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Salvador-BA
2019
LEONARDO DINIZ GONÇALVES JASMIN
Salvador-BA
2019
“O passado é um prólogo.”
William Shakespeare.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Maria, minha filha, razão maior que inspira toda ação e
reflexão.
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho não teria sido possível sem a inestimável ajuda de
Gabriela, minha esposa, que não hesitou em sacrificar o seu próprio tempo em favor
do meu. Sobretudo a ela, minha mais profunda e inafastável gratidão, também pelo
suporte emocional nos momentos de maior adversidade. Agradeço, ainda, a Wady
Jasmin, meu pai, pelo tempo dedicado ao aperfeiçoamento de aspectos gramaticais
e pela opinião sempre ponderada e de imenso valor para mim.
RESUMO
A geração distribuída assumiu, nos últimos anos, relevante papel nas discussões
sobre diversificação da matriz energética no mundo como instrumento de
disseminação das fontes alternativas de energia. A partir de 2012, com a edição da
REN 482, o Brasil inaugurou uma política de incentivo às modalidades de geração
distribuída de pequeno porte por meio das quais os próprios consumidores passaram
a poder gerar a energia que consomem, as quais foram designadas “microgeração
distribuída” e “minigeração distribuída”. Este estudo analisa o processo de gênese da
norma até 2017, quando ocorreu a última alteração relevante nas regras atualmente
aplicáveis, por meio de um exame detalhado dos processos de consulta e audiência
públicas que antecederam cada uma das etapas de elaboração e atualização da
regulação pertinente. Com isto, busca-se evidenciar o posicionamento do regulador
brasileiro, as questões relevantes objeto das discussões e como se deu a participação
dos diferentes setores da sociedade civil, interessados nesses processos. A pesquisa
verificou que, dentre os setores da sociedade mais relevantes, o dos consumidores
foi o que menos representatividade teve e o que menor influência regulatória exerceu.
O setor composto pelas empresas e entidades ligadas à geração distribuída foi o mais
numeroso e o que abarca o das concessionárias ligadas ao modelo centralizado foi o
que exerceu maior influência regulatória.
In recent years, distributed generation has played an important role in the discussions
on the diversification of the energy matrix in the world, as an instrument for the
dissemination of these alternative energy resources. As of 2012, with the edition of
REN 482, Brazil initiated a policy aiming at encouraging small-scale distributed
generation modalities through which consumers themselves are able to generate the
energy they consume, which were designated “distributed microgeneration” and
“distributed minigeneration”. This study analyzes the process of genesis of the
regulation on the subject until 2017, when the last relevant change in the applicable
rules occurred, through a detailed examination of the public hearing processes (called
“consulta pública” and “audiência pública”) that preceded each of the stages of
elaboration and updating of the pertinent regulation. It seeks to highlight the position
of the Brazilian regulator, the relevant issues that were the subject of the discussions
and how the different sectors of civil society interested in these processes participated
in the abovementioned hearings. The survey found that, among the most relevant
sectors of society, that of consumers was the least numerous and had the least
regulatory influence. The sector made up of companies and entities linked to
distributed generation was the most numerous and that which encompasses the
concessionaires linked to the centralized model was the one that exercised the
greatest regulatory influence.
ABRACEEL:
ANEEL: Agencia Nacional de Energia Elétrica
AP: audiência pública
CCEE:
CP: consulta pública
EPE: Empresa de Pesquisa Energética
FiT: feed-in tariff
GD: geração distribuída
INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
kW: quilowatt
kWh: quilowatt-hora
MW: megawatt
NT: Nota Técnica
O&M: serviços de operação e manutenção
ONS: Operador Nacional do Sistema Elétrico
PDE: Plano Decenal de Expansão de Energia
PNE: Plano Nacional de Energia
PRODIST: Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional
REN: Resolução Normativa Aneel
RPS: Renewable Portfolio Standards
SIN: Sistema Interligado Nacional
SISOL: Sistemas Isolados
SRD: Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição (ANEEL)
SRG: Superintendência de Regulação dos Serviços de Geração (ANEEL)
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO 12
1 INTRODUÇÃO 12
1.1 OBJETIVOS 14
1.1.1 Geral 14
1.1.2 Específicos 14
1.2 JUSTIFICATIVA 14
1.3 SÍNTESE DA METODOLOGIA 16
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 17
CAPÍTULO II – REFERENCIAL TEÓRICO 19
2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA: DEFINIÇÃO E CONCEITOS 19
2.1 PERSPECTIVA HISTÓRICA: GERAÇÃO CENTRALIZADA VS. GD 19
2.2 DEFINIÇÃO GERAL DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA 21
2.3 CONCEITO DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO DIREITO BRASILEIRO 24
2.3.1 Procedimentos de Distribuição – PRODIST 24
2.3.2 Lei 10.848/2004 e Decreto 5.163/2004 25
2.3.3 Resolução normativa n° 482/2012 27
2.3.4 Conceito de sistema de distribuição 29
2.4 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS DEFINIÇÃO E CONCEITOS 31
3 IMPORTÂNCIA DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA 33
4 INCENTIVOS REGULATÓRIOS À MICRO E MINI GD 36
4.1 A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL 36
4.1.1 Tarifas feed in 37
4.1.2 Net metering 38
4.1.3 Sistema de cotas e certificados verdes 40
4.2 INCENTIVOS NO BRASIL 43
CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA 44
CAPÍTULO IV – GÊNESE DA REGULAÇÃO 49
5 GÊNESE DO MODELO BRASILEIRO ATUAL 49
5.1 REN Nº 482/2012: REDAÇÃO ORIGINAL 49
5.1.1 Consulta Pública nº 015/2010 49
5.1.1.1 Participantes 50
5.1.1.2 Ímpeto Contributivo 51
5.1.2 Audiência Pública nº 042/2011 53
5.1.2.1 Participantes 54
5.1.2.2 Contribuições 56
5.1.2.3 Considerações REN Nº 482/2012 original 58
5.2 REN Nº 517/2012 E AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 100/2012 61
5.2.1 Participantes 62
5.2.2 Contribuições 63
5.2.3 Considerações adicionais AP 100/2012 65
5.3 REN Nº 687/2015 68
5.3.1 Consulta Pública nº 005/2014 68
5.3.1.1 Participantes 69
5.3.1.2 Ímpeto contributivo 71
5.3.2 Audiência Pública nº 026/2015 73
5.3.2.1 Participantes 74
5.3.2.2 Contribuições 76
5.3.2.3 Considerações adicionais REN Nº 687/2015 78
5.4 AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 037/2017 E REN Nº 786/2017 84
5.4.1 Participantes 88
5.4.2 Contribuições 89
5.4.2.1 Sobre os pareceres da SRD e a reclassificação das contribuições 90
5.4.3 Considerações adicionais REN Nº 786/2017 93
CAPÍTULO V – RESULTADOS 96
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 96
6.1 OBJETIVOS, MOTIVAÇÕES E ATUAÇÃO DO REGULADOR 96
6.2 PARTICIPAÇÃO 98
6.3 INFLUÊNCIA REGULATÓRIA 102
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 103
REFERÊNCIAS 106
ANEXO A 119
APÊNDICES 121
12
CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Geral
1.1.2 Específicos
1.2 JUSTIFICATIVA
também são sugeridas novas possibilidades de pesquisas a partir desta que está
sendo apresentada.
