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DESCRIÇÃO

Introdução aos Sistemas Elétricos de Potência: definição, componentes e estrutura.

PROPÓSITO
Compreender o significado de um Sistema Elétrico de Potência a partir da descrição de seus
componentes e do conhecimento de seus subsistemas, bem como a sua importância em edificações e
equipamentos elétricos ou eletrônicos.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel e caneta.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Reconhecer o Sistema Elétrico de Potência

MÓDULO 2

Descrever o Sistema de Geração

MÓDULO 3

Descrever o Sistema de Transmissão

MÓDULO 4

Descrever o Sistema de Distribuição

SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

MÓDULO 1
 Reconhecer o Sistema Elétrico de Potência

DEFINIÇÃO DE SISTEMA ELÉTRICO DE


POTÊNCIA

ESTRUTURA DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE


POTÊNCIA

O Sistema Elétrico de Potência (SEP) pode ser definido como um sistema elétrico capaz de gerar,
transmitir e distribuir energia elétrica. O SEP deve ser capaz de atender aos seguintes requisitos:
Segurança: O suprimento de energia elétrica não pode causar danos aos consumidores.

Continuidade: Atendimento contínuo das demandas de Potência Ativa (P) e Reativa (Q).

Qualidade: Fornecimento de energia elétrica com tensão e frequência constantes.

Confiabilidade: Capacidade de operar em diferentes condições e manter a estabilidade.

Economia: O custo global da operação deve ser minimizado desde que atenda aos itens anteriores.

O SEP é dividido em três grandes subsistemas:

Fonte: Shuterstock.com

GERAÇÃO

Responsável pela conversão de energia primária em energia elétrica.


Fonte: Shuterstock.com

TRANSMISSÃO

Responsável pelo transporte de energia elétrica das unidades geradoras aos centros de consumo.

Fonte: Shuterstock.com

DISTRIBUIÇÃO

Responsável pela entrega da energia elétrica aos consumidores.


COMPONENTES DE UM SEP
Veja um exemplo simplificado de um SEP com seus principais componentes:

Fonte: EnsineMe.
 Figura 1 – Representação unifilar de um SEP.

A energia é gerada nos geradores G1 e G2 e chega às subestações (barras) SE1 e SE2 através de
Linhas de Transmissão. Essas subestações estão conectadas entre si através do transformador, e
SE1 está conectada a uma carga de 120 MW.

Os principais componentes de um SEP são:

GERADORES

Máquinas capazes de converter energia mecânica em energia elétrica. A maior parte dos geradores
utilizados em sistemas de potência é de Corrente Alternada (CA), trifásicos e síncronos, cuja
frequência de giro do motor está vinculada à frequência elétrica da rede.

 VOCÊ SABIA
No Brasil, é comum a utilização de geradores síncronos desconectados de carga: os chamados
compensadores (ou capacitores) síncronos. Esses elementos não fornecem potência ativa, mas
auxiliam no controle de potência reativa da rede.

O modelo simplificado do gerador síncrono, bastante utilizado nos cálculos de fluxo de potência, é
composto por uma fonte de tensão constante em série com a resistência de armadura e a reatância
síncrona. Em geral, a resistência é muito menor que a reatância e pode ser desprezada. Esse modelo
simplificado é representado na figura 2:

Fonte: EnsineMe.
 Figura 2 – Modelo equivalente do gerador síncrono.

REATÂNCIA

Resistência natural de indutores e capacitores à variação de corrente elétrica alternada e tensão


elétrica alternada.

TRANSFORMADORES

Máquinas que operam de acordo com o princípio da indução eletromagnética, capazes de converter a
potência CA entre distintos níveis de tensão, mantendo a frequência.

Os transformadores podem ser divididos em:

Transformadores de Força

Seus enrolamentos primário e secundário são ligados em série ao circuito. Ao aumentar o nível de
tensão no secundário, a corrente diminuirá, o que gerará menor perda de potência ativa devido ao
efeito Joule. Assim, os Transformadores de Força elevam as tensões geradas nas usinas. A energia é
transmitida a altos níveis de tensão e, então, é reduzida a valores seguros até o consumo domiciliar.

Transformadores de instrumentação

Possuem o enrolamento primário ligado em série ao circuito, enquanto o secundário alimenta


instrumentos de medição, proteção ou controle a níveis de tensão ou corrente muito mais baixos que o
do circuito. Os Transformadores de Corrente (TC) possuem nível de corrente no secundário,
padronizado em 5 A, enquanto os Transformadores de Potencial (TP) possuem tensão secundária
nominal de

115
115/
√3

OBSERVAÇÃO

A barra não representa uma divisão.

Veja os modelos de Transformadores de Força e Transformadores de Corrente em subestações de


grande porte:

Fonte: Shuterstock.com
Fonte: Shuterstock.com

 Figura 3 – Transformador de Força e Transformadores de Corrente, respectivamente.

LINHAS DE TRANSMISSÃO

Elementos responsáveis pelo transporte da energia elétrica nos maiores níveis de tensão, cujos
parâmetros elétricos dependem, essencialmente, de suas características físicas. As Linhas de
Transmissão (LT) são compostas fundamentalmente por condutores, isoladores, torre de suporte e
cabo para-raios.

CARGAS

As cargas representam o consumo de potência por parte dos consumidores. O consumo industrial é
trifásico, enquanto o residencial, prioritariamente, é monofásico, de modo que as distribuidoras
buscam manter um equilíbrio entre as fases.

 COMENTÁRIO

Em estudos elétricos, normalmente, representa-se o consumo de toda uma região como uma única
carga conectada a uma barra (subestação).
Como as características das cargas industriais, comerciais e residenciais são muito distintas, a carga
equivalente pode ser representada por diferentes modelos, dependendo do estudo a ser realizado.
São eles:

1. Modelo exponencial –

kp kq
V V
P = Po . ( ) e Q = Q . ( )
o
Vo Vo

. Em geral, essas constantes encontram-se na faixa de 0 a 2.

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

2. Potência constante (Pcte) – A carga não varia com a tensão.

3. Corrente constante (Icte) – A carga varia linearmente com a tensão (S = VI).

4. Impedância constante (Zcte) – A carga varia com o quadrado da tensão (S = V²/Z).

5. ZIP – A carga é modelada por uma junção dos três modelos anteriores, conforme mostra o conjunto
de equações 1:

2
V V
P = (Pp + Pi . ( ) + Pz . ( ) ) . Po  ,   tal que Pp + Pi + Pz = 1.
Vo Vo

2
V V
Q = (Q + Q .( ) + Q .( ) ) . Q  ,   tal que Qp + Qi + Qz = 1.
p i z o
Vo Vo

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

(Equação 1)

SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO


O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) é composto pelas seguintes organizações:
Fonte: EnsineMe.
 Figura 4 – Estrutura organizacional do Setor Elétrico Brasileiro.

CNPE - CONSELHO NACIONAL DE PESQUISA


ENERGÉTICA
Órgão vinculado à Presidência da República, cuja principal atribuição é a formulação de políticas e
diretrizes para os recursos energéticos do país.

CMSE - COMITÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR


ELÉTRICO
Comitê cujo objetivo é o(a) permanente acompanhamento e avaliação da continuidade e a segurança
do suprimento eletroenergético no país.

MME - MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA


Órgão responsável pela implementação das políticas energéticas do país. Possui duas secretarias
com interface com o SEB: a Secretaria de Energia Elétrica (SEE) e a Secretaria de Planejamento e
Desenvolvimento Energético (SPE). O Ministro de Minas e Energia é também presidente do CMSE e
do CNPE.

