Você está na página 1de 99

FACULDADE DA SERRA GAÚCHA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Métodos de Contenção
de Movimentos de Massa

Disciplina: Geotecnia Aplicada – CIV027


Prof.: Fernando E. Boff
SUMÁRIO

 PRINCIPAIS FATORES QUE LEVAM A RUPTURA DE TALUDES

 ANALISE DA ESTABILIDADE DE TALUDES

 MEDIDAS DE CONTEÇÃO DE TALUDES

 CONSIDERAÇÕES FINAIS
PRINCIPAIS FATORES QUE LEVAM A
RUPTURA DE TALUDES:

 Alterações na geometria do talude (altura ou


inclinação) ou carga externa (permanente ou
transitório);
 Alterações no estado de tensão interna;
 Alterações na poro-pressão e percolação;
 Alterações na resistência ao cisalhamento.
Alterações que levam a instabilidade do talude e medidas de contenção
Alterações que levam a instabilidade do talude e medidas de contenção
MEDIDAS DE CONTENÇÃO DE
TALUDES
1. RETALUDAMENTO (ALTERAÇÃO DA GEOMETRIA DO
TALUDE)
2. OBRAS DE CONTENÇÃO
3. RECONSTRUÇÃO EM ATERROS / AUMENTO DA
RESISTÊNCIA DO TERRENO MEDIANTE A INTRODUÇÃO
NO TALUDE DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS
RESISTENTES
4. OBRAS DE PROTEÇÃO SUPERFICIAL
5. OBRAS DE DRENAGEM
MEDIDAS DE CONTENÇÃO DE
TALUDES
2.RETALUDAMENTO
Mediante a modificação da geometria dos taludes se redistribuem as
forças devidas ao peso dos materiais, obtendo uma nova configuração
mais estável.
As atuações mais frequêntes são:

 Reduzir a inclinação do talude


 Eliminar o peso do topo do talude (descarregamento)
 Aumentar o peso no sopé do talude (bermas)
 Construir bancadas (escalonar o talude)
2.RETALUDAMENTO
 Redução da inclinação do talude - mudar a geometria do talude geralmente
significa reduzir a altura ou reduzir seu ângulo de inclinação. No entanto, nem
sempre é a medida mais efetiva, pois a redução do peso não só reduz a
componente tangencial que tende a induzir a ruptura mas também a
componente normal e portanto a força de atrito resistente

Efeito da redução do ângulo de Cortes favoráveis ou desfavoráveis de


inclinação do talude na posição da acordo com a disposição das
superficie de ruptura descontinuidades
2.RETALUDAMENTO
Eliminação do peso no topo do talude

Retaludamento com redução da carga através da remoção de peso no topo do talude


2.RETALUDAMENTO
Adição de peso no sopé do talude

Implica na ocupação
de espaço na base do
talude onde o espaço
disponível pode ser
escasso.
2.RETALUDAMENTO
Escalonamento do talude

O retaludamento através de
corte e escalonamento
ocasiona a redução da
inclinação média do talude

Melhoria no fator de
segurança em conquência
do retaludamento através do
escalonamento do talude
3. OBRAS DE CONTENÇÃO

As obras com estrutura de contenção podem ser classificadas:

 Obras de contenção passivas: oferecem reação contra tendências


de movimentação dos taludes, por exemplo, muros de arrimo
(gravidade, flexão, etc.) e cortinas ou muros ancorados sem
protensão
 Obras de contenção ativas: introduzem compressão no terreno,
aumentando sua resistência por atrito, além de oferecer reações as
tendências de movimentação do talude, por exemplo, muros e
cortinas atirantadas, placas atirantadas, cortinas cravadas (estacas,
pranchas, etc.);
 Obras de reforço de maciço: aumentam a resistência média ao
cisalhamento de certas porções do maciço, por exemplo, injeções
de cimento e resinas químicas, reforços metálicos, reforços
geossintéticos, solo grampeado, etc.
OBRAS DE CONTENÇÃO

1. OBRAS DE CONTENÇÃO PASSIVAS:


Muros de arrimo de gravidade
• Muros de pedra seca
• Muros de pedra argamassa
• Muros de concreto ciclópico
• Muros de gabiões do tipo caixa
• Muros do tipo crib-wall
Muros de arrimo de flexão
• Muros de concreto armado sem contrafortes
• Muros de concreto armado com contrafortes
• Muros de concreto armado pré-moldados
MUROS DE ARRIMO

