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FONTES DE LUZ ARTIFICIAL

Evolução da luz artificial

As primeiras fontes de luz produzidas pelo homem foram o fogo, a tocha e


as velas. Os egípcios antigos usavam pedras com buracos preenchidos com
gordura e as fibras das plantas eram usadas como pavio. Essas foram as
primeiras velas, que datam mais ou menos 3000 anos AC. Na Idade Média,
as velas eram feitas de sebo, um tipo de gordura animal; posteriormente elas
foram feitas de cera de abelhas ou parafina. As velas modernas podem ainda
serem vistas como um tipo de lâmpada de gordura, mas atualmente elas são
usadas principalmente como objetos decorativos.

Os gregos e romanos antigos faziam lâmpadas do bronze ou cerâmica que


queimavam azeite de oliva ou outros tipos de óleos vegetais nos seus bicos.
Muitas lâmpadas a óleo apareceram durante a Idade Media, quando os
refletores foram acrescentados aos seus desenhos. Os primeiros colonos
americanos usaram óleo de peixe e óleo de baleia nas suas lâmpadas. Muitas
melhorias foram realizadas no desenho e fabricação dessas lâmpadas ao
longo do tempo, mas nenhuma produziu luz eficazmente até 1784, quando
um químico suíço chamado Argand inventou a lâmpada que usava um pavio
oco para permitir ao ar chegar à chama, resultando numa luz brilhante.
Posteriormente, um cilindro de vidro foi acrescentado à lâmpada de Argand,
fazendo com que a chama queimasse melhor. Com o nascimento da indústria
do petróleo, a querosene se tornou o combustível amplamente usado nessas
lâmpadas.

Nos anos 1800s as lâmpadas a gás se tornaram populares na iluminação de


ruas, com origem em Londres, Inglaterra. As lâmpadas a gás não tinham
pavio, mas sua principal desvantagem era a existência de uma chama aberta
que produzia uma luz tremula. A lâmpada elétrica substituiu a lâmpada a gás
no fim dos anos 1800s e começo dos anos 1900s. A primeira lâmpada
elétrica foi a lâmpada com arco de carbono, demonstrada em 1801 por Sir
Humphrey Davy, mas as lâmpadas elétricas se tornaram populares somente
após o surgimento das lâmpadas incandescentes, desenvolvidas
independentemente por Sir Joseph Swan na Inglaterra e Thomas Edison nos
Estados Unidos. Esse último patenteou sua invenção em 1879 e a seguir
tornou sua invenção o sucesso comercial que é hoje em dia.

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Esse século presenciou um enorme aumento de fontes de luz disponíveis no
mercado, começando com melhorias na lâmpada de Edison, e depois com a
introdução das lâmpadas a vapor de mercúrio nos anos 1930, e seguidos de
perto pelas lâmpadas fluorescentes em 1939 na Feira Mundial. As lâmpadas
halógenas de tugstênio foram introduzidas nos anos 1950s e as lâmpadas alta
pressão de sódio (HPS) e de vapores metálicos nos anos 1960s .A introdução
das lâmpadas sem eletrodo ocorreu nos anos 1990s e isso indica que a
industria é dinâmica, isto é, espera-se a introdução de novas fontes de luz
nos próximos anos.

Com tamanha variação de fontes de luz no mercado, é provável que haja


distintas possibilidades de escolha para uma determinada aplicação de
iluminação. E a fonte de luz que é própria para um certo tipo de aplicação
possa não ser adequado ao outro.

Lâmpadas incandescentes

A lâmpada com filamento, desenvolvida quase um século atrás, tem sofrido


varias mudanças e melhorias em desenho e em manufatura para apresentar o
atual desempenho como fonte de luz. Embora haja fontes de luz mais
eficientes, esse tipo de lâmpada ainda consiste no maior numero de
lâmpadas manufaturadas anualmente.

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As lâmpadas incandescentes emitem luz como conseqüência do efeito de
calor que a corrente elétrica produz ao passar por um filamento. Quando a
temperatura do filamento é aumentada acima de 5000C, uma radiação visível
é emitida, alem da energia infravermelha que é radiada à uma temperatura
bem menor que essa.

O uso do tungstênio para o material do filamento é particularmente


adequado devido a sua alta temperatura de fundição e relativo baixo nível de
evaporação em altas temperaturas. É justamente por causa disso que ele é
utilizado atualmente em quase todas as lâmpadas incandescentes. A fim de
diminuir as perdas térmicas e para dispor o filamento de tungstênio numa
forma conveniente dentro de uma lâmpada, costuma-se formar uma espiral
com uma ou duas hélices. A lâmpada de filamento incandescente é, na sua
forma mais simples, apenas uma fonte de luz, mas parte integral da lâmpada
é um bulbo feito com vidro, isso permite aos projetistas adaptar e modificar
esse envelope a fim de dar um aspecto estético próprio.

Uma das tentativas mais antigas de decoração foi a cobertura interna do


bulbo em formato de pêra para produzir a lâmpada “pérola”. Revestimentos
e acabamentos internos são atualmente bastante comuns em lâmpadas de
potência padrão, como, por exemplo, as coberturas sílica ou titânio em
lâmpadas com bulbos em forma de cogumelo, aonde há o escurecimento
virtual do filamento e a redução do brilho com uma perda de luz da ordem
de 4%. Lâmpadas coloridas são produzidas tanto através de revestimento
interno ou externo da superfície do bulbo com pigmentos. Talvez o exemplo
mais comum desse tipo, são as lâmpadas de baixa voltagem com
revestimento interno de cor translúcida. Lâmpadas coloridas com a aplicação

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do revestimento externo de suspensão de silicato são muito adequadas, por
exemplo, em uso externo devido à sua resistência a choques térmicos. Deve-
se tomar cuidado para que o aquecimento dos revestimentos de cor não
aumente nem a temperatura das paredes do bulbo que podem soltar
impurezas, nem a região das bases em níveis inaceitáveis.

Talvez a forma mais comum de bulbo decorativo é a lâmpada vela, que é


produzida em certa quantidade tanto numa forma reta como torcida. O
acabamento pode ser transparente, branco ou fosco.

Nos últimos anos outras lâmpadas apareceram no mercado, combinando o


papel de fonte de luz com luminárias decorativas através de formatos
diferentes dos bulbos. Essas são geralmente de dimensões maiores do que as
lâmpadas convencionais. Alem do seu formato atraente, essas lâmpadas têm
a vantagem de serem feitas com revestimentos internos difusos e são por
tanto mais eficientes como unidades produtoras de luz do que a combinação
da lâmpada e do difusor separadamente.

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A variação “striplight” das lâmpadas de filamento incandescente é outra
forma de bulbo para no uso domestico. Essas lâmpadas consistem de um
longo bulbo tubular de vidro, tanto transparente ou com revestimento
branco, com uma base pequena que faz a conexão elétrica em cada uma das
pontas.