19
portanto, não compõem o que de essencial tem esse tipo de geração que a distingue
da centralizada.
A título de exemplo, quanto ao “porte” do empreendimento, um dos nove
aspectos examinados, os autores apontam que a capacidade de conexão ao sistema
de distribuição varia significativamente nos diferentes países, bem como os diferentes
parâmetros utilizados na literatura, o que impossibilita a sua utilização como traço
distintivo.
Encontraram no propósito e na localização esses traços distintivos, a partir da
avaliação lógica de esquemas regulatórios diversos e das publicações pertinentes.
Primeiramente, os autores afirmam que o "propósito da geração distribuída é fornecer
uma fonte de potência ativa" e que, portanto, "não precisa ser capaz de fornecer
potência reativa". Na verdade, apenas asseveram que a geração distribuída é
comprometida exclusivamente com a potência ativa, o que é menos importante para
fins de definição, já que esse aspecto é raramente mencionado na literatura e não
levanta discussões relevantes.
Tanto que na proposição de sua definição final, os autores definiram a geração
distribuída como "fonte de energia conectada diretamente ao sistema de distribuição
ou localizada junto ao cliente"1, leia-se, o consumidor de energia. Utilizaram-se do
critério "localização" como traço distintivo entre geração centralizada e geração
distribuída, deixando de lado a questão do "propósito".
Dessa forma, quando se tratar de geração conectada diretamente à rede, o que
importa, sem embargo, é o fato de a instalação produtora estar conectada ao que se
considera, localmente, rede integrante do sistema de distribuição.
Ainda segundo a definição proposta pelos autores, quando a geração ocorrer
no âmbito da unidade consumidora ela será sempre do tipo distribuída, não
importando o tipo de rede em que se conecte o consumidor-gerador – se de
distribuição ou de transmissão, que dela não dependerá para o consumo da energia
gerada (no mesmo sentido EL-KHATTAM; SALAMA, 2014). Quanto a esse aspecto,
propomos que se acrescente à definição acima estudada, que será distribuída a
geração ocorrida na unidade consumidora, mesmo quando não houver conexão a
qualquer sistema de transporte de energia (nesse sentido INTERNATIONAL ENERGY
AGENCY, 2002) – geração distribuída off-grid ou stand alone. É o caso, por exemplo,
1
No original "Distributed generation is an electric powersource connected directly to the distribution network or on the customer
site of the meter."
24
"Geração distribuída:
Centrais geradoras de energia elétrica, de qualquer potência, com
instalações conectadas diretamente no sistema elétrico de distribuição
ou através de instalações de consumidores, podendo operar em
paralelo ou de forma isolada e despachadas – ou não – pelo ONS."
A geração distribuída aparece no direito brasileiro, com esse nome, por meio
da Lei 10.848, de março de 20042. O primeiro conceito legal, no entanto, oferece-o o
Decreto que a regulamenta, de n° 5.163, do mesmo ano, segundo o qual:
2
Esta pesquisa não encontrou normativo anterior que se utilize do termo "geração distribuída".
26
que se excluem mutuamente, seja pelas restrições contidas na REN 482/2012 quanto
aos regimes de outorga, seja pela própria natureza de cada modalidade no que toca
à comercialização. A geração distribuída do decreto destina-se necessariamente ao
comércio com as distribuidoras e mira empreendedores particulares que visem ao
lucro decorrente dessa atividade, enquanto a energia produzida nos termos REN em
questão não pode ser objeto de qualquer tipo de comercialização e tem como foco
principal o consumidor, público ou privado, pessoa física ou jurídica, que deseje
economizar na sua conta de energia.
Ressalte-se, ainda, que sob o prisma da definição de geração distribuída aqui
colacionada, é fato que existe, no Brasil, geração distribuída tratada com outra
denominação pelas normas vigentes. É o caso, por exemplo, da autoprodução
industrial e da geração nos sistemas isolados ou SISOL.
No que tange à autoprodução, eg, o próprio Plano Nacional de Energia – 2050,
estudo integrante do planejamento energético nacional elaborado pela EPE para o
Ministério de Minas e Energia, denomina "geração distribuída de grande porte" a
autoprodução industrial, independentemente da forma de conexão (EPE, 2016a).
