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UNIVERSIDADE PAULISTA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS METÁLICAS

FRANCISCO ROSENDO SOBRINHO

OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DE COLUNA DE


AÇO DE SEÇÃO I À COMPRESSÃO CENTRADA SEGUNDO
A NBR 8800:2008

FORTALEZA
2018
FRANCISCO ROSENDO SOBRINHO

OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DE COLUNA DE


AÇO DE SEÇÃO I À COMPRESSÃO CENTRADA SEGUNDO
A NBR 8800:2008

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pós-Graduação em Estruturas Metálicas,
Universidade Paulista, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista.

FORTALEZA
2018
FRANCISCO ROSENDO SOBRINHO

OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DE COLUNA DE


AÇO DE SEÇÃO I À COMPRESSÃO CENTRADA SEGUNDO
A NBR 8800:2008

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pós-Graduação em Estruturas Metálicas,
Universidade Paulista, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: ____/____/____


Resultado: _______________

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista – UNIP
DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais pelo apoio e incentivo para realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço ao Criador, pelo dom da existência e por todas as benções


concedidas.
Queria agradecer a família maravilhosa, em especial a minha Mãe – Dilma de
Albuquerque Rosendo de Lima, meu grande pai Genildo Galgano de Lima Cruz e minha irmã
Genilma Galgano Campos Rosendo de Lima.
Um agradecimento especial, a minha companheira Patrícia Maria de Medeiros por
toda dedicação, compreensão e incentivo, principalmente em todos os momentos dedicados a
pós-graduação e desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço, também, a todos os que estiveram presentes em minha vida e que, de
alguma forma, contribuíram para este momento, muito obrigado!
“Aprender é a única coisa de que a mente
nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se
arrepende.”
Leonardo da Vinci
RESUMO

Colunas de aço comprimidas estão sujeitas à perda de resistência tanto por falha da resistência
do material quanto por perda de estabilidade da estrutura. Quando a falha dessas colunas é
causada por perda de estabilidade, essa pode ser dada pela instabilidade global da coluna,
também chamada de flambagem global, bem como pela instabilidade local dos componentes
do perfil da coluna, também chamada de instabilidade local ou pela interação entre esses dois
tipos de flambagem. Em uma coluna esbelta composta de chapas esbeltas, os processos de
flambagem por flexão da coluna (global) e flambagem local (das chapas) ocorrem de forma
interativa reduzindo a carga última da coluna sem consideração de flambagem local. A NBR
8800:2008 apresenta parâmetros para o dimensionamento de peças comprimidas de aço no
intuito de se evitar a perda por estabilidade (global e local). Para atender os parâmetros da
norma, o dimensionamento da peça comprimida é realizado através de escolhas de perfis e
posterior verificação, o que não garante que o perfil utilizado seja o mais econômico entre os
selecionados. A modelagem e a solução de projetos através de otimização são técnicas
bastante utilizadas no ramo da engenharia, pois qualquer projeto que possa ser expresso
através de equações matemáticas, em qualquer área do conhecimento, é candidato a se
considerado um problema de otimização. Este trabalho tem como objetivo a aplicação de
método de otimização para a escolha do perfil de aço de seção W - tipo I, submetido à
compressão, de acordo com a NBR 8800:2008. A otimização é realizada através de planilha
eletrônica utilizando da ferramenta Solver do Excel. Devido ser um problema de escolha de
perfis comerciais, ou seja, apresentar características de variáveis discretas, foi utilizado o
algorítmo Evolucionário da ferramenta para resolver o problema.

Palavras-chave: Otimização. Algoritmo Evolucionário. Dimensionamento. Aço Seção I. Peça


Comprimida.
ABSTRACT

Compressed steel columns are subject to loss of strength both through failure of the material
strength and loss of structure stability. When the failure of these columns is caused by loss of
stability, this can be due to the global instability of the column, also called global buckling, as
well as the local instability of the column profile components, also called local instability or
the interaction between these two types of buckling. In a slender column composed of slender
plates, the buckling processes of the column (global) and local buckling (of the plates) occur
interactively, reducing the ultimate load of the column without consideration of local
buckling. The NBR 8800: 2008 presents parameters for the dimensioning of compressed steel
parts in order to avoid the loss by stability (global and local). To meet the parameters of the
standard, the dimensioning of the compressed part is carried out through profile choices and
subsequent verification, which does not guarantee that the profile used is the most economical
among the selected ones. The modeling and solution of projects through optimization are
techniques widely used in engineering, since any project that can be expressed through
mathematical equations, in any area of knowledge, is a candidate to be considered an
optimization problem. The objective of this work is the application of an optimization method
to select the section steel profile W, type I, submitted to compression, in accordance with
NBR 8800: 2008. The optimization is performed through a spreadsheet using Excel's Solver
tool. Due to the problem of choosing commercial profiles, that is, to present characteristics of
discrete variables, we used the Evolution algorithm of the tool to solve the problem..