Uma lâmpada com um filme de borracha de silicone ou teflon colocada na


parte externa do bulbo segura os fragmentos de vidro em caso de quebra.

Tais lâmpadas são adequadas em estabelecimentos aonde se prepara comida,


hospitais, garagens, etc. O revestimento também torna o bulbo resistente à

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quebra devido a choque térmico, assim como da água caindo numa lâmpada
acesa.

Tipos de bases

As bases usadas nas lâmpadas incandescentes se dividem em três grupos:

Bases baionetas - possuem um diâmetro de 7mm, 9mm ou 22mm e se


encaixam nos soquetes ao serem empurradas para dentro contra molas e
movendo em rotação, de tal maneira que os pinos se encaixam na fenda em
forma de J.

Bases rosca - encontradas com diâmetros de 5mm, 10mm, 14mm, 17mm,


27mm e 40mm. O contato elétrico é realizado quando o contato na base
encontra o contato correspondente do soquete. A parte externa da base faz a
outra conexão.

Bases pré-focadas - é usado em lâmpadas aonde o controle da posição do


filamento é essencial, tais como nos aparelhos de projeção ou faróis. A
precisão é obtida tanto pela fixação da base de uma falange que é
precisamente posicionada em relação ao filamento, como pelo uso do
processo de construção que resulta no filamento ser situado em relação a
alguma característica fixa da base. Esse tipo de lâmpadas é geralmente feito
com altura de filamento e tolerância axial de aproximadamente 0.5mm ou
menos.

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Lâmpadas halógenas

A alta temperatura do filamento numa lâmpada incandescente comum causa


a evaporação de partículas de tungstênio e sua condensação na parede do
bulbo escurecendo a parede. Lâmpadas halógenas têm um elemento
halógeno junto com o gás de preenchimento que forma um composto com o
tungstênio formando um ciclo regenerativo que previne o escurecimento.

O tunstenio evaporado combina com o halógeno e forma um composto que


permanece em forma de gás, sendo a temperatura do bulbo alta suficiente
para evitar a condensação. Quando este gás chega perto do filamento ele
separa as suas partes pela alta temperatura e o tungstênio é depositado no
filamento ficando o elemento halogeno livre para continuar o cilco
regenerativo.

A diferença em relação às lâmpadas incandescentes é um bulbo menor de


quartzo resistente a altas temperaturas necessárias para o funcionamento do
ciclo halógeno.

Suas vantagem sobre as incandescentes são vida mais longa, maior


eficiência, compacidade, maior temperatura de cor e não possuem
depreciação ao longo da vida.

As lâmpadas halógenas são disponíveis em muitas versões: duplo contato


tipo lapiseira, cápsulas bipino e com base baioneta ou rosca, com base E27
ou E40 de duplo envelope, com base única e refletor nos tipos PAR e
refletoras compactas, com refletor em alumínio ou vidro revestido de
material dicróico.

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Estas lâmpadas têm em seu vidro incorporado um material que limita a
radiação ultravioleta ou são revestidas por um filtro que realiza o mesmo
trabalho.

As lâmpadas halógenas dicróicas são assim denominadas por possuírem um


refletor constituídos por múltiplas camadas de um material seletivo a
comprimentos de onda que deixa reflete os comprimentos visíveis e deixa
passar a radiação longa do infravermelho. Isto faz com que a superfície
iluminada receba menos calor.

Lâmpadas de descarga de mercúrio

Essas lâmpadas, cujo vapor de mercúrio é incluído no tubo de descarga, são


as lâmpadas em baixa pressão (fluorescentes), as lâmpadas de mercúrio em
alta pressão, as lâmpadas de luz mista e as lâmpadas à vapor metálico.

1. Lâmpadas fluorescentes

A lâmpada fluorescente é uma lâmpada de descarga de mercúrio em baixa


pressão na qual a luz é produzida predominantemente pelo pó fluorescente
ativado pela energia ultravioleta da descarga.

A lâmpada, em geral em forma de um bulbo tubular longo com um eletrodo


em cada uma das extremidades, contém vapor de mercúrio em baixa pressão
com uma pequena quantidade de gás para o inicio e estabilização do arco. A

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superfície interna do bulbo é revestida com pó fluorescente ou fósforo, cuja
combinação determina a quantidade e cor da luz emitida.

Além das lâmpadas tubulares retas básicas há uma grande variedade de tipos
com um formato mais compacto. Essas lâmpadas mais compactas funcionam
com base no mecanismo acima mencionado, embora algumas contenham um
starter integrado e às vezes um reator também integrado.

Partes principais

As partes principais de uma lâmpada fluorescente tubular são o bulbo, o


revestimento fluorescente, os eletrodos, o gás e as bases da lâmpada.

O bulbo

O bulbo de uma lâmpada fluorescente normal é feito de vidro cálcio


composto com oxido de ferro para limitar a quantidade de transmissão de
radiações de comprimento curto.

O diâmetro e o comprimento são padronizados. Os diâmetros mais comuns


são 16mm, 26mm, 33mm e 38mm. Quanto ao comprimento, as indústrias de
lâmpadas levam em consideração as necessidades do mercado. Os bulbos
mais comuns têm o comprimento de aproximadamente 600mm, 1200mm e
1500mm.

Revestimentos fluorescentes

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O fator mais importante para determinar as características da luz de uma
lâmpada fluorescente é o tipo de composição do pó fluorescente (ou fósforo)
usado. Isso determina a temperatura da cor (e consequentemente a aparência
de cor), o índice de reprodutibilidade de cor (Ra) e a eficiência luminosa da
lâmpada.

Três tipos de fósforos são utilizados para produzir uma variedade de


lâmpadas com diferentes índices de qualidade de cor.

Fósforos padrão: Os assim chamados padrão ou tradicionais, são fósforos


que mostram uma emissão numa banda que cobre quase todo o espectro
visível, resultando numa lâmpada com boa eficiência e boa
reprodutibilidade de cor.

Com três fósforos: Antigamente acreditava-se que um bom reprodutibilidade


de cor só podia ser obtida às custas da eficiência, o que não é mais aceito
atualmente. Uma boa reprodutibilidade de cor realiza-se hoje em dia
combinado com alta eficiência pela aplicação de certos pós fluorescentes
contendo terras raras que dão um pico de radiação à três bem delineados
comprimentos de onda (em azul, verde e vermelho) que são igualmente
distribuídos pelo espectro visível. Essas são as chamadas lâmpadas de três
fósforos que pertencem a series “cor 80 ou 800”.

Muitos fósforos: Os desenvolvimentos mais recentes de lâmpadas são as das


chamadas multi-fósforo. Elas utilizam uma mistura de fósforos que são
escolhidos para cobrir todo o espectro visível. Elas propiciam melhor
reprodutibilidade de cor de todos os tipos de lâmpadas fluorescentes. Elas
pertencem às serie de “cor 90 ou 900”.

Revestimento extra
Alem do revestimento com pó fluorescente, os bulbos das lâmpadas
fluorescentes às vezes recebem um revestimento extra.

