Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
NATAL - RN
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, à Deus, por tudo que Ele tem feito em minha vida
e por ter me ajudado ao longo de toda minha caminhada acadêmica.
Agradeço também aos meus pais que sempre me incentivaram a estudar, não
medindo esforço algum ao me conceder toda educação e suporte necessários.
Ao meu irmão, que me dá exemplo de como é importante obter cada vez mais
conhecimento.
À Equipe Car-kará Baja UFRN por todo aprendizado obtido durante minha
participação na equipe e ao fornecimento de material para que esse trabalho fosse
realizado.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva
em minha vida.
iii
Resumo
Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um projeto de otimização
aplicado ao chassi de um veículo baja, com auxílio do software ANSYS®. O objetivo
da análise é que a massa da estrutura seja reduzida a fim de que aumente a
performance do carro durante provas dinâmicas. Todas as considerações de
projeto seguem o Regulamento Administrativo e Técnico Baja SAE Brasil com o
intuito de que o projeto seja totalmente válido para participar das competições
regionais e nacionais. Análises estáticas e dinâmicas foram consideradas para
estudo das respostas mecânicas, visando a integridade da estrutura quando a
mesma é submetida a situações críticas. O estudo também tem como prioridade
garantir segurança ao piloto quando o mesmo está dirigindo o veículo. Como
resultado houve uma redução de 10,91% da massa do chassi bem como análises
dos valores de deformação e tensão críticas, obtidas por meio de simulações
computacionais com o uso do método dos elementos finitos.
Abstract
Lista de Figuras
Figura 1 – Carro da Equipe Car-Kará Baja na 23º Competição SAE Brasil - 2016 ..... 3
Figura 26 – Estrutura Ótima de Michell com dois apoios carga central ..................... 34
Lista de Tabelas
Tabela 2 – Propriedades físicas e mecânicas dos aços SAE 1020 e SAE 4130....... 53
OT – Otimização Topológica
Sumário
Agradecimentos .............................................................................................. ii
Abstract ......................................................................................................... iv
1 Introdução .................................................................................................... 1
1.3 Metodologia........................................................................................... 4
2.2.3 Backbone...................................................................................... 18
5 Conclusões ................................................................................................ 78
7 Referências ............................................................................................... 80
8 Anexo l....................................................................................................... 84
9 Anexo ll ...................................................................................................... 86
1
1 Introdução
O conceito de ótimo está associado aos ajustes das variáveis de projeto que
proporcionam uma condição de maior eficiência ao sistema para executar uma
determina função, como exemplo: redução de peso, aumento da rigidez e diminuição
de volume. Ainda conforme Silva (2009), tais mudanças não interfere só no
componente analisado, mas também dinamiza toda a cadeia produtiva, onde por
exemplo, uma peça otimizada por redução de peso pode diminuir o custo de
fabricação por meio da economia de matéria-prima, com isso a produção aumenta,
facilitando também o transporte das peças e portanto propiciando a redução do custo
final da peça, tornando-a mais competitiva.
Figura 1 – Carro da Equipe Car-Kará Baja na 23º Competição SAE Brasil - 2016
1.3 Metodologia
2 Revisão Bibliográfica
Mais uma vez essas cargas são muitas vezes calculadas para o caso estático,
porém fatores dinâmicos devem também ser levados em consideração. Ainda
conforme Pawlowski (1964, apud HAPPIAN-SMITH, 2002, p.130) os fatores
dinâmicos para torção são tipicamente 1,3 para veículos rodoviários, para caminhões
1,5 e para veículos cross-country um fator de 1,8 pode ser usado. A condição de
torção pura não pode existir por si só já que as cargas verticais sempre existem devido
à gravidade, logo isso se refere ao terceiro caso: flexão e torção combinadas.
2
C . f d . e (1)
3
12
escoamento. Outra forma é adotar o fator de segurança de 1,5 para a pior carga
possível. “Este procedimento é satisfatório para projetar contra falha por fadiga, mas
investigações por fadiga são necessárias principalmente onde as concentrações de
tensão ocorrem nos pontos de montagem da suspensão”.(HAPPIAN-SMITH, 2002, p.
