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7.

REVESTIMENTOS

7.1 CONCEITO

- Camada superior do pavimento, destinada a:


(a) Resistir à ação direta do tráfego (horizontal e vertical)
(b) Impermeabilização
(c) Melhorar as condições de rolamento
(d) Transmitir as pressões de maneira mais atenuada às camadas inferiores.

7.1.1 ESFORÇOS

Pressão (estática)
NORMAIS
Impacto (dinâmica)

Frenagem
HORIZONTAIS Rolagem

Curvas

SUCÇÃO

7.1.2 CLASSIFICAÇÃO

Para calçamento
FLEXÍVEIS
Betuminosos

RÍGIDOS

7.2 REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS PARA CALÇAMENTO


- ALVENARIA POLIÉDRICA: - Camadas de pedras irregulares
- Sobre colchão de regularização

- PARALELEPÍPEDOS: - Blocos regulares de pedra


- Sobre colchão de regularização

- BLOCKRETS: - Peças pré-moldadas hexagonais de concreto

- BLOCOS INTERTRAVADOS (Pavers): - Peças pré-moldadas de concreto de diferentes


formatos

REVESTIMENTOS/1
7.3 REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS BETUMINOSOS
- Associação de agregados e materiais betuminosos
- Tipo / espessura = f (tráfego, carga/roda, número de repetições).

- Funcionamento geral:
ƒ Carga se transmite através dos agregados
ƒ Asfalto serve como agente cimentante para fixar os agregados e garantir a
transmissão dos esforços

- Revestimentos por penetração:


ƒ Direta → macadame betuminoso
ƒ Indireta → tratamentos superficiais

- Revestimentos por mistura:


ƒ Pré-Misturado a quente Usina → PMQ e CBUQ
Pista → Road Mix
ƒ Pré-Misturado a frio Usina → PMF e Lama Asfáltica
Pista → Road Mix

(a) TRÁFEGO LEVE → revestimentos relativamente delgados (inferior a 5 cm)


• Revestimento por penetração (tratamento superficial)
• Misturas asfálticas (PMF, CBUQ)
• Características:
- Não acrescem grande resistência a estrutura
- São capas de desgaste com finalidade de impermeabilizar e estabilizar a
superfície de maneira econômica

(b) TRÁFEGO + PESADO → revestimentos mais espessos (de 5,0 a 15,0 cm)
• Misturas asfálticas (PMQ, CBUQ)
• Características:
- Contribuem muito para a resistência e suporte

7.4 PAVIMENTOS RÍGIDOS


- Placas de concreto de cimento Portland
• Concreto Vibrado
• Concreto Compactado com Rolo (CCR)

REVESTIMENTOS/2
- Tipos de placas de concreto vibrado
• Concreto Simples
• Concreto Simples com Barras de Transferência
• Concreto com armadura descontínua
• Concreto com armadura contínua
• Concreto estruturalmente armado
• Concreto com fibras (metálicas ou poliméricas)
• Concreto protendido

7.5 REVESTIMENTOS POR PENETRAÇÃO

- Aplicações sucessivas de agregados e ligante betuminoso compactados


mecanicamente.
- Princípios:
• Concreto: adesão conferida ao ligante
• Macadame: entrosamento das partículas

1) MACADAME BETUMINOSO
Consiste na associação de agregados minerais britados, ligados entre si por materiais
betuminosos e compactados mecanicamente.

• Aplicação: - Base
- Binder
- Revestimento

• Materiais: - Agregado φmax ≤ 3” (faixas específicas)


- Material betuminoso: CAP-7 e RR-2C
- Revestimento

• Execução: - Penetração direta

REVESTIMENTOS/3
• MATERIAIS
Agregado graúdo

Agregado miúdo

Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)


- Deverá ser utilizado o CAP tipo 20, tipo 7 ou CAP tipo 85-100

Emulsão Asfáltica
- - Deverá ser utilizada a emulsão asfáltica do tipo RR-2C

REVESTIMENTOS/4
• EQUIPAMENTOS

REVESTIMENTOS/5
• MÉTODO CONSTRUTIVO

REVESTIMENTOS/6
REVESTIMENTOS/7
REVESTIMENTOS/8
2) TRATAMENTOS SUPERFICIAIS
São revestimentos flexível de pequena espessura, executado por espalhamento sucessivo
de ligante betuminoso e agregados.