Keywords: Optimization. Evolutionary Algorithm. Sizing. Steel Section I. Compressed Part.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Deslocamentos máximos prescrito pela NBR 8800 (2008) ................................ 17

Figura 2 - Valores dos coeficientes de ponderação das ações segundo a NBR 8800 (2008)
.................................................................................................................................................. 20

Figura 3 - Trajetória de equilíbrio da coluna de Euler ....................................................... 22

Figura 4 - Efeito das imperfeições, excentricidade e tensões residuais em colunas ......... 23

Figura 5 - Curva de flambagem das normas AISC (2005) e NBR 8800:2008 ................... 23

Figura 6 - Fenômeno da flambagem local ............................................................................ 25

Figura 7 - Valores limites de (b/t) para impedir que a flambagem local ocorra .............. 27

Figura 8 - Perfil I com mesa comprimida ............................................................................ 28

Figura 9 - Perfil de Seção I analisado ................................................................................... 32

Figura 10 - Dados de saída para o dimensionamento ótimo da seção ............................... 33

Figura 11 - Dados de entrada no Solver de acordo com a Eq. (12) .................................... 34

Figura 12 - Características do algoritmo Evolucionário do Solver ................................... 35

Figura 13 - Dados de saída para o dimensionamento ótimo da seção ............................... 36

Figura 14 - Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 0,80 e L = 3m) .... 38

Figura 15 - Dados de entrada e saída para solicitação de 500 kN (k = 0,80 e L = 3m) .... 39

Figura 16 - Dados de entrada e saída para solicitação de 1000 kN (k = 0,80 e L = 3m) .. 40

Figura 17 - Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 1,20 e L = 3m) .... 42

Figura 18 - Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 1,20 e L = 6m) .... 43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparativo da área ótima calculada com a comercial ................................... 40


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

1.1 Objetivos........................................................................................................................... 13

1.2 Metodologia ...................................................................................................................... 13

2 PROPRIEDADES DO AÇO ............................................................................................... 15

3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS PARA PROJETO .......................................................... 16

3.1 Estado Limite Último (ELU) ........................................................................................... 16

3.2 Estado Limite de Serviço (ELS) ...................................................................................... 16

3.3 Ações .................................................................................................................................. 18

3.4 Combinações de Ações ..................................................................................................... 18

3.4.1 Combinações no Estado Limite Último........................................................................... 18

3.4.2 Combinações no Estado Limite de Serviço ..................................................................... 19

3.4.3 Coeficientes de ponderação das ações e consideração para o trabalho ........................... 19

4 FLAMBAGEM GLOBAL .................................................................................................. 21

5 FLAMBAGEM LOCAL ..................................................................................................... 25

6 OTIMIZAÇÃO ................................................................................................................... 30

6.1 Perfis de seção I utilizados ............................................................................................... 31

6.2 Problema de Otimização .................................................................................................. 32


7 APLICAÇÕES E RESULTADOS ..................................................................................... 37

7.1 Aplicação I – Variação da Carga no Pilar para Pórtico Contraventado .................... 37

7.2 Aplicação II – Pilar para Pórtico Rígido ........................................................................ 41

7.3 Aplicação III – Pilar para Pórtico Rígido com L = 6m ................................................. 42

8 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ....................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 46

ANEXO A – PERFIL ............................................................................................................. 48

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA


PLANILHA .............................................................................................. 46

APÊNCIDE B – DADOS DE SAÍDA COMPLETO DAS APLICAÇÕES


APRESENTADAS ................................................................................... 54
12

1 INTRODUÇÃO

As estruturas de aço estão ocupando o espaço de projetos estruturais cada vez mais
significativamente. Em função da facilidade de fabricação e diversidade, os perfis de aço são
amplamente utilizados para diversas finalidades, estruturais ou de fechamento, como vigas,
colunas, travamento, sistemas de coberturas, estruturas treliçadas, entre outras aplicações.
Com os avanços tecnológicos nos processos de fabricação de aço, encontra-se
disponíveis no mercado chapas e perfis de espessuras cada vez mais esbeltas, em aço de
média e alta resistência. Essas são características que vêm atender à solicitação da engenharia
estrutural, em busca de estruturas mais leves e econômicas (SOUZA, 2005).
O comportamento de barras axialmente comprimidas, onde se tem seções transversais
sólidas ou compostas de placas relativamente espessas, o colapso acontece devido à
instabilidade global ou ao escoamento.
A NBR 8800 (2008) apresenta parâmetros para o dimensionamento de peças
comprimidas no intuito de evitar a flambagem global e local das mesmas. Para Souza (2006),
os perfis de aço de seção I são os que mais apresentam aplicação em estruturas nas quais os
esforços predominantes são os esforços de flexão em um plano, tais como vigas e pórticos. A
frequente utilização desses perfis está aliada à facilidade de fabricação, no caso dos perfis
soldados, associada à simples geometria do mesmo.
A busca de uma boa solução para um problema estrutural requer muito tempo e
mesmo assim não se tem a garantia de que a solução encontrada é a melhor (FONSECA,
2007). Segundo, Novelli et al. (2016), uma maneira alternativa para esse problema é a
implementação de algoritmos que resolvam as equações de forma iterativa utilizando-se de
recursos computacionais. Assim surge o estudo e utilização dos métodos de otimização.
A proposta desse trabalho tem como objetivo a aplicação de método de otimização
para a escolha do perfil de aço de seção W - tipo I, submetido à compressão, de acordo com a
NBR 8800 (2008). A otimização é realizada através de planilha eletrônica utilizando da
ferramenta Solver do Excel. Devido ser um problema de escolha de perfis comerciais, ou seja,
apresentar características de variáveis discretas, foi utilizado o algoritmo Evolucionário
(Evolutionary) da ferramenta para resolver o problema, os quais apresentam maior
desempenhos para esse tipo de problema.
13