135)
“As duas propriedades mais importantes que se relacionam com a rigidez são
o módulo de Young (módulo de elasticidade) e o momento de inércia de área da seção
do perfil, ou seja, rigidez do material e rigidez geométrica, respectivamente”
(OLIVEIRA, 2007, p.11). Assim, a combinação de escolhas de projeto referentes ao
tipo de material, bem como área e espessura da seção transversal do perfil, resulta
em diferentes geometrias estruturais e consequentemente diferentes respostas
mecânicas de deslocamento. De acordo com Adams (1993, apud. Oliveira 2007),
existem dois aspectos relativos à rigidez estrutural de um chassi.
2.2.2 Cruciforme
Vale ressaltar que vigas localizadas na parte frontal e traseira não apenas
ajuda no transporte do momento torsor, mas também no transporte de cargas laterais
da montagem nos pontos de suspensão. Segue abaixo na Fig. (13) um exemplo de
um chassi do tipo cruciforme.
2.2.3 Backbone
Projetistas notaram que uma seção fechada sendo utilizada como viga nos
chassis aumentava de forma considerável a rigidez a torção quando comparada com
uma seção aberta. Tal fator segundo Happian-Smith (2012) foi explorado pela Lotus
promovendo uma nova forma de concepção de chassi. Esse tipo de estrutura foi
desenvolvido por Colin Chapman em 1962 ao projetar o Lotus Elan. Há uma seção no
formato de uma caixa fechada através da qual passa o eixo central de transmissão do
veículo, desde a caixa de marchas até o eixo de transmissão traseiro. As vigas se
estendem até os pontos de fixação enquanto membros transversais travam as partes
da suspensão e resiste às cargas laterais. A Fig. (14) evidencia como a estrutura se
conecta com o motor, suspensões e transmissão.
2.2.4 Monocoque
Oliveira (2007, p.19) afirma que “esse tipo de estrutura é bastante eficiente na
proteção contra impactos, sendo usados em competições de alto nível como Fórmula
1 e Fórmula Indy”. O resultado é uma estrutura incrivelmente rígida que garante
segurança ao piloto em situações extremas. Segundo Chandra (2012), uma das
vantagens de sua utilização está ligado ao fato de ter produção econômica, pois é
adequado para produção robotizada em grande escala.
não só um suporte para os componentes, mas também usado como uma célula de
reforço bastante rígida na estrutura.
2.2.5 Monobloco
Ainda segundo Castro Bruno (2009), a estrutura monobloco pode ser dividida
além da totalmente monobloco já explanada em: Semi monobloco e estruturas
independentes. Ainda segundo o autor o tipo Semi monobloco foi introduzido pela
Rover pelo seu modelo 2000 sendo adotada por fabricantes desde então. É
constituída por uma estrutura básica como piso, anteparos, suportes para o motor,
suspensão, estruturas laterais e a estes são fixados os demais componentes, como
mostra a Fig. (18). Como os elementos não contribui diretamente para a resistência
estrutural, o peso proveniente do tipo Semi Monobloco é maior que um totalmente
monobloco, porém tem como vantagem a facilidade na reposição de peças bem como
na alteração de projeto.
2.2.6 Spaceframe
Rade (2006, p1.) afirma que, “a principal motivação para o uso do MEF reside
no fato que, devido à complexidade dos problemas práticos de engenharia, soluções
analíticas em forma fechada tornam-se inviáveis ou mesmo impossíveis”. Portanto, a
fim de resolver problemas complexos é necessário técnicas capazes de fornecer
soluções numéricas de forma aproximada.
contínuos são denominadas variáveis de campo (que podem ser grandezas escalares
ou vetoriais) podendo assim assumir valores independentes em cada ponto do
domínio. O problema então é dividido em várias regiões interconectadas denominadas
elementos. Os elementos podem ser de diferentes formatos como triângulos,
quadrados, tetraedros e cubos como mostra a Fig. (22) abaixo.
.. .
