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SÃO MATEUS - ES
2018
DIOGO ALCIDES FANTECELE
SÃO MATEUS - ES
2018
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
Bibliotecária responsável Sheila Guimarães Martins CRB6-ES 671
68 f. : il. ; 30 cm.
CDD 22 – 620.1126
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CAMPUS SÃO MATEUS
Rodovia BR 101-Norte – Km 58 – Bairro Litorâneo – 29932-540 – São Mateus – ES
27 3771-1262
COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DECLARAÇÃO DO AUTOR
Obrigado.
"Aquele que trabalha duro pode superar um gênio,
mas de nada adianta trabalho duro se você não
confia em si mesmo."
(Rock Lee)
RESUMO
The present work had as objective to simulate the deformation of the chassis of a
prototype minibaja in front of a collision at low speed, as well as its static and dynamic
behavior. Baja SAE is a university competition whose goal is to design and
manufacture a tubular chassis off-road vehicle powered by a small four-stroke gasoline
engine. Although frequent in off-road competitions, the frontal impact on this type of
prototype is not a subject much explored in the Brazilian literature. Therefore,
performing this analysis is important for acquiring information about the behavior of the
chassis in different types of loads to guarantee structural integrity in the driver's space,
called a cockpit. The prototype was developed in SolidWorks 3D CAD software from
simple elements with the purpose of reducing the computational cost. The numerical
simulation of the static and dynamic behavior of the simplified model was done using
the finite element software SolidWorks and ANSYS Mechanical. The modal analysis
results showed that the natural frequencies of the chassis are outside the range of
frequencies generated by external excitation sources and the satisfactory rigidity of the
chassis. The quasi-static analysis presented the points of greatest stresses and
displacements in the chassis as well as the effects of the inclusion of reinforcements
in the joints in the reduction of these tensions and displacements.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ................................................................................................... 16
2.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 16
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................... 16
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 17
3.1. CHASSI DO MINIBAJA SAE BRASIL ............................................................. 17
3.2. MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS (MEF) ................................................. 19
3.3. ELEMENTOS FINITOS................................................................................... 21
3.3.1. Elemento de viga (BEAM)............................................................................... 21
3.3.2. Elemento sólido (SOLID) ................................................................................ 24
3.4. ANÁLISE MODAL ........................................................................................... 26
3.5. ANÁLISE ESTÁTICA ...................................................................................... 30
3.6. ANÁLISE NÃO-LINEAR .................................................................................. 31
4 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................... 33
5 METODOLOGIA............................................................................................. 36
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 42
6.1. ANÁLISE MODAL ........................................................................................... 42
6.2. ANÁLISE QUASE-ESTÁTICA ........................................................................ 52
6.3. MECANISMOS DE FORTALECIMENTO DO CHASSI ................................... 55
6.4. CARGA MÁXIMA SUPORTADA PELA ESTRUTURA .................................... 60
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 62
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 64
14
1 INTRODUÇÃO
As regras estabelecidas pela SAE Brasil definem o projeto da gaiola (nome comum
dado ao chassi do protótipo) de duas maneiras: definindo requisitos mínimos sobre a
resistência à flexão da seção transversal do tubo utilizado para confeccionar o chassi
e requisitos específicos da geometria da estrutura, como comprimento máximo, altura
e largura, assim como o espaço livre mínimo entre os membros do piloto e do quadro.
O desempenho estrutural do quadro tem como base medições que determinam a
quantidade e o padrão de intrusão de material no cockpit durante o teste de impacto.
Esta análise indica o quão bem a zona de impacto dissipa a energia de colisão e o
quanto a gaiola de segurança limitou intrusão no espaço do piloto (NOORBHASHA,
2010).
Segundo Furtado (2013), os esforços impostos pela suspensão são do tipo dinâmico
e devido a crescente exigência dos consumidores por veículos mais seguros,
confortáveis e de baixo custo, é de fundamental importância realizar o estudo da
dinâmica veicular.