1.1 Objetivos

O presente estudo tem como objetivo a elaboração de uma planilha eletrônica para o
dimensionamento ótimo de perfis de aço laminado de seção I (buscando dimensões
comerciais) quando submetida a compressão centrada seguindo as indicações da NBR 8800
(2008).
Para que o objetivo geral seja alcançado, deverão ser atingidos os seguintes objetivos
específicos:
a) Revisão bibliográfica à cerca do dimensionamento de perfis de aço laminado
submetidos à compressão centrada;
b) Revisão bibliográfica à cerca dos métodos de otimização utilizando algoritmos
Evolutivos;
c) Elaboração de planilha eletrônica para o dimensionamento ótimo do perfil de
seção I em busca de dimensões comerciais;
d) Aplicações práticas de carregamento e condições de apoios para validação da
planilha

1.2 Metodologia

A meta do presente trabalho é a elaboração de uma planilha eletrônica utilizando a a


ferramenta Solver do Excel, onde na mesma se encontra três algoritmos de otimização pré-
estabelecidos. No caso em questão, será realizada a otimização de perfis de aço buscando
dimensões ótimas comerciais, onde a utilização do Algoritmo Evolutivo (um dos 3
disponíveis pela ferramenta utilizada) se justifica devido a característica do problema a ser
resolvido.
Neste trabalho será apresentado o cálculo de estruturas de aço submetida a compressão
centrada para assim aplicar na planilha eletrônica no intuito de se utilizar dos artifícios
computacionais para a otimização das dimensões de perfis de aço laminado de seção I. O
estudo terá como base a NBR 8800:2008 e análise de artigos de vários autores especializados
na área.
14

Serão analisados:
• Estudo e revisão bibliográfica do comportamento de colunas (no geral) de aço
laminado submetidas a compressão;
• Descrição dos métodos de cálculo analíticos verificar a resistência das colunas
de aço de seção I;
• Descrição das etapas de obtenção das dimensões das colunas no método
tradicional de cálculo;
• Formulação das etapas de obtenção das dimensões das colunas utilizando o
método de otimização;
• Elaboração da planilha eletrônica utilizando a ferramenta Solver do Excel para
o dimensionamento ótimo dos perfis, na busca de dimensões comerciais.
• Exemplificação de aplicações práticas de dimensionamento utilizando a
planilha de otimização das dimensões (comerciais) da coluna de seção I quando submetidos à
compressão centrada e a diversas condições de apoios.
• Conclusão
15

2 PROPRIEDADES DO AÇO

O aço tem diversas aplicabilidades na vida cotidiana da humanidade. Uma das que
mais se destaca é sua caraterística estrutural, o que é bastante atrativo para os engenheiros
estruturais. Segundo Pfeil e Pfeil (2009) e Dias (1998), as propriedades mecânicas mais
atraentes e que podem ser adotadas em todos os tipos de aços estruturais a temperatura
ambiente são:
a) Elasticidade: é a capacidade de retornar ao estado original após ciclos de
carregamento e descarregamento.
b) Plasticidade: é a capacidade de deformar-se quando submetido a uma tensão igual
ou maior que o limite de escoamento. A deformação plástica é uma deformação
permanente;
c) Ductilidade: capacidade de deformar-se plasticamente sem se romper;
d) Tenacidade: capacidade de absorver energia quando submetido a impactos;
e) Fragilidade: é o oposto da ductilidade. O aço sob determinadas condições térmicas
pode apresentar uma ruptura de forma brusca.
f) Dureza: é a resistência ao risco ou abrasão.
g) Fadiga: é o efeito caracterizado pela ruptura em tensões inferiores as obtidas em
ensaios estáticos de peça metálicas, quando submetidas a ciclos repetitivos de
carregamento e descarregamento.
16

3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS PARA PROJETO

A NBR 8800 (2008) apresenta prescrições para o projeto estrutural das estruturas de
aço. Esse dimensionamento é baseado no Método dos Estados Limites que são eles: Estado
Limite Último.

3.1 Estado Limite Último (ELU)

A seção 4.6.2 da NBR 8800 (2008) define que os estados limites últimos estão
relacionados com a segurança da estrutura sujeita às combinações mais desfavoráveis de
ações previstas em toda sua vida útil.
O estado-limite último refere-se à situação de ruptura da estrutura. Esse estado limite é
utilizado para verificação dos esforços gerados pelas combinações de ações majoradas por
seus respectivos coeficientes de majoração. Para que a estrutura atenda essa situação é preciso
que as solicitações de cálculos estejam menores que as resistências de cálculo.

3.2 Estado Limite de Serviço (ELS)

Para o Estado Limite de Serviço, a NBR 8800 (2008) prescreve que estão relacionados
com o desempenho da estrutura sob condições normais de utilização.
O ELS diz respeito aos limites em que as vibrações e deformações que ocorrem na
estrutura, podem atingir. Essas vibrações e deformações são provocadas pelos esforços
gerados nas combinações de ações de serviço. Nessas combinações, as ações podem até ser
minoradas em virtude da probabilidade de ocorrência simultânea das mesmas.
Os deslocamentos máximos prescritos pela NBR 8800 (2008) podem ser apresentados
na Fig. 1.
17

Figura 1 - Deslocamentos máximos prescrito pela NBR 8800 (2008)

Fonte: NBR 8800 (2008)

Vale salientar que o presente trabalho tem por objetivo o dimensionamento no ELU,
cabendo ao projetista realizar as devidas verificações no ELS.
18

3.3 Ações

A NBR 8800 (2008) em seu item 4.7, prescreve que na análise estrutural deve ser
considerada a influência de todas as ações que apresentam efeito representativo para a
estrutura.
Para Góes (2016), as ações são quantificadas por meio de seus valores representativos,
podendo ser valores característicos, convencionais, reduzidos ou raros. Os valores de cálculo
são obtidos a partir da multiplicação dos valores representativos pelos respectivos coeficientes
de ponderação. Esses coeficientes são apresentados nas normas.
As ações são classificadas de acordo com a Norma Brasileira de Ações e Segurança
nas Estruturas (NBR 8681:2003), devido a suas respectivas frequências de ocorrência em:
a) Permanentes
b) Variáveis
c) Excepcionais

3.4 Combinações de Ações

A NBR 8800 (2008) prescreve que no projeto de estruturas de aço deve ser realizada
as combinações de ações para ser considerado os valores mais desfavoráveis para a estrutura.
As combinações são aplicadas tanto para o ELU quando para o ELS que podem ser
definidas segundo a norma.
Para garantir segurança da estrutura deve ser realizada as combinações no ELU e para
garantir o desempenho da estrutural as combinações no ELS.