M . x+ C. x+ k. x = p(t ) (1)
A análise modal é um tipo de análise dinâmica que tem como objetivo principal
encontrar as frequências naturais, os modos de vibração bem como as respostas de
deslocamento. Dessa forma se a estrutura for excitada por uma fonte de vibração
externa que se aproximar de uma das frequências naturais, pode levar o chassi a
sofrer deslocamentos excessivos, podendo levar a falha ou ruptura do sistema. Dessa
forma segundo Bernardes (2015) testes de vibrações em máquinas e em estruturas
são fundamentais para assegurar a integridade.
Muitas vezes existem equívocos com o uso do termo otimização até mesmo
no meio acadêmico. O ponto característico da definição correta é que a procura de
uma configuração ótima deve ser sistemática. Por ‘sistemático’ devemos entender que
a solução ótima independe da experiência do projetista, ou seja, a princípio qualquer
um obterá a mesma solução quando se aplicar algoritmos deste tipo em um problema.
Fig. (26) mostra uma estrutura ótima de Michell considerando dois apoios e uma carga
central, já a Fig. (27) mostra um engaste com uma carga na extremidade. Conforme
afirmado por SILVA (2009, p.4) “atualmente esses resultados são usados como
padrões para aferir os softwares que propõem sintetizar estruturas”.
Coutinho (2006) ressalta que esse tipo de otimização por ser mais complexo
exige maior sofisticação na implementação numérica do que na otimização
38
assim que o projetista avalie o projeto. Essa interpretação conforme Silva (2009) pode
ser feita por meio de métodos de processamento de imagem, ou simplesmente
desenhando a estrutura obtida tomando como base a imagem obtida pela OT.
Como vantagem aponta Silva (2009) que pelo fato de a Otimização Estrutural
trabalhar num domínio fixo de MEF, não há acréscimo em complexidade nem custo
de algoritmo elevado além do usual de MEF ao se manipular um modelo
tridimensional. Como desvantagens estão as instabilidades numéricas encontradas
42
Já o problema dos mínimos locais afirma Coutinho (2006) que está presente
devido ao fato de que a maioria dos problemas topológicos não são convexos,
acarretando assim em muitos mínimos locais. Então há a possibilidade de encontrar
diferentes soluções para o mesmo problema ao mudar as estimativas iniciais das
variáveis bem como os parâmetros do algoritmo. Ainda segundo Coutinho (2006), tal
razão se dá por causa que a convergência dos algoritmos funciona para programação
convexa e ao trabalhar problemas diferentes disso a solução aponta para mínimos
que não necessariamente são mínimos globais, impossibilitando a correta
minimização da respectiva função objetivo.
Figura 37 – Distribuição de tensões numa barra sujeita somente à flexão e somente tração.
Com restrições;
g ( x) 0, k = 1, 2,..., K
k (3)
h (x) 0, l = 1, 2,..., L
l
(4)
Onde; x x x
l U
(5)
O ano de 1991 marcou o início das atividades da SAE Brasil que em 1994
lançou o programa e em 1995 realizou-se a primeira competição nacional, na pista
Guido Caloi, bairro Ibirapuera, cidade de São Paulo. Desde 1997 a SAE Brasil também
apoia a realização de eventos regionais que são as Etapas Sul, Sudeste e Nordeste.
O objetivo principal, assim como as competições Baja anteriormente mencionadas, é
promover experiência prática de engenharia para estudantes de todo país, bem o
preparo para o mercado de trabalho por meio da vivência através do desenvolvimento
do projeto. O desenvolvimento leva como base um veículo protótipo para produção
em série, confiável, de fácil manutenção, ergonômico e econômico que atende ao
48
mercado consumidor com produção de 4000 unidades por ano. O veículo então deve
buscar bom desempenho no mercado em termos de velocidade, manobrabilidade,
conforto e robustez em terreno acidentado e em condições fora-de-estrada.
Estudos semelhantes foram feitos por Baker (2004) onde o objeto de estudo
foi também um chassi spaceframe para a utilização em competições formula SAE.
Com resultados analíticos e experimentais foi possível identificar que a estrutura
estava superdimensionada e que através de técnicas de otimização seria possível
reduzir a massa do veículo pela utilização de tubos de menores dimensões. Os dois
resultados mencionados anteriormente prova que a análise numérica do MEF aliada
a utilização da otimização estrutural se torna uma importante ferramenta de projeto
para ponderar situações limítrofes e otimizadas.
