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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Aderaldo Policarpo Santos Junior

Lucas Disigant de Souza

Natália Caroline Alves

Implementação de sistemas renováveis em uma edificação residencial

São Paulo

2021
Aderaldo Policarpo Santos Junior

Lucas\ Disigant de Souza

Natália Caroline Alves

Implementação de sistemas renováveis em uma edificação residencial

Monografia apresentada à
Universidade São Judas Tadeu,
como requisito parcial para a
obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. André Luiz


de Oliveira

Coorientador: Prof. Dr. Fernando


Trevisan Saez Parra

Coorientadora: Profª Dra. Julia


Lopes da Silva Gascho

São Paulo

2021
FICHA DE APROVAÇÃO

Data:

Horário:

Título:

Nome completo dos alunos RA

Aderaldo Policarpo Santos Junior 201501059

Lucas Disigant de Souza 201411456

Natália Caroline Alves 201411787

Observações sobre o trabalho:

Professores da Banca examinadora Assinatura

Prof. Dr. André Luiz de Oliveira

Profª Dr. Fernando Trevisan Saez Parra

Profª Dra. Julia Lopes da Silva Gascho

Resultado:
AGRADECIMENTOS

A DEUS primeiramente. A todos aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a


realização deste trabalho. A todos que participaram, direta ou indiretamente do
desenvolvimento desta pesquisa, enriquecendo o nosso processo de aprendizado. Às pessoas
que convivemos ao longo desses anos de curso, que nos incentivaram e que certamente
tiveram impacto na nossa formação acadêmica.

Senhor bom e onipotente,

Faze-me aprender contigo

A colocar em todas as coisas,

Em meu trabalho, como em minha vida,

O número, o peso e a medida

Que lhes deem o justo equilíbrio,

A beleza sóbria

E a firmeza que sustenta a paz.

Que, ao erguer as grandes obras,

Eu pense sempre no homem

E um sentimento de ternura e de fraternidade

Transpareça nos meus planos arrojados

Como nos projetos humildes.

Que, ao construir a cidade dos homens,

Eu saiba comunicar-lhe

Esse suplemento de alma.

Que a possa fazer alegremente habitada

Pelos vossos filhos, meu Deus.

Amém.

Mosteiro de Nossa Senhora do Monte – Olinda, PE.


RESUMO

A dificuldade energética pela qual a sociedade atual tem passado devido a diversos fatores
como o crescimento exponencial do processo de industrialização, atrelado ao esgotamento de
recursos não renováveis e às alterações climáticas provenientes de gases poluentes fez com
que a demanda por falta de energia no Brasil e no mundo se intensifica. Por este fator,
diversos outros meios de energia estão sendo cada vez mais procurados, como a energia solar
por exemplo, que é uma alternativa viável tanto no quesito técnico como no econômico, pois
se mostra ambientalmente sustentável, mesmo com um custo relativamente elevado, que no
cenário atual do Brasil é a principal barreira que vem sendo ultrapassada com o barateamento
da tecnologia. Conforme o aumento do trabalho remoto, não só a energia elétrica, como
também o consumo de água tem crescido vertiginosamente, o que coloca cada vez mais em
risco este recurso tão importante e essencial para a vida de todos. Diante deste contexto
busca-se fazer a análise de viabilidade econômica e financeira das implementações de três
sistemas, sendo eles: Sistema Fotovoltaico, Sistema Hidrelétrico e tratamento de águas cinzas
e águas pluviais para reuso a fim de sanar as principais dúvidas referente ao custo,
funcionamento, desmistificar tais sistemas sustentáveis e comprovar que eles são realmente
viáveis.

Palavras-chaves: Energia solar, água, viabilidade, sustentabilidade.


ABSTRACT

The energy difficulty that today's society has been going through due to several factors such
as the exponential growth of the industrialization process, coupled with the depletion of
non-renewable resources and climate changes from polluting gases, has intensified the
demand for energy in Brazil and in the world. For this reason, several other means of energy
are being increasingly sought out, such as solar energy, for example, which is a viable
alternative both technically and economically, because it is environmentally sustainable, even
with a relatively high cost, which in the current scenario in Brazil is the main barrier that is
being overcome with the cheapening of the technology. As remote work has increased, not
only electricity, but also water consumption has skyrocketed, putting this important and
essential resource at increasing risk. Given this context it is sought to make the analysis of
economic and financial viability of the implementations of three systems, namely:
Photovoltaic System, Hydroelectric System, and graywater and rainwater treatment for reuse
in order to solve the main doubts regarding cost, operation, demystify such sustainable
systems and prove that they are really viable.

Keywords: Solar energy, water; viability, sustainability.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação para pequenos aproveitamentos hidroenergéticos. 34

Tabela 2 - Custos de construção de PCHs nas ZNIs da Colômbia. 35

Tabela 3 - Distribuição percentual dos custos de construção de uma PCH. 35

Tabela 4 - Classificação de turbina quanto a trajetória da água. 36

Tabela 5. Sistemas de tratamentos recomendados. 47

Tabela 6 : Consumo médio de energia elétrica e água potável do condomínio. 52

Tabela 7: Irradiação solar, pressão atmosférica e índice pluviométrico do condomínio. 53

Tabela 8: Orçamento projeto fotovoltaico convencional. 55

Tabela 9: Orçamento projeto fotovoltaico com rastreador solar. 55

Tabela 10: Orçamento projeto sistema hidrelétrico (Empresa BRASIL PCH). 59

Tabela 11: Estimativa da demanda interna 61

Tabela 12: Cálculos da estimativa da demanda interna 61

Tabela 13. Custos para implantação do sistema de reuso de águas cinzas 62

Tabela 14: Dados de frequência de lavagens e consumos. 65

Tabela 15: Cálculos da estimativa da demanda externa 65

Tabela 16: Orçamento ECOCASA. 66

Tabela 17 - Análise de Investimento no Projeto Fotovoltaico. 68

Tabela 18 - Análise de investimento no projeto fotovoltaico com rastreador solar. 69

Tabela 19 - Análise de investimento no projeto hidrelétrico. 70

Tabela 20 - Análise de investimento no projeto de água de reuso 71


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Movimentação da Terra ao redor do Sol. 21

Figura 2: Composição do espectro da radiação solar. 22

Figura 3: Espectro eletromagnético da radiação solar. 23

Figura 4: Efeito fotovoltaico em um semicondutor. 25

Figura 5 - Máquinas selecionadas - potências máximas no período de 1700 a 1970. 27

Figura 6 - Esquema de instalação hidrelétrica com uso de turbina do tipo Francis. 28

Figura 7 - Campo de aplicação de turbinas hidráulicas. 33

Figura 8 - Esquema típico de uma Mini Usina Hidrelétrica 34

Figura 9: Características das águas cinzas originadas em banheiros brasileiros. 40

Figura 10: Características físicas, químicas e bacteriológicas da água pluvial 42

Figura 11: Fórmula do Valor Presente Líquido - VPL 45

Figura 12: Fórmula da Taxa Interna de Retorno – TIR 46

Figura 13: Fórmula do Payback 47

Figura 14 - Sistema fotovoltaico conectado à rede de distribuição. 50

Figura 15: Gerador para sistemas hidrelétricos em micro usinas (2 Turbinas). 52

Figura 16: Rodas Pelton incluídas no sistema hidrelétrico da micro usina. 53

Figura 17: Foto de um sistema de uma micro usina hidrelétrica. 53

Figura 18. Esquema de reuso de águas cinzas. 55


Figura 19: Sistema isolado para o aproveitamento de águas pluviais. 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

ANA - Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

Cd - Consumo diário de água (em litros)

CETESB - Companhia Ambiental do estado de São Paulo

CV - Cavalo Vapor

D - Diâmetro

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DN - Diâmetro Nominal

DRDH - Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica

EIA - Estudo de Impacto Ambiental

EPE - Empresa de Pesquisa Energética

EVE - Estudo de Viabilidade Econômica

g - Gravidade (9,81 m/s²)

GWh - Gigawatt-hora

H - Altura de elevação

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

J - Perda unitária

K - Coeficiente de perda de carga (NBR 10 071/1982)

kN/m³ - Quilonewton por metro cúbico

kPa - Kilopascal

kPa/m - Kilopascal por metro

kW - Quilowatt

kWh - Quilowatt-hora

l/s - Litros por segundo


LI - Licença de Instalação

LO - Licença de Operação

LP - Licença Prévia

m - metro

m/s - metros por segundo

m² - Metro quadrado

m³ - Metro cúbico

mca - metro coluna d'água

MCHs - Mini usinas hidrelétricas

MicroCH - Micro Central Hidrelétrica

MicroCHs - Micro Centrais Hidrelétricas

MiniCH - Mini Central Hidrelétrica

MiniCHs - Mini Centrais Hidrelétricas

MMA - Ministério do Meio Ambiente

MW - MegaWatt

NBR - Norma Brasileira

P - Potência motriz (W)

PBA - Projeto Básico Ambiental

PBC - Projeto Básico Consolidado de Engenharia

PCH - Pequena Central Hidrelétrica

PCHs - Pequena Centrais Hidrelétricas

PDE - Plano de Decenal de Expansão de Energia

pH - Potencial Hidrogeniônico

PVC - Policloreto de Vinila

Q - Vazão

Q - Vazão da bomba (l/s)

Qmax - Vazão do hidrômetro


RDPA - Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais

Rima - Relatório de Impacto Ambiental

RTI - Reserva Técnica de incêndio

SNI - Sistema Interligado

Tê - Peça de derivação de tubulação

UHEs - Usinas Hidrelétricas

US$ - Dólar (Moeda)

US$/kW - Dólar por quilowatt

v - Velocidade

Vo2 - Quadrado da velocidade inicial

Vri - Volume Reservatório Inferior

Vrs - Volume reservatório superior

XIX - Dezenove (Algarismo Romano)

XVIII - Dezoito (Algarismo Romano)

XX - Vinte (Algarismo Romano)

