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Qual animal tem a melhor visão?

Não existe nenhum ranking oficial, porque os cientistas nunca fizeram um estudo
comparando a capacidade visual dos animais. Mas, tomando por base os diversos
estudos isolados sobre a visão dos bichos, dá para apostar com bastante certeza: as aves
de rapina são quem enxerga melhor no planeta. Isso, claro, levando em conta o alcance
da visão. Para esses animais, a precisão visual é um requisito básico para conseguir o
almoço de cada dia. No pódium dos bons de olho, a medalha de bronze vai para o
falcão. Quando está caçando, ele enxerga presas pequenas a 1 500 metros de altitude. O
segundo lugar é do abutre-de-rüppel (Gyps rueppellii), o pássaro que voa mais alto no
mundo, atingindo mais de 11 mil metros. Em suas viagens estratosféricas pelo
continente africano, o abutre identifica um coelho a 2 500 metros de distância. Mas o
grande vencedor é mesmo a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), que consegue
focalizar um ratinho tentando se esconder no gramado enquanto voa a 5 mil metros de
altitude. E em que lugar fica o homem nessa lista de visão? Ninguém sabe ao certo, mas
certamente não chegaríamos nem no top 10. Isso porque, além das aves de rapina, os
felinos também são bons de olho. Os olhos desses animais contam com células especiais
que melhoram muito a visão no entardecer e à noite - há estudos que demonstram que a
visão deles é seis vezes melhor que a nossa! No quadro ao lado, a gente conta mais
detalhes sobre esses supervencedores, mostrando ainda mais três campeões com outros
tipos de habilidades quando o assunto é visão.

Olho no lance Enxergar bem é questão de vida ou morte para caças e caçadores

Visão panorâmica

Os campeões são os coelhos, que têm uma incrível visão periférica de 360 graus. O
segredo é que os olhos desses bichos ficam posicionados na lateral, permitindo que eles
vigiem os arredores para fugir dos predadores. "Para esses bichos, o que importa é ter
um amplo campo de visão, que lhes dê a chance de acompanhar tudo o que se passa ao
redor", afirma a oftalmologista Beatriz Simões Correa, da Sociedade Brasileira de
Oftalmologia

Visão noturna

No escuro, a medalha de ouro da visão vai para a coruja, que enxerga um ratinho a mais
de 80 metros de distância — e isso numa noite sem lua! Seus olhos são equipados com
um tipo de lente especial, que faz com que eles funcionem como um telescópio que
aproxima a imagem

Visão de longo alcance

A águia-de-asa-redonda enxerga pequenos roedores quando está voando a 5 mil metros


de altura. Essa extraordinária capacidade é possível porque a retina desse pássaro tem
milhões de fotorreceptores, células sensíveis à luz que aumentam o alcance visual

Visão colorida

O rei das cores é o Squilla mantis, um tipo de camarão capaz de enxergar uma gama de
cores muito maior que a observada pelo olho humano. Esse crustáceo leva vantagem
sobre nós por ter uma retina com mais tipos de cones, os pigmentos que permitem
enxergar colorido. Enquanto o Squilla mantis tem 12 tipos de cones, nós temos três.
Perdemos até para os pombos, que tem cinco!

Não, a visão dos animais em algumas espécies é semelhante, mas não é igual a dos
humanos. Os cães são capazes de formar imagens de objetos em torno de 50 cm de
distância dos olhos; objetos mais próximos estarão virtualmente embaçados. Já os
humanos, crianças, são capazes de fazer acomodação em aproximadamente 14 dioptrias,
ou seja, em torno de 7 cm de distância dos olhos. O poder de acomodação dos cães é de
1 a 2 dioptrias, já nos humanos varia entre 10 a 14 dioptrias. Algumas diferenças
anatômicas e fisiológicas também influenciam, como por exemplo, a pupila do gato que
é capaz de dilatar 6 vezes mais que a dos humanos, a do cão dilata 4 vezes mais,
proporcionando um campo de visão maior, compensando a fraca capacidade de
acomodação destes animais.