EPE - EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA


Empresa pública vinculada ao MME, que tem por finalidade prestar serviços de estudos e pesquisas
destinadas ao subsídio do planejamento do setor elétrico.

ONS - OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO


Associação civil de direito privado e sem fins lucrativos, responsável pela operação, pela supervisão e
pelo controle da operação das instalações de geração e transmissão do Sistema Interligado Nacional
(SIN) e pelo planejamento da operação dos sistemas isolados.

ANEEL - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA


Autarquia com função de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização
de energia elétrica.

CCEE - CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA
Instituição responsável pela estrutura (aspectos regulatórios, operacionais e tecnológicos) de
comercialização de energia elétrica.

O SEB é abastecido prioritariamente por usinas hidrelétricas, possui mais de 140 mil km de Linhas de
Transmissão, em um sistema prioritariamente de Corrente Alternada, trifásico e com frequência 60 Hz.
Ele opera de maneira interligada por meio do SIN, que abrange cerca de 98% da capacidade
produtiva de energia elétrica do país, e é dividido em 4 subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste,
Nordeste e Norte.

A coordenação da operação do SIN baseia-se na interdependência operativa entre as usinas,


interconexão dos sistemas e integração dos recursos de geração e transmissão.

O SIN PERMITE O INTERCÂMBIO DE ENERGIA


ELÉTRICA ENTRE REGIÕES QUE APRESENTAM
CONDIÇÕES HIDROLÓGICAS DIFERENTES,
GARANTINDO MELHOR OTIMIZAÇÃO DE
RECURSOS E CONTÍNUO SUPRIMENTO DE
ENERGIA ELÉTRICA EM TODO O TERRITÓRIO.

O SEB também é composto por sistemas que não são interligados ao SIN: cerca de 235 Sistemas
Isolados (SI), supridos prioritariamente por usinas térmicas a óleo diesel.

 SAIBA MAIS

A maior parte dos SI localiza-se na Região Norte, mas há casos no Mato Grosso, além da ilha de
Fernando de Noronha. Atualmente, o estado de Roraima é o único fora do SIN, mas deve ser
interligado até o final de 2023 por meio da linha Boa Vista – Manaus, de acordo com estimativas do
MME.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. AS CARGAS A SEREM ENTREGUES EM ÁREAS INDUSTRIAIS, COMERCIAIS


E RESIDENCIAIS SÃO ALTAMENTE DISTINTAS, O QUE FAZ COM QUE A
CARGA EQUIVALENTE POSSA SER REPRESENTADA POR MODELOS
MATEMÁTICOS DIVERSOS.

DIANTE DA EXPLANAÇÃO ACIMA, ANALISE AS ASSERÇÕES ABAIXO:

NO MODELO MATEMÁTICO EXPONENCIAL AS POTÊNCIAS ATIVAS (P) E


REATIVA (Q) PODEM ASSUMIR SEUS RESPECTIVOS VALORES NOMINAIS
P0 E Q 0.

PORQUE

AS CONSTANTES KP E KQ PODEM ASSUMIR VALORES NULOS.

A) A asserção I está correta e a asserção II está incorreta.

B) A asserção I está incorreta e a asserção II está correta.

C) As asserções I e II estão corretas e a asserção II é uma justificativa da asserção I.

D) As asserções I e II estão corretas, mas a asserção II não é uma justificativa da asserção I.

E) As asserções I e II estão incorretas.

2. CONSIDERE V (VERDADEIRAS) OU F (FALSAS) AS FUNÇÕES DE CADA


AGENTE DO SETOR ELÉTRICO EM UM LEILÃO:

O CNPE IDENTIFICA A NECESSIDADE DE AMPLIAR O PARQUE GERADOR.


O MME REALIZA OS ESTUDOS TÉCNICOS DE VIABILIDADE DE
POTENCIAIS USINAS.

A ANEEL DEFINE AS REGRAS DO LEILÃO A SER REALIZADO PELA CCEE.

O ONS ACOMPANHA O CRONOGRAMA DE OBRAS.

ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A ORDEM CORRETA:

A) V – F – F – V

B) V – F – V – F

C) V – V – V – V

D) F – F – F – V

E) V – V – V – F

GABARITO

1. As cargas a serem entregues em áreas industriais, comerciais e residenciais são altamente


distintas, o que faz com que a carga equivalente possa ser representada por modelos
matemáticos diversos.

Diante da explanação acima, analise as asserções abaixo:

No modelo matemático exponencial as potências ativas (P) e reativa (Q) podem assumir
seus respectivos valores nominais P0 e Q0.

PORQUE

As constantes kp e kq podem assumir valores nulos.

A alternativa "C " está correta.

As constantes kp e kq podem assumir valores que variam de 0 a 2. Quando estas possuem valores

igual a 0,

kp kq
V V
P = Po . ( ) e Q = Qo . ( ) ,
Vo Vo
assumem respectivamente a característica de:

kp 0
V V
P = Po . ( ) = Po . ( ) = Po
Vo Vo

kq 0
V V
Q = Qo . ( ) = Qo . ( ) = Qo
Vo Vo

2. Considere V (Verdadeiras) ou F (Falsas) as funções de cada agente do setor elétrico em um


leilão:

O CNPE identifica a necessidade de ampliar o parque gerador.

O MME realiza os estudos técnicos de viabilidade de potenciais usinas.

A ANEEL define as regras do leilão a ser realizado pela CCEE.

O ONS acompanha o cronograma de obras.

Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta:

A alternativa "B " está correta.

Em alguns casos, para atender a demanda de energia local, é necessário ampliar o parque gerador a
fim de evitar sobrecarga da rede e apagões. Essa necessidade de ampliação é dada pelo CNPE. Para
poder produzir a energia, é necessário realizar um leilão, que é organizado e possui regras definidas
pela ANEEL.

MÓDULO 2

 Descrever o Sistema de Geração

MATRIZ ENERGÉTICA
SISTEMA DE GERAÇÃO

A matriz energética representa o conjunto de fontes de recursos energéticos utilizados em


determinada região. O Brasil, rico em recursos naturais, possui uma matriz energética bastante
diversificada, com ligeira predominância de fontes não renováveis (53%), principalmente devido à forte
presença do petróleo e derivados (36%).

A MATRIZ ELÉTRICA É UM SUBCONJUNTO DA


MATRIZ ENERGÉTICA E REPRESENTA APENAS AS
FONTES DE ENERGIA UTILIZADAS PARA GERAÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA.

 VOCÊ SABIA

O Brasil possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com cerca de 80% da energia
proveniente de fontes renováveis, principalmente de hidrelétricas (60%).

Para efeito de comparação, países como Alemanha, China e Estados Unidos geram mais de 40% da
energia elétrica pela queima de carvão, enquanto 70% da matriz elétrica da França provêm de energia
nuclear.

Fonte: Shutterstock.com

Cerca de 12% da energia brasileira provém da Usina Hidrelétrica (UHE) Itaipu Binacional, responsável
por abastecer mais de 80% do consumo paraguaio. Essa usina possui 20 unidades geradoras, com
capacidade instalada total de 14000 MW. A maior UHE do mundo, a chinesa Três Gargantas, possui
capacidade de 22500 MW, mas sua produção anual se assemelha aos níveis de Itaipu: por volta de
100 milhões de MWh/ano.
CAPACIDADE INSTALADA

Potência máxima que pode ser produzida.