No que se refere aos SISOL, trata-se de sistemas de distribuição que, à vista
de razões técnicas ou econômicas, não são conectados ao SIN (BRASIL, 2010). Sem
acoplamento à malha nacional de transmissão, eles são atendidos quase que
inteiramente por meio de geração distribuída, sem utilização de sistemas de
transmissão. O ONS informa que existem, atualmente, 237 Sistemas Isolados no
Brasil, compreendendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,
Rondônia e Roraima, além da ilha de Fernando de Noronha (ONS, 2018c; EPE,
2017b; ONS, 2019). A legislação que trata do assunto não usa o termo "geração
distribuída" para designar a produção elétrica dos SISOL, embora disso se trate.
O foco do presente trabalho restringe-se às modalidades da REN 482/2012 e
denominadas microgeração distribuída ou minigeração distribuída, conforme a
potência instalada. Nos trabalhos acadêmicos internacionais que tratam do assunto,
o termo "geração distribuída" – ou "distributed generation" no inglês – é utilizado
justamente para denominar essa geração local de energia, de porte reduzido, que se
aproxima daquela tratada na REN 482/2012 (usam o termo nesse contexto, v. g.:
PICCIARIELLO e cols., 2015; TAŞCIKARAOĞLU, 2018; e DANTI; MAGNANI, 2017;
ALLAN, 2014; DONDI e cols., 2002). O tratamento regulatório dado a esse tipo de
33
geração varia consideravelmente entre os países e regiões, mas será nesse mesmo
contexto que o termo "geração distribuída" será doravante utilizado.
Outrossim, é importante destacar que embora os recursos energéticos
distribuídos contemplem uma imensa gama de tecnologias "a maior parte dos estudos
descreve com maior ênfase a geração distribuída fotovoltaica, em função da maior
disseminação desse tipo de recurso" (EPE, 2019).
No Brasil, ela é, de longe, a mais disseminada para a micro e minigeração
distribuídas. Segundo ANEEL (2020), das 197.728 usinas instaladas, 197.349 são de
fonte fotovoltaica e representam 2.292,72 MW de um total de 2.468,22 MW de
potência instalada. Corresponde, destarte, a 99,8% do total de plantas geradoras e
92,9% de toda a capacidade instalada.
Estados Unidos, onde surgiu, vários países utilizam essa forma de incentivo. Na
Europa, Dinamarca, Itália, Grécia, Chipre, partes da Bélgica e Holanda são alguns
exemplos. Na América Latina, Chile, Uruguai, Colômbia, México, Peru e Bolívia,
dentre outros; na Ásia, Coréia do Sul, Singapura; no Oriente Médio, Israel, Líbano,
Emirados Árabes Unidos; na Oceania, Austrália e partes da Nova Zelândia (REN21,
2017). Trata-se, por conseguinte, de mecanismo bastante difundido mundialmente. É,
também, a ferramenta específica de incentivo utilizada no Brasil.
Koumparou e cols. (2017) afirmam que, em comparação à FiT, o net metering
é mais adequado ao setor residencial. Para Poullikkas (2013),
o incentivo por net metering traz benefícios para as múltiplas partes envolvidas: (i)
para a distribuidora, uma política bem projetada pode resultar em uma maneira de
lidar com geração distribuída residencial, ao mesmo tempo simples, de baixo custo e
de fácil administração; (ii) para os prossumidores, o net metering traz economia de
longo prazo nas contas de energia; (iii) para a comunidade, os investimentos em
geração local valorizam as propriedades adjacentes, e geram oportunidades de
negócios locais.
Como desvantagem, Aquila e cols. (2016) sustentam que o net metering seria
incapaz de promover, por si só, suficiente inserção das fontes renováveis de energia,
funcionando melhor como etapa intermediária do processo de incentivo, preparatório
para o sistema de preços integral. A propósito, Garcez (2017) afirmou que, por essa
razão, o net metering é historicamente utilizado em conjunto com outras medidas.
Outra crítica comum é a de que o net metering consiste em subsídio dado a alguns
consumidores à custa dos demais (ABDIN; NOUSSAN, 2018), crítica que, aliás,
poderia também ser dirigida à FiT, dependendo da forma de custeio.
que eles percebem como investimentos mais arriscados, o que torna os projetos
menos desejáveis e termina por retardar sua introdução no mercado (FAGIANI, 2012).
Vale mencionar que se trata de mecanismo utilizado com muita frequência também
para a geração centralizada de energia elétrica.
inclusive participantes cujo nicho de atuação não pôde ser identificado – e que, a rigor,
não pode ser considerado como grupo com interesses comuns quanto à GD.
Para colocar adequadamente os participantes nos diferentes grupos, foram
utilizados – além do material constante nos bancos de dados relativos a cada
expediente – os sítios dos próprios participantes, quando existentes, além de sítios
como o LinkedIn, Facebook, Escavador, Wikipedia, portal do Canal Energia, sítios de
notícias, dentre outros. Por vezes, não foi possível a satisfatória identificação,
hipóteses em que o participante foi agrupado na categoria “outros”.
Destaque-se que, seguramente, existem muitas outras partes interessadas no
processo regulatório concernente à geração distribuída de pequeno porte. Entretanto,
para fins do presente, aqueles que efetivamente participaram dos procedimentos
públicos aqui examinados são considerados representativos dos grupos que integram.
As principais fontes de informações são documentos disponibilizados pela
ANEEL em bancos de dados digitais constantes do sítio dessa agência reguladora,
entre notas técnicas, relatórios, estudos, contribuições, minutas de resoluções
normativas, resoluções normativas e quejandos.
Os processos de consulta púbica analisados trazem, basicamente,
questionários dirigidos aos interessados com o objetivo de reunir informações
pertinentes para a elaboração de minutas de resoluções normativas, as quais foram,
em momento posterior, submetidas ao público por meio de audiências públicas.
Nesses processos de consulta pública, portanto, não houve discussão de textos
normativos. Consistem em verdadeiras pesquisas de opinião por meio das quais os
interessados tiveram oportunidade de discorrer sobre os diversos temas
apresentados.