16
2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho será alcançado por meio dos seguintes objetivos
específicos:
Desenvolver um modelo computacional tridimensional do chassi minibaja que
se aproxime o máximo da geometria real, com as devidas simplificações;
Realizar um estudo de convergência de malha de elementos finitos para o
modelo;
Realizar uma análise dinâmica do chassi através da análise modal;
Determinar os níveis de esforços mecânicos através do método de elementos
finitos que são desenvolvidos na estrutura do chassi durante o impacto através
de uma análise quase-estática;
Implementar o modelo de colisão de uma estrutura, utilizando a técnica de
elementos finitos, validando o modelo por meio da comparação com dados da
literatura;
Definir critérios de reforço ou redução de materiais que possam auxiliar no
projeto deste tipo de estrutura e levar a condição de segurança mais favorável
em equilíbrio com a redução de peso.
17
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Chandra, Sreenivasulu e Hussain (2012), o chassi é uma estrutura que tem
função de suportar todos os componentes de um veículo sendo um componente
básico de um automóvel, que integra os sub-sistemas como motor, transmissão,
direção, suspensões, e seu design tem grande influência na qualidade e desempenho
final do veículo do ponto de vista econômico, segurança e conforto. Segundo Furtado
(2013) o chassi deve absorver o máximo possível das forças resultantes do impacto
sem deformação excessiva em caso de um acidente. Isso significa que o chassi deve
ser desenvolvido com critérios que busquem maximizar a resistência, rigidez e
durabilidade, minimizar sua massa e manter acessível a fabricação.
O veículo deve ter quatro ou mais rodas e ser capaz de transportar pessoas
com até 1,90 m de altura, pesando até 113,4 kg;
A largura do veículo também é limitada em 1,62 m, medida entre os pontos de
maior largura, com os pneus apontando para frente;
O comprimento do veículo é irrestrito, contudo os circuitos construídos para os
Baja SAE baseiam-se em protótipos de 2,75 m de comprimento;
O chassi deve ser construído de aço tubular, de pelo menos 0,18% de carbono
sem costura, diâmetro externo de 25,4 mm e parede de 2,1 mm.
Com isso, um chassi estará mais sujeito à fadiga e por consequência irá perder sua
resistência ao longo de sua vida útil, podendo também perder sua utilidade completa
se ele se deformar excessivamente (BERNARDES, 2015).
Segundo Azevedo (2003), o MEF requer uma equação integral de domínio complexo
(de volume 𝑉 ) na qual exista a possibilidade de ser substituída pela somatória de
integrais estendidas a subdomínios com geometrias mais simples (de volume 𝑉 ).
Segundo o autor, se existir a possibilidade de solucionar todas as equações desses
subdomínios 𝑉 que individualmente representam um elemento finito, então a
20
𝑓 𝑑𝑉 = 𝑓 𝑑𝑉 (1)
Para Silva e outros (2001), a ideia de se dividir o domínio em estudo em diversos sub-
domínios menores soluciona um problema referente à dificuldade de se escolher
funções de interpolação que descrevam o comportamento das variáveis do problema
ao longo de todo o domínio. Dessa maneira essas funções devem satisfazer todas as
condições de contorno, como também representar de maneira satisfatória a geometria
e o comportamento do material envolvido no problema. Para Bernardes (2015), um
problema altamente complexo pode ser resolvido com o acoplamento de elementos
padronizados que mapeiam a estrutura em diversos pontos.
Esse elemento possui três graus de liberdade de translação e três graus de liberdade
de rotação conforme pode ser observado na Figura 5. Três forças ortogonais (uma
axial e duas de cisalhamento) e três momentos ortogonais (uma torção e duas flexões)
são calculados em cada extremidade de cada elemento (ANSYS, 2009).
𝑃 (𝑀 ∗ 𝐼 + 𝑀 ∗ 𝐼 ) ∗ 𝑦 + (𝑀 ∗ 𝐼 + 𝑀 ∗ 𝐼 ) ∗ 𝑦
𝜎= + (2)
𝐴 (𝐼 ∗𝐼 −𝐼 )
Elementos sólidos são elementos finitos tridimensionais que podem modelar corpos
sólidos e estruturas sem qualquer simplificação geométrica. A principal vantagem dos
modelos de elementos sólidos é a precisão dos resultados. Outra característica
interessante é que a malha de elementos finitos se parece visualmente com o sistema
físico conforme pode ser observado na Figura 7.