3.4.1 Combinações no Estado Limite Último

As combinações últimas podem ser classificadas em combinações últimas normais


especiais, de construção e excepcional. São realizadas para garantir que a estrutural não entre
em colapso, e se caso entrar, gerar avisos prévios a tempo de ser reparados.
19

3.4.2 Combinações no Estado Limite de Serviço

As combinações de serviço são definidas pela NBR 8800 (2008) em seu item 4.7.7.3,
onde as classificam em relação a sua permanência na estrutura em quase permanentes,
frequentes e raras.

3.4.3 Coeficientes de ponderação das ações e consideração para o trabalho

A NBR 8800 (2008) apresenta os coeficientes das ações para ser obtido as diversas
combinações (Figura 2).
20

Figura 2 - Valores dos coeficientes de ponderação das ações segundo a NBR 8800 (2008)

Fonte: NBR 8800 (2008)

O objetivo principal do presente trabalho é a otimização de perfis em estado limite


último. Assim, o dado de entrada da carga para que o perfil seja otimizado deve ser referente a
combinação de ação para esse estado. Além disso, a verificação no ELS não é verificada,
cabendo ao projetista realizar em uma etapa posterior.
21

4 FLAMBAGEM GLOBAL

Para Santos (2010), o colapso das estruturas pode ocorrer no regime elástico e no
regime elastoplástico. No caso de estruturas muito esbeltas, a capacidade resistente depende
dos fenômenos de instabilidade e o colapso ocorre quando todos os pontos da estrutura se
encontram ainda no regime elástico. Isso evidencia que o fenômeno da instabilidade envolve
apenas a consideração da não linearidade geométrica.
A estabilidade elástica estudada por Euler assume as seguintes hipóteses: (i) seções
planas permanecem planas após as deformações; (ii) aproximação linear para a curvatura; (iii)
a bifurcação ocorre em equilíbrio neutro. A carga crítica de uma coluna perfeita sob a carga
axial de compressão é dada, segundo Euler, pela Eq. (1).

(1)

Onde:
EI – Rigidez à flexão;
k – Coeficiente relacionado às condições de extremidade;
L – Comprimento de flambagem da coluna;
kL – Comprimento efetivo de flambagem da coluna.

As características do comportamento da coluna de Euler são apresentadas na Fig. 3.


22

Figura 3 - Trajetória de equilíbrio da coluna de Euler

Fonte: Santos (2010)

De acordo com Pfeil e Pfeil (2009), foram realizados vários estudos na América do
Norte e na Europa levando em relação à compressão de colunas onde se obteve várias curvas
de flambagem de modo a abranger toda gama de perfis, tipos de aço e processos de
fabricação. A NBR 8800 (2008) toma uma dessas curvas como referência para apresentar o
parâmetro que relaciona a carga última (fc) com a de escoamento (fy). Essa carga última é a
carga em que se leva em consideração as imperfeições geométricas iniciais, a excentricidade
de carga e as tensões residuais proveniente do processo de fabricação do perfil como
apresentado na Fig. 4. Além disso, a curva está diretamente relacionada à esbeltes da estrutura
e serve para garantir que o perfil não chegue a carga crítica real da estrutura, que por sua vez é
bem menor do que a carga crítica ideal. A Fig. 5 apresenta o comportamento da curva de
flambagem prescrita pela norma.
23

Figura 4 - Efeito das imperfeições, excentricidade e tensões residuais em colunas

Fonte: Pfeil e Pfeil (2009)

Figura 5 - Curva de flambagem das normas AISC (2005) e NBR 8800:2008

Fonte: Pfeil e Pfeil (2009)

O esforço resistente de projeto, para hastes metálicas, sem efeito de flambagem local,
sujeitas à compressão axial, é dado pela Eq. 2:

(2)

Onde:
24

fc = tensão resistente (ou tensão última) à compressão simples com flambagem por
flexão
Ag = área da seção transversal bruta da haste
γa1 = 1,10 para combinações normais de ações
25

5 FLAMBAGEM LOCAL

A flambagem local é o fenômeno de instabilidade de elementos estruturais


bidimensionais, como as chapas componentes dos pilares metálicos. Ocorre, em geral, em
pilares curtos comprimidos, fletidos ou flexo–comprimidos. Os elementos submetidos a este
modo de instabilidade sofrem translações normais ao seu plano médio (SANTOS, 2002). A
flambagem local das placas que compõe o perfil pode ser analisada a partir do estudo das
placas isoladas.
No intuito de demonstrar a ideia do comportamento de placa isolada, faz-se o estudo
da flambagem de uma placa retangular, com espessura t, simplesmente apoiada no seu
contorno e sujeita a uma tensão normal de compressão longitudinal uniforme, como mostra a
Fig. 6.