A acuidade visual dos cães varia entre 20/50 e 20/140 e nos gatos entre 20/100 e
20/200. Os animais domésticos são mais bem adaptados à visão de objetos em
movimento com pouca luminosidade, em torno de 10 a 12 vezes mais que os humanos.
Os cães e os gatos geralmente ignoram objetos fixos, mas quando estes se movem,
desperta-se um comportamento de caça, sugerindo que o sistema visual destes animais
tem preferência pelo movimento.

Entre os animais domésticos, o gato é, provavelmente, o mais bem adaptado para visão
noturna, o que lhe permite enxergar em condições de baixa luminosidade em torno de 7
vezes mais que os humanos. A retina do gato, através do tapetum lucidum, permite
refletir 130 vezes mais luz que o fundo dos olhos humanos. Os cães possuem
sensibilidade à luz oscilatória bastante diferente dos humanos. O fato de poderem
detectar oscilações de 70 a 80 Hz e a televisão estar configurada para 60 vezes/s a
imagem sentida por eles mostra-se oscilatória, como nos antigos aparelhos de televisão.

Quando uma abelha voa de flor em flor para coletar o pólen, há uma série de adaptações
no organismo do inseto que a ajudam nessa função. O modo como elas veem o mundo é
um dos mecanismos que facilitam o trabalho das operárias.

O caminho que uma abelha faz para coletar o pólen não é fácil. Além da tarefa
propriamente dita, ela precisa escapar de suas maiores predadoras, as aranhas, que têm
um engenhoso método para caçar.

É o seguinte: as flores têm uma faixa de reflexão de raios ultravioleta provenientes do


sol, em uma trlha que leva até o pólen. A abelha sabe disso, e possui um sensor de UV
que a auxilia na coleta. As aranhas, por uma façanha da natureza, conhecem esse
mecanismo, porque colocam as mesmas faixas refletoras de UV nas teias, esperando
enganar suas presas.

É nesse ponto que a visão das abelhas é um aliado. Para escapar das teias, a abelha
deixa de lado o sensor de UV e se orienta pela visão, buscando a luz polarizada no céu
que a leva de volta à colmeia. A visão das abelhas, baseada nas diferenças de luz, é
como uma imagem composta de pixels. Mas o olhar delas, ao contrário dos monitores
de computador, tem apenas 5000 pixels.

É possível comparar a visão das abelhas com a do ser humano. Você já ouviu falar em
Afacia? Basicamente, é uma doença (adquirida em cirurgia ou após um acidente) em
que o paciente perde o cristalino do olho. Sem cristalino, não é possível filtrar a
radiação UV nos olhos. O paciente que sofre de Afacia, conforme relatos, consegue
enxergar de fato a radiação UV, como um feixe de luzes azuis. E é justamente isso que
acontece com as abelhas: como se sofressem de Afacia, elas são capazes de ver a
radiação UV. E usam essa condição como instrumento de trabalho.
O olho humano comum não é capaz de captar a radiação UV. Se pudesse, ela seria
apenas mais uma cor como tantas outras, próxima do azul. A diferença entre nossa
percepção de cores e a das abelhas, na verdade, é mínima. Nós absorvemos,
basicamente, as radiações de verde, azul e vermelho, espectros de luz a partir dos quais
saem todas as cores que vemos.

A abelha também recebe o azul e o verde, e apenas substitui a recepção do vermelho


pela recepção de UV. A razão disso, segundo os pesquisadores, é muito simples. A
abelha se orienta de volta à colmeia de acordo com os raios solares, que deixam um
rastro de UV que serve de referência ao inseto. Mesmo em dias nublados, esse sistema
funciona perfeitamente. [NewScientist]

certaram em cheio, Audrey e Melissa. Adoro falar de insetos! Bem, pra falar a verdade,
tanto os humanos quanto os insetos utilizam o mesmo pigmento visual, chamado
rodopsina. Mas, a estrutura dos olhos é muito diferente. Os insetos possuem olhos
compostos, isso significa que eles possuem muitas unidades individuais (como se
fossem vários “olhinhos”), enquanto o nosso olho é como uma câmera única. É claro
que essa diferença causa um impacto de como os insetos vêem o mundo. Garanto que
não é como nós!

