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ELETROTÉCNICA

EMENTA
Revisão: Composição da matéria. Carga elétrica, Condutores e Isolantes;
Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica no Brasil;
Conceitos de Grandezas Elétricas; Lei de OHM; Leis de Kirchhoff
Circuitos de corrente contínua(CC);
Princípio de geração de tensões alternadas;
Circuitos de corrente alternada(CA);
Potência em circuitos de corrente alternada e correção do fator de
potência;
Geração de tensões trifásicas;
Circuitos trifásicos equilibrados, conexões em delta e em estrela;
Potência em circuitos trifásicos;
Projeto de Instalações elétricas .
BIBLIOGRAFIA

1 . CREDER, H. Instalações Elétricas. 16 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.


2. EDMINISTER, J & NAHVI, M. Circuitos Elétricos (Coleção Schaum). 2 ed.
Porto Alegre: Artmed Bookman, 2005.
3. GUSSOW, M. Eletricidade Básica. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1997.
4. MARKUS, O. CIRCUITOS ELÉTRICOS. 9 Ed. Erica LTDA, São Paulo, 2004.
4. SANTOS, K. V. FUNDAMENTOS DA ELETRICIDADE. CETAM-MEC, Manaus,
2011.
5. JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, R. J. FUNDAMENTOS DE
ANÁLISES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS, 4a Ed. Prentice-Hall do Brasil, Rio de
Janeiro, 1994
Biblioteca Virtual
6. Boylestad, R. L. Introdução a Análise de Circuitos, 10ª
Ed., Editora Pearson Prentice-Hall, São Paulo, 2004.
7. Mariotto, P. A. Análise de Circuito Elétricos, 1ª Ed.,
Editora Pearson, São Paulo, 2003.
8. Cavalcante, P. J. Mendes. Fundamentos de
Eletrotécnica, 22ª Ed., Editora Bastos, 10ª Edição, Rio de
Janeiro, 2015.
9. Nilsson, J. W. & Riedel , S. A. Circuitos Elétricos, 8ª
edição,
CONCEITOS BÁSICOS

O QUE É ENERGIA?
É tudo aquilo capaz de realizar trabalho, de realizar uma
ação, tais como: movimento, luz, calor, etc.
O meio para se obter esses efeitos é a ENERGIA
ELÉTRICA

ALGUMAS FORMAS DE ENERGIA:
- Cinética: (K = 1/2mV2) - Radiação
- Potencial: (Ep = mgH) - Química
Unidade Joule (J)

LEI DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
ENERGIA ELÉTRICA

ACÚSTICA TÉRMICA MECÂNICA LUMINOSA CAMPOS


ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

A ENERGIA GERADA PARA ATENDER AO SISTEMA
ELÉTRICO ESTÁ NA FORMA DE CA TRIFÁSICA;

FREQUÊNCIA DE 60 Hz;

E COMPREENDE AS SEGUINTES FASES:

GERAÇÃO
TRANSMISSÃO
DISTRIBUIÇÃO
CONSUMO
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES
► Pode ser gerada em grandes quantidades e com
custo razoável (alto custo para Transmissão).
► É transmitida e distribuída para grandes distâncias.
► Fácil de ser transformada em outras formas de
energia com muita facilidade e alto rendimento.
1. GERAÇÃO

TIPOS CAPACIDADE - GW PERCENTUAL - %


HIDRELÉTRICA 95,6 60,42
TERMELÉTRICA 43,5 27,52
EÓLICA 12,0 7,90
NUCLEAR 2,0 1,26
SOLAR 1,1 0,71
Hidrelétrica de Itaipú
Fonte: Wikipédia
2. TRANSMISSÃO
É o transporte de energia gerada até o consumidor.
As tensões mais comum são: 69KV, 138KV, 230KV,
400KV e 500KV.
Acima de 500KV poderá ser em CA;
ou CC, ver a viabilidade econômica.
Precisa-se de subestação elevadora, e se for o caso,
de: subestação retificadora e estação inversora (CC).
(fonte: Livro Inst. Elétrica, Creder, H)
3. DISTRIBUIÇÃO
Localizada nos centros consumidores: cidades, bairros,
indústrias, etc.