Figura 6 - Fenômeno da flambagem local

Fonte: Santos (2002)

De acordo com Barbosa e Costa (2016), a tensão crítica de flambagem elástica de


placas pode ser obtida a partir da equação diferencial:

(3)

com,

(4)
e,

(5)
26

Obtem-se,

(6)

Sendo o coeficiente de flambagem, dado por,

(7)

onde α é a razão de aspecto da placa, α=a/b, m é o número de semi-ondas na direção


da compressão; e n é o número idêntico na direção transversal. O coeficiente kσ que interessa
é o de valor mais baixo, sendo assim n deve ser tomado igual à uma unidade, o que significa
que o modo de flambagem da placa apresenta uma semi-onda sinusoidal na direção
transversal.
Segundo Pfeil e Pfeil (2009), para determinar a esbeltes limite (b/t)e de uma placa
ideal para impedir que a flambagem local ocorra antes da plastificação da seção, basta igualar
a tensão crítica (σcr) à tensão de escoamento fy, conforme pode ser visto na Eq. (8) para o
caso do aço (ν = 0,3).

(8)
Onde:
kσ = 4 para bordos apoiados;
kσ = 0,425 para um bordo apoiado e outro livre

A NBR 8800 (2008) apresenta valores limites de (b/t) menores que (b/t)e para
considerar as imperfeições e tensões residuais (Figura 7). De acordo com Pfeil e Pfeil (2009),
se as placas componentes de um perfil tiverem valores de (b/t) inferiores aos prescritos em
norma, não haverá flambagem local e o esforço resistente de compressão da coluna será
calculado levando em consideração apenas a flambagem global. No caso contrário, deve-se
levar em conta a redução do esforço resistente da coluna devido à ocorrência de flambagem
local.
27

Figura 7 - Valores limites de (b/t) para impedir que a flambagem local ocorra

Fonte: Pfeil e Pfeil (2009)

No perfil I, a mesa pode ser dividida em duas partes a partir do apoio com a alma.
Dessa forma, a análise da flambagem da mesa será feita analisando cada semi-mesa como
placas isoladas, como ilustrado na Fig. 8. Devido as condições de apoio, de acordo com a Fig.
8, a mesa apresenta comportamento de placa não enrijecida, ou seja, com uma borda apoiada
e outra livre e a alma apresenta comportamento de placa enrijecida, com dois bordos
apoiados.
28

Figura 8 - Perfil I com mesa comprimida

Fonte: Santos (2010)

Para as mesas do perfil I submetida à força normal de compressão, os valores limites


que separam o escoamento da mesa, o colapso por flambagem inelástica e o colapso no
regime inelástico, (b/t)máx e (b/t)r respectivamente, são evidenciados na Eq. (9), de acordo
com prescrição da NBR 8800 (2008). Tais limites são empregados tanto nos perfis laminados
quanto nos perfis soldados. Caso a relação b/t da mesa estiver entre esses limites, a mesma
estará sujeita ao colapso por flambagem inelástica. Caso b/t seja menor que (b/t)máx, se
garante que não haverá flambagem local da mesa antes da plastificação da seção.

(9)

Por fim, o esforço axial resistente de cálculo em hastes com efeito de flambagem local
é então dado pela Eq. (10):

(10)
29

Onde Q = = coeficiente de redução, aplicável a seções em que uma ou mais

placas componentes têm relação b/t superior aos valores da Fig. 7. Esses valores de Qa e Qs
pode ser encontrado na prescrição da NBR 8800 (2008).
= tensão resistente da coluna determinada em função do índice de esbeltes reduzido
30

6 OTIMIZAÇÃO

Por muito tempo o projeto estrutural era realizado de maneira convencional através de
métodos de tentativa e erro, em que a determinação da melhor solução passa unicamente pela
experiência do engenheiro projetista (FONSECA, 2007). Segundo Nuvelli et al. (2016), surge
assim, as técnicas de otimização estrutural como ferramentas que podem ser utilizadas no
processo para se determinar a melhor solução estrutural para um determinado problema.
Segundo Olivieri (2004), pode-se definir a otimização como um conjunto de
procedimentos através dos quais se busca encontrar uma direção que maximize ou minimize
uma função objetivo, almejando-se sempre o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.
A estratégia adotada nessa busca é que caracteriza os diferentes métodos de otimização
existentes.
Os problemas de otimização podem ser, de maneira geral, representados com suas
devidas características como mostra a Eq. (11):

(11)

Onde:
f(x) = função Objetivo.
Função principal que deverá ser minimizada ou maximizada;
c(x)≤0 - restrições.São inequações que devem ser atendidas;
ceq (x)=0 - restrições.São equações que devem ser atendidas;
lb -vetor de limites inferiores;
ub - vetor de limites superiores;
xo - ponto inicial das iterações.
31

Dependendo da natureza e/ou restrições do problema, pode-se dividir os métodos de


otimização em dois grupos principais: a programação linear e a programação não-linear
(OLIVIERI, 2004).
Dentro dos métodos de programação Não-linear, encontram-se diversos métodos. Um
método que bastante se destaca devido ao método de busca são os métodos Não-
determinísticos. Esses métodos são conhecidos por utilizar de técnicas que imitam, de forma
simplificada, fenômenos ou processos encontrados na natureza.
Conforme Michalewicz (1997), dentro da classe Não-determinística, os mais
conhecidos algoritmos incluem: As Estratégias Evolutivas, os Algoritmos Genéticos a
Programação Evolutiva e a Programação Genética, e ainda formas híbridas desses algoritmos.
Os algoritmos evolutivos ou evolucionários são técnicas numéricas de otimização e
busca inspirados em analogias com a natureza, as quais incluem, geralmente, o processo
evolutivo de seres vivos e o comportamento social de animais e insetos (GOLDBERG, 1989).
Uma das vantagens desse tipo de algoritmo é a resolução de problemas com variáveis
discretas. Assim, esse tipo de algoritmo, devido apresenta melhores resultados para a solução
em questão, será o utilizado dentro de ferramentas específicas.