REVESTIMENTOS/9
• Aplicação: - Pavimentos novos (tráfego leve a médio)
- Acostamentos
- Conservação e melhoria da segurança

• Materiais: - Agregados (faixas específicas)


- Material betuminoso: CAP-7 e RR-1C e RR-1C

• Execução: - Penetração invertida

• MATERIAIS
o Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)
• CAP 150/200
• CAP 100/120
• CAP 85/100
• CAP 7

o Emulsão Asfáltica
• RR-2C

REVESTIMENTOS/10
• ESCOLHA DO CAP

REVESTIMENTOS/11
• EQUIPAMENTOS

• CUIDADOS A SEREM TOMADOS QUANDO DA EXECUÇÃO

o Não deve ser executado em dias de chuva

o Não deve ser aplicado em superfícies molhadas

o Aplicado apenas quando a temperatura ambiente estiver acima de 10° C.

o Materiais asfálticos devem ser devem ser aquecidos nas temperaturas


correspondentes às faixas de viscosidade.

REVESTIMENTOS/12
• ADIÇÃO DO MELHORADOR A ADESIVIDADE

• CUIDADOS A SEREM TOMADOS QUANDO DA EXECUÇÃO

REVESTIMENTOS/13
REVESTIMENTOS/14
• MÉTODO CONSTRUTIVO – TSS

REVESTIMENTOS/15
• MÉTODO CONSTRUTIVO – TSD

REVESTIMENTOS/16
• MÉTODO CONSTRUTIVO – TST

REVESTIMENTOS/17
• OPÇÃO DE EXECUÇÃO (somente com emulsão asfáltica)

REVESTIMENTOS/18
TEXTO COMPLEMENTAR

TRATAMENTO SUPERFICIAL NA
CONSERVAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS

ƒ INTRODUÇÃO

Durante os últimos anos, tem surgido no mundo inteiro interesse reflorescente em se


empregar tratamentos superficiais na construção e conservação de revestimentos betuminosos. A
razão disso é fácil de ser entendida: o tratamento superficial, corretamente projetado e executado,
é uma capa econômica, de consumo de matérias – primas e energia, de execução rápida,
prestando – se a uma vasta gama de condições de uso, desde o tráfego leve em rodovias
secundárias até o trânsito pesado e de alta velocidade. Em alguns países, como na Austrália, o
Tratamento superficial chega a ser usado em 90 % dos casos de conservação de pavimentos
flexíveis.
A Técnica tem, infelizmente, adquirido uma certa má fama devido a um alto número de
insucessos no passado. Entretanto, um estudo dos trechos defeituosos leva quase sempre à
conclusão de que as falhas devem – se à inobservância de uma ou mais das exigências
fundamentais quanto à maneira correta de escolha dos materiais, de elaboração do projeto e de
execução do tratamento.
O presente trabalho, baseado em experiências no Brasil e em alguns outros países,
descreve os princípios básicos para a obtenção de um tratamento superficial satisfatório, de alta
durabilidade, dando ênfase especial às precauções a serem tomadas para se evitarem os defeitos
comumente encontrados.

ƒ DEFINIÇÕES

Antes de mais nada, convém definir termos, como “ Tratamento superficial” e congêneres,
uma vez que as opiniões a esse respeito diferem (2.1). Sugeramos as seguintes denominações,
conforme figura 2.1:

TRATAMENTO SUPERFICIAL POR PENETRAÇÃO: revestimento flexível de pequena


espessura, executado por espalhamento sucessivo de ligante betuminoso e agregado, em
operação simples ou múltipla. O tratamento simples inicia – se, obrigatoriamente, pela aplicação
única do ligante, que será coberto logo em seguida por uma camada de agregado. O ligante
penetra de baixo para cima no agregado (penetração “invertida”). O tratamento múltiplo inicia – se
geralmente pela aplicação do ligante que penetra de baixo para cima (penetração “Invertida”) na
primeira camada de agregado, enquanto a penetração das seguintes camadas de ligante é tanto
“Invertida” como “Direta”. A espessura acabada é da ordem de 5 a 20 mm.

TRATAMENTO SUPERF. NA CONSERVAÇÃO E CONSTR. DE ROD./1


TRATAMENTO SUPERF. NA CONSERVAÇÃO E CONSTR. DE ROD./2
CAPA SELANTE POR PENETRAÇÃO: selagem de um revestimento betuminoso por
espalhamento de ligante betuminoso, com ou sem cobertura de agregado miúdo. Espessura
acabada: até 5mm, aproximadamente usada como última camada em tratamento superficial
múltiplo. Quando não usada cobertura de agregado miúdo, usa – se também o termo “pintura de
impermeabilização” (“fog seal”).