Começa na subestação abaixadora onde a tensão cai
para 13,8 e 34,5 KV;

das subestações de distribuição primária partem as
redes de distribuição secundárias ou de baixa tensão.

A parte final é a subestação abaixadora p/ baixa tensão:
► 380/220 V e 220/127 V – sistema trifásico
► 220/110 V – sistema monofásico

No Brasil temos: Fase Neutro – 220V, 127V e 115V;

As ligações aos consumidores são de acordo com a
carga:
até 4 kW – monofásica ( 2 condutores);
de 4 a 8 kW – bifásica (3 condutores);
acima de 8 kW – trifásica (3 ou 4 condutores)

Nos centros urbanos as redes primária e secundária
são trifásicas e podem ser aéreas ou subterrânea.
(fonte: Livro Inst. Elétrica, Creder, H)
A NATUREZA DA ELETRICIDADE
1. CARGAS ELÉTRICAS

A ELETRICIDADE é uma forma de energia associada aos
fenômenos causados pelas cargas elétricas:
►Em repouso – eletrostática;
►Em movimento – eletrodinâmica.

Os átomos possuem no seu núcleo [prótons (+) e nêutrons] e
os elétrons (-) girando em suas órbitas;

Existe uma força atrativa entre o núcleo e o elétron que
depende da distância entre eles;

O elétron e próton são cargas elementares: e = 1,6 x 10 -19 C
1.1. Modelo Atômico

A última camada de
elétrons do átomo é a mais
energética sendo chamada
de camada de valência;

O princípio fundamental da
Eletrostática:
“PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO
E REPULSÃO”;

Cargas de mesmo sinal se
repelem e de sinais
contrários se atraem.
1.2. Condutores e Isolantes


Os materiais Condutores os elétrons da última camada estão
fracamente ligado ao núcleo, e por isso, conduzem facilmente
a eletricidade, por ex.: cobre, alumínio, grafite (metais);

Os materiais Isolantes possuem poucos elétrons livres o que
impede a condução da eletricidade, ex.: ar, borracha, vidro, etc.

---- condutor
-
----
-
---- isolante
GRANDEZAS ELÉTRICAS
As principais grandezas na eletricidade são:
tensão, corrente, resistência e potência elétrica.
Então, para se estudar ou dimensionar qualquer circuito elétrico
elas estão presentes, e não podem ser dissociadas.
1. Tensão Elétrica
A capacidade de uma carga de realizar trabalho é chamada
de Potencial Elétrico. Se temos duas cargas diferentes em
dois pontos qualquer haverá uma diferença de potencial
entre elas (DDP) ou Tensão Elétrica entre esses dois pontos.
É responsável pelo movimento ordenado dos elétrons num
condutor.

Aparelho de medição: Voltímetro
ANALOGIA ENTRE ELETRICIDADE E HIDRÁULICA

►Bomba Gerador ► água energia


►Tubulações Condutores ► fluxo d’água = corrente
►Torneira interruptor

bomba

A tensão elétrica (V) fornece energia (Ɛ) a uma carga (q)
do circuito e seu módulo é dado por:
V = Ɛ/q (Volt-V)

O seu comportamento com relação ao tempo podem ser
de dois tipos:
►Contínua (CC) – mantém constante seu módulo e sua
polaridade. Ex.: pilhas e baterias.
►Alternada (CA) – varia com a forma senoidal. Ex:
residencial
2. Corrente Elétrica - I

É o fluxo (ou varição) de cargas que atravessam a seção
reta de um condutor num intervalo de tempo (t) devido a
ação da tensão elétrica ou diferença de potencial;