6.1 Perfis de seção I utilizados

Os perfis utilizados para busca da menor seção foram de aço laminado de seções W do
Tipo I como apresentado na Fig. 9. A lista de perfis e seus respectivos parâmetros
geométricos é apresentada no Anexo I.
32

Figura 9 - Perfil de Seção I analisado

Fonte: Pfeil e Pfeil (2009)

6.2 Problema de Otimização

A planilha eletrônica do Excel apresenta a ferramenta Solver para a solução de


problemas de otimização, a qual trabalha com três tipos de algoritmos. Um desse tipos é
baseado em algoritmo evolucionário e será utilizado para a solução desse problema. O
procedimento de otimização para esse problema pode ser formulado, de acordo com
parâmetros de dimensionamento da norma e geometria dos perfis comerciais, como
apresentado na Eq. (12).

(12)
33

O dimensionamento ótimo é realizado utilizando parâmetros geométricos inicias,


porém não se encontram como parâmetros de entrada na planilha eletrônica como pode ser
apresentado na Fig. 10.

Figura 10 - Dados de saída para o dimensionamento ótimo da seção

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

A seção é escolhida de acordo com a carga solicitada, juntamente com os parâmetros


de segurança aplicados as ações (ou solicitações) e aplicado a resistência. Além disso, pode-se
alterar a escolha do tipo de aço utilizado e seu modulo de elasticidade, bem como no
comprimento da peça e seus coeficientes devido ao tipo de apoio (coeficiente k).
No “botão” de otimização foi aplicado uma “macro”, que é uma ferramenta de
gravação da planilha eletrônica Excel. Após colocar os dados de entrada e “clicar” para
otimizar é realizada a otimização através da ferramenta Solver, onde a formulação do
problema que segue a Eq. (12) e as características do algoritmo evolucionário pode ser
apresentada na Fig. 11 e 12, respectivamente.
34

Figura 11 - Dados de entrada no Solver de acordo com a Eq. (12)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Na Fig. 11 pode-se notar os locais da Função objetiva (Definir função objetivo),


podendo-se Maximizar, Minimizar ou levar para um valor pré-definido a mesma. Além disso,
tem-se o local para adicionar as variáveis (alterando células variáveis) e o local para as
Restrições (Sujeito às Restrições). Por fim, pode-se selecionar o método de otimização (nesse
caso, o Evolutionary).
35

Figura 12 - Características do algoritmo Evolucionário do Solver

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Na Fig. 12 é apresentado a aba de configurações da característica de cada algoritmo,


onde está selecionado o algoritmo evolutivo.
Esse valor para a convergência pode ser utilizado como critério de parada de busca do
algoritmo. O valor da taxa de mutação indica qual a probabilidade de haver mutação nos
elementos de cada geração durante a evolução. Tem a função de promover um aumento da
diversidade populacional, possibilitando uma maior varredura do espaço de busca. Se for
muito baixa, pode acontecer um comprometimento da diversidade na população. Se for muito
alta, acontecerão buscas essencialmente aleatórias, o que poderá afetar a convergência do
programa. O tamanho da população tem uma influência bastante relevante na eficiência e no
tempo de processamento do programa. Quanto maior for seu valor, maior é a diversidade de
soluções a cada geração, assim como mais demorada se torna a otimização do problema. No
entanto, uma população pequena pode afetar o desempenho do algoritmo, uma vez que o
domínio de busca se torna mais restrito.
36

Após resolução no Solver, do problema de otimização, os dados de saídas são


apresentados na planilha como mostra a Fig. 13.

Figura 13 - Dados de saída para o dimensionamento ótimo da seção

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Após adquirir a menor área da seção bruta para a peça, podemos chegar ao peso do aço
utilizando a densidade do mesmo e o comprimento real. Vale lembrar que a planilha também
consta, além da parte de Dados de Entrada e Dados de Saída, a parte de Embasamento teórico
para que o usuário saiba como a mesma foi elaborada. Essa parte do Embasamento Teórico
pode ser apresentada no Anexo B.
37

7 APLICAÇÕES E RESULTADOS

Para validação da planilha de otimização será apresentado um primeiro caso com


estipulação de dados de entradas diferentes para análise do perfil. Após tal apresentação, será
realizada outras aplicações práticas.

7.1 Aplicação I – Variação da Carga no Pilar para Pórtico Contraventado

De maneira a simular um dimensionamento prático, será mantido o tipo de aço,


módulo de elasticidade, os coeficientes de segurança, comprimento da coluna e as condições
de apoio. Nesse caso a condição de apoio é aplicada simulando um pilar contraventado, ou
seja, engastado na base e rotulado no topo. Esse tipo de estrutura é bastante comum tanto em
edifícios no geral (quando é permitido fazer o contraventamento) quanto em estruturas de
galpões (contraventamento entre pórticos). A planilha permite utilizar os dados teórico ou
dados da recomendação da norma. Nesse caso, tentado representar a prática de projeto, será
adotado os valores recomendados. Portanto, será utilizado a opção 2 com valores
recomendados, chegando assim em um valor do coeficiente de flambagem (k) de 0,80.
Será aplicado 3 tipos de cargas solicitantes e analisado o perfil ótimo. Os dados de
entrada e saída para cada situação é apresentado, respectivamente, nas Fig. 14, 15, 16.
38