Revestimento com silicone: Esse é aplicado do lado externo das lâmpadas


fluorescentes usadas em circuitos com reatores magnéticos sem starters a
fim de evitar problemas de ignição especialmente em ambientes de alta
umidade.

Revestimento refletivo: Lâmpadas refletoras recebem um revestimento


extra, que consiste de um pó branco opaco (oxido de alumínio) sobre parte
da circunferência entre a parte da parede do bulbo e o revestimento

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fluorescente. A luz sai pela janela remanescente, que é revestida com o pó
fluorescente normal.

As lâmpadas “abertas” são similares às refletoras quanto à sua constituição,


mas aqui as janelas são deixadas completamente sem revestimento.

Bases das lâmpadas

A lâmpada fluorescente tubular com filamentos aquecidos precisa de duas


bases, uma em cada extremidade, e cada uma possui um filamento com dois
contatos. As lâmpadas com inicio a frio utilizam bases com um contato
apenas. As lâmpadas circulares têm apenas uma base com quatro contatos.

Tipos de lâmpadas convencionais

Lâmpadas com pré-aquecimento do filamento

As lâmpadas com pré-aquecimento do filamento precisam de um circuito


pré-aquecido dos eletrodos fornecido por um reator ou um ou starter.

A lâmpada fluorescente tubular pode ter vários diâmetros, em geral de 16 a


38mm e são encontradas de 14W à 110W.

Lâmpadas de partida rápida

Essas lâmpadas são usadas em circuitos sem starters e incorporam para uma
partida segura um revestimento externo de silicone.

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Fluorescentes compactas
As lâmpadas fluorescentes compactas foram desenvolvidas para serem
usadas naquelas aplicações que eram tradicionalmente usadas as lâmpadas
incandescentes. Elas combinam as características de alta eficiência e boa
reprodução de cor com baixo consumo de energia e vida longa (tipicamente
de 6000 a 15000 horas comparado com 1000 horas das lâmpadas
incandescentes).

Lâmpadas com bulbo difusor SL

Essas lâmpadas possuem um acabamento externo que pode ser transparente


ou opaco. Elas têm uma base E27 para sua fixação. Essas lâmpadas são
usadas cobertura de tri-fósforo. Elas são disponíveis no mercado com
acabamentos que proporcionam desde a luz branca quente até a luz branca
fria (azulada).

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Estas lâmpadas possuem um reator incorporado.

Lâmpadas PL

Esse tipo de lâmpadas pode ter o reator embutido (PLCE) ou não (PL-S, PL-
C e PL-L).

As lâmpadas PLCE possuem um reator eletrônico e consistem de quatro


tubos paralelos interconectados. Elas possuem uma base E27. São
encontráveis em potencias que variam de 5 a 65 Watts.

Lâmpadas PL-S

Esse tipo de lâmpadas consiste de dois tubos paralelos de 12.5mm de


diâmetro. Elas empregam fósforos de três bandas. Elas são disponíveis e
várias aparências de cor e sua potencia varia de 5 a 13 Watts.

Lâmpadas PL-C

Elas são basicamente iguais às PL-S, mas possuem quatro tubos paralelos.
Elas são disponíveis em varias aparências de cor e possuem ou uma base
com dois pinos integrados ao starter, ou uma base com quatro pinos sem
starter. Sua potencia varia de 10 a 26 Watts.

Lâmpadas PL-L

Essa é uma versão das lâmpadas do tipo PL-S com tubos de 17.5mm de
diâmetro. As lâmpadas PL-L sempre possuem bases com quatro pinos e
requerem reatores independentes. Potencias de 18 W a 55W são disponíveis
no mercado.

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Características operacionais

Consumo energético

A figura mostra o consumo energético de uma lâmpada fluorescente “TL”


D de 36W, cor 82, operando num ambiente com temperatura a 25 C.
1. Energia no tubo de descarga 30.1W
2. Perdas térmicas nos eletrodos 5.9W
3. Radiação visível do tubo de descarga 1.2W
4. Radiação UV de descarga do tubo 22.5W
5. Perdas térmicas no tubo de descarga 6.5 W
6. Radiação visível da camada fluorescente 8.8W
7. Radiação UV 0.2W
8. Radiação IR 13.5W
9. Radiação visível total 10W
10. Radiação IR, transmissão 25.8W

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Emissão de luz contra temperatura ambiental

A emissão de luz alcança seu máximo quando o ambiente tem uma


temperatura de 25 C. Em ambientes com temperatura inferior a 15 C a
emissão rapidamente diminui, enquanto que em ambientes com temperaturas
acima do nível ótimo também a emissão da luz diminui, mas numa
proporção menor.

Eficiência luminosa

A eficiência luminosa da lâmpada fluorescente é expressa em termos de


eficiência do sistema e é influenciada pelo tipo de circuito e pelos
componentes usados.

Dois fatores influenciam a eficiência luminosa da lâmpada propriamente dita


alem dos fósforos usados, que são a temperatura ambiente e a freqüência da
tensão de alimentação.

Influência da temperatura: Assim como ocorre com a emissão da luz, a


eficiência luminosa da lâmpada fluorescente tubular pode estar acima ou
abaixo do valor ótimo. No entanto, como a energia consumida pela lâmpada
também diminui rapidamente com o aumento da temperatura, a eficiência
luminosa vai cair menos rapidamente do que o fluxo luminoso.

Influência da freqüência: A utilização das lâmpadas num suprimento de


energia em alta freqüência resultará num aumento da eficiência luminosa de
aproximadamente 10%. Essa é uma das razões porque se emprega reatores
eletrônicos que operam em alta frequencia.

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Características das cores e Eficiência

As lâmpadas fluorescentes tubulares estão disponíveis em varias aparências


de cor, reprodutibilidade de cor e eficiência luminosa, a fim de se adequarem
para uma grande gama de aplicações.

Depreciação

Durante a vida de uma lâmpada fluorescente o fluxo luminoso diminui.


Após 8000 horas estará entre 70 e 90% do valor inicial. A principal causa da

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depreciação é que o pó fluorescente vagarosamente se torna menos eficaz.
Quando misturamos lâmpadas novas com mais velhas haverá uma diferença
de intensidade de luz entre elas e poderá ocorrer uma pequena diferença de
cor entre elas.

Uma segunda causa da depreciação é o escurecimento da parede do tubo


(especialmente nas suas extremidades) devido à dispersão do material
emitido pelo filamento. Usando-se reatores de alta freqüência ocorre um
menor lançamento do material emitido, que consequentemente propicia um
menor índice de depreciação.

Circuitos das lâmpadas

As lâmpadas fluorescentes têm uma característica de resistência negativa e


por tanto dever ser operadas em conjunto com equipamento auxiliar (ou

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reator) que limita a corrente. O reator, que tem uma característica de
resistência positiva, pode ser:

*Um resistor
*Um indutor
*Um circuito eletrônico

Cada um possui suas vantagens e desvantagens, mas todos eles têm


aplicações práticas.