Seu módulo é dado por:
I = ∆q/∆t ou I = dq/dt (Ampère-A)

De acordo com a variação do módulo e sentido são dois
tipos de corrente: Contínua (CC) e Alternada (CA)
---- --------
- -------- +
--------
V
- +
A corrente é medida pelo amperímetro sendo conectado em série entre
dois pontos no circuito.
Na figura abaixo está o gráfico da I = f(t):

a) Corrente Contínua - CC b) Corrente alternada - CA


Os efeitos da corrente ao atravessar um corpo são:

Produção de calor;

Geração de luz;

Criação de um campo magnético em torno do
condutor

Reações químicas;

Interferências nos seres vivos.
3. POTÊNCIA ELÉTRICA - P

Os aparelhos elétricos usam a energia elétrica e transformam em outra
forma de energia. Ex.: chuveiros, motores, aparelhos de som,
celulares, etc;

Quanto mais energia for transformada em um intervalo de tempo
menor, maior será a POTÊNCIA do aparelho;

A potência é dada pela razão entre a energia (Ɛ) por unidade de tempo,
ou seja:
P = Ɛ/∆t ou P = dƐ/dt Ɛ = ∫Pdt

Para aplicações elétricas, temos que:
P = (Ɛ/q).(q/t) P = V.I

Unidade: Watt – W, logo:

O Wattímetro é o aparelho usado para medir a Potência Elétrica.
Lei de Joule


Como a energia elétrica consumida pelo resistor é transformada em
calor, pode-se calcular a quantidade de calor produzida pela
expressão (Lei de Joule):
Q = R.I.Δt (J) ou Q = 0,24R.I.Δt (cal)

Em consumo de energia é usual representar nas unidades em
quilowatt-hora (kWh):
Ɛ = P.Δt (kW.h) 1 KWh = 3600 J
Custo da energia (R$) = Consumo (kWh) x valor da tarifa (R$)


Em motores e máquinas, têm-se:
1 CV = 736 W 1HP = 745,7 W
Ex: Calcular o consumo mensal de uma residência com
os equipamentos dados na tabela abaixo:

QUANTIDADE EQUIPAMENTO POTÊNCIA (W) t(h/dia)


06 lâmpada 100 6,0
02 lâmpada 60 3,0
01 geladeira 300 8,0
02 chuveiro 4500 0,5
02 Televisores 150 4,0
01 Ar condicionado 1450 4,0
01 apar. de som 1000 2,0
01 liquidificador 350 0,5
01 Ferro elétrico 1200 1,0
Solução

A energia consumida é dada pela multiplicação da potência
pelo tempo de utilização do equipamento, então temos:

Ci = Pi.Δt.30
C = 30.(6.6.100 + 2.60.3 + 300.8 + 2.4500.0,5
+ 2.150.4 + 1.1450.4 + 1000.2 + 360.05 + 1.1200.1)
C = 637200 Wh = 637,2 kWh

Em circuitos de CA existem três tipos de potência:
a) Potência Ativa (P) é a energia real que é utilizada pelas cargas
e que está sendo convertida em trabalho (W)
b) Potência Aparente (Pap) é disponibilizada pela concessionária e
está associada às fontes de alimentação do circuito, medida em
VA;
c) Potência Reativa (PR) é a energia utilizada p/ produzir os
campos magnéticos associados aos elementos reativos dos
circuitos (indutores e capacitivos) é dado em Var. Sendo necessário
ao funcionamento de transformadores, motores e reatores.

Fazendo uma analogia com
um copo de cerveja:
Princípio de funcionamento da PR:

Indutores – formação de campos magnéticos;

Capacitores – formação de campos elétricos;

Essa potência não produz trabalho útil

Indutores e capacitores
absorvem essa potência
durante ½ ciclo e devolvem
no ½ ciclo seguinte.