ZI - Zona Interligada

ZNI - Zona Não Interligada

ZNIs - Zonas Não Interligadas


SÍMBOLOS

º - Graus

π - Número Pi

Δh - Perda de carga

% - Porcentagem

√ - Raiz Quadrada

Σ - Somatória

Σ J - Somatória das perdas


SUMÁRIO

1. Introdução 16

1.1. Justificativa 18

1.2. Objetivos 19

2. Revisão bibliográfica 20

2.1. Construção Civil 20

2.2. Recurso Solar 21

2.2.1. Efeito Fotovoltaico 24

2.2.2. Rastreador Solar 26

2.3. Recurso Hidrelétrico 26

2.3.1. Condutos Forçados 29

2.3.2. Linha de Carga e Piezométrica 29

2.3.3. Influência da Pressão Atmosférica 29

2.3.4. Tipos de Centrais Hidrelétricas 30

2.3.5. Tipos de Turbinas Hidráulicas 31

2.3.6. Mini e Micro Usinas Hidrelétricas 33

2.3.7. Eficiência Energética 35

2.3.8. Planejamento da Geração 35

2.4. Reuso de Água 38

2.4.1. Água Cinza 39

2.4.2. Água Pluvial 40

2.4.3. Tratamento 43

2.5. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira 44

2.5.1 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) 44

2.5.2. Valor Presente Líquido (VPL) 45

2.5.3. Taxa Interna de Retorno (TIR) 45


2.5.4. Payback 46

3. Metodologia 47

3.1. Edificação [Objeto de estudo] 47

3.2 Projetos Fotovoltaicos 49

3.2.1. Sistema Fotovoltaico On-Grid 49

3.2.2. Componentes de um Sistema Fotovoltaico On-Grid 50

3.2.3. Precificação dos Projetos Fotovoltaicos 50

3.3 Projetos Hidrelétricos 52

3.3.1. Protótipo do Sistema Hidrelétrico 52

3.3.2. Precificação do Sistema Hidrelétrico 54

3.4 Projetos de Água de Reuso 54

3.4.1 Sistema de Aproveitamento de Águas Cinzas 54

3.4.2. Precificação do Sistema de Aproveitamento de Águas Cinzas 57

3.4.3. Sistema de Aproveitamento de Águas Pluviais 58

3.4.4. Precificação do Sistema de Aproveitamento de Águas Pluviais 61

3.5 Indicadores de Análises 62

3.5.1. Definição da TMA 62

4. Resultados e discussões 63

4.1. Análise de Investimento no Projeto Fotovoltaico 63

4.2. Análise de Investimento no Projeto Hidrelétrico 64

4.3. Análise de Investimento no Projeto de Água de Reuso 65

5. Conclusão 66

6. Referências Bibliográficas
7. Apêndices 75
1. Introdução

No decorrer dos anos o consumo de água no Brasil cresceu de forma exponencial,


visto que a cada segundo são utilizados por volta de 2 milhões e 83 mil litros de água, levando
em consideração que em 1931 a população brasileira utilizava apenas 131 mil litros de água,
cerca de 6,3% do valor atual, tais dados foram levantados do Manual de Usos Consuntivos da
Água no Brasil, que foi elaborado pela - ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento
Básico) no ano de 2019. Tal estudo ainda cita que o uso da água no país deverá crescer cerca
de 24% até 2030, ou seja, a população consumirá mais de 2,5 milhões de litros por segundo
(MANUAL, 2019).

Vale lembrar que com o atual cenário causado pela COVID19, desde o início da
pandemia muitas pessoas agora trabalham diretamente de suas casas, aproximadamente 7,8
milhões de pessoas, segundo estudo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) em outubro de 2020. Junto com isso, o consumo de energia elétrica cresce cada
vez mais, alcançando a marca de 39.122 GWh (Gigawatts hora) em agosto de 2020, o
crescimento foi de aproximadamente 1,4% em relação ao mesmo período de 2019, segundo a
EPE (Empresa de Pesquisa Energética, que presta serviços ao Ministério de Minas e Energias
na área de estudos e pesquisas). Além disso, no PDE (Plano de Decenal de Expansão de
Energia) o EPE fez o levantamento de que 48% da matriz energética em 2020 foi renovável e
também prevê que esse valor deverá ser pelo menos mantido (a tendência é aumentar) e que o
consumo de energia elétrica deve crescer cerca de 44% até 2030 (PLANO, 2021).

Outro fato relevante é que desde 2015, foi implantado o Sistema de Bandeiras
tarifárias, que se encontra na Resolução Normativa n 547, possui 3 modalidades, sendo elas:
verde, amarela e vermelha que indicam se haverá ou não um valor adicional a ser pago nas
contas mensais pelo consumidor final (sendo a vermelha o pior caso de geração de energia,
quando a tarifa sofre o acréscimo de R$ 0,06243 para cada quilowatt – hora, kWh, consumido
(ANEEL, 2021).

O Brasil, atualmente, tem 83% de sua matriz elétrica originada de fontes renováveis,
de acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de

16
Minas e Energia, Reive Barros. A participação é liderada pela hidrelétrica (63,8%), seguida de
eólica (9,3%), biomassa e biogás (8,9%) e solar centralizada (1,4%). (GOVERNO DO
BRASIL, 2021).

Utilizar todo o potencial de fontes renováveis disponíveis, não só pelo aspecto


tecnológico e ambientalmente sustentável, mas principalmente pelas questões
socioeconômicas, com a geração de emprego e renda para a nossa população.

A hidroeletricidade é a forma mais comum de energia renovável no mundo. Ela


responde por mais de 80% de eletricidade vinda de fontes renováveis. A China é a maior
produtora mundial de energia hidrelétrica, seguida por Canadá, Brasil, Estados Unidos e
Rússia (PIPE, 2015, p.2).

Diante deste cenário de grande consumo de energia hidráulica no Brasil e no mundo,


pode-se destacar as desvantagens que a utilização desta energia nos causa (PIPE, 2015, p.3):
• A energia das ondas depende de lugares em que elas sejam consistentemente fortes,
tornando seu uso adequado.
• Máquinas para ondas e marés têm de ser fortes para suportar climas muito rigorosos.
• A energia maremotriz funciona apenas cerca de dez horas por dia, quando a maré está
efetivamente subindo ou descendo. A construção de uma barragem de maré é muito onerosa e
afeta os hábitos aquáticos locais.
• A construção de represas tem custo alto e, às vezes, é necessário inundar áreas muito vastas,
destruindo habitats e obrigando as pessoas a abandonar suas casas. As represas podem ficar
cheias de lodo ou também há a possibilidade de o seu suprimento de água secar.
• A vegetação em estado de decomposição de vales inundados libera metano, um poderoso
gás do efeito estufa.

Outra questão importante a ser abordada é que as águas da chuva podem ser
reaproveitadas para proporcionar ótimos benefícios. Conforme a CETESB (Companhia
Ambiental do estado de São Paulo), uma pesquisa da Universidade da Malásia deixou claro
que após o início da chuva, somente as primeiras águas carreiam ácidos, microorganismos, e
outros poluentes atmosféricos, sendo que normalmente pouco tempo após a mesma já adquire

17
características de água destilada, que pode ser coletada em reservatórios fechados. CETESB,
ressalta que as águas de chuva são encaradas pela legislação brasileira hoje como esgoto, pois
ela usualmente vai dos telhados, e dos pisos para as bocas de lobo aonde, como “solvente
universal”, vai carregando todo tipo de impurezas, dissolvidas, suspensas e afins para um
córrego que acabará num rio, que por sua vez, supre uma captação para Tratamento de Água
Potável. Claro que essa água sofreu um processo natural de diluição e autodepuração, ao
longo de seu percurso hídrico, nem sempre suficiente para realmente depurá-la (CETESB,
2021).

Vê-se que com o passar dos anos, cada vez mais procura-se formas de reaproveitar
recursos naturais e ao pensar em energia solar, pode-se destacar que é importante na
preservação do meio ambiente, pois tem muitas vantagens sobre as outras formas de obtenção
de energia, tais como: não é poluente; não influencia no efeito estufa; não precisa de turbinas
ou geradores para a produção de energia elétrica; e para cada metro quadrado de coletor solar
instalado, evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras férteis na construção de
novas usinas hidrelétricas (GARCEZ; GARCEZ, 2010, p.3).

Vale ressaltar que os painéis solares mais utilizados, no formato de placas, possuem
suas desvantagens, como por exemplo, baixa capacidade de armazenamento e baixo
rendimento. São necessários quatro anos para gerar energia suficiente com uma célula solar
para compensar a quantidade de energia usada para produzi-la (PIPE, 2015).
O desenvolvimento deste trabalho consiste na construção de um condomínio auto sustentável,
reaproveitando a água das chuvas nas áreas comuns e também gerando energia através de
painéis com rastreadores solares, que podem ter resultados até 40% superiores a sua estrutura
fixa equivalente, e com isso, reduzir custos para os moradores.

1.1. Justificativa

Diante do cenário atual, apontado na introdução, o uso de energia elétrica e consumo


de água no Brasil tiveram um crescimento considerável e ao que tudo indica deve continuar,
considerando o estado de pandemia da COVID-19, acompanhada de uma forte crise

18
financeira e que influenciou diretamente (de forma negativa na maior parte dos casos) em
adaptações, estas quais foram implantadas em diversas empresas do País.
Com base nessas informações deve-se levar em consideração a implantação de sistemas
renováveis nas edificações residenciais e também comerciais, a fim de uma redução de custos.

1.2. Objetivos

Objetivo Geral

O trabalho tem como objetivo a análise de viabilidade da implementação de sistemas


renováveis em uma edificação residencial, para seu abastecimento de energia elétrica e
tratamento de água pluvial e de reuso.

Objetivos Específicos

• Realizar o estudo de viabilidade da implantação do sistema fotovoltaico na edificação a fim


de sanar a necessidade de consumo de energia, e apresentação das taxas de retorno sobre
investimento para implantação do sistema.

• Realizar o estudo de viabilidade da implantação do sistema hidrelétrico na edificação a fim


de sanar a necessidade de consumo de energia, e apresentação das taxas de retorno sobre
investimento para implantação do sistema.

• Realizar o estudo de viabilidade da implantação do sistema de tratamento de água pluvial e


de reuso da edificação a fim de minimizar a quantidade de consumo de água, e apresentação
das taxas de retorno sobre investimento para implantação do sistema.

