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O pré-dimensionamento dos elementos estruturais é necessário para que se possa calcular o peso
próprio da estrutura, que é a primeira parcela considerada no cálculo das ações.
O conhecimento das dimensões permite determinar os vãos equivalentes e as rigidezes,
necessários no cálculo das ligações entre os elementos.
A espessura das lajes maciças de concreto armado pode ser obtida com a expressão:
𝜙
ℎ=𝑑+ +𝑐
2
A ABNT NBR 6118 (2014) especifica que nas lajes maciças de concreto armado devem ser
respeitadas as seguintes espessuras mínimas:
a) 7 cm para cobertura não em balanço;
b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de ℓ⁄42 para lajes de piso
biapoiadas e ℓ⁄50 para lajes de piso contínuas;
g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.
Nas lajes nervuradas e treliçadas, a espessura da mesa, quando não existirem tubulações
horizontais embutidas, deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre as faces das nervuras (ℓ𝑜 ) e não
menor que 4 cm. O valor mínimo absoluto da espessura da mesa deve ser 5 cm, quando existirem
tubulações embutidas de diâmetro menor ou igual a 10 mm. Para tubulações com diâmetro 𝜙 maior que
10 mm, a mesa deve ter a espessura mínima de 4 cm + 𝜙, ou 4 cm + 2 𝜙 no caso de haver cruzamento
destas tubulações. A espessura das nervuras não pode ser inferior a 5 cm.
Nas lajes mistas de aço e concreto (steel deck), a espessura varia, usualmente, entre 5 e 15 cm.
A ABNT NBR 6118 (2014) também estabelece, para que se garanta a durabilidade das estruturas
de concreto armado, os cobrimentos (espessura de concreto que reveste as armaduras) de acordo com a
classe de agressividade ambiental, conforme apresentado na tabela abaixo.
Desta forma, pode se prever que a soma do cobrimento da armadura e metade do diâmetro da
armadura de flexão, 𝑐 + 𝜙⁄2, para zonas urbanas em geral, está entre 3 e 4 cm.
Para lajes maciças de concreto armado com bordas apoiadas ou engastadas, a altura útil pode ser
estimada por meio da seguinte expressão:
(2,5 − 0,1 ∙ 𝑛) ℓ𝑥
𝑑𝑒𝑠𝑡 = ∙ ℓ′ ∴ ℓ′ ≤ {0,7 ∙ ℓ
100 𝑦
Portanto, a altura total estimada para as lajes maciças corresponde a 𝑑𝑒𝑠𝑡 acrescido de 3 a 4 cm.
Vigas de concreto armado ou protendido, em edifícios, têm, geralmente, seções retangulares, cuja
largura deve ter a mesma dimensão da espessura das paredes, no mínimo 14 ou 15 cm, e a altura varia de
acordo com os vãos e os carregamentos.
Uma estimativa grosseira para a altura das vigas é dada por:
Num edifício de concreto armado, não é recomendável utilizar muitos valores diferentes para
altura das vigas, de modo a facilitar e otimizar os trabalhos de cimbramento (fôrmas). Usualmente,
adotam-se até três alturas diferentes, e não se varia a altura numa mesma viga. Tal procedimento pode,
eventualmente, gerar a necessidade de armadura dupla em alguns trechos das vigas.
1.2.2. Vigas de madeira
Para vigas de seção “I”, pode-se estimar a altura das mesmas de acordo com o vão, usando o ábaco
apresentado abaixo.
Inicia-se o pré-dimensionamento dos pilares estimando-se sua carga, por exemplo, através do
processo das áreas de influência. Este processo consiste em dividir a área total do pavimento em áreas de
influência, relativas a cada pilar e, a partir daí, estimar a carga que eles irão absorver.
A área de influência de cada pilar pode ser obtida dividindo-se as distâncias entre seus eixos. No
caso de edifícios com balanço, considera-se a área do balanço acrescida das respectivas áreas das lajes
adjacentes, tomando-se, na direção do balanço, largura igual a 0,50l, sendo l o vão adjacente ao balanço.
Convém salientar que quanto maior for a uniformidade no alinhamento dos pilares e na
distribuição dos vãos e das cargas, maior será a precisão dos resultados obtidos. Há que se salientar
também que, em alguns casos, este processo pode levar a resultados muito imprecisos.
Após avaliar a força nos pilares pelo processo das áreas de influência, é determinado o coeficiente
de majoração da força normal (α) que leva em conta as excentricidades da carga, sendo considerados os
valores:
A existência de caixa d’água superior, casa de máquina e outros equipamentos não pode ser
ignorada no pré-dimensionamento dos pilares, devendo-se estimar os carregamentos gerados por eles,
os quais devem ser considerados nos pilares que os sustentam. Para as seções dos pilares inferiores, o
procedimento é semelhante, devendo ser estimadas as cargas totais que esses pilares suportam.
O pré-dimensionamento pode ser feito também baseado na altura não travada dos pilares com
lance único ou no número de lances.
Os pilares de aço, por esse material ser mais resistente que os demais, são mais esbeltos, pois,
para resistir aos mesmos esforços, é necessária uma área transversal cerca de 50% menor, no entanto,
têm um custo três vezes maior, quando comparado com o concreto armado.
Portanto, a escolha entre trabalhar com pilar de concreto armado ou de aço depende dos espaços
disponíveis e dos custos.
Os pilares de aço com cargas centradas teriam como seção transversal ideal, em termos de
eficiência estrutural, a seções tubulares circulares, no entanto, nessas seções existe dificuldade de vínculos
com outros elementos. As seções tubulares quadradas e, em último caso, as retangulares apresentam
maior facilidade na execução dos vínculos. Quando o fator manutenção for decisivo, deve ser utilizado o
perfil H, que apresenta razoável equivalência entre as rigidezes nas duas direções.
Os pilares de aço também podem ser pré-dimensionados baseando-se na altura não travada dos
pilares com lance único ou no número de lances.
Assim como as vigas os pilares de aço podem ser laminados, soldados, e tubulares, treliças
compostas por perfis formados a frio. Nos links abaixo são apresentadas as seções comerciais possíveis:
https://www.soufer.com.br/arquivos/laminados/2.pdf
https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=141224
https://api.aecweb.com.br/cls/catalogos/20437/24987/catalogo_estruturais_vallourec.pdf
https://www.ditualsp.com.br/perfis-de-aco-formados-a-frio.php
Os pilares de madeira apresentam uma área transversal cerca de 70% maior e um custo 50% maior,
quando comparado com o concreto armado.
Os pilares de madeira também têm limitação quanto altura, devido não ter comprimentos muitos
grandes disponíveis comercialmente, e as emendas não serem sempre facilmente executadas.
Portanto, a opção por um pilar de madeira depende normalmente de fatores estéticos.