Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TCC II
Henry Ford
AGRADECIMENTOS
É com esse pensamento que sou tomado por um sentimento de gratidão. Mais uma
etapa está sendo finalizada e fico muito feliz por estar aproveitando ao máximo minha
trajetória.
Agradeço, em primeiro lugar, aos meus pais, Ronaldo Bruno Torchia e Márcia
Felizardo Torchia por apoiarem todos os projetos aos quais decidi me dedicar.
Agradeço aos meus amigos de longa data que mesmo sem me acompanhar dentro da
faculdade, contribuíram intensamente para minha formação como pessoa ao longo dos anos.
Tive inúmeras provas de que nossa amizade não é brincadeira, e sei que posso contar com
todos vocês para sempre.
Por fim, agradeço aos irmãos da equipe Fórmula CEFAST, principalmente aos
membros das temporadas de 2016 e 2017. Nunca imaginei passar por algo tão grandioso na
minha vida. Os grandes resultados alcançados nesse período não são nada comparados à
alegria de compartilhar tantos momentos e experiências incríveis com vocês. Tenho muito
orgulho de tudo que construímos e espero ter conseguido contribuir com vocês de forma tão
intensa e agregadora quanto a que vocês contribuíram comigo. Nosso tempo como integrantes
ativos do Fórmula acabou, mas a família CEFAST cresce a cada ano e a certeza da
perpetuidade desses relacionamentos profundos me enche de alegria.
RESUMO
Validating the structural models used for the development of a project, ensuring a
reliable relationship between the simulation and the part itself is essential. It allows for less
expenditures in future projects, as there is confidence in the simulation results that are cheaper
and faster than physical testing. Therefore, this paper presents the methodology used by the
Formula CEFAST team to perform the validation of the finite element simulations model
used to carry out the 2017 season Chassi project. This study proved that the model used by
Formula CEFAST team, adequately represents the forces that are developed in the Chassi
during real track situations. With a 6,39% error, it allows the team to be more effective in the
development of next prototypes Chassi.
Key Words: Chassi, Fórmula SAE, Strain measurements, Validation, Finite Elements
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Equipes participantes do FSAE Lincoln 2018 ............................................ 1
Figura 02 – Equipe Fórmula CEFAST, temporada 2017. .............................................. 2
Figura 03 – ES-09, protótipo alvo desse estudo. ............................................................ 2
Figura 04 – Ariel Atom................................................................................................... 7
Figura 05 – Chassi tubular do ES-09 durante fabricação. .............................................. 7
Figura 06 – Chassi monobloco ....................................................................................... 8
Figura 07 – Chassi escada Toyota Tundra ...................................................................... 9
Figura 08 – Modelo contínuo (a) vs modelo discreto (b) ............................................. 10
Figura 09 – Passos comumente seguidos em análises de Elementos Finitos ............... 11
Figura 10 – Representação gráfica da não linearidade dos pneus ................................ 12
Figura 11 – Representação da força vertical em cada pneu ao longo de uma curva .... 13
Figura 12 – Representação do modelo simplificado para análise de rigidez ................ 14
Figura 13 –% Rigidez do eixo dianteiro e % transferência de massa nesse eixo ......... 15
Figura 14 – Resultado de uma análise estática da manga de eixo do ES-09 ................ 16
Figura 15 – Análise modal em um Chassi escada ........................................................ 18
Figura 16 – Extensômetro resistivo .............................................................................. 19
Figura 17 – Composição do extensômetro resistivo ..................................................... 20
Figura 18 – Representação de uma ponte de Wheatstone............................................. 21
Figura 19 – Processo de limpeza do corpo de prova .................................................... 22
Figura 20 – Processo de posicionamento do sensor ..................................................... 23
Figura 21 – Processo de colagem do sensor ................................................................. 23
Figura 22 – Fixação dos cabos para a solda ................................................................. 24
Figura 23 – Fluxograma do trabalho ............................................................................ 25
Figura 24 – Modelo desenvolvido pela equipe ............................................................. 26
Figura 25 – Resultado de uma simulação de curva extrema......................................... 27
Figura 26 – Detalhamento da suspensão ...................................................................... 29
Figura 27 – Elemento PIPE16 ...................................................................................... 30
Figura 28 – Elemento Link 180 .................................................................................... 30