GERAÇÃO HIDRÁULICA
As centrais hidrelétricas (ou hidroelétricas) geram energia elétrica a partir da energia potencial de
cursos d’água. Cria-se uma barragem em um curso d’água, como um rio, capaz de gerar uma
diferença de altura entre os níveis jusante (antes da barragem) e montante (depois da barragem).
Entre os níveis, existe um conduto forçado que leva a água do nível jusante ao montante, passando
pelas turbinas.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 5 – Funcionamento de uma usina hidrelétrica.

A energia cinética capaz de girar as turbinas provém da energia potencial obtida pelo desnível criado
pela barragem. As turbinas estão acopladas aos geradores, assim, sua rotação faz o rotor do gerador
girar. O campo magnético girante do gerador produz, então, a energia elétrica.
 COMENTÁRIO

Os níveis de tensão dos geradores situam-se, habitualmente, na faixa de 10 a 25 kV, limitados,


principalmente, pela isolação do equipamento.

Esses geradores são conectados a transformadores elevadores, e a energia é assim escoada pelas
Linhas de Transmissão.

Os geradores possuem ainda dispositivos de controle associados a eles, como os reguladores de


velocidade, cuja primária função é manter a velocidade de rotação do conjunto turbina/gerador, a partir
da abertura e do fechamento de distribuidores, mantendo a frequência elétrica constante.

 ATENÇÃO

É importante ainda a presença do regulador de tensão, que conserva a tensão de armadura ajustada
a partir do controle da corrente de excitação do gerador.

A potência elétrica (P) é diretamente proporcional à vazão da água (Q) e à altura do reservatório (H),
conforme mostra a equação 2:

P = k. Q. H  

(Equação 2)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que k é uma constante.

No entanto, para o cálculo da potência elétrica obtida ao final do processo, devemos considerar os
rendimentos do sistema hidráulico, da turbina e do gerador, principalmente. A equação 3 expressa a
potência final em função desses rendimentos:

Pf inal = P . η .η .η
sh tu ge
(Equação 3)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A ANEEL divide as usinas hidrelétricas em três tipos, de acordo com sua potência:

Central Geradora Hidrelétrica com Capacidade Instalada Reduzida (CGH) = P ≤ 5 MW.

Pequena Central Hidrelétrica (PCH) = 5 MW < P ≤ 30 MW, com área de reservatório de até 13 km².

Usina Hidrelétrica (UHE) = demais casos.

As hidrelétricas, inclusive, podem ser divididas quanto à forma de utilização das vazões naturais:

Fonte: Shutterstock.com

Usinas com reservatório (ou de acumulação): Alteram o curso do rio para a criação de um grande
reservatório capaz de suprir a geração em momentos de seca.

Fonte: Shutterstock.com
Usinas a fio d’água: Possuem reservatório com acumulação capaz de prover regularização diária ou
semanal (Itaipu), no máximo, devendo escoar o excesso por meio dos vertedouros.

VERTEDOUROS

Estruturas hidráulicas utilizadas para medição ou controle de vazão d’água.

Fonte: Shutterstock.com

Usinas do tipo reversível: Possuem um sistema de bombeamento do reservatório inferior ao


superior, armazenando energia para ser utilizada em períodos de maior consumo.

GERAÇÃO TÉRMICA
A geração termelétrica apresenta vital importância no SEB, abrangendo cerca de 25% de sua
capacidade instalada. No SIN, possui um papel complementar em relação à geração hidráulica,
enquanto é a maior fonte de energia dos Sistemas Isolados.

ESSE TIPO DE GERAÇÃO SE BASEIA NA


CONVERSÃO DE ENERGIA TÉRMICA EM MECÂNICA
E DE ENERGIA MECÂNICA EM ELÉTRICA.

A energia térmica é obtida pela queima de combustíveis, que podem ser fósseis ou renováveis, ou
pela fissão nuclear. O calor gerado provoca a expansão do vapor do fluido de trabalho, acionando o
movimento de rotação das turbinas, que detêm geradores acoplados a seus eixos.

 SAIBA MAIS

Os principais recursos utilizados na geração termelétrica, no Brasil, são: gás natural, biomassa, carvão
e combustíveis fósseis.

Existem dois tipos principais de geração térmica:

Fonte: Shutterstock.com

TURBINA A VAPOR

A combustão é externa, pois a mistura combustível/ar não entra em contato com o fluido de trabalho
(em geral água desmineralizada). Obedece ao Ciclo Rankine: o vapor que sai da turbina, em baixa
pressão, passa por resfriamento, condensação e novamente reaquecimento. É necessária uma
grande diferença de temperatura para a produção do vapor, de forma que esse tipo de turbina possui
eficiência pouco superior a 40%.
Fonte: Shutterstock.com

TURBINA A GÁS

Possui um Motor de Combustão Interna (MCI), em que o fluido de trabalho é a mistura combustível/ar.
Funciona de acordo com o Ciclo Brayton: pode operar com o ar em condição ambiente.

A junção desses dois tipos de turbina forma a geração a ciclo combinado. Os gases liberados à alta
temperatura pela turbina a gás são reaproveitados na geração do vapor para a outra turbina. Essa
combinação implica um aumento do rendimento do ciclo.

 SAIBA MAIS

O governo brasileiro, em 2000, escolheu as usinas termelétricas a ciclo combinado, principalmente as


de gás natural, como a principal tecnologia de geração elétrica a ser implantada em casos
emergenciais.

É importante citar o processo de cogeração, que é a geração de dois ou mais produtos energéticos a
partir do mesmo processo.

 EXEMPLO
No Brasil, as indústrias do setor sucroalcooleiro destacam-se pelo uso da cogeração a partir da
queima do bagaço da cana-de-açúcar.

O custo da energia gerada nas termelétricas é superior ao das hidrelétricas, de modo que o operador
do sistema passa por um dilema ao ter de escolher entre acionar a geração hidráulica ou a térmica.
De maneira simplificada, existem quatro possíveis cenários:

Usina Custo Futuro Custo


Cenários Consequência
acionada atual próximo futuro

Mantém os níveis
1 Hidráulica Baixo Chove Baixo
dos reservatórios.

Não Acionamento futuro


2 Hidráulica Baixo Alto
chove das térmicas.

UHEs vertendo água


3 Térmica Alto Chove (desperdício de Baixo
energia mais barata).

Não Mantém os níveis


4 Térmica Alto Baixo
chove dos reservatórios.

 Tabela 1 – Dilema do operador.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Os casos 1 e 4 indicam decisões acertadas do operador, representando o menor custo possível e


melhor aproveitamento energético. O caso 2 pode gerar uma situação de déficit na geração hidráulica,
enquanto o caso 3 representa o desperdício de energia mais barata em detrimento de uma mais cara
e mais poluente.

GERAÇÃO TERMONUCLEAR
Presente na matriz elétrica brasileira está também a geração a partir de fontes nucleares, no conjunto
localizado em Angra dos Reis (RJ).

 SAIBA MAIS

Toda forma de exploração de materiais nucleares é monopólio da União, sendo a Eletrobras


Eletronuclear a responsável pela geração, operação e comercialização da energia nuclear.

A geração termonuclear baseia-se no processo de fissão nuclear do urânio-235, a partir de um


bombardeio de nêutrons. Cada átomo fissionado libera energia e nêutrons, o que provoca uma reação
em cadeia no sistema. Entre suas vantagens, podemos destacar:

É uma energia limpa no processo produtivo devido às baixas emissões de carbono.

