Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Itabira - MG
2023
FELIPE PROCÓPIO ROSA COSTA
Itabira – MG
2023
FELIPE PROCÓPIO ROSA COSTA
Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi
julgado adequado para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica obtido pelo
Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Itajubá, Campus Theodomiro
Carneiro Santiago.
____________________________
Coordenação de TFG do Curso de Graduação em Engenharia Mecânica
____________________________
Prof. Dr. André Luis Riqueira Brandão
Orientador
Itabira - MG
2023
Dedico este trabalho ao meu Deus, à minha querida
família e aos meus grandes amigos que sempre me apoiaram em
todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
The objective of this project is to present the analysis and structural design of an
industrial shed to accommodate the movement of off-road trucks. The shed, designed in the
1970s for smaller trucks, does not fully meet the current demands of the company due to the
larger dimensions and load capacity of the trucks used. The main difficulty lies in the distance
between the columns in a specific part of the shed, which limits the entry and exit of off-road
trucks for critical services such as suspension replacement, radiator maintenance, welding, and
tire removal. To solve this issue, the alternate removal of columns is proposed, increasing the
available space for truck movement. However, this alteration implies the resizing of the
overhead crane's runway beams, which have a capacity of 70 tons, as they will now have twice
the length. Additionally, a transition truss must be designed to support the roof loads since the
columns will be removed. In this study, the SAP2000 software was used to verify the ultimate
limit states and service limit states of the structures, considering the combination of aggressive
actions according to the NBR 8800 (2008) code. The results indicate that the remaining
columns do not require reinforcement, and the new runway beam can have the same cross-
sectional shape as the original beam. For the transition truss, a Pratt-type configuration was
proposed, consisting of I-sections and angles.
FIGURA 11 – PONTE ROLANTE DO GALPÃO INDUSTRIAL EM ESTUDO, COM VISTA PARA A PONTE
ROLANTE. .......................................................................................................................... 35
FIGURA 25 – FACE NORTE DA OFICINA, COM DETALHE PARA A ENTRADA DOS BOXES E ALGUNS
EQUIPAMENTOS ESTACIONADOS NA PARTE EXTERNA. ........................................................ 54
FIGURA 31 – VISTA DA FACE LESTE DA ESTRUTURA, COM DOIS GALPÕES À SUA FRENTE E UMA
ABERTURA NA PORÇÃO INTERMEDIÁRIA. ........................................................................... 57
GALPÃO. ............................................................................................................................ 93
FIGURA 63 – TRELIÇA DO TIPO PRATT SUGERIDA PARA SERVIR COMO MEIO DE TRANSIÇÃO DAS
CARGAS. ............................................................................................................................ 93
TABELA 15 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 90° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG. ............................................................................................ 76
TABELA 16 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 180° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG, NA PRIMEIRA SEÇÃO DO GALPÃO......................................... 77
TABELA 17 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 180° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG, NA SEGUNDA SEÇÃO DO GALPÃO......................................... 77
TABELA 18 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 180° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG, NA TERCEIRA SEÇÃO DO GALPÃO. ....................................... 78
TABELA 19 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 180° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG, NA FACE DE BARLAVENTO. ................................................. 78
TABELA 20 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 180° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG, NA FACE DE SOTAVENTO. .................................................... 78
TABELA 21 – VALORES DAS AÇÕES DO VENTO INCIDENTE A 270° NOS PÓRTICOS PARA
DETERMINADAS ALTURAS ZG. ............................................................................................ 79
a Comprimento do galpão
A Área
Ae Área líquida efetiva da seção
Ag Área bruta da seção transversal
An Área líquida
b Largura do galpão
b Fator meteorológico
bf Largura da mesa
Cf Coeficiente de fadiga
d Altura da seção
d’ Altura da alma
fy Resistência ao escoamento
γf3 Fator que considera possíveis erros dos efeitos das ações
λ Esbeltez da alma
p Fator meteorológico
Ψ0 Fator de combinação
Ψ0j,ef Fator de combinação das ações variáveis atuantes junto a ação variável FQ1
Ψ1 Fator de redução
Ψ2 Fator de redução
q Pressão dinâmica
S1 Fator topográfico
S3 Fator estatístico
tf Espessura da mesa
tw Espessura da alma
Zg Altura
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 22
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 23
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 24
3.1 Galpão industrial em shed ..................................................................................... 24
4 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 53
4.1 Representação do galpão ....................................................................................... 53
5 RESULTADOS .................................................................................................... 97
5.1 Ações do vento ...................................................................................................... 98
1 INTRODUÇÃO
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
23
Na parte da estrutura do galpão existente, objeto deste estudo, existem duas fileiras
com 21 colunas formando 20 boxes para o estacionamento dos caminhões, sendo utilizados 16
para tal propósito. Visando a segurança das operações, foi proposto o estudo do aumento do
vão destes boxes para que estas modernas máquinas possam acessar a parte interna do galpão
sem haver o risco de colisão com alguma coluna durante o processo de posicionamento.
Na porção superior das colunas estão apoiadas as vigas de rolamento e as baionetas,
que são de menor seção transversal e tem a função de suportar as ações oriundas da cobertura.
O desafio foi encontrar uma maneira de distribuir o carregamento de algumas baionetas, agora
sem apoio das colunas intermediárias, para as outras colunas e verificar a nova condição da viga
de rolamento, que possui um vão maior. Para solucionar tal problema, a utilização do software
SAP2000, específico para dimensionamento de estruturas metálicas, é uma ferramenta bastante
útil para fazer o dimensionamento de uma treliça de transição e a definição da nova geometria
da viga de rolamento.
