Expandida TE (mm) 0,33444
0,945 -9,521 0,244 3,418 2,579 0,33444
2,229 -1,953 0,244 3,174 0,33445
2,654 -0,488 0,000 0,977 0,33445
3,142 0,488 -31,250 -0,732 0,33422
2,962 0,977 0,317 -0,732 0,33445
1,497 3,418 -0,415 -8,789 0,33444
1,741 0,732 -1,901 -3,174 0,33445
10,530 0,977 -3,719 -4,883 0,33442
12,239 2,330 3,215 3,139 0,33443
4,427 5,504 1,262 3,383 0,33445
1,009 -6,592 2,930 -6,873 0,33437
7,845 -4,150 -1,953 -4,297 0,33440
8,333 -0,977 7,080 1,221 0,33439
5,159 -3,906 7,324 1,953 0,33440
4,118 -4,100 1,709 -7,324 0,33437
0,032 -4,880 2,441 -8,301 0,33438
2,962 -3,174 1,953 1,709 0,33444
1,921 -3,906 2,197 1,221 0,33444
4,363 -1,709 5,615 5,481 0,33444
1,985 -7,080 6,104 8,057 0,33444
0,520 5,615 2,686 4,639 0,33444
1,677 5,127 -3,906 5,127 0,33441
1,009 -0,732 -6,104 -5,371 0,33445
1,497 -5,127 -5,859 -5,127 0,33445
0,212 2,441 8,074 -5,127 0,33442
0,700 6,348 5,389 -5,371 0,33445
INFORMAÇÕES TÉCNICAS – ACELEROMETRO
Working range: ±5g
Accelerometer linearity1% of full scale