Figura 14 - Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 0,80 e L = 3m)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Para carga de 100 kN, apresentado na Fig. 14 chegou-se a um perfil W150 x 13,0 de
peso total igual a 39,09 kg.
39

Figura 15 - Dados de entrada e saída para solicitação de 500 kN (k = 0,80 e L = 3m)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Para carga de 500 kN, apresentado na Fig. 15 chegou-se a um perfil W250 x 28,4 de
peso total igual a 85,96 kg.
40

Figura 16 - Dados de entrada e saída para solicitação de 1000 kN (k = 0,80 e L = 3m)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Para carga de 1000 kN, apresentado na Fig. 16 chegou-se a um perfil W310 x 52,0 de
peso total igual a 158,02 kg.
Os resultados para cada caso analisado podem ser apresentados melhor no Anexo C.
A Tab.1 apresenta a análise comparativa da seleção dos perfis baseados na área da
seção bruta calculada.

Tabela 1 - Comparativo da área ótima calculada com a comercial


Carga Solicitante (kN)
Parâmetros
100 500 1000
Área bruta
16,28 34,20 66,60
Calculada (cm²)
Perfil Comercial W 150 x 13,0 W 250 x 28,4 W 310 x 52,0
Área comercial
16,60 36,5 67,1
(cm²)
41

Através da Tab. 1 podemos observar o aumento gradual dos perfis quando ocorre o
aumento gradual da carga, verificando assim um comportamento condizente da busca gerada
pelo algoritmo.
O algoritmo foi programado para selecionar a menor área da seção bruta comercial
imediatamente maior ou igual (≥) que a calculada. Se verificarmos no Anexo I, esse princípio
é atendido para todas as solicitações abordadas. Para a carga 500 kN temos uma área bruta de
34,20 cm² e a ótima encontrada pelo algoritmo é a do perfil com área de 36,5 cm². No Anexo
I também podemos encontrar uma área bruta comercial idêntica a calculada (para duas casas
decimais), dado pelo perfil W 200 x 26,26. Entretanto, a calculada apresenta alguns valores
numéricos após a vírgula, o que justifica a escolha do perfil imediatamente maior que o perfil
com 34,20 cm² (perfil W250 x 28,4).

7.2 Aplicação II – Pilar para Pórtico Rígido

Uma outra aplicação prática está relacionada com a condição de apoio dos pilares para
pórtico rígido com viga treliça (ou viga com rigidez similar a dos pilares), ou seja, pilar
engastado na base e com rolete no topo. Sendo assim, será aplicada uma carga de 100 kN
mantido o tipo de aço, módulo de elasticidade, os coeficientes de segurança e comprimento da
coluna da Aplicação I para poder comparar os resultados. Os dados de entrada e saída para
essa situação está apresentado na Fig. 17.
42

Figura 17 - Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 1,20 e L = 3m)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Devido a mudança nas condições de contorno, onde saiu de uma condição de apoio do
Tipo 2 (k = 0,80), utilizando a recomendação da norma, para um Tipo 6 com coeficiente de
flambagem de 1,20, é possível notar um aumento no perfil utilizado. O perfil antes W 159 x
13,0 foi para um W 150 x 18,0 para vencer o maior comprimento de flambagem da coluna.
Pode-se verificar melhor os dados de saída para esse caso no Apêndice C.

7.3 Aplicação III – Pilar para Pórtico Rígido com L = 6m

Foi aplicada a mesma simulação da Aplicação II, mudando agora o comprimento real
da coluna de aço de seção I. Nesse caso, tentando simular um pórtico com pé direto
(comumente exigido pelas arquiteturas) de 6 metros de comprimento, será realizada a
otimização dessa seção utilizando a planilha. Os dados de entrada e saída para essa situação
está apresentado na Fig. 18.
43

Figura 18 - Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 1,20 e L = 6m)

Fonte: Elaborada pelo autor (2018)

Nesse caso, o aumento do pilar foi considerável devido ao aumento do comprimento


real do mesmo. No entanto, isso foi devido ao esforço de compressão o que gera o efeito da
flambagem que é um fator limitante na resistência estrutural dos pilares. Pode-se verificar
melhor os dados de saída para esse caso no Anexo C.
44

8 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

O presente trabalho apresentou um objetivo de elaborar uma planilha eletrônica para


otimizar a escolha de um perfil comercial de seção I, quando submetido a compressão
centrada, utilizando a ferramenta Solver do Excel. Essa ferramenta é um otimizador do qual
apresenta três tipos de algoritmos implementados, onde para esse trabalho a otimização foi
realizada através do algoritmo evolucionário.
Uma das primeiras conclusões foi relacionado a elaboração da planilha eletrônica
utilizando o Excel. Esse software apresentou uma maior facilidade de implementação sem a
necessidade do conhecimento profundo de programação. Além da própria implementação dos
demais passos realizados no desenvolvimento da planilha, a ferramenta Solver também
demonstrou ter uma aplicabilidade bastante simplificada, precisando apenas de um
conhecimento prévio sobre o conceito de otimização.
Além da simplicidade da ferramenta, foi possível se constatar a eficácia do algoritmo
utilizado na busca das dimensões ótimas do perfil. Por trabalhar melhor com variáveis
discretas do que outros tipos de algoritmos, os evolutivos apresentam uma vasta aplicação na
engenharia estrutural devido à natureza intrínseca de conter variáveis discretas. Assim, esses
tipos de algoritmos garantem um melhor resultado para esse tipo de problema.
Para demonstrar a funcionalidade do algoritmo e da planilha como um todo, foi
realizado algumas aplicações práticas. Podemos destacar essas aplicações com as seguintes
características e conclusões:
Aplicação I: Incialmente, foi realizada uma aplicação simples no intuito de verificar se
a otimização estava sendo bem-sucedida. Através da Aplicação I foi possível constatar a
funcionalidade coerente do otimizador. Após garantia do funcionamento da planilha foi
realizada mais aplicações com enfoques práticos.
Aplicação II: Nessa aplicação foi mantida as configurações da situação 1 da Aplicação
I, porém fazendo uma análise apenas das condições de contorno, ou seja, alterando o valor do
coeficiente de flambagem (aumentado). Nessa aplicação foi possível verificar um aumento do
perfil para o aumento do coeficiente, o que gerou mais um indicativo da coerência e da
eficiência do otimizador.
Aplicação III: Para fazer um comparativo com a Aplicação II, nessa também foi
mantido as configurações da Aplicação II, porém alterando apenas o comprimento da barra.
Aumentando o comprimento do elemento implica em uma menor carga crítica de flambagem,
45