Fonte: Elektro/Pireli (2003)
3.1 Triângulo de Potência
PAP = V.I
φ
PR = V.I.senφ
PAP P = V.I. cosφ
PR
P/ sistema trifásico:
P = PAP√3cosφ
φ
P Se P é uma função periódica do tempo t,
de período T, a potência média é dada
Então: por:
P2AP = P2 + P2R T
PM = 1/T∫ Pdt
0
3.2 Fator de Potência - FP

É dada pela relação entre a potência ativa e a potência
aparente (quanto de potência total está sendo
transformado em trabalho:

FP = (P/PAP).100 (%)


Se temos a potência ativa P, a tensão V e a corrente I
podemos calcular o FP que é dado pelo cosseno do
ângulo (cosφ) de defasagem a tensão de alimentação e
a corrente de entrada de uma carga (ver figura).
Fig.: Gráfico de V e I em função de t


FP = cosφ,
onde: 0 ≤ FP ≤ 1
Baixo Fator de Potência


Causas:
motores de indução operando a vazio;
transformadores operando a vazio ou com pouca carga;
máquinas de solda elétrica;
reatores de lâmpadas de descarga com baixo FP;
níveis de tensão superior à nominal;
motores com potência nominal muito superior a carga
necessária.

Consequências
►acréscimo na conta de energia, por ter que pagar pelo ajuste do
FP;
►correntes mais elevadas;
►aumentam os riscos de acidentes;
►necessitam de condutores com bitolas maiores;
►aumento de perdas elétricas por efeito Joule;
►quedas e flutuações de tensão nos circuitos de distribuição;
►Instalação sobrecarregada;
►Perdas ôhmicas.
4. RESISTÊNCIA ELÉTRICA

É uma propriedade interna do material de se opor a


passagem das cargas elétricas, ou seja, a oposição ao fluxo
da corrente elétrica. Por isso, são utilizados os RESISTORES
nos circuitos e tem seu valor bem definido.

A resistência R depende do material, do comprimento L, da
seção A, da temperatura (T) e da resistividade ρ, dada por:

R–Ω A L
L -m
A – m2
ρ – Ω.m

O inverso da resistência é a CONDUTÂNCIA (G) dada por:
G = 1/R

Aplicações no circuito:
estabelecer o valor adequado da tensão;
limitar a corrente e constituir-se numa carga;
controle e acionamento de motores.

Os resistores podem ser: fixos ou variáveis

fixo Simbolo
reostato
Código de Cores

É uma convenção para identificar o valor de um resistor através de
cores impressas no seu corpo;

Esse código possui (em geral) 4 faixas que corresponde a um valor
predeterminado.
1ª faixa 2ª faixa
(1º dígito) (2º dígito)

4ª faixa
3ª faixa (tolerância)
(3º dígito
multipĺicador)
Tabela: Código de cores
1º Dígito 2º Dígito 3º Dígito Dígito (%)
PRATA --- --- 10-2 10
OURO --- --- 10-1 5
PRETO 0 0 1 ---
MARROM 1 1 10 1
VERMELHO 2 2 102 2
LARANJA 3 3 103 ---
AMARELO 4 4 104 ---
VERDE 5 5 105 ---
AZUL 6 6 106 ---
VIOLETA 7 7 107 ---
CINZA 8 8 108 ---
BRANCO 9 9 109
Ex.1: Qual o valor em Ω do resistor abaixo:

O resistor possui 4 cores: vermelho, preto, vermelho e ouro; que


pela tabela tem os valores: 2, 0, 100 e 5%, respectivamente.
Logo, o valor do resistor será:
R = 20x100 ± 5% = 2000 ± 100 Ω = 2kΩ ± 5%.

Ex.2: Quais seriam as cores de um resistor de 1,2kΩ com tolerância


de 60 Ω? R = 1200 Ω marrom, vermelha, vermelha, ouro. 1140 – 1260

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