Porém, o elemento sólido traz consigo algumas desvantagens que devem ser
consideradas na hora da escolha do elemento utilizado no estudo. Segundo University
of Colorado (2017) a modelagem, preparação de malha, o esforço de processamento
e de pós-processamento são as principais desvantagens desse elemento. A medida
em que a malha é refinada, ou seja, aumentando o número de elementos da malha, é
observado um aumento no tempo de processamento do computador resultando em
alto custo computacional para determinado problema e para mantê-los dentro de
limites razoáveis, pode ser necessário usar malhas mais grosseiras diminuído a
precisão.
Segundo Kefal e Oterkus (2014), o uso de elementos sólidos deve ser restrito a etapas
de problemas e análises, como verificação, onde a generalidade e a flexibilidade de
modelos 3D completos são garantidas. Além disso, eles devem ser evitados em
estruturas de paredes finas, como os cascos aeroespaciais, uma vez que elementos
25
sólidos tendem a não ter um bom desempenho devido a problemas de travamento por
força cortante (KEFAL E OTERKUS, 2014).
Esse problema pode ser explicado, segundo Soriano (2003), através da equação (3)
da energia de deformação.
1
𝑈= {𝑑 } (𝑎 [𝑆 ] + 𝑏′[𝑆 ]){𝑑 } (3)
2
Onde:
A análise modal fornece uma visão geral dos limites da resposta de um sistema. Cada
objeto possui uma frequência natural, ou frequência de ressonância, no qual o objeto
vibra após ser submetido a uma perturbação externa que não se repete no tempo
(vibração livre). É essa frequência que permitirá o objeto transferir a energia de uma
forma para outra com mínimas perdas (HARISH, 2018).
Segundo Rao (2011), uma análise modal completa é composta por três fases:
configuração do teste, medidas de resposta em frequência e identificação do
parâmetro modal. Neste estudo, dois parâmetros modais foram avaliados, as
frequências naturais e modos de vibração. Rao (2011) e Harris e Piersol (2002)
sugerem que testes modais podem estimar outros parâmetros modais como, por
exemplo, o amortecimento e a rigidez.
em que,
[𝑀] é a matriz de massa;
[𝐶 ] é a matriz de amortecimento;
[𝐾] é a matriz de rigidez;
{𝑥̈ }, {𝑥̇ }, {𝑥} são os vetores de aceleração, velocidade e deslocamento
respectivamente;
28
𝑍(𝑠) = 𝑚𝑠 + 𝑐𝑠 + 𝑘 (6)
1
1 𝑚
𝐻 (𝑠 ) = = (7)
𝑚𝑠 + 𝑐𝑠 + 𝑘 𝑠 + 𝑐 𝑠 + 𝑘
𝑚 𝑚
Sant’Anna (2007) diz que a equação (7) pode ser reescrita definindo-se:
1
𝐻 (𝑠 ) = 𝑚 (8)
𝑠 + 2𝜁𝜔 𝑠 + 𝜔
1
𝐻 (𝑗𝜔) = 𝑚𝜔²
𝜔 𝜔 (9)
− 1 + 𝑗2𝜁
𝜔 𝜔
Noorbhasha (2010) diz que a análise estática linear é realizada no chassi para testar
diferentes condições de carga e para descobrir as tensões e deformações resultantes
nos elementos da estrutura. Conhecer como o design do chassi reage às diferentes
condições de carga permite que os projetistas façam alterações antes da construção
do protótipo. Além disso, uma análise estática linear é uma base para uma análise
não linear. Se um projeto não for capaz de resistir às condições propostas em uma
análise linear de tensão estática, ele deve ser corrigido antes de passar para uma
análise não linear mais complexa, demorada e cara NOORBHASHA (2010).
Segundo Bernardes (2015), a carga estática nada mais é que uma carga estacionária
que pode ser uma força ou momento nos quais não variam em função do tempo, o
ponto de aplicação ou sua magnitude. Esses carregamentos podem gerar diversos
tipos de esforços como compressão, tração, torção, flexão ou uma combinação delas
como exemplificado na Figura 10.