2 OBJETIVOS
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.2 TRELIÇA
Uma treliça é uma estrutura formada por elementos lineares interconectados que
colaboram em conjunto para suportar as forças de compressão e tração exercidas sobre ela. Esse
tipo de estrutura é amplamente utilizado nos campos da engenharia para criar sistemas estáveis
e robustos. A principal característica de uma treliça reside na sua habilidade de distribuir
25
Para Fakury (2017) barras de aço tracionadas são aquelas solicitadas exclusivamente
por força axial de tração resultante de ações estáticas. Segundo a NBR 8800 (2008), no
dimensionamento de peças submetidas a esse tipo de esforço, deve ser atendida a seguinte
condição mostrada na expressão 1:
onde:
- 𝑁𝑡,𝑆𝑑 é a força de tração solicitante;
- 𝑁𝑡,𝑅𝑑 é a força de tração resistente.
𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = (2)
𝛾𝑎1
onde:
- Ag é a área bruta da seção transversal;
- 𝑓𝑦 é a resistência ao escoamento;
- γa1 é o coeficiente de ponderação referente à resistência.
𝐴𝑒 𝑓𝑢
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = (3)
𝛾𝑎2
onde:
- 𝐴𝑒 é a área líquida efetiva da seção;
- 𝑓𝑢 é a resistência à ruptura do aço;
- γa2 é o coeficiente de ponderação referente à ruptura.
27
onde:
- 𝐶𝑡 é o coeficiente de redução aplicado à área líquida;
- 𝐴𝑛 é a área líquida;
Segundo Fakury (2017), elementos comprimidos são aqueles submetidos apenas a força
axial de compressão decorrente de ações estáticas. A figura 6 exemplifica o esforço de
compressão:
Onde:
- 𝑁𝑐,𝑆𝑑 é a força axial de compressão solicitante;
- 𝑁𝑐,𝑅𝑑 é a força axial de compressão resistente;
𝜒𝑄𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝑁𝑐,𝑅𝑑 = (6)
𝛾𝑎1
onde:
- 𝜒 é o fator de redução relacionado à resistência à compressão;
- Q é o fator de redução relacionado à flambagem local;
- 𝐴𝑔 é a área bruta da seção transversal;
- 𝑓𝑦 é a resistência ao escoamento do aço.
29
𝑄𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝜆0 = √ (8)
𝑁𝑒
onde:
- 𝑁𝑒 é a força de flambagem elástica.
Segundo Fakury (2017), elementos fletidos são aqueles submetidos a flexão normal
simples decorrente de ações estáticas. A figura 8 ilustra uma viga submetida ao esforço de
flexão:
30
onde:
- 𝑀𝑆𝑑 é o momento fletor solicitante e
- 𝑀𝑅𝑑 é o momento fletor resistente.
O valor do momento resistente pode ser afetado pela flambagem local, definida pela
perda de estabilidade das chapas comprimidas que compõem o perfil, e pelo efeito da
flambagem lateral com torção, definida pela perda da estabilidade no plano principal de
flambagem e apresentando deslocamentos laterais e de rotação. A figura 9 ilustra a flambagem
lateral por torção (FLT).
Fonte: PFEIL, Walter, PFEIL, Michèle, Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8a ed., Ed. LTC,
2009.
Segundo a NBR 8800 (2008), o momento fletor resistente de cálculo deve ser
considerado aquele com o menor valor entre os valores obtidos, levando em conta os estados-
limites de flambagem lateral com torção (FLT), flambagem local da mesa (FLM) e
flambagem local da alma (FLA). A figura 10 mostra a curva de flambagem para seções
compactas (região de plastificação total da seção transversal), semicompactas (regime
elastoplástico) e esbeltas.
Esforços combinados podem ser definidos como diferentes tipos de carregamentos que
atuam de maneira simultânea em uma estrutura. A Verificação para esforços combinados é
descrita pela expressão 10:
32
N Sd
0, 2 (10)
N Rd
Se a condição for atendida, os cálculos devem seguir de acordo com a equação 11.
Caso contrário, deve-se seguir os cálculos contidos na expressão 12:
N Sd 8 M Sd , x M Sd , y
+ + 1, 0 (11)
N Rd 9 M Rd , x M Rd , y
N Sd 8 M Sd , x M Sd , y
+ + 1, 0 (12)
2 N Rd 9 M Rd , x M Rd , y
p V pl
VRd = , para λp < λ ≤ λr (14)
a1
p V pl
2
3.4 AÇÕES
Segundo a NBR 8681 (2004), uma ação pode ser entendida como qualquer influência
ou até mesmo um conjunto de influências que gera algum estado de tensão, deformação ou o
33
movimento de corpo rígido em uma estrutura. Essas ações podem ser classificadas, nas
estruturas de aço, como permanentes, variáveis ou excepcionais. De acordo com a NBR 8681
(2004) as ações permanentes são caracterizadas como aquelas que ocorrem com valores
constantes e apresentam pouca variação em sua média ao longo da vida útil da estrutura. As
ações permanentes podem ser divididas em duas categorias, diretas e indiretas, e são
consideradas invariáveis ao longo da vida útil da estrutura. As ações permanentes diretas são o
peso próprio da estrutura e todos os elementos que compõem a estrutura. Ações permanentes
indiretas são a proteção, recalques de apoio e a retração dos materiais.
Para Fakury (2017), caracteriza-se como ações variáveis aquelas que apresentam
variação ao longo do tempo, podendo apresentar natureza e intensidade normais ou especiais.
Ações de natureza e intensidade normais assumem valores significativos durante uma parte
importante da vida útil da estrutura, apesar de poderem se apresentar nulas. Como exemplo de
ações variáveis, pode-se citar a ocupação da edificação, vento e temperatura. Ações de natureza
e intensidade especiais são aquelas que apresentam comportamento transitório, ou seja,
possuem uma duração muito curta quando comparada à vida útil da estrutura, possuindo valores
que ultrapassam os das outras ações variáveis, como sismos e transporte eventual de
equipamentos de grande peso.