A análise das consultas públicas buscou a contextualização do ambiente
regulatório de então, com foco nos objetivos e motivações do elaborador da norma.
Também, na forma como se deram as participações dos diferentes grupos, sobretudo
dos três principais, sob dois aspectos: (i) o grau de adesão de cada categoria ao
certame; e (ii) o “ímpeto contributivo” de cada qual.
Já no que tange às audiências públicas, além desses elementos, buscou-se
verificar, adicionalmente, com base na receptividade das sugestões dos participantes
relativas aos dispositivos das minutas de norma apresentadas, o impacto do
posicionamento de cada categoria principal na decisão final do regulador
47
Não obstante, isso não desqualifica a análise proposta, que visa a averiguar, de forma
objetiva, a participação das categorias de contribuintes e a receptividade de suas
sugestões pelo regulador. Complementarmente, algumas observações foram
entabuladas para ilustrar aspectos julgados relevantes.
O exame da adesão seguiu o mesmo método em ambos os tipos de certames.
Apurou-se no número de participantes que compareceram em cada um dos
expedientes, a partir do que foram gerados dois gráficos: um representando o número
total de participantes de cada categoria, outro retratando as participações
proporcionais entre elas.
Quanto ao ímpeto contributivo, consiste na razão entre o número de
contribuições e o número de participantes de cada categoria. Serve para retratar o
quão participativa e ativa foi cada categoria nos certames; ou seja, espelha a
qualidade da participação de cada qual. Foi apresentado em gráficos contendo, na
parte inferior, a representação das participações de cada grupo principal e, na parte
superior, a relação entre elas e a quantidade de participantes de cada um desses
grupos. Nas consultas públicas, especificamente, foram entabuladas observações
adicionais, ilustrativas, sobre a atuação das categorias principais.
Por fim, consta de cada análise, adicionalmente, os mais relevantes pontos das
normas que resultaram dos processos de consulta e audiência públicas, objetivando
esclarecer os contornos que a microgeração e minigeração distribuídas adquiriram
como resultado de cada fase do desenvolvimento de sua gênese e, desse modo,
indicar como se deu a evolução do marco regulatório sobre a microgeração e a
minigeração distribuídas.
49
5.1.1.1 Participantes
16
14
14
12
10 11
10
8
2
2 2
0
5%
28%
26%
5%
36%
Consumidores GD Concessionárias
– APINE, ambas com 94,1% de adesão. São acompanhadas pela Empresa Brasileira
de Energia Solar – EBES e da Rede Nacional de Organizações da Sociedade Civil
para as Energias Renováveis – RENOVE, que apresentaram resposta a 88,2% das
perquirições. Quatro contribuintes ofereceram apenas uma participação (2,9% do total
possível) na categoria sob exame: Associação da Indústria de Cogeração de Energia
– COGEN, Estelar Engenheiros Associados, Jorge Augusto dos Santos e Soares João
Consultoria (vide APÊNDICE B, Tabela B.2 para o quanto exposto neste parágrafo).
As duas questões que reuniram maior grau de adesão dos contribuintes da
classe “GD” figuram, ambas, entre as selecionadas nesta pesquisa: a A1 e a B5 –
71,4% (vide APÊNDICE C, Tabela C.1). A primeira trata dos critérios de
caracterização da GD de pequeno porte. A questão B5 perquire sobre a necessidade
de padronização de critérios técnicos de interconexão dos pequenos geradores à
rede.
Entre os dois contribuintes classificados como “consumidores”, A Cia. de
Saneamento do Estado do Paraná – COPASA participou em 70,6% das questões e a
Petrobrás em 67,6%, uma a menos (vide APÊNDICE B, Tabela B.3). Aproximados
52% dos questionamentos tiveram participação de ambos os atores (extraído do
quanto consta APÊNDICE C, Tabela C.1).
O item “COMENTÁRIOS DIVERSOS” não parece ter particularmente
interessado às categorias principais. Dentre elas, quem mais emitiu comentários de
caráter geral foram os contribuintes do grupo “concessionárias”, com apenas 36,4%
de adesão (vide APÊNDICE C, Tabela C.1).
5.1.2.1 Participantes
18
16
16
14
12 13
10 11
4 5
2 3
2
0
4%
6%
32%
22%
10%
26%
a A.8, para lista completa dos participantes por categoria. Mais uma vez, dentre as
três mais relevantes, a que em menor número acorreu ao certame foi a dos
“consumidores”.
5.1.2.2 Contribuições
Consumidores GD Concessionária
50
40
30
20
10
Concessionárias GD Consumidores
B) Net Metering
Dentre os modos específicos de incentivo, o regulador escolheu o net metering,
batizando-o de “sistema de compensação de energia elétrica”. Não o combinou com
nenhum outro, apesar da indicação contida na CP 015/2010 de certa preferência dos
contribuintes pela aplicação simultânea de mais de um mecanismo.
Na versão brasileira, o normativo estabeleceu, inicialmente, que a energia
gerada por dada unidade consumidora poderia compensar consumo de energia
elétrica ativa da própria unidade consumidora ou de outras previamente cadastradas
desde que: (i) pertencentes ao mesmo titular da unidade geradora; ou (ii) em unidades
geradoras “reunidas por comunhão de interesses de fato ou de direito”.
Embora o termo “autoconsumo remoto” só tenha surgido na norma por meio de
posteriores alterações – como veremos mais adiante –, o fato é que a versão original
60
C) Custos
A versão original da REN 482/2012 não pormenoriza a questão dos custos para
a realização de melhorias, ampliações ou reforços e remete-a ao Módulo 3 do
PRODIST. Trata, contudo, dos custos de adequação do sistema de medição. Define-
o como a diferença entre o custo dos componentes de medição necessários para o
net metering e o do sistema convencional. Segundo a norma, esses custos serão do
acessante. A versão constante da norma é no mesmo sentido da originalmente
proposta no processo de audiência pública, mas foi mais bem elaborada a partir da
contribuição de nº 202 do Grupo Neoenergia, da classe “concessionárias”.