São obras construídas no pé da encosta que se opõe à componente


tangencial.
São indicados em situações de solicitações reduzidas (volume pequeno).
Quando as camadas são grandes não se constitui numa solução econômica
viável.
MUROS DE ARRIMO

 Deve-se tomar cuidado em verificar a superfície de deslizamento que


compreende o muro. Os muros de arrimo ou de gravidade são
construídos de baixo para cima. Durante a sua construção a encosta
pode estar instável, o que gera a necessidade de executar a obra em
septos. Dentro da disponibilidade de espaço, procura-se executar o
muro um pouco afastado do sopé.
MUROS DE ARRIMO

Os muros podem ser confeccionados em concreto, pedra


rejuntada, gabiões (gaiolas de pedra de mão conformadas por
tela metálica), crib-wall (gaiolas conformadas por segmentos
pré moldados de concreto) e de terra.
MURO PEDRA SECA

 Pedras arrumadas
manualmente onde a
resistência resulta unicamente
do embricamento dessas
pedras.
 Blocos com dimensões
regulares para reduzir o atrito.
 Vantagens: facilidade de
construção, baixo custo
(material abundante no local),
capacidade autodrenante.
 Base em horizontes
resistentes
MURO DE ARGAMASSA

 Semelhante ao de pedra,
mas com vazios
preenchidos com
argamassa e areia
 vantagem: maior rigidez
(pedras de dimensões
variadas e rejuntamento);
 Taludes com até 3m.
MURO DE ARGAMASSA
MURO DE CONCRETO CICLÓPICO

•Estrutura constituída de concreto e


agregados de grandes dimensões;
•Preenchimento de concreto e
blocos de rocha de tamanhos
variados;
•Vantagem: contenção de taludes
com altura > 3m;
•Indispensável execução de
sistema de drenagem (barbacãs e
drenos de areia).
•Forma trapezoidal c/ base = 50% h
MURO DE CONCRETO CICLÓPICO
MURO CRIB-WALL
•Sistema de peças de concreto armado,
madeira ou aço, encaixadas entre si, em
forma de “gaiola” ou “caixa”, preenchimento
interior de material terroso, blocos de rocha,
seixos de maiores dimensões e entulho
(peso a estrutura);
•Execução: aterro interno e reaterro a
montante;
•Muito utilizados em estradas regiões
serranas
•Vantagens: naturalmente bem drenados,
pouco sensiveis a movimentações e
recalques
•Alturas até 20 m
GABIÕES

•São caixas ou gaiolas de arrame


galvanizado em malha hexagonal com dupla
torção, preenchiadas com pedra britada ou
seixos colocadas justapostas e costuradas
umas as outras com arrame em diversos
formatos;
•Proteção superficial de encostas, margens
de rios e muros de contenção até alguns
metros; Muro de gabiões do tipo caixa

•Permitem pequenas deformações;


•Vantagem simplicidade e baixo custo;
•Revestimento de PVC e argamassamento
em obras mais importantes.
GABIÕES
Exemplo de implantação em Caxias do Sul as margens da Rodovia RS453
GABIÕES
GABIÕES
MURO DE BLOCO DE CONCRETO ARTICULADO
(PRÉ-MOLDADO ENCAIXADO SEM REJUNTE)
 Sistema de contenção de encostas com blocos de
concreto articulado com encaixe lateral sem argamassa;
 Ideal para altura e ângulo variado;
 Recomendado para taludes com problemas de infiltração
de água.
MURO DE BLOCO DE CONCRETO ARTICULADO
(PRÉ-MOLDADO ENCAIXADO SEM REJUNTE)
MURO DE ARRIMO DE SOLO-CIMENTO ENSACADO

•Os muros são constituídos por camadas


formadas por sacos de poliéster ou similares
(para facilitar a construção), preenchidos por
uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a
1:15 (em volume) que perdem a finalidade
após solidificação da mistura (solo-cimento).
•Finalidade: proteger superficialmente o
talude, construir muros de arrimo de
gravidade. Se ensacado: proteção superficial e
contenção (por ex.: obturar rupturas
localizadas)
•Pode ser compactado em camadas na faixa
externa do talude para dar mais resistência e
evitar erosão.
•Altura até 4 a 5 metros
MURO DE ARRIMO DE SOLO-CIMENTO ENSACADO