Independe de localização, de maneira que as suas centrais nucleares podem ser instaladas perto de
centros urbanos para diminuição de custos.

São necessárias pequenas quantidades de urânio para a geração de energia, e o Brasil detém
grandes reservas desse material.

 VOCÊ SABIA

Angra 1, em 2019, atingiu fator de capacidade superior a 98%: o maior entre todas as fontes de
geração elétrica no país, o que comprova a eficiência da geração nuclear.

A geração termonuclear, no entanto, apresenta como desvantagens o alto investimento para a


construção das usinas e o descarte de resíduos radioativos. Além disso, houve diversos casos de
acidentes nucleares, como a usina de Chernobyl, na Ucrânia (1986), e em Fukushima, no Japão
(2011), levando à diminuição da geração nuclear por países como Alemanha e Japão.

OUTRAS FONTES RENOVÁVEIS


Seguindo a tendência mundial, o Brasil vive um momento de grande crescimento nas gerações eólica
e solar.
GERAÇÃO EÓLICA

 SAIBA MAIS

Atualmente, a energia eólica abrange cerca de 8% da capacidade instalada do SIN, e tem previsão de
chegar a 17% em 2029, com diminuição da participação da geração hidráulica, de acordo com a EPE.

Apesar da expansão do parque eólico e da geração distribuída solar, é necessária a manutenção da


geração térmica para segurança operativa do sistema.

A geração eólica baseia-se na conversão de energia cinética gerada por deslocamentos de massas de
ar em energia elétrica. A equação 4 expressa como a potência ideal (P) depende da área varrida pelo
aerogerador (A), da massa específica do ar (ρ) e da velocidade (v) do vento:

3
v
P = A. ρ.
2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A altura das turbinas eólicas em relação ao solo é um fator relevante na concepção do projeto. A
maiores alturas, é possível obter ventos mais constantes e de maior velocidade, pois há menos
perturbações, como rugosidade do terreno e vegetação.

O aerogerador não consegue produzir toda a potência ideal (P), pois a turbina interfere no fluxo de ar,
atuando como bloqueio, de forma que a velocidade de saída é menor que a de entrada.

O MÁXIMO RENDIMENTO POSSÍVEL, TAMBÉM


CONHECIDO COMO LIMITE DE BETZ, É DE APENAS
59,3%, ASSIM AS USINAS APRESENTAM UM
DESEMPENHO NA FAIXA DE 35% A 45%.
O eixo interno da turbina é ligado a um multiplicador mecânico capaz de aumentar a velocidade de
rotação do sistema, respeitando as velocidades mínima (cut-in) e máxima (cut-out) para operação
segura. Esse multiplicador é conectado a um freio e, então, conectado ao gerador elétrico.

A figura 6 ilustra os componentes internos de uma turbina eólica:

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 6 – Funcionamento da turbina eólica.

GERAÇÃO SOLAR

O Sol pode ser utilizado como fonte de energia de duas maneiras: geração térmica (heliotérmica), já
vista, e a fotovoltaica. Nesta última, a obtenção da energia elétrica ocorre por meio do efeito
fotovoltaico, que é a emissão de elétrons em um material metálico ou semicondutor a partir da
incidência da luz.
Fonte: Shutterstock.com

O painel fotovoltaico é composto por uma junção P-N, o que, na incidência da luz, provoca uma
diferença de potencial entre as regiões N e P, compostas por elétrons e lacunas, respectivamente. Ao
conectar um circuito aos terminais da placa, surge o fluxo de Corrente Contínua (CC), pois os elétrons
da região N começam a ocupar as lacunas da região P. A espessura da camada superior da célula (N)
é mais fina e fortemente dopada, ao contrário da região P, o que aumenta a região de depleção,
implicando maior eficiência da célula e maior corrente gerada.

DEPLEÇÃO

Região de uma junção P-N, onde existem poucos portadores de carga.

As células fotovoltaicas apresentam tensão de operação na ordem de 0,5 V e são combinadas entre
si, em série ou paralelo, formando painéis. Em sombreamento, o módulo é “desligado”, o que afetaria
a circulação de corrente do sistema, caso estivesse em uma ligação série. Por isso, os módulos são
equipados com diodos by-pass, para a corrente fluir por um caminho alternativo.

A corrente gerada depende de fatores como a temperatura, a irradiância e o espectro do sol, de


maneira que o aumento da temperatura e a diminuição da radiação solar provocam a queda da
potência. As curvas características IxV e PxV são apresentadas na figura a seguir:
Fonte: EnsineMe.
 Figura 7 – Curvas IxV e PxV de uma célula fotovoltaica.

Na qual:

Icc = corrente de curto

Voc = tensão em circuito aberto

Pontos Imp e Vmp = par que maximiza o produto IxV, resultando no ponto de máxima potência

(Pmp)

Os sistemas de geração solar possuem um sistema capaz de encontrar esse ponto de máxima
potência: o Rastreador de Máximo Ponto de Potência (MPPT, em inglês).

Os sistemas de geração solar podem ser divididos em:

on-grid

Os sistemas on-grid são conectados à rede elétrica e permitem o intercâmbio de energia. Seu
principal componente é o inversor, responsável pela conversão da Corrente Contínua em alternada e
sua sincronização com a rede, além do MPPT.


off-grid
A conexão off-grid demanda um sistema mais complexo, pois a energia precisa ser armazenada para
o consumo em períodos sem geração. Os painéis são conectados a um controlador de carga,
responsável pela proteção e otimização do uso das baterias, além de atender ao consumo CC (12, 24
ou 48 V). Esse controlador é conectado à bateria, que é o coração do sistema off-grid.

A bateria é a responsável pela autonomia do sistema, sendo dimensionada a partir da capacidade em


A.h (Ampère-hora). É importante utilizar o valor de referência C20, que é a capacidade em 20h, visto
que a curva de descarga é exponencial decrescente, pois a bateria perde força ao longo do tempo. A
bateria, então, é conectada ao inversor para o consumo em Corrente Alternada.

Apesar de sua importância, as gerações eólicas e solar são fontes intermitentes e fortemente
dependentes das condições climáticas. Em uma emergência, como uma rampa de carga, é realizado
o despacho a partir das hidrelétricas ou das térmicas para regulação da frequência operativa do
sistema e continuidade do atendimento à carga.

 SAIBA MAIS

Em 2020, a Califórnia passou por seguidos apagões devido ao súbito aumento de consumo durante
as queimadas na região. O estado havia abandonado a geração termelétrica e feito uma rápida
transição para uma matriz limpa, e não houve preocupação com a reserva operativa do sistema.

Dessa forma, comprovou-se a relevância da complementaridade entre as fontes de energia, de modo


a garantir a confiabilidade do sistema elétrico.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. SOBRE O SISTEMA DE GERAÇÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:

A) Brasil possui uma matriz energética renovável.

B) Caso a velocidade do vento dobre, a potência ideal do gerador eólico será quadriplicada.

C) As usinas nucleares obtêm energia a partir da fusão nuclear.

D) Os sistemas solares on-grid necessitam de baterias para armazenamento da energia.


E) As usinas térmicas são importantes para a Reserva de Potência Operativa do Sistema, garantindo
confiabilidade ao SEB.

2. SOBRE AS GERAÇÕES HIDRÁULICA E TÉRMICA E OUTRAS FONTES


RENOVÁVEIS, CONSIDERE VERDADEIROS (V) OU FALSOS (F) OS ITENS A
SEGUIR:

AS USINAS A FIO D’ÁGUA SÃO CAPAZES DE ARMAZENAR GRANDES


VOLUMES DE ÁGUA PARA SUPRIMENTO EM MOMENTOS DE SECA.