61
D) Outros Dispositivos
Finalmente, vale mencionar que, dos trinta e quatro dispositivos constantes da
REN 482/2012 editada como resultado da CP 015/2010 e AP 042/2011, seis
resultaram da contribuição direta dos participantes, sem que tenha havido sugestão
prévia da ANEEL: incisos V e VII do art. 7º; §3º do art. 8º; art. 9º, art. 11 e art. 12.
Apenas um deles – o art. 9º - não contou com a participação direta de contribuintes
da classe “concessionárias”.
5.2.1 Participantes
18 17
16
14 13
12
10
8 7
6
4
2
2 1
0
5%
18%
32%
3%
42%
5.2.2 Contribuições
O gráfico abaixo representa comparativo entre número de participações e
ímpeto contributivo de cada uma das categorias principais:
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Consumidores GD Concessionária
30
25
20
15
10
Concessionárias GD Consumidores
B) Limitação da potência
Por meio da inserção de dois parágrafos no art. 4º da REN 482/2012, o poder
regulador inova ao limitar a potência instalada da microgeração e minigeração
distribuídas à carga instalada na respectiva unidade consumidora-geradora, no caso
67
C) Custos
Nesse ponto, a norma inova claramente em favor dos prossumidores. Aprimora
a redação do art. 4º da REN 482/2012 com o objetivo regulatório declarado de
esclarecer que a unidade consumidora-geradora “continua sendo tratada como
unidade de consumo (e não como central geradora)” (ANEEL, 2012c).
Mediante a inserção de um parágrafo único ao art. 5º da REN 482/2012, passa
a determinar expressamente que caberão às distribuidoras “custos de eventuais
ampliações ou reforços no sistema de distribuição em função exclusivamente da
conexão de microgeração ou minigeração distribuída” (ANEEL 2012d). O regulador
fundamenta tal medida como necessária para “impedir que sejam criadas barreiras
econômicas injustificadas à inserção desses novos geradores” (ANEEL, 2012c).
68
5.3.1.1 Participantes
12
10 10
10
6
4
4
2 2
2 1
7%
7%
34%
14%
3%
35%
Vide APÊNDICE A, Quadros A.13 a A.16, para lista completa dos participantes
por categoria. Vale destacar, uma vez mais, a baixa adesão da categoria
“consumidores” em relação às outras duas principais, com apenas um participante.
71
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Consumidores GD Concessionária
dos contribuintes das categorias “concessionárias” e “GD”; 100% dos das categorias
“consumidores” e “função pública” e 50% dos das classes “acadêmicos” e “outros”.
Dentre os contribuintes do grupo “concessionárias”, a exemplo do que ocorreu
na CP 015/2010, a Copel e o Grupo AES foram os mais aderentes, com 100% e 86,7%
de adesão, respectivamente (vide APÊNDICE B, Tabela B.5). Merece destaque em
abstenções a ABRADEE, associação das distribuidoras, que não respondeu a quesito
algum e somente apresentou contribuição no item de comentários de caráter geral
(vide APÊNDICE B, Tabela B.5).
De todas as questões apresentadas na consulta pública ora examinada, as de
número 3.1, ii e 3.2, ii – que indagam, respectivamente, sobre os benefícios que a GD
traz à rede de distribuição e sobre a necessidade de alterações no PRODIST para a
viabilização da geração distribuída – foram as que mais interessaram a esse grupo,
obtendo aproximados 80% de participação (vide APÊNDICE C, Tabela C.2).
Entre os categorizados como “GD”, os contribuintes que mais apresentaram
retorno às questões foram a Associação Paulista de Cogeração de Energia – COGEN-
SP e a GE Distributed Power, com 93,3% e 86,7% de adesão, respectivamente (vide
APÊNDICE B, Tabela B.6).
A questão que reuniu maior grau de adesão dos contribuintes da classe “GD”;
a 3.3, i; inquire sobre a conveniência do incentivo à GD por outros mecanismos além
do net metering. Obteve 80% de participação (vide APÊNDICE C, Tabela C.2).
Como já mencionado, não houve atuação relevante da categoria
“consumidores”. O único participante dessa classe ofereceu apenas uma contribuição,
no quesito de comentários gerais (vide APÊNDICE C, Tabela C.2). Interessante notar,
a propósito, que foi justamente este o quesito que reuniu maior grau de adesão geral,
com 62,1% (vide APÊNDICE C, Tabela C.2), o oposto do que se verificou na consulta
pública de 2010, onde o item de comentários diversos figurou dentre os que menos
receberam contribuições. Poder-se-ia supor que isso se deveu a uma presumível
menor abrangência dos quesitos apresentados da CP 005/2015 ou a um maior nível
de informação dos participantes sobre o tema, sobretudo diante da experiência prática
a partir da entrada em vigor da REN 482/2012, dois anos antes.
73
5.3.2.1 Participantes
emenda realizada apenas retificou aspectos pontuais da norma, como visto. A REN
687/2015, resultante do processo, ainda é, até o presente, a maior atualização sofrida
pela REN 482/2012. Talvez por isso, trata-se do procedimento relativo à formulação
da regulação da geração distribuída que reuniu a maior quantidade de participantes –
mais que o dobro dos que acorreram à AP nº 042/2011, que deu origem à versão
original da REN 482/2012.
Acudiram à Audiência Pública 026/2015 cento e onze contribuintes,
subdivididos entre as diferentes categorias da seguinte forma:
40
36
35
30
30
25
19
20
15 12 11
10
5 3
3%
10% 17%
27%
32%
11%
5.3.2.2 Contribuições
Consumidores GD Concessionária
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Concessionárias GD Consumidores
Após a edição da REN 482, a agência lidava com diversas questões técnicas e
práticas associadas à integração dos equipamentos de geração à rede e ao
faturamento das unidades consumidoras. A discrepância, por exemplo, dos valores
cobrados dos prossumidores pelas distribuidoras para a instalação dos medidores
bidirecionais eram alarmantes – variavam entre R$ 80,00 e R$ 1.800,00. Além disso,
a ANEEL percebia que os prazos médios para ligação das centrais geradoras eram
demasiadamente longos, o que, segundo ela própria, por si só, já justificava uma
intervenção regulatória (ANEEL, 2015).