Figura 29 – Elemento Beam188 ................................................................................... 31
Figura 30 – Elemento Combin14 .................................................................................. 32
Figura 31 – Conexões da suspensão ............................................................................. 33
Figura 32 – Condições de contorno em análise de frenagem ....................................... 33
Figura 33 – Condições de contorno, curva de raio aberto. ........................................... 35
Figura 34 – Resultados curva de raio aberto................................................................. 35
Figura 35 – Extensômetros colados no Pullrod, peça alvo do estudo. ......................... 36
Figura 36 – Compensador de temperatura e conversor colados na peça ...................... 37
Figura 37 – Arranjo completo, utilizado durante os testes. .......................................... 37
Figura 38 – Pullrod e extensômetros instalados no protótipo ...................................... 38
Figura 39 – Aplicação de cargas conhecidas no Pullrod .............................................. 39
Figura 40 – Relação entre força no Pullrod e tensão na ponte de Wheatstone ............ 39
Figura 41 – Pista onde o teste foi realizado .................................................................. 40
Figura 42 – Dados de aceleração nos três eixos. .......................................................... 41
Figura 43 – Dados de força no Pullrod. ....................................................................... 41
Figura 44 – Transformação da aceleração em parâmetro ............................................. 42
Figura 45 – ConFiguração dos parâmetros ................................................................... 43
Figura 46 – Inserção das acelerações ............................................................................ 43
Figura 47 – Força no Pullrod calculada pelo modelo................................................... 44
Figura 48 – Correlação entre os resultados ................................................................... 44
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Aceleração para situações críticas de pista................................................34
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 4
3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 5
5. METODOLOGIA............................................................................................................. 25
7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 46
9. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 48
1
1. INTRODUÇÃO
A competição Fórmula SAE BRASIL, assim como as outras competições promovidas
pela SAE (Society Of Automotive Engineers), tem como objetivo propiciar aos estudantes de
engenharia a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula,
desenvolvendo um projeto completo e construindo um carro tipo Fórmula. Os trabalhos são
realizados em grupo, e são utilizados em uma competição na qual participam várias
instituições de ensino superior de todo o Brasil.
Durante três dias de evento, os carros passam por provas estáticas e dinâmicas, onde o
desempenho de cada projeto é avaliado na pista e em apresentações técnicas, que incluem
apresentações de projeto, custos, manufatura e marketing.
Meses antes da competição, os estudantes enviam para o comitê organizador relatórios
de custos, estrutura, atenuador de impacto e projeto. Os relatórios são avaliados por
engenheiros especialistas, e já valem como a primeira parte da avaliação dos protótipos. Já
durante a competição, nas provas estáticas, as equipes devem demonstrar detalhadamente se o
carro apresentado no projeto equivale com o apresentado no evento. As provas dinâmicas são
realizadas no segundo e terceiro dia do evento. Todas as provas possuem critérios de
avaliação diferentes, garantindo que o melhor conjunto de projeto e carro vença a competição.
A Figura 01 mostra as equipes reunidas na Fórmula SAE Lincoln de 2018.
chassi é conseguir prever com precisão as cargas que serão descarregadas na estrutura assim
como as tensões que serão desenvolvidas em seus componentes (Deakin et al., 2000). Dessa
forma, este trabalho busca validar o modelo desenvolvido em elementos finitos para
realização do projeto da estrutura, tornando possível o desenvolvimento de componentes cada
vez mais leves, sem comprometer o bom funcionamento e a segurança dessa peça crítica.
4
2. JUSTIFICATIVA
Este trabalho se justifica na grande importância do projeto do chassi para uma equipe
estudantil, uma vez que essa peça é uma das mais pesadas, bem como uma das mais influentes
no quesito segurança do veículo. Sendo assim, é extremamente importante validar o método
de cálculo do chassi, pois isso torna possível a retirada de massa sem o comprometimento
estrutural do protótipo, gerando veículos mais leves e eficientes.
Este trabalho contribuirá com a academia ao fornecer aos estudantes uma maneira
simples e didática de validar um projeto de chassi, passando por áreas de conhecimento
extremamente relevantes no mundo da engenharia, tais como dimensionamento estrutural,
elementos finitos e extensometria.