Oliveira (2007) usou essas duas técnicas a fim de desenvolver tanto o projeto
quanto a construção de uma estrutura veicular tridimensional do tipo tubular. O
50
objetivo principal foi obter uma configuração ótima de chassi apresentando baixo peso
e elevada rigidez torcional. Foi aplicada a discretização do domínio do projeto e
posteriormente uma análise linear elástica pelo MEF. A configuração foi então
submetida a Métodos Heurísticos de Otimização Numérica visando a evolução do
projeto e a busca por uma disposição ótima. A estrutura final obtida apresentou uma
redução de massa de 35% e um aumento de rigidez de 62% justificando assim
grandes vantagens encontradas ao se utilizar tais técnicas.
3 Desenvolvimento do Projeto
Vale salientar que os perfis dos tubos usados em competições baja tem
restrições de ordem dimensional e de resistência mecânica. A primeira exigência de
projeto é que os tubos constituintes sejam de aço com um mínimo de 0,18% de
carbono em sua composição. Por conta disso, a equipe trabalha normalmente com o
aço SAE 1020, porém o estudo de otimização presente nesse trabalho utilizou o aço
SAE 4130, visando uma análise da viabilidade de mudança ou não de material. Com
auxílio da Tab. (2) abaixo, pode-se verificar as propriedades físicas e mecânicas dos
dois tipos de aço presentes no software que foram usadas nas simulações mecânicas.
Tabela 2 – Propriedades físicas e mecânicas dos aços SAE 1020 e SAE 4130
Propriedades dos Aços Aço SAE 1020 Aço SAE 4130
Módulo Elástico (GPa) 200 205
Coeficiente de Poisson 0,29 0,285
Módulo de cisalhamento (GPa) 77 80
Massa Específica (kg/m^3) 7900 7850
Resistência de Tração (MPa) 420,5 560
Limite de Escoamento (MPa) 351,5 460
®
Fonte: Base de dados do software Solidworks (2018)
Cada tipo de membro terá restrição específica de projeto. Como pode ser visto
na Fig. (48) cada membro possui uma sigla que representa sua identificação (a lista
completa dos respectivos nomes se encontra no início do trabalho). Segundo o
regulamento há duas opções possíveis para os membros primários, dentre elas estão:
Como observado o valor da tensão máxima pouco foi alterado, fazendo com
que o grau de refino da malha adotada anteriormente seja satisfatório. Assim com a
configuração otimizada será feito a simulação de cargas críticas de projeto, que entre
elas estão: impacto frontal, impacto lateral, impacto traseiro, capotamento e uma
análise modal.
A situação crítica prevista para esse caso foi estimada ao considerar que o
veículo trafega em velocidade máxima e colide com uma parede estática. Tal
configuração é crítica pois geralmente outras estruturas que não sejam tão rígidas
quanto a superfície de impacto adotada se deformariam, ou seja, absorveriam energia
de forma gradual reduzindo assim a severidade do impacto. Com base nos valores de
massa, velocidade máxima e tempo de impacto foi possível determinar a carga crítica
presente na condição de contorno. O cálculo foi realizado através das Eqs. (6) e (7).
v = v0 + at (6)
F = ma (7)
a Tab. (8) especificando os valores das variáveis que foram adotadas nos casos de
impacto, bem como a carga crítica final obtida.
Variáveis Massa total Velocidade máx. Tempo de impacto Aceleração Força crítica
Valores 266 kg 58 km/h 0,18 s -88,9 m/s^2 23647,4 N
Fonte: acervo do autor (2020)
Observa-se na figura acima que durante o impacto frontal a região com maior
deflexão foram os membros superiores da gaiola com um máximo de 6,16 mm. É
importante notar mesmo que a deformação máxima se estenda ao longo dos tubos
superiores, ela não é excessiva e não apresenta perigo ao piloto, já que nenhum
membro foi deformado excessivamente nas direções que possam vir a atingi-lo. Para
um completo entendimento do caso também foi feita a simulação envolvendo a tensão
von Mises, mostrado na Fig. (53).