Nos insetos os olhos evoluíram a partir de um conjunto ocelos (olhos simples que só
percebem a luz). Cada um desses ocelos individual evoluiu para uma estrutura chamada
omatídeo: um tubo contendo várias células sensíveis à luz e tampado por um
revestimento, claro curva que funciona como uma lente (como o olho da câmera em
miniatura). Estes estão reunidos como uma espécie de “inchaço” na superfície da cabeça
resultando numa forma convexa. Cada omatídeo capta uma pequena parte do campo de
visão, de forma que um inseto provavelmente enxerga uma imagem “pixelada” (como
vários pixels) do mundo.

Assim como nos computadores e fotos, se você quiser uma imagem mais clara você tem
que ter mais pixels. É por isso que os olhos do insetos evoluíram de forma a conseguir
mais e menores omatídeos, de modo que cada unidade recebe a luz de um pequeno
campo de visão. Alguns insetos, como as libélulas, por exemplo, possuem mais de 28
mil omatídeos nos olhos.

Mesmo assim, com tantos omatídeos, um inseto ainda recebe uma visão do mundo que
está longe de ser como a nossa. No olho humano a distancia entre as lentes e os
fotorreceptores é de alguns milímetros, o resultado é uma imagem global, muito mais
refinada. Nos insetos, essa distancia são apenas microns cada omatídeo ainda capta a luz
de um campo relativamente amplo de visão, e que a imagem permanece pixelada. O
resultado são olhos enormemente esbugalhados.
Se tivéssemos olhos com omatídeos, para ter uma visão parecida com a de uma mosca
precisaríamos de olhos gigantescos como ilustrados aqui. Seriam necessários olhos com
no mínimo 1 metro de diâmetros.
Nos seres humanos e nos outros primatas, há três pigmentos (o verde, o azul e o
vermelho) eles permitem a visão do vermelho ao violeta. Muitos insetos, aves, répteis e
peixes têm um pigmento extra, para a luz ultravioleta, e por isso enxergam coisas para
nós invisíveis. Isso é fantástico, não é?

Os mamíferos como gatos e cachorros são daltônicos, porque possuem só dois


pigmentos: o verde e o azul. O mundo para eles, portanto, é menos colorido. Esses
bichos estão adaptados para a vida noturna, que exige mais atenção às formas do que
aos tons.

Os únicos bichos que enxergam em preto e branco são os que possuem um único
pigmento, como os peixes abissais, que vivem em locais de baixíssima iluminação, onde
não há cores para serem vistas. Um extremo oposto acontece com um camarão com 12
tipos de pigmentos. Imagino que os cientistas não conseguem nem imaginar como é a
visão desse animal, mas ela deve ser fantástica!

Mas por que as diferenças de cores, se vivemos todos no mesmo mundo?

Tudo na natureza tem uma razão de ser. O homem precisa ver do vermelho ao violeta
para localizar os frutos maduros em tempos passados, item importante da sua dieta.

Os  beija-flores assim como as abelhas,  vêem ultravioleta, o que as ajuda a enxergar o
néctar nas flores.
A urina de roedores reflete ultravioleta. Com isso, fica fácil para as aves, que vêem essa
cor, encontrar suas presas.

Nas profundezas do oceano há poucas cores, assim, os peixes abissais não precisam ver
todo o arco-íris, por isso enxergam preto e branco!

Quem decidir ter uma conversa olho no olho com um camaleão vai ter uma surpresa.
Mais conhecidos pela sua capacidade de mudar de cor, os camaleões também são donos
da incrível capacidade de mover cada olho independentemente, o que lhe dá uma visão
de quase 360° do ambiente.

Fixando dois objetos simultaneamente, o camaleão pode ficar de olho nos predadores e
espreitar a sua própria presa ao mesmo tempo. Ao contrário de nós—que quando
tentamos fixar o nariz com os dois olhos vemos duas imagens borradas e superpostas—
os olhos dessincronizados do camaleão não comprometem sua capacidade de enxergar.

Provavelmente, as imagens de cada olho são enviadas para pontos diferentes do cérebro.
É o único vertebrado conhecido a apresentar esta característica. A visão é tão acurada
que, quando estica sua língua comprida e pegajosa para capturar um inseto, esse réptil é
preciso: muito raramente erra.