Ilustração de muro construído com sacos de solo-cimento


MUROS DE CONCRETO ARMADO (Muros de Flexão)
COM E SEM CONTRAFORTES
•Os muros de concreto armado estão
associados à execução de aterros e
reaterros, pois para estabilidade contam
além do próprio peso com o do solo
subjacente
•Muro de flexão: lage de fundo + vertical de
paramento, trabalhando a flexão e tendo ou
não vigas de enrigecimento.
•Muro de flexão com contrafortes: utilizam-se
nervuras (contrafortes) de tração para dar
maior sustentação;
•Imprescindível sistema de drenagem
adequado (barbacãs e drenos de areia);
•Base = 50 a 70% altura do muro
•Antieconômicos acima de 5 a 7 metros.
MURO DE CONCRETO ARMADO COM E SEM
CONTRAFORTES

Muro de concreto armado sem contrafortes Muro de concreto armado com contrafortes
MURO COM CONTRAFORTES

Muro tipo gaiola com contrafortes


MURO DE CONCRETO ARMADO PRÉ-MOLDADO

Muro de concreto armado pré-moldado


3.OBRAS DE CONTENÇÃO

2. OBRAS DE CONTENÇÃO ATIVAS


 Cortinas de concreto armado atirantadas
 Concretadas in situ
 Com placas pré-moldadas e concreto projetado
 Paredes diafragma atirantadas
 Concretadas in situ
 Com seções pré-moldadas
 Paredes diafragma estroncadas
 Concretadas in situ
 Com seções pré-moldadas
 Cortinas de estaca justapostas
 Atirantadas
 Estroncadas
3.OBRAS DE CONTENÇÃO
2. OBRAS DE CONTENÇÃO ATIVAS(continuação)
Cortinas de estaca prancha
 Não ancoradas
 Ancoradas ou atirantadas
 Estroncadas
Cortinas de perfil metálico cravado
 Com painel de concreto armado
 Com pranchões de madeira
Cortinas de estaca do tipo raiz
Cortinas de estaca cravada com arco de concreto projetado
Muros de pneus, ancorados com outros pneus
Encontro de pontes
Muros de arrimo atirantados na base
3.OBRAS DE CONTENÇÃO
OBRAS DE CONTENÇÃO ATIVA

Escavação estroncadas Cortina de concreto armado


atirantado
TIRANTES E CHUMBADORES

•Tirantes, tem como objetivo ancorar


massas de solo ou blocos de rocha,
pelo incremento de força gerado pela
protensão destes elementos, que
transmitem os esforços diretamente a
uma zona mais resistente do maciço
através de fios, barras ou cordoalhas
de aço
•Chumbadores, barras de aço
fixadas com calda de cimento ou
resina para conter blocos isolados,
fixar obras de concreto armado sem
protensão
TIRANTE DE BARRA

Tirante de barra
TIRANTE DE FIOS

Tirante de fios
TIRANTES E CHUMBADORES

 O atirantamento ou chumbamento tem por objetivo


aumentar a componente normal () e a resistência ao
cisalhamento (R).
CORTINAS ANCORADAS

As cortinas ancoradas podem ser confeccionadas de várias


maneiras. As mais comuns são:
 concreto armado com tirantes;
 placas pré moldadas com tirantes;
 placas pré moldadas com chumbadores (terra armada);
 concreto projetado com tirantes;
 cortina diafragma com tirantes;

Em geral as cortinas ancoradas são executadas de cima para


baixo, deixando-se a parte superior estabilizada antes de
executar as escavações para as partes subsequentes.
CORTINA DE CONCRETO ARMADO ATIRANTADO

são paredes delgadas (entre 20 e 50 cm de espessura) que


recebem os esforços da massa de solo e transmitem a tirantes
que ancoram-se em uma massa de material resistente além da
superfície de escorregamento.
Escorregamento rotacional (circular)
CORTINA DE CONCRETO ARMADO ATIRANTADO

 são muito eficientes para camadas de solos, sobre rochas,


mais espessas. A ancoragem das cortinas devem
ultrapasssar o plano de deslizamento.
CORTINA DE CONCRETO ARMADO ATIRANTADO

• obra de contenção de encosta com


maior eficácia, versatilidade e segurança
•Elementos verticais a subverticais de
concreto armado que funcionam como
paramento ancorados ao substrato ao
maciço através de tirantes.
• Em cortes – topo para base em
patamares
•Aterros e encosta – de baixo para cima
(em estágios)
•Premissa básica: horizontes resistentes e
estáveis para ancoragem dos tirantes em
prof. compativeis.
Exemplo de aplicação de uma cortina
atirantada
CORTINA DE CONCRETO ARMADO ATIRANTADO:
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
EM CORTES EM ATERROS
CORTINA DE CONCRETO ARMADO ATIRANTADO:
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
ESTABILIZAÇÃO DE BLOCO
CONTENÇÃO DE MACIÇOS