UTILIZAR USINAS TÉRMICAS EM UM CENÁRIO CHUVOSO É UMA


DECISÃO ACERTADA DO OPERADOR.

AS USINAS NUCLEARES PODEM SER INSTALADAS PRÓXIMAS AOS


CENTROS DE CARGA.

O AUMENTO DA TEMPERATURA INFLUENCIA NEGATIVAMENTE NA


POTÊNCIA GERADA PELAS PLACAS SOLARES.

ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A ORDEM CORRETA:

A) V – F – V – V

B) F – F – F – V

C) F – F – V – V

D) V – V – F – F

E) F – V – F – F

GABARITO

1. Sobre o sistema de geração, assinale a alternativa correta:

A alternativa "E " está correta.


53% da matriz energética brasileira são compostos por fontes não renováveis, enquanto a matriz
elétrica é 80% renovável. De acordo com a equação 4, a potência ideal (P) é proporcional ao cubo da
velocidade do vento. Desse modo, ao dobrar a velocidade, P é multiplicado por 23 = 8. As usinas
nucleares obtêm energia a partir da fissão, e não da fusão nuclear. Os sistemas solares off-grid, e não
on-grid, necessitam de baterias para armazenar energia.

2. Sobre as gerações hidráulica e térmica e outras fontes renováveis, considere verdadeiros (V)
ou falsos (F) os itens a seguir:

As usinas a fio d’água são capazes de armazenar grandes volumes de água para
suprimento em momentos de seca.

Utilizar usinas térmicas em um cenário chuvoso é uma decisão acertada do operador.

As usinas nucleares podem ser instaladas próximas aos centros de carga.

O aumento da temperatura influencia negativamente na potência gerada pelas placas


solares.

Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta:

A alternativa "C " está correta.

As usinas com reservatório armazenam grande volume de água. A utilização de térmicas implica custo
atual maior comparado às hidrelétricas, além do desperdício de energia limpa, caso haja o vertimento
(derramamento) de água na UHE.

MÓDULO 3

 Descrever o Sistema de Transmissão

REDE BÁSICA
SISTEMA DE TRANSMISSÃO

A partir do nível de tensão de 230 kV, define-se o sistema de transmissão, conhecido como Rede
Básica. Os níveis de tensão adotados no Brasil para Corrente Alternada são: 230 kV, 345 kV, 440 kV,
500 kV, 525 kV e 765 kV. Em Corrente Contínua, destaca-se a transmissão em ± 600 kV.

A REDE BÁSICA É ADMINISTRADA PELO ONS,


CUJA OPERAÇÃO É ORIENTADA PELOS
PROCEDIMENTOS DE REDE, CONJUNTO DE
REGRAS, CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS
TÉCNICOS.

Esse acervo técnico, elaborado pelo ONS com participação dos agentes, permite que o operador e as
entidades envolvidas possam exercer plenamente suas atribuições de planejamento e programação
da operação, da supervisão e do controle do sistema em tempo real e administração da transmissão,
além de garantir transparência e excelência na operação do SIN. O ONS é responsável, igualmente,
pela elaboração do Plano de Ampliações e Reforços (PAR) e do Plano da Operação Elétrica (PEL).

TIPOS DE SISTEMAS DE TRANSMISSÃO (CA E


CC)
A discussão sobre transmissão em Corrente Alternada (CA) versus Corrente Contínua (CC) data do
final do século XIX, da disputa conhecida como Guerra das Correntes, quando os sistemas de energia
elétrica começaram a ganhar força.

Corrente Contínua (CC)

Fonte: Shutterstock.com

O sistema de Corrente Contínua, defendido por Thomas Edison (1847-1931), gerava grandes perdas
na transmissão e distribuição em função do efeito Joule. Sua sugestão, portanto, foi alocar os centros
de geração próximos aos centros de carga.

Corrente Alternada (CA)

Fonte: Shutterstock.com

Nikola Tesla (1856-1943), ex-funcionário de Edison, defendia a utilização de sistemas CA. A principal
vantagem desse sistema é a diminuição das perdas, pois, a partir do uso de transformadores, pode-se
elevar a tensão do sistema e, assim, diminuir a corrente, causando menor queda de tensão.

 SAIBA MAIS

A geração de energia em CA a partir das Cataratas do Niágara e sua transmissão para a cidade de
Búfalo, a mais de 30 km de distância, foi o ponto chave para a “vitória” do sistema em CA.

Atualmente, o sistema de transmissão em CA é feito em três fases, dado que a relação entre potência
transmitida e custo é mais vantajosa em comparação à transmissão monofásica CA, já que pode
transmitir o triplo da potência utilizando apenas 50% a mais de cabos (2 a 3).

No Brasil, o sistema é predominantemente transmitido à Corrente Alternada, mas a transmissão CC


apresenta importância estratégica e tem crescido por causa do avanço da eletrônica de potência.
 SAIBA MAIS

A subestação (SE) de Foz do Iguaçu, onde está localizada a UHE Itaipu, transmite tanto em CA
quanto em CC.

As unidades geradoras da UHE Itaipu possuem tensão nominal de 18 kV elevada ao nível de 500 kV
na SE interna da UHE, considerando apenas a metade brasileira de Itaipu. Essa subestação é ligada à
SE Foz do Iguaçu 500 kV, que se ramifica para duas subestações de 525 kV que abastecem a região
Sul, Cascavel Oeste e Guaíra, mas também apresenta sua tensão elevada a 765 kV. Esse tronco de
765 kV possui três circuitos e mais de 900 km de comprimento, abrangendo as subestações de Foz do
Iguaçu; Ivaiporã (PR), também ligada à Região Sul; Itaberá (SP); e chegando até Tijuco Preto (SP),
abastecendo grande parte da região Sudeste.

A UHE Itaipu gera energia elétrica à frequência de 50 Hz, em sua metade paraguaia, pois é o padrão
do país. O Brasil compra a energia excedente gerada no lado paraguaio, mas é necessário converter
as frequências para o padrão brasileiro de 60 Hz. Essa energia é retificada na estação conversora da
SE Foz do Iguaçu, isto é, convertida para CC, e, então, é transmitida nos bipolos de ± 600 kV até a
subestação de Ibiúna (SP), que converte a corrente para CA 60 Hz.

A TRANSMISSÃO DE ALTA TENSÃO EM CORRENTE


CONTÍNUA (HVDC, EM INGLÊS) GANHOU FORÇA
NOS ÚLTIMOS ANOS NO BRASIL, COM AS LINHAS
DE TRANSMISSÃO DO MADEIRA (± 600 KV) E DE
BELO MONTE (± 800 KV) — AMBAS LIGANDO
USINAS DE GERAÇÃO NA REGIÃO NORTE AOS
CENTROS DE CARGA DA REGIÃO SUDESTE.

A transmissão em Corrente Alternada destaca-se pela facilidade no controle e na operação, além de


permitir as derivações para o abastecimento de cidades menores. Já a tecnologia HVDC permite a
conexão entre sistemas de diferentes frequências e possui um custo mais barato para longas
distâncias, visto que utiliza menos cabeamento, demandando torres menores, além de necessitar de
menos subestações para compensação de potência reativa. Em contrapartida, a perda de um bipolo
pode gerar grandes perdas de potência transmitida ao sistema.
MODELAGEM DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
As Linhas de Transmissão CA são modeladas de acordo com os seguintes parâmetros:

RESISTÊNCIA SÉRIE (RS):


Associada à composição física dos condutores, dependendo, igualmente, da temperatura de
operação.