De acordo com a NBR 8681 (2004), ações excepcionais apresentam variação com o
tempo e assumem valores intensos em uma pequena fração da vida útil da estrutura e têm baixa
probabilidade de ocorrência, como por exemplo, choques de veículos e embarcações,
explosões, tornados, furacões e incêndio. Devem ser levadas em consideração em apenas alguns
tipos de construção, aquelas onde não é possível aplicar contramedidas às consequências dos
efeitos dessas ações.
Cargas móveis são um tipo de carregamento aplicado em uma estrutura que pode variar
de posição e ser distribuído durante a utilização de um sistema. Essas cargas podem se referir a
equipamentos, como pontes rolantes e guindastes, ou até mesmo pessoas e veículos. Esse tipo
de carga deve ser levado em consideração nos projetos de estruturas como pontes, passarelas e
vigas de rolamento, por exemplo.
34
Vale ressaltar que, devido às forças em constante mudança que afetam a estrutura de
uma ponte rolante, é necessário levar em consideração coeficientes de impacto específicos para
cada tipo de operação. Além disso, é essencial considerar o efeito localizado de pressão causado
pelas rodas das vigas de cabeceiras associadas às vigas de rolamento (Bellei, 2010).
Figura 11 – Forças horizontais transversais e horizontais longitudinais presentes em uma viga de rolamento.
Vigas de rolamento são elementos que têm como objetivo sustentar o caminho de
rolamento das pontes rolantes e transmitir os esforços por elas gerados para as estruturas de
suporte. Essas vigas são normalmente biapoiadas e apresentam seções transversais tipo I,
laminado ou soldado, estando sujeitas a carregamentos verticais, horizontais transversais (𝐻𝑇 )
e horizontais longitudinais (𝐻𝐿 ) (Bellei, 2010). A figura 11 mostra a ponte rolante existente na
atual estrutura do galpão, com capacidade para içar cargas de até 70 toneladas, possui 4 rodas
de cada lado:
Figura 12 – Ponte rolante do galpão industrial em estudo, com vista para a ponte rolante.
Figura 13 – Ilustração das forças atuantes numa viga de rolamento devido às cargas da ponte rolante.
Segundo Bellei (2010) a ação do vento atuante na estrutura é uma das mais importantes
a considerar, não podendo ser negligenciada, podendo levar ao colapso da construção.
De acordo com o item 4 da NBR 6123 (1988) as forças oriundas do vento sobre uma
estrutura devem ser calculadas para:
Dois conceitos que devem ser definidos são face de barlavento e face de sotavento,
que serão citados ao longo deste trabalho. Segundo Chamberlain (2013) o termo barlavento
pode ser definido como sendo a região de onde sopra o vento e sotavento a região oposta àquela
de onde sopra o vento.
Como aponta a NBR 6123 (1988) as forças estáticas devidas ao vento são
determinadas a partir da velocidade básica do vento, 𝑉0 , que deve ser adequada ao local de
construção. Essa velocidade 𝑉0 é definida como a velocidade de uma rajada de vento de 3
segundos de duração exercida em média uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno em
campo aberto e plano. Como regra geral, esse vento básico pode soprar em qualquer direção
horizontal. Para a determinação desta velocidade é utilizado o gráfico das isopletas, que são
37
Segundo a NBR 6123 (1988) a velocidade básica do vento é multiplicada pelos fatores
𝑆1, 𝑆2 e 𝑆3 para que a velocidade característica do vento, 𝑉𝑘 , seja obtida para a porção da
edificação em estudo. A equação para determinar o valor de 𝑉𝑘 é dada por:
𝑉𝑘 = 𝑉0 𝑆1 𝑆2 𝑆3 (16)
Onde:
- S1 é o fator topográfico
38
campo, com exceção das partes com matos, fazendas com sebes e/ou muros, subúrbios
a considerável distância do centro, com casa baixas e esparsas);
- Categoria IV - Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e poucos espaçados, em
zona florestal, industrial ou urbanizada (zonas de parques e bosques com muitas árvores,
cidades pequenas e seus arredores, subúrbios densamente construídos de grandes
cidades, áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas). A cota média do topo
dos obstáculos é considerada igual a 10 m.
- Categoria V - Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco
espaçados (florestas com árvores altas de copas isoladas, centros de grandes cidades,
complexos industriais bem desenvolvidos). A cota média do topo dos obstáculos é
considerada igual ou superior a 25 m.
Quanto às classes das edificações, a NBR 6123 (1988) as classifica de acordo com as
dimensões da estrutura, podendo ser divididas em:
- Classe A: todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais
da estrutura em vedação. Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou
vertical não exceda 20 metros;
- Classe B: toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal
ou vertical esteja entre 20 e 50 metros;
- Classe C: toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal
ou vertical exceda 50 metros.
-
De acordo com a NBR 6123 (1988) o fator 𝑆2 também pode ser definido através
da equação 10, para alturas abaixo de 𝑍𝑔 = 250 m. O fator de rajada F é sempre
correspondente à categoria II, presente na tabela 2.
onde:
- Fr é o fator rugosidade;
- b é o fator meteorológico;
- p é o fator meteorológico.
41
Tabela 3 – Valores de S2 para as categorias e classes definidas de acordo com o tipo de edificação.
q = 0,613Vk2 (18)
Como disposto na NBR 6123 (1988) a força do vento sobre um elemento plano de
edificação de área A atua em direção perpendicular a ele, dada pela equação:
𝐹 = 𝐹𝑒 − 𝐹𝑖 (19)
onde:
- 𝐹𝑒 é a força externa à edificação que atua na superfície plana de área A;
- 𝐹𝑖 é a força interna à edificação que atua na superfície plana de área A;
𝐹 = (𝐶𝑒 − 𝐶𝑖 ) ⋅ 𝑞 ⋅ 𝐴 (20)
onde:
- 𝐶𝑒 é o coeficiente de forma externo;
- 𝐶𝑖 é o coeficiente de forma interno;
De acordo com a NBR 6123 (1988) valores positivos desses coeficientes de forma
externo e interno correspondem a sobrepressões, e valores negativos correspondem a sucções.
