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confiável e ter construção que possibilite uma desprezados, devido ao seu uso em veículos de
produção em série. grande porte e de necessitar de um compressor para o
Na realização da prova de freio, o protótipo é envio de ar ao sistema, sendo utilizado um maior
acelerado por cerca de 20 a 30 metros, em seguida consumo do motor.
entra em uma área onde deve realizar a frenagem. A Após a definição de que o sistema hidráulico é o
equipe só é aprovada caso o protótipo trave as quatro mais eficiente para o projeto Baja, foi feita a
rodas dentro desta área permitida, onde haverá juízes comparação com o sistema de freio empregado. Desta
para avaliar cada roda, indicando se travou ou não. forma, foram analisados freios a tambor e os sistemas
Levando em conta a prova de frenagem, nos de freio a disco, utilizando ou não o sistema de ABS.
primeiros anos da competição Baja SAE, a equipe O sistema ABS foi descartado no projeto, em função
SamaBAJA não realizava estudos minuciosos do do regulamento da competição.
projeto/execução do dimensionamento do protótipo, Na comparação entre os freios a disco e a
acarretando problemas no setor de freio. Existia tambor, os freios a tambor, apesar de construção
ausência na habilidade do dimensionamento, trazendo simples e baixo custo, quando comparados aos freios
transtornos na prova de frenagem, uma das etapas de a disco, apresentam desvantagens relacionadas à
segurança da competição, classificatória para peso, à dissipação do calor gerado e à contaminação
participar das provas dinâmicas e enduro. do sistema com sujeiras, ocasionando redução na
O sistema de freio do carro anterior obteve frenagem e danificação dos seus componentes.
dificuldade em travar as quatro rodas e funcionar Por isso, o sistema dimensionado para o carro
durante toda a competição. Com esses problemas foi o sistema de freio a disco sem ABS, utilizado para
apresentados, o estudo para um melhor travar as quatro rodas. Este sistema apresenta a
dimensionamento será levado em conta, buscando vantagem de possuir um maior poder de frenagem,
solucioná-los. devido à grande área de contato, facilitando a
O objetivo deste estudo foi a realização do dissipação de calor, gerando assim também menos
projeto preliminar de um sistema de freio para a fadiga. O processo de manutenção deste sistema é
equipe SamaBAJA. O novo sistema de freio foi outra vantagem, visto que o freio a disco é um
dimensionado, os produtos comerciais foram sistema muito mais simples.
selecionados e os componentes do freio foram
modelados. Considerações para o dimensionamento
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Com os valores dados pelo fabricante do pneu,
em conjunto com a Tabela 2, utilizou-se o valor de
atrito de 0,85. O valor escolhido garante o coeficiente
de segurança, ainda que o mais usual no off-road, não
seja do tipo para piso seco. A partir da Eq. 1,
encontra-se a desaceleração pretendida, considerando
g = 9,807 m s-2.
𝐴𝑥 = −µ𝑝𝑛𝑒𝑢 𝑥 𝑔 (1)
Dimensionamento do sistema
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Para a seleção do cilindro mestre, deve-se
atender às regras da competição, sendo necessário ser
de câmara dupla (uma para a dianteira e outro para a
traseira) e ter pelo menos quatro saídas de freio. Duas
saídas para as pinças dianteiras, uma saída para a
pinça traseira e uma outra saída para o interruptor de
freio. O interruptor de freio tem a função de acionar a
luz de freio, quando o cilindro mestre é acionado. No
projeto, usou-se somente cilindro mestre de carros,
visto que cilindro mestre de motos tem a necessidade
de utilizar o balance-bar e possui maior risco de
falhas, já que envolve mais componentes. Na Tabela
4, estão alguns cilindros mestre com especificação do
diâmetro do pistão
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normalmente é utilizada para diminuir as perdas com aço, porém como a força aplicada pelo piloto é
dilatações e são resistentes, na área externa. grande e precisa de um pedal mais compacto, devido
à falta de espaço, foi feito o projeto em aço 1045 com
Tabela 5. Relação de escolha entre pinça e cilindro mestre espessura de 6 mm. Foi realizado o desenho do pedal
com a razão entre diâmetros em perfil “T”, tornando-o mais resistente, realizando
Razão também furos para o uso de parafusos.
Modelo do Para o pisante do pedal, foi utilizado aço de 2
entre
Modelo da pinça cilindro mm de largura, com uma leve curvatura para uma
diâmetro melhoria ergonômica. Portanto, um pisante com
mestre orelhinhas por meio da solda TIG [Tungsten Inert
[mm]
Gas] foi soldado, para a fixação do parafuso. O
VW Fusca layout do pedal, é mostrado na Fig. 5(a-d).