Como já mencionado, a Audiência Pública 026/2015, cuja realização já era
prevista desde 2014 na Agenda Regulatória ANEEL para o biênio 2015/2016,
propunha uma mudança significativa na normatização então vigente, contida na REN
nº 482/2012. O regulador identificava a necessidade de reduzir, ainda mais, as
barreiras existentes para a conexão da microgeração e minigeração distribuídas, cuja
proliferação lhe parecia abaixo do potencial do país.
Como resultado da Audiência Pública 026/2015 e da consulta pública que a
antecedeu, foi editada a Resolução Normativa 687/2015. Para se ter uma ideia de sua
abrangência, ela alterou a redação de vinte e sete dos quarenta e dois dispositivos da
REN 482/2012 então vigente (aproximados 64%). Ademais, acrescentou-lhe mais
trinta e oito, entre artigos, parágrafos, incisos e alíneas, o que, praticamente, dobrou
o número de seus dispositivos.
Sublinhe-se, para contextualizar o cenário de então, que, quando da
convocação para a audiência pública de que ora se trata, a fonte solar representava
90% das minguadas quinhentas e trinta e três instalações existentes em todo o país.
Desse total, 69% eram residenciais e 18%, comerciais, sendo que 73% dos geradores
instalados tinham potência menor que 5 KW (ANEEL, 2015).
A REN 687/2015 presumivelmente causou imenso impacto no mercado de
energia elétrica. No final de 2015, pouco depois de quando ela foi editada, existiam
1.861 conexões de microgeração e minigeração distribuídas. Em três anos, no final
de 2018, esse número passou para 58.030 (ANEEL, 2019), um aumento de mais de
trinta vezes. Difícil saber como seria o cenário sem ela, mas os números parecem
79
iguais a 3 MW. Uma resolução normativa não poderia dispensar obrigação imposta
por lei.
créditos de energia a serem alocados para cada unidade às quais estarão vinculados,
não havendo mais que se falar em ordem de prioridade.
D) Custos
Com a REN 687/2015 o poder regulador volta a inovar no que toca à questão
dos custos para a rede. Já se mencionou, em ponto anterior desta pesquisa, que a
versão original da REN 482/2012 não pormenoriza a questão dos custos para a
realização de melhorias, ampliações ou reforços e remete à questão ao Módulo 3 do
82
5.4.1 Participantes
20
20
15
15
11
10
6
5
1
0
2%
21%
28%
11%
38%
5.4.2 Contribuições
0 10 20 30 40 50
Consumidores GD Concessionária
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Concessionárias GD Consumidores
CAPÍTULO V – RESULTADOS
6.2 PARTICIPAÇÃO
120
110
100
80 77
80
60
40
27
18
20
10
5,6%
3,1%
24,8%
23,9%
8,4%
34,2%
120
100
80
60
40
20
0
CP 15/2010 AP 42/2011 AP 100/2012 CP 5/2014 AP 26/2015 AP 37/2017
5,1
2 6,8
11,3
138
1 749
902
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Consumidores GD Concessionárias
300
250
200
150
100
50
0
CP 15/2010 AP 42/2011 AP 100/2012 CP 5/2014 AP 26/2015 AP 37/2017
Concessionárias GD Consumidores
0,8% 3,1%
15,1%
42,0%
7,6%
31,3%
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
AP 42/2011 AP 100/2012 AP 26/2015 AP 37/2017
Concessionárias GD Consumidores
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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BAJAY, Sérgio; JANUZZI, Gilberto M.; HEIDEIER, Raphael B.; VILELA, Izana R.;
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International Energy Initiative – IEI Brasil, 2018. 331 p.
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DANTI, Piero; MAGNANI, Sandro. Effects of the load forecasts mismatch on the
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abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-227/topico-458/DEA%2013-
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FERREIRA, L.R.A.; OTTO, R.B.; SILVA, F.P.; DE SOUZA, S.N.M.; ANDO JUNIOR,
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generation in Brazil. Renewable And Sustainable Energy Reviews, [s.l.], v. 94,
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GOMES, P. Vilaça; KNAK NETO, N.; CARVALHO, L.; SUMAILI, J.; SARAIVA, J. T.;
DIAS, B. H.; MIRANDA, V.; SOUZA S. M. Technical-economic analysis for the
integration of PV systems in Brazil considering policy and regulatory issues. Energy
115
TEIXEIRA, Aldo Pereira. A união faz a força para um Brasil Solar: o sol é de
todos nós. Portal O Setor Elétrico, fev. 2020. Disponível em:
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de-todos-nos/>. Acesso em: 06 fev. 2020.
VAN DER LINDEN, N.H.; UYTERLINDE, M.A., VROLIJK,C.; Nilsson, L.J.; KHAN, J.;
ÅSTRAND, K.; ERICSSON, K.; WISER, R. Review of International Experience with
Renewable Energy Obligation Support Mechanisms. Energy Reseach Centre of the
Netherlands (ECN) website. Disponível em
http://www.ecn.nl/docs/library/report/2005/c05025.pdf. Acesso em 07/11/2018
“Art.
2º.................................................................................................................................
....................................................................................................................................
.........
....................................................................................................................................
.........