ROTA DO SOL
PAREDE DIAFRAGMA : ASPECTOS CONSTRUTIVOS
PAREDE DIAFRAGMA : ASPECTOS CONSTRUTIVOS

Ferramenta de
escavação da
parede diafragma
CORTINAS DE ESTACAS PRANCHA ESTRONCADA

Cortina de estacas prancha


CORTINA DE ESTACAS JUSTAPOSTAS ATIRANTADAS
Quando uma parede diafragma deve ser construída muito próxima a sapata de
fundação de uma construção vizinha por dentro do painel de escavação.

Parede de estacas justapostas – corte


horizontal.

Parede de estacas secantes – corte horizontal.

Cortina de estacas justapostas atirantadas


CORTINA DE ESTACAS: ASPECTOS CONSTRUTIVOS
PAREDE DIAFRAGMA : ASPECTOS CONSTRUTIVOS
CORTINA DE ESTACAS JUSTAPOSTAS
ATIRANTADAS (EXEMPLO)
CORTINA DE PERFIS METÁLICOS CRAVADOS COM PAINEL DE
CONCRETO ARMADO

•São estacas ou perfis cravados no


terreno, trabalhando a flexão e
resistindo pelo apoio da ficha (parte
enterrada do perfil)
•Obras continuas (estacas prancha ou
estacas justapostas) ou descontinuas
(nos quais estacas ou perfis metálicos
são cravados a uma certa distância
um do outro, sendo o trecho entre eles
preenchido com pranchões de
madeira ou placas de concreto
armado).
•Utilizado em obras de contenção
provisória, c/ alturas modestas,
costumam ser deformaveis.
Exemplo de cortina cravada
CORTINA DE PERFIS METÁLICOS CRAVADOS COM
PRANCHÕES DE MADEIRA

•Por serem utilizadas em


obras de contenção
provisória o uso de perfis
metálicos com pranchões de
madeira é predominante;
•Em obras definitivas não se
usa madeira.

Cortina de perfil metálico cravado com


pranchões de madeira
CORTINA DE PERFIS METÁLICOS CRAVADOS COM
PRANCHÕES DE MADEIRA
CORTINA DE PERFIS METÁLICOS CRAVADOS COM
PRANCHÕES DE MADEIRA
CORTINAS DE ESTACAS RAIZ OU MICROESTACAS

•São técnicas para reforçar o solo in


situ em taludes naturais ou cortes
pela introdução de microestacas
(perfuradas, armadas e injetadas
sob pressão) na forma de
reticulados
•Armadura da estaca + cobertura
cimento ou argamassa – reforço ao
maciço pela injeção sob pressão
produzindo excelente aderência
Exemplo de aplicação de estacas-raiz
entre a estaca e terreno circundante. na estabilização de taludes
•Desvantagem: custo elevado,
restringindo o seu uso.
MURO DE PNEUS

•São construídos a partir do lançamento de camadas


horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ou arame e
preenchidos com solo compactado.
•Vantagem: reuso de pneus descartados e a flexibilidade.
•Desvantagem: limitados a alturas inferiores a 5m e à
disponibilidade de espaço para a construção de uma base com
largura da ordem de 40 a 60% da altura do muro.
MURO DE PNEUS
MURO DE PNEUS (ASPECTOS CONSTRUTIVOS)
MURO DE PNEUS (ASPECTOS CONSTRUTIVOS)
3. OBRAS DE CONTENÇÃO
3. ESTRUTURAS DE SOLO REFORÇADO
 Aterros com reforços metálicos
 Sistema terra armada
 Gabiões com reforços de tela metálica
 Aterros com reforços geossintéticos
 Geotexteis
 Geogrelha
 Solo grampeado
TERRA ARMADA
•São constituídos pela associação de solo
compactado e armaduras, completado por
um paramento externo composto de
placas (“pele”).
•Componentes principais:
-solo que envolve as armaduras
-Armaduras são elementos lineares e
flexíveis que trabalham a tração e
resistência a corrosão (aço com
galvanização especial, aluminio, aço
inoxidável) fixados as “peles” por
parafusos.
-Pele é um paramento externo geralmente
vertical de concreto armado ou escamas
metálicas flexíveis.
TERRA ARMADA: ASPECTOS CONSTRUTIVOS
ATERROS COM REFORÇOS GEOSSINTÉTICOS