É observado que na junção dos tubos SIM com FAB superior (ver novamente
a Fig.(48)) é o ponto onde ocorreu o maior valor de tensão, 416,51 MPa. Tal valor
supera o proposto pelo nível de segurança do projeto de 370 MPa, mas que ainda
66
está abaixo do limite de escoamento do aço SAE 4130 que é de 460 MPa evitando
assim sua deformação plástica.
Este caso crítico leva em consideração que o impacto é provocado por outro
veículo que colide diretamente nos membros laterais do chassi. Em um caso real a
condição não seria tão severa quanto a apresentada pois haveria normalmente
absorção da energia pelos pneus e suspensão. O levantamento das cargas foi feito
da mesma forma que o caso anterior visto que foi utilizado os mesmos dados contidos
na Tab. (7), provendo uma carga total de 23467,4 N. Foi fixado os membros da lateral
oposta da qual foi aplicado as forças, com o intuito de simular uma colisão lateral sem
que o carro possa tombar para o lado. As condições de contorno e os resultados da
de deflexão total para esse caso estão mostrados nas Figs. (54) e (55),
respectivamente.
Figura 54 – Condições de contorno do impacto lateral
Vale ressaltar que colisões laterais também são casos que na realidade são
sempre críticos em carros convencionais, onde mesmo que o projeto tenha os
coeficientes de segurança considerados, os passageiros sofrem risco de sofrerem
danos. Isso acontece, pois, a estrutura do veículo ao absorver energia provindo de um
forte impacto, se deforma consideravelmente chegando a atingir os passageiros que
ocupam o veículo.
A situação estabelecida para esse caso crítico prevê uma batida na traseira
da estrutura enquanto o veículo está parado. A quantificação do valor da carga de
impacto é a mesma dos dois casos anteriormente analisados, por meio dos dados da
Tab. (7). A força será aplicada nos membros traseiros mais externos e será fixado em
quatro vértices próximos ao volante.
A análise mostra que a deflexão máxima ocorreu nos membros traseiros com
um máximo de 4,75 mm. Tal magnitude não é preocupante para o projeto visto que é
baixa e se encontra distante do piloto, onde não apresentará contato direto com os
tubos deformados. Também não trará mal funcionamento para os componentes de
transmissão do carro pois o espaço designado para eles não foi severamente
reduzido.
70
É interessante notar que ao sofrer um impacto desse tipo uma boa parte da
carga é transmitida para os tubos laterais (SIM) e que por ser quase colinear com os
tubos traseiros, os valores nesses membros chegam a cerca de 3 mm. Com isso
notamos que o tubo lateral é um dos tubos mais importantes para garantir segurança
ao piloto. Por ser um tubo longo com uma curva, para análises dinâmicas seria
necessário o estudo de flambagem pois diferentes situações de cargas que o veículo
sofre impõe deformações sob esses tubos. Outra resposta necessária para análise
são os valores das tensões, demonstrado na Fig. (59).
Como resultado obteve uma tensão máxima de 2993,4 MPa na junção dos
membros inferiores da traseira. Apesar de ser bem acima do limite de escoamento do
material, tal tensão não será crítica, uma vez que consideramos que os tubos de
ligação estão representando a rigidez dos componentes da transmissão e do motor.
A ponto de interesse é o valor das tensões nos membros que sofreram impacto e
como pode ser visto na figura estão dos com o tom azul escuro, ou seja , com valores
de tensão menores que 332,6 MPa, valor que está abaixo do limite de escoamento e
abaixo do nível de segurança admitido para esse projeto.