APÊNDICES
I. CP 015/2010
Contribuinte Sigla/Redução
AES Tietê --
Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG
Companhia Paranaense de Energia COPEL
Companhia Paulista de Força e Luz CPFL Energia
DME Energética Ltda. DME
ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A. ELEKTRO
Endesa Brasil ENDESA
Enel Brasil Participações Ltda. ENEL
Grupo Energisa --
Light Serviços de Eletricidade S.A. Light
Grupo Neoenergia --
Contribuinte Sigla/Atividade
Assoc. Brasileira de Energia Solar e outros ABENS
Assoc. Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica ABINEE
Assoc. Brasileira de Geração de Energia Limpa ABRAGEL
Assoc. Brasileira dos Produtores Independentes de
APINE
Energia Elétrica
Assoc. da Indústria de Cogeração de Energia COGEN
Empresa Brasileira de Energia Solar EBES
Estelar Engenheiros Associados Projetos sistemas energia renovável
Jorge Augusto dos Santos (pessoa física) Consultor em energias renováveis
Rede Nacional de Organizações da Sociedade Civil
RENOVE
para as Energias Renováveis
Rodrigo Lopes Sauaia Cofundador ABSOLAR em 2013
Ricardo Augusto Pufal Sistemas e Instalações FV
Soares João Consultoria Projetos sistemas energia renovável
Solaria Brasil Painéis solares e sistemas FV
Ventos do Brasil Energia eólica
Contribuinte Sigla/Redução
Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA - MG
Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRAS
122
Contribuinte Sigla/Redução
Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica ABRADEE
AES Eletropaulo e AES Sul Grupo AES*
Cia Energética de Brasília CEB Distribuição
Centrais Elétricas de Santa Catarina CELESC
Equatorial Energia Cemar/Celpa
Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG*
Companhia Paranaense de Energia COPEL*
Companhia Paulista de Força e Luz Grupo CPFL*
Eduardo Kenji Zen Nakashima ---
ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A.* ELEKTRO*
Eletrosul Centrais Elétricas S/A ---
Endesa Brasil ENDESA*
Itaipu Binacional ITAIPU
Light Serviços de Eletricidade S.A.* LIGHT
Grupo Neoenergia* NEOENERGIA
Rede Energia REDE
123
Contribuinte Sigla/Atividade
Assoc. Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica ABINEE*
Assoc. Brasileira dos Prod. Independentes de Energia Elétrica APINE*
BRASIL PCH S.A Construção e operação PCHs
Energia iLtda Projeto instalações sistemas FV
Energybras Soluções em energias renováveis
FG Soluções em Energias Projetos eólicos e FV
GIZ Inst. alemão energias renováveis
Greenpeace Brasil ONG meio ambiente
Rodrigo Lopes Sauaia Co-fundador ABSOLAR em 2013*
SGP - Sustainable Growth Partners Energia solar
SunEdison Energias renováveis
União da Indústria da Cana de Açúcar Unica
VARIO Engenharia Consultoria e Projetos Ltda. GD e cogeração
Contribuinte Sigla/Atividade
Associação de Grandes Consumidores de Energia ABRACE
Bruna Nicacio Mariano Teixeira
Petróleio Brasileiro S.A. Petrobrás*
Ricardo Campos Mascarenhas Funcionário Petrobrás
Silvio Costa da Silva Cavalcante
Contribuinte Sigla/Redução
Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica ABRADEE*
AES Brasil Grupo AES*
Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG*
Companhia Paulista de Força e Luz Grupo CPFL*
CPFL Renováveis Grupo CPFL
EDP Energias do Brasil EDP
ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A. ELEKTRO*
Endesa Brasil ENDESA*
Enel Green Power Grupo ENEL
Itaipu Binacional ITAIPU*
Grupo Neoenergia Neoenergia*
Net Metering Abengoa Abengoa
Pedro Marcos Locatelli __--
Contribuinte Sigla/Atividade
Assoc. Brasileira da Indístria Elétrica e Eletrônica ABINEE*
Associação da Indústria de Cogeração de Energia COGEN
Associação da Indústria de Cogeração de Energia-RJ COGEN
Energybras (Roseli Doreto) Soluções em energias renováveis*
Greenpeace Brasil ONG meio ambiente*
Innova Energia Renováveis INNOVA/Paineis e inversores
Jackson Cesar – Compact Cia Energia solar FV
Julio Cesar Bacellar - Lonjas Tec., Energia e M. Ambiente Ltda. Cogeração/Renováveis
Marcelo Duarte Pequeno gerador eólico
Meta Solar Serviços de Engenharia Sustentável Ltda Paineis solares
Renan Reiter
Rede Nacional de Organizações da Sociedade Civil para as
Energias Renováveis RENOVE
Rodrigo Lopes Sauaia Co-fundador ABSOLAR em 2013*
Solaria Brasil Paineis solares e sistemas FV
Solstício Energia Energia solar FV
Lucas Vizzotto Bellinaso Energia solar FV
Isabelle de Loys Sistemas FV
Solar Energy do Brasil Ltda. Sistemas FV
Tec Sul Energias Sistemas FV
WWF Brasil ONG defesa meio ambiente
125
Contribuinte Sigla/Atividade
Paulo R. Wolff Conselho consumidores AES Sul
Contribuinte Sigla/Redução
Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica ABRADEE
AES Brasil Grupo AES
Centrais Elétricas de Santa Catarina CELESC
Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG
Cia Energética de São Paulo CESP
Companhia Paranaense de Energia COPEL
EDP Energias do Brasil EDP
ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A. ELEKTRO
Itaipu Binacional Itaipu
Light Serviços de Eletricidade S.A. Light
126
Contribuinte Sigla/Atividade
AB Energy do Brasil Ltda Cogeração
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica ABSOLAR
Assoc. Brasileira dos Produtores Independentes de Energia
APINE
Elétrica
Associação da Indústria de Cogeração de Energia-RJ COGEN-RJ
