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Curso de Graduação em Engenharia Civil

Disciplina Construções Especiais

Dimensionamento – Alvenaria Estrutural

Professor: Jarbas Moreira Freires de Lacerda


jarbasfreires@gmail.com
INTRODUÇÃO

Com relação aos Estados-limite, devem ser considerados todos os estados-


limite últimos (ELU) e estados-limite de serviço (ELS).

Para um elemento de alvenaria em estado-limite último, o esforço solicitante de


cálculo, Sd, deve ser menor ou igual ao esforço resistente de cálculo Rd,
conforme NBR 16868-1/2020.

O dimensionamento deve ser realizado considerando-se a seção homogênea e


com sua área bruta, exceto quando especificamente indicado.

De acordo com a NBR 16868-1/2020, área bruta é definida como a área de um


componente ou elemento, considerando-se as suas dimensões externas e
desprezando-se a existência dos furos e vazados.
INTRODUÇÃO

Podem ser utilizados os seguintes valores de peso específico de alvenarias,


sem revestimentos, devendo-se acrescentar o peso do graute, quando
existente:

Com relação ao graute, para projeto de edifícios de alvenaria estrutural com


paredes revestidas, a resistência à compressão característica deve ser
especificada com valor de mínimo de 15 MPA.
RESISTÊNCIAS

A resistência de cálculo é obtida pela resistência dividida pelo coeficiente de


ponderação das resistências:
DIMENSÕES-LIMITE

Para edificações de mais de dois pavimentos, não se admite parede ou pilar


estrutural com espessura efetiva inferior a 14 cm.

O índice de esbeltez é a razão entre a altura efetiva e a espessura efetiva da


parede ou pilar, calculado da seguinte forma:

Os valores máximos permitidos para a esbeltez, são:


DIMENSÕES-LIMITE
DESLOCAMENTOS-LIMITE

a) Elementos de apoio das alvenarias (lajes, vigas, etc.)

Não podem apresentar deslocamentos finais maiores que L/250 e 10mm para
peças e, balanço, ou L/500 e 10mm nos demais casos, considerando ações no
estado-limite de serviço, com combinação frequente.

L = vão ou comprimento
DESLOCAMENTOS-LIMITE

b) Elementos fletidos em alvenaria

Os deslocamentos finais (incluindo os efeitos de fissuração, temperatura,


retração e fluência) não podem ser maiores que L/150 e 10mm para peças em
balanço, ou L/300 e 10mm nos demais casos.

Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados por contraflechas,


desde que elas não sejam maiores que L/400.
DESLOCAMENTOS-LIMITE

c) Movimento lateral em edifícios

Na verificação do movimento lateral em edifícios, provocado pela ação do vento


para combinação frequente, deve-se atender aos seguintes limites:

- H/1700, onde H é a altura total do edifício;

- Hi/850 entre pavimentos, onde Hi é o desnível entre dois pavimentos


sucessivos.
DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA

No projeto de elementos em alvenaria armada e não armada, submetido a


tensões normais, teremos os seguintes esforços:

1) Compressão simples;

2) Flexão simples;

3) Cisalhamento;

4) Flexocompressão.
COMPRESSÃO SIMPLES – NÃO ARMADOS

Em paredes e pilares de alvenaria estrutural, o esforço resistente de cálculo é


cálculo com as seguintes equações:
COMPRESSÃO SIMPLES – ARMADOS

Em pilares de alvenaria estrutural, com índice de esbeltez menor ou igual a 30,


a resistência de cálculo é calculada através de:
FLEXÃO SIMPLES – NÃO ARMADA

Para alvenaria não armada, o cálculo do momento fletor resistente da seção


transversal pode ser feito com o diagrama simplificado:
FLEXÃO SIMPLES – NÃO ARMADA

Valor de fck, na verificação de tensões localizadas, na direção normal às juntas


de assentamento, será de 1,5 fk.

Exceto para trecho totalmente grauteado de alvenaria com flexão fora do plano
da parede, que será 2,0 fk.

A resistência característica à compressão simples da alvenaria (fk) deve se


determinada com base no ensaio de paredes (NBR 16868-3/2020).
FLEXÃO SIMPLES – NÃO ARMADA
FLEXÃO SIMPLES – ARMADA

Para a alvenaria armada, o momento fletor resistente da seção transversal


pode ser calculado com o diagrama simplificado:
FLEXÃO SIMPLES – ARMADA

No caso de uma seção retangular fletida com armadura simples, o momento


fletor resistente de cálculo é igual a:

As = área da armadura tracionada


fs = tensão de tração na armadura
z = braço de alavanca
CISALHAMENTO

As tensões de cisalhamento deve ser calculadas assim:

A tensão de cisalhamento de cálculo, não pode superar a resistência de cálculo


obtida a partir dos valores característicos da resistência ao cisalhamento, fvk,
ou seja:
CISALHAMENTO
FLEXOCOMPRESSÃO – NÃO ARMADA

As tensões normais na seção transversal devem ser obtidos mediante a


superposição das tensões normais lineares devidas ao momento fletor, com as
tensões mínimas uniformes devidas à força de compressão.

As tensões normais de compressão devem atender à seguinte equação:


FLEXOCOMPRESSÃO – NÃO ARMADA

As tensões normais de tração, calculadas na combinação de estado-limite


último, são limitadas a resistência de tração da alvenaria ftd.
FLEXOCOMPRESSÃO – ARMADA

Quando a força normal de cálculo Nsd não exceder a resistência de cálculo


apresentada na equação descrita a seguir, apenas é necessária a armadura
mínima:
FLEXOCOMPRESSÃO – ARMADA

Quando a força normal de cálculo Nsd exceder a resistência de cálculo da


equação anterior, a resistência da seção pode ser estimada pelas seguintes
equações:
FLEXOCOMPRESSÃO – ARMADA
FLEXOCOMPRESSÃO – ARMADA
EXERCÍCIO 01:

Determine a resistência no estão limite último, na parede de blocos cerâmicos,


com travamento na base e no topo. Dado: fpk/fbk = 0,5 (para espalhamento da
argamassa em todo o bloco).
EXERCÍCIO 02:

Verificar a resistência de uma viga b = 19 cm e h = 40 cm. Haverá tração


paralela à fiada (ftk = 0,50 MPa). Dado: Mk = 0,24 kNm.
EXERCÍCIO 03:

Verificar o cisalhamento da parede a seguir. Utilize bloco de 8 MPA e


argamassa de 70%.
OBRIGADO(A)

jarbasfreires@gmail.com Prof. Jarbas Moreira Freires de Disciplina Construções Especiais


Lacerda

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