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1. Introdução
A manutenção elétrica nas indústrias sucroáeiras compreende mais do que somente garantir o
bom funcionamento dos equipamentos. É responsável comumente pela segurança dos
trabalhadores, garantindo as boas condições dos ativos industriais.
Deste modo, devem ser propostas medidas práticas e estratégicas, com o objetivo de reduzir
todos e quaisquer riscos e perigos, comofalhas que podem surgir ao longo do tempo,
prejudicando o estado normal dos instrumentos e a segurança dos operadores. Em seguida
implementar recomendações e treinamentos que possam prevenir e evitar acidentes
pertinentes ao serviço prestado na manutenção de máquinas,processos e equipamentos
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elétricos. Cumprindo o dever de prever qualquer situação perigosa que possa resultar num
eventual incidente, de acordo com as normativas regulamentadoras específicas.
Segundo Araujo e Câmara (2010), existem três formas de atuação da manutenção elétrica
numa indústria:
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De acordo com Carvalho et al (2004) é habitual na faixa entre 120 e 200°C, temperatura
comum para os processos de cozimento, secagem e evaporação. Já a geração de energia
elétrica trabalha em níveis mais elevados de temperatura, entre 400 e 950°C.
Esse processo evidencia as condições de trabalho a que o mantenedor estará exposto durante
uma eventual manutenção no meio laboral. A temperatura excessiva e a possibilidade de
vapores e um risco de descarga elétrica é um grande fator de risco.
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Assim como os trabalhos com soldagem, o manutentor eletricista deve ser uma pessoa
qualificada para exercer sua função. A Norma Regulamentadora nº 10 (Segurança em
Instalações e Serviços em Eletricidade) do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece os
requisitos e condições mínimas que devem ser atendidas para garantir a saúde e segurança dos
empregados que, direta ou indiretamente, interajam com instalações e serviços com
eletricidade.
Como forma de proteção individual contra descargas elétricas e queimaduras por arcos
elétricos existe hoje uniforme (blusas, calças e luvas) com proteção retardante a chama, além
de luvas, óculos de proteção e balaclavas (tipo gorro isolante, que protege a face). Estes
devem ser especificados para cada tipo de trabalho, verificando mobilidade e proteção contra
as diversas tensões e correntes elétricas em que estiverem expostos.
Medidas de controle podem ser tomadas para neutralizar ou minimizar os riscos dos trabalhos
de manutenção em ambientes inflamáveis. Como forma de proteção coletiva tem-se a
ventilação e exaustão de interiores que, segundo Gomes e Ruppenthal (2002, p.4) garantem a
segurança durante a operação num local com essas especificações.
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Manutenção Corretiva;
Manutenção Preventiva;
Manutenção Preditiva;
TPM(Manutenção Produtiva Total).
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O profissional que desenvolve operações nesse setor entra em contato com espaços de
variados níveis de exposição à periculosidade. A manutenção elétrica inerente aos locais
previstos pelo arranjo físico da planta é repleta de fases que ora apresentam baixo grau de
riscos, ora pontos com extrema necessidade de cuidados, treinamento, advertências,
monitoramento e/ou sistemas de prevejam qualquer acidente ocasional por falha humana ou
do equipamento.
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Apesar de ser uma atividade em altura, com risco de queda, tais procedimentos não se
enquadram em uma atividade periculosa ou insalubre.
Outra função rotineira e de alto risco de picadas de animais peçonhentos é a retirada de cabos
das caixas de passagem no subterrâneo, sua manutenção e a passagem para uma estrutura
aérea. Neste caso em particular a atividade pode ser realizada em áreas perigosas da planta ou
ao lado da subestação de energia (Figura 3).
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6.1.2. Subestação
O rigor do trabalho na subestação é caracterizado por uma exposição a riscos físicos intensos.
A tensão de trabalho na área da subestação é de 13,8 kV de acordo com o recebido da
concessionária de energia. As condições nesse ambiente trazem a uma reflexão sobre o
trabalho do técnico ou eletricista responsável, mediante a grande presença de fatores de
periculosidade, como: cabos de alta tensão, temperatura elevada, espaço restrito para
execução de procedimentos, etc. O profissional pode se deparar com situações onde precisará
desmontar e montar cabos na subestação durante as remoções de um transformador (Figura
4).
Figura 4 - Área da subestação
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A manutenção elétrica em áreas classificadas como perigosas detém uma atenção mais
específica e esboça a necessidade de um controle mais abrangente e rigoroso das atividades
desenvolvidas. Por isso, um intenso controle documental através das permissões de trabalho e
procedimentos de segurança fazem-se necessários.
6.2.1. Destilaria
A operação nesse espaço laboral se faz cheio de fatores externos e internos que influenciam
no grau de riscos de acidentes e agentes físicos e químicos que podem agir prejudicialmente à
saúde, funcionando contra a segurança pré-estabelecida pelas normatizações.
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Na área dos tanques de etanole de seu carregamento faz-se necessário fazer tubulações e
passar cabos em condições de perigo. Normalmente os operadores do carregamento de etanol
assim como os da destilaria recebem pelo adicional de Periculosidade (Figura 6). O eletricista
de forma similar adentra de forma habitual e intermitente nesta área de risco.
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6. Considerações finais
É conhecido que mesmo com toda tecnologia existente atualmente, não pode extinguir e/ou
controlar todos os perigos e riscos das atividades de manutenção nesses ambientes, em virtude
de diversos fatores, tais como o fator humano (falta de informação, negligência, estresse) e
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cultura da empresa (principalmente o não atendimento aos requisitos legais, por custo,
desmazelo ou desconhecimento). Têm-se também as comuns características de algumas
empresas terceirizarem estas atividades de manutenção elétrica submetendo os trabalhadores a
riscos intensos e condições precárias. Portanto, nota-se a necessidade de um cuidado e atenção
toda especial nas atividades que envolvem a manutenção elétrica em usinas de produção de
etanol.
7. Referências
ARAUJO, I. M.; CÂMARA, J. M.. Estrutura organizacional da manutenção. O Setor Elétrico, 2010. 68-71 p.
CARVALHO, Fabiano da Rosa; NOGUEIRA, Luiz Augusto Horta; TEIXEIRA, Flávio Neves. Cogeração e
Geração Distribuída. In: LORA, Electro Eduardo Silva, NASCIMENTO, Marco Antonio Rosa. Geração
termelétrica: planejamento, projeto e operação. Rio de Janeiro: Interciência: 2 volumes, 2004. 1296 p.
GOMES, Altamir Almeida; RUPPENTHAL, Janis Elisa. Aspetos de higiene e segurança na soldagem com
eletrodos revestidos e microempresas do tipo serralheria. XXII Encontro Nacional de Engenharia de
Produção. Curitiba, 2002.
MORÁN, Angel Vázquez. Manutenção Elétrica Industrial. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2004.
VIANA, Herbet Ricardo Garcia. PCM – Planejamento e Controle da Manutenção. 1ªed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2002. 167 p.
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