Valores positivos de F indicam que a força atua para o interior da estrutura, enquanto valores
negativos indicam que a força atua para o exterior da edificação. Para casos previstos na
norma supracitada, a pressão interna é considerada uniformemente distribuída no interior da
edificação. Por consequência, nas suas superfícies planas o coeficiente de pressão interna é
igual ao coeficiente de forma interno, ou seja, 𝐶𝑝𝑖 = 𝐶𝑖 . A figura 15 exemplifica a definição
de sobrepressão e sucção:
44
Tabela 5 – Coeficientes de pressão e de forma, externos, para paredes de edificações de planta retangular.
De acordo com a NBR 6123 (1988) para a determinação dos coeficientes de pressão e
de forma, externos, para telhados múltiplos com uma água vertical, de tramos iguais, tipo Shed,
deve-se seguir o que é mostrado na figura 17:
Figura 18 – Tabela 33 da NBR 6123 (1988), presente no anexo F, contendo as relações para determinar os
coeficientes de pressão e de forma, externos, de um telhado tipo Shed.
De acordo com a NBR 6123 (1988) para edificações com paredes internas
permeáveis, ou seja, faces em que o vento possa entrar, a pressão interna pode ser considerada
uniforme. Para fins deste trabalho, a vazão de ar por uma pequena abertura de área A é dada
pela expressão 21.
A
1
| C pe − C pi |= 0 (21)
47
onde:
- 𝐶𝑝𝑒 é o coeficiente de pressão externa;
- 𝐶𝑝𝑖 é o coeficiente de pressão interna;
Segundo Lima et al. (2015) as combinações de ações são carregamentos que atuam
simultaneamente em uma estrutura durante um certo intervalo de tempo. A combinação das
ações tem como função determinar os efeitos mais críticos possíveis para a integridade da
estrutura. A quantidade das combinações deve ser tal que a segurança da estrutura seja
verificada. Na execução das combinações últimas são verificados os estados-limites últimos,
enquanto os estados-limites de serviço são verificados nas combinações de serviço. Durante
toda a vida da estrutura pode ocorrer as combinações últimas, sendo classificadas em:
No que tange as combinações de serviço elas são classificadas de acordo com a sua
atuação na estrutura, sendo:
onde:
De acordo com a NBR 8800 (2008) as combinações quase permanentes de serviço são
aquelas que atuam durante aproximadamente a metade da vida da estrutura. São utilizadas para
efeitos de longa duração e para a aparência da construção. Lembrando que o termo “aparência”
se refere a deslocamentos excessivos que não comprometam outros componentes da estrutura.
Nas combinações quase permanentes, todas as ações variáveis são consideradas com seus
valores quase permanentes 𝜓2𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 :
m n
F
i =1
Gi , k + 1 FQj ,k , 1 = 1, 0
j =1
(24)
A falha por fadiga ocorre devido a formação de uma trinca e sua propagação. A trinca
geralmente se inicia em uma descontinuidade no material em que a tensão cíclica é um máximo.
Essa descontinuidade pode surgir em razão de elementos que rolam e/ou deslizam uns contra
outros sob altas pressões de contato, desenvolvendo tensões concentradas que podem causar
formação de cavidades superficiais ou lascamento depois de vários ciclos de carga (Shigley,
2011).
De acordo com Bellei (2010) o número “N” de ciclos a que o elemento está sujeito
deve ser estimado a partir do número de aplicações diárias, número de anos que o elemento
estará em uso multiplicado por 360 dias. O número de ciclos deve ser calculado segundo a
expressão 29:
De acordo com a NBR 8800 (2008) para elementos que se enquadram nas categorias
A, B, B’ e C da figura 21, a faixa admissível de variação de tensões, 𝜎𝑆𝑅 , deve ser determinada
pela seguinte equação:
327𝐶𝑓 0,333
𝜎𝑆𝑅 = ( ) ≥ 𝜎𝑇𝐻 (26)
𝑁
onde:
- σSR é a faixa admissível de tensões;
- Cf é a constante dada na figura 21 para sua categoria correspondente;
- N é o número de ciclos de variação de tensões;
- σTH é o limite admissível da faixa de variação de tensões, dado na figura 22.
De acordo com Bellei (2010) a faixa admissível de tensão, 𝜎𝑇𝐻 , deve ser determinada
a partir do número de ciclos e da categoria do parâmetro de fadiga em que o elemento se
enquadra, em kN/cm², sendo mostrado na figura 23:
4 DESENVOLVIMENTO
Nessa seção será descrito as atividades realizadas para obtenção dos resultados do
trabalho.
O início do estudo deu-se pelo estudo das forças devidas ao vento atuantes na
estrutura do galpão, situado em uma área aberta, sem muitos obstáculos e com uma face
majoritariamente permeável. A figura 24 ilustram o galpão como um todo, detalhando todas
as suas faces e os ângulos de incidência dos ventos.
54
Figura 25 – Vista na planta do galpão da oficina de caminhões. Destacada em verde a área de estudo do presente
trabalho e as setas indicam os ângulos de incidência dos ventos.
Figura 26 – Face norte da oficina, com detalhe para a entrada dos boxes e alguns equipamentos estacionados na
parte externa.
Figura 31 – Na imagem é possível ver a última porção da face sul do galpão, apresentando duas aberturas
principais.
Fonte: Autor.
Figura 32 – Vista da face leste da estrutura, com dois galpões à sua frente e uma abertura na porção
intermediária.
Fonte: Autor.
58
Figura 33 – Representação 3D do galpão via Google Maps com destaque para a medida dos seus lados e a área
em estudo.