Associação da Indústria de Cogeração de Energia-SP COGEN-SP
GIZ Inst. alemão energias renováveis
GE Distributed Power Geração distribuída
Instituto Nacional de Eficiência Energética INEE/Instituto ligado a cogeração e GD
Renova Energia S.A. PCH, eólica e solar, sistemas FV
União da Indústria da Cana de Açúcar Unica
Contribuinte Sigla/Atividade
Associação de Grandes Consumidores de Energia ABRACE
Contribuinte Sigla/Atividade
Assoc. Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrc. Abradee
AES Brasil Grupo AES
Andrade Gutierrez Concessões S.A. --
Ampla Energia e Cia Energética do Ceará Grupo ENEL
Cia Energética de Brasília CEB Distribuição
Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG
Centro de Pesquisa de Energia Elétrica CEPEL/Grupo Eletrobrás
Centrais Elétricas Brasileira S/A Grupo Eletrobrás
Companhia Paranaense de Energia COPEL
Companhia Paulista de Força e Luz Grupo CPFL Energia
CPFL Comercialização Brasil Grupo CPFL Energia
ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A. ELEKTRO
EN-BRASIL (PRÁTIL ENEL) Grupo ENEL
ENEL Grupo ENEL
Energias do Brasil Grupo EDP
Eng. Leno Porto Dutra Ligado à CEEE Distribuição
Itaipu Binacional ITAIPU
Light Serviços de Eletricidade S.A. Light
Grupo Neoenergia Neoenergia
128
Contribuinte Sigla/Atividade
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica ABSOLAR
Adriano Anaia Pereira Comerc Solar/Sistemas FV
Andre Barcelos Projetos energia solar
Bruno Rondinella Gerador distribuído
BrS Energia Sistemas energia solar FV
Associação da Indústria de Cogeração de Energia COGEN
Cia de Papel e Celulose do Paraná CONCELPA/Gerador Distribuído
EBES Sistemas de Energia Projetos energia solar
Empresa Brasileira de Energia Solar Sistemas energia solar FV
Ecenergia Eireli Geração distribuída
ECO Engenharia e Energia Ltda. Projetos geração distribuída
Energia Limpa do Brasil LTDA Geração energia limpa, cogeração
Energybras Soluções em energias renováveis
Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil Geração distribuída
Futura Contabilidade & Consultoria consulta em nome de cliente GD
Geração de Energia Solar --
GIZ Instituto alemão energias renováveis
Greenpeace Brasil ONG meio ambiente
INSTITUTO IDEAL Energias alternativas
José Henrique Furini Sistemas energia solar FV
Marta Olivieri Funcionária Eletrobrás
Mateus Armando-Minha casa solar Sistemas energia solar FV
MITSIDI Gestão energética, renováveis
PHB Eletrônica Ltda Sistemas energia solar FV
Renova Energia S.A Eólica, PCHs, solar
REPENSA ENERGIA-Igor Gomides Sistemas energia solar FV
RICARDO GERIBELLO ANDERS Sistemas energia solar FV
Satrix Ind. E Com. de Equipm. deEnergias Renováveis --
Service Energy Gestão GD
Sitawi Finanças do Bem Ligada a questõs eco-climáticas
Solar Energy do Brasil Ltda. - Filipe Ribas --
Solar Grid --
Solarize Serviços em Tecnologia Ambiental --
Solyes Geradora de Energia Ltda. GD
Sun Grid Energia
WWF-Brasil ONG ligada a questões eco-climáticas
129
Contribuinte Sigla/Atividade
Conselhos de Consumidores da CPFL Paulista e
Piratininga --
Conselho de Consumidores da Bandeirante Energia CONBAND
Conselho de Consumidores EE Estado do Mato Grosso CONCEL MT
Conselho de Consumidores da CEMIG --
Conselho de Consumidores da Elektro --
Conselho de Consumidores de Energia Elétrica CONCEN
Conselho de Consumidores da Eletropaulo CONSELPA
Conselho de Consumidores da SABESP CONSABESP
EDUARDO SPINOLA PEREIRA Consumidor resid. e comercial
Conselho de Consumidores da RGE --
Ricardo Vidinich Conselho de consumidores Copel
Conselho de Energia Elétrica de Alagoas e Associação
dos Profissionais de Eletroeletrônica de Alagoas CCEDAL/APREL
130
Contribuinte Sigla
Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrc. ABRADEE
AES Eletropaulo Grupo AES
ALUPAR INVESTIMENTO S/A ALUPAR
Celesc Distribuição CELESC
Companhia Paranaense de Energia COPEL
Equatorial Energia Grupo Equatorial
Grupo CPFL Energia Grupo CPFL Energia
Grupo Energisa Grupo Energisa
Elektro Redes S/A ELEKTRO
EDP Energias do Brasil Grupo EDP
Neoenergia Grupo Neoenergia
Contribuinte Sigla/Atividade
Associação Brasileira de Geração Distribuída ABGD
Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa ABRAGEL
Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas ABRAPCH
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica ABSOLAR
Antonio Dias Energia S.A --
Associação Pro-Energias Renováveis APROER
Agentes Coxim Energia LTDA e São João Energia LTDA CGHs e PCHs
BES Brasil Energia Sustetável Ltda. Empresa integradora
BRZ ENERGIA PARTICIPAÇÕES AS Empresa integradora
CEI- ENERGÉTICA INTEGRADA LTDA CGHs e PCHs
CONSTRUNIVEL CONSTRUTORA LTDA Empresa integradora
Energiciti Empresa integradora
GENUS ENERGIA Geração distribuída e autoprodução
Grupo BC Energia GD, energias renov., comercialização
GRUPO BOM FUTURO - CUIABÁ/MT PCHs
Guilherme Susteras Atua em empresa integradora
Empresa Brasileira de Energia Solar Empresa integradora
132
Contribuinte Sigla/Atividade
Assoc. Grandes Consumidores Ind. Energia e Con. Livres ABRACE
Conselho de Consumidores EE Estado do Mato Grosso CONCEL MT
Conselho de Consumidores da Eletropaulo CONSELPA
Conselho de Consumidores da CEMIG --
Conselho de Consumidores da EDP São Paulo --
Nilton Pontes --
I. CP 015/2010
II. CP 005/2014