71
4.1.4 Capotamento
Situação crítica que acontece após o veículo passar por um salto ou obstáculo
com um grande desnível, fazendo com que o veículo atinja o chão em posição
desfavorável. Os principais membros que garantem a segurança do piloto nessa
situação são os membros superiores do carro. O caso considerou uma queda de 2 m
de altura, sendo apoiado por apenas uma região do tubo superior esquerdo, na região
onde há uma curva. A força conta com três componentes com valor de 2606,8 N,
calculadas por meio do peso total do carro. A força resultante tem valor de 4515,1 N
e foi definida a 45º dos eixos principais de simetria do carro com o objetivo de analisar
uma carga realmente não solícita a geometria do carro.
s
75
5 Conclusões
Conclui-se também o aço SAE 4130 foi sim um possível material substituto
para fabricação da gaiola, tendo propriedades de resistência mecânica superior ao
aço SAE 1020, porém é necessário que seja verificado questões financeiras e de
manufatura associadas.
7 Referências
BROWN, J., C.; ROBERTSON, A., J.; SERPENTO, S., T. Motor Vehicle
Structures: Concepts and Fundamentals. Ed: Butterworth Heinemann, London,
2002.
SOARES, F., S.; GERITZ, L., C.; CERVIERI, A.; AIRES, A., F., R.; DA
SILVEIRA, M., A. Desenvolvimento de um chassis automotivo para um veículo
elétrico de pequeno porte. Publicado na revista de iniciação científica da ULBRA –
N°10/2012.
83
VIEIRA, P., H.; SILVA, A., P., C; TAVARES, T.; Proposta de Otimização
Estrutural do Veículo Baja SAE. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade de
Tecnologia de Santo André, 2016.
8 Anexo l
A4.8.2 Cada equipe poderá competir com a mesma gaiola de proteção por 2
(dois) anos. Inicia-se este prazo a partir de sua primeira participação na Inspeção de
Conformidade Técnica e Segurança. Veículos que tenham participado da edição
anterior serão aceitos somente se cumprirem com os regulamentos vigentes para a
competição em questão.
B1.2.1 Largura: 1,62 m no ponto mais largo, com as rodas direcionadas para
frente, na altura estática de rodagem.
B6.3.3.2.7 Para aços SAE 1018, o seguinte valor deve ser considerado para
os cálculos de equivalência: 𝑦 = 370 MPa.
86
9 Anexo ll
Ao(s) vinte e oito dia(s) do mês de julho do ano de dois mil e vinte, às 10:00 horas, na
sala de vídeo conferência, neste Campus Universitário, instalou-se a banca examinadora
do Trabalho de Conclusão de Curso do(a) aluno(a) RENATO JOSÉ LIMA BEZERRA
FILHO, matrícula 20180155320, do curso de Engenharia Mecânica. A banca examinadora
foi composta pelos seguintes membros: Prof. Dr. JOÃO CARLOS ARANTES COSTA
JÚNIOR, orientador; Prof. Dr. AVELINO MANUEL DA SILVA DIAS, examinador interno,
Eng. Mec. LUAN BERNARDO, examinador externo. Deu-se início à abertura dos trabalhos
por Prof. Dr. JOÃO CARLOS ARANTES COSTA JÚNIOR, que após apresentar os
membros da banca examinadora, solicitou a (o) candidato (a) que iniciasse a apresentação
do trabalho de conclusão de curso, intitulado “OTIMIZAÇÃO E ANÁLISE ESTRUTURAL
DO CHASSI DE UM VEÍCULO BAJA SAE”, marcando um tempo de trinta minutos para a
apresentação. Concluída a exposição, orientador, passou a palavra aos examinadores para
arguirem o(a) candidato(a); após o que fez suas considerações sobre o trabalho em
julgamento; tendo sido _APROVADO_, o(a) candidato(a), conforme as normas vigentes na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A versão final do trabalho deverá ser
entregue à Coordenação do Curso de Engenharia Mecânica, no prazo de _4_ dias;
contendo as modificações sugeridas pela banca examinadora e constante na folha de
correção anexa. Conforme o que rege o Projeto Político Pedagógico do Curso de
Engenharia Mecânica da UFRN, o(a) candidato(a) não será o aprovado(a) se não cumprir
as exigências acima.
________________________________________
Prof. Dr. JOÃO CARLOS ARANTES COSTA JÚNIOR
Orientador
________________________________________
Prof. Dr. AVELINO MANUEL DA SILVA DIAS
Examinador interno
________________________________________
Eng. Mec. LUAN BERNARDO
Examinador externo