Área em estudo
Figura 34 – Representação da fatia do galpão em estudo modelada no programa SAP2000, mostrando como a
estrutura é atualmente, sem as modificações aplicadas.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
60
Fonte: Autor.
O peso próprio dos elementos que compõem a estrutura do galpão foi calculado
automaticamente pelo programa utilizado. Para isso, foi necessário fornecer ao software quais
seções estão presentes no galpão e as dimensões da viga de rolamento e da coluna que sustenta
o galpão. A coluna principal, responsável por suportar tanto a carga oriunda do telhado quanto
a viga de rolamento da ponte rolante, é fabricada com o aço ASTM A36, material que possui
baixo carbono em sua composição que permite que seja facilmente soldado, apresentando
resistência à tração de 250 MPa. Na figura 32 é mostrada as relações de dimensão de uma viga
com perfil I.
61
Fonte: Autor.
A geometria das colunas foi definida a partir de medições no local, podendo ser
conferida na tabela 9:
Figura 38 – Dados da telha estimada para cálculos de carga concentrada em cada baioneta.
Fonte: Autor.
A NBR 6123 (1988) diz que para terrenos planos ou fracamente acidentados o valor
de S1 a ser adotado deve ser de 1,0.
64
O fator S3, por norma, é determinado como S3 = 1 pelo fato da estrutura se adequar no
grupo 2 da tabela 4, abrangendo edificações para indústria com alto fator de ocupação.
A pressão dinâmica dada pela equação 12 é calculada a partir da equação 37 até 40,
para as alturas 𝑍𝑔 definidas anteriormente:
O início dos cálculos dos coeficientes e pressão se dá com a verificação da altura (h),
a largura (b) e o comprimento (a) da estrutura. A relação altura/largura é descrita na expressão
33 e a relação comprimento/largura é descrita na expressão Y:
h 17,5 1
= = 0, 22 0, 22 (37)
b 76, 46 2
a 176
= = 2,3 2 2,3 4 (38)
b 76, 46
O comprimento A1 e B1 é definido pelo maior valor entre b/3 e a/4, desde que o valor
seja menor ou igual a 2h.
b 76, 46
= = 25, 48 (39)
3 3
66
a 176
= = 44 (40)
4 4
2h = 2 17,5 = 35 (41)
b 76, 46
= = 38, 23 (42)
2 2
Figura 40 – Medidas das seções do galpão para ventos incidentes a 0° (esquerda) e a 180° (direita). Em
vermelho, a porção do galpão em estudo.
C D
25,48 m
A1 B1
75,26 m
B3 A3
75,26 m
A2 B2
75,26 m
B2 A2
75,26 m
A3 B3
25,48 m
B1 A1
D C
76 m 76 m
Fonte: Autor.
67
Figura 41 – Coeficientes de pressão externa para vento incidente a 0°. Em destaque, a porção do galpão em
estudo.
Fonte: Autor.
68
Figura 42 – Coeficientes de pressão externa para vento incidente a 180°. Em destaque, a porção do galpão em
estudo.
Fonte: Autor.
69
Os ventos incidentes a 90° e 270° estão representados na figura 41 e 42, que mostram
a divisão do galpão conforme a NBR 6123 (1988), contendo a área do galpão em estudo.
Figura 43 – Medidas do galpão para vento incidente a 90°. Em destaque, a porção do galpão em estudo.
B
41,45 m
41,45 m
D1 D2
35 m
35 m
C1
C2
A
176 m
Fonte: Autor.
Figura 44 – Medidas do galpão para vento incidente a 270°. Em destaque, a porção do galpão em estudo.
A
35 m
35 m
C2
C1
mm
41,5
D1
41,45 m
D2
41,45
D1 D2
B
176 m
Fonte: Autor.
70
Figura 45 – Coeficientes de pressão externa para vento incidente a 90°. Em destaque, a porção do galpão em
estudo.
Fonte: Auto.
Figura 46 – Coeficientes de pressão externa para vento incidente a 270°. Em destaque, a porção do galpão em
estudo.
Fonte: Autor.
Figura 47 – Valores obtidos para os coeficientes de pressão externa do telhado com o vento incidente a 0°.
Fonte: Autor.
Figura 48 – Valores obtidos para os coeficientes de pressão externa do telhado com o vento incidente a 180°.
Fonte: Autor.
Figura 49 – Valores obtidos para os coeficientes de pressão externa do telhado para ventos a 90° e 180°.
Fonte: Autor.
72
O coeficiente de pressão final, Cf, é obtido pela subtração entre o coeficiente de pressão
externa e o coeficiente de pressão interna, como mostra a equação 47:
𝐶𝑓 = 𝐶𝑒 − 𝐶𝑖 (43)
Figura 50 – Tabela adaptada do anexo D da NBR 6123 (1988) para cálculo do coeficiente de pressão interna para
vento a 0°. Destacado, em verde, o coeficiente de pressão interna obtido.
Fonte: Autor.
Figura 51 – Tabela adaptada do anexo D da NBR 6123 (1988) para cálculo do coeficiente de pressão interna para
vento a 90°. Destacado, em verde, o coeficiente de pressão interna obtido.
Fonte: Autor.
73
Figura 52 – Tabela adaptada do anexo D da NBR 6123 (1988) para cálculo do coeficiente de pressão interna para
vento a 180°. Destacado, em verde, o coeficiente de pressão interna obtido.
Fonte: Autor.
Figura 53 – Tabela adaptada do anexo D da NBR 6123 (1988) para cálculo do coeficiente de pressão interna para
vento a 270°. Destacado, em verde, o coeficiente de pressão interna obtido.
Fonte: Autor.