Segundo Furtado (2013), para se realizar uma análise estática de uma estrutura
qualquer, utiliza-se a equação (4) aplicando-se um carregamento arbitrário
desprezando qualquer efeito causado pelas forças inerciais e de amortecimento. Com
isso os vetores de aceleração e os vetores de velocidade da equação (4) serão nulos,
resultando em:
[𝐾]{𝑦} = {𝑓 (𝑡 )} (10)
Conforme visto no tópico 3.4, a solução dessas equações pode ser difícil dependendo
do tamanho das matrizes envolvidas no problema levando à utilização de métodos
para soluciona-las. Além dos métodos da superposição modal existem também os
métodos de integração direta. Segundo Sánchez (2001), é bem comum a utilização
dos métodos de superposição modal para o estudo de vibrações para encontrar, por
exemplos, as frequências naturais de uma estrutura. Porém, nos problemas que
consideram a deformação plástica, esses métodos tornam-se inviáveis, pois os modos
de vibrar vão mudado conforme a estrutura sofre a deformação.
33
4 REVISÃO DA LITERATURA
Figura 12 – Modelo de elementos finitos do chassi com detalhe para a malha utilizada.
Noorbhasha (2010) teve como objetivo otimizar o design do chassi da equipe UNLV
SAE Baja, da Universidade de Nevada, em Las Vegas, através de uma análise de
elementos finitos. Foi produzido um desenho preliminar do chassi, conforme as regras
da competição e em seguida foi realizada uma análise linear de impacto frontal
estático utilizando técnicas de FEA para diferentes condições de carga no modelo do
chassi. Uma análise dinâmica também foi realizada no chassi para analisar a rigidez
estrutural do mesmo com distribuições de massas equivalentes do veículo. O modelo
foi impactado a uma parede rígida fixa (Figura 13) e as tensões dinâmicas, energia,
forças de reação e aceleração dos membros foram discutidos. No final de seu
trabalho, Noorbhasha (2010) forneceu um procedimento padrão de FEA para projetar
um chassi de um protótipo Baja SAE. Ele concluiu que equipes de Baja SAE devem
utilizar a análise estática para avaliar as tensões e deformações no quadro antes de
fabricar a estrutura.
Lottermann (2014) estudou todo o projeto estrutural de um chassi tipo gaiola para
minibajas. Este analisou os principais requisitos necessários para concepção do
chassi. Uma revisão sobre os critérios de projeto sob condições de carregamento
estático e dinâmico foi realizado, tendo como destaque os critérios de von Mises e
Tresca para carregamento estático. Lottermann (2014) realizou testes experimentais
afim de validar os dados obtidos em suas simulações numéricas e comparou-os e
realizou um detalhamento dos principais requisitos necessários para o correto
dimensionamento mecânico e fabricação do chassi.
36
5 METODOLOGIA
Para criar o conceito inicial da estrutura, o primeiro passo é definir algumas diretrizes
conforme apresentado a seguir (NOORBHASHA, 2010). As etapas do
desenvolvimento das análises podem ser resumidas na Figura 15.
Pré-processamento (Ansys/Solidworks)
Simplificação da Geometria
Geometria
(CAD SolidWorks) Geração da Malha
Condições de Contorno
Sover Pós-processamento
(Ansys/SolidWorks) (Ansy/SolidWorks)
Fonte: Autor.
O software CAD utilizado para realizar a modelagem do chassi foi o SolidWorks 2015.
A partir de geometrias básicas, o SolidWorks cria formas em três dimensões utilizando
computação paramétrica (VALÉRIO, BRITO E SOUZA, 2010). Este programa permite
que os sólidos e modelos sejam exportados e analisados através do Método de
Elementos Finitos. Segundo Valério, Brito e Souza (2010), este software é um dos
mais utilizados no desenvolvimento de projetos em todo o mundo, sendo difundido em
diversas empresas, centros de pesquisas e instituições de ensino.
Fonte: Autor.
O chassi foi construído com tubos de aço SAE 1020 de seção circular com 1 ¼” de
polegada de diâmetro e espessura de parede de 2,25 mm, seguindo todos os
requisitos mínimos de segurança estabelecidos pela Baja SAE. Após a modelagem e
uma vez que a geometria foi simplificada, o chassi foi salvo em um formato compatível
para ser analisado através de um software CAE.