INDUTÂNCIA SÉRIE (LS):


Presente devido à indução de tensão a partir das variações no fluxo magnético e dependente de
fatores construtivos e geométricos da linha. Em um sistema trifásico, o condutor A possui uma
autoindutância, mas também indutâncias geradas pelos condutores B e C. Os raios dos condutores e
o distanciamento entre si influenciam no valor de Ls, bem como a presença de cabo para-raios ou a
utilização de circuitos duplos.

CAPACITÂNCIA EM DERIVAÇÃO/SHUNT (CSH):


Surge em razão das diferenças de potencial dos condutores tanto em relação ao solo quanto entre si.
A Csh  depende ainda dos fatores geométricos de LS. Além disso, há a presença da resistência shunt,

que revela a fuga de corrente nos isoladores, em geral desprezada.

Para o estudo de fluxo de potência, são utilizados três diferentes modelos de linha:

Linha Longa (L > 240 km) – Parâmetros uniformemente distribuídos ao longo da linha. A tensão
e a corrente são obtidas a partir de equações diferenciais. Este modelo de linha é representado
a seguir:

Fonte: EnsineMe.
 Figura 8 – Modelo de Linha Longa.

Linha Média (80 km ≤ L ≤ 240 km) – Conhecido como modelo

π
-nominal, considera os parâmetros concentrados, de modo que Csh é dividida em 2 e

concentrada nas extremidades.

Linha Curta (L < 80 km) – Despreza Csh e considera apenas os parâmetros série.

Como as indutâncias e capacitâncias não exercem influência em regime permanente para um circuito
em Corrente Contínua, a rede equivalente CC é composta por duas estações conversoras ligadas por
uma linha com resistência série.

 ATENÇÃO

A escolha dos condutores e sua geometria são um dos aspectos mais importantes na construção das
LTs.

A resistência da linha em Corrente Alternada é diferente do caso em Corrente Contínua devido ao


efeito pelicular, em que a corrente não possui distribuição uniforme dentro do condutor, com maior
concentração nas bordas.

Os condutores também não podem se manter muito próximos, pois isso implicaria o aumento da
indutância da linha, além de o efeito de proximidade gerar concentração de corrente em partes das
bordas dos condutores — fenômeno semelhante ao efeito pelicular. Além disso, a proximidade dos
condutores pode facilitar o efeito Corona, que ocorre quando o gradiente de potencial na superfície do
condutor excede a força dielétrica do ar, gerando uma descarga elétrica luminosa a partir da ionização
do ar.

 COMENTÁRIO

O efeito Corona gera radiointerferência, perdas de energia e ruídos audíveis.

Outro efeito importante que afeta, principalmente, as linhas longas e de maiores tensões em situações
de carga leve é o efeito Ferranti: quando a tensão da torre receptora é maior que a tensão da torre
transmissora. A utilização de reatores shunt nos extremos da linha auxilia no controle das tensões
terminais, mas a tensão intermediária continuará sendo maior.
EQUIPAMENTOS DE COMPENSAÇÃO E DE
CONTROLE

TRANSFORMADOR

Conforme vimos, a principal função dos Transformadores de Força no sistema elétrico é o controle dos
níveis de tensão por meio de sua relação de transformação K, dada pela razão entre o número de
espiras dos lados primário e secundário.

O TAP É O ELEMENTO DO TRANSFORMADOR


RESPONSÁVEL POR ALTERAR A RELAÇÃO DE
ESPIRAS.

Os transformadores que apresentam como única função o ajuste dos níveis de tensão são chamados
de transformadores em fase. Seu modelo equivalente é representado a seguir:

Fonte: EnsineMe.
 Figura 9 – Representação do transformador em fase.

Os transformadores defasadores puros são aqueles capazes de alterar a defasagem angular entre
o primário e o secundário. Esses transformadores são utilizados para o controle da potência ativa P,
pois ela depende da defasagem angular entre os terminais. Ao ligar esses dois tipos de transformador
em série, obtém-se o transformador defasador, capaz de controlar tanto os níveis de tensão quanto
o fluxo de potência ativa.
REATOR SHUNT
O reator shunt possui como objetivo contrabalancear a capacitância shunt do sistema, absorvendo
parte de sua potência reativa e reduzindo o nível de tensão ao ponto em que está ligado. Devido ao
efeito Ferranti, é muito utilizada a ligação aos barramentos de saída das linhas, de modo a manter as
tensões nos níveis especificados. Mas tais reatores podem ser ligados em pontos intermediários das
linhas (reator de linha) e nos terciários do transformador da estação receptora. Eles podem ainda ser
do tipo potência constante ou de potência variável (VSR).

CAPACITOR SÉRIE
Seu objetivo é baixar a reatância indutiva série do sistema e, assim, diminuir a distância elétrica entre
os terminais. Com a diminuição da impedância série, há aumento da capacidade de transmissão da
linha e maior estabilidade do sistema.

BANCO DE CAPACITOR SHUNT


Tal banco tem como principal função a geração de energia reativa para o sistema. É bastante utilizado
para o controle de tensão e do fator de potência das Linhas de Transmissão.

COMPENSADOR SÍNCRONO
Conforme vimos no módulo 1, compensador síncrono é o gerador síncrono que opera em vazio. Sua
principal vantagem é poder se comportar tanto como um capacitor quanto um indutor, auxiliando no
controle do fator de potência a partir de sua potência reativa.

DISPOSITIVOS FACTS
Flexible Alternating Current Transmission Systems (FACTS) ou Sistema Flexível de Transmissão em
Corrente Alternada são elementos eletrônicos de potência capazes de exercer o controle de fluxo de
potência de sistemas CA. Eles podem atuar em série ou em paralelo. São controlados principalmente
por tiristores e têm a capacidade de se adaptar ao dinamismo do sistema. O dispositivo mais utilizado
é o Compensador Estático de Reativos (CER ou SVC, em inglês), capaz de controlar a tensão a partir
da troca de potência reativa entre a rede e seus elementos reativos internos.

TIRISTORES

Família de semicondutores que operam em chaveamento.


VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. SOBRE O SISTEMA DE TRANSMISSÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA


CORRETA:

A) Os transformadores em fase atuam no controle de Potência Ativa.

B) A utilização de capacitores shunt implica o aumento da transmissão de Potência Ativa.

C) O efeito Ferranti ocorre principalmente em linhas curtas.

D) A utilização de linhas de transmissão por corrente alternada (CA), idealizada por Nikola Tesla,
diminui a perda de energia por efeito Joule, devido ao fato de trabalhar com transformadores.

E) A indutância shunt das LTs independe de fatores geométricos, como a distância entre os
condutores.

2. REPRESENTAM AS VANTAGENS DA TRANSMISSÃO EM CORRENTE


ALTERNADA:

FACILIDADE DE DERIVAÇÕES.

CONEXÃO ENTRE SISTEMAS ASSÍNCRONOS.

MENOR CUSTO DE CONSTRUÇÃO PARA LONGAS DISTÂNCIAS.

NECESSIDADE DE MENOS SUBESTAÇÕES PARA COMPENSAÇÃO DE


POTÊNCIA REATIVA.

A) 0

B) 1

C) 2

D) 3

E) 4
GABARITO

1. Sobre o Sistema de Transmissão, assinale a alternativa correta:

A alternativa "D " está correta.