O primeiro passo para a obtenção dos valores das forças nos pórticos é calcular o valor
de P, correspondente à força distribuída na coluna, em kN/m, conforme a equação 48:
𝑃 = 𝐷𝑞 (44)
onde:
- q é a pressão de obstrução;
- D é o comprimento da metade do vão, multiplicado por 2.
74
Para a determinação da força devida ao vento que atua na coluna é necessário fazer a
ponderação da força P a partir do produto do carregamento distribuído pelo coeficiente de
pressão final, Cf, como é mostrado na equação 49:
𝐹 = 𝑃𝐶𝑓 (45)
onde:
Tabela 9 – Valores das ações do vento incidente a 0° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na primeira
seção do galpão.
Hipótese I – Vento a 0° - Seção A1B1
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 -0,42 5 -1,87
8,8 581,52 5,12 -0,42 10 -2,15
8,8 649,48 5,72 -0,42 15 -2,40
8,8 692,05 6,09 -0,22 17,5 -1,34
Fonte: Autor.
75
Tabela 10 – Valores das ações do vento incidente a 0° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na segunda
seção do galpão.
Hipótese II – Vento a 0° - Seção A2B2
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 -0,02 5 -0,09
8,8 581,52 5,12 -0,02 10 -0,10
8,8 649,48 5,72 -0,02 15 -0,11
8,8 692,05 6,09 0,18 17,5 1,10
Fonte: Autor.
Tabela 11 – Valores das ações do vento incidente a 0° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na terceira
seção do galpão.
Hipótese III – Vento a 0° - Seção A3B3
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 0,18 5 0,8
8,8 581,52 5,12 0,18 10 0,92
8,8 649,48 5,72 0,18 15 1,03
8,8 692,05 6,09 0,18 17,5 1,10
Fonte: Autor.
Tabela 12 – Valores das ações do vento incidente a 0° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na face de
barlavento.
Hipótese IV – Vento a 0° - Face C
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 1,08 5 4,8
8,8 581,52 5,12 1,08 10 5,53
8,8 649,48 5,72 1,08 15 6,17
8,8 692,05 6,09 1,08 17,5 6,58
Fonte: Autor.
76
Tabela 13 – Valores das ações do vento incidente a 0° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na face de
sotavento.
Hipótese V – Vento a 0° - Face D
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 -0,08 5 -0,36
8,8 581,52 5,12 -0,08 10 -0,41
8,8 649,48 5,72 -0,08 15 -0,46
8,8 692,05 6,09 -0,08 17,5 -0,49
Fonte: Autor.
Tabela 14 – Valores das ações do vento incidente a 90° nos pórticos para determinadas alturas Zg.
Hipótese VI – Vento a 90°
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 1,2 5 5,33
8,8 581,52 5,12 1,2 10 6,14
A
8,8 649,48 5,72 1,2 15 6,86
8,8 692,05 6,09 1,2 17,5 7,31
8,8 504,92 4,44 0 5 0
8,8 581,52 5,12 0 10 0
B
8,8 649,48 5,72 0 15 0
8,8 692,05 6,09 0 17,5 0
8,8 504,92 4,44 -0,4 5 -1,78
8,8 581,52 5,12 -0,4 10 -2,05
C1
8,8 649,48 5,72 -0,4 15 -2,29
8,8 692,05 6,09 -0,4 17,5 -2,44
8,8 504,92 4,44 0 5 0
8,8 581,52 5,12 0 10 0
C2
8,8 649,48 5,72 0 15 0
8,8 692,05 6,09 0 17,5 0
8,8 504,92 4,44 -0,4 5 -1,78
D1 8,8 581,52 5,12 -0,4 10 -2,05
8,8 649,48 5,72 -0,4 15 -2,29
77
Tabela 15 – Valores das ações do vento incidente a 180° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na primeira
seção do galpão.
Hipótese VII – Vento a 180° - Seção A1B1
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 -0,32 5 -1,42
8,8 581,52 5,12 -0,32 10 -1,64
8,8 649,48 5,72 -0,32 15 -1,83
8,8 692,05 6,09 0,28 17,5 1,71
Fonte: Autor.
Tabela 16 – Valores das ações do vento incidente a 180° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na segunda
seção do galpão.
Hipótese VIII – Vento a 180° - Seção A2B2
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 0,08 5 036
8,8 581,52 5,12 0,08 10 0,41
8,8 649,48 5,72 0,08 15 0,46
8,8 692,05 6,09 0,28 17,5 1,71
Fonte: Autor.
78
Tabela 17 – Valores das ações do vento incidente a 180° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na terceira
seção do galpão.
Hipótese IX – Vento a 180° - Seção A3B3
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 0,28 5 1,24
8,8 581,52 5,12 0,28 10 1,43
8,8 649,48 5,72 0,28 15 1,60
8,8 692,05 6,09 -0,08 17,5 -0,49
Fonte: Autor.
Tabela 18 – Valores das ações do vento incidente a 180° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na face de
barlavento.
Hipótese X – Vento a 180° - Face C
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 1,18 5 5,24
8,8 581,52 5,12 1,18 10 6,04
8,8 649,48 5,72 1,18 15 6,74
8,8 692,05 6,09 1,18 17,5 7,19
Fonte: Autor.
Tabela 19 – Valores das ações do vento incidente a 180° nos pórticos para determinadas alturas Zg, na face de
sotavento.
Hipótese XI – Vento a 180° - Face D
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m)
8,8 504,92 4,44 -0,18 5 -0,8
8,8 581,52 5,12 -0,18 10 -0,92
8,8 649,48 5,72 -0,18 15 -1,03
8,8 692,05 6,09 -0,18 17,5 -1,10
Fonte: Autor.