Reatores resistivos

Essa foi uma maneira nem um pouco econômica de limitação da corrente,


porque a energia elétrica é desperdiçada em forma de calor. Esse tipo de
reatores foi por tanto usado apenas quando as lâmpadas fluorescentes eram
usadas em fornecimento d.c.

Reatores indutivos

Um indutor ou “choque” é o reator mais usado nas aplicações que utilizam


reatores magnéticos. Em combinação com um starter, ele pode produzir um
pulso de alta voltagem necessário para acender a lâmpada.

Reatores eletrônicos

Embora sejam mais caros os reatores eletrônicos oferecem importantes


vantagens em relação aos reatores convencionais:

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- aumento da eficiência da lâmpada e no rendimento do sistema
- não há efeitos estroboscópicos e nem trêmeluzir
- inicio instantâneo sem a necessidade de um starter separado
- aumento da vida da lâmpada
- excelentes possibilidades de regulagem da luz
- correção do fator de potencia
- fiação mais simples
- menor aumento de temperatura (devido a menores perdas)
- não há ruido
- peso menor, especialmente para lâmpadas de tamanho grande
- pode ser usado também em corrente continua

Ignição

A resistência interna de uma lâmpada fluorescente fria é muito alta para


iniciar automaticamente quando a tensão é aplicada. Há por tanto a
necessidade de uma ajuda para ignitar uma lâmpada.

Os circuitos da lâmpada fluorescente podem ser divididos em quatro grandes


grupos quanto ao tipo de partida que elas apresentam: circuitos com starters,
circuitos de partida rápida, circuitos com inicio à frio ou partida instantânea
e circuitos de partida programada.

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Circuitos com starters: nesse tipo de circuitos os eletrodos das lâmpadas são
primeiramente pré- aquecidos por alguns segundos e posteriormente
recebem um pico de tensão para iniciar a descarga. Esse processo é
controlado por um interruptor automático (em combinação com o reator).

Circuitos de partida rápida: As lâmpadas são pré-aquecidas em um ou dois


circuitos dos reatores.

O circuito com inicio à frio ou partida instantânea: A partida é realizada por


um alto pulso de tensão.

Re-ignição

Quando a lâmpada é desligada, a pressão do vapor cai tão rapidamente e


uma re-ignição instantânea raramente será um problema.

Dimming ou regulagem

Os reatores dimerizaveis operam de modo a poderem levar as lâmpadas a


emitir entre 1% e 100% de sua capacidade. Esse tipo de circuito opera em
alta freqüência para prevenir o tremeluzir em níveis baixos de emissão
luminosa.

Lâmpadas a mercúrio em alta pressão

Desde a sua introdução, a lâmpada de mercúrio de alta pressão tem sido


desenvolvida e amplamente utilizada nos mais diversos campos de
aplicação.

Nesse tipo de lâmpada a descarga ocorre num tubo de descarga de quartzo


que contém uma pequena quantidade de mercúrio e um preenchimento de
gás, geralmente argônio, para auxiliar a partida. A parte da radiação da
descarga aparece na região visível do espectro como luz, mas uma parte é
também emitida na região ultravioleta.

Princípio de funcionamento

Ao examinar uma lâmpada de mercúrio de alta pressão em funcionamento,


há três fases distintas a serem consideradas: ignição, variação da corrente e
estabilização.

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Ignição

A ignição é obtida através de um eletrodo auxiliar colocado muito perto do


eletrodo principal e conectado a outro através de um resistor de alto valor.
Quando a lâmpada é ligada, uma mudança de tensão ocorre entre a eletrodo
de partida e o eletrodo principal, ionizando o gás nessa região em forma de
uma descarga de ions, enquanto que a corrente é limitada pelo resistor. A
descarga se espalha através do tubo de descarga sob a influencia do campo
elétrico existente entre os dois eletrodos principais.

Quando a descarga alcança o eletrodo mais afastado, a corrente aumenta


consideravelmente. Consequentemente, os principais eletrodos são
aquecidos até que a emissão aumente suficientemente para permitir que a
descarga ionica mude completamente para uma descarga de arco e o eletrodo
auxiliar deixe de exercer alguma função no processo devido à alta resistência
em serie com ele.
Nesse estagio, a lâmpada está funcionando como descarga de baixa pressão
(similar à de uma lâmpada fluorescente tubular). A descarga completa o tubo
e tem uma aparência azulada.

Aumento

Quando a ionização do gás é finalizada, a lâmpada ainda não opera da


maneira adequada e nem fornece seu fluxo luminoso total . Isso só ocorre
quando o mercúrio presente no tubo de descarga é completamente
vaporizado. E esse processo leva certo tempo, chamado de tempo de
estabilização.

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Partes principais de uma lâmpada de mercúrio de alta pressão

O bulbo externo

Para lâmpadas de até 125W o bulbo externo pode ser de vidro alcalino. As
lâmpadas com maior wattagem são geralmente feitas com um vidro mais
duro, vidro de boro silicato, que suporta temperaturas mais altas e choques
térmicos.

O bulbo externo, que normalmente contem um gás inerte (argônio ou uma


mistura de argônio e nitrogênio) a uma pressão de 16kPa, protege o tubo de
descarga de mudanças ambientais de temperatura , além de proteger os
componentes da corrosão que pode ocorrer devido as altas temperaturas
envolvidas.

Revestimento do bulbo
O descarga de mercúrio produz um espectro com emissão na região visível
dos comprimentos de onda amarelo, verde, azul e violeta, faltando a
radiação vermelha.

Ela também emite uma porção significativa de sua energia na região do


espectro de onda curto, no ultravioleta. Uma lâmpada com um revestimento
externo de vidro transparente possui por tanto uma aparência de cor branco-
azulada e reprodutibilidade de cor pobre.

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Revestimento de fósforo padrão

Na maioria das lâmpadas de mercúrio de alta pressão a superfície interna do


bulbo externo é revestida com fósforo branco para melhorar a
reprodutibilidade de cor fornecida pela lâmpada e para aumentar a emissão
de luz. O fósforo transforma uma grande parte da energia ultravioleta
radiada pela descarga em radiação visível, predominantemente no extremo
vermelho do espectro.

Revestimento especial

Certas lâmpadas de mercúrio de alta pressão recebem um revestimento


especial que fornece à lâmpada uma aparência de cor mais quente
(temperatura de cor correlata menor), um índice de reprodutibilidade de cor
mais alto e uma emissão de luz mais alta (e por tanto uma eficiência
luminosa maior) do que as lâmpadas com revestimento normal.

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Revestimento refletivo

Nas lâmpadas refletoras fluorescentes de mercúrio, um refletor parabólico é


formado através de um revestimento extra entre o revestimento de fósforo e
a superfície interna do bulbo.

Preenchimento com gás

O tubo de descarga é preenchido com um gás inerte (argônio) e uma dose


precisa de mercúrio. O primeiro é necessário para ajudar a iniciar a descarga
e assegurar uma vida razoável aos eletrodos emissores.