Utilizar transformadores permite reduzir a corrente e elevar a tensão do sistema, o que reduz a perda
por aquecimento da linha, que é o efeito Joule.

2. Representam as vantagens da transmissão em Corrente Alternada:

Facilidade de derivações.

Conexão entre sistemas assíncronos.

Menor custo de construção para longas distâncias.

Necessidade de menos subestações para compensação de potência reativa.

A alternativa "B " está correta.

O item I refere-se ao sistema CA e está correto, visto que a utilização de transformadores permite
diversas derivações durante o caminho da LT. Já os itens II, III e IV estão incorretos, pois se referem
ao sistema CC.

MÓDULO 4

 Descrever o Sistema de Distribuição

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

O nível de distribuição é a última etapa de um Sistema Elétrico de Potência. Entre os sistemas de


transmissão e de distribuição também há o sistema de subtransmissão, responsável por suprir as
subestações do sistema de distribuição ou as cargas industriais de médio porte. O nível de tensão da
subtransmissão é de 34,5 kV a 138 kV.

A ANEEL divide o sistema de distribuição nos níveis primário e secundário.

Primário: O primário abastece consumidores em níveis de tensão igual ou maior que 2,3 kV,
principalmente em 13,8 kV e 34,5 kV.

Secundário: A distribuição secundária opera abaixo de 2,3 kV, notadamente a 127/220 V ou 220/380
V, sempre em 60 Hz.
O nível de tensão 220 V oferece vantagem econômica, pois podem ser utilizados condutores mais
finos, visto que a corrente diminui. A tensão em 127 V, por sua vez, garante maior segurança ao
usuário, pois o dano causado em caso de choque é menor. Em contrapartida, a frequência de 60 Hz é
padronizada para todo o território nacional desde 1964, bem como os países da América do Norte. No
entanto, a maior parte dos sistemas de distribuição do mundo operam em tensões entre 220 V e 240
V, na frequência de 50 Hz.

NORMATIZAÇÃO DA ANEEL
As atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e ao desempenho dos sistemas de distribuição
são normatizadas a partir dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional (PRODIST).

TAL CONJUNTO DE DOCUMENTOS TÉCNICOS É


ELABORADO PELA ANEEL, COM A PARTICIPAÇÃO
DE OUTROS AGENTES DO SETOR ELÉTRICO. SEUS
PRINCIPAIS OBJETIVOS SÃO A GARANTIA DA
QUALIDADE, EFICIÊNCIA, SEGURANÇA E
CONFIABILIDADE NA DISTRIBUIÇÃO, ALÉM DE
DISCIPLINAR OS REQUISITOS TÉCNICOS NA
INTERFACE COM A REDE BÁSICA,
COMPLEMENTANDO OS PROCEDIMENTOS DE
REDE.

A ANEEL exige um padrão de qualidade em relação à continuidade do serviço. Para tal, foram criados
os seguintes indicadores coletivos de continuidade:

Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC): Representa a razão


entre a soma das frequências de interrupção por unidade consumidora e o total de consumidores.

Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC): Estabelece a razão entre a
soma das durações equivalentes de interrupção (em horas), por unidade consumidora, e o total de
unidades.

Ambos definidos nos PRODIST, esses indicadores são apurados pelas distribuidoras e enviados a
autarquia para a análise.

A ANEEL prevê a cobrança de multa por parte das concessionárias de distribuição aos consumidores
que apresentem um fator de potência abaixo de 0,92 (capacitivo ou indutivo). Em indústrias, pode-se
chegar abaixo desse valor, caso haja transformadores operando em vazio ou motores subcarregados.
É possível corrigir o fator de potência a partir da instalação de bancos de capacitores, por exemplo.

 COMENTÁRIO

A medida da ANEEL visa prioritariamente evitar o desperdício de energia a partir da limitação da


geração e do consumo de energia reativa.

A geração distribuída, principalmente a partir dos painéis solares instalados em telhados, mudou o
panorama do sistema de distribuição. Com a geração centralizada, os sistemas de distribuição foram
projetados para receber potência das subestações, mas não o contrário. Essa inversão no fluxo de
potência traz consequências técnicas e econômicas para as distribuidoras em relação a aspectos
como sistemas de proteção, qualidade da energia e regulação de tensão.

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO X SISTEMAS DE


TRANSMISSÃO
O sistema de distribuição possui importantes diferenças em relação ao de transmissão, tais como:

O sistema de distribuição é desequilibrado, por isso requer a representação trifásica, e não a unifilar.

Menores valores de X/R, o que implica decaimento mais rápido da corrente de curto-circuito.

Redes prioritariamente radiais em contraste ao sistema de transmissão malhado.

Além de tais diferenças, os sistemas de proteção para as redes de transmissão são mais complexos e
caros em relação aos de distribuição, pois seus maiores níveis de curto-circuito exigem uma resposta
mais rápida para eliminação dos defeitos, de modo a manter a estabilidade do sistema.

Os principais equipamentos utilizados nos sistemas de proteção são:


DISJUNTORES COMANDADOS POR RELÉS
Utilizados para abrir ou fechar um circuito submetido à corrente de demanda ou sobrecorrentes, os
disjuntores comandados por relés são geralmente empregados como proteção na saída de circuitos
oriundos de subestações com transformadores de potência de pelo menos 20 MVA (Mega Volt
Ampere). Eles costumam ser acionados a partir do conjunto formado entre o relé de sobrecorrente e o
relé religador.

RELÊ

Interruptor eletromecânico.

RELIGADOR
O religador realiza automaticamente fechamentos e aberturas de seus contatos, em série com o
circuito, em caso de sobrecorrente em seu trecho de proteção. Ele possui um elemento sensor capaz
de supervisionar a corrente no circuito e tem a possibilidade de efetuar 4 aberturas (desligamentos) e
3 fechamentos (religamentos) sucessivos.

SECCIONALIZADOR
O seccionalizador abre automaticamente seus contatos principais, em série com o circuito, quando há
sobrecorrente em seu trecho de proteção. O equipamento da retaguarda efetua abertura e
religamentos. Ele não possui meios para extinção do arco elétrico no momento da interrupção da
corrente de falta, pois abre seus contatos quando o equipamento à retaguarda está em aberto, isto é,
com corrente nula.

CHAVE-FUSÍVEL
Dispositivo monofásico e automático capaz de interromper as fases envolvidas em caso de
sobrecorrente. A interrupção das fases afetadas ocorre pela fusão do elemento fusível.

As filosofias de proteção podem ser do tipo:

Seletiva

A proteção seletiva tem como objetivo isolar somente o trecho defeituoso, a partir da atuação do
dispositivo de proteção mais próximo da falta, que pode ser de qualquer tipo.

Coordenada

Para eliminação de faltas permanentes, a proteção coordenada atua da mesma maneira por meio do
dispositivo mais próximo da falta. Já em caso de faltas transitórias, atua a partir dos religamentos
automáticos.

REDES E ARRANJOS
A rede mais utilizada para distribuição no Brasil, tanto em nível primário quanto secundário, é a de
modelo convencional. Sua ligação se dá de forma aérea, sendo composta por cabos nus apoiados em
isoladores nas cruzetas dos postes.

 COMENTÁRIO

A rede de modelo convencional é a de menor custo, porém a mais suscetível a falhas devido a
exposição ao meio ambiente.

A rede primária também pode ser do tipo compacta, composta por cabos protegidos, separados entre
si por um espaçador, sustentada pelo cabo mensageiro. Ademais, ela pode se valer de cabos isolados
em rede subterrânea.