Hipótese XII – Vento a 270°
D q (N/m²) P = D.q (kN/m) Cf Zg (m) F = P.Cf (kN/m) 79
8,8 504,92 4,44 1,2 5 5,33
8,8 581,52 5,12 1,2 10 6,14
A
8,8 649,48 5,72 1,2 15 6,86
8,8 692,05 6,09 1,2 17,5 7,31
8,8 504,92 4,44 0 5 0
8,8 581,52 5,12 0 10 0
B
8,8 649,48 5,72 0 15 0
8,8 692,05 6,09 0 17,5 0
8,8 504,92 4,44 -0,4 5 -1,78
8,8 581,52 5,12 -0,4 10 -2,05
C1
8,8 649,48 5,72 -0,4 15 -2,29
8,8 692,05 6,09 -0,4 17,5 -2,44
8,8 504,92 4,44 0 5 0
8,8 581,52 5,12 0 10 0
C2
8,8 649,48 5,72 0 15 0
8,8 692,05 6,09 0 17,5 0
8,8 504,92 4,44 -0,4 5 -1,78
8,8 581,52 5,12 -0,4 10 -2,05
D1
8,8 649,48 5,72 -0,4 15 -2,29
8,8 692,05 6,09 -0,4 17,5 -2,44
8,8 504,92 4,44 0 5 0
8,8 581,52 5,12 0 10 0
D2
8,8 649,48 5,72 0 15 0
8,8 692,05 6,09 0 17,5 0
Tabela 20 – Valores das ações do vento incidente a 270° nos pórticos para determinadas alturas Zg.
Fonte: Autor.
O método dos elementos finitos tem como objetivo a determinação do estado de tensão
e de deformação de um sólido sujeito a ações exteriores. A metodologia consiste em dividir a
geometria em uma malha com elementos finitos que podem ser definidas como sub-regiões
geométricas, sendo definidos com um conjunto de pontos de referência, denominados nós, que
são calculados através de cálculos matemáticos avançados (Azevedo, 2003).
Fonte: Autor.
Os valores dos pesos próprios dos elementos que constituem a porção do galpão em
estudo são calculados pelo SAP2000 de acordo com o material utilizado, comprimento e
quantidade.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
A viga de rolamento está sujeita a dois tipos de carga, HT e o peso da ponte rolante
que, segundo BELLEI (1998) pode ser estimado utilizando a tabela 56, que determina o valor
da carga distribuída para cada roda da ponte rolante.
Figura 57 – Relações para determinação da carga concentrada em cada roda da ponte rolante.
A norma NBR 6120 (2019) ainda preconiza que o peso próprio e demais informações
da ponte rolante normalmente são fornecidos pelo fornecedor do equipamento, mas pode-se
determinar o peso próprio, incluindo o trole e os dispositivos de içamento fazendo-se uma
estimativa, pela expressão x:
1,5𝐿
𝑝𝑝 = (0,25 + 100 )T (46)
onde:
- pp é a estimativa do peso próprio;
- L é a medida do vão da ponte;
- T é a carga máxima de içamento.
86
Adotou-se como valor para a carga em cada roda da ponte rolante o valor de 24 kN,
conforme previsto na figura 53.
m
Fd = (1, 25 FGi ,k ) + 1,5 FQ1,k (48)
i =1
Figura 58 – Esforços envolvidos na combinação para análise do estado-limite último da treliça de transição.
Fonte: Autor.
88
Figura 59 – Esforços envolvidos na combinação para análise do estado-limite último viga de rolamento.
Fonte: Autor
Figura 60 – Esforços envolvidos na combinação para análise do estado-limite de serviço da viga de rolamento.
Fonte: Autor.
Figura 61 – Esforços envolvidos na combinação para análise do estado-limite de serviço da treliça de transição.
Fonte: Autor.
Conforme a NBR 8800 (2008) a flecha máxima admissível numa viga de rolamento
para carregamento igual ou superior a 200 kN é dado pela equação 42:
𝐿
𝐹𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = (51)
800
onde:
- L é o comprimento do vão.
Segundo a norma NBR 8800 (2008) a flecha máxima horizontal admissível numa viga
de rolamento para solicitações de esforços iguais ou superiores a 200 kN é dada pela expressão
43:
𝐿
𝐹𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 = (52)
600
92
Foi feito um estudo com a viga de rolamento atual para verificar se ela é capaz de
suportar o mesmo carregamento da ponte rolante, porém agora com um vão maior. A geometria
do perfil é mostrada na figura 63:
93
Fonte: Autor.
Dentre os diversos tipos de treliça existentes, o modelo escolhido para fazer a transição
da carga das baionetas sem apoio das colunas principais foi o modelo Pratt, que trabalha com a
compressão no banzo superior e nos montantes enquanto o banzo inferior e as diagonais estão
tracionadas. Na figura 63 é possível ver a geometria de uma treliça Pratt:
Figura 64 – Treliça do tipo Pratt sugerida para servir como meio de transição das cargas.
Fonte: Autor.
A deflexão vertical máxima para este elemento estrutural, considerada uma viga que
suporta pilares, é definida pela NBR 8800 (2008) segundo a tabela 23.
Tabela 23 - Verificação da deflexão da treliça de transição.
O número de ciclos deve ser calculado a partir dos anos previstos para utilização da
estrutura, número de aplicações diárias multiplicado por 360 dias, conforme mostrado na
seguinte operação matemática:
De acordo com a NBR 8800 (2008), a faixa admissível de tensão σSR deve ser maior
ou igual ao limite admissível da faixa de variação de tensões, sendo mostrado pela expressão
56:
0,333
327⋅250⋅108
𝜎𝑆𝑅 = ( ) ≥ 𝜎𝑇𝐻 (54)
102.600
m n
FGi,k + 1 FQj ,k , 1 = 1, 0
i =1 j =1
(55)
Fonte: Autor.
Os cálculos para verificação de tensões atuantes e fadiga ao cisalhamento podem ser conferidos nas
seguintes equações:
Mx
x = = 85MPa 428MPa (56)
Wx
My
y = = 45MPa 428MPa (57)
Wy
V 701656 N
= = = 40MPa 100MPa (59)
Aw 1100 16mm²
5 RESULTADOS
Fonte: Autor.