 O solo reforçado
utilizando o geossintético
como elemento de
armação e ancoragem do
solo aumenta a
resistência média ao
cisalhamento permitindo
estabilizar os taludes mais
íngrimes.
ATERROS COM REFORÇOS GEOSSINTÉTICOS

•Composto basicamente por : solo e


mantas geotexteis.
•O geotextil tem a função de
confinamento junta a face externa e
resistir aos esforços de tração
desenvolvidos no maciço
•Deve-se proteger a face do talude
para evitar a deteriorização
•Vantagens: baixo custo, rapidez e
facilidade de execução.

Aterro completado com revestimento de


blocos de concreto
SOLO GRAMPEADO COM FACEAMENTO DE
CONCRETO PROJETADO
SOLO GRAMPEADO COM FACEAMENTO DE
CONCRETO PROJETADO (GUNITA)

Exemplo de aplicação de tela


e “gunita”em taludes
SOLO GRAMPEADO COM FACEAMENTO DE
CONCRETO PROJETADO (GUNITA)
SOLO GRAMPEADO COM FACEAMENTO DE
CONCRETO PROJETADO (GUNITA)
SOLO GRAMPEADO COM FACEAMENTO DE
CONCRETO PROJETADO (GUNITA)
4. OBRAS DE PROTEÇÃO
SUPERFICIAL
 COM MATERIAIS NATURAIS:
 cobertura vegetal de médio a grande porte
 cobertura vegetal com gramineas
 Proteção com pano de pedra
 COM MATERIAIS ARTIFICIAIS:
 imprimação asfáltica
 com argamassa
 com tela
HIDROSSEMEADURA E GRAMA EM PLACAS

Hidrossemeadura: sementes de
gramineas (aveia), leguminosas ou outros
vegetais são lançados sobre o talude em
meio aquoso + elemento fixador +
nutrientes (adubos).

•Grama em placas:revestimento de
taludes de cortes e aterros com rápida
cobertura e máxima eficiência
•Placas de 30 a 50 cm de largura
•Inclinações >1:2, fixação das placas
através de estacas de madeira, bambu,
telas plástica, grampos.
HIDROSSEMEADURA

Aplicação da hidrossemeadura sobre o Após algumas semanas a vegetação já se


paramento frontal da estrutura Terramesh® encontra frondosa
Verde.
PROTEÇÃO COM PANO DE PEDRA

•Revestimento do talude com


blocos de rocha talhados em
forma regular e tamanho
conveniente para transporte e
colocação manual
•Geralmente rejuntados com
argamassa

Proteção superficial com “pano de pedra”


IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

Aplicação de camada de delgada de


asfalto diluido a quente ou em
emulsão, por rega ou aspersão
Finalidade: evitar a erosão e
infiltração de água quando aplicado
sobre uma superficie firme e isenta
de material solto.
Inconveniente: deteriora-se sobre a
influência da insolação, exigindo
reparos e manutenção periodicos, e
Exemplo de imprimação asfáltica
pessimo aspecto visual.
PROTEÇÃO COM TELA

•Tela metálica (ou materiais


plásticos) fixada a superficie
do talude por meio de
chumbadores em locais
com possibilidade de queda
de pequenos blocos de
rocha
•Tela protegida contra
corrosão (fios galvanizados
revestidos por capas
plásticas);

Aplicação de tela metálica na contenção de


pequenos blocos de rocha
PROTEÇÃO COM TELA
PROTEÇÃO COM TELA ATIRANTADA

ROTA DO SOL
5.OBRAS DE DRENAGEM
 As obras de drenagem tem por finalidade a
captação e direcionamento das águas de
escoamento superficial, assim como a retirada da
parte da água de percolação interna do maciço.
Podem ser de dois tipos principais:
 Drenagem superficial (impermeabilização do
talude até a crista, canaletas de drenagem
superficial, canaletas pré-moldadas, escadas
d’água e caixas de dissipação)
 Drenagem profunda ou subterrânea (drenagem
profunda, drenos sub-horizontais, trincheiras
drenantes)
DRENAGEM SUPERFICIAL

Impermeabilização do talude até a crista


 As superfícies são recobertas com asfalto de modo a reduzir
as infiltrações de água no maciço. É uma solução apenas
preventiva.
DRENAGEM SUPERFICIAL
Canaletas de drenagem superficial