19
2. Revisão bibliográfica

2.1. Construção Civil

Seguem os processos de construção civil de um edifício mencionados pelo professor


Bastos et al. (2019) na apostila de sua disciplina de construção de edificações:

1. Serviços Técnicos e Administrativos Preliminares


2. Limpeza Do Terreno / Instalação e Locação Da Obra
3. Serviços em Terra e Rocha
4. Fundação e Estrutura
5. Alvenaria
6. Isolamento Térmico e Acústico
7. Impermeabilização
8. Cobertura
9. Esgotamento Pluvial e Instalações Hidráulicas
10. Esgoto Sanitário
11. Aparelhos e Metais Sanitários
12. Instalações Elétricas
13. Telefone Externo/Interno
14. Antenas e Instalações Especiais
15. Serralheria e Marcenaria
16. Revestimento de Paredes e pisos
17. Ferragens e Vidros
18. Pintura
19. Acabamento e Paisagismo

Estes processos mencionados, não serão aqui desenvolvidos e discriminados. Abordaremos o


motivo pelos quais a grande maioria das edificações não possuem sistemas renováveis em
suas estruturas, tais como:

20
• Sistema Fotovoltaico;
• Sistema Hidrelétrico [Pico Central Hidrelétrica];
• Sistema de reuso de água.

2.2. Recurso Solar

A radiação solar, energia emitida principalmente em forma de radiação


eletromagnética pelo Sol, pode ser denominada como a base do recurso solar do planeta Terra.
A radiação eletromagnética pode ser visível, emitida em altas frequências do espectro e
também em faixas de frequência de infravermelho e ultravioleta. O planeta Terra através do
seu comportamento de órbita elíptica em torno do Sol, relativo aos seus movimentos de
translação e rotação, recebe a incidência solar em diferentes quantidades ao redor de toda a
sua área. A figura 1 representa a movimentação descrita (COULSON,1975).

Figura 1: Movimentação da Terra ao redor do Sol.

Fonte: CRESESB, 2004.

21
A radiação solar é constituída de ondas eletromagnéticas, cuja energia é dada pela
equação de Planck-Einstein, equação 1, onde “E” é a energia em [J], “h” é a constante de
Plank em [J.s] e “f” é a frequência [Hz]. Logo, nota-se que a energia é diretamente
proporcional à frequência da onda.

𝐸=ℎ∙𝑓 (1)

Sendo que, a frequência e o comprimento de onda estão relacionados por meio de uma
relação inversamente proporcional, como pode ser vista na equação 2 abaixo.

𝑓=𝑐𝜆 (2)

Onde, “f” é a frequência da onda em [Hz], “c” é a velocidade da luz no vácuo, cujo
valor aproximado é 3x108 m/s e “λ” é o comprimento de onda em [m]. A radiação solar
incidente na Terra é formada por um espectro maior que apenas a luz visível (Figura 2).

Figura 2: Composição do espectro da radiação solar.

Fonte: Adaptado de L-Tron Corporation (2015).

22
Mas, apenas parte desse espectro contribui de forma efetiva com a energia contida na
radiação solar na atmosfera terrestre, pois no momento em que penetra na atmosfera a
radiação solar sofre atenuações e espalhamentos, alternando o espectro eletromagnético, de
acordo com a Figura 3.

Figura 3: Espectro eletromagnético da radiação solar.

Fonte: Pereira et al. (2017).

Nela nota-se a curva em azul indica a irradiância incidente no topo da atmosfera e a


área em verde é a irradiância já atenuada. Nota-se que alguns comprimentos de onda são
totalmente atenuados pela atmosfera e não incidem na superfície terrestre (RÜTHER et al.,

23
2017). A distribuição de energia do espectro de radiação solar depende de alguns fatores
como: a localização geográfica, a hora do dia, o dia do ano, as condições climáticas, a
composição da atmosfera, a altitude e de outros fatores (VILLALVA, 2015). Logo, o nível de
irradiação em cada local do planeta é diferente. A radiação solar tem duas características
essenciais que possuem grande influência na geração de energia: intermitência e variabilidade
no tempo (VERA, 2004). A intermitência está relacionada com as condições meteorológicas e
com o movimento de rotação da terra. Já a variabilidade no tempo é consequência do
movimento de translação e da declinação da Terra, que fazem com que a distância da Terra
em relação ao Sol varie com o tempo, influenciando a intensidade da irradiação ao longo do
ano.

2.2.1. Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico é um fenômeno físico que permite a transformação direta da


radiação solar em energia elétrica. Tal efeito acontece em materiais com características
específicas, como é o caso de alguns materiais semicondutores. Encontrado em abundância,
com baixo custo da matéria prima e possuindo um processo de fabricação já bastante
consolidado, o silício dopado é o material semicondutor mais utilizado nas células
fotovoltaicas. O primeiro passo para tornar o silício um material semicondutor sensível à luz é
alterar suas características elétricas. Segundo Villalva (2015), para tal feito, o cristal de silício
puro é dopado com um material receptor de elétrons, fazendo com que fique com uma
deficiência de elétrons, chamada de lacunas, e com isso, criando uma região de densidade de
carga positiva, a região do tipo P. De maneira semelhante, é introduzido outro, mas, com a
introdução desse novo material dopante, cria-se uma região de densidade de carga negativa,
conhecida como região do tipo N. E, entre essas duas regiões forma-se a junção P-N. Com
estas dopagens, a região tipo N possui um excesso de elétrons e a região tipo P possui um
excesso de lacunas. Assim os elétrons da região N tendem a migrar para a região P e as
lacunas da região P tendem a migrar para a região N. Quando um elétron ou uma lacuna
trocam de região, remanesce um íon positivo na região N e um íon negativo na região P. Esses
formam um campo elétrico com origem nos íons positivos e término nos íons negativos e com
direção oposta à direção original de difusão das cargas. Dessa forma é criada uma barreira de
potencial entre as duas regiões, fazendo com que o material semicondutor chegue a um

24
equilíbrio elétrico. Essa região formada pelos íons e com um campo elétrico é chamada de
região de depleção. Ainda segundo Villalva (2015), a região superior do semicondutor é a do
tipo N. Essa região faz com que a radiação solar atinja a junção P-N, transferindo a energia
para os elétrons da banda de valência. Caso a energia incidente for suficiente para libertar o
elétron da sua ligação química, ele passa para a banda de condução e cria-se um par
elétron-lacuna. Devido ao campo elétrico na região de depleção, o elétron é atraído para a
região N e a lacuna para a região P. Assim fica estabelecida uma diferença de potencial entre
cada lado da junção. Logo, se conectar os terminais de uma carga em cada lado da junção, se
estabelece uma corrente elétrica, caracterizando o efeito fotovoltaico, em que a energia
contida na radiação solar é transformada em energia elétrica. Na figura 4 vê-se a explicação
do efeito fotovoltaico.

Figura 4: Efeito fotovoltaico em um semicondutor.

Fonte: Vera (2004).

2.2.2. Rastreador Solar

O rastreador solar é um dispositivo que mantém o painel fotovoltaico na posição


perpendicular aos raios solares no decorrer do dia. O primeiro rastreador, constituído por uma

25
estrutura mecânica, foi elaborado por Finster em 1962 (Mousazadeh et al, 2009). Saavedra
apresentou um mecanismo de rastreamento que usava um pireliômetro no auxílio do controle
de posicionamento um ano depois (Mousazadeh et al., 2009) e após isso, diversas estruturas
de rastreamento foram propostas. Os sistemas fotovoltaicos estáticos, ou seja, sem a presença
de rastreadores solares, utilizam 40% a mais de módulos fotovoltaicos para produzir a mesma
quantidade de energia anual que um sistema que esteja equipado com um rastreador solar de
dois eixos. Além disso, um sistema fotovoltaico com rastreador solar de um eixo, produz em
média 30% a mais de energia anual que um sistema estático equivalente (Gay; Wilson, 1983).

Os rastreadores são classificados de acordo com suas estruturas mecânicas e elétricas e devem
possuir as seguintes características (ELMER, KVASZNICZA, 2006):

• Estrutura com uma ou duas colunas;


• Movimento em um ou dois eixos;
• Dispositivos de detecção de luz;
• Alimentação de energia autônoma ou auxiliar;
• Seguidor de luz ou de trajetória pré-programada;
• Movimento contínuo ou gradual;
• Rastreamento ao longo do ano, excetuando-se no inverno para algumas regiões geográficas.

2.3. Recurso Hidrelétrico

“As primeiras centrais de geração de energia elétrica eram hidráulicas de baixas


potências com geradores de corrente contínua, destinadas a iluminação pública e localizadas
perto dos centros de consumo, devido ao pouco desenvolvimento do transporte elétrico” (
Flórez et al. (2014).

PEREIRA (2015) Aponta que durante os séculos XVIII e XIX, tornou-se possível a
conversão de energia mecânica em energia elétrica, os sítios das hidrelétricas eram limitados a
gerar 100 kW (134 cv). A seguir, pode-se ver na figura 5 a evolução das potências das
máquinas utilizadas de 1700 a 1970.

26
Figura 5 - Máquinas selecionadas - potências máximas no período de 1700 a 1970.

Fonte: Gulliver e Arndt (1991).

FLÓREZ (2014) aponta que com o desenvolvimento da geração elétrica em corrente


alternada foi possível aumentar a potência e a capacidade de transmissão, permitindo que até
meados do século XX, a maioria dos municípios dispusesse de uma pequena central
hidrelétrica (PCH) ou microcentrais hidrelétricas (MicroCHs), as quais foram desenvolvidas
com recursos e experiências dos próprios municípios. Construídas sem uma visão de
planejamento unificada em âmbito nacional até fins da década de 1970, onde com a ampliação
da cobertura de serviços deu-se origem a duas zonas na Colômbia: Zona interligada (ZI) ou
Sistema Interligado (SNI) e Zona não interligada (ZNI).

• ZI ou SIN: A energia elétrica é produzida pela central hidrelétrica e é fornecida ao ponto de


consumo por meio do sistema de transmissão de energia interligado.

• ZNI: A energia elétrica é produzida por conjuntos de geradores autônomos e é fornecida ao


ponto de consumo.
A ZNI na década de 70 pode ser caracterizada pelo autor como um sistema que
dispunha de elevado custo de operação comparado ao SIN, devido ao transporte de

27
combustíveis ao mesmo. E afirma que o desenvolvimento dos sistemas nas ZNIs e zonas
rurais são fundamentais para para o desenvolvimento socioeconômico da região onde é
implantado.