TRATAMENTO SUPERFICIAL PRIMÁRIO POR PENETRAÇÃO: tratamento para controle


de poeira (“antipó”) de estradas de terra o e de revestimento primário, por espalhamento de
ligante betuminoso de baixa viscosidade, com ou sem cobertura de agregado miúdo. O ligante
deve penetrar, no mínimo, de 2 a 5 mm na superfície tratada, de preferência mais. O tratamento
betuminoso para controle de poeira, em uso desde o fim do século passado, é de fato precursor
do moderno tratamento superficial convencional.
O denominador comum para essa família de revestimentos, é a modalidade de aplicação:
por espalhamento dos materiais, separadamente, e o envolvimento do agregado pela penetração
do ligante. Esses tratamentos caracterizam – se também pela sua pequena espessura, razão
principal do seu custo relativamente baixo.
Nos tratamentos superficiais e de penetração, incluímos também:

LAMA ASFÁLTICA: capa selante por argamassa pré - misturada. Espessura acabada: de
2 a 5 mm (caso mais comum).

MACADAME BETUMINOSO POR PENETRAÇÃO: aplicações sucessivas (geralmente


duas) de agregado e ligante betuminoso, por espalhamento. Inicia – se pela aplicação do
agregado mais graúdo. Espessura acabada: maior que 20 mm. É mais usado como base ou
“binder”, em espessuras maiores que 5 cm.

IMPRIMADURAS, LIGANTES E IMPERMEABILIZANTE: são apenas tratamentos


construtivos, executados somente como complemento às camadas betuminosas superiores do
pavimento.
A maior parte da estabilidade do tratamento superficial por penetração simples deve – se à
adesão, conferida pelo ligante, entre o agregado e o substrato, sendo secundária a contribuição
dada pelo entrosamento das partículas. Contrariamente, no macadame betuminoso, a estabilidade
é principalmente obtida pelo travamento e atrito entre as pedras, complementada pela coesão
conferida pelo ligante. Do tratamento superficial por penetração simples até o tratamento múltiplo,
há uma transição, no que diz respeito à estabilidade: até o “princípio macadame” e, conforme o
número de camadas e o tamanho dos agregados, até o “principio concreto” onde a maior parte da
estabilidade se deve à cimentação do conjunto pela argamassa criada pelo ligante e o agregado
miúdo, similar ao caso do pré – misturado denso. Entretanto, quanto mais aplicações se adotam
no tratamento superficial, mais duvidosas serão as vantagens econômicas do processo; neste
caso, um outro tipo de revestimento, como o pré – misturado, deve ser levado em conta.

TRATAMENTO SUPERF. NA CONSERVAÇÃO E CONSTR. DE ROD./3


Os limites de espessuras usadas nas referidas definições são arbitrários; existem,
logicamente, intervalos de transição onde os termos se confundem. É também possível, e muito
usada, uma combinação de alguns dos tratamentos discriminados: por exemplo, o macadame
betuminoso complementado por tratamento superficial por penetração e/ou por capa selante
(camadas de “refinamento”). No capítulo 12 abordaremos em mais detalhes a importância de
espessura do tratamento.
Descriminam – se, freqüentemente, os tratamentos superficiais múltiplos em direitos e
invertidos sem ter uma definição nítida para a distinção entre essas duas modalidades.
Convencionalmente, denomina – se por “penetração invertida” o tratamento superficial clássico.
Evidentemente, o tratamento superficial simples sempre é totalmente de penetração invertida. O
termo “penetração direta” foi introduzido para melhor identificar os tratamentos superficiais,
principalmente em acostamentos, executados com emulsão de baixa viscosidade, onde é
necessário iniciar – se por um espalhamento de agregado para evitar o escorrimento do ligante
(2.2). Entretanto, neste tipo de tratamento, substrato já durante a compactação. Esta ancoragem é
necessária para compensar a falta de ligante por baixo do agregado. Portanto, a primeira camada
de agregado, nesse tipo de tratamento, deve ser considerada, também, como um complemento à
base.
De qualquer maneira, desaconselhamos o uso de emulsão de baixa viscosidade em
tratamento superficial por penetração (somente em capa selante) e insistimos na necessidade de
se iniciar o tratamento superficial convencional por uma aplicação de ligante quando não haja um
agulhamento significativo da primeira camada de agregado. A partir de um certo tamanho de
agregado, da ordem de 25 mm, pode – se iniciar o tratamento por espalhamento de agregado
(mesmo sem agulhamento), sem prévio banho de ligante, uma vez que o atrito entre as partículas
e a própria inércia de cada contribuem, significativamente, para a estabilidade da camada. Neste
caso, porém, já se trata de macadame betuminoso.
Por outro lado, usa – se também o termo “penetração direta” quando há uma subdivisão do
ligante (geralmente emulsão asfáltica) no tratamento múltiplo de tal maneira que a maior parte do
ligante penetre de cima para baixo nas camadas. A nosso ver, falta uma definição inequívoca que
possa discriminar a situação limítrofe onde o tratamento deixe de ser “invertida” e passe a ser
“direta’. Parece – nos que a penetração totalmente “direta” só existe quando não há cobertura da
camada de ligante por agregado (capa selante sem agregado, por exemplo).
O termo “tratamento superficial por penetração” é freqüentemente abreviado para
“tratamento superficial” simplesmente, sistemático essa que será adotada neste trabalho em todos
os lugares onde haja possibilidade de equivoco.