 Consiste em uma seqüência de canaletas na


crista, talude e sopé que recolhem as águas de
precipitação, reduzindo as infiltrações.
 Essa solução tem duas vantagens implícitas:
 1. reduz os problemas de erosão em taludes muito
altos.
 2. sua técnica executiva preconiza a formação de
patamares intermediários que contribuem para a
estabilização do talude.
DRENAGEM SUPERFICIAL
Canaletas pré-moldadas

 São peças pré-fabricadas em


concreto, geralmente na
forma de meia cana, com
diâmetro e espessura
variáveis, conforme a vazão
d’água a ser conduzida;
 Uso freqüente devido a
facilidade de instalação
 Empregados em obras de
retaludamento e obras de
sistemas viários;
DRENAGEM SUPERFICIAL
Escada d’água
 Canais construídos em forma de
degraus nos taludes de corte e
aterro visando coletar e conduzir
as águas superficiais captadas
pelas canaletas de concreto e
usadas principalmente em
encostas com inclinações
elevadas;
 Conduzem grandes volumes de
água em fortes inclinações, sem
problemas de erosão no concreto e
sem necessidade de caixa de
dissipação;
DRENAGEM SUPERFICIAL
Caixas de dissipação

 São caixas construídas nas


canaletas, escadas d’água
e tubos de concreto, com a
finalidade de diminuir e
controlar a velocidade de
escoamento das águas
coletadas, evitando, desta
forma, problemas de
erosão do solo no ponto de
lançamento das águas.
DRENAGEM SUBTERRÂNEA
Sistemas de drenagem subterrânea
DRENAGEM SUBTERRÂNEA
Drenagem profunda

 objetiva, essencialmente,
promover processos que
redundem na retirada
(extração) de água da
percolação interna do maciço
(do fluxo através dos poros de
um maciço terroso ou através
de fendas e fissuras de um
maciço rochoso ou saprolítico),
reduzindo a vazão de
percolação e as pressões
neutras intersticiais.

Estabilização de um talude por


drenagem profunda
DRENAGEM SUBTERRÂNEA

Drenos Sub-horizontais
 É uma solução muito comum e que
associa-se as demais soluções de
contenção. A drenagem profunda
diminui os esforços em cortinas
ancoradas e muros de arrimo,
apresenta-se como solução
complementar das drenagens
superficiais e das
impermeabilizações.
 A solução consiste em introduzir
drenos sub-horizontais constituídos
de um tubo de pvc perfurado e
protegido por uma tela ou geotêxtil
para impedir que as partículas
finas do solo sejam carreadas junto
com as águas drenadas.
 Os drenos sub-horizontais devem
captar as águas do lençol freático
além da superfície crítica de
escorregamento para evitar que a
água sature essa massa passível
de escorregamento.
DRENAGEM SUBTERRÂNEA
Trincheiras drenantes

 São valas cuja


finalidade é
interceptar, coletar
e escoar a água
subterrânea, com o
intuito de evitar a
saturação da base
dos aterros ou dos
taludes em corte.
DRENAGEM SUBTERRÂNEA
Drenos Profundos
 muito eficientes para a drenagem de tálus ou colúvios. Funcionam como alívio
de peso nas camadas e impedem em boa parte a lubrificação do plano de
deslizamento.
 Além dos drenos sub-horizontais, utiliza-se muito drenos profundos para
interceptar a água de percolação no plano de deslizamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
São inúmeras as técnicas disponíveis para solucionar os
problemas de instabilidade de taludes, porém nem sempre
existe uma solução única ideal ou universal.
A escolha de melhor solução requer três aspectos
fundamentais: a confiabilidade que o projeto oferece, os
prazos construtivos e a compatibilidade de custos;
A escolha mais indicada passa necessariamente pelo
conhecimento detalhado dos seguintes aspectos:
•Condições do subsolo (materiais)
•Do nível d’água do lençol freático
•Da morfologia (topografia) do terreno nas adjacências
•Das fundações e condições dos prédios vizinhos
•E do equipamento e mão-de-obra disponíveis
Leituras Recomendadas
Ler capítulo 15 – Livro: Geologia de Engenharia,
Oliveira & Brito, 1998.
Capítulo V – Ocupação de Encostas, Marcio
Angelieri, São Paulo, IPT, 1991.

PRÓXIMA AULA
Prova 2

Você também pode gostar