Dispondo de mecanismos para financiar os planos, programas e projetos de


investimento em infraestrutura energética nas ZNIs e zonas rurais, o Estado tem os
mecanismos para fornecer energia elétrica a essas comunidades e, ao mesmo tempo, atender a
comunidade internacional no que concerne às pressões naturais exercidas pela mudança
climática.

PEREIRA (2015) descreve os eventos marcantes relacionados ao desenvolvimento das


hidrelétricas, citando o desenvolvimento da turbina pelo francês Benît Fourneyron, em 1827 e
seus aperfeiçoamentos por outros pesquisadores e inventores ao longo do tempo, como Pelton
e Francis nos Estados unidos, inclui na obra curiosidades como o desenvolvimento da
tecnologia de turbinas alimentadas por condutos forçados por Fourneyron em 1837 em Saint
Blaise.

Figura 6 - Esquema de instalação hidrelétrica com uso de turbina do tipo Francis.

Fonte: Alterima (2021).

28
2.3.1. Condutos Forçados

NETTO (2015) no capítulo 9 de seu livro, descreve de forma detalhada a definição de


condutos forçados. O capítulo é dedicado ao estudo do escoamento permanente uniforme em
tubulações forçadas, isto é, aquelas em que o perímetro molhado coincide com todo o
perímetro do tubo e que a pressão interna obrigatoriamente não coincide com a pressão
atmosférica.

Fixa-se ainda, como premissa, que o comprimento do conduto seja superior a 100
vezes o seu diâmetro. Sempre que não haja menção expressa, a seção transversal dos tubos é
circular.Sendo o movimento uniforme, por qualquer forma de escoamento em regime
turbulento ou laminar, a declividade da linha piezométrica é constante.

2.3.2. Linha de Carga e Piezométrica

A linha de carga referente a uma tubulação é o lugar geométrico dos pontos


representativos das três cargas: a de velocidade, a de pressão e a de posição.

A linha piezométrica corresponde às alturas a que o líquido subiria em "piezômetros"


instalados ao longo da tubulação; é a linha das pressões.

As duas linhas estão separadas pelo valor correspondente ao termo v²/(2 . g), isto é, a
energia cinética ou carga de velocidade. Se o diâmetro da tubulação for constante, a
velocidade do líquido será constante e as duas linhas paralelas. (NETTO, 2015).

2.3.3. Influência da pressão atmosférica

A pressão na superfície de um líquido é exercida pelos gases que se encontram acima,


geralmente à pressão atmosférica.

A pressão atmosférica varia com a altitude, correspondendo ao nível do mar, a uma


coluna de água de 10,33 metros. A coluna de mercúrio seria 13,6 vezes menor, ou seja, 0,760
metros. Para a medida de pressões, empregam-se, frequentemente, manômetros metálicos
(Bourdon) para a verificação e controle de pressões. As pressões indicadas geralmente são as
locais e se denominam manométricas.

29
Manômetros indicam valores relativos, referidos a pressão atmosférica do lugar onde
são localizados (pressões manométricas). A pressão atmosférica normal, ao nível do mar,
equivale a 10,33 mca, sendo menor nos locais mais elevados. Na cidade de São Paulo a
pressão atmosférica local é aproximadamente igual a 9,5 mca (800m de altitude).

As unidades usuais de pressão são as seguintes:

1 atm = 10,33 mca = 1 kgf/cm² = 9,8 x 10^4 N/m² = 0,098 Mpa

1 atm = 10^5 N/m² = 0,1 Mpa

2.3.4. Tipos de Centrais Hidrelétricas

Em seu livro FLÓREZ (2014) escreve que de modo a identificar o alcance de


fornecimento de energia elétrica de uma PCH a uma comunidade na américa latina, a
Organização Latino-Americana e Caribenha de Energia (OLADE), em função da capacidade
instalada e dos diversos tipos de usuário desenvolveu uma tabela de classificação (Tabela 1).
E também menciona o custo por kW instalado levado em comparação com os custos
internacionais do programa Thermie da comunidade Européia, devido ao custo de transporte
dos equipamentos mecânicos e elétricos para a implantação dos sistemas conforme tabela 2.

Tabela 1 - Classificação para pequenos aproveitamentos hidroenergéticos

Fonte: (OLADE, 2014).

30
Tabela 2 - Custos de construção de PCHs nas ZNIs da Colômbia.

Fonte: (IPSE, 2013).

O ator ressalta que de acordo com a experiência da International Energy Commission,


os custos com os equipamentos eletromecânicos equivalem a 50% do custo do projeto (Tabela
3) e que o mercado internacional não oferece uma variedade de turbinas e geradores
sincrônicos que se ajustem a diferentes condições de altura e vazão para diferentes potências,
acarretando em sistemas superdimensionados trabalhando com o rendimento inferior ao total.

Tabela 3 - Distribuição percentual dos custos de construção de uma PCH

Fonte: (Dados processados de International Energy Commission, 2013)

2.3.5. Tipos de Turbinas Hidráulicas

Turbinas são máquinas de fluxo motrizes que transformam energia de fluido em


trabalho mecânico, com a passagem do fluido pela máquina. (HENN, 20060). Existem dois
tipos de turbinas: as de ação e as de reação. As de reação (ex: Francis e Kaplan) são as que o
trabalho mecânico é obtido através da transformação de energia cinética e da pressão da água

31
do escoamento através do rotor em energia mecânica, enquanto que as de ação (ex: Pelton)
transformam apenas energia cinética, lançada na forma de um ou mais jatos de água ao rotor
na condição de pressão atmosférica. (SCHREIBER, 1980).

As turbinas também podem ser classificadas quanto a trajetória do fluido no rotor


conforme mostra a tabela 4, a seguir:

Tabela 4 - Classificação de turbina quanto a trajetória da água.

Fonte: (MME, 2008).

Exemplos de tipos de turbinas hidráulicas são: Bulbo, Francis, Kaplan e Pelton. Essas
turbinas são adaptadas para o funcionamento em usinas com determinada faixa de vazão e
altura de queda. (ANEEL, 2008).

A Figura 7 apresenta os diversos tipos de turbinas hidráulicas e seu campo de


aplicação considerando a altura de queda, a vazão e a potência de cada modelo. Com esta
figura há maior facilidade na escolha de uma turbina para determinado local que já contenha
tais características.

Diferentes tipos de turbinas podem ser utilizados para o mesmo campo de aplicação.
Logo, alguns outros parâmetros devem ser considerados na escolha da turbina, tais como:
aspectos econômicos, custos de manutenção, riscos de cavitação, etc. (HENN, 2006)

32
Figura 7 - Campo de aplicação de turbinas hidráulicas.

Fonte: (HENN, 2006).

De acordo com a Figura 10, diferentes tipos de turbinas podem ser utilizados para o
mesmo campo de aplicação. Logo, alguns outros parâmetros devem ser considerados na
escolha da turbina, tais como: aspectos econômicos, custos de manutenção, riscos de
cavitação, etc. (HENN, 2006)

2.3.6. Mini e Micro Usinas Hidrelétricas

O fabricante ALTERIMA (2021) de geradores de tensão para turbinas hidráulicas, em


seu site discrimina as principais partes que compõem o sistema de uma Mini ou Micro Usina
Hidrelétrica (MUH).

33
A Micro Usina Hidrelétrica ALTERIMA é composta por barragem de desvio, tomada
d'água, Câmara de carga, casa de máquinas ou de força, tubulação e linhas de transmissão e
distribuição conforme figura 8.

Figura 8 - Esquema típico de uma Mini Usina Hidrelétrica.

Fonte: (INFRAROI, 2019).

A barragem serve para manter o nível do rio (ou riacho, córrego, ribeirão, etc...) por
meio de um vertedor. Pode ser construída com pedras ou outro material de contenção.
Tomada d'água é o canal que conduz a água até a câmara de carga. Nos casos mais
simples, pode ser escavada com uma enxada.
Câmara de carga é o tanque que recebe a água do canal. Feito geralmente de tijolo e
cimento, deve ter uma grade na junção com a tubulação que leva a água até a turbina, para
reter folhas, galhos, terra, frutas etc.
Casa de máquinas é a construção coberta, quase sempre em alvenaria, que abriga a
turbina, o gerador e o painel de controle.
A turbina é um dos componentes básicos da usina. Seu rotor, por onde a água escoa,
absorve energia hidráulica, transformando em energia mecânica.

34
Gerador ALTERIMA é o equipamento que, ligado ao eixo da turbina (MUH),
transforma a energia mecânica em elétrica. O painel de controle deve ter um voltímetro, para
controlar a frequência, além da chave liga/desliga.
Linhas de transmissão: fiação montada em postes de madeira ou de cimento, por onde
a energia hidráulica, transformada em energia elétrica, é levada aos pontos de consumo.

2.3.7. Eficiência Energética

De acordo com a primeira lei da termodinâmica, eficiência energética é a razão entre a


energia que o sistema entrega e a energia que é entregue ao sistema, ou seja, a razão entre a
energia de saída e a energia de entrada (MARTINS, 1999). Este tema tem tomado cada vez
mais espaço nos debates de políticas mundiais de energia e meio ambiente (MENKES, 2004).

E assim, os países têm se preocupado cada vez mais com essa questão. No Brasil,
existem políticas para o incentivo do aumento de eficiência nos produtos, onde o principal é o
Programa Nacional de Conservação de Energia (PROCEL).

O PROCEL tem como objetivo a redução do desperdício de energia elétrica tanto na


produção, quanto no consumo, fazendo uma otimização da utilização da energia e reduzindo
os impactos ambientais (MENKES, 2004).

Então, conforme foi visto, uma forma de aumentar a eficiência de um sistema é


elevando a energia de saída dele sem alterar sua energia de entrada.

2.3.8. Planejamento de geração

PEREIRA (2015) aborda que em 2006, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por
meio da EPE e com participação de entidades tais como: Ibama, Órgãos ambientais do Rio
Grando do Sul e Santa Catarina e órgãos responsáveis pelo setor elétrico em geral, editou a
publicação “Avaliação Ambiental Integrada” (EPE, 2006), a qual se tornou o principal
instrumento de desenvolvimento e planejamento para obtenção de conhecimentos de gestão
ambiental.