ƒ PROPRIEDADES DA TRATAMENTO SUPERFICIAL

As principais funções do tratamento superficial são de:

TRATAMENTO SUPERF. NA CONSERVAÇÃO E CONSTR. DE ROD./4


• Proporcionar uma camada de rolamento de pequena espessura, porém, de alta
resistência contra desgaste.
• Impermeabilizar o pavimento.
• Proteger a infra – estrutura do pavimento.
• Proporcionar um revestimento antiderrapante.
• Proporcionar um revestimento de alta flexibilidade que possa acompanhar
deformações relativamente grandes da infra – estrutura. Devido à sua flexibilidade, é praticamente
inexistente o trincamento por fadiga.
Conforme o projeto escolhido, pode – se ainda obter uma ou várias das seguintes
propriedades complementares:
• Rejuvenescimento de revestimentos asfálticos envelhecidos.
• Alta refletância.
• Alta aderência pneu/superfície.

Assinalamos também o que não se deve do tratamento superficial, a saber:


• Devido à sua pequena espessura, não aumenta, substancialmente, a resistência
estrutural do pavimento; porém, a capacidade de suporte inerente a este é conservada pelo efeito
protetor do tratamento.
• Não corrige, praticamente, irregularidade (longitudinais ou transversais) da pista.

ƒ USOS DO TRATAMENTO SUPERFICIAL

O tratamento superficial, devido às suas características, é particularmente


indicado nos seguimentos casos:
• Revestimento para pavimentos novos de trânsito leve a médio. Por ser uma capa
da alta flexibilidade, o tratamento é empregado, extensivamente, em pavimentos recém –
construídos, quando a infra – estrutura do pavimento ainda estiver em fase de consolidação.
Numa segunda etapa, aplica – se, então, o revestimento definitivo, mais rígido, como o concreto
asfáltico.
• Revestimento de acostamento.
• Conservação de revestimentos betuminosos desgastados e envelhecidos, com
trânsito leve, médio ou pesado.
• Selagem de revestimentos betuminosos abertos.
• Tratamento antiderrapante de superfície lisas, inclusive pavimentos de concreto e
de paralelepípedos.
• Proteção provisória de subleitos ou sub – bases (4 – 1).
• Demarcação horizontal. A diferenciação entre diferentes faixas de tráfego pode ser
obtida pela disparidade do tamanho dos respectivos agregados (nível desigual de ruído) ou por
diferença na cor. A sinalização horizontal por faixa delimitadora de eixo ou de bordos,
TRATAMENTO SUPERF. NA CONSERVAÇÃO E CONSTR. DE ROD./5
normalmente executada em tinta ou termoplástico, pode também ser feita por tratamento
superficial simples com ligante betuminoso convencional ou modificado e agregado (natural ou
sintético) de cor clara (4-2).
• Destaque de uma coloração específica da superfície da pista inteira. Com uma
tonalidade mais clara do agregado, melhoram – se as características ópticas da superfície e,
portanto, a segurança do tráfego.
• Tratamento “controle de pó”.
• Selagem para a cura de bases de solo – cimento e solo – cal. Nesse caso, o
tratamento (com agregado miúdo), serve também para o aumento da aderência entre base e
capa.

TRATAMENTO SUPERF. NA CONSERVAÇÃO E CONSTR. DE ROD./6


Questões Selecionadas

Nº Questão

Forneça a classificação completa dos revestimentos e indique para que nível de tráfego cada um deles é mais
1
recomendado.

2 Descreva as principais características dos revestimentos flexíveis por calçamento e os betuminosos.

3 Descreva as etapas de construção do Macadame Betuminoso e os equipamentos utilizados.

4 Descreva as etapas de construção do Tratamento Superficial Duplo e os equipamentos utilizados.

Pesquise no Texto Complementar e comente brevemente sobre a diferença entre os serviços de penetração (direta e
5
invertida), suas principais propriedades e aplicações.

6 Quais os principais cuidados a serem tomados na execução e controle de qualidade dos tratamentos superficiais?

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