O tubo externo é preenchido com argônio e uma mistura de argônio com


nitrogênio à pressão atmosférica. A adição do nitrogênio ajuda para prevenir
um curto circuito entre os suportes dos fios no bulbo.

Base da lâmpada

A base a ser usada depende da classificação da lâmpada. Em geral lâmpadas


de 125W ou menos tem bases E27 , enquanto que lâmpadas com mais de
125W tem base E40.

Tipos de lâmpadas

Lâmpadas com vidro transparente (HP)

As lâmpadas com vidro transparente têm um bulbo em formato de ovo.


Esses tipos de lâmpadas estão disponíveis nas versões 125W e 400W. A
vantagem desse tipo de lâmpada é que o tubo de descarga é visível e fornece
uma fonte de luz compacta, que é útil naquelas aplicações aonde controle
direcional preciso da luz faz-se necessário, como, por exemplo, em projeção.

Características operacionais

Consumo energético

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O consumo energético numa lâmpada de mercúrio de alta pressão de vidro
transparente e numa lâmpada de mercúrio de alta pressão revestida com
fósforo, ambas de 400w, é mostrado na figura abaixo.

Figura do consumo energético de uma lâmpada de mercúrio em alta pressão


com vidro transparente de 400W:

1. Energia no tubo de descarga 360W


2. Perdas térmicas nos eletrodos 40W
3. Radiação visível 50W
4. Radiação UV do tubo de descarga 90W
5. Radiação IR do tubo de descarga 60W
6. Perdas térmicas no tubo de descarga 160W
7. Radiação UV 10W
8. Radiação IR 80W
9. Radiação IR total 260W
10. Condução 80W

Figura do consumo energético de uma lâmpada de mercúrio de alta pressão


revestida com fósforo:

1. Energia no tubo de descarga 370W


2. Perdas térmicas nos eletrodos 30W
3. Radiação visível do tubo de descarga 59W
4. Radiação UV do tubo de descarga 73W
5. Radiação IR do tubo de descarga 60W
6. Perdas térmicas no tubo de descarga 178W
7. Radiação visível da camada fluorescente 8W
8. Radiação UV 15W

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9. Radiação IR 50W
10. Radiação visível total 67W
11. Radiação IR total 226W
12. Condução 92

Influências externas

Temperatura: A emissão da luz, a tensão da lâmpada e a vida dessas


lâmpadas não são afetadas significativamente por mudanças de temperatura
ambientais.

Flutuações de tensão: A lâmpada de mercúrio de alta pressão é


frequentemente encontrada naqueles países aonde o fornecimento de energia
nas quais elas operam é relativamente pobre. Enquanto que outras lâmpadas
nessas condições podem falhar ou nem funcionar, a lâmpada de mercúrio
não apresenta problemas quanto a esse aspecto.

Posição de queima: A lâmpada de mercúrio de alta pressão tem uma posição


de queima universal.

Re-ignição: uma vez apagada, a lâmpada não se ascenderá novamente até


que esfrie suficientemente para baixar a pressão do vapor. Esse intervalo de
tempo é da ordem de 5 minutos.

Circuitos de reatores

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Reator indutivo (alto fator de potência)

Ele pode ser utilizado num circuito tanto de compensação derivada como de
compensação em série.

Compensação derivada. Aonde as principais tensões de alimentação são de


220/240 V, esse é o tipo mais usado de circuito de reator. O capacitor
aumenta o fator de potencia do circuito compensado de 0.5 até mais do que
0.92. Esse circuito possui ainda a vantagem de reduzir a corrente da lâmpada
quando é ligada e durante seu funcionamento em quase em 50% quando
comparado com um circuito não compensado.

Compensação em série. A compensação em serie pode ser usada com uma


única lâmpada, mas geralmente os circuitos indutivo e capacitivo são usados
em combinação no chamado circuito gêmeo lead-lag.

Autotransformador de potência constante


Esse é o circuito de reator mais usado na América do Norte, que emprega o
suprimento de energia em 110/127 V. O capacitor cuida das flutuações do
suprimento, uma mudança de dez por cento na tensão de entrada resulta em
apenas mudanças de um pequeno porcentual em potencia.

27
Dimming ballasts

Ao introduzir uma espiral indutiva extra no circuito do reator, a lâmpada


pode ser ligada para operar com metade da energia. Dessa maneira a
uniformidade da iluminação pode ser mantida enquanto se reduz o consumo
de energia da instalação.

Lâmpadas de luz mista

A lâmpada de luz mista é derivada da lâmpada de mercúrio de alta pressão


convencional. A principal diferença entre as duas é que enquanto a ultima é
dependente de um reator externo para estabilizar a corrente da lâmpada, a
lâmpada de luz mista tem o reator embutido nela em forma de um filamento
de tungstênio conectado em serie com o tubo de descarga.

A luz da descarga de mercúrio e a do filamento aquecido combinam-se, ou


se misturam, para resultar numa lâmpada com características totalmente
diferentes das possuídas pelas lâmpadas de mercúrio ou da lâmpada
incandescente.

Partes principais

Com exceção do filamento e do gás usado no bulbo externo, essas partes são
as mesmas da lâmpada de mercúrio de alta pressão.

28
O filamento, que também atua como reator resistivo para o tubo de descarga,
é um arame em espiral de tungstênio tal como na lâmpada incandescente.
Ele rodeia o topo do tubo de descarga para obter boa mistura de luz e para
propiciar uma partida da descarga.

Essa lâmpada é adequada para uso em instalações de iluminação que


necessitam mais luz do que uma lâmpada incandescente e não querem
aplicar um reator.

Características operacionais

Consumo energético

O consumo energético numa lâmpada de luz mista é mostrado na figura


abaixo

Construção na saída da luz

A ignição e a estabilização da lâmpada de luz mista são as mesmas de uma


lâmpada de mercúrio de alta pressão normal, mas a construção da emissão
de luz é inteiramente diferente. Ver figura abaixo.

Figura do consumo energético de uma lâmpada de luz mista de 160W.


1. Energia no tubo de descarga 50 W
2. Energia no filamento 110 W
3. Energia no tubo de descarga 24 W
4. Perdas térmicas nos eletrodos 26 W
5. Radiação IR do filamento 37 W

29
6. Perdas da condução 67.5 W
7. Radiação visível do filamento 5.5 W
8. Radiação visível da descarga 7.5 W
9. Radiação UV da descarga 9 W
10. Radiação IR da descarga 7.5 W
11. Radiação visível da camada fluorescente 1.5 W
12. Radiação IR 7 W
13. Radiação total IR da descarga mais o filamento 70.5 W
14. Radiação visível total 14.5 W
15. Radiação UV 0.5 W
16. IR total mais condução 145 W

Durante o período de estabilização, que é de cerca de três minutos, a tensão


do arco aumenta gradualmente, com um aumento na saída da luz da
descarga. Ao mesmo tempo, a tensão através do filamento diminui, e a saída
de luz também. Uma vez estabilizados, o fluxo luminoso da descarga é
quase o dobro da do filamento.