3. OBJETIVOS
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo é feita uma revisão teórica e apresentação dos conceitos básicos
necessários para melhor entendimento do estudo. A revisão foi dividida em três etapas. Na
primeira, serão apresentados os tipos de Chassi mais comuns na indústria, na segunda serão
apresentadas as principais análises utilizadas no desenvolvimento de estruturas veiculares e na
terceira serão apresentados os conceitos de extensometria.
ser verificadas na Figura 7, que ilustra o Chassi modelo Escada do Toyota Tundra. As vigas
principais suportam as cargas verticais e longitudinais, sendo os elementos transversais
responsáveis pelas cargas laterais e pela rigidez torcional. Segundo Nalawade et al. (2014)
utilizam-se principalmente vigas “C” simples e duplo, viga “I” ou viga caixão.
Como já mencionado anteriormente, vale ressaltar que o papel do Chassi não é apenas
o de fixar os componentes do veículo. A estrutura tem papel importantíssimo na dinâmica
10
No método dos elementos finitos a precisão dos resultados está diretamente ligada à
quantidade de elementos que são utilizados na simulação, sendo o conjunto desses elementos
denominado malha.
Segundo TUDEIA (2015) existem várias abordagens utilizadas em problemas
envolvendo elementos finitos. Independentemente do modo de geração do modelo, os passos
apresentados na Figura 09 são comumente seguidos. No pré-processamento é feita a criação
da malha do modelo, correspondente à sua discretização. Para cada elemento são
desenvolvidas equações que representam as relações entre as variáveis como força de tração
ou compressão, momento de torção, momento de flexão e os deslocamentos dos nós. A
relação entre essas variáveis é feita com o uso da matriz de rigidez, a qual é uma característica
do elemento utilizado. Posteriormente é gerada uma matriz de rigidez global a qual representa
todo o domínio em estudo. Os valores de entrada para o cálculo da solução são inseridos por
11
De acordo com a figura 12, Kch representa a rigidez do Chassi, Krf a rigidez do
sistema de suspensão dianteiro, Krr a rigidez do sistema de suspensão traseiro, Mf e Mr as
transferências de carga nos eixos dianteiro e traseiro, sendo ∅1 e ∅2 os ângulos de rolagem
dos eixos dianteiro e traseiro respectivamente e ∅3 o ângulo de torção do Chassi. Pode-se
desenvolver uma modelagem matemática que envolva os valores de rigidez dos sistemas de
suspensão traseiro e dianteiro com a rigidez à torção do Chassi. As equações 1, 2 e 3 podem
ser utilizadas nesta modelagem matemática:
𝑀𝑓 = 𝐾𝑟𝑓. ∅1 − 𝐾𝑐ℎ. ∅3
Equação 1
𝑀𝑓 = 𝐾𝑟𝑟. ∅2 − 𝐾𝑐ℎ. ∅3
Equação 2
∅2 = ∅1 + ∅3
Equação 3
Deakin et al. (2000) fizeram um estudo com base em simulações dinâmicas realizadas
em um modelo computacional desenvolvido no programa ADAMS Flex. Neste estudo,
avaliou-se a rigidez do Chassi para diferentes regulagens da suspensão. Em seu estudo,
Deakin et al. concluíram que um veículo de formula SAE, que normalmente apresenta uma
rigidez total à rolagem de 500 a 1.500 Nm/grau, deve possuir um Chassi com uma rigidez
entre 300 e 1.000 Nm/grau, para que seja possível controlar a dinâmica do veículo através de
ajustes no sistema de suspensão. Em contrapartida, um veículo com uma rigidez total à
rolagem de 15.000 Nm/grau requer um Chassi com uma rigidez superior à 10.000 Nm/grau.
Os gráficos avaliando a linearidade entre a transferência de carga no eixo dianteiro e a rigidez
desse eixo para um carro com rigidez a rolagem de 1.500 N.m/grau pode ser avaliado na
Figura 13.