Em uma análise estática a estrutura estudada é submetida a uma força arbitrária onde
se as forças de amortecimento e inerciais são desprezadas (FURTADO, 2013). Ainda
segundo Furtado (2013), quando a resposta da estrutura varia com o tempo, incluindo
as forças inerciais e de amortecimento, o sistema deixa de ser estático e passa a ser
um sistema dinâmico.
A análise modal foi realizada com condições livres de contorno com o objetivo de
obter-se as frequências naturais do sistema além de identificar os modos de vibrar e
o comportamento da estrutura em cada modo. O chassi é simulado sem nenhum
apoio, engaste, força ou momento. Apenas a massa da estrutura, o modulo de Young
e o coeficiente de Poisson são considerados nessa análise (ALVES FILHO, 2018).
39
Segundo Noorbhasha (2010), para esse tipo de análise algumas condições devem ser
assumidas:
Para uma colisão perfeitamente inelástica, segundo Noorbhasha (2010), a força pode
ser estimada utilizando a equação do impulso:
𝐼 = 𝑚𝑣 − 𝑚𝑣 = 𝐹 (𝑡 )𝑑𝑡 (13)
𝐹 ∗ ∆𝑡 = 𝑚(𝑣 − 𝑣 ) (14)
Em que:
𝐼 – Impulso, em N.s;
𝑚 – Massa do veículo, incluindo o piloto, em kg;
𝑣 – Velocidade do veículo, em m/s;
𝐹 – Força do impacto, em N;
𝑡 – Tempo em que a força que atua no corpo durante a colisão, em s.
A massa total do veículo foi estimada pela equipe em 280 kg, incluindo o piloto, e o
intervalo de tempo utilizado foi de 0,1 s, baseado em testes de colisão analisados no
artigo técnico da ESSS (2009). Substituindo os valores na equação (14) tem-se:
Fonte: Autor.
Plotagem de deflexão;
Plotagem da tensão mecânica;
Valores numéricos;
Animação.
42
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: Autor.
43
Fonte: Autor.
Figura 19 - 7º Modo de vibração. Figura 20 - 8º Modo de vibração.
Qualquer uma das frequências naturais do chassi deve estar fora da faixa de qualquer
frequência de excitação causada por fatores externos e o principal fator que contribui
para essa vibração forçada é motor, que é montado na parte traseira do protótipo
(KABILAN, MURKUTE E MARATHE 2016). A rotação de trabalho do motor foi
regulada pela equipe em ~1150rpm (~20Hz) na lenta e de ~3600rpm (~60Hz) na
45
máxima, e portanto, o chassi deve possuir suas frequências naturais diferentes desses
valores afim de evitar o problema de ressonâcia e criar um modelo dinamicamente
estável. Segundo Kabilan, Murkute e Marathe (2016), a medida em que os acessórios
e outros sistemas do veiculo, como motor, suspensão e sistemas de direção vão
sendo adicionados, a massa do veículo aumenta e com isso, por consequência, a
frequência natural do sistema aumenta.
É interessante observar que a nona frequência natural (63,089 Hz) ficou próxima à
frequência do motor em máxima rotação (60Hz) mas, conforme pode ser observado
na Figura 21, a amplitude máxima localiza-se na região frontal do chassi, longe da
fonte excitadora. Vale ressaltar que, durante a competição, o motor tem pouca
oportunidade de trabalhar nessa frequência máxima de forma constante pois a pista
é quase isenta de trechos retos onde o piloto teria a oportunidade de aproveitar a
máxima velocidade do mesmo.
A Figura 25 mostra o sétimo modo de vibrar de torção da estrutura. Como pode ser
observado, ocorre uma rotação da parte frontal do chassi, na qual as ligações da
suspensão estão montadas, em relação à linha de centro do chassi. Esse
comportamento resulta em problemas de geometria nessas ligações.
Uma maneira de evitar esse problema seria a adição de um tubo em ambos os lados
da estrutura (região inferior, superior ou em ambas) com o intuito de contraventar essa
região porem a inclusão de tubos acarretaria em adição de massa na estrutura e
consequentemente na alteração de suas frequências naturais o que pode afetar
negativamente no desempenho do veículo cuja massa total possui grande influência.
Fonte: Autor.