100
Fonte: Autor.
101
Fonte: Autor.
102
Fonte: Autor
As ações do vento mostraram que o caso mais crítico para a fatia do galpão em estudo
é quando o vento incidente está a 90°, gerando maiores esforços na estrutura. O vento incidente
a 270° não gera esforços na porção do galpão que está em estudo devido à área de abertura. A
figura 69 mostra a combinação mais crítica para o modelo.
Fonte: Autor.
5.2 COLUNAS
A razão D/C (SAP2000) refere-se à relação entre a demanda (D) e a capacidade (C)
de uma determinada seção ou elemento estrutural. Essa razão é utilizada para avaliar a
segurança e a eficiência da estrutura. Quando o valor D/C = 1, tem-se a demanda sobre a seção
igual à sua capacidade, indicando que a estrutura está operando no limite de sua capacidade.
D/C >1 indica que a estrutura está sujeita a sobrecargas excessivas e pode não ser capaz de
resistir adequadamente. Em um dimensionamento estrutural, é desejável que a razão D/C seja
menor que 1. Caso contrário, serão necessárias revisões no projeto.
103
Figura 73 – Combinação mais crítica para a atual estrutura do galpão atual e a razão entre demanda e capacidade.
Fonte: Autor.
Figura 74 – Representação das primeiras 10 colunas da fatia em estudo do galpão, apresentando uma razão D/C
baixa.
Fonte: Autor.
104
Figura 75 – Representação das últimas 11 colunas da fatia em estudo do galpão, apresentando uma razão D/C
baixa.
Fonte: Autor.
Figura 76 – Combinação mais crítica para a atual estrutura do galpão com as adequações e a razão entre
demanda e capacidade.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor
17.600
𝐹𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = (60)
800
17.600
𝐹𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = (61)
600
Fonte: Autor.
A partir da verificação das deflexões de acordo com a NBR 8800 (2008) é possível
fazer uma comparação com os valores gerados pelo SAP2000, como são mostrados nas figuras
80 e 81, apresentando uma deflexão horizontal de 20,07 mm e deflexão lateral de 17,28 mm e
concluir que tal verificação está dentro dos limites estabelecidos por norma.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
O estudo de fadiga da nova seção da viga de rolamento permitiu constatar que a faixa
admissível de tensão está acima do limite de tensão admissível, conforme previsto na NBR
8800 (2008), podendo ser verificada na expressão 60.
109
Mx
x = = 85MPa 428MPa
Wx
My
y = = 45MPa
Wy
V 701.656 N
= = = 40MPa 100MPa
Aw 1.100 16 mm²
A treliça do tipo Pratt, que foi modelada para adaptar a estrutura, é projetada de forma
a suportar compressão no banzo superior e nos montantes, enquanto o banzo inferior e as
diagonais estão sujeitos a tração. Durante a análise, verificou-se que a razão D/C para a treliça
é inferior a 0,5, o que se enquadra dentro dos limites estabelecidos pela norma NBR 8800
(2008). A figura 83 ilustra a relação entre a demanda de carga e a capacidade de uma seção da
treliça.
110
Figura 83 – Razão D/C para os elementos da treliça, dentro dos limites estabelecidos por norma.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
111
Fonte: Autor.
6 CONCLUSÃO
seção menor. Como resultado das adaptações, a altura das colunas foi reduzida para permitir
que elas se apoiassem no banzo superior da treliça.
Por fim, pode-se constatar que as adaptações propostas para o galpão atendem às
demandas de carregamento da cobertura, no que diz respeito à treliça, e a nova viga de
rolamento com a mesma seção da viga atualmente presente na estrutura, porém com um vão
duas vezes maior, suporta as cargas da ponte rolante dentro dos limites de resistência. Além
disso, as colunas remanescentes no galpão são capazes de suportar as ações provenientes da
viga de rolamento e do telhado, garantindo a segurança da estrutura e das operações de
manutenção dos caminhões fora de estrada.
7 BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Álvaro F. M. Método dos Elementos Finitos. Portugal. 1 ed., n. 258, abril 2003.
Disponível em:
<http://www.alvaroazevedo.com/publications/books/livro_mef_aa_1ed/doc/Livro_MEF_AA.
pdf>. Acesso em: 05 de jul. de 2023.
BELLEI, Ildony H. Edifícios Industriais em aço: projeto e cálculo. 2 ed. São Paulo: Pini,
1998.
BELLEI, Ildony H. Edifícios Industriais em aço: projeto e cálculo. 6 ed. São Paulo: Pini,
2010.
CHAMBERLAIN, Zacarias; FICANHA, Ricardo; FABEANE, Ricardo. Projeto e cálculo de
estruturas de aço. 1 ed., jun de 2013. Rio de Janeiro: GEN LTC, 2013.
LIMA, Sidnei Souza; MIRANDA, Silvano Gomes; GODOY, Vitor Rigueira de. Análise e
dimensionamento das estruturas de um galpão fabricado com papel laminado por meio
do programa SAP2000. Orientador: Thales José Mendes; Coorientador: André Luís Riqueira
Brandão. 2015. 112 f. Monografia (graduação) – Curso de Engenharia Civil, Departamento de
Graduação Engenharia Civil, Faculdade Única de Ipatinga, Minas Gerais, 2015.
114
FAKURY, Ricardo H.; CASTRO E SILVA, Ana Lydia R.; Caldas, Rodrigo B.
Dimensionamento de Elementos Estruturais de aço e misto de aço e concreto. 1 ed., dez.
de 2015. São Paulo: Pearson Universidades, 2016.
PFEIL, Walter; PFEIL, Michèle. Estruturas de aço: dimensionamento prático de acordo com
a norma 8800:2008. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.