Com essa análise, verifica-se a magnitude dos esforços e dos seus correspondentes
deslocamentos internos, sendo assim, é possível determinar, a partir de critérios de falha
(VonMises, Tresca, Rankine, dentre outros), a possibilidade de que o Chassi venha a escoar
ou trincar devido à ação dos carregamentos esperados (LOTTERMANN, 2015). Dessa forma,
se a estrutura obedecer aos requisitos, não apresentando grandes tensões e grandes
deslocamentos, significa que o Chassi passou por uma análise preliminar da sua integridade e
de sua rigidez. A Figura 14 exemplifica a situação onde foi realizada uma análise estrutural
estática de uma manga de eixos de um protótipo Fórmula SAE, quando submetidos aos
esforços máximos gerados pela aceleração do veículo. Foram analisados, através do critério
de VonMises, os níveis de tensão atingidos pelo componente, destacando em cores vivas
(vermelho e amarelo) as regiões de maior tensão.
𝑀𝑥̈ + 𝐾𝑥 = 𝜌(𝑡)
Equação 5
Vale ressaltar que sempre que a frequência de excitação externa coincide com uma das
frequências naturais de um objeto, ocorre então o fenômeno de ressonância, onde acontecem
deslocamentos de valores elevados, podendo ocorrer trincas, e em casos extremos, até o
colapso do Chassi em análise (FURTADO, 2014).
Desta forma, a análise modal se faz importante para que o projetista possa deslocar as
frequências naturais para valores que na qual o veículo não opera, evitando assim o efeito de
ressonância indesejado. Uma das formas do projetista deslocar estas frequências é através de
alteração da massa, rigidez do sistema e até mesmo mudanças na geometria. Para melhor
ilustrar, é mostrado, na Figura 15, um Chassi tipo escada respondendo a um determinado
modo de vibração na qual o Chassi experimenta esforços de tração, compressão e
cisalhamento.
18
4.3. Extensometria
Os extensômetros funcionam com base em dois princípios. Na lei de Hooke, que nos
informa que a relação entre tensão mecânica e deformação na região elástica de um material é
linear, e no fato de que a resistência elétrica de um condutor varia de maneira diretamente
proporcional à seu comprimento e inversamente proporcional à sua área da secção.
Possuem pequenas dimensões e pouco peso, possibilitando sua aplicabilidade em uma vasta
gama de temperaturas, ambientes aquáticos e/ou corrosivos. (WEBER, 2008).
∆𝑅
𝑅0
𝐾𝐺 =
𝜀
Equação 6
Após colar o sensor, é necessário soldar os cabos nos terminais do mesmo, processo
extremamente delicado, já que o calor e a movimentação podem fazer com que o sensor se
solte. É recomendado que os cabos soldados no extensômetro tenham espessura e
comprimento pequenos e estejam bem fixos no componente (Figura 22), reduzindo os ruídos
no sistema analógico.
5. METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos específicos definidos para o trabalho a metodologia pode
ser resumida no fluxograma a seguir.
O fato do Pullrod sofrer apenas tração e compressão, facilita bastante a leitura dos
dados, uma vez que a conversão do sinal do sensor para a grandeza a ser avaliada (Força), se
da por uma calibração simples.
Por transferir a maior parte dos carregamentos dinâmicos para o Chassi, comprovar
que os esforços medidos com os extensômetros e os esforços calculados no Pullrod são
similares, mostra que o modelo calcula as reações descarregadas no Chassi durante a
utilização do veículo de forma adequada.
O acelerômetro que foi utilizado é do modelo MPU6050, que mede a aceleração nos
três eixos, e para o módulo de aquisição, foi utilizado o MAQ 2.0, módulo desenvolvido pela
equipe exclusivamente para realização do teste em questão.
Com todos os sensores instalados foi realizado o teste em pista. A pista do teste
buscou simular o trajeto do circuito da competição, por ser a situação para qual o carro é
projetado. Durante o teste foram aquisitados os dados dos extensômetros e do acelerômetro
simultaneamente a uma frequência de 10 Hz, frequência máxima suportada pelo módulo
desenvolvido pela equipe.
Os dados obtidos foram filtrados, utilizando filtros de amplitude e filtros de média
móvel, para então serem utilizados na etapa de correlação.
Nessa etapa verificou-se a fidelidade entre o modelo e a situação real de pista. Como
descrito anteriormente, as condições de contorno utilizadas no modelo são a relação de
fixação entre a roda e o chão, que são as mesmas para qualquer simulação, e as acelerações
nos três eixos, aplicadas aos pontos de massa.