Já a rede secundária utiliza cabos multiplexados em redes aéreas, que conferem maior confiabilidade,
porém a um custo maior.

O arranjo de subestação conhecido como barra simples é o mais utilizado para as subestações de
distribuição graças a seu baixo custo. Consiste em uma ligação simples entre os barramentos de
subtransmissão e de distribuição, a partir do transformador, conforme indica a figura:
Fonte: EnsineMe.
 Figura 10 – Arranjo barra simples.

Para aumentar a confiabilidade do sistema, são utilizadas duas linhas de alimentação — uma reserva,
com chave NA. Além disso, conecta-se uma chave NA entre a saída dos alimentadores primários, de
modo a permitir a manutenção dos disjuntores.

CHAVE NA

Chave seccionadora (disjuntor).

Em caso de subestação com dois transformadores ou mais, opta-se pelo modelo de barra simples
seccionada:
Fonte: EnsineMe.
 Figura 11 – Barra simples seccionada.

Em situações de contingência, os transformadores restantes devem ser capazes de suprir a demanda


da subestação. Logo, define-se Potência Firme de uma subestação como a potência que pode ser
suprida em caso de contingência do transformador de maior potência. Para esse cálculo, considera-se
que os transformadores restantes operam em sobrecarga.

Fonte: Shuterstock.com

DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA
Na distribuição primária, em redes aéreas, utiliza-se principalmente o arranjo radial, composto por
um tronco alimentador que deriva em diversos ramais. Outro sistema bastante utilizado, tanto em
redes aéreas quanto subterrâneas, é o primário seletivo, composto por um circuito duplo. Os
consumidores ligam-se a ambos por meio de uma chave de transferência.

Fonte: Shuterstock.com

DISTRIBUIÇÃO SECUNDÁRIA

Na distribuição secundária, destacam-se as redes radiais e as redes em malha. No centro de


grandes metrópoles, costuma-se utilizar o sistema subterrâneo reticulado, em que as cargas são
alimentadas por diferentes circuitos que, operando em paralelo, formam uma malha. O alto custo de
instalação desse tipo de rede justifica-se pela alta confiabilidade apresentada, pois o desligamento de
um circuito primário não provoca a interrupção do fornecimento.

Desse modo, ambas as redes apresentam FEC e DEC próximos a 0.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO APRESENTA UMA CARACTERÍSTICA


DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO:
A) É fortemente malhado.

B) Contém menores níveis de curto-circuito comparado ao sistema de transmissão.

C) Nele, ocorre representação trifásica devido ao desequilíbrio do sistema.

D) Possui níveis de tensão abaixo de 2,3 kV para distribuição secundária.

E) Seus sistemas de proteção são mais simples em relação aos utilizados na transmissão.

2. SOBRE O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA


CORRETA:

A) A proteção coordenada tem como principal objetivo isolar o trecho defeituoso.

B) A ligação aérea com cabos protegidos é o modelo mais utilizado no sistema de distribuição
brasileiro.

C) No arranjo de barra simples, os consumidores são ligados ao circuito duplo via chave de
transferência.

D) A Potência Firme representa o que a subestação pode suprir caso perca seu transformador de
menor potência.

E) DEC e FEC são dois indicadores coletivos de continuidade de serviço, estabelecidos pelos
PRODIST.

GABARITO

1. Assinale a alternativa que não apresenta uma característica do sistema de distribuição:

A alternativa "A " está correta.

O sistema de distribuição é prioritariamente radial, pois seu fluxo de energia elétrica está apenas em
uma direção. Esse sistema é o mais simples e o de menor custo.

2. Sobre o sistema de distribuição, assinale a alternativa correta:

A alternativa "E " está correta.

O DEC é um indicador que mede o temo de duração de uma interrupção em uma unidade que esteja
realizando o consumo de energia. Já o FEC é um indicador que tem por serventia mostrar a
frequência com a qual ocorre essa interrupção.
CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você aprendeu o que é um Sistema Elétrico de Potência, conhecendo seus principais
elementos e seus subsistemas.

No módulo 1, vimos o conceito de SEP, os requisitos a que deve atender e seus principais
componentes: geradores, transformadores, Linhas de Transmissão e cargas. Além disso, o conteúdo
apresentou o panorama do Sistema Elétrico Brasileiro e seus principais agentes.

Abordamos o sistema de geração de energia elétrica e os conceitos de matriz energética e matriz


elétrica, e como o Brasil está inserido no cenário mundial. Em seguida, aprofundamos o estudo em
cada uma das principais fontes: hidrelétrica, termelétrica, nuclear, eólica e solar.

No módulo sobre sistema de transmissão, apresentamos um panorama da transmissão em Corrente


Alternada (CA) e Corrente Contínua (CC) sob um ponto de vista histórico até os dias atuais, dando
enfoque às vantagens de cada tipo de transmissão e a suas aplicações no Brasil. A seguir, o conteúdo
voltou-se para a modelagem das Linhas de Transmissão e para os equipamentos de controle e de
compensação.

Por fim, acompanhamos o estudo dos sistemas de distribuição, também abordando a subtransmissão.
Vimos as principais diferenças em relação ao sistema de transmissão, e os tipos de redes e arranjos
utilizados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no
Sistema Elétrico Nacional – PRODIST. Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica. Brasília, DF:
ANEEL, 2018.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Plano Decenal de


Expansão de Energia 2029. Brasília, DF: MME/EPE, 2019.

CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

FUCHS, R. D. Transmissão de energia elétrica: linhas aéreas. Rio de Janeiro: LTC/EFEI, 1997.

KAGAN, N.; OLIVEIRA, C. C. B; ROBBA, E. J. Introdução aos sistemas de distribuição de energia


elétrica. 2. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2010.

LORA, E. E. S.; NASCIMENTO, M. A. R. Geração termelétrica: planejamento, projeto e operação.


Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2004. v. 2.

MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a sistemas de energia elétrica. 2. ed. Campinas:


Editora Unicamp, 2011.

ROBBA, E. J. et al. Introdução a sistemas elétricos de potência: componentes simétricas. 2. ed.


rev. e ampl. São Paulo: Editora Blucher, 2000.

STEVENSON, W. D. Elementos de análise de sistemas de potência. 2. ed. São Paulo: McGraw-


Hill, 1986.

TOLMASQUIM, M. T. et al. Energia renovável: hidráulica, biomassa, eólica, solar, oceânica. Rio de
Janeiro: EPE, 2016.

TOLMASQUIM, M. T. et al. Energia termelétrica: gás natural, biomassa, carvão, nuclear. Rio de
Janeiro: EPE, 2016.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise:

Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE),


Plano Nacional de Energia (PNE) e Programa de Expansão da Transmissão (PET/PELP).

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) – Procedimentos de Distribuição de Energia


Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST), Procedimentos de Regulação Tarifária
(PRORET) e Atlas de Energia Elétrica do Brasil (2008).

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) – Procedimentos de Rede, Plano de


Ampliações e Reforços (PAR) e Plano de Operação Elétrica (PEL).

Sugerimos também que assista aos seguintes vídeos:

Batalha das Correntes (2017) – filme que aborda a disputa sobre o sistema de energia elétrico
a ser utilizado (CA ou CC) entre Thomas Edison e George Westinghouse.

Gigantes da Engenharia – Itaipu (2013) – documentário que apresenta esta usina hidrelétrica.

CONTEUDISTA
Sandro Santos de Lima

 CURRÍCULO LATTES

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