Existem dois tipos de células sensíveis à luz no olho: os cones e os bastonetes, cujos
nomes respondem à forma destas células. Cada uma delas é especializada em um
aspecto distinto da captação de luz: enquanto os bastonetes respondem à intensidade
luminosa (níveis baixos ou altos de luz), os cones lêem as freqüências da luz, que, na
banda visível do espectro eletromagnético, são o que conhecemos como cores. Assim,
os bastonetes nos ajudariam a ver de noite ou com pouca luz e os cones nos permitem
perceber distintas cores.

Tanto nos bastonetes como nos cones, existem moléculas de um tamanho relativamente
grande que absorvem os fótons que chegam a elas e que são as que produzem
finalmente impulsos elétricos no nervo óptico.

A distinção de cores está baseada em dois aspectos:


1. A quantidade de cones diferentes que possua o animal: cada tipo de cone percebe
uma freqüência luminosa diferente. Por exemplo, no caso do homem, possuímos três
tipos diferentes de cones que respondem a três freqüências diferentes: luz azul, luz
verde e luz vermelha. Possuímos até seis milhões de cones em nossa retina.

2. Como o cérebro do animal interpreta posteriormente a combinação das


freqüências diferentes que recebe: para que um animal possa perceber um mundo em
cores, precisa ter pelo menos duas classes diferentes de células sensíveis à cor em seu
olho, os cones, e um cérebro que possa entender as mensagens que recebe destas
células.

Os casos de alguns animais:

Um cachorro pode ver em cor, mas não tantas cores como os homens, já que possui só
dois tipos distintos de cones. Por exemplo, o cachorro pode distinguir o azul do
amarelo, do vermelho ou do verde, mas não pode distinguir o vermelho do verde. O
esquilo e o gato possuem também só dois tipos diferentes de cones.

Uma pomba pode perceber mais cores do que um humano já que possui até cinco tipos
diferentes de cones. A borboleta possui quatro tipos diferentes de cones. Um tipo de
camarão tem pelo menos 12 classes de células sensíveis à cor e provavelmente seja o
animal que mais cores perceba.
No outro extremo, podemos encontrar casos de animais que não possuem cones e só
disponha de bastonetes em seu olho. Eles não poderão perceber cor alguma, apens
mudanças de intensidade de luz. Seu mundo é um mundo de sombras, no qual as
sombras menos escuras correspondem a mais luz e as menos escuras, a menos luz. Este
é o caso, por exemplo, das salamandras.

Também não verá a cor um animal que, além de bastonetes, só possua um tipo de cone
(são necessários dois, no mínimo, para distinguir cores). Assim, seu mundo não será em
escala de cinzas como, no caso da salamandra, mas na escala da única cor que percebam
seus cones. Isso é que acontece com o polvo.

Existem no reino animal outros casos de animais que percebem um mundo de sombras
mas não devido aos bastonetes de seus olhos, mas graças as manchas oculares, sistema
parecido com os bastonetes localizados por todo o corpo. É o caso das minhocas de
terra, que possuem centos destas manchas oculares sob a superfície da pele, perto de sua
cabeça e de sua cola. Uma minhoca usa suas manchas oculares para permanecer em
lugares escuros e frios. Se ela fica exposta ao sol por muito tempo, se desidrata e morre.
O mesmo ocorre com os micróbios unicelulares, as sanguessugas e as medusas do mar.

As estrelas do mar também vêem só luz e escuridão, mas mediante um mecanismo


distinto: o das copas oculares. Elas têm uma copa cheia de células fotosensíveis dentro
da ponta de cada braço (a propriamente denominada copa ocular). Uma estrela de mar
pode ver em muitas direções movendo seus braços e pode projetar suas copas oculares
para fora para ver melhor. Outros animais com copas oculares são os vermes marinhos,
alguns moluscos, os crustáceos e as larvas de animais marinhos.

A quantidade de bastonetes que um animal possui faz com que sua visão noturna seja
melhor. É o caso de caçadores noturnos, como o cachorro. Os caninos vêem na
escuridão de 4 a 5 vezes melhor do que o ser humano. Ainda há o caso de animais que
possuem células sensíveis a freqüências que ficam em faixa do espectro eletromagnético
não visível para os olhos humanos. É o caso das abelhas, que vêem a luz ultravioleta
(UV), uma freqüência que é invisível para nossos olhos. As abelhas usam esta visão em
UV para ver os padrões das pétalas florais, os quais lhe indicam onde se encontra o
néctar.

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