Dessa forma, para correlacionar o modelo e o teste, bastou selecionar um intervalo de
tempo nos dados obtidos durante o teste e utilizar as acelerações nos 3 eixos como dados de
entrada na simulação, realizando uma análise para cada linha de informações obtidas durante
o teste.
O resultado que foi avaliado nas simulações realizadas é a força no Pullrod, que foi
comparado com o resultado medido pelo extensômetro para os mesmos valores de aceleração.
Dessa forma, foi possível avaliar se o modelo realmente calcula as reações descarregadas no
Chassi de forma precisa.
29
6. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
Nesse capítulo serão abordadas todas as ações realizadas em cada uma das etapas
descritas na metodologia proposta, necessárias para se alcançar o objetivo definido pelo
trabalho. Dessa forma, essa segunda seção tem a mesma divisão apresentada na metodologia,
com exceção da etapa de construção do Chassi.
Leque Sup.
Balancim
Roda
Para os tubos da estrutura será inserido o elemento PIPE16, ilustrado na Figura 27.
Esses tubos apresentam espessura reduzida e recebem a seção transversal específica para
aquele componente estrutural, sendo o elemento ideal para o estudo (TUDEIA, 2015). O
elemento PIPE16 é uniaxial e apresenta resistência à tração, compressão, torção e momento.
Esse elemento apresenta seis graus de liberdade em cada nó, correspondentes a translações e
rotações no espaço tridimensional.
Com as acelerações máximas definidas, foi realizada uma análise para cada situação.
Foi analisado a tensão equivalente de von-Mises desenvolvida nos componentes estruturais,
garantindo que essa tensão não irá ultrapassar o limite de escoamento dos materiais utilizados,
levando em consideração também os coeficientes de segurança definidos.
Podemos ver nas Figuras 33 e 34 as condições de contorno e os resultados da análise
feita para situação de curva de raio aberto.
35
Nessa etapa, será descrito o processo utilizado para garantir a aquisição dos dados
necessários ao processo de validação. Como mencionado anteriormente, existem dois
componentes chaves, os extensômetros que foram instalados no Pullrod e o MAQ 2.0 que
contém o acelerômetro e garantiu a leitura, a sincronização e o armazenamento dos dados.
36
6.3.1. Extensômetros
O MAQ 2.0 é um módulo de aquisição desenvolvido pela equipe par ler e armazenar
dados de sensores não essenciais ao funcionamento do protótipo, mas necessários à validação
dos projetos. Ele foi projetado especificamente para gravar valores obtidos por extensômetros,
sensores de temperaturas e acelerômetros, sendo o último já embutido na placa de circuito
impresso do próprio módulo. Logo quando o protótipo tem sua parte elétrica ligada, o MAQ
2.0 começa a ler os sinais dos sensores, e os armazena dentro de um cartão microSD. Fato
importante sobre o MAQ 2.0 que torna o teste possível, é que o mesmo armazena os dados
simultaneamente, o que permite relacionar os dados de força no Pullrod e aceleração nos três
eixos, no mesmo intervalo de tempo.
Os dados de aceleração nos três eixos, após serem tratados com um filtro passa baixa,
visando a remoção de ruídos gerados pela vibração do protótipo, podem ser visualizados na
Figura 42.
15000
10000
Aceleração (mm/s²)
5000
9,9
0,3
0,7
1,1
1,5
1,9
2,3
2,7
3,1
3,5
3,9
4,3
4,7
5,1
5,5
5,9
6,3
6,7
7,1
7,5
7,9
8,3
8,7
9,1
9,5
10,3
10,7
11,1
11,5
11,9
12,3
12,7
13,5
13,9
14,3
14,7
15,1
15,5
15,9
13,1
-5000
-10000
-15000
3000 Extensômetro
2500
Força no PullRod (Newtons)
2000
1500
1000
500
0
0,1
0,5
0,9
1,3
1,7
2,1
2,5
2,9
3,3
3,7
4,1
4,5
4,9
5,3
5,7
6,1
6,5
7,3
7,7
8,1
8,5
8,9
9,3
6,9
9,7
10,1
10,5
10,9
11,3
11,7
12,1
12,5
12,9
13,3
13,7
14,1
14,5
14,9
15,3
15,7
16,1
Tempo (S)
Com o resultado do teste em mãos, deu-se início ao processo de correlação, que será
discutido no próximo subcapítulo.