35
Sendo etapas e procedimentos mínimos para o desenvolvimento da AAI:

• Caracterização geral da bacia hidrográfica quanto aos principais ecossistemas;

• Caracterização dos impactos dos empreendimento de acordo como afetam as populações


locais e os meios físicos e biótico no ambiente terrestre, aquático ou no meio socioeconômico;

• Identificação de conflitos existentes na bacia hidrográfica;

• Aplicação de técnicas de integração das informações obtidas.

A participação pública não é vista como etapa, mas como meio de transparência
afirma o autor, o mesmo a ainda descreve as etapas dos processos para o desenvolvimento dos
projetos hidrelétricos, destacando:

• Projeto básico de engenharia de pequenas usinas (PCHs):

O projeto básico deve ser elaborado respeitando as Diretrizes para Estudos e Projetos de
PCHs da Eletrobrás (2000), as diretrizes determinam a realização de levantamento de dados,
estudos básicos e alternativos, orçamentos, planejamento de construção e avaliação da
atratividade econômica do empreendimento, também como a concepção do subsistema de
transmissão e de interligação da usina ao sistema elétrico da região.

• Projeto básico de engenharia de miniusinas (MCHs):

As atividades são semelhantes às mesmas desenvolvidas para o projeto de uma PCH, levando
em consideração a elaboração dos estudos de viabilidade técnico-econômica em conjunto aos
projetos básicos e também aplicação de um modelo simplificado do documento, Relatório de
Detalhamento dos Programas Ambientais (RDPA),

• Estudos de viabilidade econômica (EVEs) de UHEs (Usinas Hidrelétricas):

Devem ser elaborados de acordo com as instruções da Eletrobras; Aneel (1997).

36
• Estudo de impacto ambiental (EIA):

Realizados de acordo com as instruções do Ibama e dos órgãos ambientais estaduais,


obedecendo sempre às resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). O
Brasil adota um licenciamento do tipo trifásico, onde são necessárias as aprovações em três
fases distintas, sendo elas:

• Licença Prévia (LP):

Com base no EIA/Rima, aprova a localização e concepção do empreendimento, atestando a


viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos e condicionantes a serem atendidos no
Projeto Básico Ambiental (PBA) e fases futuras de construção e operação, é concedida pelo
prazo de cinco anos;

• Licença de Instalação (LI):

Autoriza a implantação do empreendimento (obras) de acordo com as especificações do PBA


e demais condições ambientais e condicionantes;

• Licença de Operação (LO):

Autoriza a operação após cumprimento das exigências das licenças (LP) e (LI), considerando
sempre que a obra não deve prejudicar o meio ambiente.

PEREIRA (2015) Explica que os EVEs e o EIA/Rima (Relatório de Impacto


Ambiental) são documentos que subsidiam a obtenção da Declaração de Reserva de
Disponibilidade Hídrica (DRDH) para o empreendimento, expedido pelos órgãos
responsáveis pelos recursos hídricos, geralmente, a ANA.

• Projeto Básico Consolidado de Engenharia (PBC) (PCHs e UHEs):

Elaborado para declarar revisões do projeto após aprovação pela Aneel, precedendo o Projeto
Executivo de Engenharia, pode ser norteado por critérios e padrões próprios de cada
investidor, mas recomenda-se serem observadas as “Diretrizes para a elaboração de projeto de
usinas hidrelétricas” (PB-UHE) (Eletrobras; Aneel,1999).

37
• Projeto Básico Ambiental (PBA):

Concebido de modo que sejam detalhados todos os programas ambientais caracterizados no


EIA ou acrescidos pelos órgãos ambientais na LP, os programas são executados na região
afetada ao longo do projeto executivo (durante a obra). No caso de centrais de menor porte
(MCHs ou PCHs) recomenda-se adotar um modelo simplificado do documento, o Relatório
de Detalhamento dos Programas Ambientais (RDPA), para obtenção da LI, durante a fase de
obras o órgão ambiental é responsável por acompanhar o escopo de serviços de modo
proporcionar a concessão da LO.

• Projeto Executivo (PCHs e UHEs):

Desenvolvido simultaneamente com a execução da obra do empreendimento, devem ser


realizados os memoriais de cálculo de todas as fases de implantação junto a seus desenhos.
Fase em que são detalhados os cronogramas de obras dos programas ambientais e ajustados
em função das datas de entrega do empreendimento pela equipe de engenharia.

2.4. Reuso de Água

Devido ao desenvolvimento desordenado das cidades, poluição da água, crescimento


populacional e industrial, países em todo o mundo estão enfrentando o problema da escassez
de água. Esses fatores têm levado ao aumento da demanda por água, levando ao esgotamento
desse recurso, e cada vez mais precisamos considerar o reuso e o reaproveitamento de água
(WOLKMER; MELO, 2012).

Em edifícios residenciais, a água interna é distribuída principalmente para atividades


de limpeza e saneamento, enquanto a água externa é principalmente de irrigação, lavagem de
carros e piscinas. Recomenda-se que no meio urbano, a decisão de utilizar fontes alternativas
de água passe primeiro pelo mínimo impacto no meio ambiente, procurando água que se
encontra naturalmente disponível sem a intervenção direta de nascente ou fornecida de forma
responsável. Por órgãos públicos. Além de economizar água, o sistema também ajuda a
reduzir os problemas de enchentes (CONSERVAÇÃO, 2005).

38
Um europeu gasta de 140 a 200 litros de água por dia, um norte-americano, de 200 a
250 litros, enquanto em algumas regiões da África há somente 15 litros de água disponíveis a
cada dia para cada pessoa. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp), o consumo médio diário por habitante da cidade de São Paulo é de 200
litros de água, considerado altíssimo (WWF, 2020).

2.4.1. Água Cinza

A água cinza pode ser definida como qualquer esgoto produzido por uma residência,
com exceção do esgoto doméstico. A água cinza é gerada em chuveiros, pias, máquinas de
lavar e outros processos domésticos. Por ser proveniente de atividades domésticas, apresenta
concentração de resíduos de alimentos, produtos de limpeza e produtos tóxicos, mas pelo fato
de possuir pouca matéria orgânica, seu tratamento e processo de reutilização são mais
simplificados. A principal diferença entre esgoto e água cinza é a quantidade de matéria
orgânica, pois os poluentes transportados pelo esgoto são muito maiores. O esgoto é chamado
de água negra porque contém matéria orgânica, fezes, urina e outros poluentes químicos e
biológicos e é a água mais difícil de se tratar (TELLES; COSTA, 2007).

Os hábitos e costumes da população interferem diretamente na qualidade da água


cinza, devido à sua grande variedade de produtos químicos, produtos de limpeza, higiene e
beleza, que contribuem diretamente para a presença de fósforo e nitrogênio nas águas
utilizadas nas residências. É comum conter contaminações das mais diversas, pela grande
flexibilidade de uso dos sanitários, lavagem de ferimentos, produtos inorgânicos, ou ainda a
presença de urina na água de banho. A presença de todos esses compostos pode causar
doenças sérias para os indivíduos. A qualidade da água também pode ser determinada pela
temperatura que apresenta, pois afeta diretamente o nível de pH e a reprodução ou inativação
de microrganismos (SANT’ANA; BATISTA; SANTOS, 2018).

A figura 9, apresenta as características físicas, químicas e bacteriológicas das águas


cinzas coletadas em chuveiros e lavatórios em banheiros de instalações residenciais e
esportivas localizadas no sul do país (CONSERVAÇÃO, 2005).

39
Figura 9: Características das águas cinzas originadas em banheiros brasileiros.

Fonte: SANTOS e ZABRACKI (2003); FONINI, FERNANDES e PIZZO (2004).

É importante lembrar que aspectos econômicos e socioculturais afetam a composição


das águas cinzas. Recomenda-se que o sistema hidráulico utilizado para o tratamento e
distribuição da água de reúso seja absolutamente separado do sistema hidráulico de água
potável da rede pública, sendo proibida a interligação dos dois sistemas (TELLES; COSTA,
2007).

2.4.2. Água Pluvial

Água pluvial, ou água de chuva, é um recurso renovável que abastece, direta ou


indiretamente, reservatórios, rios e aquíferos com água doce. Ao invés de deixar escoar, a
água da chuva é captada por uma superfície impermeável e é armazenada para ser utilizada
como fonte alternativa de abastecimento (SANT’ANA; BATISTA; SANTOS, 2018).

40
Hoje a legislação brasileira trata a água da chuva como esgoto, porque ela, ao cair no
telhado, vai dos pisos até as bocas de lobo, onde é usada como "solvente universal", vai se
misturando com todo tipo de impureza que se dissolvem, ou simplesmente que são arrastadas
para um rio que por sua vez acabará suprindo uma captação para tratamento de água potável.
A água passa por um processo natural de diluição e autodepuração, no qual cargas poluidoras
são neutralizadas ao longo de seu processo de qualidade da água, mas isso nem sempre é
suficiente para purificá-la de fato (CETESB - COMPANHIA AMB, 2021).

Muitos são os fatores que afetam a qualidade da água da chuva, incluindo a


localização geográfica (perto do oceano), a presença de vegetação, as condições climáticas
(condições do vento), as estações do ano e a presença de produtos contaminados. Em áreas
próximas ao oceano, existe uma maior probabilidade de encontrar sódio, potássio, magnésio e
cloro na água pluvial. Em áreas não pavimentadas com grandes áreas de terra, haverá
partículas derivadas do solo, como sílica, alumínio e ferro na água da chuva. Nas áreas
industrializadas e de pavimentação, é comum a presença de metais pesados ​na forma de
carbonatos, cálcio e magnésio, que uma vez que essas partículas dissolvidas na atmosfera são
incorporadas à água, a tornando ácida.

A qualidade da água da chuva também está relacionada à captação e armazenamento,


portanto, os materiais utilizados na confecção de telhados, calhas e reservatórios afetarão
diretamente os poluentes químicos presentes na água captada, embora seu teor seja inferior ao
nível captado pelo meio ambiente. O ideal é que o revestimento não retenha muita sujeira, não
promova o crescimento de bactérias e parasitas e não se decomponha na chuva (SANT’ANA;
MEDEIROS, 2017).