47
Podem ser observados também deflexões nas cantoneiras de suporte do motor e nos
tubos de fixação da suspensão traseira. A frequência natural da estrutura, obtida
através dessa simulação, para esse modo de vibração foi de 54,351 Hz, com isso
pode-se comparar a frequência natural do motor que trabalha na faixa de frequência
de 20 a 60 Hz, entre a lenta e a máxima. Apesar da frequência natural da estrutura se
encontrar dentro da faixa de frequência de trabalho do motor, esse dificilmente irá
trabalhar nesse valor ou próximo dele de maneira constante, somente na transição
entra a máxima e lenta do motor, porem essa situação, por ser frequente, pode ser
prejudicial para vida útil do chassi.
Fonte: Autor.
48
Fonte: Autor.
49
A frequência natural desse modo de flexão não se encontra dentro da faixa de trabalho
do motor o que evita assim o problema de ressonância, efeito esse que poderia gerar
sérios problemas para essa região da estrutura. Uma solução para esse deslocamento
seria a adição de dois tubos contraventores entre os tubos superiores e os tubos da
treliça de suporte do motor. Esses tubos podem possuir diâmetro e espessura de
parede menores que os utilizados no restante da estrutura.
Fonte: Autor.
50
A frequência natural da estrutura, para esse modo de vibrar, está fora da faixa de
trabalho do motor e da suspensão, e com isso é improvável esse modo de vibrar seja
excitada por esses sistemas. A adição de um tubo na diagonal do quadro de tubos
que formam o assoalho pode melhorar a estabilidade do chassi e minimizar os
problemas desse modo de vibrar de flexão.
Fonte: Autor.
51
A Figura 30 mostra o décimo segundo modo de vibrar onde ocorre o modo de flexão.
O maior deslocamento relativo é mostrado na região dos tubos de proteção laterais.
A região da suspensão dianteira é afetada por o deslocamento relativo gerado por
esse modo.
Fonte: Autor.
52
Para essa analise, foi determinado o deslocamento sofrido pela estrutura e as tensões
mais altas nas fibras extremas de cada elemento geradas pela combinação de
tensões axiais e de flexão, que geram uma componente de tensão normal que é
equivalente a uma tensão principal máxima, uma vez que o elemento utilizado não
fornece a tensão de Von Misses (SOLIDWORKS, 2018).
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 33 - Deslocamentos.
Fonte: Autor.
Pode-se observar, a partir dos resultados obtidos, que as maiores tensões estão
localizadas nas articulações dos elementos do chassi, principalmente nos elementos
mostrados na Figura 31. Em uma tentativa de aliviar as concentrações de tensão
resultantes na geometria do chassi, foi modelado reforços como mecanismos de
fortalecimento da estrutura de modo a evitar a falha catastrófica do chassi sob carga
ou impacto.
Esses reforços foram feitos com partes de elementos tubulares de aço que são
soldados tangencialmente aos dois tubos que se interceptam em um nó. Eles reduzem
a tensão distribuindo a força de impacto mais abaixo nos membros em interseção e
também ajudam a aumentar a rigidez geral da estrutura (NOORBHASHA, 2010).
Embora existam diferentes formas de reforço disponíveis, na presente análise foram
utilizados apenas elementos tubulares como destacados na Figura 34 visando a
adição mínima de massa na estrutura.
Fonte: Autor.
A malha utilizada foi a mesma encontrada na análise anterior e pode ser observada
na Figura 35.
56
Fonte: Autor.
Por meio da tabela anterior pode-se observar a massa total dos reforços que serão
adicionadas na estrutura, para cada caso. A aplicação dos reforços resultou em
redução da tensão máxima entre 18% a 20%, porém observa-se que não houve uma
diferença percentual significativa da redução da tensão máxima entre os diferentes
tipos de reforços. A menor tensão alcançada foi de 2,736 GPa, conforme pode ser
57
observado na Figura 36, com reforço de tamanho de 31,75 mm de diâmetro por 2,50
mm de espessura.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Uma nova análise modal, com o mesmo tamanho de malha da analise modal realizada
na estrutura sem reforço, foi realizada para identificar a mudança do comportamento
dos modos de vibrar e a mudança das suas frequências naturais. Para essa etapa do
estudo foi selecionado o reforço de número 15 da Tabela 5, pois esse apresenta a
maior redução de tensão e a maior redução de deslocamento.