portanto, exige a necessidade de um perfil mais robusto (maior) para uma mesa carga e
mesma condição de contorno. Isso foi possível constatar no resultado dessa aplicação após
aplicar a otimização
Verificou-se que o padrão da normativa para seleção de perfis apresenta bastante
simplicidade para a formulação de problemas de otimização. No entanto, notamos que o
conhecimento do método a ser utilizado é de fundamental importância para se chegar a um
resultado satisfatório.
Para trabalhos futuros pode-se expandir a planilha eletrônica para outros tipos de
perfis, bem como para outros tipos de solicitações.
46

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto e execução


de estruturas de aço e de estruturas mistas aço-concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

______. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas. Rio de Janeiro, 2003.

BARBOSA, D. A.; CALDAS, R. B. Estudo Comparativo da Tensão Crítica Elástica de


Flambagem de Chapas Enrijecidas em Aço. IX Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas
(IXCBPE), pp. 40–56.

DIAS, L. A. M. Estruturas de Aço: Conceitos, Técnicas e Linguagem. 1° Ed. Zigurate.


1998.

FONSECA, M. da. Otimização de estruturas treliçadas planas e espaciais sob


carregamento estáticos e dinâmicos, usando algoritmos genéticos e redes neurais. 2007.
184 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Ouro Preto,
Ouro Petro, 2007.

GÓES, J. V. D. R., 2016. Aspectos práticos para análise e


Dimensionamento de estruturas em aço. 2016. 75 f. Monografia (Graduação em
Engenharia Civil) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.

GOLDBERG, D. E. Genetic algorithms in search, optimization and machine learning.


Boston: Addison Wesley Longman, 1989.

MICHALEWICZ, Z., Genetic Algorithms + Data Structures = Evolution Programs. 3° ed.


Berlin: Springer-Verlag, 1996.

NOVELLI, L. ALVES, E. C. AZEVEDO, M. S de. Otimização do Dimensionamento de


Estruturas Tubulares Espaciais de Aço. Engenharia Estudo e Pesquisa. ABPE, v. 16 - n.
1 - p. 53-64 - jan./jun. 2016.

OLIVIERI, B. P. Otimização do projeto de pontes protendidas pré-moldadas pelo


método dos algoritmos genéticos. 2004. 129 f. Tese (Mestrado em Ciências em Engenharia
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PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8ª ed. Rio de Janeiro:
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Frio sujeitos a Interação entre os Modos de Flambagem Local, Distorcional e Global.
2010. 219 f. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia civil) - Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

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Seção I Duplamente Simétricos Sob Compressão Uniforme. 2002. 120 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2002.
47

SOUZA, D. A. Análise Numérica de Colunas com Seções Enrijecidas e Não-Enrijecidas


em Perfis Formados a Frio. 2005. 97 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) -
Universidade Federal de Ouro Preto – Escola de Minas, Ouro Preto, 2005.

SOUZA, D. G. Estudo da Flambagem Local da Mesa de Perfis I com Alma Senoidal Via
Análise Não Linear Pelo MEF. 2006. 156 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Estruturas) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
48

ANEXO A – PERFIL

Fonte: Adaptada Pfeil e Pfeil (2008)


46

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continua)
47

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Continua)
48

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Continua)
49

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Continua)
50

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Continua)
51

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Continua)
52

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Continua)
53

APÊNDICE A – EMBASAMENTO TEÓRICO APRESENTADO DENTRO DA PLANILHA

(Continuação)

(Conclusão)
54

APÊNCIDE B – DADOS DE SAÍDA COMPLETO DAS APLICAÇÕES APRESENTADAS

Dados de saída para solicitação de 100 kN (k = 0,80 e L = 3m)


55

APÊNDICE B – DADOS DE SAÍDA COMPLETO DAS APLICAÇÕES APRESENTADAS

Dados de saída para solicitação de 500 kN (k = 0,80 e L = 3m)


56

APÊNDICE B – DADOS DE SAÍDA COMPLETO DAS APLICAÇÕES APRESENTADAS

Dados de entrada e saída para solicitação de 1000 kN (k = 0,80 e L = 3m)


57

APÊNDICE B – DADOS DE SAÍDA COMPLETO DAS APLICAÇÕES APRESENTADAS

Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 1,20 e L = 3m)


58

APÊNDICE B – DADOS DE SAÍDA COMPLETO DAS APLICAÇÕES APRESENTADAS

Dados de entrada e saída para solicitação de 100 kN (k = 1,20 e L = 6m)

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