Em pesquisa realizada na Universidade de São Paulo, a água da chuva encontrada,


coletada e armazenada em reservatório possui as seguintes características:

• Água mole;

• pH entre 5,8 e 7,6;

• DBO (5,20): menor que 10;

41
• Coliformes fecais estão presentes em mais de 98% das amostras;

• Presença de bactérias:

- clostrídio sulfito redutor (91% das amostras) que pode causar intoxicação alimentar, entre
outras doenças;

-Enterococcus que pode causar diarreia aguda (98% da amostra); e

-Pseudomonas (17% das amostras) pode causar infecções urinárias.

A figura 10 apresenta as características detalhadas dos parâmetros analisados.


(CONSERVAÇÃO, 2005).

Figura 10: Características físicas, químicas e bacteriológicas da água pluvial

Fonte:
(MAY, 2009).

42
Em geral, a água aparentemente é de boa qualidade, porém, para utilizá-la deve-se
controlar sua qualidade a fim de retirar os componentes que provoquem riscos à saúde pública
e ao meio ambiente.

2.4.3. Tratamento

O manual da FIESP propõe os possíveis tratamentos a serem implantados de acordo com


as fontes alternativas de água em uma edificação, apresentados na tabela 5.

Tabela 5. Sistemas de tratamentos recomendados.

Fonte: Conservação e Reuso da água em Edificações, 2005.

Tratamentos Convencionais:

A= Sistema físico: gradeamento

B = Sistema físico: sedimentação e filtração simples através de decantador e filtro de areia

C = Sistema físico: filtração através de um filtro de camada dupla (areia + antracito).

D = Sistema físico-químico: coagulação, floculação, decantação ou flotação.

E = Sistema aeróbio de tratamento biológico lodos ativados.

F = Desinfecção.

G = Correção de pH.

43
Novas tecnologias para tratamentos de efluentes vem sendo lançadas, facilitando o
processo de instalação, tratamento, operação e manutenção.

2.5. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira

A análise de viabilidade econômica e financeira é um estudo que mede e analisa se um


determinado investimento ou projeto é viável ou não, para decidir se vale a pena investir. Ela
se faz importante devido ao fato de medir o prazo de retorno do investimento, a projeção dos
custos e despesas por meio de alguns indicadores.

Existem vários indicadores para esse tipo de análise. Porém, iremos falar de apenas
quatro deles: a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa
Interna de Retorno (TIR) e o Payback. Neles serão analisados fatores como expectativa de
lucros, período de recuperação de investimentos, rentabilidade e, claro, a real efetividade do
projeto (EMPRESA JR. ESPM, 2020).

2.5.1 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Essa taxa representa o retorno mínimo esperado para um investimento. A TMA é


definida levando-se em consideração a fonte de capital, além da margem de lucro que se
espera obter com o investimento. Uma referência geral para o cálculo da TMA tratando de um
projeto no Brasil, é a taxa SELIC, taxa básica de juros da economia brasileira, pois ela afeta
tanto o lado da captação de recursos, quanto das aplicações financeiras. Por exemplo, com a
taxa SELIC em queda o acesso ao crédito fica mais barato, o que reduz o custo de capital de
terceiros. Ainda, com a queda da SELIC as aplicações financeiras atreladas a ela têm sua
rentabilidade reduzida, o que reduz o custo de oportunidade e também impacta em uma menor
TMA. De forma oposta, altas na taxa SELIC levam a uma maior TMA.

44
2.5.2. Valor Presente Líquido (VPL)

O VPL é um indicador que analisa todos os fluxos de caixa esperados pelo


investimento ou projeto, em uma mesma data. Ou seja, todos os fluxos de caixa são
descontados de uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA) até a data do investimento. Esses
fluxos são somados e do valor total é subtraído o valor do investimento conforme figura 4.

Se o resultado do cálculo do VPL for positivo, significa que o projeto tem capacidade
de gerar lucros. Caso seu valor seja nulo (zero), significa que o projeto se paga ao longo dos
anos, mas sem gerar lucro. E por fim, se o resultado for negativo, significa que o projeto não
gera lucro e sim prejuízo (SITEWARE, 2020).

Figura 11: Fórmula do Valor Presente Líquido - VPL

Fonte: (HELFERT, 1997, p. 195).

Tem-se:

Fc0 = Fluxo de Caixa Inicial

FCn = Fluxo de Caixa Futuro

i = Taxa Mínima de Atratividade

2.5.3. Taxa Interna de Retorno (TIR)

A taxa interna de retorno avalia a rentabilidade de um projeto de investimento.


Segundo kassai et al. (2000, p. 66), ela “representa a taxa de desconto que iguala, num único

45
momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que
produz um VPL igual a zero.” conforme figura 12

Ela se refere à porcentagem de retorno que determinado investimento vai ter. Ao se


analisar a TIR, deve-se utilizar a taxa mínima de atratividade (TMA) do investimento ou
projeto, pois será necessário comparar essas duas taxas. Ao se fazer a comparação, depara-se
com três possíveis cenários.

• TIR > TMA – o projeto deve ser aceito


• TIR = TMA – o projeto é indiferente
• TIR < TMA – o projeto não deve ser aceito

Figura 12: Fórmula da Taxa Interna de Retorno – TIR

Fonte: Kassai et al (2000).

Tem-se:
Fc0 = Fluxo de Caixa Inicial
FCn = Fluxo de Caixa Futuro
i = Taxa Interna de Retorno

2.5.4. Payback

O Payback é o indicador que mede quanto tempo um projeto levará para gerar os
retornos que paguem o investimento. No payback tradicional, também chamado de payback
simples, não se leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Já no payback

46
descontado, utiliza-se a TMA para descontar os fluxos de caixa e trazê-los à mesma data do
investimento inicial.

Um longo payback representa que os valores investidos serão comprometidos por


muitos anos e que os fluxos de caixa são provavelmente mais arriscados (EMPRESA JR.
ESPM, 2020).

Figura 13: Fórmula do Payback

Fonte: Kassai et al (2000).

Tem-se:

Fc0 = Fluxo de Caixa Inicial


FCn = Fluxo de Caixa Futuro
i = Taxa Mínima de Atratividade.

3. Metodologia

3.1. Edificação [Objeto de estudo]

O objeto de estudo aqui apresentado para a aplicação dos diferentes sistemas de


geração de energia e aproveitamento de água se trata de um edifício residencial, localizado na
cidade de São Paulo, Brasil, no bairro da Mooca.
Medindo o seu terreno 50,00 (Cinquenta) metros de frente, por 130,00 (Cento e Trinta)

47
metros de comprimento, o respectivo edifício possui 1 (uma) torre com 3,00 (Três)
pavimentos, totalizando a área total construída de 6500,00 (Seis mil e quinhentos) metros
quadrados.

A edificação dispõe de 12 (Doze) unidades de apartamentos idênticos, sendo a fachada


de 6 (Seis) metros por 25 (Vinte e cinco) metros de comprimento, totalizando 150 (Cento e
cinquenta) metros quadrados de área construída cada um e 200 (Duzentos) metros quadrados
de àrea comum no condomínio

O pavimento Subsolo possui 4500 (Quatro Mil e Quinhentos) metros quadrados de


área útil, sendo as dimensões: 45 (Quarenta e cinco) metros de fachada por 90 (Noventa)
metros de comprimento.

Cada apartamento foi elaborado para uma família de até 5 (Cinco) pessoas, com
consumo médio mensal de energia elétrica projetado na ordem de 350 kwh e consumo médio
diário de água potável estimado em 200 (Duzentos) litros por pessoa.

O condomínio foi elaborado de modo que o consumo médio mensal de energia elétrica
seja na ordem de 100,00 kwh (Cem Mil Watts Hora) mensalmente, e o consumo médio
mensal de água seja na ordem de 5.000,00 (Cinco mil) litros de água. A tabela 6 descreve os
consumos de forma detalhada.

Tabela 6 : Consumo médio de energia elétrica e água potável do condomínio

Fonte: ATA Condomínio Boris Taleisnik (2021).

Como um complemento, também pegamos alguns dados pertinentes aos três sistemas
(tabela 7) no local onde está localizado o empreendimento.

48
Tabela 7: Irradiação solar, pressão atmosférica e índice pluviométrico do condomínio.

Fonte: Google Maps (2021).

3.2 Projetos Fotovoltaicos

Como citado anteriormente, o consumo médio mensal do condomínio é de


aproximadamente 350 kWh por apartamento, fazendo com que cada condômino pague à
concessionária (ENEL) cerca de R$365,00 mensais. Após ser contratada, a empresa Júlio
Mendes Engenharia (referência no ramo) realizou dois orçamentos, sendo um com sistema
fixo (convencional) e outro com o rastreador solar.

3.2.1. Sistema Fotovoltaico On-Grid

Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR), também conhecidos


popularmente como sistemas on-grid, possuem sincronismo com a rede de distribuição de
energia elétrica, logo, gera eletricidade por meio do sol, mas também recebe energia
proveniente da concessionária de energia elétrica, porém isso só acontece quando está sendo
alimentado pela concessionária, pois o sistema não armazena energia. Por isso, esse sistema é
destinado a locais onde existe a conexão com a rede de distribuição.

O modo de funcionamento consiste na diminuição do consumo que vem da rede, através de


compensação de energia elétrica, conforme a resolução nº 687/2015 da ANEEL que diz que
toda a energia (ativa) que for gerada em excesso pelo consumidor é injetada na rede, gerando
créditos que podem ser utilizados posteriormente como forma de abatimento na conta mensal.
A figura 14 ilustra o sistema fotovoltaico on-grid.

49
Figura 14 - Sistema fotovoltaico conectado à rede de distribuição

Fonte: SOLARON (2018).

3.2.2. Componentes de um Sistema Fotovoltaico On-Grid

É composto por um conjunto de módulos fotovoltaicos (painéis/placas solares), um


inversor interativo, conhecido como Grid-tied Interactive Inverter, que é responsável por
converter corrente alternada para corrente contínua e pela sua capacidade de interagir com a
rede; pelo medidor de energia bidirecional, fora os componentes de interação do sistema que
são conhecidos como BOS - Balance of System, que são estruturas de metais para a fixação
dos módulos fotovoltaicos em telhados e os componentes elétricos de proteção (ROSA,
2017).