Aparência de cor e reprodutibilidade de cor

A distribuição da corrente espectral relativa de uma lâmpada de luz mista é


mostrada no gráfico abaixo. Ela é muito parecida à da lâmpada de mercúrio
de alta pressão, mas além do componente vermelho produzido pelo
revestimento de fósforo, há um continuo produzido pelo filamento
incandescente.

O resultado bruto é uma lâmpada com um Ra de aproximadamente 61 e uma


cor ligeiramente mais quente do que da lâmpada de mercúrio fluorescente
padrão. (3600K comparado com 3850K).

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Eficiência luminosa

A influência do filamento, com sua baixa eficiência influencia na eficiência


total da lâmpada. Ela está entre 11 lm/W e 26 lm/W, dependendo da
lâmpada.

Influências externas

Flutuações de tensão

Nas lâmpadas de luz mista, a corrente da lâmpada é limitada pela resistência


do filamento de tungstênio. Porém a vida do filamento e por tanto a vida da
lâmpada é drasticamente reduzida se o filamento tem que esquentar para
compensar a tensão extra. A lâmpada de luz mista é assim não muito
adequada nas situações aonde a tensão de entrada sofre flutuações.

Posição de operação

Embora a princípio a lâmpada de luz mista possa ser usada em qualquer


posição de operação, a operação normal é na vertical mais ou menos 30
graus nas lâmpadas de baixa potencia (100 W e 160 W) e de 45 graus para
potencias maiores (250 W e 5OO W).

Re-ignição

O tempo de reignição de uma lâmpada de luz mista é de 5 a 10 minutos.

Dimming

A lâmpada de luz mista não pode ser dimerizada.

Lâmpadas a vapor metálico

As lâmpadas a vapor metalico são similares na construção às lâmpadas de


mercúrio de alta pressão. A maior diferença consiste no fato de que o tubo
de descarga da lâmpada metálica contém um numero de haletos metalicos a
mais do que a de mercúrio. Esses haletos são parcialmente vaporizados
quando a lâmpada atinge sua temperatura de operação normal. O vapor

31
haleto é então dissociado na região central quente do arco e o metal
vaporizado irradia seu próprio espectro.

Existem três grupos de lâmpadas metálicas:


Radiadores com três bandas de cores;
Radiadores multi-linha;
Radiadores moleculares.

Partes principais

Tubo de descarga

O tubo de descarga é de quartzo puro. Uma camada de oxido de zircônio é


às vezes aplicado às câmaras exteriores do eletrodo para aumentar a
temperatura das paredes.

Eletrodos

São similares aos das lâmpadas de mercúrio de alta pressão.

Bulbo externo

32
Tal como ocorre nas lâmpadas de mercúrio de alta potencia, o bulbo de
vidro externo é feito de vidro duro, tanto em forma tubular e transparente
como em formato ovóide e revestido. Algumas lâmpadas (MHN-TD e
MHW-TD) com duplas extremidades possuem os bulbos externos feitos de
quartzo e as lâmpadas MHD não possuem bulbo externo.

A superfície interna do bulbo ovóide é revestida com fósforo para converter


a radiação ultravioleta da descarga em radiação visível. No entanto os
haletos usados nas lâmpadas metálicas produzem apenas uma pequena
quantidade de UV, e essa é radiada na região ondas longas de UV do
espectro, aonde a conversão em radiação visível é muito pobre. De longe a
maior contribuição à emissão de luz vêm dos haletos.

Base das lâmpadas

Em geral são usadas bases E40, com exceção das lâmpadas com dupla
extremidade. As lâmpadas MHN-T possuem uma base especial com dois
pinos que se encaixam na luminária.

Tipos de lâmpadas

Lâmpadas com um envelope e duplas extremidades

Essas lâmpadas são indicadas para instalações de iluminação esportiva. Um


facho bem definido e controlado de luz pode ser criado por causa da base da
lâmpada pré-focada e tubo de descarga compacto.

33
Lâmpadas com duplo envelope e dupla extremidade

Nesses tipos de lâmpadas (MHN-TD e MHV-TD) o tubo de descarga é


encapsulado num bulbo externo de quartzo estreito tubular e que possui um
contato elétrico em cada extremidade.

As lâmpadas MHN-TD são preenchidas com um cocktail de terras raras,


possuem uma temperatura de cor de 4200K e um Ra de aproximadamente
80-85.

As lâmpadas MHW-TD são preenchidas com um cocktail de terras raras,


possuem temperaturas de cor de 3000K e Ra de 75.
Essas lâmpadas são usadas em iluminação de interiores, especialmente em
iluminação de lojas e mercadorias em exibição.

Lâmpadas com dois envelopes e uma extremidade

Esse é o tipo mais usado de lâmpadas metálicas para iluminação em geral. O


bulbo externo pode ser transparente ou revestido com um fósforo.

Lâmpadas com bulbo transparente. Essas incluem as lâmpadas do tipo


tubular com terras raras. Elas têm uma temperatura de cor de 4000K e Ra de
80 a 85 em versões 70 W a 150 W. Elas são ideais para iluminação em
interiores de produtos em exposição e destaque.

Para uso externo, especialmente em iluminação esportiva e iluminação com


projetores decorativos, existem quatro tipos de lâmpadas tubulares
transparentes de três bandas, cada uma com uma temperatura de cor de 4500
K e Ra de 65 com potencia variando de 250 W à 2000 W. A de 2000 W é
encontrada para tensões de 220V ou 380V.

34
As lâmpadas dessa versão são projetadas para operar na posição horizontal
(+ ou - 20 graus), com exceção da versão 2000 W / 220 V, que pode ser
operada da posição horizontal até a vertical (máx.70 graus).

A lâmpada escandio tem quase a mesma temperatura de cor, 4000 K, e Ra


de cerca de 60. A adição de sódio é necessária para trazer o ponto da cor no
lócus do corpo negro, mas ao mesmo tempo isso torna a lâmpada mais
sensível às flutuações da tensão, o que afeta as posições dos pontos de cor.
Assim sendo, elas são operadas com reatores de potencia constante, e isso
diminui o rendimento do sistema. Esse tipo de lâmpada é popular na
América do Norte, tanto para iluminações de interiores como de exteriores.

Lâmpadas revestidas com fósforo

São lâmpadas com três bandas, com uma temperatura de cor de 4300 k e Ra
de 68. Elas são disponíveis com 250W e 400 W. Existe também uma versão
dela que não necessita ignitor externo.

Existem outras versões dessas lâmpadas para serem usadas em luminárias


abertas que possuem revestimento de Teflon para conter o vidro quente em
caso de quebra.

As lâmpadas ovóides revestidas com fósforo são usadas tanto em áreas


externas como internas, por exemplo, em fábricas e recintos esportivos.