CG 125 Titan Ks/Es 1,679
1977
CBX – Twister VW Gol G2 1,741
VW Fusca
CBX – Twister 1,886
1977
XR 250 Tornado VW Gol G2 1,851
VW Fusca (a) (b)
XR 250 Tornado 2,004
1977
Fiat Fiorino
Falcon Nx-400 1,714
2000
GM Monza
Falcon Nx-400 1,714
1988
(c) (d)
Falcon Nx-400 VW Gol G2 1,846
VW Fusca Figura 5. (a) Vista frontal do sistema de acionamento, (b)
Falcon Nx-400 1,996
1977 vista superior do sistema de acionamento, (c) Vista lateral
do sistema de acionamento e (d) projeto em perspectiva
GM Monza lateral do sistema de acionamento
CBR 300R 1,714
1982
O sistema projetado levou em consideração um
CBR 300R VW Gol G2 1,846 coeficiente de segurança, para uma maior
confiabilidade. Desta forma, apesar da massa de
VW Fusca
CBR 300R 1,996 projeto total do carro, ser ligeiramente acima do real
1977 (+ 60 kg), isso trouxe a possibilidade de travamento
das rodas em terrenos que tenham fator de atrito
superior do que o usual do off-road e uma capacidade
Desta forma, utilizou uma linha flexível na de suportar pilotos de maior peso. A variável massa
frente, para a ligação do cilindro mestre às pinças
do piloto é importante para análise, visto que durante
dianteira, e a utilização de linha rígida para ligar o a competição, na prova de segurança, existem pilotos
cilindro mestre à uma válvula de esfera do tipo da competição para testar o carro, e desconhece-se
borboleta, próximo ao piloto, para que tenha sua massa.
finalidade de freio de estacionamento. Na saída da A Tabela 6 apresenta a relação de todas as peças
válvula à pinça traseira, utilizou linha flexível. Todas comerciais utilizadas no projeto.
as tubulações foram de 5/16”, por apresentarem
maior resistência à pressão de trabalho e serem
compatíveis nas conexões.
Levando em conta as considerações de
ergonomia, o pedal foi projetado para ser acionado
lateralmente, saindo do modo tradicional, de alavanca
de cima para baixo. Tal necessidade se fez necessária,
devido a caixa da elétrica ficar em baixo do capot,
limitando a altura do sistema.
Foi testado um pedal de alumínio 6061, devido
à maior leveza, comparado com os confeccionados de
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Tabela 6. Levantamento de todos os componentes do atendeu todo os requisitos do dimensionamento,
sistema de freio sejam esses técnicos, ergonômicos, manutenabilidade
Setor Descrição Quantidade e seguro. O protótipo foi aprovado na prova de
Disco dianteiro 2 segurança e se manteve eficiente durante todo enduro
de resistência, além de contar pontuação para a
Disco traseiro 1 equipe SamaBAJA em competições Baja SAE.
O trabalho teve a finalidade de desenvolver uma
Parafusos de fixação do
12 metodologia para dimensionamento do sistema de
disco freio, deixando documentado todo o conhecimento
Manga de adquirido no tempo de equipe. A partir desse
Pinça de Falcon NX-
eixo 2 conhecimento, foi possível manter um processo de
400 melhoria contínua do freio.
Pinça de CBX Twister 1
AGRADECIMENTOS
Parafusos de fixação da
6 Os autores agradecem ao Instituto Federal de
pinça
Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo -
Conexões 10 IFES e ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica - PPGMEC da Universidade
Linha rígida de cobre
1 Federal de Minas Gerais - UFMG pela estrutura física
(5/16") [3m] e apoio. Os autores agradecem às agências brasileiras
CAPES, CNPq e FINEP pelo apoio financeiro.
Linha flexível dianteira
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direita REFERÊNCIAS
Linhas
Linha flexível dianteira
1 1. SAE BRASIL. Regras e relatórios. 2017.
esquerda Disponível em: <http://portal.sae
brasil.org.br/programas-estudantis/baja-sae-
Linha flexível traseira 1
brasil/regras>. Acesso em: 15 abr. 2019.
Válvula de esfera 2. YOSHIDA, L. S. Projeto adaptativo de um
1 sistema de freios para utilização em carro de
(5/16")
competição classe fórmula SAE. 2013.
Cilindro mestre 1 Disponível em:
<www.tcc.sc.usp.br/tce/disponiveis/18/18062700
Sensor de pressão 1 / tce.../Yoshida_Lucas_Silva.pdf>. Acesso em:
Fluido de freio DOT 4 17 fev. 2019.
1 3. BLAU, P. J. Friction Science and Technology. 2.
[1 L] ed. New York: Crc, 2008. Disponível em:
Pedal de freio 1 <http://mait4us.weebly.com/uploads/9/3/5/9/935
9206/friction_ science_and_technology.pdf>.
Parafuso fixação Acesso em: 15 mar. 2019.
2
Pedaleira cilindro mestre 4. GENTA, G.; MORELLO, L. The Automotives
Chassis. 2. ed. Warrendale, Pennsylvania:
Porca de fixação System Design, 2009. Disponível em:
2 <https://www.springer.com/gp/book/978140208
cilindro mestre
6731>. Acesso em: 22 ago. 2018.
Parafuso para conjunto
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do pedal
Porca de fixação
3
conjunto do pedal
CONCLUSÕES
Neste trabalho, foram abordados diversos
conceitos fundamentais para o entendimento sobre o
sistema de freio e seus componentes, desenvolvendo
uma profunda compreensão sobre o assunto estudado.
O sistema de freios desenvolvido neste projeto,
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