3.2.3. Precificação dos Projetos Fotovoltaicos

Segue abaixo, tabela 8 referente ao orçamento 1 (sistema fixo).

50
Tabela 8: Orçamento projeto fotovoltaico convencional.

Fonte: Autoria Própria (2021).

Por causa do seu funcionamento, o sistema fotovoltaico móvel (presença de rastreador


solar), pode ser até 40% mais eficiente que o fixo, ou seja, pode gerar a mesma energia,
porém usando até 40% a menos de módulos solares (placas). Porém, por causa de sua
movimentação é necessário um espaço maior para que as placas se movimentam e assim
tendo o perfeito funcionamento do rastreador solar. Abaixo a tabela 9 referente ao orçamento
2.

Tabela 9: Orçamento projeto fotovoltaico com rastreador solar.

Fonte: Autoria Própria (2021).

51
A garantia dos sistemas é dada pela empresa que o implementa por 2 anos (fora a garantia dos
itens citados anteriormente), a limpeza é simples e utiliza apenas água e uma esponja que não
seja abrasiva, lembrando que a limpeza das placas deve ser feita duas vezes por ano, deste
modo o valor de manutenção do sistema pode ser desconsiderado para a análise dos valores
monetários.

3.3 Projetos Hidrelétricos

3.3.1. Protótipo do Sistema Hidrelétrico

O sistema hidrelétrico proposto para o condomínio possui o princípio de


funcionamento conforme descrito no item 2.3 deste documento.
Para a capacidade do sistema foi considerada uma Micro Usina Hidrelétrica, semelhante ao
sistema das Figuras 15, 16 e 17, que mostra o sistema de uma micro usina hidrelétrica
(Gerador de uma turbina) implantado no estado do Ceará - Brasil, pela equipe da
ELETRONNETBRASIL.

Figura 15: Gerador para sistemas hidrelétricos em micro usinas (2 Turbinas).

Fonte: (AGROPECUARIA, SINUELO, 2016).

52
Figura 16: Roda Pelton incluídas no sistema hidrelétrico da micro usina.

Fonte: (AGROPECUARIA, SINUELO, 2016).

Figura 17: Foto de um sistema de uma micro usina hidrelétrica.

Fonte: (ELETRONNETBRASIL, 2017).

53
3.3.2. Precificação do Sistema Hidrelétrico

De acordo com as necessidades de geração de consumo aqui apresentadas, foram


realizadas pesquisas e cotações com empresas prestadoras de serviço com nohall “Know
How” para a implantação do sistema hidrelétrico no condomínio e análise de retorno sobre o
investimento, conforme apresentado abaixo na tabela 10:

Tabela 10: Orçamento projeto sistema hidrelétrico (Empresa BRASIL PCH).

Fonte: Autoria Própria (2021).

A garantia dos sistemas é dada pela empresa que o implementa por 5 anos, sendo a
mesma relativa ao custo total do projeto, manutenções periódicas são realizadas pela empresa
a cada 6 meses em condições normais de funcionamento, ou imediatamente após um estado
de surto (Problemas com o fornecimento de água), deste modo o valor de manutenção pode
ser desconsiderado para a análise.

3.4 Projetos de Água de Reuso

3.4.1 Sistema de Aproveitamento de Águas Cinzas

No tratamento de águas cinzas iremos utilizar uma ETA de reuso (Estação de


Tratamento de Água de reuso) compacta.

54
A ETA de águas cinzas terá como objetivo tratar efluentes provindos de banhos e pias
de banheiro para utilização de descargas. (ALFAMEC, 2017).

O esquema apresentado na figura 18 representa o funcionamento do sistema de reuso de águas


cinzas proposto para a edificação estudada. Que consiste nas seguintes etapas:

• O reservatório de água potável é abastecido pela rede pública da concessionária

• A água armazenada pelo reservatório é direcionada para os chuveiros e lavatórios;

• A água utilizada por estes pontos, chamada de águas cinzas é coletada, recebe tratamento na
ETAC, Estação de Tratamento de Águas Cinzas, e sofre recalque para outro reservatório
superior, o reservatório de água de reuso;

• Este reservatório abastece os pontos das descargas de bacias sanitárias;

• A água de reuso utilizada nas descargas segue para rede coletora de esgoto (MACCARINI;
CAUDURO, 2007).

Figura 18. Esquema de reuso de águas cinzas.

Fonte: (MACCARINI; CAUDURO, 2007)

55
O processo de tratamento consiste nas seguintes etapas: O efluente provindo dos
chuveiros e lavatórios é captado e direcionado para um tratamento preliminar, um filtro em
que são retidos sólidos grosseiros para que não danifiquem as tubulações e os sistemas de
bombeamento, protegendo as próximas etapas do tratamento. O efluente é armazenado no
reservatório de água bruta, a seguir são feitos os processos de mistura rápida, floculação,
posterior decantação e avança para o filtro de areia e carvão. O tratamento é finalizado com
um processo de desinfecção por cloro no reservatório de água tratada e bombeada para o
reservatório superior de água de reuso, estando pronta para ser utilizada nas descargas e
posteriormente descartadas para rede coletora de esgoto. A estação compacta proposta tem
operação automática: dosagem dos produtos químicos; tratamento; bombeamento do processo
e retrolavagem do filtro (ALFAMEC, 2017)

Para calcular a estimativa da demanda interna (tabela 12), utilizamos a tabela 11


desconsiderando o vazamento de bacias sanitárias:

Tabela 11: Estimativa da demanda interna

Fonte: Adaptado de (SILVA, 2021)

56
Tabela 12: Cálculos da estimativa da demanda interna

Fonte: Autoria Própria (2021).

Para o sistema escolhido, utilizaremos o consumo de água do chuveiro e da torneira


totalizando 174.600 litros/mês para abastecimento da descarga de 81.000 litros/mês. Com
base nos valores obtidos, avalia-se que a oferta de águas cinzas suprirá a demanda em 100%.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo autorizou a revisão
tarifária da Sabesp, aumentando o valor para R$5,1251 por metro cúbico em 2021, segundo
comunicado da companhia de saneamento (SABESP, 2021). Levando em consideração
somente o consumo de água das bacias sanitárias de 81.000 litros/mês ou 972.000 litros/ano,
o equivalente pago seria de R$4.976,64 ao ano.

3.4.2. Precificação do Sistema de Aproveitamento de Águas Cinzas

O volume do reservatório adotado para o cálculo foi de acordo com a oferta diária de águas
cinzas (81.000 / 30 = 2.700 litros por dia). Foi adotado dois reservatórios de 3.000 litros cada.
Somando-se os 2 reservatórios, obtém-se uma capacidade de 6.000 litros que é maior do que o
necessário, para casos de manutenção ou parada programada do sistema de reuso. O excesso
de água nos reservatórios é descartado para a rede coletora de esgoto através do extravasor.

Conforme tabela 13, o sistema escolhido foi o ETAC - Estação de Tratamento de


Águas Cinzas para Reúso da empresa Eco Sustentável.

57
Tabela 13. Custos para implantação do sistema de reuso de águas cinzas

Fonte: Autoria própria (2021).

As estações comercializadas pela empresa são modulares, compactas e de fácil


instalação. O principal material construtivo das estações é o Polipropileno (PP), onde esse
material é considerado o mais adequado, pois possui alta plasticidade, resistência a raios UV,
ataque de produtos químicos e altas temperaturas (aproximadamente 90ºC), além da alta
durabilidade (aproximadamente 30 anos).

A manutenção do sistema inclui utilização de produtos químicos, limpeza dos


reservatórios, manutenção e revisão da estação de tratamento. A empresa estima o gasto de
manutenção de aproximadamente R$1.000,00 ao ano.

3.4.3. Sistema de Aproveitamento de Águas Pluviais

Para o reuso de águas pluviais, será utilizado o sistema isolado que faz a distribuição
direta em pontos de uso externo através de um bombeamento. No geral, sistemas isolados são
de baixo custo e de fácil implantação em edifícios. Seu sistema é independente e possui sua
própria rede de distribuição. A utilização da água após o tratamento, limita-se às áreas
externas, como lavagem de pisos, veículos e jardinagem (MAY, 2009).

O sistema é composto pelos seguintes componentes ilustrados na figura 19:

58
(a)Captação ; (b)Rede coletora ; (c)Filtro; (d)Cisterna;

(e)Freio d’água; (f)Sifão-ladrão ; (g)Duto de ventilação ; (h)Mangueira flutuante

(i)Bomba d’água ; (j)Rede de distribuição de Água não potável ;

(k)Alimentação automática de água potável.

Figura 19: Sistema isolado para o aproveitamento de águas pluviais.

Fonte: (SANT’ANA; BATISTA; SANTOS, 2018).

59
A água da chuva captada pela cobertura/telhado (a), é transportada por uma rede
coletora (b) e tratada inicialmente por um filtro ou dispositivo de descarte (c). Para garantir a
qualidade da água armazenada na cisterna (d) recomenda-se a utilização de um freio d’água,
(e) que tem a função de reduzir a velocidade de entrada da água filtrada e assim evitar a
agitação das partículas finas e sólidas no reservatório.

É utilizado também, um sifão-ladrão (f) que bloqueia a entrada de animais e insetos,


impede o refluxo e extravasa o excesso de água. A instalação de um duto de ventilação (g)
pode ser benéfica para preservar a qualidade da água armazenada, mas ele deve ser protegido
com tela para evitar a entrada de insetos no interior do reservatório.

A extração da água é feita em seu ponto mais limpo, logo abaixo da superfície, por
uma mangueira flutuante (h), podendo ter um filtro fino antes de seu bombeamento (i) aos
pontos de uso não potável (j) (SANT’ANA; BATISTA; SANTOS, 2018).

Para calcular a demanda externa (tabela 15), utilizamos os dados que estão presentes
na tabela 14.

Tabela 14: Dados de frequência de lavagens e consumos.

Fonte: Adaptado de (SILVA, 2021).

60
Tabela 15: Cálculos da estimativa da demanda externa

Fonte: Autoria Própria (2021).