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Características operacionais

Consumo energético

O consumo energético de uma lâmpada metálica de três bandas típica é dado


na figura abaixo.
1. Energia no tubo de descarga 364 W
2. Perdas térmicas nos eletrodos 36 W
3. Radiação visível 97W
4. Radiação UV da descarga 15 W
5. Radiação IR da descarga 98W
6. Perdas térmicas no tubo de descarga 154 W
7. Radiação UV 5 W
8. Radiação IR 10W
9. Radiação total 237 W
10. Condução 61W

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Eficiência luminosa, aparência de cor e reprodutibilidade de cor

Informações sobre eficiência luminosa, aparência de cor e reprodutibilidade


de cor dos tipos principais de lâmpadas são dados na tabela abaixo.

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Circuitos das lâmpadas

Reatores

Assim como acontece com a maioria das lâmpadas de descarga, as lâmpadas


metálicas são conectadas a rede de energia via reatores. Em geral, não há a
necessidade de se desenvolver reatores magnéticos específicos para operar
as lâmpadas metálicas em tensões de 220/240V. Assim, a maioria das
lâmpadas de três bandas usa os reatores das lâmpadas de mercúrio de alta
pressão e as lâmpadas de terras raras usam os reatores para as lâmpadas de
sódio de alta pressão.

As lâmpadas de escandio necessitam reatores de potencia constante e são


encontradas principalmente na América do Norte e Japão, aonde as tensões
de alimentação são de 100-127V.

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Ignitores
Como a tensão disponível não é suficiente para partir as lâmpadas metálicas,
são necessários ignitores externos. Apenas as lâmpadas de escandio e
algumas lâmpadas pequenas de três bandas podem partir através do uso de
eletrodo auxiliar.

Starters para re-ignição instantânea

Quando as lâmpadas são desligadas, a pressão no tubo de descarga é


demasiadamente alta para permitir um reinicio rápido. O reinicio só pode
ocorrer após 5 a 20 minutos.

Em algumas aplicações não se pode esperar ente tempo e nesse caso sugere-
se o uso de ignitores com 30-60 kV ligados em serie.

Lâmpadas de sódio de alta pressão

O tubo de descarga numa lâmpada de sódio de alta pressão contém excesso


de sódio para propiciar condições de vapor saturado quando a lâmpada está
em funcionamento. Há também um excesso de mercúrio para oferecer um
efeito de atenuação, além da inclusão também do xenon para facilitar a
ignição e limitar a condução de calor do arco da descarga à parede do tubo.
O tubo de descarga situa-se num envelope de vidro protetor mantido a
vácuo.

As lâmpadas de sódio de alta pressão radiam energia através de boa parte do


espectro visível. As lâmpadas de sódio de alta pressão são encontradas com
eficiência luminosa de até 150lm/watt numa temperatura de cor de 2000K.
Elas têm sido bastante usadas em todos os tipos de iluminação externa e para
iluminação em fabricas de altos vãos. Alguns tipos especiais são usados para
fins decorativos e iluminação de realce.

Partes principais
As partes principais de uma lâmpada SON são:
Tubo de descarga e suportes
Eletrodos e alimentadores
Gás de preenchimento
Bulbo externo
Interruptor térmico e/ou ajuda para partir
Base da lâmpada

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Tubo de descarga

O tubo de descarga de uma lâmpada de sódio de alta pressão é feito de oxido


de alumina poli-cristalina sinterizada, ou PCA, com bases ou discos selando
as extremidades. Ele translúcido e selado, ele é resistente ao vapor de sódio
quente e possui bastante resistência à choque térmicos.

O tubo de descarga é mantido no lugar por um sistema de molas e arames


suporte. A extremidade mais próxima da base é de encaixe sobre o suporte
do tubo, com uma conexão elétrica flexível para permitir a expansão do tubo
quando quente.

Bulbo externo

O bulbo externo é geralmente mantido em vácuo. O bulbo externo apresenta


uma forma ovóide ou tubular. O primeiro recebe um revestimento interno.
Como, no entanto, o tubo de descarga de uma lâmpada SON produz
praticamente nenhuma radiação UV, o revestimento é simplesmente uma
camada de pó branca para reduzir o brilho do tubo de descarga. O bulbo
tubular é sempre de vidro transparente.

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Ignitores para a partida

Algumas lâmpadas de sódio de alta pressão possuem os ignitores dentro do


bulbo externo (principalmente as de baixa potencia). Outros tipos possuem
um dispositivo dentro para ajudar a partida e que também ajuda a reduzir a
altura do pico de tensão da ignição da lâmpada. Às vezes é necessário ter
ambos: o um ignitor e um dispositivo na mesma lâmpada.

Base da lâmpada

As bases são principalmente as do tipo E27 e E40.

Tipos de lâmpada

Lâmpadas de sódio em alta pressão convencionais

Essas lâmpadas possuem um bulbo externo revestido que reduz o brilho da


lâmpada e por tanto diminui os problemas referentes ao ofuscamento. As de
50W e 70 W estão disponíveis também com um ignitor interno.

Outro tipo de lâmpada tem formato tubular, um bulbo externo de vidro duro
ou macio, de acordo com a tensão. Elas emitem 5% mais luminosidade do
aquelas com revestimento.

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Lâmpadas EuroSON

Elas são similares às lâmpadas SON mas possuem uma impressão de cor
mais branca. (Tk 2100 K contra 1950 k) e uma reprodutibilidade de cor
melhor (Ra 25 contra 23). Como estas não contém mercúrio, não estão
sujeitas ao ”ciclo” de acender e apagar no fim da vida.”

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Substitutos das Lâmpadas de mercúrio (SON-H)

Esse tipo de lâmpada pode ser utilisada para substituir a lâmpada de


mercúrio de alta pressão, sem ter que trocar o reator ou adicionar algum
sistema de starter. Ela tem um fio enrolado em volta do tubo de descarga
que facilita a sua ignição.

Está disponível nas versões 350 W e 220 W. A primeira é uma alternativa


para a lâmpada de mercúrio de alta pressão de 400 W, mas consome menos
energia (-15%) para um fluxo luminoso superior 30000 lm (+25%). A
segunda pode ser usada para substituir a lâmpada de mercúrio de alta
pressão de 250W, com um aumento similar de eficiência luminosa.

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Lâmpadas SON Comfort

As duas versões dessa lâmpada, ovóide revestida e tubular transparente, têm


uma aparência de cor mais branca do que as lâmpadas SON padrão (T=2200
K contra 1950 K). No entanto, é a melhor reprodutibilidade de cor que as
tornam mais adequadas para uso em interiores industriais ou similares.

Lâmpadas SON brancas

As lâmpadas SON brancas (35W, 50 W e 100 W) são conhecidas como


lâmpadas SDW-T. Elas são caracterizadas pela sua aparência de cor branco-
quente (temperatura de cor correlata 2500 K) e muito boa reprodutibilidade
de cor Ra=85, o mais alto das lâmpadas SON. Para manter a temperatura de

44
cor correta, as lâmpadas SDW-T necessitam uma unidade de controle a mais
do que o equipamento auxiliar usual.