Força Simulação
2500
2000
Força (Newtons)
1500
1000
500
0
0,1
0,6
1,1
1,6
2,1
2,6
3,1
3,6
4,1
4,6
5,1
5,6
6,1
6,6
7,1
7,6
8,1
8,6
9,1
9,6
10,1
10,6
11,1
11,6
12,1
12,6
13,1
13,6
14,1
14,6
Tempo (Segundos)
Com esse resultado, é possível correlacionar o modelo e o teste partindo da análise de carga
no Pullrod. Sobrepondo os resultados apresentados na Figura 43 (resultados experimentais) e
na Figura 47 (resultados simulados), obtemos o gráfico abaixo (Figura 48).
Figura 48 – Correlação entre os resultados
3000
Força StrainGauge
2500 Força Simulação
2000
Força (Newtons)
1500
1000
500
0
0,1
0,6
1,1
1,6
2,1
2,6
3,1
3,6
4,1
4,6
5,1
5,6
6,1
6,6
7,1
7,6
8,1
8,6
9,1
9,6
10,1
10,6
11,1
11,6
12,1
12,6
13,1
13,6
14,1
14,6
Tempo (Segundos)
também mostram que nas situações extremas o cálculo computacional se aproxima bastante
da situação real. A diferença média entre o esforço calculado na simulação e o medido no
teste é de 6,39% o que, juntamente com as outras observações demonstra que o modelo
utilizado ao longo do projeto, representa de forma adequada às cargas que ocorrem na
estrutura ao longo da pista.
46
7. CONCLUSÃO
Analisando os gráficos e as imagens apresentados durante o capítulo anterior é
possível perceber que todo o procedimento seguido contribuiu para o sucesso da validação
realizada. Com erro médio de apenas 6,39%, fica evidente que o modelo utilizado para o
projeto do Chassi calcula de forma fidedigna não só a intensidade das reações que ocorrem na
estrutura, representados pelos picos de força de mesma amplitude no gráfico, mas também a
situação nas quais essas reações ocorrem, demonstrada pelo formato similar entre a linha
simulada e a experimental. Esse resultado, é um passo muito importante para o desenvolvido
dos projetos de Chassi da equipe Fórmula CEFAST, que não só pode como deve utilizar esse
modelo para o desenvolvimento dos próximos protótipos. Dessa maneira, o presente trabalho
cumpre com sua proposta inicial, de realizar a validação do modelo utilizado pela equipe,
perpassando por todos os objetivos específicos sugeridos. A descrição do modelo em
elementos finitos, a instalação e calibração dos extensômetros e a comparação entre os
resultados obtidos na pista e os resultados simulados, o que irá permitir a realização de
projetos de Chassi cada vez mais leves e otimizados.
47
9. REFERÊNCIAS
COOK, R, D. Finite Element Modeling for Stress Analysis. Publicado por John Wiley &
Sons, 1994. 330p.
HTTPS://WWW.SAE.ORG/ATTEND/STUDENT-EVENTS/FORMULA-SAE-
LINCOLN/2018. In: FSAE LINCOLN. [S. l.], 1 out. 2019. Disponível em:
https://www.sae.org/attend/student-events/formula-sae-lincoln/2018. Acesso em: 1 out. 2019.
49
LOTTERMAN, João Pedro Taborda. Projeto Estrutural de Chassi Tipo Gaiola para
Veículos Minibaja: Análise Numérica e Experimental. 2014. Monografia (Bacharelado em
Engenharia Automotiva) - Universidade de Brasília, [S. l.], 2014.
MOAVENI, S. Finite Element Analysis Theory and Application with Ansys. Publicado
por Prentice-Hall, Inc, 1999. 524p.
PEREIRA, Clezidan Núcio. Análise estrutural estática por elementos finitos de um chassi
veicular tipo space frame. 2016. Mestrado (Mestrado em Engenharia Mecânica) -
Universidade Federal de Goiás, [S. l.], 2016.
REIMPELL, J.; STOLL, H.; BETZLER, J. The automotive chassi: engineering principles.
[S.l.]: Butterworth-Heinemann, 2001.