A manutenção do sistema inclui limpeza de filtro, manutenção e revisão da estação de


tratamento. A empresa estima o gasto de manutenção de aproximadamente R$600,00 ao ano.

Conforme a tabela 15, a maior parte do consumo nas áreas comuns é proveniente de
lavagens de carros por meio de um Car Wash instalado no estacionamento do edifício, um
espaço onde o condômino pode lavar o seu carro sem sair do condomínio.

Levando em consideração o consumo de água nas áreas comuns de 11.178 litros/mês


ou 134.136 litros/ano com o custo do metro cúbico a R$5,12, estima-se um custo de R$686,78
ao ano.

3.4.4. Precificação do Sistema de Aproveitamento de Águas Pluviais

O sistema escolhido para reuso de águas pluviais dispensa obras complexas e não
requer mão de obra especializada. Para a estimativa da capacidade da cisterna levou-se em
consideração a área de captação do telhado, coeficiente de aproveitamento de captação,
necessidade mensal de água não potável e a média mensal de chuva na região conforme
método Ripple conforme NBR 15527 (ABNT, 2007).

Dentre as empresas orçadas, a escolhida para realização da obra foi a ECOCASA


Tecnologias Ambientais que garante um baixo custo e instalação em 1 dia de uma cisterna
pronta com capacidade de 5.000 litros conforme orçamento na tabela 16:

61
Tabela 16: Orçamento ECOCASA.

Fonte: Autoria Própria (2021).

A água captada da chuva passa por um sistema de gradeamento nas calhas até chegar
na cisterna que por sua vez conta com um sistema de filtragem e automação (interno) através
de um decantador e filtro de areia. A água passa por desinfecção e correção de PH no tanque
feito de polímero em fibra de vidro. Após o processo de tratamento, a água é direcionada para
a rede de distribuição de reúso.

3.5 Indicadores de Análises

Após a definição do valor estimado de cada projeto baseando-se no edifício de estudo


com base no consumo médio calculado anteriormente, aplicamos os indicadores de análise de
viabilidade econômica e financeira para saber se as implementações deverão ou não serem
realizadas com base na expectativa de lucros, além do tempo necessário para recuperar o total
investido (MACCARINI; CAUDURO, 2007).

3.5.1. Definição da TMA

A taxa mínima de atratividade, segundo Filho; Kopittke (2000) é a taxa a partir da qual o
investidor acredita que está lucrando financeiramente. O percentual que adotamos foi baseado
na taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC. Com a taxa básica de juros da

62
economia em alta, cotada a 7,75% a.a. consequentemente conseguimos elevar nossa TMA
(GOVERNO FEDERAL, 2021).

Conforme projeções da taxa SELIC para os próximos anos permanecendo em alta,


conforme dados do Boletim Focus do Banco Central do Brasil, decidimos que a TMA do
nosso projeto seria de 10%, pois abaixo desse valor o projeto não seria viável.

4. Resultados e discussões

4.1. Análise de Investimento no Projeto Fotovoltaico

Considerando o consumo médio mensal de energia elétrica do condomínio (4300 kWh)


que gera um custo aproximado de R$4380,00 por mês ou R$52.560,00 por ano, pode-se fazer
uma análise para saber se o projeto é viável e em quanto tempo ele se pagaria. Para o primeiro
orçamento, que diz respeito ao sistema fotovoltaico convencional (fixo) foi considerado o
custo da implementação do sistema de R$380.000,00 conforme item 3.2.3.

Tabela 17 - Análise de Investimento no Projeto Fotovoltaico.

Fonte: Autoria própria (2021)

A TMA adotada de 10% a.a. representa a remuneração mínima que o investimento


precisa alcançar. O Valor Presente Líquido (VPL) é positivo no valor de R$220.984,66, isto

63
significa que o valor do fluxo de caixa líquido ao final de 11 anos, atualizado a valor presente,
representa este montante.

Com o VPL positivo e a TIR> TMA podemos concluir que o projeto é viável e que seu
payback se pagará em 7 anos e 5 meses.

Para o segundo orçamento, que é referente ao sistema fotovoltaico com rastreador solar
(móvel), obtivemos os resultados conforme tabela 18.

Tabela 18 - Análise de investimento no projeto fotovoltaico com rastreador solar.

Fonte: Autoria própria (2021)

Apesar do VPL ser positivo, a TIR< TMA significa que o projeto acarretará em prejuízos
e seria mais viável investir em uma aplicação atrelada a taxa SELIC com a rentabilidade de
10% ao ano do que usar o valor para implementação do sistema que se pagaria em 9 anos e 10
meses conforme payback calculado. Vale ressaltar que o sistema com rastreador solar por
enquanto só é viável quando utilizado em larga escala, para altas demandas, como por
exemplo em áreas rurais.

4.2. Análise de Investimento no Projeto Hidrelétrico

Levando em consideração o consumo médio mensal de energia elétrica do condomínio


(4300 kWh) que gera um custo aproximado de R$4380,00 mensalmente ou R$52.560,00 ao
ano, utilizamos o orçamento da empresa BRASIL PCH no item 3.3.2. que cotou o valor do

64
projeto a R$90.000,00, para realização de uma uma análise para saber se o projeto é viável e
em quanto tempo ele se pagaria conforme tabela 19.

Tabela 19 - Análise de investimento no projeto hidrelétrico.

Fonte: Autoria própria (2021)

A TMA adotada de 10% a.a. representa a remuneração mínima que o investimento


precisa alcançar. O Valor Presente Líquido (VPL) é positivo no valor de R$468.918,54 isto
significa que o valor do fluxo de caixa líquido ao final de 11 anos, atualizado a valor presente,
representa este montante.

Com o VPL positivo e a TIR> TMA podemos concluir que o projeto é viável e que seu
payback se pagará em 2 anos e 6 meses.

4.3. Análise de Investimento no Projeto de Água de Reuso

Considerando o consumo médio anual do condomínio de 972.000 litros de água por ano
nas bacias sanitárias que equivale a R$4.976,64 e o consumo de 134.136 litros de água por
ano nas áreas comuns equivalente a R$686,78 baseando-se no custo de R$5,12 por metro
cúbico pagos a SABESP, pode-se fazer uma análise de viabilidade para saber se o projeto é
viável e em quanto tempo ele se pagaria. Foi considerado o custo de manutenção do sistema
de reúso de águas cinzas de R$1.000,00 ao ano e o custo de manutenção da cisterna de águas
pluviais de R$600,00. Os índices são calculados na tabela 20.

65
Tabela 20 - Análise de investimento no projeto de água de reuso

Fonte: Autoria própria (2021).

A TMA adotada de 10% a.a. representa a remuneração mínima que o investimento


precisa alcançar. O Valor Presente Líquido (VPL) é positivo no valor de R$22.289,36, isto
significa que o valor do fluxo de caixa líquido ao final de 11 anos, atualizado a valor presente,
representa este montante.

Com o VPL positivo e a TIR> TMA podemos concluir que o projeto é viável e que seu
payback se pagará em 6 anos.

5. Conclusões

Nos dias atuais a utilização de energia elétrica se tornou algo indispensável para o
desenvolvimento econômico de qualquer país, e junto com isso surge a necessidade de
soluções para a diminuição de emissão de gases do efeito estufa. Nesse meio, a energia solar
ganha mais forças como fonte de energia alternativa, tornando-se cada vez mais presente no
mercado mundial. Apesar de ainda necessitar de incentivos econômicos, para que de vez por
todas torne-se popular, o sistema já é utilizado em grande escala, por causa da sua facilidade e

66
flexibilidade de implementação, o que proporciona ao usuário não só diminuir os seus custos,
mas também contribuir para o meio ambiente. Utilizando da metodologia proposta e
baseando-se no referencial teórico, foi possível analisar a viabilidade do sistema e ver que as
placas de energia fotovoltaica convencionais, mesmo que menos eficientes, atenderiam
melhor a necessidade dos consumidores.

Um fator que não pode passar despercebido é que o sistema hidrelétrico aqui descrito
se trata de uma ZNI, como mencionado anteriormente. Desta forma não há taxas a serem
pagas à concessionária de energia local, os custos advindos posteriormente à implantação do
sistema são relativos à manutenção e atestados de qualidade dos sistemas implantados. Um
ponto negativo a ser abordado é que o sistema passa por uma grande gama de trâmites
regulatórios fiscais, isto é, para que seja implantado um sistema hidrelétrico é necessário que
o local escolhido seja alvo de análises e estudos para implantação do projeto e obtenção das
licenças necessárias, também é necessário que toda a documentação relativa ao escopo do
sistema esteja em ordem, deste modo o processo de implantação pode demorar mais do que o
de outros sistemas como o fotovoltaico, por exemplo.

Quando se trata de reuso de água, somos impactados por aspectos econômicos e


socioculturais que dificultam esta prática, dentre diversas razões, nos deparamos desde a
aceitação e o hábito, até a falta de uma política governamental que direcione o recurso com
qualidade adequada aos diversos tipos de usos. O consumo excessivo vem aumentando a
escassez de forma significativa, fazendo com que seja necessário considerar estes métodos de
reuso de água. Tratando-se de águas cinzas, recomenda-se que o sistema hidráulico utilizado
para o tratamento e distribuição da água de reúso seja absolutamente separado do sistema
hidráulico de água potável da rede pública, sendo proibida a interligação dos dois sistemas e
isso acaba dificultando a implementação em edifícios já existentes. O sistema é eficiente
principalmente na parte de águas pluviais, por ter maior facilidade de instalação.

De modo geral, pode-se ver que a implementação dos sistemas aqui apresentados,
além de serem viáveis e se pagarem em um payback dentro do tempo de durabilidade do
projeto, geram retornos financeiros e ainda são excelentes incentivos sustentáveis.

67
6. Referências Bibliográficas

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7. APÊNDICES

APÊNDICE A - Planta baixa do condomínio [PAVIMENTO TÉRREO]

Fonte: Autoria própria (2021)

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APÊNDICE B - Planta baixa do condomínio [PAVIMENTO SUBSOLO]

Fonte: Autoria própria (2021)

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APÊNDICE C - Planta baixa do condomínio [PAVIMENTOS 1,2 E 3]

Fonte: Autoria própria (2021)

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