Essas lâmpadas compactas possuem um tubo externo tubular e são fixadas


com bases especiais de dois pinos para o posicionamento exato na luminária.
A sua habilidade de produzir fachos bem controlados, resulta que esse tipo
de lâmpadas é usado em iluminação de exposição e de destaque.

Características operacionais

Consumo energético

O consumo energético de uma lâmpada SON-T de 400 W é mostrada na


figura abaixo.

Eficiência luminosa

A eficiência luminosa diminui com o aumento da pressão de sódio. Isso


ocorre por causa do aumento do espaço auto-reverso das linhas D de sódio,
que remove a radiação nos comprimentos de onda de sensibilidade máxima
do olho, e por que mais energia é radiada nas proximidades vermelho e azul
do espectro, aonde a sensibilidade do olho é baixa.

Figura do consumo energético da lâmpada SON:


1. Energia no tubo de descarga 376 W
2. Perdas térmicas nos eletrodos 24 W
3. Radiação visível 118 W
4. Radiação UV da descarga 2 W
5. Radiação IR da descarga 80 W
6. Perdas térmicas no tubo de descarga 176 W
7. Radiação UV 1W
8. Radiação IR 1W
9. Radiação IR total 221 W
10. Condução 60W

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Ignição e estabilização

A lâmpada de sódio de alta pressão deve ser iniciada com um pulso de alta
tensão, tipicamente de 1.8kV a 5kV, dependendo do tipo de lâmpada e da
potencia. Assim que a ignição ocorre, leva alguns minutos até que chegue a
operação normal a pressão e a emissão de luz.

Re-ignição

Se houver uma interrupção da corrente, a lâmpada irá primeiro esfriar o


suficiente até que a pressão do vapor no tubo de descarga seja tal que os
átomos de sódio possam ser novamente ionizados pelo pulso da ignição,
processo esse que leva cerca de um minuto.

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Circuitos das lâmpadas

As lâmpadas de sódio de alta pressão são normalmente operadas por um


reator e um ignitor. Algumas lâmpadas têm o ignitor incorporado, mas a
maioria utiliza um ignitor externo.

Existem basicamente dois tipos de circuitos, com o ignitor conectado em


série ou em paralelo com a lâmpada.

Circuito do ignitor em série

No circuito em série o ignitor é conectado entre o reator e a lâmpada. Um


interruptor semicondutor fecha o circuito de ressonância, que cria um
seqüência de pulsos de ignição. Esses pulsos se aproximam da amplitude
necessária por meio de um transformador, que faz parte do ignitor. Quando a
lâmpada está em funcionamento, o ignitor para automaticamente de operar.

O ignitor deve se localizar próximo da lâmpada (não mais do que 0.5m de


distância) a fim de prevenir que os pulsos da ignição sejas absorvidos devido
às perdas capacitivas dos cabos.

Circuitos do ignitor em paralelo

No circuito do ignitor em paralelo, este é conectado em paralelo a lâmpada.


Este tipo de ignitor é montado nas lâmpadas de baixa potencia. São
disponíveis também circuitos com ignitores eletrônicos em paralelo
externos.

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O circuito de ignitor semi-paralelo tem se tornado a solução padrão em
quase todas as lâmpadas SON. (SON, SON-T, SON(-T)Plus e SON(-T)
Comfort). Nesse último tipo de lâmpada o ignitor eletrônico é conectado a
um ponto derivado do reator, que assim atua como um autotransformador.
Quando a lâmpada está em funcionamento, a queda resultante de tensão
desliga o ignitor automaticamente.

Sistema de lâmpada por indução QL

As partes mais vulneráveis de qualquer lâmpada de descarga são os


eletrodos. Durante a vida de uma lâmpada eles se gastam perdendo seu
poder de emissão através do impacto de íons rápidos ou através de reações
químicas com vapores agressivos ao tubo de descarga. Os eletrodos nas
lâmpadas de descarga de alta pressão também produzem um alto desperdício
da radiação infravermelha, o que diminui a eficiência da lâmpada.

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A lâmpada por indução, ou sistema de lâmpada QL, introduz um conceito
totalmente novo no conceito de geração da luz. Baseado no principio de
descarga de gás de baixa pressão, a principal característica do novo sistema
de lâmpadas é que dispensa da necessidade dos eletrodos para ionizar o gás.
Esse tipo de lâmpada utiliza em vez dos eletrodos uma antena interna
energizada a partir de um gerador externo de alta freqüência que cria um
campo magnético dentro do recipiente de descarga, e é isso que induz a
corrente elétrica no gás que efetua sua ionização.

A principal vantagem por essa inovação é o enorme aumento de vida da


lâmpada. Com uma vida de 60 000 horas, a lâmpada por indução funciona
oito horas por dia durante vinte anos.

O sistema de lâmpada QL é por tanto ideal para aplicações em geral de


iluminação de interiores e exteriores, onde a substituição das lâmpadas ou
sua manutenção é difícil e necessita de um alto índice de confiabilidade.

Partes principais

O sistema de lâmpada por indução consiste de três partes importantes: o


recipiente da descarga, o acoplador de energia que contém a antena e o
gerador de alta frequencia.

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O recipiente da descarga

O recipiente da descarga é um bulbo de vidro revestido na sua parte interna


com pó fluorescente para converter a radiação ultravioleta da descarga em
luz visível. O bulbo é preenchido com gás raro misturado ao mercúrio,
similarmente ao usado nas lâmpadas fluorescentes tubulares.

Acoplador de energia

O acoplador transfere energia de um gerador de alta freqüência ao recipiente


de descarga. Ele consiste de uma parte central de ferro cilíndrica na qual é
montada a bobina que produz o campo magnético de alta freqüência. Dentro
da antena há um duto que conduz para fora o calor produzido pela descarga
.
A antena com seu duto de calor é montada numa borda de metal que
transfere o calor da descarga para a luminária.

A conexão elétrica entre a antena o gerador de alta freqüência é feita por


meio de um cabo coaxial, que forma parte do circuito oscilatório. Seu
comprimento não deve ser por tanto ser modificado. Esse é
permanentemente conectado ao acoplador de energia, mas pode ser
desconectado na extremidade do gerador para facilitar a colocação da
lâmpada na luminária.

Gerador HF

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O gerador de alta freqüência fornece o sinal de alta freqüência (2.65MHz) à
antena para iniciar e manter a descarga de gás. O circuito eletrônico do
gerador é localizado dentro de uma pequena caixa de metal que, além de
propiciar blindagem contra interferência de freqüência de radio, também
serve como condutor para fora do calor gerado no circuito.

O gerador pode ser conectado a tensões de corrente 200/ 240V através de um


bloco de conexão.

Bibliografia: o inicio do texto foi baseado na publicação Lighting Handbook


da IESNA (nona edição) e a continuação é praticamente uma tradução com
algumas alterações do Lighting Manual (quinta edição) da Philips.

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