Analisando a Tabela 7 pode-se observar que o chassi sofreu redução das suas
frequências naturais utilizando os reforços e, consequentemente, melhorando a
rigidez da estrutura de uma maneira geral. Comparando a Figura 19 à Figura 24
(chassi sem reforço) com a Figura 38 à Figura 43 (chassi com reforço) observa-se
uma redução dos máximos deslocamentos relativos (elementos em vermelho) nos
elementos do chassi com pouca ou quase nenhuma variação de seus modos de vibrar.
Fonte: Autor.
Figura 38 - 7º Modo de vibrar do chassi Figura 39 - 8º Modo de vibrar do chassi
com reforço. com reforço.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
62
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto do chassi foi desenvolvido baseado nas regras da competição baja SAE
Brasil utilizando o software CAD SolidWorks e esse modelo foi utilizado para realizar
o estudo através da análise de elementos finitos.
Através da análise modal realizada observou-se que o chassi desenvolvido foi capaz
de suportar às vibrações decorrentes do motor, que é a principal fonte de vibração,
cuja as frequências estão numa faixa de ~20Hz a ~60Hz. Os resultados obtidos variam
de 52,539Hz a 92,884Hz onde, com exceção das duas primeiras frequências naturais,
estão acima das frequências geradas pelo motor e se encontram acima do range de
(40<Frequência obtida<100 Hz) estabelecido nos estudos de Silva e outros (2009) e
Kabilan, Murkute e Marathe (2016). Segundo Silva e outros (2004) esses resultados
mostram que a rigidez do chassi pode ser considerada satisfatoria.
Uma carga de impacto frontal de 43,68 kN, obtida através da equação do impulso, foi
aplicada no modelo para estudar os efeitos da tensão e dos deslocamentos sofridos
pelos membros do chassi. A malha possui convergência para um tamanho de
elemento de 4,5 mm para essa análise.
O chassi não precisa resistir à carga de colisão desde que proteja o piloto nesta
situação. O máximo deslocamento sofrido pelo chassi foi 73,3 mm e a tensão máxima
obtida é superior à tensão de escoamento do material do chassi. Baseando-se no
padrão de tensões do chassi, foram desenvolvidos reforços tubulares em locais de
máximas tensões com objetivo de reduzir a concentração de tensão e distribuir a força
63
Afim de descobrir a carga máxima para qual o chassi não sofra nenhuma deformação
plástica, foi realizado testes com diferentes tipos de carregamento variando de 43,68
kN à 5 kN. Observou-se através dos resultados que o design do chassi não sofrerá
deformação para qualquer carga estática abaixo de 5,66 kN.
Como sugestão para estudos futuros, está a análise quase-estática através de outras
metodologias, tal como a utilização de outros elementos finitos para ter uma melhor
compreensão das tensões atuantes no chassi. Outra sugestão seria a simulação das
juntas utilizando um elemento sólido 3D aplicando as forças e momentos como
parâmetros de entrada na junta afim de estudar essas tensões e um estudo
experimental de impacto nas mesmas condições de contorno com o objetivo de
realizar uma comparação entre os resultados experimentais com os obtidos nesse
estudo.
64
REFERÊNCIAS
ALVES FILHO, A. Elementos finitos: a base da tecnologia CAE. 6.ed. São Paulo:
Editora Érica, 2018. 455 p.
ANSYS, Inc. Theory Reference for the Mechanical APDL and Mechanical
Applications. Release 12.0, 2009. 1226p.
BATHE, K. J. Finite Element Procedures. New Jersey. Prentice Hall. 1996, 1037p.
HARISH, A. What Is the Modal Analysis and Why Is It Necessary? Disponível em:
<https://www.simscale.com/blog/2016/12/what-is-modal-analysis/> . Acesso em 26
jun. 2018.
LEE, H. H. Finite Element Simulations with ANSYS Workbench 16. Mission: SDC
Publications. 2015, 610 p. ISBN 978-1-58503-983-8.
MILLIKEN, W.F. MILLIKEN, D.L. Race car vehicle dynamics. 1995, Society of
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SILVA, F.; SILVA, L.; MELLO, M. Modal testing of a tubular vehicle chassis. In:
Congresso Brasileiro de Engenharia Mecânica - COBEM, 2009, Gramado.
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